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A Rapariga Que Roubava Livros

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A rapariga que roubava livros

Bom dia. O livro de que vos vou falar hoje, publicado pela primeira vez em 2005,
intitula-se “A rapariga que roubava livros” e é da autoria do escritor australiano Markus
Zusak. A obra teve tanto sucesso que foi adaptada ao cinema em 2013.
Sobre o autor Markus Zusak

O escritor Markus Zusak nasceu no dia 23 de junho de 1975, em Sydney, e é o


mais novo de quatro filhos.
Apesar de ter nascido na Austrália, Zusak tem estreita relação com a Europa.
Filho de pai austríaco e mãe alemã, o escritor sempre foi fascinado com a experiência
que os pais tiveram com o nazismo nos seus países de origem.
O autor já confessou que algumas das histórias presentes neste livro são
recordações de infância da mãe. Além de recolher histórias da família, para construir a
sua obra-prima, Zusak mergulhou fez várias pesquisas sobre o nazismo, tendo inclusive
visitado o campo de concentração de Dachau.
A história contada por Zusak tem uma narradora algo peculiar: a Morte. A sua
única tarefa é recolher as almas daqueles que morrem e entregá-las à eternidade.
A Morte observa o destino trágico dos homens e narra com alguma ironia como funciona
o seu dia-a-dia e as suas tarefas quotidianas.
A escrita corre sem sobressaltos até que ela se lembra de uma menina de 10 anos,
Liesel Meminger, por quem se afeiçoou por lhe ter escapado em três momentos
diferentes.
E é sobre ela que a atenção da narrativa se debruça. A Morte passa a
acompanhar de perto a trajetória da rapariga que andava sempre na companhia de um
livro e escolhe acompanhar os seus passos entre 1939 e 1943.
A história decorre no ano de 1939, em plena Segunda Guerra Mundial. O cenário
em questão é a Alemanha nazi.
O passado de Liesel é trágico: filha de uma mãe supostamente comunista,
perseguida pelo regime, o destino de Liesel e do irmão era serem adotados por um casal
alemão, que iria receber um subsídio para os sustentar.
O irmão, Werner, no entanto, com apenas seis anos, morre ao colo da mãe,
durante a viagem de comboio rumo à Munique. É no momento em que leva o menino
que a Morte se cruza pela primeira vez com a menina. apanhara da neve, No funeral do
irmão, o rapaz que o enterra deixa cair um livro no chão e, atraída por esse objeto
fascinante, Liesel apanha o livro, “O Manual do Coveiro”, o primeiro de muitos que iria
roubar no futuro.
Liesel é acolhida pela nova família, sentindo logo de imediato um carinho especial pelo
pai adotivo, Hans Hubermann, pintor de paredes desempregado que toca acordeão, que
a ensina a ler e que não defende a ideologia nazi, a contragosto da mãe adotiva, Rosa
Hubermann, mulher extremamente rigorosa e autoritária.
No início das aulas, tornaram-se visíveis as suas dificuldades, uma vez que não
sabia nem ler nem escrever, sendo assim ridicularizada pelos seus colegas. Felizmente,
com a ajuda inestimável do pai, Liesel vai ganhando gosto pela leitura e escrita e um
amor inexplicável pelos livros. De facto, a sua relação com os livros é um dos temas
mais interessantes deste comovente romance.
Liesel também conquista um grande amigo nesta época, o vizinho Rudy Steiner,
que rapidamente se irá tornar no seu melhor amigo.
Rosa tinha como ofício lavar e passar a roupa a ferro das pessoas mais ricas da
vila. À medida que Liesel ia crescendo, para além das tarefas escolares, passou também
a ajudar a mãe adotiva na entrega das roupas. A principal cliente era a esposa do
Presidente da Câmara, Ilsa.
No aniversário de Hitler, durante uma celebração festiva onde se queimavam os
livros considerados ameaçadores do regime, Liesel rouba outro livro, tendo a sensação
de ter sido vista por Ilsa. Ao invés de a denunciar, Ilsa deixa-a entrar na sua grandiosa
biblioteca e folhear os livros, alguns dos quais ela irá roubar mais tarde.
Entretanto, o casal acolhe Max Vanderburg, um judeu perseguido que passa a
viver na cave da casa para não ser morto pelo exército nazi. Este tinha sido acolhido devido à
promessa que Hans fizera ao pai do jovem de ajudar a sua família nos momentos de
necessidade. Com o tempo, a amizade entre Liesel e Max vai crescendo, e estes
acabam por se tornar grandes amigos.
Rudy apercebe-se que Liesel está diferente e ela acaba por admitir que Max está
escondido em sua casa e Rudy, mostrando ser um amigo fiel, guarda o seu segredo.
Hans tenta ajudar um segundo judeu, mas é descoberto e levado para o exército.
A segunda vez que Liesel escapou do fim foi quando a Morte veio buscar um
homem de vinte e quatro anos, vítima de um acidente de avião. Por coincidência, Liesel
encontrava-se perto do local.
Enquanto está a servir na guerra, Hans toca acordeão para se distrair e Liesel
toma o lugar do pai na arte de contar histórias. Após o regresso de Hans, um
acontecimento trágico acontece na rua onde vivem. Quem irá sobreviver? Será que
Liesel irá iludir pela terceira vez a Morte? Será que os pais, Rudy e Max vão conseguir
escapar? Para satisfazerem a vossa curiosidade só têm de ler este livro fantástico.
Adorei ler esta obra pois o autor apresenta-nos personagens com quem é
extremamente fácil identificarmo-nos. São particularmente interessantes o casal Hans e
Rosa, marcante o primeiro pela sua doçura e compreensão e a segunda pela sua
bruteza e insensibilidade assim como o inspirador Max ou o divertido e leal Rudy. Um
outro aspeto verdadeiramente cativante reside no facto de ficarmos a conhecer a Morte
de outro ponto de vista, deixando de a associar apenas à tragicidade e à desgraça e
passando a ver a sua faceta humana e solidária.
Antes de dar por terminada a minha exposição oral, vou citar uma das passagens
da obra que mais gostei:
Durante dois dias, cuidei do que é meu. Viajei pelo globo, como sempre,
entregando almas à esteira rolante da eternidade. Vi-as serem passivamente
levadas. Em vários momentos, avisei a mim mesma que deveria manter uma boa
distância do enterro do irmão de Liesel Meminger. Não ouvi os meus conselhos. A
quilómetros de distância, ao me aproximar, já pude ver o grupinho de humanos
frigidamente parados no meio do deserto de neve. O cemitério acolheu-me como a
uma amiga e, logo depois, eu estava com eles. Abaixei a cabeça.

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