Ano Liturgico e Quaresma e Triduo Pascal
Ano Liturgico e Quaresma e Triduo Pascal
Ano Liturgico e Quaresma e Triduo Pascal
O Ano Litúrgico é composto de dias, e esses dias são santificados pelas celebrações
litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia das
Horas. Por esses dias serem santificados, passam a ser denominados dias litúrgicos. A
celebração do Domingo e das Solenidades começa com as Vésperas (na parte da tarde)
do dia anterior.
De que consta o Ano Litúrgico? O Ano Litúrgico consta de dois ciclos: Ciclo do Natal e o
Ciclo da Páscoa. Entre esses dois ciclos temos o Tempo Comum.
CORES LITÚRGICAS
Quando vamos à igreja, notamos que o altar, o tabernáculo, o ambão, e até mesmo a
estola e a casula usadas pelo sacerdote, combinam todos com uma mesma cor.
Percebemos também que, a cada semana que passa, essa cor pode permanecer a
mesma ou variar. Se acontecer de no mesmo dia irmos a duas igrejas diferentes,
comprovaremos que ambas usam a mesma cor, com exceção, é claro, da igreja que
celebra o seu padroeiro. Na verdade, a cor usada é válida para a Igreja em todo o
mundo, que obedece a um mesmo calendário litúrgico. Conforme a missa do dia,
indicada pelo calendário, fica estabelecida uma determinada cor.
As diferentes cores possuem algum significado para a Igreja: elas visam manifestar
externamente o caráter dos Mistérios celebrados e também a consciência de uma vida
cristã que progride com o desenrolar do Ano Litúrgico. Manifesta também, de maneira
admirável, a unidade da Igreja. No início havia uma certa preferência pelo branco. Não
existiam ainda as chamadas cores litúrgicas. Estas só foram fixadas em Roma no século
XII. Em pouco tempo, devido ao seu alto valor teológico e explicativo, os cristãos do
mundo inteiro aderiram a esse costume, que tomou assim, caráter universal. As cores
litúrgicas são seis, como veremos a seguir.
CICLO DA PÁSCOA
Tríduo Pascal –
O Tríduo Pascal começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa.
Neste dia, é celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o
gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.
Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano
que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de “Ação ou
Ato Litúrgico”.
Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer ato litúrgico, permanecendo em
contemplação de Jesus morto e sepultado.
Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene
Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira,
Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da
Ressurreição.
Tempo Pascal –
A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinqüenta dias entre o
domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao
Pai na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas
com alegria e exultação, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado
e crendo firmemente na vida eterna.
Um pouco de História:
Na Igreja primitiva, os adultos só eram admitidos ao BATISMO após uma cuidadosa
preparação. No começo da Quaresma, os catecúmenos eram aceitos como candidatos
à recepção do BATISMO. Passavam, então, a participar dos ofícios religiosos, às
segundas, quartas e sextas-feiras, ofícios chamados Missa dos Catecúmenos por não
terem a parte Sacrificial ou Eucarística. Durante estes ofícios, os candidatos eram
submetidos à exorcismos e convidados a praticarem atos de penitência: o jejum e a
esmola.
Neste Domingo, os fiéis costumavam se presentear com uma rosa, lindo símbolo
Pascal. Beleza da vida que emerge entre espinhos: dor profunda – Quaresma – tendo
ápice, alegria intensa – Páscoa.
Assim foi com Cristo Jesus, assim também é com o Cristão, à Luz pela Cruz.
Moisés e Elias – a LEI e os PROFETAS – conversam com JESUS sobre sua PAIXÃO e
Triunfo. Nos domingos seguintes, as Leituras do Ano A enfatizam as exigências do
BATISMO, prevenido o Cristão no combate espiritual. As leituras dos anos B e C nos
fazem refletir sobre o Tema da Penitência, ajudando-nos a reparar o mal realizado por
nossos pecados.
TRÍDUO PASCAL
O TRÍDUO PASCAL é o ponto culminante do Ciclo da PÁSCOA, quiçá de todo o ANO
LITÚRGICO.
Começa com a Missa Vespertina na CEIA do SENHOR, tem seu cume na solene VIGÍLIA
PASCAL e termina com as Vésperas do DOMINGO da RESSURREIÇÃO do SENHOR.
O amor de Cristo nos congregou numa unidade, num só Corpo. – O Amor de Cristo – é
este Amor que nos une e congrega. O Amor de Deus é quem dá o primeiro passo, Deus
toma a iniciativa de nos amar. Na Primeira Carta de São João, cap 4,vers 10, nos diz:
“Nisto consiste o Amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou
e enviou seu Filho como oferta de expiação dos nossos pecados.” No coração da
Liturgia Eucarística da Quinta-feira Santa, nós começamos olhando para o Amor de
Deus, manifestado no Amor de Cristo ao morrer na Cruz por nós. E esse amor nos une.
Em 2009 o papa emérito, Bento XVI, em uma homilia a respeito da Eucaristia, na
Quinta- Feira Santa, ele diz: Cristo parte o pão com os discípulos, Ele reparte, Ele
divide. É isso que nos une: dividir o Pão nos une, o Sacrificar-se de Cristo causa
unidade em nós. Nós reconhecermos que enquanto pessoas também estamos
divididos, dilacerados: eu quero amar, me entregar, me sacrificar, mas ao mesmo
tempo não quero. Somos como um Campo de Batalha. O Amor de Cristo que morre
por mim na Cruz, que se torna Pão Quebrado, Pão Partido causa em mim uma unidade
interior. Eu vejo o quanto sou amado por Deus. Esse é o primeiro passo. Isso nos cura
do vitimismo, das fraquezas derivadas da baixa estima... Porque não lembramos que
não é o nosso amor o número um, mas sim, o Amor de Deus. O Cristianismo consiste
nisso: Deus nos amou primeiro! Pensar que Cristo na última Ceia pensou em mim, na
Cruz pensou em mim. Contemplar que Ele derrama seu Sangue somente por mim,
como nos diz Santa Teresinha. E essa unidade interior causada por esse Amor Infinito
que se derrama por mim, causa uma unidade exterior – NÓS. Uma unidade enquanto
Igreja, único Corpo de Cristo.
O Amor que eu recebi de Deus, que me ama primeiro, me chama, me convida a amar
de volta. O início da Sabedoria é o Temor de Deus. Ter medo de perder esse tesouro,
de quem me ama tanto assim. Começa-se com o Temor e alcança-se o amor pleno.
Amar a Deus de todo coração. Deus me ama, eu amo a Deus. Mas a Primeira Carta de
São João também nos recorda que “quem diz que ama a Deus que não vê e não ama o
irmão que vê, é mentiroso.” Deus me ama, eu o amo de volta, mas esse amar de volta
a Deus se manifesta no amor concreto aos irmãos. Devemos nos amar uns aos outros
para que nisso seja manifestado o amor de Deus. É um desenvolvimento da ideia de
amarmos com o coração sincero. Cessem lutas, cessem rixas, dissensões, mas esteja
em nosso meio Cristo Deus. Estas coisas que nos dividem devem ser abolidas. É preciso
saber diminuir para deixar Deus crescer em nós, no meio de nós.
Se olharmos a encíclica do Papa emérito Bento XVI, Deus caritas est, nós vamos
encontrar que o Amor Caridade, o Amor Cristão, Aquele que sabe pagar o preço
(caridade vem de caro), Ele não é simplesmente um amor sacrificado, mas ele brota de
um amor que é humano. Então quando dizemos onde há ágape e eros, onde há
caridade e amor, nós temos um resgate desta realidade que quando eu contemplo
Cristo que morre por mim na Cruz, existe ali um afeto que surge, um afeto devocional,
que ainda não é ágape, caridade, mas que é um impulso de amor humano, eros, que
me joga no coração de Deus. Uma reação primeira que nos é colocada por São Paulino
de Aquiléia quando nos diz: exultemos, nos alegremos! Quando Deus, Amor Caridade,
se manifesta, em mim brota uma alegria e esta realidade do fogo que arde no meu
coração me permite crescer neste primeiro amor eros até chegar ao amor pleno,
ágape.
“A Amor gratuito, totalmente gratuito, pertence somente a Deus” nos diz São
Bernardo respondendo a Pedro Abelardo. O Amor humano já tem sua recompensa
pois não é um amor primeiro. Abelardo queria alcançar em seu racionalismo um amor
pleno e São Bernardo explica que todo amor que pode brotar do coração do homem,
sempre será segundo pois Deus nos amou primeiro. E isso nos afeta. O amor humano
sempre será o segundo, pois é afetado pelo primeiro. E isso poderá gerar em nós,
crescer no Amor, visando o Ágape.
Nesta Quinta Feira Santa deixemos que nosso coração arda! Arda pelo Cristo que se
doa! E que esse ardor nos leve a querer, também nós, deixar nosso coração no Altar.
Em procissão vamos para o ofertório cantando “Urbi Caritas” Ele se doou por mim,
então eu também quero responder, me oferecendo por Ele.
- As leituras recordam a história de libertação e de Amor.
- O Senhor se faz servo para nos ensinar a amar. O lava pés deixa claro a missão do
Cristão: SERVIR, estar atento as necessidades dos irmãos. AMOR é DOAÇÃO.
4 – Amor Fraterno – um mandamento novo – “Amai-vos uns aos outros como Eu vos
amei.” - Lava pés = serviço e humildade – me diminuir pelo outro. Estar à disposição
do outro e da comunidade. “lavar os pés quer dizer: eu estou a seu serviço” Papa
Francisco
Neste dia em que não se celebra Missa, têm-se a tradição de, durante a adoração da
Santa Cruz, se cantar os impropérios, as reprimendas, as repreensões. É O Senhor
Jesus quem exorta os homens pela falta de amor.
A parte mais importante é o Trisagion “Deus Santo, Deus Forte, Deus imortal”,
antífona por muitos conhecida, muito antigo que remete possivelmente a era
apostólica. Existe uma tradição da igreja Copta, a igreja da Etiópia que diz que esse
hino teria sido composto por Nicodemos, aquele que junto com José de Arimatéia,
pedem o corpo do Senhor Jesus para que possam sepultá-lo e teria sido durante o
sepultamento que Nicodemos proclama olhando para O Senhor morto: “Santo Deus,
Santo Forte, Santo Imortal, tende piedade de nós!”
Professar diante de Cristo morto, “Santo Deus” porque ali a humanidade está morta
mas Deus está presente. E nesse momento de maior fraqueza, debilidade, ali está o
cadáver, proclamar “Santo Forte” porque é na fraqueza que se manifesta a Força de
Deus. Ali fadado ao túmulo, dizer “Santo Imortal, tende piedade de nós”. Uma fé
inabalável que se manifesta no momento da mais profunda incerteza e provação. Ao
beijarmos o Cristo morto, nós queremos dizer com Nicodemos, quando nossos olhos
não têm provas, dizer DEUS IMORTAL.
Isso é nossa resposta aos impropérios, presentes na liturgia desde o sec IX, consistem
em reler a História do Antigo Testamento, aplicá-la à Bondade de Deus que tratou,
cuidou de seu povo e agora é Cristo rejeitado. Esse mistério que nos fala São Paulo, em
Rm 9, do povo judeu que rejeitou o Cristo. Mas a Igreja ao cantar isso todos os anos se
solidariza com os judeus dizendo: nós, nós somos esse povo que rejeitou o Cristo. Os
impropérios começam com essa antífona; “Povo meu que te fiz eu? Diz em que te
contristei. Que mais podia ter feito? Em que foi que te faltei?” Esse é o Mistério que
celebramos na Sexta Feira Santa. Deus que nos ama com amor infinito é rejeitado por
nós.
O povo de Deus ouve de Cristo uma anamnese, uma recordação do passado, em toda
sua história o povo foi cuidado por Ele. Também nós, na Sexta-feira Santa somos
chamados a fazer uma anamnese de nossa vida inteira, desde o ventre materno,
relembrando o quanto o Senhor cuida de nós. Já nos dizia o profeta “Quando era
menino, eu o amei e chamei a meu filho. Fui Eu que te ensinei a caminhar, que te
tomando-o pela mão.” Cf. Os11,1.3 Então aqui o hino nos recorda “Fui Eu que te fiz
sair do Egito, com maná te alimentei. Preparei-te bela terra, tu a Cruz para o Teu Rei.”
Libertação- te fiz sair do Egito, sair da escravidão do pecado;
Alimenta, cuida - com maná te alimentei;
Dá um futuro - Preparei-te bela terra.
E nós retribuímos a todo esse amor com a Cruz. Qual é a nossa resposta ao Amor de
Deus?
Tudo que está aqui são formas de nós meditarmos em nossas atitudes, em nossa
ingratidão. Se nós temos como centro de nossa espiritualidade a Ação de Graças, a
Eucaristia, esse é o dia em que não se celebra Eucaristia, esse é o dia da nossa
ingratidão. Deus nos mostra o quanto somos não eucarísticos, ingratos e nossa
resposta é nossa profissão de fé, quando dizemos Senhor, Tu és Forte, Tu és Imortal,
mas nós somos fracos e mortais. Professamos, então, Tua Grandeza e pedimos
Misericórdia! Kirie Eleison!
Saibamos enxergar a Misericórdia de Deus que tem tanta paciência e carinho para
conosco e façamos esse exame profundo de consciência: qual nossa resposta a esse
Amor?
1- “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem” – costumamos dizer isto ou
apenas condenamos? Perdoar os outros por seus erros. Será que nos achamos
melhores e superiores aos outros por isso temos dificuldade de perdoar? O que O
Senhor Jesus quis dizer com isso? Perdoar aqueles que nos fazem mal. Isso é muito
difícil, necessita abraçar a CRUZ por AMOR a JESUS.
2- “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso.” Nós convidamos as pessoas para irem
conosco rumo ao Céu? Chamamos as pessoas para perto de Cristo? Buscamos salvar,
auxiliar na Salvação o próximo?
O pior pecado é a desesperança – não acreditar que Deus pode nos perdoar, nos dar
vida nova, nos tornar pessoas novas, restauradas em Seu Amor. Nosso pecado, nesse
caso, seria tido por nós como maior que a Misericórdia de Deus.
“Nós não conhecemos a Infinitude e a Misericórdia do Coração de Deus.” Santa
Terezinha
Assim também julgamos ser impossível perdoar o pecado do outro para conosco.
Pensamos e agimos desta forma porque queremos perdoar e amar com o nosso
coração e não com o Coração de Jesus, com Seu Divino Amor.
Crer na Misericórdia de Deus – FÉ
3- “Mulher, eis aí Teu filho. Filho, eis aí Tua Mãe.” Jo 17,25-29 – Maria é a Mãe de
todos nós. A Ela é confiada a humanidade. Ser mãe é acolher, consolar, cuidar,
abraçar. Maria é Mãe Perfeitíssima. Ser filho é receber conselhos,obedecer, crescer
com os ensinamentos, aprender.
Maria - Mãe – ESPERANÇA - nossa Intercessora e Advogada. Ela nos ajuda a chegar ao
Céu.
5- “Tenho Sede!” - Sede de Salvar as almas. Esta sede que Cristo tem de nós não sacia
até que nos salve. Muitas vezes, quando O Senhor nos clama: “tenho sede” lhe
oferecemos vinagre, outras lhe viramos as costas. Mas O Senhor tudo aceita. Pois Ele
tudo oferece ao Pai para nossa e pela nossa Salvação. Diferente dos senhores deste
mundo, o Senhor espera que entreguemos a Ele todas as nossas fraquezas, misérias,
pecados para que Ele mesmo possa nos lavar, nos purificar, nos restaurar, nos vivificar.
Dimensão Missionária – Eu, satisfeito na minha sede, devo estar atento à sede dos
demais. Deus age por meio de nós.
6- “Tudo está consumado.” Cumpriu sua missão até o fim. “O Crucifixo não é um
ornamento, não é uma obra de arte, com tantas pedras preciosas, como se vê por aí. O
Crucifixo é o Mistério do Aniquilamento de Deus por Amor.” Papa Francisco
“Aquele que te criou sem ti, não pode te salvar sem ti.”
7- “Pai, nas Tuas Mãos” - Ao depositar seu Espírito nas Mãos do Pai, Nosso Senhor
nos revela que depositando toda nossa vida NELE, a retomaremos em nossa
ressurreição.
“Vós sois cidadãos do Céu.” Fl 3,20 - Ao entregarmos tudo nas Mãos de Deus,
verdadeiramente, proclamamos o nosso “Faça-se” , confiando no Amor e na
Providência Divina. “Eu gostaria com grande força e convicção, partindo da experiência
de uma longa vida pessoal, de vos dizer hoje, queridos jovens: não tenhais medo de
Cristo! Ele não tira nada, ele dá tudo » Papa Bento XVI - 24 de abril de 2005 no discurso
em que inaugurava seu Pontificado.
SÁBADO SANTO
Dia de silêncio dedicado à soledade da VIRGEM MÃE de JESUS. Termina com a solene
VIGÍLIA PASCAL.
Na sexta-feira e também no Sábado Santo, conforme as possibilidades, observa-se o
Jejum.
DOMINGO de PÁSCOA
São celebradas duas Missas: a primeira, na “Noite Santa” é a mais solene, constitui o
cume da Solene Vigília Pascal. A partir do Glória, todos os sinos devem repicar.
Paramento: branco
Neste dia temos o grande hino do Anúncio da Páscoa: o Exultet. Extraordinário na sua
poesia, o latim, na sua métrica. Aproximadamente do sec V, está no centro da liturgia
latina. Além de lidíssima poesia, sua música levou Mozart ao ouvi-lo exclamar que
renunciaria a todas as suas obras para tê-lo composto.
Esse diálogo, do prefácio, deve ser feita por ministros ordenados, padre ou diáconos.
Este hino nos recorda que Cristo, com Seu Sangue Precioso, nos resgata por causa do
pecado de Adão. Depois nos recorda do cordeiro imolado no Egito que aponta para o
Verdadeiro Cordeiro que é Cristo Imolado. Celebramos a noite que liberta do pecado,
restitui a Graça e reúne na Comunhão dos Santos. Narra a noite da Ressurreição e nos
lembra que de nada nos valeria ter nascido se por Cristo não fôssemos resgatados,
redimidos. Canta-se com bravura a condescendência da Graça que para resgatar o
escravo, entrega o Filho. Algo impensável.
E o canto paradoxal, quando louvamos a Deus pelo pecado de Adão: oh feliz culpa!
Esta é a chave de leitura para todo escândalo da Cruz – Deus não permitiria o mal se
dele não pudesse tirar um bem maior, nos ensina Santo Agostinho. Aqui, claramente,
se coloca as consequências disso tudo, os frutos dessa Redenção – a escuridão é
iluminada, são afugentados os crimes, são lavadas as culpas, se restitui a inocência aos
pecadores, a alegria aos tristes, derruba os poderosos, dissipa o ódio, restabelece a
concórdia e a paz. Cristo morre e nos dá tudo isso e o mundo parece não notar.
“Felizes os que tem olhos de ver” Somente aos olhos da fé é permitido ver tudo isso,
esses frutos que já estão lá.
E, por fim, uma oração dirigida ao Pai, um sacrifício vespertino que ergue as mãos para
Deus, e a Ele apresenta a Santa Igreja na oblação deste Círio e pede, aceitai!
Conhecemos o sinal glorioso desse coluna de cera, O Círio, continue ali brilhando
durante toda noite. Faz-se uma referência ao trabalho da abelho e os estudiosos
recordam o louvor da abelha feito por Virgílio e então se fala da claridade do Círio,
poeticamente unida as estrelas do céu, mas que anuncia um Luzeiro diferente: o Sol
Nascente que veio nos visitar. Podemos, então, cantar Aleluia, a Glória de Deus porque
O Cristo é o Sol Vencedor que vem dissipar as nossas trevas e dar sentido a nossas
vidas. Que a Páscoa seja isto para nós: uma celebração de ler, narrar e proclamar as
maravilhas de Deus na nossa vida, na nossa história concreta, para podermos enxergar
o dom invisível de Deus no nosso hoje, no hoje de nossa Igreja, no hoje de nossas
vidas.
Exulte de alegria a multidão dos Anjos, Ele pagou por nós ao eterno Pai
exultem as assembleias celestes, a dívida por Adão contraída
ressoem hinos de glória, e com seu Sangue precioso
para anunciar o triunfo de tão grande apagou a condenação do antigo
Rei. pecado.
Rejubile também a terra, Celebramos hoje as festas da Páscoa,
inundada por tão grande claridade, em que é imolado o verdadeiro
porque a luz de Cristo, o Rei eterno, Cordeiro,
dissipa as trevas de todo o mundo. cujo Sangue consagra as portas dos
Alegre-se a Igreja, nossa mãe, fiéis.
adornada com os fulgores de tão Esta é a noite,
grande luz, em que libertastes do cativeiro do
e ressoem neste templo as aclamações Egipto
do povo de Deus. os filhos de Israel, nossos pais,
E vós, irmãos caríssimos, e os fizestes atravessar a pé enxuto o
aqui reunidos para celebrar o Mar Vermelho.
esplendor admirável desta luz, Esta é a noite,
invocai comigo a misericórdia de Deus em que a coluna de fogo dissipou as
omnipotente, trevas do pecado.
para que, tendo-Se Ele dignado, sem Esta é a noite,
mérito algum da minha parte, que liberta das trevas do pecado e da
admitir-me no número dos seus corrupção do mundo
ministros, aqueles que hoje por toda a terra
infunda em mim a claridade da sua luz, creem em Cristo,
para que possa celebrar dignamente os noite que os restitui à graça
louvores deste círio. e os reúne na comunhão dos Santos.
V. O Senhor esteja convosco. Esta é a noite,
R. Ele está no meio de nós. em que Cristo, quebrando as cadeias da
V. Corações ao alto. morte,
R. O nosso coração está em Deus. Se levanta glorioso do túmulo.
V. Demos graças ao Senhor nosso De nada nos serviria ter nascido,
Deus. se não tivéssemos sido resgatados.
R. É nosso dever, é nossa salvação. Oh admirável condescendência da
É verdadeiramente nosso dever, é vossa graça!
nossa salvação Oh incomparável predileção do vosso
proclamar com todo o fervor da alma e amor!
toda a nossa voz Para resgatar o escravo entregastes o
os louvores de Deus invisível, Pai Filho.
omnipotente, Oh necessário pecado de Adão,
e do seu Filho Unigénito, Jesus Cristo, que foi destruído pela morte de Cristo!
nosso Senhor.
Oh ditosa culpa, perfume,
que nos mereceu tão grande Redentor! junte a sua claridade à das estrelas do
Oh noite bendita, céu.
única a ter conhecimento do tempo e Que ele brilhe ainda quando se
da hora levantar o astro da manhã,
em que Cristo ressuscitou do sepulcro! aquele astro que não tem ocaso,
Esta é a noite, da qual está escrito: Jesus Cristo vosso Filho,
A noite brilha como o dia que, ressuscitando de entre os mortos,
e a escuridão é clara como a luz. iluminou o género humano com a sua
Esta noite santa afugenta os crimes, luz e a sua paz
lava as culpas; e vive glorioso pelos séculos dos
restitui a inocência aos pecadores, dá séculos.
alegria aos tristes; Amém.
derruba os poderosos, dissipa os ódios,
estabelece a concórdia e a paz.
Nesta noite de graça,
aceitai, Pai santo, este sacrifício
vespertino de louvor,
que, na solene oblação deste círio,
pelas mãos dos seus ministros Vós
apresenta a santa Igreja.
Agora conhecemos o sinal glorioso
desta coluna de cera,
que uma chama de fogo acende em
honra de Deus:
esta chama que, ao repartir o seu
esplendor,
não diminui a sua luz;
esta chama que se alimenta de cera,
produzida pelo trabalho das abelhas,
para formar este precioso luzeiro.
Oh noite ditosa,
em que o céu se une à terra,
em que o homem se encontra com
Deus!
Nós Vos pedimos, Senhor,
que este círio, consagrado ao vosso
nome,
arda incessantemente para dissipar as
trevas da noite;
e, subindo para Vós como suave
Dividida em quatro partes: liturgia da luz, liturgia da Palavra, Liturgia Batismal, Liturgia
Eucarística
“Eu vivo, mas não eu, é Cristo quem vive em mim.” Gal 2,20
Nesta Vigília Pascal, Deus nos toma pela mão e nos conduz ao Céu. Esta é nossa
Vocação! Esse caminho tem um nome: SANTIDADE.
O Senhor morreu por nós! Que eu não passe um único dia de minha vida sem pensar e
sem anunciar Cristo! Que Cristo esteja presente em nós sempre!