Direito Fiscal I
Direito Fiscal I
Direito Fiscal I
30/09/2020
Programa da Unidade Curricular:
- Introdução;
- A relação jurídica tributária;
- O procedimento tributário.
Avaliação da Unidade Curricular:
Avaliação distribuída- 2 frequências cada a 50%
Avaliação final- 100%
Código para a disciplina:
Direito fiscal- 23º Edição
Legislação:
- Lei Geral Tributária (LGT);
- Código de Procedimento e Procedimento Tributário;
- Artigo 16º do Código do IRS (Imposto sobre Rendimento de Pessoas Singulares);
Conceito:
TRIBUTO- prestação pecuniária imposta por lei a um sujeito (sujeito passivo do tributo)
a favor de um ente, normalmente pública (excecionalmente privado), sem caráter
punitivo e destinado ao financiamento das despesas públicas.
Ou:
TRIBUTO- uma tributa é uma prestação patrimonial coativa, sem caráter punitivo,
estabelecido por lei a favor de uma entidade pública (excecionalmente privada) e que
tem como objetivo a cobertura de despesas públicas.
06/10/2020
Artigo 4º- LGT (Lei Geral Tributária)
3 tipos de tributos: Contribuições especiais; Impostos; Taxas.
- O direito tributário regula a criação dos tributos;
Conceito:
Taxas- são tributos que são impostos por lei a determinados sujeitos passivos, mas
com uma contrapartida de serviços ou benefícios, individualmente prestados ou
oferecidos a cada sujeito passivo ou a um benefício individualmente.
Por exemplo: - portagens da autoestrada; taxas de justiça (dos processos em
tribunais); propinas; taxa pela solicitação de licenças; taxa moderada do sistema de
saúde, Estas são exemplos de taxas individuais, ou seja, impostas a um sujeito passivo.
Estas taxas são caracterizadas pela sua bilateralidade, ou seja, o sujeito passivo paga,
mas em troca tem o benefício de algo.
Quando são criados novos impostos, estes têm que incidir sobre todas as pessoas. Por
exemplo: aprovação do imposto sobre veículos, este imposto será para todos os
sujeitos.
Desta forma, podemos dizer que os impostos são caracterizados pela sua
universalidade e generalidade. Os impostos não podem retroativos.
No que toca às contribuições especiais, estas são impostas sobre pessoas coletivas,
que beneficiam de serviços.
Solicitadoria
2020/2021
13/10/2020
Sujeitos:
- Capacidade Jurídico tributária:
A incapacidade de exercício em matéria tributária ocorre nos casos previstos no direito
civil: menores e maiores assistidos. A incapacidade é suprida através do instituto da
representação.
Representação voluntária concretizada através do mandato fiscal, artigo 5 do CPPT
(mandato tributário).
Caso Prático:
José foi encarregue pelo seu primo Nuno, que vive no Canadá de vigiar o correio que
chega a sua casa. Num certo dia, José encontra no correio uma carta das finanças, abre
e é uma notificação para pagar um imposto até ao dia 30 de novembro de 2020. José
paga o imposto no dia 20 de novembro de 2020. Tudo isto feito sem o consentimento
do primo Nuno, até ao dia 20 de dezembro, que é quando o primo chega para passar o
Natal.
Nessa altura, Nuno é obrigado a pagar ao primo o que ele gastou com o pagamento do
imposto?
Resposta: Artigo 17º LGT nº3; 468º nº1
O sujeito passivo em sentido escrito pode ser:
- o devedor originário ou por débito próprio: aquele sobre quem a lei impõe
originariamente a obrigação de pagar o tributo
- um devedor secundário ou devedor por débito de terceiro ou responsável tributário;
Devedor originário: - Contribuinte direto;
- Substituto.
Devedor secundário: Responsável tributário
Facto tributário- é o facto que faz nascer a obrigação tributária; é também o facto que
justifica o tributo.
Exemplo:
O Rui trabalha no continente 750 euros por mês. A entidade patronal retém 10%. No
entanto o Rui apenas recebe 675 euros.
- Artigo 20º substituto
nº2 tem casos em que não se verifica a retenção na fonte, nomeadamente o
imposto de selo;
Solicitadoria
2020/2021
Caso Prático:
Abel foi gerente, designado nos estatutos da sociedade Alfa Lda, no período de
1/01/2000 a 31/12/2015. No ano de 2019, a sociedade Alfa teve uma inspeção. Nessa
inspeção a Autoridade Tributária concluía que a sociedade Alfa reportou ganhos e
vendas a menos, nos anos de 2014 e 2015. Mais concretamente, o relatório da
inspeção considerou existirem as seguintes dívidas de imposto:
1- Uma dívida de IRC no valor de 100 000 euros respeitantes ao ano de 2014, o
qual deveria ser pago até 31 de maio de 2015
2- Uma dívida de IRC no valor de 50 000 euros respeitantes ao ano de 2015, o
qual deveria de pago até 31 de maio de 2016
Quando Abel terminou o seu mandato como gerente da Alfa foi substituído por Bela
que se mantém no cargo até hoje. Se Abel e a Bela podem ser chamados a pagar estas
dívidas e se sim em que alíneas do artigo 24º?
Resposta: Na 1º dívida a responsabilidade é de Abel por factos acontecerem no seu
mandato, artigo 24º nº1 A. O onús da prova recaí sobre ele alínea B e alínea A, a
autoridade tributária não tem de provar nada; Bela tem de provar que a
responsabilidade não é dela; Os prazos deram-se dentro do mandato, então a
autoridade tributária pode usar a alínea B; Na 2º dívida Abel, alínea A do artigo 24º e
Bela artigo 24º alínea B.
20/10/2020
Sujeitos:
-Casos de responsáveis tributários- artigo 26º
- Casos de responsáveis tributários- artigo 27º- fala do gestor de bens ou direitos de
não residentes, é a pessoa que se responsabiliza por as dívidas fiscais de um cliente, e
Solicitadoria
2020/2021
A retenção na fonte é feita à taxa de 12% (pessoa solteira e sem filhos), 1200x12%=144
euros
No final do ano as somas das retenções é 144x14=2016 euros
Rendimento global é de 26 000 euros, para este rendimento a taxa de IRS é de 25%.
Caso Prático:
Berta é trabalhadora na sociedade Alfa SA. Aufere um salário mensal de 1500 euros. A
sociedade está obrigada a efetuar retenção na fonte à taxa de 20%. A sociedade efetua
essa retenção, mas não entrega o imposto retido ao Estado.
a) Quem é o devedor originário desta dívida
Resposta: Devedor originário- sociedade
b) Quem é o contribuinte direto em relação a essa dívida?
Resposta: Contribuinte direto- Berta;
c) A sociedade é sujeita passivo desta dívida? Se sim, a que título?
Resposta: Sim ainda, a título substituto, artigo 28º nº1
Domicílio do sujeito
A questão do domicílio dos sujeitos passivos tem importância a dois níveis:
A- A um nível substantivo-determinar se o sujeito passivo é ou não residente para
efeitos tributários- Se tem domicílio em Portugal será por as leis de Portugal,
nomeadamente vai tributar aqui sobre os rendimentos e se não for residente
ao Portugal vai ser noutro pais.
B- A um nível adjetivo/procedimental- os sujeitos passivos são notificados e
citados no seu domicílio (salvo notificação eletrónica). - Problema que surge é
que as pessoas mudam muito de casa e o domicílio torna-se uma situação
complicada, porque tem de fazer alteração no registo civil.
Domicílio:
Sucessão Legal
Sub-rogação nos direitos da Fazenda Publica
Caso Prático
Alberto é dentista, tem um filho João. Alberto sofre um procedimento de inspeção tributaria
que se inicia no dia 1/10/2020. A contabilidade de alberto tem muitas irregularidades. Alberto
morre no dia 30/11/2020. No dia 15/12/2020 é encerrado o procedimento de inspeção e é
liquidado o imposto de 30.000€.
Artigo 29ººLGT, segundo o princípio da intransmissibilidade das dividas, a divida cabe João
ainda que não esteja liquidado.
O objeto principal dentro da relação jurídica fiscal (de imposto) é a divida de imposto.
A divida de imposto tem de ser determinada.
Grande parte de uma lei de imposto é composta pelas regras sobre como determinar a
divida de imposto.
A determinação da divida de imposto faz-se por várias fases:
03/11/2020
- Obrigações declarativas;
- Obrigação de manter contabilidade;
- Obrigação de emitir fatura;
- Obrigação de cobrar IVA.
Artigo 32º:
Dever de boa prática tributária:
Aos representantes de pessoas singulares e quaisquer pessoas que exerçam funções
de administração em pessoas coletivas ou entes fiscalmente equiparados incumbe,
nessa qualidade, o cumprimento dos deveres tributários das entidades por si
representadas.
Artigo 33º:
Caso Prático:
Duarte, advogado ao preencher a sua declaração de IRS de 2017 omitiu rendimentos
no valor de 20.000 euros. Duarte em 2021 teve uma inspeção e através das contas
bancárias a autoridade tributária detetou a omissão de rendimentos.
Consequentemente a autoridade tributária emitiu uma liquidação adicional de IRS para
o ano de 2017.
É importante saber que:
- a data limite para a entrega da declaração de IRS é 31 de maio de 2018
- o Duarte foi notificado da liquidação adicional no dia 30 de junho de 2021
Imposto em dívida= 20.000
taxa= 4%
Número de dias= 2018 junho 30; julho 31; agosto 31; setembro 30; outubro 31;
novembro 30; dezembro 31/ 2019= janeiro 31; fevereiro….. total são 1125 dias
Resposta: Há lugar a juros moratórios porque o contribuinte por facto assim imputado
retardou a liquidação. O prazo começa a contar-se a partir do dia 31.
J= 20.000x0.04x1125
365
= 2.465€
Caso Prático:
O Manuel tem um divida à AT de 30.000 euros. Vamos calcular o valor mínimo das
prestações que ele poderia conseguir.
O número não pode exceder as 36 prestações, logo a prestação mais pequena que ele
pode conseguir é 30.000/36= 833,33 artigo 196º Código de Procedimento e de
Processo Tributário nº4
Dívida 55000- artigo 196 nº5:
5 anos x 12 meses= 60 prestações
55000/60= 916, como é inferior a 10 UC (1020 euros)
55000/1020= 53,94 prestações
10/11/2020
Caso Prático
Abel foi notificado para pagar IRS no valor de 3000€ dentro de um
determinado prazo. Não pagou e foi instaurado um processo de execução
fiscal. Nessa altura Abel faz um pedido de pagamento em prestações que
lhe é deferido.
A fim de suspender a execução fiscal Abel tem que prestar garantia?
R: Não, porque até 5000€ é dispensado de prestar a garantia
Caso Prático:
Bernardo tem uma dívida tributária em processo de execução fiscal.
Apurado o IRS de 2020, apura-se um crédito de 1220€.
1- A autoridade tributária deve efetuar a compensação da dívida com
o crédito em questão? Não pode
2- Pode o bernardo pedir a compensação com a divida que esta em
execução fiscal? Sim, artigo 90º nº1, esta compensação é possível
de ser feita com crédito de terceiros.
Pagamento indevido da prestação tributária:
Direito a juros indemnizatórios- artigo 43º da LGT
- São devidos juros indemnizatórios quando se determine, em reclamação
graciosa ou impugnação judicial, que houve erro imputável aos serviços de
que resulte pagamento da dívida tributária em montante superior ao
legalmente devido;
- Considera-se também haver erro imputável aos serviços nos casos em
que apesar, de a liquidação ser efetuada com base na declaração do
contribuinte, este ter seguido, no seu preenchimento, as orientações
genéricas da administração tributária, devidamente publicadas.
São também devidos juros indemnizatórios nas seguintes circunstâncias:
Solicitadoria
2020/2021
Caso Prático:
Maria foi notificada no dia 2 de janeiro de 2018 para pagar uma dívida de
IVA até ao dia 28 de fevereiro de 2018. Maria não paga. É instaurada
execução fiscal, e Maria continua a não pagar. No processo de execução
fiscal é penhorado um imóvel pertencente a Maria. O imóvel é vendido no
dia 15 de dezembro de 2020. A autoridade tributária tem o direito de,
com o produto da venda, cobrar não apenas o valor do imposto em dívida,
mas também dos juros de mora devidos. Dívida de 5000€.
Resposta: Termo inicial 28/02/2018 a 15/12/2020
2019- 4.225
2018-4.857
2020- 4.784
J de 2018= 5,000 x 4.857 x 306 / 365 = 203,59€
J de 2019= 5000 x 4.225 x 365 / 365 = 241,25€
J de 2020= 5000 x 4,784 x 349 / 365 = 163,24 €
Total dos juros de mora= 203,59€+241,25€+163,24€= 608,08€
Artigo 45º, quantificar a dívida e determinar que a divida existe e que o
valor é este. A dívida nasce quando se dá o facto tributário.
Caso Prático:
A autoridade tributária detetou através de análises cruzadas que Paula
não declarou todos os seus rendimentos do não de 2016 IRS. O IRS é um
imposto jurídico porque se paga todos os anos.
Qual é o termo de caducidade do direito à liquidação do imposto em
causa?
Resposta: O prazo conta-se a partir do termo, dia 31/12/2020.
Caso Prático:
Rosa comprou um apartamento por escritura pública no dia 1 de janeiro
de 2020. Qual é o termo de caducidade do direito à liquidação do direito
de imposto?
Resposta: A partir do dia 1 de janeiro de 2024 é que paga o imposto.
Solicitadoria
2020/2021
Caso Prático:
Diniz foi notificado para pagar o IVA do último trimestre de 2019,
cujo prazo de pagamento era o dia 15 de fevereiro de 2020.
Quando termina o prazo deste direito para pagamento do
imposto?
Resposta: Conta-se a partir do início de janeiro, ou seja, dia e de
2020, e termina no dia 1 de janeiro de 2025.