Doenças Da Cultura Do Alho e Cebola

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 87

Doenças da cultura do alho e

cebola
Allium sativum e
A. cepa (cebola)
Campo de cebola florido
1. Onion yellow dwarf virus – mosaico-em-faixas, nanismo amarelo ou crespeira,
2. Mosaico do alho – diversos vírus,
3. Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum – podridão bacteriana,
4. Burkholderia cepacia (=Pseudomonas cepacia) – podridão bacteriana da
escama,
5. Alternaria porri – mancha púrpura ou queima das do folhas,
6. Puccinia porri (=Puccinia allii) – ferrugem,
7. Glomerella cingulata (Colletotrichum gloesporioides f.sp. cepae) – antracnose
foliar, cachorro quente ou mal-das-sete-voltas,
8. Peronospora destructor – míldio,
9. Botryotinia squamosa (Botrytis squamosa) – queima das pontas,
10. Colletotrichum circinans (=C. dematium f.sp. circinans e Vermicularia
circinans) – antracnose da cebola branca,
11. Pyrenochaeta terrestris – raízes rosadas,
12. Stromatina cepivora = Sclerotium cepivorum – podridão branca,
13. Fusarium oxysporum f.sp. cepae – podridão basal, fusariose ou bico grande,
14. Phytophthora nicotianae - Murcha de phytophthora em cebola,
15. Tombamento, mela ou “damping off”
1 - Onion yellow dwarf virus - OYDV
Mosaico-em-faixas, nanismo amarelo ou crespeira
 Doença reduz a qualidade de sementes e bulbos plantas
afetadas – cebola
 Redução da produção 30%,
 Relatada no Brasil em 1966 em Indaiatuba, São José do Rio
Pardo SP e Igarapé MG

http://www.plantmanagementnetwork.org/pub/php/research/2008/garlic/
1 - Onion yellow dwarf virus - OYDV
Mosaico-em-faixas, nanismo amarelo ou crespeira
Sintomas
 Plantas infectadas apresentam menor porte,
 Doença inicia através de estrias cloróticas
longitudinais e amareladas na base das
primeiras folhas,
 Folhas - estrias isoladas até completo
amarelecimento, enrolamento, enrugamento e
queda das folhas,
 Bulbos - de tamanho reduzido – redução da
produção,
1 - Onion yellow dwarf virus - OYDV
Mosaico-em-faixas, nanismo amarelo ou crespeira
Sintomas
 Hastes florais – intenso
amarelecimento, enrolamento e
enrugamento, inflorêscencia
menor e com menor número de
flores,
 Sementes – de baixa qualidade
1 - Onion yellow dwarf virus - OYDV
Mosaico-em-faixas, nanismo amarelo ou crespeira

http://www.plantwise.org/default.aspx?site=234&page=4393&speciesID=30286&dsID=37485
1 - Onion yellow dwarf virus - OYDV
Mosaico-em-faixas, nanismo amarelo ou crespeira

Etiologia:
 Gênero Potyvirus,
 Família Potyviridae,
 Partículas compostas de RNA
de fita simples, alongadas e
flexuosas,
 722-820 nm comprimento, 16
nm diâmetro,
 Microscópio eletrônico –
observa-se inclusões em
forma de cataventos
1 - Onion yellow dwarf virus - OYDV
Mosaico-em-faixas, nanismo amarelo ou crespeira

Etiologia:
 Gama de hospedeiros
 Liliáceas (alho e cebola),
 Espécies ornamentais gênero Allium,
 Chalota (Allium cepa var. ascalonicum)
 Cebolinha (Allium fistulosum)
 Vírus mantem-se em bulbos,
canteiros de mudas e plantas
voluntárias,
1 - Onion yellow dwarf virus - OYDV
Mosaico-em-faixas, nanismo amarelo ou
crespeira
Etiologia:
 Transmissão: pulgões – maneira não
persistente – aquisição e inoculação
ocorrem durante as picadas de prova
 Aphys gossypii,
 Myzus persicae
 Macrosiphum ambrosiae
 Transmissão através da propagação
vegetativa das culturas,
 Não é transmitido por sementes
verdadeiras ou polén.
1 - Onion yellow dwarf virus - OYDV
Mosaico-em-faixas, nanismo amarelo ou crespeira
Controle
 Uso de material propagativo sadio,
 Cultivo em áreas livres do vírus, longe de culturas ou plantas voluntárias
infectadas,
 Evitar o plantio da cebolinha (fonte de inóculo) nas proximidades do cultivo da
cebola,
 Controle do vetores – por pulverizações com inseticidas NÃO é eficiente –
 vírus transmitido de maneira não circulativa,
 a transmissão ocorre em poucos segundos durante a picada de prova, antes que o
inseticida possa exercer efeito sobre o inseto vetor,
 Rotação de culturas,
 Cebola – uso de sementes verdadeiras mais indicado que a propagação
vegetativa,
 Uso de bulbos – propagação vegetativa – oriundos de plantas sadias,
 Eliminação de plantas doentes e plantas hospedeiras de afídeos,
 Indexação do material de propagação vegetativa (mudas e bulbilhos),
 Clones livres de vírus – cultura de meristemas,
 Variedades tolerantes: Granex Precoce, Híbrida Granex Ouro, Pêra IPA3, Roxa
do Barreiro, São Paulo, Tupungato, Mutuali IPA 8 e Texas Grano 502 PRR
2 - Mosaico do alho
Diversos vírus

 Plantas de alho mostrando sintomas de mosaico


podem estar infectadas por diferentes espécies de
vírus, isoladamente ou frequentemente em
complexos
2 - Mosaico do alho
Diversos vírus
Sintomas
 Mosaico típico – mistura de
áreas com matizes de verde,
clorótico ou amarelo,
distribuídos irregularmente
pela superfície da folha,
 Sintomas de riscas ou
mosqueado nas folhas é mais
pronunciado em folhas jovens,
 Redução do tamanho das
plantas e bulbos
2 - Mosaico do alho
Diversos vírus
Etiologia
 Gêneros:
 Potyvirus,
 Garlic yellow stripe virus – GYSV,
 Onion yellow dwarf virus – OYDV,
 Leek yellow stripe virus – LYSV,
 Carlavirus,
 Garlic mosaic virus – GarMV,
 Garlic common latent virus – GarCLV,
 Allexivirus
 Onion mite-borne latent virus – OMbLV
 Transmissão e disseminação
 Propagação vegetativa alho
 Potyvirus - transmitidos por pulgões de maneira não persistente
2 - Mosaico do alho
Diversos vírus
Controle:
 Obtenção de plantas livres de vírus para
propagação,
 Programas de produção e certificação de material
propagativo – cultura de meristemas,
 Seleção de bulbilhos grandes para o plantio,
 Práticas culturais:
 Evitar plantios sucessivos,
 Evitar culturas novas próximas às mais velhas,
 Controlar as plantas daninhas hospedeiras de afídeos,
 Eliminar restos de culturas contaminados.
3- Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum
Podridão bacteriana ou podridão mole

 Ocorrência durante o armazenamento de bulbos de


cebola,
 Podendo causar prejuízos de até 100%,
 Doença pode iniciar seu desenvolvimento no
campo durante a maturação dos bulbos, se houver
chuva antes da colheita,
 A bactéria destrói os tecidos foliares mortos e
progride até atingir as escamas dos bulbos levando
ao apodrecimento.
3- Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum
Podridão bacteriana ou podridão mole

Sintomas:
 Escamas externas dos bulbos
afetados ficam encharcados,
com coloração amarelada a
marrom-claro,
 Escamas tornam-se moles e
pegajosas, causando o
amolecimento do interior do
bulbo,
 Liberação líquido viscoso e fétido
– extravasamento do conteúdo
das células do tecido
3- Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum
Podridão bacteriana ou podridão mole
Sintomas

Pectobacterium

Maceração
3- Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum
Podridão bacteriana ou podridão mole

Etiologia
 Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum (=Erwinia
carotovora subsp. carotovora),
 Umidade em torno 100%, temperatura 20-30oC,
 Sobrevive saprofiticamente no solo, na ausência do hospedeiro,
 Restos de cultura contaminado – fonte primária do inóculo,
 Disseminação da bactéria pela água da chuva, irrigação, insetos,
implementos agrícolas, homem – tratos culturais,
 Ferimentos favorece a penetração ou queimaduras pelo sol
favorecem a penetração da bactéria nas escamas mais externas,
progredindo para interior do bulbo.
3- Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum
Podridão bacteriana ou podridão mole

Controle
 Durante a colheita
 Bulbos devem estar bem amadurecidos para que percam
o máximo possível de água, antes da colheita,
 Cura perfeita evitando exposição dos bulbos ao sol,
 Armazenamento a 0oC e umidade relativa 70%,
com boa ventilação, impede a condensação de
umidade na superfície dos bulbos.
4- Burkholderia cepacia (=Pseudomonas cepacia)
Podridão bacteriana da escama

 Descrita pela primeira vez em 1977, no Rio de


Janeiro,
 Em 1984 em Guidoval e Rio Pomba MG,
 Infecção inicia-se no campo,
 Podendo ocasionar perdas que variam de 5 a 50%.
4- Burkholderia cepacia (=Pseudomonas cepacia)
Podridão bacteriana da escama
Sintomas
 No campo:
 Uma ou duas folhas vão
tornando de coloração
marrom clara,
 Desenvolvimento de podridão
aquosa na base das folhas,
seguindo para o pescoço
permitindo que as folhas
sejam arrancadas facilmente
do bulbo,
 Escamas externas tornam-se
infectadas, desenvolvendo
podridão úmida com coloração
variando de amarelo-pálido a
marrom-claro
 Bulbos infectados apresentam
odor de vinagre devido a
invasão por organismos
secundários.
4- Burkholderia cepacia (=Pseudomonas cepacia)
Podridão bacteriana da escama
Etiologia
 Burkholderia cepacia –
bactéria G(-), não
fluorescente, móvel com um
feixe de flagelos polar,
 Ótimo crescimento – 30-35oC
4- Burkholderia cepacia (=Pseudomonas cepacia)
Podridão bacteriana da escama

Etiologia
 Sobrevive no solo e na água,
 Infecção em cebola ocorre após a
bulbificação, favorecida pelo
acúmulo de água chuva e irrigação
e água contaminada nos tecidos do
pescoço dos bulbos,
 Penetração –ferimentos durante a
colheita ou processo de “estalo”
quando as plantas atingem a
maturação e as folhas tombam.
4- Burkholderia cepacia (=Pseudomonas cepacia)
Podridão bacteriana da escama

Controle
 Cuidados devem ser tomados para que não haja
danificação das folhas e bulbos antes e durante a
colheita,
 Colheita dos bulbos quando completamente maduros e
a cura realizada imediatamente,
 Armazenamento dos bulbos a 0oC em local ventilado,
que impeça a condensação de água sobre os bulbos,
 Manejo da água de irrigação – principal forma de
disseminação da bactéria.
5- Alternaria porri
Mancha púrpura ou queima das do folhas

 Doença ocorre em todas as regiões onde se cultiva


alho e cebola, sendo mais severa em áreas com
clima úmido e quente,
 Perdas de 70% na produção,
5- Alternaria porri
Mancha púrpura ou queima das do folhas
Sintomas
 Nas folhas pequenas pontuações (2-3 mm),
aparência aquosa e formato irregular e centro
esbranquiçado,
 Em condições favoráveis as manchas
aumentam de tamanho, adquirem coloração
púrpura, com zonas concêntricas mais escuras
– frutificação do fungo,
 Lesões podem coalescer levando a murcha e
enrugamento das folhas à partir do ápice,
 Hastes florais e inflorescências de cebola
impede a formação de sementes,
 Chochas e enrugadas
 Quebra da haste na região da mancha
 Bulbos – podridão aquosa (colheita) e
enrugamento das escamas, coloração
amarelada, tornando-se avermelhadas,
marrom escuro a preta
5- Alternaria porri
Mancha púrpura ou queima das do folhas

Sintomas:
5- Alternaria porri
Mancha púrpura ou queima das do folhas
Etiologia:
 Fungo mitospórico,
 Conidióforos individuais, septados,
coloração palha a marrom,
 Conídios em forma de clava,
septos longitudinais a transversais
 Sobrevivência:
 Micélio ou esporos em restos
culturais,
 Alta umidade – formação de
conídios sobre restos culturais
 Disseminação:
 Respingos de chuva, água de
irrigação, vento onde os conídios
atingem as folhas de plantas em
desenvolvimento, • Gama de hospedeiros: cebola, alho,
 Temperatura 21-30oC alho-poró e cebolinha.
5- Alternaria porri
Mancha púrpura ou queima das do folhas
Controle:
 Uso de variedades resistentes:
 Barreiros, Precoce Piracicaba, Monte Alegre e Baia Periforme,
 Rotação de culturas,
 Eliminação de restos culturais contaminados,
 Aração profunda,
 Redução do período de molhamento foliar,
 Menor densidade de plantas,
 Evitar irrigações freqüentes,
 Fungicidas:
 Mancozeb, clorotalonil, propineb, iprodione e azoxistrobin,
 Pulverizações preventivas após o plantio aos :
 30 dias
 60-70 dias,
 90-100 dias
 Controle de trips – pois inseto abre as para entrada do fungo nas folhas
6- Puccinia porri (=Puccinia allii)
Ferrugem
Sintomas
 Plantas são suscetíveis em qualquer
estádio de desenvolvimento,
 Folhas pústulas pequenas, elípticas,
massa pulverulenta de cor amarela –
uredinósporos,
 Em estágio mais avançado os
teliósporos de coloração marrom escura
podem ser formados,
 Folhas severamente atacadas tornam-se
amareladas e morrem,
 Redução do tamanho dos bulbos,
 Em canteiros – leva a morte das plantas
6- Puccinia porri (=Puccinia allii)
Ferrugem
uredinósporos

teliósporos
6- Puccinia porri (=Puccinia allii)
Ferrugem
Etiologia:
 Fungo basidiomiceto, ordem Uredinales,
 Autotécio – com todas as fases do ciclo de vida ocorrendo em
um mesmo hospedeiro,
 Fases de pícnio e écio são raras na natureza,
 Alta umidade e baixo índice pluviométrico,
 Temperaturas abaixo de 100C favorecem a infecção,
 Plantas mais suscetíveis:
 Estressadas – excesso e falta de água,

 Adubações desequilibradas – excesso nitrogênio e MO

 Solos compactados
6- Puccinia porri (=Puccinia allii)
Ferrugem
Controle:

 Uso de variedades resistentes,


 Caiano Roxo, Gigante de Lavínia e Centenário,

 Evitar plantios adensados, solos compactados e de baixada,


 Adubações equilibradas – nitrogênio,
 Fungicidas
 Mancozeb, oxicloreto de cobre, propiconazole e tebuconazole
7- Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides f.sp.
cepae)
Antracnose foliar, cachorro quente ou mal-das-sete-voltas

 Ocorre em plantações de cebola desde a fase de


canteiro até a colheita e armazenamento,
 Pode causar perdas de 80 a 100%, principalmente
nas regiões sul e sudeste
7- Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides f.sp.
cepae)
Antracnose foliar, cachorro quente ou mal-das-sete-voltas
Sintomas:
 Canteiros – tombamento, mela ou
estiolamento,
 Mudas podem apodrecem antes da
emergência,
 Ficam recobertas por uma massa
rosada de esporos do fungo,
7- Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides f.sp.
cepae)
Antracnose foliar, cachorro quente ou mal-das-sete-voltas
Sintomas:
 Campo – doença distribui em

reboleiras,
 Folhas – enroladas, curvadas e
amareladas,
 Alongamento e rigidez do pescoço das
plantas – presença de pontuações
pretas – acérvulos do patógeno,
 Lesões alongadas, deprimidas, de
coloração parda – com numerosos
acérvulos – distribuídos em círculos
concêntricos
 Lesões podem coalescer provocando a
morte das folhas, que caem deixando os
talos nus – produção de bulbos
pequenos, que apodrecem rapidamente
no armazenamento
7- Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides f.sp.
cepae)
Antracnose foliar, cachorro quente ou mal-das-sete-voltas

https://www.agrolink.com.br/problemas/mal-das-sete-voltas_1809.html
7- Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides f.sp.
cepae)
Antracnose foliar, cachorro quente ou mal-das-sete-voltas
Sintomas:

 Altas umidades – a partir dos acérvulos são liberadas


massas gelatinosas de coloração rosada ou alaranjada –
esporos do fungo
7- Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides f.sp.
cepae)
Antracnose foliar, cachorro quente ou mal-das-sete-voltas
Etiologia:
 Colletotrichum gloeosporioides f.sp.
cepae – fungo mitospórico
 que produz acérvulos sobre uma base
estromática subcuticular que, na maturidade,
rompem a cutícula pela formação de
conidióforos e setas, expondo a frutificação
 Conídios – hialinos, unicelulares, asseptados e
cilíndricos com ápices obtusos,
 Formato elipsoidal distingue do C. circinans,

 Sobrevivência:
 Solo, restos de cultura e sementes,
7- Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides f.sp.
cepae)
Antracnose foliar, cachorro quente ou mal-das-sete-voltas
Etiologia:
 Disseminação:
 Longas distâncias: sementes, bulbilhos e mudas
contaminadas,
 Curtas distâncias: dentro de um mesmo campo,
planta para outra – conídios disseminados pelos
respingos de água de chuva ou irrigação, que
dissolve a massa mucilaginosa,
 Conídios depositados sobre o hospedeiro
 alta umidade e temperaturas 23-30oC ,
 Germinam formando o tubo germinativo, apressório
e penetração direta através da cutícula
7- Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides f.sp.
cepae)
Antracnose foliar, cachorro quente ou mal-das-sete-voltas
Controle

 Fungicidas
 benzimidazóis
 Variedades resistentes – ciclo curto
 Barreiro
 Híbridos resistentes – ciclo curto
 Baia Periforme, Pira Ouro, Pira Lopes, Pira Tropical
8- Peronospora destructor
Míldio

 Ocorrência
generalizada, em
condições de frio e alta
umidade durante época
de cultivo
 Importante nas regiões
serranas e sul do país
8- Peronospora destructor
Míldio
Sintomas
 Folhas – lesões grandes 3-30
cm comprimento, alongadas
no sentido das nervuras, zonas
concêntricas de tecido
clorótico e várias tonalidades
de verde, com centro
necrótico, muitas vezes
recobertas por eflorescência
de coloração violeta,
especialmente em períodos de
maior umidade
 Folhas tornam-se amarelecidas
podendo-se dobrar e morrer
8- Peronospora destructor
Míldio
Sintomas
 Pode ocorrer a invasão dos
tecidos afetados por Alternaria,
que esporulam sobre as
lesões, mascarando os
sintomas de míldio,
dificultando a diagnose,
 Hastes florais – lesões muito
semelhantes às das folhas
 Pode ocorrer quebra da haste
floral que não sustenta o peso
da inflorescência
 Fungo pode afetar as flores,
sendo carregado pelas
sementes,
8- Peronospora destructor
Míldio
Sintomas
 Pode ocorrer infecção
sistêmica de plantas
provenientes de bulbos
infectados,
 Ficando subdesenvolvidas,
 nas folhas manchas brancas
que podem ser confundidas
com Botrytis e tripes
8- Peronospora destructor
Míldio
Etiologia
 Doença causada pelo fungo
Peronospora destructor,
 Classe do Oomycetes,
 Ordem Peronosparales,
 Produz esporangióforo não septados
 Micélio cenocítico – não apresenta
septos, gs=espornangio germinativo

 Produz oósporos globosos sp=esporangióforo


s=esporangio
 Sobrevivência
 Zoósporos - Plantas voluntárias de
cebola
 Micélio – bulbos e sementes infectadas
8- Peronospora destructor
Míldio
Etiologia
 Disseminação
 Esporângios carregados pela por correntes
de ar e água,
 Temperaturas baixa inferior a 22oC,
UR>95%

gs=espornangio germinativo
sp=esporangióforo
s=esporangio
8- Peronospora destructor
Míldio
Controle

 Evitar solos mal drenados e sujeitos a alta umidade relativa do ar,


 Plantio de bulbos sadios,
 Evitar espaçamento adensado,
 Irrigação por sulco em vez de aspersão,
 Pulverização com fungicidas
 Cobre, metalaxyl e ditiocarbamatos,
 Presença de ceras na folha – torna as pulverizações insatisfatórias
9- Botryotinia squamosa (Botrytis squamosa)
Queima das pontas
 Difícil o diagnóstico da doença, devido
os sintomas serem semelhantes aos
ocasionados por seca, excesso de
umidade no solo, oxidação por ozônio,
ataque de tripes,
 Difícil isolamento do agente causal
9- Botryotinia squamosa (Botrytis squamosa)
Queima das pontas
Sintomas

 Pequenas manchas
esbranquiçadas – 2mm Ø,
 Morte progressiva dos
ponteiros, diretamente
proporcional ao número de
lesões na folha,
 As lesões nas folhas ocorrem
quando os bulbos ainda não
estão formados –
permanecendo pequenos com
tecidos do pescoço amolecidos
9- Botryotinia squamosa (Botrytis squamosa)
Queima das pontas
Sintomas
 Após a colheita os bulbos
tornam suscetíveis ao ataque de
vários microrganismos
causadores de podridões pós-
colheita
 Fungo pode ocorrer em
canteiros, causando a morte de
plântulas
9- Botryotinia squamosa (Botrytis squamosa)
Queima das pontas
Etiologia

 Botryotinia squamosa fase perfeita


 Botrystis squamosa fase imperfeita
 possui micélio hialino, com
ramificações que podem dar origem a
conidióforo que sustentarão os
conídios
 Pode haver formação de escleródios
sobre o restos de cultura ou na
região do pescoço dos bulbos
9- Botryotinia squamosa (Botrytis squamosa)
Queima das pontas
Etiologia
 Temperatura amena 20-25oC
 Umidade relativa acima 75%,
ocorrência de cerração e sol forte,
 Folhas mais velhas são mais
suscetíveis à infecção,
 Fungo não consegue penetrar
diretamente pela superfície de folhas
jovens
 Importância ferimentos – tripes,
queimaduras pelo sol – favorecendo à
infecção
 Sobrevivência entre estações de cultivo,
 Escleródios no solo, micélio em bulbos e restos de cultura
 Cebolinha japonesa (Allium fistulosum) – resistente,
 Cebolinha (A. schoenoprasum) - imune
9- Botryotinia squamosa (Botrytis squamosa)
Queima das pontas
Controle

 Fungicidas
 Benzimidazóis,
 Plantio em locais e épocas não sujeitos à ocorrência de
cerrações,
 Evitar plantios adensados,
 Eliminação ou incorporação de restos culturais,
 Rotação de culturas
10 - Colletotrichum circinans (=C. dematium f.sp.
circinans e Vermicularia circinans),
Antracnose da cebola branca
 Bulbos coloridos são resistentes, tendo
importância mais restrita,
 Podendo causar danos quando ocorre
na fase de canteiros de mudas
10 - Colletotrichum circinans (=C. dematium f.sp.
circinans e Vermicularia circinans),
Antracnose da cebola branca
Sintomas

 Ocorre nas escamas mais externa


dos bulbos brancos,
 Estromas subcuticulares verde-
escuros, que tornam-se pretos
com o passar do tempo,
 Alta umidade há formação de
acérvulos com massa de esporo
creme,
 Pode ser confundida com
Sclerotium e carvão
10 - Colletotrichum circinans (=C. dematium f.sp.
circinans e Vermicularia circinans),
Antracnose da cebola branca
Etiologia

 Colletotrichum circinans – micélio


septado, ramificado, hialino
quando novo, tornando-se escuro
 Conídios hialinos, fusiformes,
unicelulares, acérvulos ricos em
setas,
 Pode produzir clamidósporos
intercalares nas hifas
 Sobrevivência
 solo, na forma de estromas em
restos culturais e escamas de
cebola, ainda como saprófica,
 Infecção – direta pela cutícula
10 - Colletotrichum circinans (=C. dematium f.sp.
circinans e Vermicularia circinans),
Antracnose da cebola branca
Etiologia

 Temperatura 10-32oC,
 Germinação dos esporos e
infecção 13-25oC,
 Umidade elevada – essencial para
formação e disseminação dos
conídios,
 Através de respingos de água de
chuva e irrigação
10 - Colletotrichum circinans (=C. dematium f.sp.
circinans e Vermicularia circinans),
Antracnose da cebola branca
Etiologia

 Ocorrência da infecção e invasão


dos tecidos são restringidos
pela
 presença de compostos
fenólicos pré-formandos –
catecol e piracatecol
 Presentes em variedades de
bulbo colorido – condiciona
resistência,
 Previnem a germinação dos
conídios

 Variedades brancas não


possuem tais substâncias
10 - Colletotrichum circinans (=C. dematium f.sp.
circinans e Vermicularia circinans),
Antracnose da cebola branca
Controle

 Uso de variedades de escamas coloridas


 Quanto utilizar variedades brancas,
 fazer rotação de culturas,
 Promover boa drenagem do solo,
 Eliminar restos culturais contaminados para reduzir inóculo
inicial,
 Proteger os bulbos da chuva,
 Usar sementes sadias,
 Estocar os bulbos em temperaturas baixa 0oC e umidade em
torno 65%.
11 - Pyrenochaeta terrestris
Raízes rosadas

 Pode causar redução de 60


a 80% no peso dos bulbos,
 Alguns isolados do
patógeno podem infectar
pimenta, tomate, soja,
trigo, melancia, pepino,
berinjela
 Mais devastadora em áreas
de clima quente.
11 - Pyrenochaeta terrestris
Raízes rosadas
Sintomas
 Mais comuns em plantas próximas
à maturidade,
 Alteração da cor das raízes,
inicialmente rosadas, passando
para vermelho, púrpura, pardo e
preto,
 Resultando na redução de
suprimento nutricional da planta,
 Formação de bulbos menores

 Plântulas infectadas em fase de


canteiros podem morrer ou ficar
menores, dando origem a bulbos
enrugados e menores,
 Plantas doentes são facilmente
arrancadas do solo.
Difícil isolamento do fungo das raízes, deve-se colocar gaze sobre o meio de cultura.
11 - Pyrenochaeta terrestris
Etiologia Raízes rosadas
 Pyrenochaeta terrestris fungo
mitospórico,
 produz picnídios ostiolados providos
de setas, globosos, onde são
produzidos conídios unicelurlares,
hialinos, oblongo-ovóides,
 Picnídios formam sobre as raízes ou
escamas basais de plântulas o
plantas adultas de cebola,
 Micélio septado, pode ser formado
clamidósporos nas raízes

Microesclerócios
11 - Pyrenochaeta terrestris
Etiologia Raízes rosadas
 Fungo habitante de solo,
 Capaz de sobreviver a uma profundidade de
45 cm, possivelmente na forma de picnídios e
clamidósporos
 Restos de cultura de plantas suscetíveis,
 Penetração
 Diretamente pela cutícula, produzindo uma série
de toxinas envolvidas na patogênese,
 Temperatura 24-28oC,
 Presença de alta umidade do solo durante
períodos prolongados
11 - Pyrenochaeta terrestris
Raízes rosadas
Controle

 Rotação de culturas por pelo menos 3 anos, com


plantas não suscetíveis ao fungo
 (pimenta, tomate, soja, trigo, melancia, pepino, berinjela)
 Uso de variedades resistentes
 Barreiro, Baia Periforme, Granex
 No uso de variedades suscetíveis – Texas Grano
recomenda-se
 Tratamento do solo com fumigantes, solorização
 Controle da irrigação
12 – Stromatina cepivora (Sclerotium
cepivorum)
Podridão branca
 Ocorrência generalizada nas
regiões serranas de SP, MG e RS,
 Pode acarretar perdas de 100%
12 - Sclerotium cepivorum
Sintomas Podridão branca

 No campo – reboleiras
 Plantas subdesenvolvidas,
amareladas e morte das folhas
mais velhas, seguido de murcha e
apodrecimento dos bulbos.
12 - Sclerotium cepivorum
Sintomas Podridão branca

 Alta umidade, crescimento micelial


esbranquiçado (podridão branca) junto
ao solo e sobre os bulbos, formando
escleródios, dando aspecto
enegrecidos ao bulbos
 Raízes também sofre apodrecimento,
sendo as plantas facilmente arrancadas
do solo
 Presença de escleródios juntos aos
bulbos são importantes para a
diagnose da doença,
 Uma vez que os sintomas na parte
aérea da planta pode ser confundida
com outros agentes
12 - Sclerotium cepivorum
Etiologia Podridão branca
 Sclerotium cepivorum – não produz
esporos funcionais,
 Estruturas reprodutivas – escleródios,
que podem persistir no solo por mais
de 8 anos na ausência de plantas
hospedeiras,
 Disseminação • Escleródios podem ficar
 Bulbos contaminados, dormentes no solo, tendo sua
germinação estimulada por
 Água de chuva e irrigação,
compostos voláteis liberados
 Implementos agrícolas pelas raízes de plantas,
 Temperatura do solo 10-20oC favorece • Germinação se dá por meio
a infecção e desenvolvimento da de feixes de micélio que
doença, que é mais severa em podem surgir de diferentes
baixadas úmidas e com excesso de pontos do escleródio.
irrigação
12 - Sclerotium cepivorum
Controle Podridão branca

 Escolha de locais livre do patógeno,


 Escolha da época e locais menos favorável ao
desenvolvimento da doença,
 Rotação de culturas,
 Uso de variedade resistentes são pouco viáveis,
 Não há variedades resistentes,
 Baixa incidência - plantas infectadas devem ser destruídas e
solo tratado com fumigantes,
 Fungicidas
 Diniconazole, tebuconazole e fluazinan
 Solarização
13 - Fusarium oxysporum f.sp. cepae –
Podridão basal, fusariose ou bico grande
Sintomas
 Plantas podem ser infectadas em
qualquer fase de
desenvolvimento
 No campo em canteiros de
mudas,
 tombamento
 Em plantas mais desenvolvidas
 Amarelecimento das pontas das
folhas, que progride para a base
até que todo o limbo foliar seja
tomado
13 - Fusarium oxysporum f.sp. cepae –
Podridão basal, fusariose ou bico grande
Sintomas

 Raízes apresentam coloração


marron-escura, achatadas e
ocas,
 Muitas vezes as plantas afetadas
podem não apresentar sintomas,
mas cortando-se verticalmente o
bulbo pode-se observar
coloração marrom-escura no seu
interior
13 - Fusarium oxysporum f.sp. cepae –
Podridão basal, fusariose ou bico grande
Sintomas

 Bulbos – por ocasião da colheita,


ocorre podridão basal que
caminha para cima podendo
destruir totalmente os tecidos
 Condições de alta umidade –
crescimento cotonoso,
esbranquiçado, sobre o bulbo
afetado – micélio do fungo.
13 - Fusarium oxysporum f.sp. cepae –
Podridão basal, fusariose ou bico grande
Etiologia

 Fusarium oxysporum f.sp. cepae


fungo mitospórico,
 Produz clamidósporos e
microconídios unicelulares e
macronídios em forma de canoa com
3-4 septos
 Sobrevivência
 No solo na forma de
clamidósporos
 Infecção favorecida por
ferimentos causados por
outros patógenos
13 - Fusarium oxysporum f.sp. cepae –
Podridão basal, fusariose ou bico grande
Etiologia

 Disseminação
 Contato entre bulbos sadios
e doentes,
 Temperatura de 26-28oC,
 Fungo infecta
 Alho,
 Cebola,
 Cebolinha,
 Chalota,

Chalota
13 - Fusarium oxysporum f.sp. cepae –
Podridão basal, fusariose ou bico grande

Controle

 Rotação de culturas em locais há grande


incidência da doença, por períodos de 4 anos,
 Uso de sementes sadias,
 Drenagem de solos muito úmido,
 Prevenção de ferimentos,
 Cura bem feita,
 Armazenamento a 4oC e baixa umidade.
Fusarium Botrytis

Pectobacterium

Burkholderia cepacia
14 - Phytophthora nicotianae
Murcha de phytophthora em cebola

 Detectada
pela primeira
vez 2003 em
Monte Alto
SP, Esporângio
 Prejuízos de
70%
14 - Phytophthora nicotianae
Murcha de phytophthora em cebola
Sintomas
 Amarelecimento e murcha
gradativa das folhas,
encharcamento na região do
pescoço, culminando com a
morte da planta
 Doença afeta as variedades
 Mercedes, Princesa e
Duquesa
14 - Phytophthora nicotianae
Murcha de phytophthora em cebola
Evolução dos sintomas
14 - Phytophthora nicotianae
Murcha de phytophthora em cebola
Etiologia Esporângio

 Phytophthora nicotianae –
oomiceto, ordem Pythiales,
família Pythiaceae
 Produz esporos flagelados –
zoósporos no interior do
esporângios piriformes
 Favorecido por ambientes
encharcados com água livre,
condição que reproduz e
dissemina rapidamente.

sp - esporangióforo
14 - Phytophthora nicotianae
Murcha de phytophthora em cebola
Controle Esporângio

 Redução da água de irrigação, evitando promover encharcamento


do solo,
 Solo com boa drenagem,
 Imersão das mudas no fungiciada Metalaxyl, antes do
transplantio,
 Variedades resistentes
 Superex
 Elevação dos canteiros,
 Retardar o plantio das mudas para escapar do período mais
chuvoso
 Evitar acúmulo de matéria orgânica sobre o solo e próximo ao
pescoço das plantas.
15 - Tombamento, mela ou “damping off”
 Ocorre em estádios iniciais da cultura, levando a perdas das mudas
em canteiros e aparecimento de falhas na cultura em semeadura
direta:

1. Colletotrichum gloesporioides f.sp. cepae


2. Colletotrichum circinans
3. Pyrenochaeta terrestris
4. Sclerotium cepivorum
5. Fusarium oxysporum f.sp. cepae
6. Phytophthora nicotianae
7. Pythium

 Controle
 Tratamento de sementes: captan ou thiran,
 Solo com fumigantes PCNB
 Rotação de culturas
 Boa drenagem do solo
16 – Xanthomonas axonopodis pv. allii –
queima bacteriana
16 – Stemphylium vesicarium
Mancha foliar

Conídios de Alternaria

Afeta as folhas já infectadas por


Alternaria
Bibliografia

 AGRIOS, G.N. Plant Pathology. 5th ed. 2005. 922p.

 AMORIM, L., REZENDE, J.A.M., BERGAMIN FILHO, A. Manual de


Fitopatologia: princípios e controle. Vol 1. Ed. Ed. Agronômica
Ceres, São Paulo, 2011. 704 p.

 KIMATI, H., AMORIM, L., REZENDE, J.A.M.,BERGAMIN FILHO, A.;


CAMARGO, L.E.A.. Manual de Fitopatologia, Vol. II - Doenças das
Plantas Cultivadas. 4. Edição. Editora Agronômica Ceres Ltda, São
Paulo. 2005. 663p.

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy