A Importância Do Brincar Na Educação Infantil
A Importância Do Brincar Na Educação Infantil
A Importância Do Brincar Na Educação Infantil
RESUMO
O presente artigo visa analisara importância do brincar no desenvolvimento
e aprendizagem na educação infantil. Tem como objetivo conhecer o
significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados para
designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental compreender o
universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo,
aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói
conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os benefícios que o
brincar proporciona no ensino-aprendizagem infantil. Ainda este estudo traz
algumas considerações sobre os jogos, brincadeiras e brinquedos e como
influenciam na socialização das crianças. Portanto, para realizar este trabalho,
utilizamos a pesquisa bibliográfica, fundamentada na reflexão de leitura de
livros, artigos, revistas e sites, bem como pesquisa de grandes autores
referente a este tema. Desta forma, este estudo proporcionará uma leitura
mais consciente acerca da importância do brincar na vida do ser humano, e,
em especial na vida da criança.
Segundo Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais,
caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem
de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento
acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua
vida.Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades
importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda
propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como
afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
Para Vygotsky, citado por Baquero (1998), a brincadeira, o jogo são atividades
específicas da infância, na quais a criança recria a realidade usando sistemas
simbólicos. É uma atividade com contexto cultural e social. O autor relata
sobre a zona de desenvolvimento proximal que é a distância entre o nível
atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver,
independentemente, um problema, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um
adulto, ou de um companheiro mais capaz.
Santos (2002, p. 90) relata que “(...) os jogos simbólicos, também chamados
brincadeira simbólica ou faz-de-conta, são jogos através dos quais a criança
expressa capacidade de representar dramaticamente.” Assim, a criança
experimenta diferentes papéis e funções sociais generalizadas a partir da
observação do mundo dos adultos. Neste brincar a criança age em um mundo
imaginário, regido por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a
submissão às regras de comportamento e normas sociais a razão do prazer
que ela experimenta no brincar.
Segundo Craidy & Kaercher (2001) Vygotsky relata novamente que quando
uma criança coloca várias cadeiras uma através da outra e diz que é um trem,
percebe-se que ela já é capaz de simbolizar, esta capacidade representa um
passo importante para o desenvolvimento do pensamento da criança.
Brincando, a criança exercita suas potencialidades e se desenvolve, pois há
todo um desafio, contido nas situações lúdicas, que provoca o pensamento e
leva as crianças a alcançarem níveis de desenvolvimento que só as ações por
motivações essenciais conseguem. Elas passam a agir e esforça-se sem sentir
cansaço, não ficam estressadas porque estão livres de cobranças, avançam,
ousam, descobrem, realizam com alegria, sentindo-se mais capazes e,
portanto, mais confiantes em si mesmas e predispostas a aprender. Conforme
afirma Oliveira (2000, p. 19):
Segundo Vygotsky, Luria & Leontiev (1998, p. 125) O brinquedo “(...) surge a
partir de sua necessidade de agir em relação não apenas ao mundo mais
amplo dos adultos.”, entretanto, a ação passa a ser guiada pela maneira como
a criança observa os outros agirem ou de como lhe disseram, e assim por
diante. À medida que cresce, sustentada pelas imagens mentais que já se
formou, a criança utiliza-se do jogo simbólico para criar significados para
objetos e espaços.
Dessa forma, a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo
professor apenas para recrear as crianças, mas como atividade em si
mesma, que faça parte do plano de aula da escola. Pois, de acordo com
Vygotsky (1998) é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera
cognitiva. Porque ela transfere para o mesmo sua imaginação e, além
disso, cria seu imaginário do mundo de faz de conta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de pesquisa bibliográfica vemos que a criança aprende enquanto
brinca. De alguma forma a brincadeira se faz presente e acrescenta
elementos indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Assim,
a criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma relação natural
e consegue extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos,
passividades e agressividades, é por meio da brincadeira que a criança
envolve-se no jogo e partilha com o outro, se conhece e conhece o outro.
REFERÊNCIAS
BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Trad. Ernani F.
da Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação
infantil/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação
Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998, volume: 1 e 2.
CARVALHO, A.M.C. et al. (Org.). Brincadeira e cultura:viajando pelo Brasil
que brinca.São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.
CRAIDY, Carmem Maria, org; KAERCHER, Gladis E., org. Educação
infantil:pra que te quero?. Porto Alegre: Artmed, 2001.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio Escolar Século XXI: o
minidicionário da língua portuguesa. 4 ed. Rio de Janeiro: Editora Nova
Fronteira, 2003.
KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação.
São Paulo: Cortez, 2002.