A Importância Do Brincar Na Educação Infantil

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INTRODUÇÃO

Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato


que a criança pode reproduzir o seu cotidiano.O ato de brincar possibilita
o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da
reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma,
uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.

Para definir a brincadeira infantil, ressaltamos a importância do brincar


para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico,
social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Para tanto, se faz
necessário conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral sobre
à ludicidade que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja, de que
o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente
lazer, mas sim, um ato de aprendizagem. Neste contexto, o brincar na
educação infantil proporciona a criança estabelecer regras constituídas
por si e em grupo, contribuindo na integração do indivíduo na sociedade.
Deste modo, à criança estará resolvendo conflitos e hipóteses de
conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de
compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender e de
demonstrar sua opinião em relação aos outros. É importante perceber e
incentivar a capacidade criadora das crianças, pois esta se constitui numa
das formas de relacionamento e recriação do mundo, na perspectiva da
lógica infantil.

Neste sentido, o objetivo central deste estudo é analisar a importância


do brincar na Educação Infantil,pois, segundo os autores pesquisados,
este é um período fundamental para a criança no que diz respeito ao seu
desenvolvimento e aprendizagem de forma significativa.

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO


INFANTIL
EDUCAÇÃO
O presente artigo visa analisar a importância do brincar no
desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil.
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo
Monografias. O Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de
total responsabilidade do autor. Para acessar os textos produzidos pelo site,
acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO
O presente artigo visa analisara importância do brincar no desenvolvimento
e aprendizagem na educação infantil. Tem como objetivo conhecer o
significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados para
designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental compreender o
universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo,
aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói
conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os benefícios que o
brincar proporciona no ensino-aprendizagem infantil. Ainda este estudo traz
algumas considerações sobre os jogos, brincadeiras e brinquedos e como
influenciam na socialização das crianças. Portanto, para realizar este trabalho,
utilizamos a pesquisa bibliográfica, fundamentada na reflexão de leitura de
livros, artigos, revistas e sites, bem como pesquisa de grandes autores
referente a este tema. Desta forma, este estudo proporcionará uma leitura
mais consciente acerca da importância do brincar na vida do ser humano, e,
em especial na vida da criança.

Palavras-chave: Brincar, aprendizagem e desenvolvimento infantil,


educação infantil.
INTRODUÇÃO
Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a
criança pode reproduzir o seu cotidiano.O ato de brincar possibilita o
processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão,
da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação
estreita entre jogo e aprendizagem.

Para definir a brincadeira infantil, ressaltamos a importância do brincar para


o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural,
afetivo, emocional e cognitivo. Para tanto, se faz necessário conscientizar os
pais, educadores e sociedade em geral sobre à ludicidade que deve estar
sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz parte de uma
aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de
aprendizagem. Neste contexto, o brincar na educação infantil proporciona a
criança estabelecer regras constituídas por si e em grupo, contribuindo na
integração do indivíduo na sociedade. Deste modo, à criança estará
resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo,
desenvolvendo a capacidade de compreender pontos de vista diferentes, de
fazer-se entender e de demonstrar sua opinião em relação aos outros. É
importante perceber e incentivar a capacidade criadora das crianças, pois
esta se constitui numa das formas de relacionamento e recriação do mundo,
na perspectiva da lógica infantil.

Neste sentido, o objetivo central deste estudo é analisar a importância do


brincar na Educação Infantil,pois, segundo os autores pesquisados, este é um
período fundamental para a criança no que diz respeito ao seu
desenvolvimento e aprendizagem de forma significativa.

As implicações do ato de brincar no desenvolvimento


infantil
Brincar, segundo o dicionário Aurélio (2003), é "divertir-se, recrear-se,
entreter-se, distrair-se, folgar", também pode ser "entreter-se com jogos
infantis", ou seja, brincar é algo muito presente nas nossas vidas, ou pelo
menos deveria ser.

Segundo Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais,
caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem
de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento
acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua
vida.Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades
importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda
propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como
afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.

Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da psicologia


histórico-cultural, partiu do princípio que o sujeito se constitui nas relações
com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são
mediadas por ferramentas técnicas e semióticas. Nesta perspectiva, a
brincadeira infantil assume uma posição privilegiada para a análise do
processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de que
ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis. Ainda, o autor
refere-se à brincadeira como uma maneira de expressão e apropriação do
mundo das relações, das atividades e dos papéis dos adultos. A capacidade
para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos surge, nas
crianças, através do brincar. A criança por intermédio da brincadeira, das
atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações
vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos,
significados e atitudes.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil


(BRASIL, 1998, p. 27, v.01):

O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é


o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar
outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à
realidade de maneira não-literal, transferindo e
substituindo suas ações cotidianas pelas ações e
características do papel assumido, utilizando-se de
objetos substitutos.

Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-se a


vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o
mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como
funcionam as coisas.” Assim, destacamos que quando a criança brinca, parece
mais madura, pois entra, mesmo que de forma simbólica, no mundo adulto
que cada vez se abre para que ela lide com as diversas situações.

Portanto, a brincadeira é de fundamental importância para o


desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode transformar e
produzir novos significados. Nas situações em que a criança é estimulada, é
possível observar que rompe com a relação de subordinação ao objeto,
atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu caráter ativo, no curso
de seu próprio desenvolvimento.

A importância do brincar no universo lúdico (jogos,


brincadeiras e brinquedos)
O ato de brincar acontece em determinados momentos do cotidiano infantil,
neste contexto, Oliveira (2000) aponta o ato de brincar, como sendo um
processo de humanização, no qual a criança aprende a conciliar a brincadeira
de forma efetiva, criando vínculos mais duradouros. Assim, as crianças
desenvolvem sua capacidade de raciocinar, de julgar, de argumentar, de como
chegar a um consenso, reconhecendo o quanto isto é importante para dar
início à atividade em si.

O brincar se torna importante no desenvolvimento da criança de maneira que


as brincadeiras e jogos que vão surgindo gradativamente na vida da criança
desde os mais funcionais até os de regras. Estes são elementos elaborados que
proporcionarão experiências, possibilitando a conquista e a formação da sua
identidade. Como podemos perceber, os brinquedos e as brincadeiras são
fontes inesgotáveis de interação lúdica e afetiva. Para uma aprendizagem
eficaz é preciso que o aluno construa o conhecimento, assimile os conteúdos.
E o jogo é um excelente recurso para facilitar a aprendizagem, neste sentido,
Carvalho (1992, p.14) afirma que:

(...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de


fundamental importância, pois quando ela brinca, explora
e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de
esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo
adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto,
real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele
instante.
Carvalho (1992, p.28) acrescenta, mais adiante:

(...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir


um aspecto significativo e afetivo no curso do
desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se
modifica de ato puramente transmissor a ato
transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em
jogo.
As ações com o jogo devem ser criadas e recriadas, para que sejam sempre
uma nova descoberta e sempre se transformem em um novo jogo, em uma
nova forma de jogar. Quando a criança brinca, sem saber fornece várias
informações a seu respeito, no entanto, o brincar pode ser útil para estimular
seu desenvolvimento integral, tanto no ambiente familiar, quanto no
ambiente escolar.
É brincando que a criança aprende a respeitar regras, a ampliar o seu
relacionamento social e a respeitar a si mesma e ao outro. Por meio da
ludicidade a criança começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir,
respeitar e discordar de opiniões, exercendo sua liderança, e sendo liderados
e compartilhando sua alegria de brincar. Em contrapartida, em um ambiente
sério e sem motivações, os educandos acabam evitando expressar seus
pensamentos e sentimentos e realizar qualquer outra atitude com medo de
serem constrangidos. Zanluchi (2005, p.91) afirma que “A criança brinca
daquilo que vive; extrai sua imaginação lúdica de seu dia-a-dia.”, portanto, as
crianças, tendo a oportunidade de brincar, estarão mais preparadas
emocionalmente para controlar suas atitudes e emoções dentro do contexto
social, obtendo assim melhores resultados gerais no desenrolar da sua vida.

Entretanto, Vygotsky (1998) toma como ponto de partida a existência de uma


relação entre um determinado nível de desenvolvimento e a capacidade
potencial de aprendizagem. Defende a ideia de que, para verificar o nível de
desenvolvimento da criança, temos que determinar pelo menos, dois níveis
de desenvolvimento. O primeiro deles seria o nível de desenvolvimento
efetivo, que se faz através dos testes que estabelecem a idade mental, isto é,
aqueles que a criança é capaz de realizar por si mesma, já o segundo deles se
constituiria na área de desenvolvimento potencial, que se refere a tudo aquilo
que a criança é capaz de fazer com a ajuda dos demais, seja por imitação,
demonstração, entre outros. O que a criança pode fazer hoje com a ajuda dos
adultos ou dos iguais certamente fará amanhã sozinha. Assim, isso significa
que se pode examinar, não somente o que foi produzido por seu
desenvolvimento, mas também o que se produzira durante o processo de
maturação.

Para Vygotsky, citado por Baquero (1998), a brincadeira, o jogo são atividades
específicas da infância, na quais a criança recria a realidade usando sistemas
simbólicos. É uma atividade com contexto cultural e social. O autor relata
sobre a zona de desenvolvimento proximal que é a distância entre o nível
atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver,
independentemente, um problema, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um
adulto, ou de um companheiro mais capaz.

Na visão de Vygotsky (1998) o jogo simbólico é como uma atividade típica da


infância e essencial ao desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da
aquisição da representação simbólica, impulsionada pela imitação. Desta
maneira, o jogo pode ser considerado uma atividade muito importante, pois
através dele a criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, com
funções que ainda não amadureceram, mas que se encontram em processo de
maturação, ou seja, o que a criança irá alcançar em um futuro próximo.
Aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro
dia de vida, é fácil concluir que o aprendizado da criança começa muito antes
de ela freqüentar a escola. Todas as situações de aprendizado que são
interpretadas pelas crianças na escola já têm uma história prévia, isto é, a
criança já se deparou com algo relacionado do qual pode tirar experiências.

Vygotsky (1998, p. 137) ainda afirma “A essência do brinquedo é a criação de


uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual,
ou seja, entre situações no pensamento e situações reais”. Essas relações irão
permear toda a atividade lúdica da criança, serão também importantes
indicadores do desenvolvimento da mesma, influenciando sua forma de
encarar o mundo e suas ações futuras.

Santos (2002, p. 90) relata que “(...) os jogos simbólicos, também chamados
brincadeira simbólica ou faz-de-conta, são jogos através dos quais a criança
expressa capacidade de representar dramaticamente.” Assim, a criança
experimenta diferentes papéis e funções sociais generalizadas a partir da
observação do mundo dos adultos. Neste brincar a criança age em um mundo
imaginário, regido por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a
submissão às regras de comportamento e normas sociais a razão do prazer
que ela experimenta no brincar.

De acordo com Vygotsky (1998), ao discutir o papel do brinquedo, refere-se


especificamente à brincadeira de faz-de-conta, como brincar de casinha,
brincar de escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um
cavalo. Faz referência a outros tipos de brinquedo, mas a brincadeira faz-de-
conta é privilegiada em sua discussão sobre o papel do brinquedo no
desenvolvimento. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do
comportamento habitual, o mesmo contém todas as tendências do
desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte
de desenvolvimento.

A criança se torna menos dependente da sua percepção e da situação que a


afeta de imediato, passando a dirigir seu comportamento também por meio
do significado dessa situação, Vygotsky (1998, p.127) relata que “ No
brinquedo, no entanto, os objetos perdem sua força determinadora. A criança
vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim,
é alcançada uma condição em que a criança começa a agir
independentemente daquilo que vê.” No brincar, a criança consegue separar
pensamento, ou seja, significado de uma palavra de objetos, e a ação surge das
idéias, não das coisas.

Segundo Craidy & Kaercher (2001) Vygotsky relata novamente que quando
uma criança coloca várias cadeiras uma através da outra e diz que é um trem,
percebe-se que ela já é capaz de simbolizar, esta capacidade representa um
passo importante para o desenvolvimento do pensamento da criança.
Brincando, a criança exercita suas potencialidades e se desenvolve, pois há
todo um desafio, contido nas situações lúdicas, que provoca o pensamento e
leva as crianças a alcançarem níveis de desenvolvimento que só as ações por
motivações essenciais conseguem. Elas passam a agir e esforça-se sem sentir
cansaço, não ficam estressadas porque estão livres de cobranças, avançam,
ousam, descobrem, realizam com alegria, sentindo-se mais capazes e,
portanto, mais confiantes em si mesmas e predispostas a aprender. Conforme
afirma Oliveira (2000, p. 19):

O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a


fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da
criança e contribui para a não formação e até quebra de
estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da
boneca, por exemplo, a menina não apenas imita e se
identifica com a figura materna, mas realmente vive
intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser
uma mãe boa, forte e confiável.

Nesse caso, a brincadeira favorece o desenvolvimento individual da criança,


ajuda a internalizar as normas sociais e a assumir comportamentos mais
avançados que aqueles vivenciados no cotidiano, aprofundando o seu
conhecimento sobre as dimensões da vida social.

Segundo Vygotsky, Luria & Leontiev (1998, p. 125) O brinquedo “(...) surge a
partir de sua necessidade de agir em relação não apenas ao mundo mais
amplo dos adultos.”, entretanto, a ação passa a ser guiada pela maneira como
a criança observa os outros agirem ou de como lhe disseram, e assim por
diante. À medida que cresce, sustentada pelas imagens mentais que já se
formou, a criança utiliza-se do jogo simbólico para criar significados para
objetos e espaços.

Assim, seguindo este estudo os processos de desenvolvimento infantil


apontam que o brincar é um importante processo psicológico, fonte de
desenvolvimento e aprendizagem. De acordo com Vygotsky (1998), um dos
principais representantes dessa visão, o brincar é uma atividade humana
criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de
novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e/ou
adultos. Tal concepção se afasta da visão predominante da brincadeira como
atividade restrita à assimilação de códigos e papéis sociais e culturais, cuja
função principal seria facilitar o processo de socialização da criança e a sua
integração à sociedade.

Ensino-aprendizagem através do brincar na infância


Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar
é um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite,
através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. A
proposta do lúdico é promover uma alfabetização significativa na prática
educacional, é incorporar o conhecimento através das características do
conhecimento do mundo. O lúdico promove o rendimento escolar além do
conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. Assim, Goés (2008, p 37),
afirma ainda que:
...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser
melhorado, compreendidos e encontrar maior espaço para ser
entendido como educação. Na medida em que os professores
compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no
desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação
e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo.
Contudo, compreender a relevância do brincar possibilita aos professores
intervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o
prazer que o lúdico proporciona. Portanto, o brincarutilizado como
recurso pedagógico não deve ser dissociado da atividade lúdica que o
compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida
por normas e tempos determinados, por si só já favorece este mesmo
processo, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras
ocasiões. A incorporação de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática
pedagógica, podem desenvolver diferentes atividades que contribuem
para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados
construtivos tanto para crianças como para os jovens.

Para Vygotsky (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos,


brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja
desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e
recrie regras utilizadas pelo adulto.

O lúdico pode ser utilizado como uma estratégia de ensino e


aprendizagem, assim o ato de brincar na escola sob a perspectiva de Lima
(2005) está relacionada ao professor que deve apropriar-se de subsídios
teóricos que consigam convencê-lo e sensibilizá-lo sobre a importância
dessa atividade para aprendizagem e para o desenvolvimento da criança.
Oliveira (1997, p. 57) acrescenta o fato que a:

Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo


adquire informações, habilidades, atitudes, valores,
etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio
ambiente, as outras pessoas. É um processo que se
diferencia dos fatores inatos (a capacidade de
digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo)
e dos processos de maturação do organismo,
independentes da informação do ambiente (a
maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky,
justamente por sua ênfase nos processos sócio-
históricos, a idéia de aprendizado inclui a
interdependência dos indivíduos envolvidos no
processo. (...) o conceito em Vygotsky tem um
significado mais abrangente, sempre envolvendo
interação social.
Com isso, é possível entender que o brincar auxilia a criança no processo
de aprendizagem. Ele vai proporcionar situações imaginárias em que
ocorrerá no desenvolvimento cognitivo e facilitando a interação com
pessoas, as quais contribuirão para um acréscimo de conhecimento.

A essas ideias associamos nossas convicções sobre o brincar como prática


pedagógica, sendo um recurso que pode contribuir não só para o
desenvolvimento infantil, como também para o cultural. Brincar não é
apenas ter um momento reservado para deixar a criança à vontade em
um espaço com ou sem brinquedos e sim um momento que podemos
ensinar e aprender muito com elas. A atividade lúdica permite que a
criança se prepare para a vida, entre o mundo físico e social. Observamos,
deste modo que a vida da criança gira em torno do brincar, é por essa
razão que pedagogos têm utilizado a brincadeira na educação, por ser
uma peça importante na formação da personalidade, tornando-se uma
forma de construção de conhecimento.

Finalizando Gonzaga (2009, p. 39), aponta:

(...) a essência do bom professor está na habilidade


de planejar metas para aprendizagem das crianças,
mediar suas experiências, auxiliar no uso das
diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar
a rota quando necessário. Talvez, os bons professores
sejam os que respeitam as crianças e por isso levam
qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.

Importante para o desenvolvimento, físico, intelectual e social, o jogo


vem ampliando sua importância deixando de ser um simples divertimento
e tornando-se ponte entre a infância e a vida adulta. Vygotsky (1998)
afirma que o jogo infantil transforma a criança, graças à imaginação, os
objetivos produzidos socialmente. Assim, seu uso é favorecido pelo
contexto lúdico, oferecendo à criança a oportunidade de utilizar a
criatividade, o domínio de si, à firmação da personalidade, e o
imprevisível.

De acordo com Kishimoto (2002) o jogo é considerado uma atividade


lúdica que tem valor educacional, a utilização do mesmo no ambiente
escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino aprendizagem,
o jogo é um impulso natural da criança funcionando, como um grande
motivador, é através do jogo obtém prazer e realiza um esforço
espontâneo e voluntário para atingir o objetivo, o jogo mobiliza esquemas
mentais, e estimula o pensamento, a ordenação de tempo e espaço,
integra várias dimensões da personalidade, afetiva, social, motora e
cognitiva.
O desenvolvimento da criança e seu consequente aprendizado ocorrem
quando participa ativamente, seja discutindo as regras do jogo, seja
propondo soluções para resolvê-los. É de extrema importância que o
professor também participe e que proponha desafios em busca de uma
solução e de participação coletiva, o papel do educador neste caso será
de incentivador da atividade. A intervenção do professor é necessária e
conveniente no processo de ensino-aprendizagem, além da interação
social, ser indispensável para o desenvolvimento do conhecimento.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil


(BRASIL, 1998, p. 23, v.01):

Educar significa, portanto, propiciar situações de


cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de
forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação
interpessoal de ser e estar com os outros em uma
atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o
acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais
amplos da realidade social e cultural.

Por isso o educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser


um elemento essencial. Educar não se limita em repassar informações ou
mostrar apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência
de si mesmo, e da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a
pessoa possa escolher caminhos, aquele que for compatível com seus
valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada
um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular
Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30, v.01):

O professor é mediador entre as crianças e os objetos


de conhecimento, organizando e propiciando espaços
e situações de aprendizagens que articulem os
recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e
cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos
prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes
campos de conhecimento humano. Na instituição de
educação infantil o professor constitui-se, portanto,
no parceiro mais experiente, por excelência, cuja
função é propiciar e garantir um ambiente rico,
prazeroso, saudável e não discriminatório de
experiências educativas e sociais variadas.

Educar é acima de tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e


a construção do conhecimento. Segundo este processo educativo, a
afetividade ganha destaque, pois acreditamos que a interação afetiva
ajuda mais a compreender e modificar o raciocínio do aluno. E muitos
educadores têm a concepção que se aprende através da repetição, não
tendo criatividade e nem vontade de tornar a aula mais alegre e
interessante, fazendo com que os alunos mantenham distantes, perdendo
com isso a afetividade e o carinho que são necessários para a educação.

A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a


aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de aproximar o
sujeito e a ludicidade em parceria com professor-aluno, ajuda a
enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. E quando o educador dá
ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe-se
um maior encantamento do aluno, pois se aprende brincando.

Santos (2002) refere-se ao significado da palavra ludicidade que vem do


latim ludus e significa brincar. Onde neste brincar estão incluídos os
jogos, brinquedos e divertimentos, tendo como função educativa do jogo
o aperfeiçoamento da aprendizagem do indivíduo.
Assim, a ludicidade tem conquistado um espaço na educação infantil. O
brinquedo é a essência da infância e permite um trabalho pedagógico que
possibilita a produção de conhecimento da criança. Ela estabelece com o
brinquedo uma relação natural e consegue extravasar suas angústias e
entusiasmos, suas alegrias e tristezas, suas agressividades e passividades.

Ainda Santos (2002, p. 12) relata sobre a ludicidade como sendo:

“(...) uma necessidade do ser humano em qualquer


idade e não pode ser vista apenas como diversão. O
desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e
cultural, colabora para uma boa saúde mental,
prepara para um estado interior fértil, facilita os
processos de socialização, comunicação, expressão e
construção de conhecimento.”

Ao assumir a função lúdica e educativa, a brincadeira propicia diversão,


prazer, potencializa a exploração e a construção do conhecimento.
Brincar é uma experiência fundamental para qualquer idade,
principalmente para as crianças da Educação Infantil.

Dessa forma, a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo
professor apenas para recrear as crianças, mas como atividade em si
mesma, que faça parte do plano de aula da escola. Pois, de acordo com
Vygotsky (1998) é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera
cognitiva. Porque ela transfere para o mesmo sua imaginação e, além
disso, cria seu imaginário do mundo de faz de conta.

Portanto, cabe ao educador criar um ambiente que reúna os elementos


de motivação para as crianças. Criar atividades que proporcionam
conceitos que preparam para a leitura, para os números, conceitos de
lógica que envolve classificação, ordenação, dentre outros. Motivar os
alunos a trabalhar em equipe na resolução de problemas, aprendendo
assim expressar seus próprios pontos de vista em relação ao outro.

Oliveira (1997, p. 61) afirma que:

A implicação dessa concepção de Vygotsky para o


ensino escolar é imediata. Se o aprendizado
impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem um
papel essencial na construção do ser psicológico
adulto dos indivíduos que vivem em sociedades
escolarizadas. Mas o desempenho desse papel só se
dará adequadamente quando, conhecendo o nível de
desenvolvimento dos alunos, a escola dirigir o ensino
não para as etapas de desenvolvimento ainda não
incorporados pelos alunos, funcionando realmente
como um motor de novas conquistas psicológicas.
Para a criança que freqüenta a escola, o aprendizado
escolar é elemento central no seu desenvolvimento.

O processo de ensino e aprendizagem na escola deve ser construído,


então, tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real
da criança, num dado momento e com sua relação a um determinado
conteúdo a ser desenvolvido, e como ponto de chegada os objetivos
estabelecidos pela escola, supostamente adequados à faixa etária e ao
nível de conhecimentos e habilidades de cada grupo de crianças. O
percurso a ser seguido nesse processo estará demarcado pelas
possibilidades das crianças, isto é, pelo seu nível de desenvolvimento
potencial.

Enfim, estar ao lado do aluno, acompanhando seu desenvolvimento, para


levantar problemas que o leve a formular hipóteses. Brinquedos
adequados para idade, com objetivo de proporcionar o desenvolvimento
infantil e a aquisição de conhecimentos em todos os aspectos.

A partir da leitura desses autores podemos verificar que a ludicidade, as


brincadeiras, os brinquedos e os jogos são meios que a criança utiliza para
se relacionar com o ambiente físico e social de onde vive, despertando
sua curiosidade e ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, nos
aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo, e assim,
temos os fundamentos teóricos para deduzirmos a importância que deve
ser dada à experiência da educação infantil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de pesquisa bibliográfica vemos que a criança aprende enquanto
brinca. De alguma forma a brincadeira se faz presente e acrescenta
elementos indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Assim,
a criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma relação natural
e consegue extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos,
passividades e agressividades, é por meio da brincadeira que a criança
envolve-se no jogo e partilha com o outro, se conhece e conhece o outro.

Além da interação, a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam,


são fundamentais como mecanismo para desenvolver a memória, a
linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para
melhor desenvolver a aprendizagem. Brincando e jogando a criança terá
oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura
atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de
concentrar-se, dentre outras habilidades. Nessa perspectiva, as
brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir significamente para
o importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do
aluno.

Vemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer


idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada,
não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as
potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas
relações inter-pessoais e trocas recíprocas que se estabelecem durante
toda a formação integral da criança.

Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar


é muito importante, devido à influencia que os mesmos exercem frente
aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação,
torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem.

Conclui-se que o aspecto lúdico voltado para as crianças facilita a


aprendizagem e o desenvolvimento integral nos aspectos físico, social,
cultural, afetivo e cognitivo. Enfim, desenvolve o indivíduo como um
todo, sendo assim, a educação infantil deve considerar o lúdico como
parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na
aprendizagem da criança.

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