Apostila Lingua Portuguesa
Apostila Lingua Portuguesa
Apostila Lingua Portuguesa
Aderlan Silva
Língua Portuguesa:
Conteúdos & Métodos
Aderlan Silva
Sumário
Página 06
O Problema
1 e as causas
Página 14
O Ensino da
2 Língua Portuguesa
Página 22
Produção Textual:
3 Concepção de Texto, Gêneros Textuais e Ensino.
Página 27
Abordagens Didáticas Metodológicos dos
4 Conteúdos na Educação Infantil.
4
Apresentação da Disciplina
Ementa:
Panorama da atual situação do Ensino da Língua Portuguesa nas práticas de edu-
cação infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Estudos sobre a história da
Língua Portuguesa e da língua escrita. Reflexões sobre as práticas de linguagem oral,
leitura e produção escrita. Análise de propostas pedagógicas para o ensino da Língua
Portuguesa (PCN, Propostas Pedagógicas – Estadual e Municipal) e suas abordagens
didáticos metodológicos dos conteúdos de Língua Portuguesa na Educação Infantil e
nos cinco anos iniciais do Ensino Fundamental.
1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja
disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.
7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor apro-
veitamento da disciplina.
Este artigo tem como objetivo analisar as ações no contexto das dificuldades do en-
sino fundamental e médio de Língua Portuguesa enfrentadas atualmente no meio em
que vivenciamos, reunindo a teoria à prática, com a finalidade de ampliar o conheci-
mento, compartilhar e apresentar algumas sugestões. O desenvolvimento do projeto
deu-se através da prática exploratória. Para dar consistência ao presente trabalho, as
reflexões e análises da pesquisa foram descritas pelas concepções dos PCNs e LDB,
observando a prática pedagógica em escolas da rede pública e particular, tradicionais
ou de orientação construtivista, comecei a perceber a inconsistência da maioria das
atividades elaboradas nas aulas. Observação essa, que me levou a muitos questio-
namentos a respeito do ensino da língua materna. Quase não é necessário dizer que
todo o questionamento já traduzido na bagagem ganhou corpo e foi enormemente
aprofundado a partir de séries reflexões de autores como Marcos Bagno, Magna So-
ares, Paulo Freire, entre outros como eu, vêm mostrando a urgência da mudança.
Precisamos chegar a um consenso e uma prática eficaz no ensino da língua materna.
A LDB n° 9394 de 20/11/1996, estabelece, em seu Art. 36, que a língua portuguesa
será encarada como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício
da cidadania, contemplando, assim, todas as modalidades expressivas, sem encará-
-las de forma privilegiada ou não.
É preciso que o brasileiro aprenda a ser em sua própria língua. É preciso que ela
seja o seu maior instrumento de comunicação. O professor deve desenvolver a com-
petência comunicativa dos alunos, em vez de meramente mostrar-lhes regras grama-
ticais.
Não se esgota o assunto com a exposição feita aqui, entre outras razões, porque há
diversas outras técnicas, outros meios que ajudam a alcançar os objetivos do ensino
de língua materna.
1
O Problema e as causas
A maior evolução do desempenho dos estudantes foi nos anos iniciais do ensino
fundamental, do 1º ao 5º ano. Em língua portuguesa, no entanto o desempenho de
estudantes no ensino médio em português em 2015 foi pior que há 20 anos, segundo
dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). Os alunos até conseguem en-
trar no ensino superior, mas a queixa é generalizada: a prova de língua portuguesa é
de tirar do sério. Até mesmo os classificados:
- Detestam leitura;
- Têm ódio de redação;
- Não têm coragem nem capacidade de expor um assunto aos colegas em sala de aula.
Como pode? Não tiveram 11 anos de ensino de língua materna: oito no ensino fundamental
e mais três no ensino médio. É um fracasso quase generalizado. Quem não acredita é só olhar
os relatórios, as provas do ENEM…
O que ouve: Qual o problema? O ensino esta em crise. O que importa: qual é a solução deste
problema?
Tanto faz o nome, muda o nome de português, língua, comunicação e expressão em nada
muda. O rótulo não importa. Mas o que preocupa é o fato de ser a língua portuguesa um ins-
trumento de comunicação. Aí está a chave para resolvermos o problema.
1.1 Causas
da situação atual
Não vamos aqui procurar e punir os culpados. Os professores são antes vítimas do
que réus. Hoje reféns de uma realidade que lhes é amplamente desfavorável. Espera-
-se deles muito mais do que é possível realizar nas atuais condições das escolas, algo
que, aliás, não foi levado em conta em nenhuma mudança na política educacional
feita nos últimos trinta anos no Brasil.
A preocupação apenas: como conteúdo anual a ser ministrada, uma prática muita
usada na escola. A progressão continuada, sistema que não prevê reprovação nos
quatros primeira séries do ensino fundamental. Não que a reprovação, possa ser fa-
vorável ao ensino da língua, mas essa medida exigia maior carga horária, professores
com tempo maior para se dedicar a avaliação. Como a medida foi implantada sem
EAD / FACULDADE DO MACIÇO DE BATURITÉ
7
nenhum pré-requisito, uma massa de alunos passa pelos quatro primeiros anos da
escola sem aprender a escrever direito ou interpretar um texto. E é claro que a culpa
recai sobre o professor. Além de todas essas causas do nosso sistema, não podemos
esquecer-nos do fator cultural.
Algumas atitudes também contribuem para agravarem o problema: aceitação de
qualquer variante linguística; ampla aceitação de “gírias”, aceitação de “palavrões”,
péssima grafia (banida parece a caligrafia; o mais denso desleixo em relação ao nosso
idioma).
Pela democratização do ensino, que é uma necessidade de um ponto positivo. En-
quanto antes os professores eram da “elite” cultural e o alunos da elite social, tiveram
acesso ao ensino as largas camadas o que vemos: os professores não estão preparados
para receber essa camada que cada vez mais é marginalizada.
Fruto também da incompetência dos nossos governantes. Hoje, muitos alunos não
têm condições de estudo, por falta de saúde, de material (o bom seria que a escola
não precisasse dar merenda…). E muitos professores também não tiveram condições
de se tornarem bons professores e adquirir vasta cultura, característica de professores
antigos.
Com esse sistema educacional existente, o professor se ver obrigado trabalhar três
períodos, são mal remunerados, não têm tempo de continuar estudando. E não têm
tempo para o aperfeiçoamento. E, apesar disso, para salvar as aparências pede aos
alunos pesquisas (de 20 ou mais páginas) sobre os aspectos externos ou por certas
características desejáveis pelo professor. Não “lê”
o livro, não se aprecia a obra artística, mas encapa “direitinho” as folhas. O professor recebe
e muitas vezes não corrige e muito menos comenta os trabalhos. Isso não é pesquisa! É litera-
tura?
Aqui apontaremos algumas das causas mais frequentes. Abaixo seguem aqueles que já co-
nhecemos:
VAMOS
PENSAR:
1.2 A história da
Língua portuguesa e da língua escrita
A língua portuguesa é originária do latim vulgar. É adotada por cerca de 230 mi-
lhões de pessoas, sendo o oitavo idioma mais falado no planeta. Está presente em
quatro continentes.
Além do Brasil, o português também é o idioma de Angola, Cabo Verde, Guiné
Bissau, Moçambique, São Tome e Príncipe e, claro, Portugal. É hoje a segunda língua
de alguns países da África, da América, além de Macau e Goa.
Desde 1986, o português é uma das línguas oficiais da União Europeia. Em 1996,
foi criada a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). O objetivo da en-
tidade é aumentar a cooperação entre os países, criar parcerias e difundir o idioma.
1.2.1
Origem
Pré-românico:
surgidas a partir do latim vulgar (sermo vulgaris). O latim vulgar foi o idioma
levado pelos soldados para as áreas conquistadas no Império Romano porque era a
língua oficial de Roma.
Românico:
são as línguas que resultaram da diferenciação ou do latim levado pelos conquista-
dores romanos. Com as sucessivas transformações o latim é substituído por dialetos.
Desses, da transição iniciada no século V, surgem quatro séculos depois as demais
línguas românicas: francês, espanhol, italiano, sardo, provençal, rético, franco-pro-
vençal, dálmata e romeno. O português surge no século XIII.
Português Arcaico:
é o idioma falado entre o século XIII e a primeira metade do século XVI.
É nesse período que começam os estudos gramaticais da língua portuguesa.
Português Moderno:
é o idioma falado atualmente no Brasil e nos demais países lusófonos.
1.2.2
Histórias da Língua Portuguesa no Brasil.
Foi o processo de expansão territorial português que levou a língua a quatro conti-
nentes. Onde chegou, o idioma sofreu com as influências locais. No Brasil, por exem-
plo, há palavras em português que são de origem indígena ou negra. O Brasil também
apresenta imensa diversidade.
O termo usado para classificar os dialetos é a dialectologia. No Brasil, os estudiosos conside-
ram seis grupos dialectológicos. O grupo da região da Amazônia é denominado amazônico, e a
do nordeste, nordestino. O restante do país é dividido em baiano, fluminense, mineiro e sulista.
A região localizada no norte do Estado do Mato Grosso é classificada como incaracterística.
1.3
Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Fonte: http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/nova-ortografia-descomplicada-guia-pratico-completo
Fonte: http://www.tudosobreconcursos.com/
materiais/portugues/nova-ortografia-descomplicada-guia-pratico-completo
Atividades
Complementares
Disponível:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/158086/mod_resource/content/1/
TEYSSIER_%20HistoriaDaLingua Portuguesa.
pdf
1.4
Linguagem Oral
1.5
Linguagem Escrita
Exercícios de
Autoavaliação
QUESTÃO 01:
2
O Ensino da Língua Portuguesa
O ensino de Língua Portuguesa vem sendo alvo de muitas discussões, diversas
pesquisas e foco de diferentes preocupações por parte dos estudiosos e professores.
Muitos questionamentos permeiam a comunidade acadêmica na busca da definição
do objeto de ensino da língua. Não pretendemos, nesse trabalho, construir nenhuma
resposta a essa questão, mas nos propomos a discutir que para se definir o objeto de
ensino, precisamos partir do entendimento de que é necessário compreender a con-
cepção de linguagem que utilizamos em nossas ações pedagógicas.
Tomando por base os estudos de Azeredo (2007, p. 32) a preocupação com o ensino
de Português se limita a “1) Falar e escrever corretamente a língua (conhecimento da
língua) e 2) identificar, mediante a nomenclatura gramatical seus aspectos estruturais
(conhecimentos sobre a língua).” Notamos que as questões sociais não se constituem
Assim, Azeredo (2007, p. 33) destaca que “aprender uma língua, seja materna, seja
estrangeira, é aprender a relacionar-se com o outro a fim de compartilhar com ele um
universo de referências.”. Portanto, é na interação que os sujeitos tendem a partilhar e
construir sentidos em seus discursos, levando em consideração os elementos envolvi-
dos no contexto enunciativo. Desse modo, o ensino de Língua Portuguesa passou por
muitas transformações, principalmente com advento da Linguística, embora essas
mudanças não tenham atingido a Educação Básica no que se refere à definição dos
objetos de ensino de modo claro e definido.
Desse modo, convém destacarmos, mais uma vez o que Azeredo (2007, p. 32)
enuncia, já que “Desde a segunda metade do século XIX, e ao longo de todo o século
XX, o debate sobre ensino de língua materna no Brasil refletiu, como não podia deixar
de ser, um certo antagonismo entre corretas tradicionalistas e grupo progressistas.”.
O aspecto que se destaca nos PCN diz respeito ao fato de o ensino de Língua Por-
tuguesa passar a conceder primazia aos eixos/níveis de ensino de língua portuguesa
(leitura, produção de texto, oralidade e análise linguística). Partindo desse pressupos-
to, é atribuído ao texto o papel de unidade/objeto de ensino (BRASIL, 1997; CARDO-
SO, 2003; CEREJA, 2002; SANTOS et al, 2006; SANTOS, 2007). Essa postura surge em
contraposição à prática de ensino que priorizava uma perspectiva aditiva (BRASIL,
1997), focando na adição/junção de letras, sílabas e frases com o propósito de chegar
ao texto.
2.2.2
Desenvolvimento da linguagem oral
Desde os primeiros dias, o bebê emite sons articulados que revela o seu esforço
para se comunicar com os outros. Estes os interpretam, dando sentido à comunicação
do bebê. Quando os adultos falam com o bebê, eles tendem a utilizar uma linguagem
simples, breve e repetitiva, que facilita o desenvolvimento da linguagem e da comu-
nicação. Por outro lado, às vezes eles o expõem à linguagem oral em toda sua comple-
xidade, como por exemplo, ao trocar as fraldas, o adulto fala: “Você está molhado? Eu
vou te limpar, trocar a fralda e você vai ficar sequinho e gostoso!”.
Além da fala, a comunicação pode acontecer por gestos, sinais e até linguagem
corporal, que dão significado e apoiam a linguagem oral dos bebês. Dessa forma, a
criança aprende a verbalizar por meio da apropriação da fala do outro. Esse proces-
so refere-se à repetição, pela criança, de fragmentos da fala do adulto ou de outras
crianças, utilizados para resolver problemas em função de diferentes necessidades e
contextos nos quais se encontre.
Por exemplo, um bebê de sete meses pode engatinhar em direção a uma tomada e,
ao chegar perto dela, ainda que demonstre vontade de tocá-la, pode apontar para ela e
menear a cabeça expressando assim, à sua maneira, a fala do adulto. Gradativamente,
o bebê passa a incorporar a palavra “não” associada a essa ação, que pode significar um
conjunto de ideias como: não se pode mexer na tomada; mexer aí é perigoso; entre outras.
Com o passar do tempo, a criança se expressa melhor, dizendo o que gosta e o que
não gosta o que quer e o que não quer fazer e a fala passa a ocupar um lugar privi-
legiado como instrumento de comunicação. Esse desenvolvimento vai ampliando os
recursos intelectuais, porém as falas infantis são, ainda, produto de uma perspectiva
muito particular, de um modo próprio de ver o mundo.
2.2.3
Desenvolvimento da linguagem escrita
Muitas crianças utilizam-se de livros, revistas, jornais, gibis, rótulos, entre ou-
tros, para “ler” o que está escrito
No entanto, para aprender a escrever, a criança terá de lidar com dois processos
de aprendizagem paralelos: o que a escrita representa e como. Além disso, a criança
DICA DE
LEITURA:
3
Produção Textual:
Concepção de Texto,
Gêneros Textuais e Ensino.
O ensino de língua portuguesa tem passado por algumas mudanças desde a implantação
dos parâmetros curriculares nacionais (PCN). Esse conjunto de parâmetros foi criado para
servir como base para ensinar gramática de uma forma mais ligada à funcionalidade da língua,
aproximando-a da realidade do aluno. Para conseguir esse objetivo, a proposta dos PCN é de
que o educador trabalhe com gêneros textuais diversificados em sala de aula.
Trabalhar com gêneros textuais traz à tona algumas discussões relacionadas a definições
de texto e diferenças entre gênero e tipo textual. Assim, nas próximas seções apresentamos o
que é texto e as diferenças entre gêneros e tipos textuais, além de como o ensino de produção
textual pode se tornar uma tarefa mais rica se a elaboração de textos for com base em gêneros
textuais variados.
3.1
Texto – uma definição complexa
Muitas são as vezes em que nos deparamos com a palavra texto, porém, menos
frequentemente procuramos definir qual é o seu significado ou origem. Afinal, o que
é um texto? Como podemos identificar um texto?
A palavra texto vem do latim textum que significa tecido, entrelaçamento. O texto
seria então o resultado de uma combinação perfeita de“fios” (orações) tendo como
resultado uma costura (texto propriamentedito).
Segundo Platão e Fiorin (2000, p. 17), dificilmente podemos definir o que é um
texto. Entretanto, esses autores nos dão algumas características do que um texto deve
apresentar. Para eles, um texto deve conter coerência de sentido, pois não podemos
apenas disponibilizar algumas frases sem conectá-las adequadamente umas às ou-
Vamos trabalhar com a ideia de que texto é uma forma de comunicação coerente dotada de
sentido (que está ligada aos implícitos e pressupostos) e que possui um objetivo. Sendo assim,
podemos considerar como texto: fábula, notícia, receitas, história em quadrinhos, entre outros,
ou seja, adotamos a visão de que ao escrevermos, produzimos gêneros textuais específicos que
cumprem funções comunicativas determinadas. Ressaltamos que existem os textos não ver-
bais, tais como quadros, figuras, gráficos, gestos, etc. Entretanto, o foco deste artigo é o texto
verbal escrito.
Quando nos referimos a gêneros e tipos textuais, geralmente ocorrem algumas dú-
vidas quanto a diferença de um e de outro. Devemos esclarecer tais dúvidas, a fim de
que tenhamos mais segurança para trabalhar com textos em sala de aula.
Por outro lado, o tipo textual está relacionado à estrutura gramatical de um determinado
texto. São tipos textuais: narração, descrição, argumentação, injunção e exposição. Existem em
caráter reduzido, tais como os que acabamos de apresentar. Um gênero textual pode conter
trechos com diversas características do tipo textual. Por exemplo, uma carta pode apresentar
a descrição de um lugar, a narrativa de acontecimentos e a argumentação de pontos de vista e
opiniões.
A tabela 1, nos mostra de uma forma mais detalhada as características principais dos gê-
neros textuais e tipos textuais:
Analisando a tabela 1, acima, concluímos que o conceito de gênero textual é mais amplo e
com um número ilimitado. Já o tipo textual é mais restrito e com características gramaticais
próprias e fáceis de identificar.
Os gêneros textuais funcionam como paradigmas porque nos oferecem modelos de comu-
nicação para que esta seja eficaz, não só verbalmente como também através da produção es-
crita. Ao produzir um texto, optamos também pela melhor forma de transmitir a mensagem.
Se alguém pretende se comunicar com uma pessoa que mora longe e não tem acesso a meios
eletrônicos, poderá utilizar o gênero carta para transmitir sua mensagem. Ele utilizará uma
determinada estrutura (tipo textual) que se apresentará em forma de gênero (a carta em si), a
qual requer um destinatário, um remetente, data, local, corpo do texto e assinatura. Porém, se
essa carta não for assinada por alguma razão, por exemplo, não deixará de ser uma carta, nem
mesmo deixará sua função de comunicação. (MARCUSCHI, 2010)
Sendo assim podemos reafirmar que cada gênero textual pode conter vários tipos, ou seja,
o gênero é a funcionalidade do tipo textual dentro da comunicação.
3.3
Gêneros textuais e a produção de textos
É importante salientar que o trabalho com gêneros também pode fazer com que haja uma
integração entre a disciplina de língua portuguesa e as demais, pois, os gêneros textuais estão
presentes em todas as esferas da socialização humana. Afinal, tudo o que comunicamos só
é possível através de um gênero discursivo específico (Bakhtin, [1979], 2000). O trabalho de
produção textual com gêneros textuais auxiliará o aluno na elaboração de textos significativos
www.paic.seduc.ce.gov.br/.../74-edital-no-0102013-para-selecao-material-estruturado...
DICA DE
LEITURA:
https://issuu.com/albacerdeira/docs/cear___vol.1_revis__o6_para_2___tir
Exercícios de
Autoavaliação
4
Abordagens Didáticas Metodológicos
dos Conteúdos na Educação Infantil.
Os conteúdos estão intrinsecamente relacionados com a forma como são trabalha-
dos com as crianças. Se, de um lado, é verdade que a concepção de aprendizagem
adotada determina o enfoque didático, é igualmente verdade, de outro lado, que nem
sempre esta relação se explicita de forma imediata. A prática educativa é bastante
complexa e são inúmeras as questões que se apresentam no cotidiano e que transcen-
dem o planejamento didático e a própria proposta curricular. Na perspectiva de ex-
plicitar algumas indicações sobre o enfoque didático e apoiar o trabalho do professor,
as orientações didáticas situam-se no espaço entre as intenções educativas e a prática.
As orientações didáticas são subsídios que remetem ao “como fazer”, à intervenção
direta do professor na promoção de atividades e cuidados alinhados com uma con-
cepção de criança e de educação.
Vale lembrar que estas orientações não representam um modelo fechado que de-
fine um padrão único de intervenção. Pelo contrário, são indicações e sugestões para
subsidiar a reflexão e a prática do professor.
4.1
Organização do tempo
4.2
Atividades permanentes
4.3
Sequência de atividades
Por exemplo: se o objetivo é fazer com que as crianças avancem em relação à repre-
sentação da figura humana por meio do desenho, podem-se planejar várias etapas de
trabalho para ajudá-las a reelaborar e enriquecer seus conhecimentos prévios sobre
esse assunto, como observação de pessoas, de desenhos ou pinturas de artistas e de
fotografias; atividades de representação a partir destas observações; atividades de
representação a partir de interferências previamente planejadas pelo educador etc.
4.4
Organização do espaço e seleção dos materiais
São várias as maneiras pelas quais a observação pode ser registrada pelos profes-
sores. A escrita é, sem dúvida, a mais comum e acessível. O registro diário de suas
observações, impressões, idéias etc. pode compor um rico material de reflexão e ajuda
para o planejamento educativo. Outras formas de registro também, podem ser con-
sideradas, como a gravação em áudio e vídeo; produções das crianças ao longo do
tempo; fotografias etc.
Para que possa se constituir como um instrumento voltado para reorientar a prá-
tica educativa, a avaliação deve se dar de forma sistemática e contínua, tendo como
objetivo principal a melhoria da ação educativa. O professor, ciente do que pretende
que as crianças aprendam, pode selecionar determinadas produções das crianças ao
longo de um período para obter com mais precisão informações sobre sua aprendiza-
gem. Os pais, também, têm o direito de acompanhar o processo de aprendizagem de
suas crianças, se inteirando dos avanços e conquistas, compreendendo os objetivos e
as ações desenvolvidas pela instituição.
Leia mais:
http://www.pibid.prograd.ufu.br/sites/default/files/PCN%20Educa%C3%A7%-
C3%A3o%20Infantil%20-%20Volume%201.pdf
4.5
Linguagem
O uso que a criança faz da linguagem fornece vários indícios quanto ao processo
de diferenciação entre o eu e o outro. Por exemplo, a estabilização no uso do pronome
“eu” em substituição à forma usada pelos menores que costumam referir-se a si mes-
mos pelo próprio nome, conjugando o verbo na terceira pessoa — “fulano quer isso
ou aquilo” — sugere a identificação da sua pessoa como uma perspectiva particular
e única. Por outro lado, a própria linguagem favorece o processo de diferenciação, ao
possibilitar formas mais objetivas e diversas de compreender o real.
Por meio da linguagem, o ser humano pode ter acesso a outras realidades sem passar, ne-
cessariamente, pela experiência concreta. Por exemplo, alguém que more no sul do Brasil pode
saber coisas sobre a floresta ou povos da Amazônia sem que nunca tenha ido ao Amazonas,
simplesmente se baseando em relatos de viajantes, ou em livros. Com esse recurso, a criança
tem
acesso a mundos distantes e imaginários. As histórias que compõem o repertório infantil
tradicional são inesgotável fonte de informações culturais, as quais somam-se a sua vivência
concreta. O Saci Pererê pode ser, por exemplo, uma personagem cujas aventuras façam parte
da vida da criança sem que exista concretamente na realidade.
Exercícios de
Autoavaliação
http://www.pibid.prograd.ufu.br/sites/default/files/PCN%20Educa%-
C3%A7%C3%A3o%20Infantil%20-%20Volume%203.pdf
Observações
- Seu texto deve ser de cunho dissertativo-argumentativo (não deve, portanto, ser
escrito em forma de poema, de narração etc.).
- Seu ponto de vista deve estar apoiado em pelo menos dois argumentos.
ENADE:
I - as creches são lugar de proteção e de cuid dos com a saúde, bem como de educa-
ção para as crianças;
II - o ambiente escolar da creche se constitui como espaço assistencialista às crianças;
III - o processo educativo na creche promove o desenvolvimento afetivo, cognitivo e
social;
IV - como espaço de guarda e tutela, a creche tem especial cuidado com a saúde e
a higiene das crianças. São afirmações adequadas à concepção de creche, expressas
nos documentos citados, APENAS
QUESTÃO - DISCURSIVA
Referências Bibliográficas
BAKHTIN, Mikhail M. Os gêneros do discurso. In: ___. Estética da criação verbal,
São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 278-326.
________Cadernos do CNLF, Vol. XVI, Nº 04, t. 1 – Anais do XVI CNLF, pág. 1089.
FIORIN, José Luiz; PLATÃO, Francisco Savioli. Lições de texto: Leitura e redação. 4. ed. São
Paulo: Ática, 2000.
_______Cadernos do CNLF, Vol. XVI, Nº 04, t. 1 – Anais do XVI CNLF, pág. 1089.
POSSENTI, Sírio. Sobre o ensino de português na escola. In: GERALDI, João Wanderley
(org). O texto na sala de aula. 4.ed. São Paulo: Àtica, 2006.
________. Gramática e política. In: GERALDI, João Wanderley (org). O texto na sala de
aula. 4 ed. São Paulo: Àtica, 2006b.
Língua Portuguesa:
Conteúdos & Métodos
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