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Neurotransmissores são substâncias produzidas pelas células nervosas que auxiliam na

comunicação entre neurônios. Atuando como mensageiros, eles conduzem impulsos elétricos de
um neurônio para outro, atravessando uma região denominada fenda sináptica e interagindo com
receptores específicos. Têm um papel fundamental em diversas funções corporais, tais como:
regulação do humor e das emoções; controle dos movimentos musculares; processamento
cognitivo e aprendizado; regulação do sono e do apetite; modulação do sistema imunológico;
controle da pressão arterial; regulação da temperatura corporal; preservação da memória;
controle da respiração; regulação do metabolismo energético; modulação do sistema endócrino;
estímulo à produção de hormônios; mediação das respostas ao estresse; facilitação da digestão;
comportamento sexual; modulação da percepção sensorial; coordenação dos reflexos;
participação na neuroplasticidade; controle da liberação de outros neurotransmissores e inibição
de neurônios.

Estas funções são desempenhadas pela ação de diversos neurotransmissores que atuam
de forma específica e em conjunto para assegurar o equilíbrio do organismo. Os
neurotransmissores são compostos químicos produzidos nos neurônios responsáveis pela
transmissão de sinais celulares através de sinapses. As principais funções destes mediadores
químicos são regular as atividades do sistema nervoso central e periférico, contribuindo para a
gestão da homeostase (HALL, 2016).

Os neurotransmissores funcionam ligando-se a receptores específicos encontrados nas


membranas das células nervosas antes e após a sinapse. Desse modo, há três tipos primordiais de
ação dos neurotransmissores: A ação excitatória é essencial para assegurar a eficaz comunicação
entre os neurônios; por outro lado, os neurotransmissores inibitórios atuam como "freios" no
sistema nervoso, conectando-se a receptores específicos na célula pós-sináptica, resultando numa
mudança no potencial elétrico que reduz a probabilidade de geração de um impulso nervoso; a
ação moduladora dos neurotransmissores é um processo mais complexo e delicado se comparado
às ações excitatórias e inibitórias.

Desiquilíbrios nos níveis de neurotransmissores podem impactar o adequado


funcionamento do sistema nervoso e resultar em uma diversidade de questões de saúde,
incluindo: Depressão - um desajuste nos níveis de serotonina, norepinefrina e/ou dopamina pode
contribuir para o surgimento da depressão, manifestando-se em sintomas como tristeza
persistente, perda de interesse, alterações no apetite e no sono, e baixa energia; Ansiedade - a
desregulação de neurotransmissores como GABA, serotonina e dopamina frequentemente está
associada ao desenvolvimento de distúrbios de ansiedade, o que pode resultar em sintomas como
preocupação excessiva, agitação, tensão muscular e dificuldade de concentração.

A dopamina atua como um inibidor e desempenha diversas funções, dependendo da


região do corpo em que se encontra. Por exemplo, no gânglio basal, localizado no interior do
cérebro, a dopamina desempenha um papel essencial na coordenação de movimentos suaves e
controlados. A falta desse neurotransmissor é a causa subjacente da doença de Parkinson, levando
à perda da capacidade de controle dos movimentos por parte da pessoa afetada. Além disso, a
dopamina se desloca até o lóbulo frontal, onde regula uma ampla variedade de informações
provenientes de outras áreas do cérebro. Assim, qualquer alteração na quantidade deste
neurotransmissor pode resultar em pensamentos desconexos, como os observados na
esquizofrenia. Também é responsável por gerar sensações de euforia, semelhante à endorfina,
sendo capaz de aliviar a dor e promover a sensação de prazer quando presente em quantidades
adequadas no lóbulo frontal (GUYTON, 1997).

Também conhecida como norepinefrina, esse hormônio é descrito em diferentes fontes


de forma distinta: alguns a consideram o precursor da adrenalina, com capacidade de estimular a
lipólise e aumentar os níveis de certas gorduras no sangue, enquanto outros a definem como o
neurotransmissor responsável por elevar a pressão sanguínea através da constrição dos vasos
periféricos. A noradrenalina desempenha um papel crucial em manter-nos alertas e em preservar
uma boa memória. Desajustes em seus níveis, bem como em outras substâncias, podem acarretar
uma variedade de doenças (GUYTON, 1997/ JOHWSON, 2000).

Segundo os autores, a diminuição da concentração dos neurotransmissores na fenda


sináptica é apontada como a causa dos sintomas que afetam os pacientes deprimidos. De acordo
com Araújo e colaboradores (2020), a origem química da depressão está na redução das aminas
biogênicas cerebrais, incluindo a Serotonina, que influencia o estado ansioso, obsessivo e
compulsivo, a Noradrenalina, ligada à perda de energia e interesse na vida, e a Dopamina, que
afeta a atenção e a motivação. Essa substância é considerada o principal neurotransmissor do
cérebro associado à motivação para as tarefas diárias e sua diminuição resultaria na apatia e na
falta de interesse do indivíduo, conforme evidenciado na literatura especializada.

Hubner (2021) esclarece que a dopamina (DA) é o neurotransmissor principal do cérebro


relacionado à motivação para realizar tarefas, desempenhando um papel fundamental nos
mecanismos fisiológicos de controle da fadiga. Assim, variações nos níveis desse neurotransmissor
podem explicar a falta de motivação que leva à fadiga, a qual, conforme estudos, é desencadeada
pelo acúmulo de adenosina decorrente da atividade mental e que inibe o sistema dopaminérgico.
Hubner menciona a influência dos receptores dopaminérgicos na motivação ao se conectarem aos
receptores D1 e D2. Quando estimula os receptores D1, a dopamina atua de forma excitatória,
intensificando o sinal neuronal. Por outro lado, ao se ligar aos receptores D2, a dopamina tem um
efeito inibitório, interrompendo a transmissão neuronal. O mecanismo de feedback ocorre
quando os níveis de dopamina estão elevados e a DA se liga preferencialmente aos receptores D2.
Em níveis intermediários de dopamina, a preferência de ligação ocorre com os receptores D1.

Os Inibidores da Recaptação de Noradrenalina-Dopamina (IRND) são compostos que agem


através da inibição da recaptação dos neurotransmissores noradrenalina e dopamina, bloqueando
assim os transportadores dessas substâncias químicas. Esse processo leva ao aumento da
concentração de noradrenalina e dopamina fora das células. O cloridrato de bupropiona é um
inibidor seletivo de catecolaminas (norepinefrina e dopamina) que tem um impacto mínimo na
recaptação de serotonina e não afeta a MAO (monoaminoxidase). Acredita-se que o seu
mecanismo de ação esteja relacionado à inibição dos processos noradrenérgicos e
dopaminérgicos.

Durante um quadro depressivo, há uma diminuição na liberação de neurotransmissores,


enquanto a bomba de recaptação e enzimas seguem operando normalmente. Como
consequência, os neurônios receptores absorvem menos neurotransmissores, resultando em um
funcionamento do sistema nervoso com uma quantidade reduzida em comparação ao necessário.
O tratamento convencional da depressão consiste na utilização de antidepressivos, que têm o
propósito de inibir a recaptação dos neurotransmissores, mantendo assim um nível elevado deles
na fenda sináptica. Com esse ajuste, o equilíbrio do humor é restabelecido e geralmente há
melhorias significativas na condição do paciente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PAVEI, Denise et al. INFLUÊNCIA DA DOPAMINA NOS TRANSTORNOS DE DEPRESSÃO: REVISÃO DE


LITERATURA. A, [s. l.], 2023.

BRANDÃO, Rui. Conheça os neurotransmissores e qual a função de cada um. [S. l.], 2023.
Disponível em: https://zenklub.com.br/blog/para-voce/neurotransmissores/.

DePaulo, J. R., Hortiz, L. A. Understanding Depression; Jonh Wiley & Sons. 2000.

Guyton, A. C.; Hall, J. E.; Tratado de Fisiologia Médica. Ed.9º. Guanabara. 1997.

HALL, J. E. Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia Médica. 13ed. Rio de Janeiro, Elsevier, p.
1176, 2016.

Johwson, L.R. Fundamento de Fisiologia Médica . Ed. Guanabara 2000.

Young, P. A.; Young P. H. Bases da Neuroanotomia Clínica. Ed. Guanabara. 1997.

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