Agrotóxicos e Meio Ambiente
Agrotóxicos e Meio Ambiente
Agrotóxicos e Meio Ambiente
2. Legislações relacionadas
Os relatórios de comercialização de agrotóxicos divulgados pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA (2020) revelam que entre 2010 e 2018
houve um aumento de 43% na quantidade de agrotóxicos comercializados no
Brasil. Foram 384.501,28 toneladas vendidas em 2010 e 549.280,44 em 2018.
Por outro lado, naquele mesmo período de 2010 a 2018, a soma das áreas
cultivadas para as culturas temporárias e permanentes aferidas pelo IBGE (2020)
indica incremento de apenas 20% (65.374.591 hectares cultivados em 2010 e
78.502.422 hectares em 2018). Desta maneira, a quantidade de agrotóxicos
comercializados no Brasil aumentou mais do que o dobro do que cresceu a área
cultivada no país, entre 2010 e 2018.
Em julho de 2020, na lista das monografias autorizadas, constavam 455
ingredientes ativos de agrotóxicos para uso agrícola e/ou domissanitário no
Brasil, sendo 404 químicos (88,8%) e 51 biológicos (11,2%) (ANVISA, 2020).
Dentre esses 404 ingredientes ativos químicos, pelo menos 121 (30,0%) não
tinham uso permitido na União Europeia.
20 ingredientes ativos dos agrotóxicos de produtos comerciais mais vendidos no
país em 2018, dentre os 88 produtos da lista divulgada pelo IBAMA (2020),
nove deles constam como uso não autorizado na União Europeia: acefato (o 5º
mais vendido), ametrina (17º), atrazina (4º), carbendazim (15º), clorotalonil
(12º), clorpirifós (13º), metomil (18º), tebutiurom (19º) e tiofanato-metílico
(20º), que totalizaram 97.816,3 toneladas de ingredientes ativos comercializadas
em 2018
A proibição desses produtos na UE está associada aos efeitos adversos a
humanos e a outros organismos resultantes da exposição aos ingredientes
químicos de agrotóxicos,
dentre os fabricantes dos agrotóxicos com ingredientes ativos químicos, 63,2%
têm sede na China, 9,8% na Índia e apenas 2,7% têm sede no Brasil;