Bettiol Protecao

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Proteção de plantas em sistemas


agrícolas alternativos

Wagner Bettiol
Raquel Ghini

Introdução

A preocupação da sociedade com o im pacto da agricultura no

ambiente e a contam inação da cadeia alim entar com agrotóxicos vem alterando

0 cenário agrícola, resultando na presença de segmentos de mercado ávidos por

produtos diferenciados, ta n to aqueles produzidos sem uso de agrotóxicos, como

aqueles portadores de selos que garantem que os agrotóxicos foram utilizados

adequadamente.
Essas pressões têm levado ao desenvolvim ento de sistemas de

cultivo mais sustentáveis e, portanto, menos dependentes do uso de agrotóxicos.

0 conceito de agricultura sustentável envolve o manejo adequado dos recursos

naturais, evitando a degradação do ambiente de form a a perm itir a satisfação


das necessidades humanas das gerações atuais e futuras (Bird et al., 1990).

Esse enfoque altera as prioridades dos sistemas convencionais de agricultura

em relação ao uso de fontes não renováveis, principalm ente de energia, e muda

a visão sobre os níveis adequados do balanço entre a produção de alimentos e


80 ..... M é to d o s A lte rn a tiv o s de Controle F itossanitário

OS im pactos no ambiente. As alterações im plicam na redução da dependência de

produtos químicos e outros insumos energéticos e no maior uso de processos

biológicos nos sistemas agrícolas.

A proteção de plantas com m étodos convencionais, por meio do

uso de agrotóxicos, apresenta características bastante atraentes, como a sim pli­

cidade, a previsibilidade e a necessidade de pouco entendimento dos processos

básicos do agroecossistema para a sua aplicação. Por exemplo, para obter-se

sucesso com a aplicação de um herbicida de amplo espectro é im portante o

conhecim ento de como aplicar o produto, sendo necessária pouca inform ação
sobre a ecologia e a fisiologia de espécies. M uitos estudos de controle biológico
adotam uma abordagem semelhante, onde é enfatizado o encontro entre patógeno-

antagonista ou presa-predador. Nesses casos, após a introdução, por exemplo,

de um agente microbiano de controle biológico, haverá o seu estabelecimento

em um nicho, seguido da interação com o organism o alvo e outras espécies de

organismos. Essas com plexas interações são fundam entais para o sucesso do

controle, devendo ser analisadas de modo holístico e consideradas a longo, e

não a curto prazo. Assim sendo, há a necessidade de um amplo conhecim ento

da ecologia de sistemas (Atkinson & M cKinlay, 1995).

Em contraste com a agricultura convencional, os sistemas alter­

nativos buscam obter vantagens das interações de ocorrência natural. Os siste­

mas alternativos dão ênfase ao manejo das relações biológicas, como aquelas

entre praga e predadores, e em processos naturais, como a fixação biológica do

nitrogênio ao invés do uso de m étodos quím icos. 0 objetivo é aum entar e sus­

tentar as interações biológicas nas quais a produção agrícola está baseada, ao

invés de reduzir e sim plificar essas interações (National Research Council, 1 989).

Um dos principais problemas da agricultura sustentável refere-se

ao controle de doenças, pragas e plantas invasoras. Diversas técnicas utilizadas

para minimizar os danos ocasionados por esses problemas fitossanitários contam i­

nam o ambiente ou causam alterações que com prometem a sustentabilidade do


P ro te ção de p la n ta s em siste m a s agrícolas a lte rn a tivo s 81

agrossistema. Neste capítulo, são discutidos os problemas do controle fitossanitário

convencional; a complexidade dos sistemas naturais e dos agroecossistemas; as

novas tecnologias de proteção de plantas desenvolvidas e as possíveis alterações

dos sistemas de cultivo, visando à sustentabilidade agrícola.

Problemas do controle convencional

o uso intensivo de agrotóxicos na agricultura tem , reconhecida­

m ente, prom ovido diversos problemas de ordem ambiental, com o a contam ina­

ção dos alim entos, do solo, da água e dos animais; a intoxicação de agriculto­
res; a resistência de patógenos, de pragas e de plantas invasoras a certos
agrotóxicos; o desequilíbrio biológico, alterando a ciclagem de nutrientes e da

m a té ria o rg â n ica ; a elim ina ção de org an ism o s b e n éfico s e a redução da


biodiversidade.

Boa parte dos agrotóxicos aplicados no cam po é perdida. Esti­

ma-se que cerca de 90% dos agrotóxicos aplicados não atingem o alvo, sendo

dissipados para o am biente e tendo com o ponto final reservatórios de água e,

principalm ente, o solo. As perdas se devem, de form a geral, à aplicação inade­

quada, ta n to em relação à tecnologia, quanto ao mom ento de aplicação. Em

alguns casos, porque a aplicação foi feita para proteger as plantas contra pragas

ou patógenos que não estão presentes na área, ou seja, são realizadas pulveri­

zações baseadas em calendários e não na ocorrência do problema. 0 uso de uma

significativa quantidade de produtos químicos seria evitado se fossem tomadas

medidas de controle somente quando atingidos os níveis de dano econômico.

0 uso contínuo e exclusivo de agrotóxicos tem resultado na ocor­

rência de pragas ou patógenos resistentes a determinados produtos, que nem

sempre são diagnosticadas {Ghini & Kimati, 200 0). Assim, esses agrotóxicos

continuam a ser aplicados, mesmo tendo sua eficiência com prom etida pela ocor­

rência de resistência no organism o-alvo. Os efeitos dessas aplicações nos orga­


- 82 M é to d o s A lte rn a tiv o s de C o n tro le F itossa n itá rio -

nismos não-alvo também podem causar sérios desequilíbrios no agroecossistema.

0 surgim ento de doenças iatrogênica s (as que oco rre m de vid o ao uso de

agrotóxicos) é um exemplo de problema que pode ocorrer. Vários aspectos do

surgim ento de pragas e doenças devido ao uso de a grotóxicos são discutidos

por Chaboussou (1987).


Quanto à tecnologia de aplicação, a maior parte dos equipamentos

apresenta baixa eficiência com relação à quantidade de produto que atinge o alvo

e a quantidade total aplicada. Dessa forma, há necessidade do desenvolvimento de

equipamentos para aplicação dos agrotóxicos, especialmente para os novos pro­

dutos que são aplicados em menores quantidades de princípio ativo por área.
A tualm ente, sabe-se que é impossível erradicar patógenos, inse­

tos ou plantas invasoras no campo e que, além de tu d o , isso é desnecessário.

Enquanto na agricultura convencional a recom endação é de que as invasoras

são um obstáculo a ser superado, na agricultura orgânica tenta-se tira r proveito

desse recurso para o processo produtivo. Incorporam -se os e fe ito s positivos das

invasoras na ciclagem de nutrientes, no aporte de m atéria orgânica ao solo, no

controle da erosão, com o abrigo de inim igos naturais e de predadores, como

substrato para m icrorganism os do solo, com o cobertura do solo e com o im por­

tante fa to r na conservação da água no solo. As plantas invasoras contribuem

tam bém para a diversificação dos agroecossistem as e são um indicador das

condições em que se encontra o solo no tocante à fe rtilid a d e , à estrutura e à

com pactação, dentre outros aspectos (Costa & C am panhola, 1997).

Porém, a tom ada de decisão depende de inform ações seguras.

Gravena et al. (1998), por exemplo, realizando o m anejo ecológico de pragas e


doenças do tom ateiro envarado, dem onstraram a possibilidade de reduzir acen-

tuadam ente o número de aplicações de inseticidas e fungicida s com o manejo

ecológico de tripes, pulgão, mosca branca, traça, broca pequena, requeima,

pinta preta e vira-cabeça, sem alterar a produtividade.


Proteção de p la n ta s em s is te m a s agrícolas a lte rn a tivo s 83

Sistem as naturais versus agroecossistemas

As doenças de plantas ocorrem na natureza com o objetivo de,

em parte, m anter o equilíbrio biológico e a ciclagem de nutrientes, sendo, desse

ponto de v is ta , benéficas. 0 que se observa é que as doenças e as pragas

ocorrem na form a endêm ica. Não ocorrem epidemias que poderiam destruir as

espécies vegetais, haja vista que colocaria em risco a sobrevivência dos patógenos

e das pragas. Porém, as epidem ias são freqüentes em agroecossistemas, pois

com a in te rferên cia hum ana, há alteração do equilíbrio da natureza. Uma das

condições que favorecem o aum ento da população de patógenos e pragas de


form a epidêm ica é o c u ltiv o de plantas geneticamente homogêneas, o que é

contrário à diversidade de variedades (Bergamin et al., 1995).

o resgate dos princípios e mecanismos que operam nos sistemas

da natureza pode auxiliar a obtenção de sistemas agrícolas mais sustentáveis

(Colégio, 1 9 9 6 ; R eijntjes et al., 1992). Por isso, os sistemas de cultivo caracte­

rizados pela m istura de cultu ra s (policulturas ou consórcios) apresentam diver­

sas vantagens na proteção de plantas. A freqüência de insetos-praga é menos

abundante nas p o licu lturas do que nas m onoculturas, além do que vários meca­

nism os que dim inuem a ocorrência de doenças operam favoravelm ente na pro­

teção de plantas das p oliculturas. Por exemplo, as espécies suscetíveis podem

ser cultiva da s em densidades menores, e o espaço entre elas pode ser ocupado

por plantas resistentes que interessam ao produtor. A menor densidade de plan­

tas suscetíveis e a barreira oferecida pelas plantas resistentes dificultam a disse­

minação do patógeno, reduzindo a quantidade de inóculo no campo (Liebman,

1 989). Efeito sem elhante é obtido com o uso de m ultilinhas, isto é, a m istura de

linhagens a gronom ica m e nte semelhantes, mas que diferem entre si por apresen­

tarem diferen tes genes de resistência vertical. Além do aumento da diversidade

no espaço, o aum ento da diversidade no tem po, por meio da rotação de cu ltu ­

ras, tam bém faz com que os processos biológicos auxiliem a proteção de plan-
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tas, como por exemplo, no controle de diversos fito p a tó g e n o s veiculados pelo

solo (van Bruggen, 1995).


Uma outra form a de aum entar a diversidade, e conseqüentem en­

te a com plexidade do sistem a, é o cultivo em faixas. As culturas devem ser de

famílias diferentes, assim, os patógenos e as pragas de uma não atingem a outra

e há uma redução da ocorrência dos problemas relacionados com a proteção de

plantas. Essa seqüência pode ser usada nos c u ltivo s de inverno, verão e, no
ciclo seguinte as áreas são invertidas para funciona r com o rotação de cultura no

tem po e no espaço. No caso de plantas perenes, esse co nceito pode ser até
mais amplo, cultivando-se diferentes espécies flo re sta is e form ando-se uma
agrofioresta. 0 uso dessa prática, além de trazer vantagens da redução do uso

de agrotóxicos, reduz o risco econôm ico, pois há m aior diversificação da renda.

Nesse caso, precisa-se tam bém utilizar adequadam ente as plantas invasoras,

selecionando as que poderão ser benéficas do p o nto de vista nutricional e de

equilíbrio biológico. As entrelinhas devem sempre estar cobertas por vegetação.

Um exemplo desse manejo é o cultivo de seringueira na Am azônia consorciado

com espécies nativas. Nesse sistema, a principal doença da seringueira, o mal-

das-folhas, é controlada com o manejo integrado, isto é, a com binação dos

controles genético, cultural e biológico. O controle genético ocorre devido ao

uso de diversos clones de seringueira; o cultural, pelo plantio de espécies d ife ­

rentes, como dendê, m ogno, entre outros, e o biológico, pela m ultiplicação e/ou

aplicação de m icrorganism os antagônicos {H ansfordia p u lv in a ta (Berk. & Curt)

Hugues) ao M icrocyclus ulei (P. Henn.) v. A rx., agente causal da doença.

Trenbath (1993) explica que vários m ecanism os podem estar

associados à redução da ocorrência de pragas e doenças em cu ltivo s consorci­

ados, sendo os principais: (1) alterações nas características da planta hospedei­

ra, tornando-as menos atraentes para as pragas ou reduzindo as chances de

infecção, devido às alterações no crescim ento da planta e no m icroclim a; (2)

efeitos diretos nas pragas ou patógenos devido às condições im postas pela


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menor concen traçã o de hospedeiros, que resultam em chances menores de

encontrarem plantas suscetíveis e, portanto, na redução da sua sobrevivência e

fecundidade; (3) e fe ito s indiretos nas pragas ou patógenos devido às maiores

diversidade e quantid ade de inim igos naturais ou antagonistas que possuem

chances de sobreviver nos m icrohabitats disponíveis.

A d ive rsificaçã o de culturas nas propriedades rurais, além dos

benefícios agronôm icos e econôm icos, traz benefícios sociais, pois estende a

estação de trab alh o dos em pregados rurais, sendo esse aspecto parte integrante

da sustentab ilidade. E ntretanto, a indiscrim inada diversificação da vegetação

dentro de um agroecossistem a pode não resultar na redução do risco de ocor­


rência de pragas e doenças. Os efeitos de com binações planejadas de plantas
devem ser estudados criteriosam ente antes da sua aplicação em programas de
manejo.

Novas te cn ologias e sustentabilidade

o desenvolvim ento tecnológico tem colaborado para a adoção

de sistem as mais su ste n tá ve is, pois muitas dessas tecnologias foram desenvol­

vidas com ênfase na sustentabilidade e na conservação do ambiente. 0 uso de

ferom ônios sexuais s in té tic o s de insetos-pragas permite uma considerável redu­

ção do uso de inseticidas e, conseqüentem ente, do im pacto ambiental. O con­

trole de Carpocapsa da macieira já é realizado exclusivamente com feromônios em

diversas localidades dos USA e Europa. As tecnologias de agricultura de precisão

permitem o emprego de agrotóxicos apenas nas reboleiras onde ocorre a doença,

a praga ou a planta invasora e não em toda a área, reduzindo sensivelmente o uso

do controle quím ico. Nesse caso, a tecnologia aumenta a eficiência, minimiza os

im pactos am bientais e aum enta a com petitividade do produto agrícola.

Tam bém té cnica s como o controle biológico e físico estão sendo

desenvolvidas e m uitas estão em uso, tais como: term oterapia de órgãos de


86 — Métodos Alternativos de Controle Fitossanitário

propagação e fru to s ; energia solar para c o n tro le de fito p a tó g e n o s do solo

(solarização); radiação u ltra vio le ta para o controle de patógenos em pós-colhei-

ta; emprego em estufas de co rtin as que filtra m determinados com prim entos de

onda com conseqüente c o n tro le de doenças e pragas; premunização de plantas

cítricas contra a tristeza dos citro s e de plantas de abóbora contra o mosaico

com um ; Baculovirus an ticarsia para o c o n trole da lagarta da soja; controle da

vespa da madeira com o nem atóide D eladem us siricidicola-, Bacilius thuringiensis

para o controle de larvas de lepidópteras; controle da broca da cana-de-açúcar

com Cotesia flavipes', co n tro le de num erosas pragas com óleo e extrato de nim

(Azadirachta indica)-, leite de vaca, cru e diluído, para o controle de Oídios;


controle de patógenos veiculados pelo solo causadores do tom bam ento do fum o
com Trichoderma e o utros. Também as técnicas de manejo integrado e manejo
ecológico de pragas e doenças conduzem a sensíveis reduções de uso de agrotóxicos,

com vantagens econômicas e am bientais. Abreu Junior (1998) apresenta uma

coletânea de receitas para proteção de plantas e animais, utilizando especialmente

produtos naturais, que podem ser adotadas em sistemas alternativos. Uma análise

da agricultura alternativa no estado de São Paulo e informações sobre técnicas

adotadas são descritas por Costa & C am panhola (1997). Essas tecnologias con­

duzem a um maior equilíbrio do agroecossistem a, mas para serem empregadas

exigem um melhor nível te cn o ló g ic o dos agricultores.

0 uso de cultivares resistentes é fundamental para os sistemas agrícolas

alternativos. Trata-se de um método barato e de fácil utilização para o controle de importan­

tes doenças e pragas (Innes, 1995). Porém, os métodos de melhoramento aplicados para a

obtenção de variedades resistentes utilizadas nos sistemas convencionais nem sempre

são os mais eficientes para os sistem as alternativos. Os agricultores orgânicos, por

exemplo, são orientados no sentido de optar por espécies vegetais compatíveis com o

ecossistema e utilizar sementes produzidas de form a diferenciada, para cada realidade

ecológica. Mas, de modo geral, tem-se lançado mão de sementes disponíveis no merca­

do, melhoradas e produzidas de form a convencional (Costa & Campanhola, 1997).


P ro te ção de p la n ta s em sistem as agrícolas a lte rn a tiv o s ----- 87

O resgate de m étodos de controle cultural é muito importante para a

proteção de plantas em sistemas a lterna tivos de c u ltiv o . Entre as práticas estão a

eliminação de plantas ou parte de plantas doentes (roguing), preparo e irrigação do

solo de form a adequada, época e densidade de p lantio, barreiras físicas (quebra-

ventos), cultivo em ambiente protegido, enxertia e poda, entre outros. Nem sempre

essas técnicas isoladamente são suficientes para a obtenção de um controle adequa­

do, mas são fundamentais para o manejo integrado de pragas e doenças.

Outro aspecto im portante é o equilíbrio nutricional das plantas. Nor­

malmente, a adubação é baseada nas necessidades de NPK, não se considerando os


m icronutrientes e outros elementos que podem ser benéficos para as plantas. Diver­
sos trabalhos mostram os efeitos dos nutrientes sobre doenças de plantas, e conse­

qüentemente a redução da necessidade de controle com uma equilibrada nutrição de

plantas. Esses efeitos são amplamente discutidos no livro Soilborne plant pathogens:

management ofdiseases w ith m acro a n d m icroelem ents (Engelhard, 1989).

0 uso de matéria orgânica, ta n to por meio de incorporação ao solo,

com o após transform ação para posterior uso, deve ser considerado como m étodo

alternativo de controle de doenças, pragas e plantas invasoras. Uma das transforma­

ções conhecidas é a digestão anaeróbia ou aeróbia, cujo produto é denominado

biofertilizante, e pode ser usado em pulverizações foliares ou aplicações diretas ao solo

(Bettiol et al. 1998). Uma das principais características do biofertilizante é a presença

de microrganismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, produção de

gás e liberação de metabólitos, entre eles, antibióticos e hormônios. Assim, quanto mais

ativa e diversificada a matéria-prima do biofertilizante, maior a possibilidade de libera­

ção de diferentes substâncias orgânicas. Além disso, o biofertilizante atua devido ao

considerável efeito nutricional para as plantas, fa ce à presença de macro e

micronutrientes. Dessa forma, a ação conjunta de diversos mecanismos é responsá­


vel pelo controle obtido.

0 efeito de fontes de m atéria orgânica na severidade de doenças

de plantas depende do tipo de m aterial utilizado, da relação C;N e do tem po


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decorrido da incorporação. De modo geral, solos supressivos apresentam maior ativi­

dade da m icrobiota do que solos conducentes. Assim, a adição regular de fontes

adequadas de matéria orgânica pode induzir supressividade por estim ular a atividade

de decompositores primários, principalmente bactérias, fungos e outros organismos

como ácaros, nematóides e artrópodos, como Collembola, que podem ter importante

função no controle de fitopatógenos (Lartey et al., 1994 ) . Os decom positores primá­

rios podem atuar como antagonistas de fitopatógenos por com petição por nutrientes,

antibiose e parasitismo, enquanto que a micro e mesofaunas podem contribuir para o

controle por predação (van Bruggen, 1995 ) . Um exemplo clássico de controle de

doenças em sistema orgânico é a supressão de Phytophthora cinnam om i Rands, em


abacate, na Austrália (Malajczuk, 1983 ) . A ltos teores de m atéria orgânica foram

mantidos na camada superficial dos solos dos pomares. O principal m ecanism o de

ação foi 0 aumento da lise de hifas por bactérias e actinomicetos. A atividade predadora

da microfauna, em particular de diversas amebas, também foi aum entada nos solos

com alto teor de matéria orgânica. Os solos conducentes continham amebas simila­

res, mas em menor densidade populacional.


0 reconhecim ento de que as propriedades físicas e quím icas do

solo afetam diretam ente a proteção de plantas está tornando-se evidente com o

aumento de publicações a respeito e com o uso desses co nhecim en tos no ma­

nejo integrado de culturas. Determinadas doenças de plantas podem ser co n tro ­

ladas com adequado manejo do solo.


Q uanto às plantas invasoras, Forcella & Burnside ( 1 99 4 ) fizeram

uma análise de como foi o controle desde o advento da agricultura até os dias de

hoje, e tentam prever com o será o uso dos m étodos quím icos, físicos, biológi­

cos e culturais. Os m étodos físicos (capina manual ou m ecânica) predom inaram

sobre os demais m étodos durante m uito tem po. Nesse período, provavelm ente,

os métodos culturais e biológicos ocorreram por obra do acaso, e não intencio­

nalmente. Com o desenvolvim ento dos herbicidas, o co n tro le quím ico rapida­

m ente dominou os demais m étodos de manejo. C onseqüentem ente, todas as


P ro te ç ã o de p la n ta s em s iste m a s agrícolas a lte rn a tivo s :: ____ ^ -------- 89 t

outras a lte rn a tiva s decresceram em im portância, embora o controle físico ainda

co n tin u e a ser hoje mais im portante do que o cultural e o biológico. Esses auto­

res esperam que, nos próxim os 10 ou 20 anos, haja um decréscimo na im por­

tância do co n tro le quím ico, devido principalm ente a m otivos sociais e ambientais.

Os m étodos físicos devem ressurgir devido à sua facilidade em

su b s titu ir o c o n tro le quím ico. Assim , o manejo sustentável das plantas invaso­

ras no fu tu ro te rá um a distribuição mais equilibrada ou integrada entre as cate­

gorias de c o n tro le . Os produtos químicos continuarão a ser uma alternativa

rápida para a solução dos problemas, porém, os novos produtos serão mais

seguros e serão usados com mais critério, em um verdadeiro programa de mane­


jo integrado. Os im plem entos mecânicos tradicionais ou novos serão de grande
utilidade, mas seu uso estará acoplado ao conhecim ento da ecologia das plantas

invasoras. Os m étodos culturais que serão mais explorados no fu tu ro incluem:


época e densidade de plantio, seleção da variedade, escolha do m étodo de

c u ltiv o , rotação de culturas e culturas de cobertura (usadas para impedir a pro­

liferação de plantas daninhas entre os ciclos das culturas principais). Os m éto­

dos físicos incluem o cu ltivo mínimo, descargas elétricas e solarização. E, nos

m é to d o s b io ló g ic o s , estão incluídos insetos fitó fa g o s e fungos e bactérias

fito p a to g ê n ic o s específicos de grupos de plantas invasoras.

O btenção de sistem as alternativos

A com preensão da natureza somente é possível num enfoque

holístico, observando-se ciçlos, trabalhando-se com sistemas e respeitando-se

as inter-relações e proporções. Todos os fatores são interdependentes. Com o

enfoque te m ático-an a lítico que vem predominando na agricultura, perdeu-se a

visão geral do sistem a e, assim, aumentaram os problemas relacionados com a

proteção de plantas, devido a um manejo inadequado dos solos, da natureza e

do próprio co n tro le desses problemas.


90 " M éto d o s A lte rn a tiv o s de C ontrole F itossa n itá rio

O processo evolutivo para a conversão dos agroecossistemas em

sistemas agrícolas de alto grau de sustentabilidade possui duas fases distintas: 1)

melhora da eficiência do sistema convencional, com a substituição dos insumos e das

práticas agrícolas e 2) redesenho dos sistemas agrícolas. A primeira fase vem sendo

trabalhada de form a relativam ente organizada, com a redução do uso de insumos,

controle e manejo integrado, técnicas de cultivo mínimo do solo, previsão da ocorrên­

cia de pragas e doenças, controle biológico, variedades adequadas, ferom ônios,

integração de culturas, cultivos em faixa ou intercalados, desenvolvimento de técni­

cas de aplicação que visem apenas o alvo e conscientização dos consumidores, entre

outros. Em relação ao redesenho dos sistemas agrícolas há a necessidade de se co­


nhecer a estrutura e o funcionamento dos diferentes sistemas, seus principais proble­

mas e, conseqüentemente, desenvolver técnicas “ limpas” para resolvê-los (Edwards,

1989). Devido à com plexidade dessa tarefa, esforços vêm sendo dispendidos por

diferentes correntes da pesquisa, mas todas consideram a mínima dependência ex­

terna de insumos, a biodiversidade, o aproveitam ento dos ciclos de nutrientes, a

exploração das ativid ad e s biológica s, o uso de té cn ica s não-polu entes, o

reaproveitamento de todos os subprodutos (reciclagem) e a integração do homem no

processo. Essa form a de agricultura vem sendo denominada agricultura alternativa,

onde diferentes correntes se destacam: agricultura orgânica, agricultura ecológica,

a g ric u ltu ra n a tu ra l, a g ric u ltu ra b io d in â m ic a , e n tre o u tro s . Em re la çã o à

sustentabilidade, pode-se afirmar que tanto os sistemas encontrados na primeira fase,

quanto na segunda, apresentam maior grau de sustentabilidade que o convencional,

mas não a auto-sustentabilidade.

0 cu ltivo de dendê no sul de Belém/PA é um exemplo da evolu­

ção observada na primeira fase do processo evolutivo. Como o Elaeidobios (bi­

cho nanico), polinizador da cultura, é essencial para a produção, ele não poderia

ser eliminado com o uso de agrotóxicos para o controle de desfolhadores e de

doenças. Assim , é realizado um m onitoram ento constante sobre a ocorrência de

doenças, pragas e seus inimigos naturais. 0 controle é realizado de form a bioló­


Proteção de p la n ta s em sistem as agrícolas a lte rn a tivo s -----! 91

gica, isto é, nos focos são aplicados agentes de controle biológico ou fe ito o

monitorannento para verificar a presença de inimigos naturais no local. Quando

se verifica a presença desses organism os, é aguardada a m orte dos insetos, é

fe ita a coleta e, após a trituração, o produto resultante é pulverizado sobre as

plantas. Quando necessário, lança-se mão do Bacilius thuringiensis. A adubação

nitrogenada é realizada pelo cu ltivo de uma leguminosa (puerária) que deposita

no solo entre 3 0 0 e 400kg de N por hectare por ano. Essa leguminosa, além do

fornecim ento do N, protege o solo e impede o desenvolvim ento de outras inva­

soras. Outra praga, a broca do coqueiro, transm issora do anel verm elho, é
controlada exclusivam ente com o uso de ferom ônios. Assim , o sistema tem se

m antido estável.
Os cultivos orgânicos estão se expandindo rapidamente, tanto

em países desenvolvidos, com o em desenvolvim ento, onde os produtos orgâni­

cos freqüentem ente são destinados ao mercado externo. Os novos produtores,

de modo geral, ingressam no negócio a partir de inform ação de outros agriculto­

res orgânicos. Esse fa to ocorre porque a pesquisa encontra-se atrasada em

relação às p rá tic a s agrícola s a d o ta d a s pelos p ro d u to re s o rg â n ic o s , e s p e c ia l­

m e n te com relação à p ro te çã o de plantas. Há ainda m uitas questões a serem

re s p o n d id a s sobre o d e s e n v o lv im e n to de d o en ça s na a g ric u ltu ra o rg â n ica .

M u ita s delas não podem ser reso lvid a s em c u rto espaço de te m p o , em e xpe­

rim e n to s re d u c io n is ta s , mas n e ce ssita m de um m aior grau de in te g ra ç ã o . É

necessária a e s tre ita colaboraçã o entre os vários e sp ecialista s, com o da área

de B iologia M o le cu la r, para o d e s e n v o lv im e n to de fe rra m e n ta s para d e te rm i­

nação da biodiversida de, ou da área de E pidem iologia, para o de se n vo lvim e n ­

to de e s tra té g ia s para o e s tu d o da d is trib u iç ã o e sp a cia l e te m p o ra l de

p a tó g e n o s em c u ltu ra s e em am b ie n te s s e m in atu rais. A pesquisa em a g ric u l­

tu ra orgân ica tam bé m requer a e s tre ita colaboraçã o entre agrônom os, e c o lo ­

g is ta s , e s p e c ia lis ta s em so lo s e p ro te ç ã o de p la n ta s e e c o n o m is ta s (van

Bruggen, 2 0 0 1 ).
92 " ' M é to d o s A lte rn a tiv o s de Controle Fitossanitário

Dos trabalhos de pesquisa realizados que comparam a severidade de

doenças de plantas em sistem as orgânicos e convencionais, de modo geral, as doen­

ças radiculares são menos severas nos cultivo s orgânicos, enquanto que as doenças

foliares podem ser m ais ou m enos severas ou similares, dependendo da reação do

patógeno, do estado n u tricion al da planta (principalm ente o teor de nitrogênio) e

condições clim áticas. G eralm ente, há m aiores dificuldades de controle de doenças

foliares do que das radiculares por meio de m étodos biológicos e culturais, especial­

m ente em regiões de clim a úm ido (van Bruggen, 2001).

Uma abordagem sistêm ica foi adotada por Gliessman et al. (1996),

que conduziram estudos para v e rific a r as lim itações durante a conversão da


produção de m orangos para o sistem a orgânico. Foi avaliada a eficiência dos

m étodos a lte rn ativos, alterações nas características do solo, ocorrência de pra­

gas, doenças e populações benéficas (antagonistas e predadores), respostas da

cu ltu ra , além de avaliação econôm ica. Trabalho com abordagem semelhante

vem sendo desenvo lvido na U niversidade da Califórnia (Estados Unidos), para a

cu ltu ra da m açã (Caprile, 1 9 9 4 ). Em am bos os estudos, demonstrou-se que a

agricultura orgânica conduz ao aum ento da biodiversidade, melhora as caracte­

rísticas físicas, quím icas e biológicas do solo e o retorno econôm ico ainda de­

pende do m anejo de pragas e doenças.

O uso da in fo rm açã o, por meio de ferram entas como modelos

m atem ático s, é fu n da m e n tal para a to m a d a de decisão em todos os tipos de

sistem as. A reduzida capacidade de processar inform ações, no passado, restrin­

giu a habilidade de redesenhar sistem as alternativos. Estudos epidem iológicos

são fu ndam e n tais para uma m aior com preensão da estrutura e do funcionam en­

to dos sistem as de produção em relação ao com portam ento das doenças e das

pragas no cam po e a otim ização dos seus controles. Com o conhecim ento da

e stru tu ra e do fu n c io n a m e n to dos sistem as de produção, pode-se entender me­

lhor a saúde das plantas e não som ente os fatores relacionados às pragas e

doenças de cada cultura.


P roteção de p la n ta s em sistem as agrícolas a lte rn a tiv o s . — : 93

Considerações finais

o desenvolvim ento da proteção de plantas em sistem as alterna­

tivo s de cu ltiv o com maior grau de s u s ten ta b ilid ade requer estudos sobre a

estrutura e o funcionam ento dos agroecossistem as, com atenção especial às

condições nutricionais e à biota do solo, à biodiversidade fu n cio n a l, à elevação

dos teores de matéria orgânica do solo e o u tro s fa to re s que perm itam um ade­

quado manejo dos sistemas produtivos.


0 conceito absoluto de agricultu ra sustentáve l pode ser im possí­

vel de ser obtido na prática, e n tretan to é fun çã o da pesquisa e da extensão


oferecer opções para que sistemas m ais su ste ntá ve is sejam adotados. Para ta n ­

to , os projetos de pesquisa pontuais e de cu rta duração são de pouca utilidade.

As discussões dem onstram a necessidade da interdisciplina rid ade dos projetos

de pesquisa, pois somente estudos que incluam o m o n ito ra m e n to de sistem as

de produção nas diversas áreas do co n h e cim e n to fo rnecerão inform ações s u fic i­

entes para o entendim ento das diferentes interações.

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