Direito Natural e Direito Positivo
Direito Natural e Direito Positivo
Direito Natural e Direito Positivo
Direito é aquele em que este se revela como um conjunto de normas criadas pelo
homem, para regular as suas condutas nas relações, que estabelece em sociedade,
normas essas que variam com os tempos de sociedade para sociedade.
Direito Natural
O Direito natural e a natureza das coisas – a Lei Natural – os fins essenciais que o
Homem deve seguir na sua acção para alcançar o aperfeiçoamento espiritual e, assim,
alcançar o fim último da sua existência na Terra.
A Lei Natural seria a ordenação racional da conduta humana, de acordo com a natureza
das coisas, teria origem Divina e, portanto, corresponderia aos desígnios determinados
por Deus ao Homem de acordo com a Lei Divina.
Assim Direito Natural tem por função dar legitimidade ao Direito Positivo -
Ordenamento Judicial - e, por sua vez esse ordenamento, para ser respeitado por todos
como valido, deve conformar-se com os princípios de Direito Natural, isto porque, na
sua tarefa de ordenação da conduta social do homem, às normas jurídicas não basta
estarem em vigor, têm de ter validade axiológica (legitimidade).
Em outras palavras, cada escola jurídica oferece um a resposta diferente a três questões:
“ o que é”, “como funciona ” e “como deveria ser configurado” o direito.
No decorrer da história do direito surgiram várias escolas jurídicas. Estas devem ser
consideradas como produto de determinadas épocas e culturas jurídicas. Isto não
significa, porém, que cada época tenha uma única escola jurídica. Ao analisar um
determinado período histórico podemos nos defrontar com a existência de várias
tendências, não sendo incomum detectar uma forte rivalidade entre elas (concorrência
entre teorias).
Existem autores que acreditam que o direito é pré-determinado por "leis". Quando
falamos em "leis" que condicionam a existência do direito não nos referimos aquelas
que encontramos nos códigos, mas sim a valores, princípios, obrigações e também a
regras da própria natureza, que influenciam a vida do homem em sociedade.
As escolas moralistas partem da ideia de que o direito é pré-determinado por tais “leis”,
que fazem parte do direito natural. Existem basicamente duas formas de conceber o
direito natural. A primeira entende que o direito natural é algo dado, inscrito na
“natureza das coisas”, e independe do juízo que o homem possa ter sobre o mesmo. Por
exemplo, uma regra de direito natural é que só as mulheres são capazes de engravidar e,
após o parto, produzir leite materno. Mesmo que o s homens não se conformem com
esta regra, até o presente momento não existe possibilidade de que uma pessoa do sexo
masculino possa engravidar. Podemos dizer que se trata de uma regra de direito natural
que, apesar de não ser um direito escrito, influência [sic] o direito criado pelos homens.
Basta lembrar das normas constitucionais e trabalhistas que oferecem uma protecção
especial às mulheres no período de gestação e amamentação. A segunda vertente vê o
direito natural como um direito ideal, ou seja, como um conjunto de normas justas e
Corretas, que devem fazer parto do direito positivo, do direito criado pelos homens.
Exemplo: o direito natural entende que todos os seres humanos nasceu [sic] iguais
devem ser tratados de forma igual, sem discriminações fundamentadas, por exemplo, na
raça ou na origem étnica.
Jusnaturalismo
Corresponde à Doutrina Tradicional que atribui ao direito e a lei uma origem Divina.
Esta corrente de pensamento jurídico surgiu com filosofia Grega na qual o Direito é
referido à uma Ordem Cósmica permanentemente e imutável, e foi desenvolvida com o
contributo dos Juris Consultos Romanos que criaram a primeira divisão entre o Direito
Positivo (ius civile - direito próprio da civitas) é o Direito Natural (ius gentium - Direito
Natural e Comum a todos os povos em todos os tempos).
O impulso que se seguiu nesta doutrina foi dado pelo Cristianismo ao consagrar o
respeito pela dignidade da pessoa humana como primeiro valor da Humanidade. O
direito natural era para os gregos o corpo de normas invariáveis e de validade geral,
independente dos interesses e das opiniões prevalecentes em cada sociedade. Muitos
filósofos gregos identificavam o fundamento do direito natural impõe aos homens uma
série de limites. Que condicionam a sua vida.
A Escolástica
Segundo São Tomás de Aquino o conceito do Direito Natural surgiu numa vertente
pratica. O ius naturalis para este pensador era entendido no sentido que é a cada um
como justo em virtude da natureza das coisas. Aquino defendeu que o universo resulta
de uma síntese harmoniosa de três ordens de leis: a lei eterna – emanada da vontade de
Deus, a lei natural – considerada como a participação da criatura racional na lei eterna,
derivando desta a lei humana – criação da sociedade política.
Jusnaturalismo racionalista
Hugo Grotius (1583-1645) Grotius, filosofo e jurista holandês (obra principal: De Jure
Belli ac pacis, 1625), é considerado como fundador do Jusnaturalismo moderno. Para
Grotius, a verdadeira natureza dos homens é a razão, no sentido de racionalidade. Isto
significa que um natural é idêntico ao racional. Desta forma o autor libera o pensamento
filosófico e jurídico da referência a ideias e princípios teológicos, considerando
inadequado o recurso a outras fontes que vão além da razão humana. É que o uso das
outras fontes poderia conduzir a erros. Se a razão humana é necessariamente comum a
todos os homens, deve ser independente dos ensinamentos de uma determinada região,
aceita por uma parte da humanidade.
O direito para Kant fundamenta-se na razão humana e, ainda que na pratica isto não
ocorra, assim deve sê-lo. Um racionalista reconhece a existência de um direito positivo
(no sentido de lei pelo poder político), não o submete a um dever ser que são os
princípios de organização da sociedade estabelecidos pela razão. Somente a razão
permite distinguir o justo do injusto e dizer se o direito em vigor é um verdadeiro
direito. Se o direito em vigor não estiver de acordo com as exigências da justiça, então
ele deve mudar, para tornar-se um verdadeiro direito.
Diante de normas que contrariam os princípios da justiça, o jurista deve ter duas
posturas: se as normas em vigor forem extremamente injustas devem ser excluídas no
sistema jurídico; nos demais casos as normas em vigor devem ser corrigidas pelo juiz,
ou seja, interpretadas de acordo com os princípios do direito justo.
A escola histórica apresenta-se como reacção à escola do direito natural racional. Para
os adeptos da visão histórica, o direito não decorre de uma razão universal válida para
todo o gênero humano e exprimida através de codificações gerais, aplicáveis em todos
os países e épocas.
Esta escola defendia que o Direito não era imutável e eterno mas deveria ser o produto
espontâneo do espírito do povo. – "Volksgeist" – que se exprime pelo costume e
tradição de cada povo. Na opinião de Savigny, o espirito do povo revela-se através do
direito costumeiro ("direito popular"), dos trabalhos de intelectuais nacionais que se
dedicam a estudar as raízes de direito e sistematizam nas suas tendências (“Direito
Sábio”) e, finalmente, através de obras literárias, que exprimem e preservam o espirito
popular. Assim, o direito natural seria o produto da história e dos povos e, por isso,
variável, de acordo com os tempos e lugares em que diferentes povos se encontram.
DIREITO POSITIVO
Positivismo jurídico
O autor afirma que os homens estabelecem um pacto social para evitar a injustiça e a
guerra. Descordando de Hobbes entende, porém, que é o povo que deve fazer e aplicar
as suas leis. Isso indica que estamos diante de um autor democrático, diferente de
Hobbes que atribuiu todo o poder ao monarca. Rousseau coloca a questão: O que é uma
lei?
Kelsen elimina qualquer pergunta sobre as forças sociais que criam o direito. O objeto
da ciência jurídica é examinar como funciona o ordenamento jurídico. Como diz
Kelsen, o direito é o conjunto de normas em vigor e o estudo das mesmas deve ser
realizado sem nenhuma interferência, sociológica, histórica ou política. Na opinião de
Kelsen ”a jurisdicidade parece decorrer de valores internos ao discurso do direito,
valores que a vontade política ou a utilidade social não podem substituir” (Hespanha,
1998). A constituição cria uma hierarquia das fontes do direito, uma pirâmide normativa
(constituição, lei, decreto). Para teoria Kelnesiana, o que principalmente interessa são as
reações entre as diferentes normas jurídicas (“estática do direito”).
A ideia dos Direitos do Homem remota a Grécia Antiga onde os estoicos formularam os
privilégios da dignidade e igualdade da pessoa humana ainda uma sociedade em que a
escravatura era aceite pela consciência ética colectiva. Mais tarde o cristianismo
reforçou a ideia de dignidade da pessoa humana com o recurso a ordem divina. Assim,
seria só na idade moderna que se reconheceria o homem como o sujeito de direitos
fundados na razão e na justiça.
Os direitos do homem têm uma raiz jusnaturalista na medida em que devem ser
reconhecidos ao homem o conjunto de direitos subjectivos que se fundam na natureza
da pessoa humana, independentemente das diferenças de raça, religião, cor ou língua.
Estes direitos foram levados para os territórios coloniais e deram origem a Revolução
Americana. Assim, as Declarações de Direitos dos Estados Americanos da Virgínia,
Pensilvânia, Maryland, todos de 1776, e mais tarde, a Constituição Federal Americana
de 1787, assim como os seus aditamentos, recorrem já a formulações universais solenes
para a enunciação dos direitos nelas consagrados. Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão A primeira e a mais famosa Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão foi proclamada pela Assembleia Nacional Francesa a 26 de agosto de 1789.
Esta declaração proclamou um conjunto de Direitos baseado na liberdade, na segurança
e na propriedade, direitos naturais do Homem que resultam do valor absoluto na pessoa
humana.
A Declaração distingue entre os Direitos do homem, que são Direitos Naturais
inerente ao Homem, anteriores à sociedade política, inalienáveis e consagrados
na lei, e os Direitos do Cidadão, que se destinam a garantir os primeiros através
dos direitos de voto, de eleição para cargos públicos, etc...
Se dentro de cada Estado a Sociedade civil foi conseguindo impor e garantir jurídico-
constitucionalmente os Direitos Fundamentais do Homem, em paralelo, foi se
desenvolvendo a consciência da necessidade de protecção dos Direitos do Homem à
escala mundial.
Esta doutrina humanitária teve os seus primeiros avanços ainda durante o século XIX
com a convenção para a proibição de tráfico de escravos. Porém, foi a partir dos
horrores que se verificaram com a II Grande Guerra Mundial que a Comunidade
Internacional se empenhou, efectivamente, na defesa dos Direitos do Homem através da
elaboração de diversos documentos, nomeadamente: Carta das Nações Unidas, realizada
em 25 de Junho de 1945, na Conferência de S. Francisco, em que se afirmar que “os
povos estavam resolvidos a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do Homem, na
dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das
mulheres, assim como das grandes e pequenas nações (...)”.