PPPI. Trabalho Individual
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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS
JONE ZACARIAS
QUELIMANE
2024
TEMA: CONCEITO DE PLANIFICAÇÃO, OS TIPOS DE PLANIFICAÇÃO E A SUA
IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
JONE ZACARIAS
Quelimane
2024
1. INTRODUÇÃO
A planificação assume grande importância na prática profissional. Ela exige muita dedicação,
capacidade de articular e reflectir e também muito estudo, para que se traduza em resultados
positivos. O professor deverá seleccionar, organizar e apresentar o conteúdo ao aluno, recorrendo
à imaginação e à criatividade, a fim de garantir o interesse do aluno e ao mesmo tempo ir ao
encontro das suas necessidades. Ao querer desenvolver competências nos alunos, o professor
precisa de antecipar, no campo da reflexão, a forma como as conseguirá promover.
A planificar, ou seja, a pensar com antecedência no que quer fazer e a realizar preparativos
que lhe permitam concretizar esse pensar. A planificação constitui um desafio para quem a
realiza, legitima uma ambição, uma finalidade, um propósito que se pretende atingir e assegura
um articulado de componentes necessárias para o alcance do propósito inicial. Há duas razões
importantes que justificam a necessidade do ser humano planificar com antecedência as suas
actividades: existir como um ser racional, tendo a tendência de reflectir sobre o que faz;
coordenar as suas actividades com as dos outros, porque vive em grupo e tem de se relacionar
com outras pessoas. Para além destes aspectos, a planificação também orienta as pessoas nas
suas vidas, auxiliando na resolução de problemas e na reflexão de todos os seus actos.
No entanto, não deve ficar-se pelo plano das ideias, das conjecturas, das estratégias
mentais, deve se após esse processo, elaborar a sua planificação. Através da reflexão são
encontrados os pontos fortes e fracos da acção e com a planificação é possível organizar essa
mesma acção, como garantia de êxito. Algumas qualidades contribuem para um bom plano: “a
coerência, a sequência, a adequação, a flexibilidade, a continuidade, a precisão e a riqueza”. A
planificação apresenta-se como determinante para o sucesso educativo, uma vez que abarca a
reflexão de todos os aspectos da acção.
2. Pergunta de partida
Como tem sido encarada a questão da planificação de aula por parte dos docentes?
3. Objectivos do estudo
3.1. Objectivo Geral
4. Metodologia de trabalho
Com o intuito de atender aos objectivos propostos neste estudo e com base na fundamentação
teórica, apresento a metodologia que tornou viável a aprofundamento da planificação.
É interactivo;
Trazer à luz uma temática como a planificação organizada e estruturada de textos implica
reconhecer uma especificidade que caracteriza esta prática, uma importância que se encontra no
modo em que a aplicação de processos de planificação textual é fundamental para o
desenvolvimento da capacidade escrita do aluno. De facto, se os níveis de escolaridade
acompanham o sentido evolutivo natural do indivíduo, se os documentos reguladores do
processo ensino-aprendizagem postulam o crescimento intelectual do aluno e se a sociedade
espera o amadurecimento integral do indivíduo, então acreditamos que uma prática continuada
de uma escrita radicada na organização e na estruturação é indispensável para o sucesso holístico
do aluno. A prática continuada e reflexiva desenvolverá no aluno mecanismos de escritas mais
conscientes e promoverá a autonomia veiculada pelo processo de aprendizagem.
A ideia que fica é de que cada documento aqui apresentado entende a planificação de uma
forma muito singular e sentimos que a informação de uns ajuda a enriquecer a informação dos
outros. Isto é paradigmático de uma relativa transversalidade subjacente à produção destes
documentos, tornando a orientação de práticas pedagógicas como uma prática regulada e
ponderada. No que concerne à planificação textual, vemos que todos os documentos conferem a
esta prática uma importância que não pode ser afastada. Constatamos que os documentos
reguladores que se referem à disciplina de Português mencionam este processo de uma forma
algo frequente. Tal poderá estar relacionado com o fato de os alunos, que se terem supostamente
desenvolvido no domínio da escrita, necessitando, agora, de incorrer em práticas mais
sistematizadas, autónomas e disciplinadas. Relativamente aos documentos que regulam o ensino
da Língua Estrangeira – Espanhol, estes já não se debruçam tanto sobre essa temática devido à
circunstância de ser primeiro necessário desenvolver actividades significativas da língua que
permitam um adequado desenvolvimento da mesma por parte do aluno. Neste cenário, a
planificação pode ser encarada como uma prática subsidiária na consolidação de uma
competência escrita.
7. Planificação
No que tem a ver com a planificação Saénz (1989:110), sublinha que “é um desenho ou
síntese global e antecipatória do processo unitário de instrução, ou seja, do que o professor e o
aluno vão realizar na turma.”
Em relação a este aspecto, Zabalza (2000: 47), por sua vez, ressalta que a planificação é
um fenómeno de planear, de algum modo as nossas previsões, desejos, aspirações e metas num
projecto que seja capaz de representar, dentro do possível, as nossas ideias acerca das razões
pelas quais desejaríamos conseguir, e como poderíamos levar a cabo, um plano para concretizar.
Pensamos que a planificação é um fio condutor que ajuda o professor no seu dia-a-dia na
sala de aula propondo um bom emprego das suas actividades e a eficácia dos mesmos junto dos
alunos. Parafraseando Zabalza (2000:85), que a planificação docente constitui uma das funções
executivas do ensino em que o docente toma decisões em relação a aquilo que deve ser ensinado
(que metodologias, que material didáctico, que recurso). Neste processo ainda, considera os
resultados esperados, assim o currículo é transformado e adaptado pelo processo de planificação
docente através de acrescentos, supressões, interpretações e decisões do docente.
A planificação e a tomada de decisão no sentido mais abrangente possível, são vitais para
o ensino e interagem com todas as funções executivas do professor. Portanto pode-se afirmar
que, no ensino, a planificação docente não é somente uma necessidade mas acima de tudo um
imperativo que se impõe a todo o autêntico educador.
Como é óbvio a planificação docente constitui, um pilar decisivo para a eficácia e sucesso
do processo ensino/aprendizagem. A importância da planificação pode ser apreciada através da
grande variedade de actividades educacionais que são afectadas pelos planos e decisões do
professor. Sobre este particular, Arends (1999:44), “inclui a decisão do tempo de instrução
atribuída a alunos individualmente ou em grupos; a constituição dos grupos; a organização de
horários diários, semanais e trimestrais; a compensação de interrupções alheias à sala de aula e a
comunicação com professores substitutos.”
Na mesma linha de reflexão podemos dizer que a tarefa panificadora do professor não é
nada fácil, pois é ele quem selecciona, organiza e apresenta o conteúdo ao aluno. De acordo com
o plano geral que recebe da tutela e que atende interesses e necessidades gerais, ele tem que
definir o conteúdo do plano de ensino, e isso exige cada vez mais originalidade, criatividade e
imaginação por parte do professor. Por outro lado, exige dos mesmos muita dedicação,
responsabilidade, estudo e deve ter uma visão global de todos os elementos essenciais do
desenvolvimento curricular, pois tudo aquilo que é trabalhado em sala de aula merece ser revisto
e bem preparado.
Arends (1999:44), sublinha que é de facto essencial que o professor tenha um fio
condutor das suas aulas. Neste sentido comparar a planificação da aula a um mapa de estrada,
para se chegar a um destino é necessário: traça-se um caminho, embora durante o percurso pode
ocorrer desvios e no final chegar ao sítio pretendido.
Assim a planificação não deve ser rígida. Pelo contrário, deverá ser uma previsão do que
se pretende fazer, tendo em conta as actividades, material de apoio e essencialmente o contributo
dos alunos. Privilegiando as relações pessoais entre todos os membros do grupo-turma, e fazendo
com que os alunos se sintam como elementos no processo educativo.
Todavia, Arends (1999: 67), alerta-nos que ao lado das consequências positivas da
planificação para a aprendizagem e para o comportamento na sala de aula, ela poderá também ter
consequências negativas. A este respeito escreve:
Efectivamente um estudo levado a cabo por John Zahorik (1970) citado por Arends
(1999:47) que também analisarem o impacto da planificação docente constataram que entre os
docentes que planificam e os que não planificam. Os primeiros eram menos sensíveis às ideias
dos alunos e pareciam prosseguir os seus objectivos, não obstante aquilo que os alunos pensavam
ou diziam. Pelo contrário, os professores que não planificavam revelaram um maior número de
comportamentos não -verbais que encorajavam e desenvolviam as ideias dos estudantes.”
Em conformidade com Arends (1999: 61), a eficácia dos planos anuais gira geralmente à
volta da capacidade de incluir três facetas.
Temas e atitudes gerais: isso significa que muitos dos professores no início do ano lectivo
preferem passar aos seus alunos uma série de atitudes, metas e temas gerais sobre
disciplina, elementos esses que não se podem tratar numa só aula, mas só através de
determinadas vivências ao longo do ano, que devem ser previstas pelos professores.
Matéria a dar: como se sabe, são inúmeros os temas a tratar e várias actividades a
realizar, por outro lado, o tempo não chega para tudo, cabe ao professor ter a capacidade
de saber seleccionar o mais essencial do acessório.
Outro aspecto a ter em conta é os ciclos do ano lectivo, toda comunidade educativa
devem saber que a escola funciona em torno de uma abertura e de um enceramento
lectivo que se compreende nomeadamente, os períodos de aulas, dias da semana,
feriados, períodos de férias, entre outros acontecimentos escolares importantes. Assim, é
importante planificar, tanto quanto possível, os ciclos escolares.
De acordo com Arends (1999:59-60), designa-se por planificação a médio prazo “os
planos de uma unidade de ensino, ou de um período de aulas. Basicamente, uma unidade
corresponde a um grupo de conteúdos e de competências associadas que são percebidas como
um conjunto lógico.”
1- Clarificação dos objectivos gerais que constam do plano a longo prazo e que são
relativos àquela unidade de ensino;
2- Identificação dos “pré-requisitos” necessários para conseguir realizar as
aprendizagens a que o plano é relativo;
3- Ordenação e distribuição de conteúdos por lições;
4- Estabelecimento de estratégias mais pormenorizadas e mais adequadas ao
contexto;
5- Identificação e listagem de materiais a utilizar;
6- Elaboração de materiais de avaliação formativa e sumativa;
7- Estabelecimento de actividades de remediação e enriquecimento;
Desta forma, vai-se traçar o percurso para uma série de aulas e, vai reflectir a compreensão
que o professor tem tanto ao conteúdo como ao processo de ensino.
Cortesão (1994:71), enfatiza que ” durante o ano lectivo é focalizado a acção que se
desenrola num contexto muito particular, é necessário elaborar planos correspondentes às acções
que no dia-a-dia vão concretizar as diferentes parcelas do anterior.” Ainda, podemos acrescentar
que consiste na planificação de cada aula onde se definem todos os ingredientes essências do
plano.
Nessa sequência Yinger citado por Altet (2000:113), sustenta que “ as planificações das
aulas são o principal suporte para o estabelecimento das rotinas, e define-as como, conjuntos de
procedimentos estabelecidos que têm como função controlar e coordenar sequências específicas
de comportamentos.”
Nestes termos, planificar é transformar uma ideia num percurso de acção. Isto mesmo
escreve Carvalho e Diogo (1999: 13), ao referirem que a planificação tem “um pé” na situação
vivida e o outro na situação desejada, definem na comportando como uma a linha condutora da
acção, dando- lhe um significado e sentido específicos.
Do meu ponto de vista ao elaborar um plano de aula é importante estar atento às reais
necessidades, interesses e possibilidades dos alunos, podendo sofrer alterações adequando-os às
características reais dos alunos. Na mesma linha de ideia, o professor pode reflectir sobre seus
objectivos, metodologias, conteúdos e avaliação relacionados com sua disciplina.
13. Instrumentos que facilitam a planificação docente
• Livros de texto;
• Materiais comerciais;
• Guias curriculares;
• Revistas;
É de frisar que estes mediadores constituem pontos de partida para qualquer planificação
docente do processo ensino/aprendizagem. A presença destes é indispensável e cabe ao professor
tirar delas o máximo partido no sentido de planificarem as suas aulas cada vez mais ricas e
motivadoras para os seus alunos reorientando.