Diário de Leitura

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Diário de Leitura

Elaborado por: Vasco Cunha, nº25, 10ºB


Ano Letivo: 2023/24
Docente: Odete Duarte

Obra: Parábola do Cágado Velho, de Pepetela

-Dia 23 de dezembro de 2023: Capítulo 1 (20:00- 20:15)


Começo assim a leitura do livro por mim escolhido, Parábola do Cágado
Velho, escrito num português ao qual não estou habituado.
A história inicia-se com a apresentação de um homem “Ulume”, presumo que
vá ser o personagem principal e de seguida uma descrição do cenário onde-se
encontra e da localização do seu kimbo (aldeia), que fica colado ao pé da Munda
(monte).
Ulume sobe todos os dias a um monte perto da sua aldeia, senta-se nas
pedras a fumar e aguarda a passagem de um cágado velho. Durante a passagem
do cágado é descrito como se o tempo parasse.
Estou a achar a história interessante. Irei continuar a leitura.

-Dia 24 de dezembro de 2023: Capítulo 2 e 3 (21:00- 21:45)


Ulume já era casado e tinha filhos já grandes, mas havia avistado uma
rapariga jovem de uma aldeia próxima, talvez mais nova que os seus filhos, e
achou-a bastante atraente, chamava-se Munakazi. Ulume encontrou-se com ela em
mais festas e fitava-a com agrado.
Após a descrição da Munakazi o cenário mudou completamente para um
campo de batalha, onde é descrita uma situação em que atiraram uma granada para
o Ulume, que perante o que julgava ser a sua morte viu a imagem de Munakazi.
Milagrosamente, Ulume sobreviveu, mas o sentimento de saudade por Munakazi foi
muito doloroso.
Ulume considerou a cena da granada um sinal evidente e decidiu que
Munakazi tinha de ser dele.
Os mais velhos contavam, ainda Ulume era pequeno, que na sua terra
sempre houve guerras com muitos mortos. Porém mais tarde vieram os brancos que
ocupavam terras e apanhavam escravos, o que levou mais tarde a uma grande
revolta devido à fome e os impostos. Ulume entendou o motivo dessa guerra ao
contrário das guerras anteriores, que o povo não entendia nem queria.
Estou a gostar da história, retrata muito bem o impacto das guerras nas
pessoas das aldeias de Angola.

-Dia 25 de dezembro de 2023: Capítulo 4 e 5 (20:00 - 20:30)


Após essa grande revolta Ulume aproveitou bem o tempo de paz, com a sua
família.
Ulume tinha receio que os seus filhos partissem para Calpe, uma cidade
controlada por brancos.

O autor conta uma história que Ulume ouvia na infância, sobre um soba
(chefe de um grupo populacional, de um pequeno estado) da região a que pertencia
a sua aldeia. Este chefe começou a fazer negócios com brancos e as pessoas
gozavam com ele. De tanto ser gozado o soba emagreceu e às vezes nem dormia
para tentar apanhar as pessoas que lhe chamavam nomes durante a noite. Os que
apanhava atirava-os para um buraco muito fundo. Entretanto, o soba decidiu atacar
umas terras vizinhas, mas morreu e os brancos passaram a escolher uma pessoa
para ser regedor.
Estou a achar a história interessante, porém um pouco confusa.

-Dia 26 de dezembro de 2023: Capítulo 6, 7 e 8 (21:00-22:00)


Ulume perdeu duas filhas devido a fome e doença, e a sua mulher, Muari,
nunca mais conseguiu engravidar. Apenas lhe restavam dois filhos, Kanda e Luzolo.
Luzolo foi para a cidade e nunca mais voltou, notícias diziam que ele se tornara
soldado, o irmão mais novo Kanda mais tarde também pelo mesmo caminho foi,
tornou-se soldado, mas não do mesmo exército. Eram adversários.
A meio da tarde, Ulume voltou a subir ao monte para ver o cágado e percebeu que
já há muito tempo os maus presságios eram abençoados, porém ele não os soubera
ler. Ulume questiona ao cágado se ele sabe o que se passa naquela terra, porém
não obteve resposta
Ulume voltou a ver Munakazi numa festa e como das outras vezes, ela sorriu
para ele.
Começaram as confusões, chegavam soldados à aldeia e pediam comida.
Certo dia chegou um grupo de soldados que conhecia Luzolo e mais tarde outro
grupo que trazia um recado de Kanda, para os abrigarem durante dois dias.

O episódio da granada volta a ser mencionado, desta vez mais aprofundado.


Enquanto um grupo de soldados estava na aldeia, outro grupo entra aos tiros. As
pessoas fugiam e Ulume escondeu-se numa vala com bananeiras e palmeiras. Foi
então que uma granada caiu a dois metros dele. Ulume sabia que aquilo ia explodir
em segundos e apenas olhou para o céu, foi aí que viu o rosto de Munakazi.
Durante momentos pensou que estava morto, mas depois apercebeu-se que ainda
estava vivo. Nesse momento Ulume decidiu que Munakazi tinha de ser dele.
Após a confusão acalmar, os habitantes da aldeia que sobreviveram
juntaram-se e decidiram que iam mudar a aldeia para floresta. Durante este debate,
Ulume aproveitou para contar a Muari o seu desejo de casar com Munakazi. Muari
concordou e disse-lhe para cumprir o seu destino e que o sinal era demasiado forte
para ser ignorado.
Ulume e Muaria decidiram não se mudarem para a nova aldeia. Muaria
afirmou que precisava de ficar na aldeia caso os filhos voltassem e Ulume não
queria deixar o cágado velho.
Percebi que o tempo cronológico na história não segue uma certa ordem, por
vezes o autor escreve momentos atuais, depois momentos passados e de seguida
momentos atuais de novo, daí estar a achar o texto confuso. A história está cada
vez mais interessante e estou ansioso para ler mais.

-Dia 27 de dezembro 2023: Capítulos 9, 10 e 11 (22:00-23:15)


Ulume teve uma conversa com o pai de Munakazi e propôs-la em casamento,
oferecendo cinco cabritos. A mãe de Munakazi não gostou muito da idea, visto que
Munakazi era uma rapariga ainda jovem e virgem, enquanto Ulume já era velho e já
tinha mulher e filhos.
O pai de Munakazi afirmou que ele próprio é que decidia se ela casava ou
não. Ulume disse-lhe que só casava se ela quisesse. Munakazi foi convocada à
conversa onde disse que não queria casar ainda e fugiu para junto de uma árvore.
Ulume foi ter com ela e voltou a afirmar que o pai podia obrigá-la, mas ele só casava
se Munakazi quisesse. Ulume perguntou-lhe o motivo de não querer casar, ela
respondeu dizendo-lhe que sonhava casar com um homem jovem, ainda sem filhos,
e que não podia ser uma segunda mulher. Ulume perguntou a Munakazi se queria
que mandasse a sua mulher embora, para assim ela ser a única. Munakazi recusou,
não queria o mal da mulher, que ainda por cima era mãe do Kanda, que era seu
amigo.
Ulume sentiu-se obrigado a contar tudo e assim explicou-lhe a cena da
granada. Munakazi apenas ouvia em silêncio, sentindo-se cada vez mais angustiada
e atraída pelas palavras do Ulume. Ulume deixou o assunto em suspeno e disse
que mais tarde voltava.
Passados dias, Muari, mulher de Ulume foi ao kimbo de Munakazi falar com
ela, para tentar convencê-la. Ulume enquanto esperava, decidiu ir ao monte do
cágado velho, espiar a sua gruta à procura de respostas para o porquê do mundo
ter-se tornado assim.
Mais tarde Muari chegou com más notícias: após conversarem durante muito
tempo, Munakazi decidiu que não quer, devido às razões ditas anteriormente.
Durante isto apareceram 2 pessoas que estavam desaparecidas da aldeia, pois
foram levadas pelos soldados. Estas disseram que conseguiram fugir durante um
ataque, e que ambos os exércitos são muito parecidos, porém são inimigos.
A notícia de que o pedido de casamento Ulume havia sido recusado,
espalhou-se e Ulume reparava nos risinhos de algumas pessoas. Ulume foi com
Mande, um dos que fugiu dos soldados, ao kimbo de Munakazi.
Ao chegarem à aldeia, Mande contou a sua história enquanto que Ulume
apenas fitava o chão. Munakazi de repente mudou de ideias e contou à sua mãe
que agora queria casar com Ulume. Ela não entendia aquele repentino impulso e
era estranho agora querer casar com o pai do seu amigo Kanda, com quem já teve
relações sexuais. No entanto o impulso era verdadeiro e não havia como fugir, até
pensou que Ulume era feiticeiro.

Estou a gostar imenso de ler a história, utiliza bastantes adjetivos para


caracterizar o amor de Ulume por Munakazi e o romance entre eles, enquanto
envolve guerra. É uma história muito interessante, porém não entendo o sentido do
cágado velho.

-Dia 30 de março de 2024: Capítulos 12 e 13 (22:00-22-35)

Dei uma pausa na leitura do livro devido à escola, mas já retomei.


Ulume casa-se com Munakazi, porém ficou a dever os cabritos pois não tinha
forma de pagar. Ele disse que ia ver se arranjava alguém que trocava galinhas por
um casal de cabritos.
Mais tarde apercebem-se que Munakazi não consegue engravidar e então
chamam um velho feiticeiro para tentar resolve. Este velho custou 8 galinhas , mas
meses depois Munakazi ainda não tinha engravidado.
O velho feiticeiro disse que havia um jovem num sítio longe que não queria
que Munakazi engravidasse. Ela associou este jovem ao Kanda, que possivelmente
ainda a amava.
Ulume e Munakazi partiram para o kimbo novo para ver se encontravam
alguém disposto a trocar cabritos por galinhas, mas quando retornaram ao kimbo
velho viram que este tinha sido atacado por soldados. As reservas foram roubabas
mais uma vez e perderam quase todas as galinhas.
Munakazi e Muari ( a primeira mulher de Ulume) tiveram uma discussão pois
Ulume estava a considerar ir para o kimbo novo, que era mais seguro, escondido na
floresta, longe de caminhos usados por tropas. Muari concordou, porém Munakazi
disse que dali ou ia para o seu kimbo ou para a cidade.

-Dia 31 de março de 2024: Capítulo 14 (22:00-22:20)

Ulume obrigou Munakazi a ir para o kimbo novo, onde era mais seguro. Antes
de ir avisou os pais dela e também se despediu do cágado, prometendo que voltava
a visitá-lo.
Nos primeiros meses após a mudança, passaram um pouco de fome, mas
depois acabaram por se estabelecer bem. Os terrenos eram férteis e não faltavam
animais para caçar.
Um dia Ulume voltou ao kimbo velho para visitar o cagádo e deparou-se com
uma mulher morta por uma explosão, ao qual associou a presença de minas ali.
Decidiu ir avisar os habitantes do kimbo antigo de Munakazi, de forma a terem
cuidado caso fossem lá.
Ao chegar ao kimbo antigo de Munakazi, os habitantes disseram ao Ulume
que os soldados tinham passado por ali e levaram o irmão mais novo de Munakazi,
pois servia para carregar munições de acordo com os militantes.

Estou a gostar da história.

-Dia 3 de abril de 2024: Capítulo 15 e 16 (21:45-22:20)

A irmã mais nova de Munakazi foi para a cidade com os soldados. Segundo a
mãe, ela foi a chorar, contra vontade, mas de acordo com o pai dela, a filha mais
nova foi toda contente, pois ir para a cidade era o que mais queria.
Munakazi desapereceu. Ulume e mais homens do kimbo procuraram durante
o dia todo, mas nada encontraram. Ulume decidiu ir ao kimbo dos pais de Munakazi
para ver se ela estava lá, mas sem esperanças ficou quando chegou e descobriu
que nem ali Munakazi se encontrava.
Ulume conversou com os pais dela e suspeitavam que ela tivesse fugido para
a cidade, pois Munakazi muitas vezes falava com a irmã sobre a cidade. Ulume
ficou abalado e cheio de saudades, porém não havia nada que ele podesse fazer.

Passaram-se vários anos e o Vale da Paz crescia cada vez mais. Ulume não
gostava muito, pois pressentia que isto iria atrair soldados.
Um dia, o filho de Mande, chamado Zacaria, que era soldado do exército de
Kanda, retornou ao Kimbo. Foi a novidade para as pessoas, estas faziam-lhe várias
perguntas.
Zacaria foi com o pai ter com o Ulume e Muari e disse-lhes que Kanda já era
casado e tinha filhos. A Mãe ficou chateada por ele não ter vindo dar notícias, mas
Zacaria explicou que era muito perigoso. Zacaria disse um recado de Kanda para o
Ulume: Kanda não ficou nada contente com o casamento de Ulume e Munakazi e
ficou feliz por ela ter tido juízo e ter fugido.

-Dia 4 de abril: Capitulo 17 e 18 (22:00-22:35)

Passaram se mais meses e anos, passavam várias pessoas a dizer que a


guerra já tinha acabado, porém não se tinha a certeza.
Certo dia um habitante do Vale do Paz deparou-se com um grupo de
soldados. Estes diziam que eram do lado deles e trataram-nos bem. Apenas
pediram comida e não roubaram nada.
Com isto Ulume pressentiu que o Vale da Paz já não era tão seguro assim e
partiu com outros homens para procurar um sítio novo para habitarem. Não
encontraram nenhum sitio bom, tiveram que se contentar com um pequeno lago
quase sem vegetação, dava para cerca de 12 famílias.
Certo dia um voltaram os tiros, devido a um incidente com uma mina. Um
grupo de soldados acusou o outro de ter posto a mina. Não se entenderam com as
culpas e combateram. Tomaram kimbos e lutaram com tiros e canhões, destruindo o
Vale da Paz e todo o esforço nele posto.
Ulume e Muari fugiram para um monte durante o combate e tiveram que
dormir ao frio. No dia seguinte, quando as coisas acalmaram, desceram para o
kimbo. Apenas estavam lá eles e mais um casal, o resto fugiu.
Ulume questionava qual era o sentido daquilo tudo e acreditava que o único
que conseguiria responder seria o cágado velho.
Quando menos esperavam, o Luzulo, o filho mais velho foi visitá-los. Eles
ficaram contentes por vê-lo e este contou-lhes que já não era soldado há varios
meses. Quis ficar lá alguns dias, mas depois iria buscar a sua mulher e os seus três
filhos para se mudarem para lá. Mais tarde Ulume recebeu um recado de Kanda
para se encontrar com ele daí a dois dias e que tinha de ir sozinho.
Quando se encontrou com Kanda, este estava todo bem fardado, com
símbolos de comando a brilhar nos ombros. Comeram e beberam enquanto
falavam. Kanda falava mal de Luzolo e do seu exército, mas o Ulume ouviu a
mesma coisa sobre Kanda pelo filho mais velho. Não gostavam um do outro. Kanda
desconfiava de Luzolo e disse ao pai que este deveria ter algum plano.
Conversaram mais um pouco e depois Ulume foi para casa.

-Dia 4 de abril: Capítulo 19 ( 23:00)

Ulume já há varios dias que via um certo vulto no Vale da Paz, pensava que
era um espírito, mas certo dia, enquanto Ulume estava no monte , esse vulto foi ter
com a Muari, onde esta viu que afinal se tratava de Munakazi, já mais velha e
magrinha com os ossos à mostra.
Munakazi teve a contar a sua história a Muaria, ela sofreu muito. Luzolo
queria bater na Munakazi e gritou com ela para ir embora, mas Muari impediu.
Munakazi contou que só conhecera homens que quiseram aproveitar o corpo
e a juventude dela. Fizeram-lhe dois filhos, um que morreu de doença e fome, e
outro que perdeu num combate. Ficou sozinha e teve que se entregar a um homem
bêbado, que lhe batia muito e acabou por a engravidar. Este homem deixou-a pois
não queria ter despesas e Munakazi ficou mais uma vez sozinha. Anos depois
voltou a perder este filho numa emboscada, andou muito tempo à procura dele até
desistir da busca do filho e de si própria. Ela alimentou-se muito tempo apenas de
raízes e dormia no chão, sem destino, até se aperceber de que o único sítio onde
encontrara alguma tranquilidade e carinho tinha sido no Vale.
Ulume não sabia se a aceitava de volta ao não, Luzolo e outros achavam
uma vergonha, mas Ulume estava indeciso, pois apesar de ter sofrido muito
também sentia muitas saudades.
Para resolver essa indecisão, Ulume decidiu visitar o cágado velho e
enquanto o cágado caminhava para a gruta ulume perguntou-lhe se deveria aceitar
Munakazi devolta. O cágado olhou para ele, o tempo parecia que parou e o silêncio
instalou-se. O cágado baixou e levantou a cabeça 3 vezes, como um sinal de
afirmação. De repente tudo voltou ao normal e o tempo retomou o seu poder.
Assim acaba a história, com o Ulume deitado no chão a contemplar as
estrelas.
Gostei muito deste livro, apesar de ser um pouco confuso. Este romance
numa situação de guerra é uma história muito bonita e recomendo.

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