Slides de Aula Unidade III
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Fundamentos da
Sociologia da Educação
Com a consideração das unidades anteriores, a análise sociológica da educação pode ser
dividida em dois grandes posicionamentos, a princípio, completamente distintos:
1. Sua relação com as desigualdades educacionais uma vez que era sua prioridade o fim
das desigualdades.
2. Preocupada com questões sociais na educação e que tinha o currículo como peça
fundamental. Foram realizadas reflexões acerca do currículo real e oculto.
3. Interessou-se pelos processos que ocorrem nas escolas e nas salas de aula, pelos
conteúdos e pelos saberes incorporados nos programas e nos cursos, pelas interações que
os atores estabelecem no cotidiano escolar.
A análise sociológica contemporânea da educação
Para Jean-Claude Forquin (1993), esse percurso consolida as ideias centrais da “nova
Sociologia da Educação”, em suas próprias palavras: “o que caracteriza propriamente a
abordagem da ‘nova sociologia’ é este novo olhar crítico e desconstrutor que ela põe sobre
os saberes e sobre os conteúdos simbólicos veiculados pelo currículo”.
No Brasil, as discussões sobre currículo vêm assumindo maior importância nos últimos anos,
principalmente em função das variadas alterações que as propostas curriculares oficiais
buscam trazer às escolas. Associada a essa centralidade, vemos surgir uma multiplicidade
cada vez maior para o campo do currículo (LOPES; MACEDO, 2002, p. 9).
A análise sociológica contemporânea da educação
As primeiras preocupações com o currículo, no Brasil, datam dos anos 1920. Desde então
até a década de 1980, o campo foi marcado pela transferência instrumental de teorizações
americanas. Apenas na década de 1980, com a redemocratização do Brasil e o
enfraquecimento da Guerra Fria, a hegemonia do referencial funcionalista norte-americano
foi abalada. Nesse momento, ganharam força no pensamento curricular brasileiro as
vertentes marxistas (LOPES; MACEDO, 2002, p. 13).
Nesse momento ganha força a produção de língua, incluindo autores da NSE e tradução dos
textos de Michael Apple e Henry Giroux. Pesquisadores brasileiros começam a buscar
referências no pensamento crítico.
A análise sociológica contemporânea da educação
No início da década de 1990, o campo do currículo começa a ser influenciado pelo enfoque
sociológico, em contraposição ao pensamento psicológico até então dominante. Os trabalhos
dos pesquisadores e a escola começam a ser pensados a partir das relações de poder.
Observa-se uma nova tendência de reflexão sobre a educação que procura compreender as
relações no espaço escolar, o papel do currículo na formação do indivíduo. Essa nova
tendência não se restringe a refletir sobre o sentido social da aprendizagem escolar.
Interatividade
a) A NSE tinha uma preocupação com as desigualdades educacionais uma vez que era sua
prioridade o fim das desigualdades.
b) No início da década de 1990, o campo do currículo começa a ser influenciado
pelo enfoque sociológico.
c) Após a década de 1980 ganharam força no pensamento curricular brasileiro
as vertentes marxistas.
d) Preocupada com questões sociais na educação, a NSE tinha
o currículo como peça fundamental.
e) Todas as alternativas estão corretas.
Resposta
a) A NSE tinha uma preocupação com as desigualdades educacionais uma vez que era sua
prioridade o fim das desigualdades.
b) No início da década de 1990, o campo do currículo começa a ser influenciado
pelo enfoque sociológico.
c) Após a década de 1980 ganharam força no pensamento curricular brasileiro
as vertentes marxistas.
d) Preocupada com questões sociais na educação, a NSE tinha
o currículo como peça fundamental.
e) Todas as alternativas estão corretas.
Foucault: educação, poder e disciplina
Para Foucault, a escola é uma das instituições de sequestro, como o hospital, o quartel e a
prisão. Para o professor Alfredo Veiga-Neto são instituições que retiram compulsoriamente
os indivíduos do espaço familiar ou social mais amplo e os internam, durante um período
longo, para moldar as suas condutas, disciplinar seus comportamentos, formatar aquilo
que pensam.
Com o advento da Idade Moderna, tais instituições deixam de ser lugares de suplício, como
castigos corporais, para se tornarem locais de criação de corpos dóceis. A docilização do
corpo tem uma vantagem social e política sobre o suplício porque este enfraquece ou destrói
os recursos virais. A docilização torna os corpos produtivos.
Foucault: educação, poder e disciplina
Fonte: Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, 2009, p. 116/117.
Foucault: educação, poder e disciplina
Ampliada a situação para o âmbito social, a disciplina se exerce por meio das redes invisíveis
e acaba ganhando aparência de naturalidade.
É com a assustadora semelhança e a comparação entre escola e presídio, desenvolvida em
Vigiar e Punir, que Foucault nos deixa claro o funcionamento dessas disciplinas no ambiente
escolar. A educação e a escola se tornam aparelhos de adestramento e vigilância. Essa é a
extensão e a drasticidade de sua análise sociológica da educação.
Foucault: educação, poder e disciplina
Todos aqueles elementos próprios da disciplina são encontrados na escola analisada por
Foucault e também na maioria delas em nosso contexto nacional contemporâneo. A
vigilância hierárquica torna os subordinados visíveis para os superiores – o edifício, a
arquitetura da escola é um espaço para vigiar, construída para possibilitar essa visão dos
superiores, prevenindo-se a insubordinação e a independência comportamental. As
micropenalidades do tempo, da atividade, da maneira de ser, do discurso, do corpo e da
sexualidade – punições por chegar atrasado, ausências e interrupções de tarefas; punições
por desatenção, negligência e falta de zelo; punição por grosseria e desobediência; punição
por tagarelice, insolência; punição por atitudes incorretas.
Interatividade
Publicada em 1975 esta é uma das obras mais famosas de Michel Foucault, que trata da
questão da disciplina e do poder do mundo moderno. O nome desta obra é:
a) O Panóptico.
b) Microfísica do Poder.
c) Vigiar e Punir.
d) O Príncipe.
e) A República.
Resposta
Publicada em 1975 esta é uma das obras mais famosas de Michel Foucault, que trata da
questão da disciplina e do poder do mundo moderno. O nome desta obra é:
a) O Panóptico.
b) Microfísica do Poder.
c) Vigiar e Punir.
d) O Príncipe.
e) A República.
Habermas: educação e ação comunicativa
“Embora não tenhamos explicitamente uma obra que fale sobre educação na perspectiva de
Jürgen Habermas (1929...) abordada por ele mesmo, outro sim, seus artigos, ensaios, e
muitas obras (livros) oportunizam refletir a dimensão pedagógica a partir da teoria crítica e do
agir comunicativo onde a racionalização é um processo pelo qual acontece a ampliação do
conhecimento, não só na esfera instrumental, mas também, na dimensão comunicacional
intersubjetiva, como um suporte para dimensionar a educação como socialização. O
processo de ensino só poderá ser considerado emancipatório se acontecer na instância do
agir comunicativo. Mas, o que é o Agir Comunicativo?” (TESSER, 2013, p. 45).
Habermas: educação e ação comunicativa
Para Bastos e Oliveira (2006, p. 131), Habermas restabelece a ligação entre saber teórico e
a ação humana a fim de poder verificar como se dá o nexo entre saber científico (fruto da
racionalidade técnica) e a práxis social (imanente ao mundo da vida).
Segundo Mühl, subjaz a esse conceito de práxis comunicativa uma prática pedagógica
participativa, a qual deixa de ser um mero agir instrumental do professor e se torna um
processo cooperativo, em que todos os concernidos se tornam participantes no processo de
construção do conhecimento (BASTOS; OLIVEIRA, 2006 apud FÁVERO, 2003, p. 30-31).
Aproximação entre Habermas e Paulo Freire
a) Em seus estudos de investigação histórica, Habermas tratou diretamente das escolas e das
ideias pedagógicas da Idade Moderna.
b) Habermas considera o conceito de disciplina definidor da modernidade.
c) Para Habermas, o agir comunicativo leva em consideração o lebenswelt (linguagem,
cultura, trabalho, interação e educação).
d) A educação para Habermas deve ser entendida como uma técnica social.
e) Americanismo é um tema recorrente na obra de Habermas.
Resposta
a) Em seus estudos de investigação histórica, Habermas tratou diretamente das escolas e das
ideias pedagógicas da Idade Moderna.
b) Habermas considera o conceito de disciplina definidor da modernidade.
c) Para Habermas, o agir comunicativo leva em consideração o lebenswelt (linguagem,
cultura, trabalho, interação e educação).
d) A educação para Habermas deve ser entendida como uma técnica social.
e) Americanismo é um tema recorrente na obra de Habermas.
Estudos culturais, pós-colonialismo e educação
Todo o eurocentrismo, no que diz respeito à cultura, foi questionado por tal vertente de
estudos. As reivindicações de universalidade europeia nas manifestações culturais inclusive
na produção intelectual passam ser o grande problema a ser encarado e desfeito.
Na área educacional, os estudos culturais pós-coloniais estimularam um amplo debate sobre
o respeito, a diversidade e a diferença.
A proposta dos estudos culturais e pós-coloniais encontra, portanto, na área da educação
grandes temas, e por se desenvolver em ampla escala justamente nessa relação entre tais
vertentes e a educação que concentraremos essa revisão.
Estudos culturais, pós-colonialismo e educação
[...] Em que medida a noção de raça, forjada nos séculos XVIII e XIX pelo pensamento
europeu, continua influindo na formação das identidades de alunos e educadores?
[...] Como os materiais didáticos, as narrativas literárias e os textos científicos e filosóficos
continuam celebrando a soberania do sujeito imperial europeu?
[...] Como as subjetividades de alunos e educadores de diferentes grupos étnicos e raciais são
influenciadas pelos padrões culturais europeus?”
Estudos culturais, pós-colonialismo e educação
No limite, enfrentamos uma questão só, como sintetiza Giroux (1999): “Como podemos
construir um discurso que elimine os efeitos do olhar colonizador enquanto ainda estamos
sob sua influência?”
A educação no contexto global e multicultural
Desde a seção anterior, com a consideração dos estudos culturais e o pensamento pós-
colonial, já apontávamos para uma mudança de diagnóstico na realidade educacional, já
que, encontra-se inserida numa organização mundial que sofre profundas transformações na
segunda metade do século XX.
A questão de gênero não era considerada um tema importante na área educacional até
meados dos anos de 1970. Até então os estudiosos da área identificavam que as formas de
socialização das mulheres no ambiente escolar as colocavam sistematicamente em posição
de desvantagem sobre os homens.
Seguindo a análise sociológica educacional centrada na classe – a análise de gênero
concentrou-se inicialmente na questão de acesso.
E logo ficou evidente que o nível de educação das mulheres, em muitos países, sobretudo
naqueles como o Brasil situados na periferia do capitalismo, era mais baixo quando
comparado aos homens
A questão de gênero e a educação
Criado pela diferença de raça, agravado pelas ideias etnocêntricas, o racismo contra os
negros ainda persiste nas relações sociais brasileiras contemporâneas. O racismo ganha
força quando associado a outras diferenciações sociais.
As questões de gênero e raça não podem deixar de ser tratadas de maneira crítica em
análises de Sociologia da Educação.
Interatividade
BASTOS, Carolina Vieira R. de A.; OLIVEIRA, Simone Vinhas de. Ação Comunicativa e Ação
Dialógica: Contribuições para uma Educação Libertadora. Aprender – Cad. de Filosofia e
Psic. da Educação Vitória da Conquista. Ano IV, n. 7, p. 119-134, 2006.
FERREIRA, Rosilda Arruda. Sociologia da Educação: Uma Análise de suas Origens e
Desenvolvimento a Partir de um Enfoque da Sociologia do Conhecimento. Revista Lusófona
de Educação, 7, 2006.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio A. Racismo e antirracismo no Brasil. São Paulo:
Editora 34, 1999.
LOPES, Alice Casemiro; MACEDO, Elizabeth (Org.). Currículo: Debates Contemporâneos.
São Paulo: Cortez, 2002.
Referências