Campo Magnetico

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27/04/24, 08:52 IESB

Unidade 04
Aula 01

Campo Magnético como uma


Propriedade dos Imãs e da Corrente

O Campo Magnético como uma Grandeza


Vetorial
Campo magnético é o espaço vetorial produzido por um imã ao seu redor ou por partículas
carregadas em movimento, como uma corrente em um fio.

Definição de Campo Magnético


→ em um ponto colocando uma carga “de teste” q em repouso nesse
Definimos o campo elétrico E
ponto e medindo a força elétrica F→E que atua sobre ela. Definimos E
→ a partir da relação:



F E

= qE

⇒ E =
FE

→ de modo semelhante. Como


Se dispuséssemos de um mono polo magnético, poderíamos definir B
→ de outro modo, em termos
tais partículas não foram encontradas na natureza, temos de definir B
da força magnética exercida sobre uma carga elétrica em movimento.

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Figura 1.1

→ , experimenta
→ num campo magnético B
Uma partícula positiva q que se move com velocidade v
uma força magnética F→B .
→ ) dá a direção e o sentido de F→B para uma
→ é “varrido” para B
A regra da mão direita (na qual v
partícula com carga positiva.
Para uma partícula com carga negativa, o sentido de F→B é oposto ao dado pelo polegar.

Definição

A força magnética F→B sobre uma carga q que se move com velocidade v →é
→ num campo magnético B
dada por:


F B = qv × B→ →

E, o módulo da Força Magnética,

F B = qvBsenφ (1.1)

→.
→ e do campo magnético B
Onde, ϕ é o ângulo entre as direções da velocidade v

Observações:

A carga q pode ser positiva ou negativa.


→ é sempre perpendicular a v
FB →, de modo que ela não pode alterar o módulo da velocidade,
apenas sua direção.
O sentido da força defletora magnética (1.1) depende do sinal de q.
Se a carga está imersa de forma simultânea em um campo magnético e em um campo elétrico:
</li>

→ → → → → →
F = F B + F E = q(v × B + E) (For a de Lorentz) ç

→ : Tesla (T)
Unidade SI para B

newton
1 tesla = 1T = 1
(coulomb)(metro/segundo)

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1 coulomb/segundo = 1 Amp re è

N
⇒ 1T = 1
A ⋅ m

→ , mais antiga (não SI), ainda em uso corrente é o gauss (G),


Uma outra unidade para B

4
1 tesla = 10 gauss

→ (calculados em Teslas).
Veja na Tabela 1.1 abaixo alguns valores de campo magnético B

Tabela 1.1

A Figura 1.2(a) mostra como o campo magnético próximo a uma barra imantada pode ser
representado pelas linhas de campo magnético. Note que as linhas atravessam o ímã, formando
curvas fechadas. Os efeitos magnéticos externos de uma barra imantada são mais fortes próximos
às suas extremidades. A extremidade da qual as linhas de campo emergem é chamada de polo norte,
a outra extremidade sendo o polo sul.

Figura 1.2

Experimentalmente, descobrimos que polos magnéticos opostos se atraem mutuamente.

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O Campo Magnético Terrestre


A Terra possui um campo magnético que é produzido no interior do planeta. Na superfície terrestre,
podemos observar este campo com o auxílio de uma bússola (Figura 1.3), constituída por um ímã
fino em forma de barra ou agulha, montado em um eixo de baixo atrito. Este ímã aponta
aproximadamente na direção norte-sul porque o polo norte do ímã é atraído para um ponto situado
nas proximidades do polo geográfico norte. Isto significa que o polo sul do campo magnético da
Terra deve estar situado nas proximidades do polo geográfico norte. Assim, o correto seria
chamarmos o polo magnético mais próximo do polo geográfico norte de polo magnético sul.
Entretanto, por causa da proximidade com o polo geográfico norte, este polo costuma ser chamado
de polo geomagnético norte. Os polos do campo magnético terrestre não correspondem exatamente
aos polos geográficos, definidos como aqueles onde o eixo de rotação diária da Terra intercepta sua
superfície.

Observação: Devido ao fato de os polos norte geográfico e magnético não estarem no mesmo lugar,
a agulha de uma bússola geralmente não aponta exatamente para o polo norte geográfico. Tal
diferença é denominada declinação magnética.

Figura 1.3

Medidas mais precisas revelam que no hemisfério norte as linhas do campo magnético da Terra
apontam para baixo e na direção do polo geomagnético norte, enquanto no hemisfério sul apontam
para cima e para longe do polo geomagnético sul, situado nas proximidades do polo geográfico sul.

Qual é a origem do campo magnético da Terra?

Surpreendentemente, a resposta a esta questão não é conhecida precisamente e constitui um tema


de pesquisa corrente. Com maior probabilidade, ele é causado por correntes elétricas intensas no
interior da Terra, devido à rotação do núcleo líquido de ferro e níquel. A rotação é chamada com
frequência de efeito geodínamo.

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Campos Cruzados: O Efeito Hall


Descoberto em 1879 por Edwin Hall, na Universidade Johns Hopkins, é o efeito que nos permite
descobrir se os portadores de carga num condutor transportam carga positiva ou negativa. Além
disso, permite-nos medir o número de tais portadores por unidade de volume do condutor e a
velocidade de deriva destes.

Figura 1.4

Na Figura 1.4, uma fita de cobre de largura d percorrida por uma corrente i está imersa num campo
→.
magnético B

A situação imediatamente após o campo magnético ter sido ligado. A trajetória curva que um
elétron seguirá é mostrada. Observação: o símbolo ⊗ (a extremidade de uma seta) indica que
B
→ aponta para dentro da página.
A situação de equilíbrio, que rapidamente é atingida. Note que as cargas negativas se
acumulam do lado direito da fita, deixando cargas positivas não compensadas à esquerda. O
ponto x está a um potencial mais alto do que o ponto y.
Para o mesmo sentido da corrente, se os portadores de carga fossem positivamente
carregados, eles se acumulariam no lado direito, e o ponto y estaria no potencial mais alto.

Quando as forças elétricas (-eE) e magnética (-evB) estão em equilíbrio

(−e)E = (−e)v d B ⇒ E = v d B (1.2)

Onde a velocidade escalar de deriva v d é

J i
vd = = (1.3)
ne neA

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J (= iA) é a densidade de corrente na fita, e A (= ld) é a área da seção transversal da fita.

i
E = B
neA

V i Bi
⇒ = B (1.4) ⇒ n =
d neA V le

Em que V é a diferença de potencial aplicada nas extremidades da fita (V = V x − V y ), e l =A/d é a


espessura da fita. Assim podemos determinar n, a densidade de portadores de carga, em termos de
grandezas que podemos medir.

Observação:

Se V > 0 ⇒ os portadores são negativos.

Se V < 0 ⇒ os portadores são positivos.

É possível também usarmos o efeito Hall para medir diretamente a velocidade escalar de deriva v d
dos portadores de carga, que, como sabemos, é da ordem de centímetros por hora.

Substituindo E =
V

d
na Equação (1.4):

V V
= vd B ⇒ vd =
d Bd

O efeito Hall ajuda-nos a entender a condução elétrica nos metais e nos semicondutores.

Movimento Circular de uma Carga em um Campo


Magnético
A força sobre uma partícula de carga q e massa m que se move perpendicularmente a um campo
→ com velocidade escalar v é
magnético uniforme B

0
F = qvB → (F B = qvBsenφ → φ = 90 )

Figura 1.5

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Usando a 2 a Lei de Newton aplicada ao movimento circular uniforme, temos:

2 2
v v
(F B = F c = ma c = m ) ⇒ qvB = m
r r

Logo, o raio da trajetória circular (Figura 1.5) é dado por:

mv
r =
qB

O tempo necessário para uma volta (período) é igual ao comprimento da circunferência dividido
pela velocidade escalar

2πr 2π mv 2πm 1
⇒ T = = ⇒ T = ⇒ f = = qB2πm
v v qB qB T

A frequência angular ω do movimento é

qB
ω = 2πf =
m

Note que T, f, eω não dependem da velocidade escalar da partícula (v<<c).

Cíclotron e Sincrotron

Figura 1.6 Uma vista aérea do Fermilab. Observe o anel de sincrotron de prótons.

Cíclotron é um acelerador de partículas que usa um campo magnético para manter uma partícula
carregada em órbita circular de modo que um modesto potencial acelerador passa agir sobre ela
repetidamente, resultando daí altas energias.

Pelo fato de a partícula em movimento sair de fase com o oscilador quando sua velocidade se
aproxima da velocidade da luz, existe um limite superior para a energia atingível com um cíclotron.

Sincrotron elimina essa dificuldade. O campo B e a frequência do oscilador f osc são programados
para mudarem ciclicamente de modo que a partícula possa alcançar energia bastante elevada e
manter o raio da órbita constante.

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Forças Magnéticas e Torque


Força Magnética sobre um fio Transportando uma
Corrente

Figura 1.7

Na Figura 1.7 um fio condutor transportando uma corrente está imerso num campo magnético que
→ v
emerge do plano da figura (∙) de modo que o fio é desviado para a direita. (B⊥ →d)
Consideremos um comprimento L do fio. Os elétrons, nesta seção do fio, irão deslocar-se passando
pelo plano xx num tempo t =
L

vd
, transportando uma carga dada por q = it ⇒ q = i (
L

vd
)

através daquele plano.

Substituindo este valor na Eq. F B = qv d Bsenφ

iL 0
⇒ FB = ( )v d Bsen90
vd

∴ F B = iLB

→ aponta para fora da página.


Observação: O símbolo ∙ indica que B

Figura 1.8

Quando o campo magnético não é perpendicular ao fio, como na Figura 1.8, a força magnética é
dada por uma generalização da Equação anterior:

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→ →
F B = iL × B (1.5)

→ é um vetor dirigido ao longo do segmento de fio no sentido da corrente (convencional).


Onde L

→ a partir da Equação (1.5). É muito mais fácil medirmos a força magnética


Na prática define-se B
atuando sobre um fio do que sobre uma única carga em movimento (Eq. F→B →
= qv × B
→ ).

Quando o fio não é retilíneo, podemos imaginá-lo dividido em pequenos segmentos retos e então
aplicar a Equação (1.5) a cada segmento. A força que atua sobre o fio como um todo será dada pela
integração da equação


dF B = idL × B
→ →

Bobina de Corrente
Uma bobina de corrente é um conjunto de espiras de cobre esmaltado enroladas entorno de um
núcleo ferromagnético e percorridas por uma corrente elétrica.

Torque sobre uma Bobina de Corrente


A maior parte do trabalho no mundo é feita pelos motores elétricos. As forças que o realizam são as
forças magnéticas. Uma bobina de corrente constitui a parte essencial do motor elétrico.

Figura 1.9

A Figura 1.9 mostra um motor simples constituído de uma bobina retangular, de lados a e b,
→ . Colocamos a bobina no
transportando uma corrente i e imersa num campo magnético uniforme B
campo de modo que seus lados maiores, 1 e 3, fiquem sempre perpendiculares à direção do campo,
mas seus lados menores, 2 e 4, não. Para permitir a circulação da corrente é preciso que existam
fios ligados na bobina a fim de que a corrente tenha por onde entrar e sair, contudo, para simplificar,
eles não são mostrados.

→ que é perpendicular ao plano da


Para definir a orientação da bobina, usamos o vetor normal n
→.
bobina. A Figura 1.10 mostra a regra da mão direita para determinar o sentido de n

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Figura 1.10

Aponte ou curve os dedos da sua mão direita, em qualquer ponto da bobina, no sentido da corrente.
→.
Seu polegar estendido apontará, então, no sentido de vetor normal n

Figura 1.11

A Figura 1.11, mostra que a força resultante do campo sobre a espira é nula.

⇒ F = iaB (≡ iLB)

As forças F→e −F→constituem um par de forças, cujo torque, em relação a um ponto (P) não depende
da posição do ponto.

τ P = +F bsenθ − F (0)

⇒ τ = F bsenθ = iaBbsenθ = iABsenθ

Onde A = ab é a área da espira e θ é o ângulo entre os vetores n → . No caso da espira ter N


→eB
voltas,

τ = N iABsenθ

Esta equação nos diz que uma bobina transportando uma corrente colocada num campo magnético
tende a girar de modo que este vetor normal aponte na direção do campo. Este é justamente o
comportamento da agulha de uma bússola.

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Momento de Dipolo Magnético


→, seu momento de
Podemos descrever a bobina de corrente da seção anterior por um único vetor μ
→ idênticos àqueles do vetor normal n
dipolo magnético. Consideramos a direção e sentido de μ → ao
→ como
plano da bobina. Definimos o módulo de μ


μ = N iA ( ou μ = N iAn) →

⇒ τ = μBsenθ (1.6)

Ou também,

→ →
τ = μ × B

O torque tende a fazer o corpo girar no sentido de q decrescente, ou seja, no sentido da posição de
→.
equilíbrio estável no qual a espira fica no plano xy, perpendicular à direção do vetor do campo B
Uma espira de corrente, ou qualquer outro corpo que sofra um torque magnético dado pela
equação (1.6), é também chamado de dipolo magnético.

Energia Potencial Magnética


Observações:

→: 1 A. m 2 = 1 J/T.
Unidade SI do vetor μ
Veja alguns valores de mu na Tabela 1.2.
→.
Para o torque exercido por um campo elétrico sobre um dipolo elétrico: τ→ = p→xE
A energia potencial elétrica de um dipolo elétrico: U (θ) → →.
= −p ⋅ E

Analogamente, para o caso magnético a energia potencial magnética é dada por: U (θ) → →.
= −μ ⋅ B

Tabela 1.2

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Aplicações
Cinturão de Van Allen e Aurora Boreal
O campo magnético da Terra é muito importante porque nos protege de um tipo de energia
radiante de alta energia proveniente do espaço, conhecida como raios cósmicos. Estes consistem
principalmente em partículas carregadas que são desviadas da superfície terrestre por seu campo
magnético.

A Figura 1.12 mostra um corte transversal através das linhas do campo magnético da Terra. As
linhas de campo estão amontoadas, formando uma superfície que se enrola ao redor da Terra como
um pneu.

O campo magnético da Terra é distorcido pelo vento solar, um fluxo de partículas ionizadas,
principalmente prótons, emitidas pelo Sol a cerca de 400 km/s. Duas faixas dessas partículas
carregadas que foram capturadas do vento solar circulam em volta da Terra. Elas são denominadas
cinturões de radiação de Van Allen(Figura 20.1), em homenagem a James A. Van Allen (1914-2006),
que os descobriu nos primeiros dias da era espacial ao instalar contadores de radiação em satélites
artificiais.

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Os cinturões de radiação Van Allen aprisionam partículas emitidas pelo Sol que ejeta cerca de 1
milhão de toneladas de matéria para o espaço a cada segundo. Essa matéria é formada
principalmente por prótons que se deslocam a velocidades de aproximadamente 400 km/s.

Figura 1.12. Corte transversal do campo magnético da Terra. As linhas tracejadas representam as
linhas de campo magnético. O eixo definido pelos polos norte e sul (linha vermelha) atualmente
forma um ângulo de aproximadamente 11° com o eixo de rotação.

Os cinturões de radiação de Van Allen são mais próximos da superfície da Terra ao redor dos poios
magnéticos norte e sul, onde as partículas carregadas mantidas dentro dos cinturões colidem com
frequência com os átomos da atmosfera do planeta, excitando-os. Estes átomos excitados emitem
luz de cores diferentes e perdem energia; o resultado são as fabulosas Aurora Boreal ("Luzes do
Norte"), em altas latitudes norte (veja a Figura 1.13), e Aurora Austral ("Luzes do Sul"), em altas
latitudes sul.

As auroras não são exclusivas da Terra; elas também têm sido observadas em planetas externos
dotados de campos magnéticos intensos, como Júpiter e Saturno.

Figura 1.13 Aurora boreal.

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Tubo de Raios Catódicos


Um tubo de raios catódicos, cinescópio ou CRT (da expressão inglesa cathode ray tube) é um tipo de
válvula termiônica contendo um ou mais canhões de elétrons e um ecrã fluorescente utilizado para
ver imagens. É usado principalmente em monitores de computadores e televisores (cinescópios de
deflexão magnética) e osciloscópios (cinescópios de deflexão eletrostática).

A Figura 1.14 mostra um tubo de raios catódicos. Neste tubo, uma diferença de potencial
ΔV = 111V acelera elétrons horizontalmente (partindo do repouso) dentro de um canhão de

elétrons, como mostrado na Figura 1.14(a). O canhão de elétrons possui um filamento


especialmente coberto que emite elétrons quando aquecido. Um cátodo negativamente carregado
controla o número de elétrons emitidos. Ânodos positivamente carregados focam e aceleram os
elétrons do feixe. O feixe proveniente dos ânodos atravessa placas defletoras horizontais e
verticais. Além do canhão de elétrons, existe um campo magnético constante de intensidade
B = 3, 40 × 10
−4
T . O campo é orientado diretamente para cima, perpendicularmente à
velocidade inicial dos elétrons. Nesse caso, o módulo da aceleração dos elétrons devido ao campo
magnético é de aproximadamente 5, 37 × 10 14 m/s 2 (A massa de um elétron é de
aproximadamente 9, 11 × 10 −31 kg.)

Figura 1.14 (a) Um tubo de raios catódicos, (b) Elétrons em movimento, com velocidade inicial v,
penetram em um campo magnético constante e perpendicular à trajetória da partícula.

Câmara de Bolhas e de Projeção Temporal


Câmara de Bolhas
A câmara de bolhas é um dispositivo capaz de identificar partículas carregadas que se movem em
um campo magnético constante. A Figura 1.15 é uma fotografia tirada de uma câmara de bolhas
mostrando dois pares elétron-pósitron.

Elétrons e pósitrons são partículas elementares de mesma massa; o elétron possui uma carga
negativa, enquanto o pósitron tem uma carga positiva. Partículas dotadas de cargas opostas e de
mesma massa orbitarão em trajetórias do mesmo raio, mas sentidos contrários.

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Enquanto as partículas atravessam a câmara de bolhas, elas desaceleram. (A desaceleração não se


deve à força magnética, e sim às colisões entre as partículas e as moléculas do gás da câmara de
bolhas.) Assim o raio do círculo descrito torna-se cada vez menor, produzindo uma espiral. O
eletron e o pósitron do par 2 possuem velocidades muito maiores. Suas trajetórias são curvadas,
porém não chegam a completar um círculo antes de saírem da câmara de bolhas.

Observações:

Os pares de elétrons e pósitrons foram criados por interações entre partículas elementares.
Se a velocidade da partícula carregada for paralela (ou antiparalela) ao campo magnético,
nenhuma força será exercida sobre a partícula, que prosseguirá em linha reta.

Figura 1.15 Fotografia de uma câmara de bolhas mostrando dois pares elétron-pósitron. A câmara
de bolhas está localizada em um campo magnético constante que aponta diretamente para fora da
página.

Câmara de projeção temporal


Os físicos de partículas produzem novas partículas elementares fazendo colidir partículas maiores
com energias muito altas. Nestas condições, muitas partículas se afastarão do ponto de interação
em altas velocidades. Um único detector de partículas não é suficiente para identificar tais
partículas. Um dispositivo capaz de ajudar os cientistas a estudar essas colisões é a câmara de
projeção temporal (TPC).

A Figura 1.16 mostra as colisões de dois prótons e dois núcleos de ouro ocorridas no centro da
STAR TPC. O colisor próton-próton cria dezenas de partículas; a colisão ouro-ouro cria milhares de
partículas. Cada partícula carregada deixa um rastro na TPC. A cor atribuída por um computador
aos rastros representa a densidade de ionização do rastro deixado pelas partículas no gás da TPC.
Enquanto atravessam o gás, as partículas ionizam os átomos do gás, liberando elétrons livres. O gás
permite que os elétrons livres se movimentem à deriva sem se recombinarem com os íons positivos
gerados. Campos elétricos aplicados entre o centro da TPC e os coletores nas extremidades do
cilindro exercem forças elétricas sobre os elétrons livres, fazendo com que eles se movimentem à
deriva para os coletores, onde são registrados eletronicamente. Usando o tempo de arraste e as
posições registradas, um software de computador reconstrói as trajetórias seguidas por aquelas

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partículas dentro da TPC. As partículas produzidas pelas colisões possuem componentes de


velocidade perpendiculares ao campo magnético da TPC e, portanto, descrevem trajetórias
circulares.</p>

Figura 1.16 Rastros curvilíneos gerados pelo movimento de partículas carregadas produzidas em
colisões de (a) dois prótons, cada qual com 100 GeV de energia cinética, e (b) dois núcleos de ouro,
cada qual com 100 Gev de energia cinética.

Aceleradores de Partículas
Os aceleradores de partículas foram inventados na década de 1920 como uma ferramenta para a
investigação em física. Por fora, parecem grandes túneis, e podem ter vários quilômetros de
extensão. Dentro deles, partículas como prótons, elétrons, pósitrons, antiprótons e diferentes tipos
de íons são acelerados a velocidades próximas das da luz, utilizando-se campos eletromagnéticos
para esse efeito.

Os aceleradores de partículas são equipamentos que fornecem energia a feixes de partículas


subatômicas eletricamente carregadas. Todos os aceleradores de partículas possibilitam a
concentração de alta energia em pequeno volume e em posições arbitradas e controladas de forma
precisa.

Exemplos comuns de aceleradores de partículas existem nas televisões antigas, geradores de raios-
X, na produção de isótopos radioativos, na radioterapia do câncer, na radiografia de alta potência
para uso industrial e na polimerização de plásticos.

Figura 1.17 Acelerador de partículas - O Realitivistic Heavy Ion Collider em Brookhaven National
Laboratory - Nova York.

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O acelerador de partículas é um instrumento que utiliza uma fonte de partículas carregadas


expostas a campos elétricos que as aceleram. Após a aceleração, as partículas passam por um
campo magnético que as desvia de suas trajetórias focalizando-as e controlando as direções
(defletindo-as).

Todos os tipos de aceleradores de partículas, independentemente de seu grau de avanço


tecnológico obedecem aos mesmos princípios básicos.

Devido à disposição geométrica dos campos eletromagnéticos responsáveis pela aceleração das
partículas, basicamente são classificados em dois tipos: cíclicos (Cíclotron e Sincrotron) e lineares
(como o Grande Colisionador de Hádrons que entrou em funcionamento em 2008, mostrado na
Figura 1.18).

Para que aconteçam às condições mais próximas do ideal, existe a necessidade de gerar vácuo na
região de trânsito, evitando assim a dispersão destas partículas pelas moléculas de gases que
porventura estejam na sua trajetória.

O CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), situado perto de Genebra, Suíça, é o
Laboratório Europeu de Física de Partículas considerado o maior centro mundial de investigação do
seu tipo, sendo financiado por vinte Estados Membros. Desde a sua fundação em 1954, tem sido um
exemplo bem-sucedido de colaboração internacional, juntando milhares de cientistas de várias
nacionalidades.

O objetivo do CERN é a investigação científica pura, sem objetivos militares: De que é constituído o
nosso Universo? De onde vem a matéria? Como é que as partículas elementares interagem?

Estas são algumas das perguntas para as quais os cientistas procuram respostas. O CERN
desempenha também um papel fundamental no desenvolvimento de tecnologia de ponta, desde a
ciência de materiais até à engenharia mecânica ou computação, ou aplicações na medicina.

Figura 1.18 Acelerador de partículas - LHC (Large Hadron Collider) no CERN.

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O Espectrômetro de Massa
Uma aplicação do movimento de partículas carregadas em um campo magnético é o espectrômetro
de massa,que possibilita a determinação precisa de massas atômicas e moleculares, e pode ser útil
para a datação pelo carbono e para análise de compostos químicos desconhecidos. Um
espectrômetro de massa funciona ionizando os átomos ou as moléculas estudadas, e acelerando-as
por meio de uma diferença de potencial. Os íons, então, atravessam um seletor de velocidade, este
permite que somente aqueles íons com uma determinada velocidade o atravessem, bloqueando os
demais. Aqueles íons, então, entram em uma região onde existe um campo magnético constante.
Em presença do campo, o raio de curvatura da órbita de cada íon é dado por: r = mv / |q|B.
Considerando-se que todos os íons ou as moléculas estejam ionizados uma vez apenas (tenham
carga igual a +1 ou -1), o raio de curvatura é proporcional à massa do íon considerado. Um diagrama
esquemático de um espectrômetro de massa é mostrado na Figura 1.19.

Figura 1.19 Diagrama esquemático de um espectrômetro de massa, mostrando uma fonte de íons,
um seletor de velocidade, que consiste em um campo elétrico e um campo magnético, cruzados
entre se, uma região onde existe um campo magnético constante e um detector de partículas.

Em um campo magnético constante, os íons de massas diferentes descreverão órbitas de raios


diferentes. Por exemplo, na Figura 1.19, íons com trajetórias de raio orbital r1 possuem massas
menores do que os íons de raio orbital r2. O detector de partículas mede as distâncias, d1e d2
desde o ponto de entrada das partículas, que podem ser relacionadas aos correspondentes raios
orbitais e, assim, às massas dos íons.

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Levitação Magnética
Uma aplicação interessante da força magnética é a levitação magnética,situação em que uma força
magnética sobre um objeto, orientada para cima, equilibra a força gravitacional para baixo,
resultando em equilíbrio estático sem necessidade de contato direto entre as superfícies. Porém, se
você tentar equilibrar um imã sobre outro imã orientando seus polos norte (ou polos sul) um para o
outro, verá que isso é impossível de conseguir. Em vez disso, um dos imãs simplesmente inverterá
sua orientação de modo que poios opostos fiquem virados um para o outro e a força atrativa entre
eles os fará se grudar. Sabemos que o equilíbrio estável requer a existência de um mínimo local de
energia potencial, o que não existe no caso de interações puramente repulsivas entre dois poios
magnéticos do mesmo tipo.

A levitação magnética tem aplicações mundiais nos trens de levitação magnética (Maglev). Estes
trens possuem várias vantagens em relação aos trens normais com trilhos de aço: não existem
partes móveis para sofrerem desgaste, ocorre menos vibração e o atrito reduzido significa
velocidades tão grandes quanto possível. Diversos trens Maglev já estão em operação ao redor do
mundo, e mais deles estão sendo projetados. Um exemplo é o Shangai Maglev Train (Trem Maglevde
Shangai), que opera entre o Aeroporto Pudong de Shangai e o centro desta cidade da China,
atingindo velocidades de até 120 m/s (432 km/h).

Figura 1.20 Base de um comboio de levitação magnética num projeto de Física do Centro
Universitário IESB.

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NA-PRATICA
Exercícios Resolvidos
Superposição de Campos Magnéticos

Um elétron com uma velocidade v 6
= (2, 0 × 10 m/s)^
6
i + (3, 0 × 10 m/s)^
j está se movendo

em uma região onde existe um campo magnético B = (0, 030T )^
i − (0, 15T )^
j .

Determine a força que age sobre o elétron.


Repita o cálculo para um próton com a mesma velocidade.

→ 6 → 6 → →
v = (2, 0x10 m/s)i + (3, 0x10 m/s)j ; B = (0, 030T )i + (0, 15T )j → →

a. Carga do elétron: q = −1, 6 × 10


−19
; →
C F B = q vxB → →


F B = −1, 60 × 10
−19 6 → → 6 →
[(2, 0 × 10 )(0, 030)i × i − (2, 0 × 10 )(0, 15)i × j + (3, 0 × 10 )(0, 03
→ 6

6
− (3, 0 × 10 )(0, 15)j × j] → →

Lembre-se que:

→×k
→i × →i = →j × →j = k →=0

→ ; →j × k
→i × →j = k → = →i ; k
→ × →i = →j

→ →
A × B = −B × A → →


F B = −1, 60 × 10
−19 6 →
{−0, 30 × 10 k − 0, 09 × 10 k} ⇒ F B = −1, 60 × 10
6 → → −19
{−0, 39 × 1


∴ F B = + (6, 24 × 10
−14 →
N )k

b. Carga do próton: q = +1, 6x10


−19
C

Logo: F→ B = − (6, 24 × 10
−14
N )k

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Efeito Hall

Figura 1.21

Uma fita metálica com 6,50 cm de comprimento, 0,850 cm de largura e 0,760 mm de espessura

está se movendo com velocidade constante v em uma região onde existe um campo magnético
uniforme B = 1, 20mT perpendicular à fita, como na Figura 1.21. A diferença de potencial
entre os pontos x e y da fita é 3, 90μV . Determine a velocidade escalar v.

Comprimento: h = 6, 50cm = 6, 50 × 10
−2
m

Largura: d = 0, 850cm = 8, 50 × 10
−3
m

Espessura: l = 0, 760mm = 7, 60 × 10
−4
m

−3
B = 1, 20mT = 1, 20 × 10 T

−6
V xy = 3, 90μV = 3, 90 × 10 V

V =?

No Equilíbrio: F E = F B ⇒ (−e)E = (−e)v d B

Onde, E =
V

d

V

d
= vd B ⇒ vd
V

Bd

−6
3, 9 × 10
⇒ vd = ∴ v d = 0, 38m/s
−3 −3
(1, 2 × 10 ) (8, 5 × 10 )

Partículas Carregadas Imersas em Campos


Magnéticos
Uma partícula alfa (q = +2e, m = 4,00 u) descreve uma trajetória circular de 4,50 cm de raio em
uma região onde existe um campo magnético uniforme de módulo B = 1,20 T. Determine

a velocidade da partícula;
o período de revolução;
a energia cinética;
a diferença de potencial necessária para que a partícula atinja a energia do item (c).

Partícula α:
−19 −19
q = +2e = +2 (1, 60 × 10 C) = 3, 20 × 10 C

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−27 −27
m = 4u = 4 (1, 66 × 10 kg) = 6, 64 × 10 kg

−2
r = 4, 5cm = 4, 5 × 10 m

B = 1, 2T

a. O raio da trajetória circular é dado por:

−19 −2
mv qBr (3, 2 × 10 )(1, 2)(4, 5 × 10 )
amp; r = ⇒ v = ⇒ v =
−27
qB m 6, 64 × 10
6
amp; ∴ v ≅ 2, 60 × 10 m/s

−27

b. T 2πr 2π mv 2πm (2)(3,14)(6,64×10 )


= = ⋅ ⇒ T = ⇒ T ≅ −19
v v qB qB (3,2×10 )(1,2)

−7
∴ T ≅ 1, 09 × 10 s ou T ≅ 0, 109μs

2
c. K =
1

2
mv
2
⇒ K =
1

2
(6, 64 × 10
−27
)(2, 6 × 10 )
6
∴ K = 2, 24 × 10
−14
J

−19 −19 18
1eV = 1, 60 × 10 C ⋅ V = 1, 6 × 10 J ⇒ 1J = 6, 25 × 10 eV

Logo: K = 2, 24 × 10
−14
(6, 25x10
18
eV )

5
∴ K = 1, 4 × 10 eV ou K = 0, 14M Ev

−14

d. U K 2,24×10 J
= qV = K ⇒ V = ⇒ V = −19
q 3,2×10

4
∴ V = 7, 0 × 10 ou V = 70kV

Força Magnética e Torque


Uma bobina que conduz uma corrente de 5,0 A tem a forma de um triângulo retângulo cujos
lados medem 30, 40 e 50 cm. A bobina é submetida a um campo magnético uniforme de módulo
80 mT paralelo à corrente no lado de 50 cm da bobina, Determine o módulo

do momento dipolar magnético da bobina;


do torque sobre a bobina.

; ;
N = 1 i = 5, 0A B = 80mT = 8, 0 × 10
−2
T

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Figura 1.22

a. μ = N iA A =; b×h

2
=
30×40

2
= 600cm
2
_A = 600 × 10
−4
m
2
= 0, 06m
2

→ : vetor normal ao plano da bobina


n

Logo, μ = 1 × 5, 0 × 0, 06 \μ = 0, 3J /T (A ⋅ m )
2

b. τ (→
= μBsenθ τ = μ × B → → );

θ: ângulo entre μ →.
→eB
−2 0 −2
⇒ τ = (0, 3)(8, 0 × 10 )(sen90 ) ⇒ τ = 2, 4 × 10 N ⋅ m

−2
∴ τ = 2, 4 × 10 N. m

Ou também, da fórmula: τ = N iABsenθ , onde A = ab

Temos: τ
0,3×0,4 −2 0
= 1 × 5, 0 × ( ) × (8, 0 × 10 )sen90
2

−2
∴ τ = 2, 4 × 10 N ⋅ m

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Unidade 04
Aula 02

Campos Magnéticos Devidos a


Correntes

Lei de Biot-Savart
Analogia com a Lei de Coulomb da Eletrostática
De que modo é possível de se calcular o campo magnético que uma distribuição de corrente gera no
espaço circunjacente?

Na aula sobre Campo Elétrico vimos que para distribuições estáticas uniformemente carregadas
→ foi dividir a distribuição de
como esferas, linhas, anéis e discos, nosso método para o cálculo de E
carga em elementos de carga dq, tal que:

1 dq 1
dE = ( ) (Lembre-se que = k )
2
4πε 0 r 4πε 0

→ escrevendo:
Podemos expressar o módulo, a direção e o sentido de dE

1 dq 1 dq
dE = ( )
3

r = ( )
2

ur
4πε 0 r 4πε 0 r

r→

ur = → Vetor unit rio na dire á ção radial.
r

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Figura 2.1

→ no ponto P.
Um elemento de carga dq cria um campo elétrico diferencial dE
→ no ponto P. O símbolo
Um elemento de corrente ids→ cria um campo magnético diferencial dB

→ aponta para dentro da página.
indica que dB

O módulo do campo magnético criado no ponto P pelo elemento de corrente ids→vem a ser (em
analogia ao caso elétrico)

μ0 idssenθ
dB =
2
4π r

μ0 → permeabilidade magnética do vácuo.

ids → elementos diferenciais de corrente do fio.

−7
μ 0 = 4π × 10 T . m/A

−6
≈ 1, 26 × 10 T . m/A

Esta constante desempenha um papel, em problemas magnéticos, semelhante ao que a constante


ε 0 desempenha em problemas de eletrostática.

Representação Formal da Lei de Biot-Savart


Na forma vetorial a lei de Biot-Savart é escrita como:

→ μ0 →
ids × r →
dB = ( ) (Lei de Biot-Savart)
3
4π r

→ terá a mesma direção e sentido do vetor (ds→ × r→).


Onde dB

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Campo Magnético Devido a um Fio Retilíneo


Longo
O módulo do campo magnético a uma distância perpendicular r de um fio retilíneo longo,
transportando uma corrente i, é dado por

μ0 i
B =
2πr

Regra da Mão Direita

Figura 2.2

Figura 2.3

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As linhas de campo magnético para uma corrente i num fio retilíneo longo são círculos
concêntricos. O sentido das linhas é dado pela regra da mão direita. Neste caso, a corrente está
dirigida para dentro da página que é indicado pelo símbolo ⊗.
A regra da mão direita dá a direção e o sentido do campo magnético (que é dado pelos dedos
encolhidos) graças à corrente no fio.

VÍDEO
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Força Magnética entre dois Condutores Paralelos


Dois fios longos e paralelos, transportando correntes, exercem forças um sobre o outro.

Figura 2.4

→ a . O módulo de B
O fio produz um campo magnético B → a no local em que se encontra o fio b, de
acordo com a Equação B é Ba .
μ0 i μ0 ia
= =
2πr 2πd

→ a aponta para baixo, como mostra a Figura 2.4.


A regra da mão direita nos dá que, no fio b, B

→ a . Um
O fio b, que transporta a corrente i b , encontra-se imerso nesse campo magnético externo B
comprimento L do fio experimentará uma força magnética, dada por: (Lembre que F→ → →
= iL × B ext )

0
μ 0 Li a i b
F ba = i b LB a sen90 ⇒ F ba =
2πd

Correntes paralelas se atraem e correntes antiparalelas se repelem.

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VÍDEO
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Lei de Ampère
A Lei de Ampère e sua Analogia com a Lei de
Gauss
Na reunião das leis do eletromagnetismo (equações de Maxwell), o campo da eletrostática não é
representado pela lei de Coulomb, mas sim pela lei de Gauss.

Na eletrostática, onde as cargas estão em repouso ou se movendo muito lentamente, tais leis são
equivalentes. Entretanto, a lei de Gauss é mais compatível em forma com as outras equações do
eletromagnetismo do que a lei de Coulomb e nos permite resolver problemas de campo elétrico de
altos graus de simetria com facilidade e elegância.

A situação no estudo do magnetismo é semelhante. Podemos calcular o campo magnético criado


por qualquer distribuição de corrente, usando a lei de Biot-Savart, o equivalente da lei de Coulomb.
Entretanto, examinando as equações do eletromagnetismo reunidas (equações de Maxwell) não
encontramos a lei de Biot-Savart entre elas. Em seu lugar encontramos a Lei de Ampère:


→ →
B ⋅ ds = μ 0 i env

A lei de Ampère é aplicada a uma curva fechada chamada de curva amperiana ou laço de Ampère; o
→ ∙ ds→ deve ser integrada em torno dessa
círculo sobre o sinal de integral indica que a grandeza B
curva fechada. A corrente i env é a corrente total envolvida pela curva fechada.

A Figura 2.5 mostra três fios transportando as correntes i 1 , i 2 e i 3 nos sentidos indicados. A curva
amperiana arbitrária à qual vamos aplicar a lei de Ampère encontra-se inteiramente no plano da
figura e traça seu caminho entre os fios, incluindo dois deles, mas excluindo o terceiro.

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Figura 2.5

Dividimos a curva amperiana em segmentos diferenciais de linha, ds→, um dos quais é mostrado. A
corrente total dentro da curva é dada por:

i env = i 1 − i 2

Onde i 3 não é incluída porque não se encontra englobada pela curva. Aplicando a lei de Ampère:


→ →
B ∙ ds = ∮ Bds cos θ = μ 0 (i 1 − i 2 )

Este resultado, embora não possamos estendê-lo mais do que isso, demonstra o poder e a elegância
da lei de Ampère. A situação anterior não envolve a simetria que é necessária para calcular
explicitamente a integral de linha fechada no lado esquerdo esta equação. Entretanto, pelo lado
direito da equação, podemos determinar qual deve ser o seu valor.

VÍDEO
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Aplicações da Lei de Ampère no cálculo do campo


magnético devido à corrente num fio retilíneo
longo, e no cálculo do campo magnético no
interior desse fio
Campo Magnético nas Vizinhanças de um Fio Longo Retilíneo
Percorrido por Corrente
No caso mais simples de usar a lei de Ampère, para determinar o campo magnético criado pela
corrente i que percorre um fio retilíneo longo, a curva é um círculo concêntrico que se situa fora do
fio (veja a Figura 2.6).

Figura 2.6

→ ⋅ ds→ =
O lado esquerdo da lei de Ampère será dado por: ∮ B ∮ Bds cos θ = B ∮ ds =B (2πr)

A regra da mão direita nos dá um sinal de adição para a corrente da figura anterior. Assim, o lado
direito da lei de Ampère é +μ 0 i,

⇒ B (2πr) = μ 0 i

Logo,

μ0 i
B =
2πr

Esta é exatamente a equação escrita anteriormente (e que não foi demonstrada).

Campo Magnético no Interior de um Fio Longo Retilíneo


Percorrido por Corrente

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Figura 2.7

A Figura 2.7 mostra outra situação na qual podemos aplicar utilmente a lei de Ampère. Ela mostra
uma seção transversal de um fio retilíneo longo de raio R, transportando uma corrente i
uniformemente distribuída sobre a seção transversal do fio e emergindo da página.

⇒ ∮
→ →
B ⋅ ds = B ∮ ds = B (2πr) = μ 0 i env

Na determinação do lado direito da lei de Ampère, notamos que a corrente i env não é a corrente
total i no fio, mas somente a fração da corrente total que está englobada pela curva amperiana.
Esta fração é i (πr 2 /πR 2 ), de modo que a lei de Ampère nos dá:

2
πr
B (2πr) = μ 0 i
2
πR

Resolvendo para B, encontramos:

μ0 i
B = ( )r
2
2πR

Essa equação mostra que dentro do fio, B é proporcional a r, partindo de um valor zero no centro do
fio.

Na superfície do fio r .
μ0 i
= R ⇒ B =
2πR

Isto é, as expressões para o campo magnético fora do fio e dentro do fio conduzem ao mesmo
resultado na superfície do fio.

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Solenoides e Toróides
Campo Magnético de um Solenoide
É uma bobina helicoidal de fio, longa, enrolada compactamente.

Figura 2.8

Figura 2.9

→ no interior da bobina é razoavelmente forte e uniforme sobre a seção transversal da


O campo B
→ externo é relativamente fraco (veja a Figura 2.9)
bobina e B

Aplicando a lei de Ampère, obtém-se:

B = μ 0 in (Solenoide ideal)

n → Número de espiras por unidade de comprimento (n =


N

L
)

i → Corrente nas espiras do solenoide.

Campo Magnético de um Toróide


Um toróide pode ser descrito como um solenoide encurvado na forma de um pneu. Que campo
magnético é criado em seus pontos interiores? Podemos determiná-lo a partir da lei de Ampère e
de certas considerações de simetria.

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Figura 2.10

→ formam círculos concêntricos no interior do toróide, como está


Pela simetria, as linhas de B
mostrado na Figura 2.10 (b). Vamos escolher como curva amperiana um círculo concêntrico de raio
r e percorrê-lo no sentido horário. A lei de Ampère nos dá

(B) (2πr) = μ 0 iN

Onde i é a corrente nos enrolamentos do toróide (e é positiva) e N é o número de espiras. Isto dá

μ 0 iN 1
B = ó
(Tor ide)
2π r

Ao contrário do que ocorre com o solenoide, B não é constante sobre a seção transversal de um
toróide. Para pontos fora de um toróide ideal, B = 0.

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Unidade 04
Aula 03

Aplicações e Exercícios de Campos


Magnéticos Devidos a Correntes

Aplicações
Ressonância Magnética
A ressonância magnética nuclear (RMN) é uma técnica de diagnóstico que utiliza um campo
magnético para produzir imagens das estruturas localizadas no interior do corpo.

Durante uma RMN, o corpo encontra-se envolvido por um campo magnético intenso e sujeito a
pulsos de ondas de rádio. A máquina cria uma imagem baseada na forma como os átomos de
hidrogênio do corpo reagem com o campo magnético e com as ondas de rádio. Os sinais da RMN
podem proporcionar várias imagens de múltiplos “cortes” de um órgão ou de parte do corpo. O
computador da RMN pode combinar estes cortes de forma a produzir imagens tridimensionais.

Uma vez que as moléculas de água são especialmente sensíveis às forças utilizadas nesta técnica, a
RMN é muito eficiente no que respeita a revelar diferenças no conteúdo de água de diferentes
tecidos do corpo. Isto é particularmente importante para a detecção de tumores e para verificar se
existem problemas ao nível dos tecidos moles do corpo, tais como o cérebro, a medula espinhal, o
coração e os olhos.

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Uma vez que a RMN utiliza um campo magnético extremamente potente capaz de mover objetos
metálicos, a pessoa não pode fazer uma RMN se tiver um implante metálico, tal como um marca-
passo, uma bomba de infusão implantável, ou se tiver uma articulação artificial, placas ou parafusos
metálicos implantados ou grampos cirúrgicos metálicos. Pode igualmente ser necessário evitar
realizar RMN se a pessoa tiver um aparelho auditivo, um dispositivo de monitorização metálico ou
determinados tipos de tatuagens.

Figura 3.1 Este paciente submete-se a um exame de ressonância magnética. O grande cilindro ao
redor dele contém um solenoide que gera um campo magnético uniforme.

Balança de Corrente
A Figura 3.3 (a) mostra uma fotografia de uma balança de corrente, usada em laboratório de física
geral, um dispositivo que pode ser usado para calibrar um amperímetro a partir da definição de
ampère. O condutor superior, diretamente acima do condutor inferior, está preso pelas bordas e
pode girar, sendo que, no equilíbrio, os fios (ou bastões condutores) estão separados por uma
pequena distância. Os condutores são conectados em série para que conduzam a mesma corrente,
mas em sentidos opostos, fazendo com que haja repulsão entre eles. São colocados pesos no
condutor superior até que ele volte à separação original de equilíbrio. A força de repulsão é, então,
determinada medindo o peso total necessário para equilibrar o condutor superior. O espelho no
topo é usado para refletir um feixe de laser de modo a determinar, com precisão, a posição do
bastão superior. A Figura 3.3 (b) é um diagrama esquemático de uma balança de corrente.

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Figura 3.3 Balança de corrente.

Magnetencefalografia
Os cientistas têm grande interesse em compreender como o cérebro funciona.

Um método para estudar o funcionamento do cérebro é a magnetencefalografia (MEG), que consiste


em monitorar os campos magnéticos produzidos pelo cérebro enquanto o paciente realiza uma
tarefa, como ler uma palavra, por exemplo.

A tarefa ativa uma região do cérebro, como a que processa a leitura, fazendo com que pulsos
elétricos sejam enviados ao longo de circuitos nervosos. Como acontece com qualquer corrente,
esses pulsos produzem campos magnéticos. Os campos magnéticos detectados pela MEG são
provavelmente produzidos por pulsos nas paredes das fissuras (sulcos) existentes na superfície do
cérebro.

Os campos magnéticos do cérebro só podem ser detectados com o auxílio de um instrumento


muito sensível, conhecido como SQUID (superconducting quantum interference device), capaz de
medir campos menores que 1pT. A Figura 2.4 mostra um paciente realizando um exame com um
digitalizador MEG.

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Figura 3.4

Propriedades Magnéticas da Matéria


Cada elétron de um átomo possui um momento dipolar magnético orbital e um momento dipolar
magnético de spin, que se combinam vetorialmente.

A resultante dessas duas grandezas vetoriais se combina vetorialmente com as resultantes dos
outros elétrons do átomo, e a resultante de cada átomo se combina vetorialmente com as
resultantes dos outros átomos em uma amostra de um material.

As propriedades magnéticas dos materiais são o resultado da combinação de todos esses


momentos dipolares. Essas propriedades podem ser classificadas em três tipos básicos:
diamagnetismo, paramagnetismo e ferromagnetismo.

1. diamagnetismo existe em todos os materiais, mas é tão fraco que em geral não pode ser
observado se o material possui uma das outras duas propriedades. No diamagnetismo
momentos dipolares magnéticos são produzidos nos átomos do material apenas quando este é
−→
submetido a um campo magnético externo B ext ; a combinação desses momentos dipolares
induzidos resulta em um campo magnético de baixa intensidade no sentido contrário ao do
−→
campo externo, que desaparece quando B ext removido. O termo material diamagnético é
aplicado a materiais que apresentam apenas propriedades diamagnéticas.
2. paramagnetismo é observado em materiais que contem elementos da família dos metais de
transição, das terras raras e dos actinídeos. Os átomos desses elementos possuem um
momento dipolar magnético diferente de zero, mas como os momentos dos átomos estão
orientados aleatoriamente o campo magnético resultante é zero. Entretanto, um campo

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−→
magnético externo B ext pode alinhar parcialmente os momentos dipolares magnéticos
atômicos, e como consequência o material apresenta um campo magnético resultante no
−→
mesmo sentido que o campo externo, que desaparece quando B ext é removido. O termo
material paramagnético é aplicado a materiais que apresentam apenas propriedades
diamagnéticas e paramagnéticas.
3. ferromagnetismo é observado apenas no ferro,níquel, cobalto e alguns outros elementos (e em
compostos e ligas desses elementos). Nesses materiais os momentos dipolares magnéticos de
átomos vizinhos se alinham, produzindo regiões com intensos momentos magnéticos. Um
−→
campo magnético externo B ext pode alinhar os momentos magnéticos das regiões, fazendo
com que uma amostra do material produza um campo magnético intenso no mesmo sentido
−→
que o campo externo, que permanece quando B ext é removido. Os termos material
ferromagnético e material magnético são aplicados a materiais que apresentam propriedades
ferromagnéticas.

Figura 3.5 Uma rã sendo levitada pelo campo magnético produzido por um solenóide vertical
colocado abaixo da rã.

A rã da Figura 3.5 é diamagnética, como todos os animais. Quando a rã foi colocada em um campo
magnético divergente perto da extremidade superior de um solenóide vertical percorrido por
corrente todos os átomos da rã foram repelidos para cima, para longe da região de campo
magnético associada à extremidade do solenóide A rã foi empurrada para uma região de campo
magnético mais fraco, na qual a força magnética era apenas suficiente para equilibrar o seu peso, e
ficou suspensa no ar.

Magnetismo e Supercondutividade
Imãs para aplicações industriais e pesquisas científicas podem ser construídos usando-se fios
resistivos ordinários conduzindo correntes.

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Um imã típico deste tipo é um grande solenóide.

A corrente que flui pelo fio do eletroímã produz aquecimento resistivo e o calor é geralmente
removido por um fluxo de água, de baixa condutividade, fluindo em condutores ocos. Esses imãs à
temperatura ambiente, tipicamente, produzem campos magnéticos com intensidades de até 1,5T e
são geralmente de fabricação de baixo preço, mas dispendiosos em sua operação por causa do alto
custo da eletricidade.

Algumas aplicações, como as imagens por ressonância magnética (IRM), requerem campos
magnéticos de intensidade a mais alta possível a fim de garantir a melhor relação sinal-ruído nas
medições. Para atingir tais valores de campo, os imãs são confeccionados usando-se espiras
supercondutoras em vez de espiras resistivas. Um imã deste tipo pode produzir um campo mais
forte do que um imã à temperatura ambiente, com uma intensidade de 10T ou maior. Materiais
como o mercúrio e o chumbo exibem supercondutividade a temperaturas do hélio líquido, porém
alguns metais que são bons condutores à temperatura ambiente, como o cobre e o ouro, jamais se
tornam supercondutores. A desvantagem de um imã supercondutor é que o condutor deve ser
mantido à temperatura do hélio líquido, de aproximadamente 4K. Sendo assim, o imã deve ficar
dentro de um criostato preenchido com hélio líquido a fim de se manter frio. Uma vantagem de um
imã supercondutor é o fato de que, uma vez que a corrente seja estabelecida no enrolamento do
imã, ela continuará fluindo até ele ser removido por meios externos.

No entanto, a economia de energia obtida por não haver perdas resistivas no enrolamento no
mínimo compensa o gasto de energia requerido para manter frio o enrolamento supercondutor.

A Figura 3.6 é uma demonstração do efeito Meissner: um supercondutor (resfriado abaixo de sua
temperatura crítica) faz um imã permanente flutuar acima dele pela eliminação do campo
magnético intrínseco do imã. Isso é conseguido porque as correntes supercondutoras sobre sua
superfície produzem um campo magnético oposto ao campo aplicado, resultando em um campo
magnético total nulo dentro do supercondutor e em repulsão entre os campos acima do
supercondutor.

Figura 3.6

O condutor usado em um imã supercondutor é projetado especialmente para eliminar o efeito


Meissner. Os supercondutores modernos são fabricados com filamentos de uma liga de nióbio-
titânio embebidos em cobre sólido. Esses filamentos possuem domínios microscópicos nos quais
pode existir um campo magnético, sem sofrer exclusão. O cobre serve como suporte mecânico e é

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capaz de coletar a corrente de carga na qual o supercondutor deveria conduzir normalmente. Este
tipo de supercondutor pode produzir campos magnéticos com intensidades tão elevadas quanto
10T.

Nas duas últimas décadas, físicos e engenheiros descobriram novos materiais que são
supercondutores a temperaturas maiores do que 4K. Temperaturas críticas de até 160K foram
conseguidas para estes supercondutores de altas temperaturas,ou seja, eles podem se tornar
supercondutores ao serem resfriados com nitrogênio líquido.

Eletroímãs
Uma bobina conduzindo uma corrente elétrica constitui um eletroímã.A intensidade de um
eletroímã pode ser aumentada simplesmente aumentando-se a corrente que flui pelo dispositivo.
Eletroímãs industriais têm suas intensidades reforçadas pela introdução de um núcleo de ferro no
interior da bobina.

Os domínios magnéticos do ferro do núcleo são forçados a se alinharem com o campo magnético da
bobina, reforçando a intensidade do campo. Em eletroímãs extremamente fortes, como os que são
usados para controlar feixes de partículas carregadas em aceleradores de alta energia, não se usa o
ferro como núcleo porque, além de um determinado ponto, todos os seus domínios estão alinhados
e nenhum reforço do campo se consegue daí em diante.

Eletroímãs suficientemente fortes para erguer automóveis são comuns em depósitos de ferro-
velho (Figura 3.7). A intensidade desses eletroímãs é limitada pelo aquecimento da bobina com a
passagem da corrente (devido à resistência elétrica de suas espiras) e pela saturação do
alinhamento dos domínios magnéticos do núcleo. Os eletroímãs mais poderosos, sem um núcleo de
ferro, usam bobinas supercondutoras por onde circulam facilmente grandes valores de corrente
elétrica.

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Figura 3.7

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NA-PRATICA
Exercícios Resolvidos
Trilho Acelerador Eletromagnético
Trilhos aceleradores eletromagnéticos estão sendo estudados com o propósito de acelerar
pastilhas de combustível em experimentos de fusão e de lançar espaçonaves em órbita. A
marinha norte-americana está experimentando trilhos aceleradores eletromagnéticos que
lançam projéteis a velocidades muito altas, como o canhão mostrado na Figura 3.8. Este canhão
opera por meio da condução de uma corrente em dois trilhos condutores paralelos ligados um
ao outro por um condutor móvel perpendicular aos trilhos. O projétil é preso ao condutor móvel.
Neste exemplo, vamos considerar que o canhão seja formado por dois trilhos paralelos com
seções transversais de raio r = 5, 00cm, com os centros separados um do outro por uma
distância d = 25, 0cm , sendo L = 5, 00m o comprimento dos trilhos, e que ele acelere o
projétil até uma energia cinética K = 32, 0M J . O projétil também faz o papel do condutor
móvel. Qual a corrente necessária para acelerar o projétil?

Figura 3.8 Trilho do canhão da marinha norte-americana.

As correntes nos dois trilhos têm sentidos opostos. A corrente que flui pelo condutor móvel é
perpendicular às duas correntes nos trilhos. Os campos magnéticos produzidos pelos dois
trilhos têm o mesmo sentido e exercem forças de mesmo sentido sobre o condutor móvel. A
força do campo magnético gerado por cada trilho depende da distância em relação ao trilho.
Logo, para obter a força total, devemos integrar a força ao longo da distância entre os dois
trilhos. A força magnética sobre o condutor móvel é o dobro da força magnética exercida pelo
campo magnético de cada trilho. A energia cinética adquirida pelo projétil é igual ao produto da
força total, exercida pelo campo magnético dos dois trilhos, pela distância ao longo da qual a
força é exercida. A Figura 3.9 mostra uma vista superior e uma vista frontal do condutor móvel.

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Figura 3.9 Diagrama esquemático do canhão magnético: (a) vista superior; (b) vista frontal.

O condutor móvel de corrente, que completa o circuito com os dois trilhos, é também o projétil,
e é acelerado pelas forças magnéticas produzidas pelos dois trilhos. A força exercida sobre o
projétil depende da distância, x,em relação ao centro de um trilho, como ilustrado na Figura
3.9(b). Assim, para calcular a força total sobre o projétil, devemos integrar o campo magnético,
B1 da corrente ique flui no trilho 1 a uma distância x do centro do trilho:

μ0 i
B1 =
2πx

De acordo com a equação F→ = iL→×B → , o módulo da força infinitesimal, dF , exercida pelo 1

campo magnético do trilho 1 sobre um elemento infinitesimal de comprimento, dx, do projétil é

μ0 i
dF 1 = i (dx)B 1 = i (dx) ( )
2πx

A orientação da força é dada pela regra da mão direita. A força aponta para cima no plano da
página na Figura 3.9(a) e para dentro da página na Figura 3.9(b). O módulo da força sobre o
projétil é dado pela integração de dF ao longo do comprimento do projétil:
1

d−r d−r 2 2 2 2
μ0 i dx μ0 i d−r μ0 i μ0 i d
F1 = ∫ dF 1 = ∫ = [ln x] = (ln (d − r) − ln r) = ln (
r
r r
2π x 2π 2π 2π

Uma vez que o campo magnético do trilho 2 tem a mesma orientação do campo magnético do
trilho 1, a força exercida sobre o projétil pelo campo magnético do trilho 2 é a mesma que a
exercida pelo campo do trilho 1. Dessa forma, o módulo da força total exercida sobre o projétil é:

F total = 2F 1 .

A energia cinética adquirida pelo projétil é igual (pelo teorema do trabalho-energia cinética) ao
módulo da força exercida multiplicado pela distância ao longo da qual a força é exercida:
K F L

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K = 2F 1 L = 2 [

μ 0 L ln (
r
)

v = √


Podemos cominar as três últimas equações para obter:

μ0 i

⎷ (4π ⋅ 10
2

Isolando a corrente a partir da equação anterior, obtemos:

Substituindo os valores numéricos fornecidos, obtemos:

i = √

d−r
=

i = √

Apresentado o resultado com três algarismos significativos:

32,0 MJ, sua velocidade seria

Campo Magnético Produzido por uma Corrente


2K

m
= √
K = F total L.

ln (

−7 T m
d − r

Na Figura 3.10, um fio é formado por uma semicircunferência de raio R


r

μ 0 L ln
)]L =


IESB

d−r

(32, 0 ⋅ 10 J)π

) (5, 00m) ln (

6
i = 3, 40 ⋅ 10 A = 3, 40M A.
6
μ 0 Li

Observação: note que se a um projétil de massa m = 5,00 kg fosse dada uma energia cinética de

2 (32, 0 ⋅ 10 J)

5, 00kg
6

O canhão magnético seria capaz de lançar um projétil com uma velocidade 10 vezes maior que a

segmentos retilíneos (radiais) de comprimento L = 13, 1cm cada um. A corrente no fio é
i = 34, 8mA. Determine (a) o módulo e (b) o sentido (para dentro ou para fora do papel) do

campo magnético no centro de curvatura C da semicircunferência.


π
2

ln (

25,0 cm−5,0 cm

= 3580 m/s

do som, muito maior do que a velocidade típica de uma bala, a cerca de 3 vezes a velocidade do
som.
5,0 cm

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d − r

= 9, 26cm
)
)

= 3397287A

e dois

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Figura 3.10


(a) Lei de Biot-Savart: dB = (
μ0
)
→ →
ids×r
3
⇒ dB = (
μ0
)
ids r senθ
3
4π r 4π r

μ0 ids senθ
∴ dB = ( ) .
2
4π r

Onde: θ é o ângulo entre ds→ e r→.

Figura 3.10. (a)

Parte horizontal (1) do fio:

0
μ0 ids sen0
dB = ( ) ⇒ dB 1 = 0
2
4π r

Parte horizontal (2) do fio: dB


μ0 ids sen180
= ( ) 2
⇒ dB 2 = 0
4π r

Logo, o campo magnético no ponto C de cada segmento retilíneo é zero.

Parte semicircular (3) do fio:

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Figura 3.10. (b)

μ0 ids senθ
dB 3 = ( )
2
4π r

Da Figura 3.10(b): r = R e ds varia de 0 a πR (semicircunferência)

πR
μ0 i μ0 i 0
⇒ B3 = ∫ ds senθ ⇒ B 3 = (πR)sen90
2 2
4πR 0 4πR

μ0 i μ0 i
⇒ B3 = ⋅ πR ∴ B 3 =
2
4πR 4R

Para todo o fio: B = B1 + B2 + B3

−7 −3
μ0 i (4π × 10 )(34, 8 × 10 )
⇒ B = ⇒ B =
−2
4R 4(9, 26 × 10 )

−7
∴ B = 1, 18 × 10 T.

(b) Pela regra da mão direita o sentido de B no ponto C , deve ser para dentro da página.

Campos Magnéticos de Solenóides e Toróides


Um solenóide com 1,30 m de comprimento e 2,60 cm de diâmetro conduz uma corrente de 18,0
A. O campo magnético no interior do solenóide é 23,0 mT. Determine o comprimento do fio de
que é feito o solenóide.

;
i = 18, 0 A B = 23, 0 mT = 23, 0 x 10
-3
T ;L f io =?

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Figura 3.11

B = μ0 i n , onde n =
N

L
(número de espiras por unidade de comprimento)

−3
BL 23 × 10 (1, 30)
⇒ N = = ⇒ N = 1.322 espiras
−7
μ0 i 4π × 10 (18)

O comprimento de uma espira é dado por: l = 2π r ≅ 6, 28(1, 30) = 8, 164 cm

Logo, o comprimento total do fio: L f io ≅ 1322(8, 164) ≅ 10.792 cm

∴ L f io ≅ 108 m

Cálculo do Campo Magnético em Pontos


Interiores e Exteriores a um Condutor
Na Figura 3.12, um fio retilíneo longo conduz uma corrente i = 30, 0A e uma espira retangular
1

conduz uma corrente i = 20, 0A. Suponha que a = 1, 00cm, b = 8, 00cm e L = 30, 0cm.
2

Em termos dos vetores unitários, qual é a força a que está submetida a espira?

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Figura 3.12

i 1 = 30, 0A ,i 2 ,
= 20, 0A a = 1, 00cm = 10
−2
,
m b = 8, 00cm = 8, 00 × 10
−2
,
m

L = 30, 0cm = 0, 30m

Figura 3.12(a)

μ0 L i1 i2
FB = ç é
(f or a magn tica entre dois condutores)
2π d

−2

; ;F
μ 0 (8,00×10 )(20)(30) μ 0 (0,30)(20)(30) μ 0 (0,30)(20)(30)
F1 = = F3 F2 = 4 =
2π(a+b/2) 2π a 2π(a+b)

Logo, a força horizontal resultante:

Fx = F3 − F1 = 0

A força resultante vertical:

μ 0 (0, 30)(20)(30) μ 0 (0, 30)(20)(30)


Fy = F2 − F4 = −
2πa 2π(a + b)

−7 −7
(4π × 10 )(180) (4π × 10 )(180)
Fy = −
−2
2π(10 ) 2π(0, 09)

F y = 3, 6 × 10
−3
− 4, 0 × 10
−4
⇒ F y = 3, 2 × 10
−3
N (em dire ção ao f io)

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∴ F y = (3, 2 × 10
−3
N )^
j

Campos Magnéticos Devido a Vários Condutores


Elétricos
Oito fios são perpendiculares ao plano do papel nos pontos indicados na Figura 3.13(a). O fio k (k
= 1,2,..., 8) conduz uma corrente ki, onde i = 4, 50mA. Para os fios com k ímpar, a corrente é
para fora do papel; para os fios com k par, a corrente é para dentro do papel. Determine o valor
→ ⋅ ds→ ao longo da curva fechada mostrada na figura, na direção indicada.
de ∮ B

Figura 3.13

→ ⋅ ds→ =
Lei de Ampère: ∮ B μ0 i .

Da Figura 3.13(b):

01 = i 0 → ⊙

03 = 3i 0 → ⊙

07 = 7i 0 → ⊙

06 = 6i 0 → ⊗

No caminho fechado estão os condutores 01, 03, 06, e 07.

í
k mpar → i está para fora da página; k par → i está para dentro da página

→ ⋅ ds→ =
Usando a Lei de Ampère (*): ∮ B μ 0 (i 0 + 3i 0 + 7i 0 − 6i 0 )

∴ ∮
→ →
B ⋅ ds = +5 i 0 μ 0

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Unidade 04
Aula 04

Indução e Indutância

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Lei da Indução de Faraday


Se colocarmos uma bobina condutora fechada num campo magnético externo e enviarmos uma
corrente através dela, um torque atuará sobre a bobina fazendo-a girar. Este resultado pode ser
resumido assim:

corrente ⇒ torque

Este é o princípio do motor elétrico.

A simetria – fundamental na física - obriga-nos a perguntar: “O que acontecerá se tentarmos o


contrário? Suponhamos que se coloque uma bobina condutora fechada num campo magnético
externo e que se gire a bobina exercendo, por meio de alguma fonte externa, um torque sobre
ela. Uma corrente elétrica aparecerá na bobina? ”

Em efeito isso realmente acontece! Logo, podemos escrever:

corrente ⇒ torque

Isto constitui o princípio do gerador elétrico. A lei que governa o aparecimento de tal corrente é
chamada lei da indução de Faraday.

Duas Experiências que Comprovam a Lei da


Indução de Faraday
Primeira Experiência

O galvanômetro G (ou voltímetro) deflete quando o ímã está se movendo em relação à espira,
indicando que há uma corrente na espira.

A corrente que aparece na bobina é chamada de corrente induzida e o trabalho realizado por
unidade de carga durante o movimento dos portadores de carga que constituem essa corrente
denominamos de fem induzida. Tais fems induzidas desempenham um papel importante em
nossas vidas.

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Figura 3.1 - Segunda Experiência

Figura 3.2

O galvanômetro G deflete momentaneamente assim que a chave S é fechada ou aberta.


Nenhum movimento relativo das bobinas está envolvido.

A Lei de Indução de Faraday (1831)


“Uma fem é induzida na bobinada esquerda das duas últimas figuras somente quando o número de
linhas de campo magnético que a atravessam estiver variando”

Considere uma superfície – que pode ou não ser plana – limitada por uma espira circular condutora
fechada. Representamos o número de linhas magnéticas que atravessam essa superfície pelo fluxo
magnético Φ B para essa superfície, que é definido por:

ΦB = ∫

B ∙ dA

⇒ ΦB = ∫ B dA cos θ = BA cos θ

Onde dA → é um elemento diferencial de área da superfície e a integração deve ser feita sobre toda a
superfície.

Unidade SI:1 Weber = 1 Wb = 1 T . m 2

Com a definição de fluxo magnético podemos enunciar a lei da indução, de Faraday de modo
quantitativo:

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“A força eletromotriz ξ induzida em uma espira condutora é igual à taxa de variação com o tempo
do fluxo magnético Φ B que atravessa a espira”.

A fem induzida se opõe à variação de fluxo, de modo que, matematicamente, a lei de Faraday pode
ser escrita na forma:

dΦ B
ξ = − (Lei de Faraday)
dt

Também: ξ = −
d

dt
(BA cos θ) , com o sinal negativo indicando a oposição a que nos referimos.

Observação: o sinal negativo da Equação anterior é frequentemente omitido, já que em muitos


casos estamos interessados apenas no valor absoluto da força eletromotriz induzida.

Se variarmos o fluxo magnético através de uma bobina com N espiras, uma fem induzida aparecerá
em cada espira. Se a bobina for cerradamente enrolada de modo que o fluxo através de cada espira
seja o mesmo,a fem induzida na bobina será

dΦ B
ξ = −N (Lei de Faraday)
dt

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Lei de Lenz: determinação do sentido da


corrente e a fem induzidos
Em 1834, três anos depois de Faraday ter formulado sua lei da indução, Heinrich Friedrich Lenz deu
a seguinte regra (conhecida como lei de Lenz) para a determinação do sentido de uma corrente
induzida numa espira condutora fechada:

“O campo magnético criado pela corrente induzida deve ter sentido oposto ao campo que lhe deu
origem”

O sinal negativo na lei de Faraday expressa tal oposição.

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Figura 4.3

A Figura 4.3 mostra a lei de Lenz em funcionamento. Aproximando-se o imã da espira, a corrente
induzida aponta no sentido indicado, criando um campo magnético que se opõe ao movimento do
imã.

A lei de Lenz refere-se a correntes induzidas e não a fems induzidas, o que significa que só podemos
aplicá-la diretamente a espiras condutoras fechadas. Entretanto, se a espira não for fechada,
podemos usualmente pensar em termos do que aconteceria se ela o fosse e, deste modo,
determinar o sentido da fem induzida.

VÍDEO
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Campo Elétrico Induzido


Colocando um anel de cobre de raio r num campo magnético externo, uniforme, como mostra a
Figura 4.4. O campo – desprezada a distorção – preenche um volume cilíndrico de raio R.
Suponhamos que se aumente a intensidade de este campo com uma taxa constante, tal vez
aumentando – de modo apropriado – a corrente no enrolamento do eletroímã que produz o campo.
O fluxo magnético através do anel variará, então, numa taxa constante e – pela lei de Faraday – uma
fem induzida e, assim, uma corrente induzida aparecerá no anel. Da lei de Lenz, podemos deduzir
que o sentido da corrente induzida é anti-horário na Figura 4.4(a).

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Figura 4.4.

“Um campo magnético variável produz um campo elétrico”

A notável característica desta declaração é que os campos elétricos são induzidos mesmo que não
exista o anel de cobre.

Reformulação da Lei de Faraday


Consideremos uma carga teste q 0 que se move ao redor do caminho circular da Figura 4.4 (b). O
trabalho W realizado sobre ela, numa volta completa, pelo campo elétrico, é ξ q 0 , onde ξ é a fem
induzida. Por outro lado, este trabalho é ∫ F→ ⋅ ds→ = (q 0 E) (2π r) , onde q 0 E é o módulo da força
que atua sobre a carga teste e 2π ré a distância ao longo da qual esta força atua. Igualando as duas
expressões para W, obtemos:

ξ = E 2π r

Num caso mais geral que o da Figura 4.4(b), podemos escrever:

ξ = ∮

E ⋅ ds →

Lembrando que ξ , podemos escrever a lei da indução de Faraday como:


dΦ B
= −
dt


→ →
E ⋅ ds = −
dΦ B
.
dt

Esta é a forma em que a lei de Faraday está expressa na Tabela das Equações de Maxwell, do
eletromagnetismo.

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Podemos estabelecera diferença de potencial entre campos elétricos produzidos por indução e
aqueles produzidos por cargas estáticas do seguinte modo:

“O potencial elétrico só tem significado para campos elétricos que são produzidos por cargas
estáticas; ele não tem significado para campos elétricos que são produzidos por indução”.

O cálculo do potencial a partir do campo elétrico é dado por:

Vf − Vi =
W if
− ∫
→ →
E ⋅ ds
q0 i

Quando i e f coincidem, o caminho que os liga é uma curva fechada, V i e f i são idênticos, e então,


→ →
E ∙ ds = 0

Entretanto, quando um fluxo magnético variável está presente, esta integral não é zero, mas
−dΦ B /dt . Novamente, concluímos que o potencial elétrico não tem significado para campos
elétricos associados à indução.

O Betatron
É um aparelho usado para acelerar elétrons até energias elevadas, submetendo-os a campos
elétricos induzidos.

Indutores e Indutância
Capacitor: na aula sobre capacitância vimos que os capacitores são dispositivos que podem ser
usados para produzir um determinado campo elétrico numa certa região do espaço.

Indutor: é um dispositivo que pode ser usado, convenientemente, para produzir um determinado
campo magnético numa certa região. Tomamos um solenoide longo (uma região próxima ao centro)
como protótipo.

Indutância
Colocando-se cargas iguais e opostas ±q sobre as placas de um capacitor, uma diferença de
potencial V aparece entre elas. A capacitância C do capacitor é, então, definida por:

q
C = (SI: Faraday)
V

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Estabelecendo-se uma corrente i num indutor, aparece, em cada uma de suas espiras, um fluxo
magnético Φ, devido a esta corrente e, dizemos que as espiras estão concatenadas por este fluxo
partilhado. A indutância do indutor é

N ΦB
L = \); \(Φ B = B A
i

Onde N é o número de espiras. No sistema internacional de unidades:

i → A
2
Φ → 1T . m = 1W eber = 1W b
2
L → 1henry = 1H = 1T . m /A

Fluxo Concatenado
Na equação da indutância, o produto N Φ B é chamado de fluxo concatenado.

Indutância de um Solenoide e um Toróide


Indutância de um Solenoide
Da definição de indutância: L =
N ΦB

i
(Φ B = B A )

Mas, N Φ B =
N

l
⋅ l (BA) = nlBA . Para um solenoide: B = μ 0 in

2
μ 0 n liA
2 2
⇒ N Φ B = n l (μ 0 in)A = μ 0 n l iA ⇒ L = = μ 0 n lA
i

Logo, a indutância por unidade de comprimento, para um solenoide longo, próximo ao seu centro é

2
L/l = μ 0 n A

onde, n =
N

l
;A → área da seção transversal do solenoide.

Observação: A indutância – assim como a capacitância – só depende de fatores geométricos.

Indutância de um Toróide
Na aula sobre campo magnético vimos que o campo magnético, que não é uniforme, sobre a seção
transversal de um toróide é dado por:

μ0 i N
B =
2π r

Onde i é a corrente que percorre as espiras do toróide. Para um toróide,

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2
μ0 i N h b N Φ μ0 i N h b
Φ = Ln ⇒ L = = Ln
2π i a i 2π i a

Ou,

2
μ0 N h b
L = Ln
2π a

A constante de permeabilidade μ 0 pode ser expressa em Henry por metro

−7 −7
μ 0 = 4π × 10 T . m/A = 4π × 10 H /m

Autoindução em um Indutor
“Uma fem induzida ξ L aparece num indutor quando variamos a corrente neste indutor”

Tal processo (veja Figura 4.5) e chamado de autoindução, e a fem que aparece é chamada de fem
autoinduzida. Ela obedece à lei da indução de Faraday, como qualquer outra fem induzida o faz.

Figura 4.5.

Pela definição de indutância


L = ⇒ N Φ = L i
t

E, pela lei da indução de Faraday,

d(N Φ)
ξL = −
dt

Combinando as duas últimas equações

di
ξ L = −L (Fem autoinduzida)
dt

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Figura 4.6.

Observação: pode-se encontrar o sentido da fem autoinduzida usando a lei de Lenz. O sinal negativo
representa o fato de que – como a lei afirma – a fem autoinduzida atua de modo a se opor à variação
que a produz.

Circuitos RL
Num circuito RC a equação de carga do capacitor é dada por:

−t/τ C
q = Cξ (1 − e )

A taxa em que a carga cresce é determinada pela constante de tempo capacitiva τ C = RC .

Caso a fem seja subitamente removida, a carga não cairá imediatamente zero, mas sim tenderá
exponencialmente para zero, de maneira descrita por

−t/τ C
q = q0 e

A mesma constante de tempo τ C descreve tanto o decréscimo da carga quanto o seu aumento.

Figura 4.7.

Ou,

di
iR + L = ξ ( 4.1 ) ( Circuito RL)
dt

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Equações do Aumento e da Diminuição da


Corrente no Indutor
Resolvendo a equação diferencial anterior, temos:

di iR ξ di ξ iR ξ − iR di iR − ξ
+ = ⇒ = − = ⇒ = −
dt L L dt L L L dt L

i t
di 1 1 Rdi 1
⇒ = − dt ⇒ ∫ = − ∫ dt
iR − ξ L R 0
iR − ξ L 0

Seja u = iR − ξ ⇒ du = Rdi

1 i
1 iR − ξ R
⇒ ln (iR − ξ) = − t ⇒ ln = − t
0
R L −ξ L

iR − ξ
−Rt/L −t/τ L
= e ⇒ iR − ξ = −ξe
−ξ

ξ
−t/τ L
∴ i = (1 − e ) (4.2) (Aumento da corrente)
R

Onde: τ L = L/R é a constante de tempo indutiva.

Observação: Fazendo t = 0 na Equação (4.2), a exponencial torna-se e −0 = 1. Assim, de acordo


com essa equação, a corrente é 0 no instante inicial. Fazendo t → ∞, a exponencial torna-se
e
−∞
= 0 . Assim de acordo com a Equação (4.2), a corrente é igual ao valor final ξ/R.

Para mostrar que a grandeza τ L = (L/R) tem dimensão de tempo, notemos que

H H 1V ⋅ s 1ΩA
1 = 1 ( )( ) = 1s
Ω Ω 1H ⋅ A 1V

O significado físico da constante de tempo é obtido usando-se a Equação (4.2). Fazendo-se


t = τ L = (L/R) nesta equação, ela se reduz a

ξ ξ
−1
i = (1 − e ) = 0, 63
R R

[iR = 0, 63ξ ⇒ V R = 0, 63ξ]

Assim sendo, a constante de tempo τ L é o tempo gasto pela corrente no circuito para atingir
aproximadamente 63% do seu valor final de equilíbrio ξ/R.

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Figura 4.8.(a) <i>ddp</i> entre as extremidades do resistor do circuito; (b) <i>ddp</i> entre as
extremidades do indutor.

Na ausência de uma fonte, a corrente no resistor cai para zero, mas não de forma instantânea. A
equação diferencial que governa o decréscimo da corrente pode ser obtida fazendo ξ = 0 na
equação (4.1):

di
L = + iR = 0 (23.3)
dt

A solução desta equação diferencial que satisfaz a condição inicial i(0) = i 0 = ξ/R é

i t
di di R i R
L = −iR ⇒ ∫ =∫ dt ⇒ ln = −
dt i0
i 0
L i0 L
i i −t
ln −Rt/L ln / L/R −t/τ L
i i
e 0 = e ⇒ e 0 = e ⇒ i = i0 e

ξ
i = e
−t/τ L
é
(Decr scimo da corrente)
R

Observação: A solução da equação diferencial (4.3) satisfaz a condição inicial i (0) = i 0 = ξ/R .

Energia armazenada num Campo Magnético


Quando afastamos duas cargas de sinais opostos, dizemos que a energia potencial elétrica
resultante fica armazenada no campo elétrico das cargas.

Do mesmo modo, a energia também pode ser armazenada num campo magnético.

Para determinar uma expressão quantitativa para a energia armazenada num campo magnético,
consideremos o circuito RL da Figura 4.7 (com a chave S fechada em a).

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di
ξ = iR + L
dt

2
di
⇒ ξi = i R + Li



    dt

   
Pot. total Pot
^
encia elétrica
Pot
^
encia magnética

dU B di
⇒ = Li ⇒ dU B = L ⋅ i ⋅ di
dt dt
UB i
1
2
⇒ ∫ dU B = ∫ Lidi ⇒ U B = Li (Energia magnética)
0 0
2

Podemos comparar esta relação com a expressão para a energia armazenada por um capacitor C,
carregado com uma carga q, ou seja,

2
q
UE =
2C

Observação:

dW dW dq dU total
ξ = ⇒ dW = ξdq ⇒ = ξ ⇒ = ξi = P total da f em
dq dt dt dt

Densidade de Energia de um Campo Magnético


Considere um segmento de comprimento l perto do centro de um solenoide longo de seção reta A
percorrido por uma corrente i. A energia armazenada no campo por unidade de volume é

2 2
UB UB 1 Li L i
2
uB = ⇒ uB = mas U B = Li ⇒ uB = =
V Al 2 2Al l 2A

Para um solenoide: L/l 2


= μ 0 n A ⇒ u B = (μ 0 n A)
2 i

2A
=
1

2
2
μ0 n i
2

Também, para um solenoide: B = μ 0 in . Logo

2
B
uB = (Densidade de energia magn tica) é
2μ 0

que pode ser comparada com a densidade de energia de um campo elétrico no vácuo e em qualquer
ponto onde exista um campo elétrico,

1
2
uE = ε0 E
2

Observe que tanto u B como u E são proporcionais ao quadrado do módulo do respectivo campo, B
ou E.

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Indução Mútua
Vimos anteriormente que, se duas bobinas estão bem próximas uma da outra como na Figura 4.9,
uma corrente constante i em uma bobina estabelecerá um fluxo magnético Φ através da outra
bobina (concatenando a outra bobina). Se variarmos i com o tempo, uma fem ξ dada pela lei de
Faraday aparece na segunda bobina; chamamos este processo de indução. Seria melhor se
tivéssemos denominado este processo de indução mútua, para sugerir a interação mútua das duas
bobinas e distingui-lo da autoindução, em que apenas uma bobina está envolvida.

Figura 4.9.

A Figura 4.9a mostra duas bobinas circulares compactas próximas uma da outra e tendo um eixo
central comum. Existe uma corrente constante i 1 na bobina 1, produzida pela bateria no circuito
→ 1 na figura. A
externo. Esta corrente cria um campo magnético representado pelas linhas de B
bobina 2 está ligada a um medidor sensível, mas não contém nenhuma bateria; um fluxo magnético
Φ 21(o fluxo através da bobina 2 associado com a corrente na bobina 1) enlaça as N 2 espiras da
bobina 2.

Definimos a indutância mútua M 21 da bobina 2 com relação à bobina 1 como

N 2 Φ 21
M 21 = ,
i1

que possui a mesma forma que a Equação L =


N ΦB

i
, a definição de (auto-) indutância. Pode-se
reformatar a Equação anterior como

M 21 i 1 = N 2 Φ 21 .

Se, por meios externos, fizermos com que i 1 varie com o tempo, temos

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di 1 dΦ 21
M 21 = N2 .
dt dt

O lado direito desta equação é, de acordo com a lei de Faraday, justamente a intensidade da fem ξ 2
que aparece na bobina 2 devido à corrente variável na bobina 1. Assim, com um sinal negativo para
indicar o sentido,

di 1
ξ 2 = −M 21
dt

que você deve comparar com a Equação ξ = −L di/dt para a autoindução.

Invertendo os papéis das bobinas 1 e 2, como na Figura 4.9b; isto é, estabelecemos uma corrente i 2
na bobina 2 por meio de uma bateria, e isto produz um fluxo magnético Φ 12 que atravessa a bobina
1. Se variarmos i 2 com o tempo, temos, pelo argumento dado anteriormente, que:

di 2
ξ 1 = −M 12
dt

Onde M 21 = M 12 = M , e podemos reescrever as duas últimas equações como:

di 1
ξ 2 = −M
dt

di 2
ξ 1 = −M
dt

A indução é de fato mútua. A unidade SI para M (bem como para o L) é o Henry.

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Unidade 04
Aula 05

Aplicações e Exercícios de Indutores e


Indutância

Aplicações
Turbinas Hidrelétricas
O gerador de uma usina hidroelétrica usa a indução eletromagnética para converter a energia
mecânica de uma turbina giratória (Figura 5.1) em energia elétrica.

Figura 5.1

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Geradores, Motores e Transformadores


Geradores e Motores
Um dispositivo que produza corrente elétrica a partir do movimento mecânico é denominado
gerador elétrico. E um dispositivo que produza movimento mecânico a partir de corrente elétrica é
chamado de motor elétrico.

A Figura 5.2 mostra um motor elétrico muito simples usado em demonstrações didáticas. Ele
consiste em um par de imãs permanentes externos e dois solenóides, através dos quais uma
corrente é enviada, para o interior.

Figura 5.2

Um gerador simples é formado por uma espira forçada a girar em presença de um campo magnético
fixo. A força que faz a espira girar pode ser fornecida por um jato de vapor aquecido sobre uma
turbina, como ocorre em usinas nucleares e a carvão. (Usinas de energia elétrica usam uma grande
quantidade de espiras a fim de aumentar a potência gerada.) Por outro lado, a espira pode ser posta
a girar fazendo-se fluir água ou ar para gerar eletricidade de maneira livre de poluição.

A Figura 5.3 mostra dois tipos de geradores simples. Em um gerador de corrente contínua, a espira
giratória está ligada a um circuito externo por meio de um comutador em forma de um anel fendido,
como ilustra a Figura 5.3(a). Enquanto a espira gira, a ligação é invertida duas vezes a cada volta, de
modo que a diferença de potencial induzida sempre tem o mesmo sinal. A Figura 5.3(b) mostra um

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arranjo parecido usado para produzir corrente alternada. Uma corrente alternada é aquela que
varia com o tempo entre valores positivos e negativos, com a variação frequentemente
apresentando uma forma senoidal. Cada extremidade da espira está ligada ao circuito externo
através de seu próprio anel maciço de deslizamento. Assim, este gerador produz uma diferença de
potencial induzida que varia de positivo a negativo alternadamente. Um gerador que produza
voltagens alternadas e correntes resultantes alternadas também é chamado de alternador. A Figura
24.4 mostra a diferença de potencial induzida em função do tempo para cada tipo de gerador.

Figura 5.3

Figura 5.4

Os geradores e os motores do mundo real são mais complexos do que os da Figura 5.3. Por exemplo,
em vez de imãs permanentes, correntes fluindo em bobinas criam o campo magnético necessário.
Inúmeras espiras firmemente agrupadas são empregadas para tornar mais eficiente o movimento
giratório. Múltiplas espiras também podem resolver o problema apresentado por um motor
simples, de uma só espira, que é o de parar em uma posição onde a corrente na espira não produz
torque algum. O campo magnético pode também variar com o tempo em fase com a espira giratória.
Em alguns geradores e motores, as espiras (bobinas) são fixas e quem gira é o imã.

Transformadores
A Figura 5.5 mostra duas bobinas enroladas em um mesmo núcleo de ferro. A bobina da esquerda é
chamada de bobina primária. Ela tem N 1 espiras e é alimentada por uma voltagem oscilatória
V 1 cosωt . O campo magnético da bobina primária se espalha pelo núcleo de ferro e atravessa a
bobina da direita, que possui N 2 espiras e é chamada de bobina secundária. A corrente alternada

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através da bobina primária causa uma oscilação do fluxo magnético na bobina secundária e, uma
fem é induzida nesta bobina que é transferida para a resistência de carga como a voltagem
oscilatória V 2 cosωt.

Figura 5.5 Um transformador

A variação do campo magnético dentro do núcleo de ferro é inversamente proporcional ao número


de voltas da bobina primária: Bα1/N 1 . (Essa relação é uma consequência da indutância da bobina)
De acordo com a lei de Faraday, a fem induzida na bobina secundária é diretamente proporcional ao
seu número de espiras: ξ sec αN 2 . Combinando essas duas proporcionalidades, concluímos que a
voltagem secundária de um transformador ideal está relacionada à voltagem primária por:

N2
V2 = V1
N 1

Dependendo da razão N 2 , /N 1 , a voltagem V 2 através da carga pode ser transformada em uma


voltagem mais alta ou mais baixa do que V 1 . Por isso o dispositivo é chamado de transformador. Os
transformadores são amplamente usados na geração e na transmissão comercial de eletricidade.
Um transformador elevador de tensão, com N 2 >> N 1 , eleva a voltagem de um gerador até várias
centenas de milhares de volts. Fornecer potência com pequenas correntes e altas voltagens reduz
as perdas devido à resistência dos fios. As linhas de transmissão de altas voltagens transmitem
potência elétrica para áreas urbanas, onde transformadores redutores de tensão (N 2 << N 1 )

baixam a voltagem para 120V.

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Figura 5.6 Os transformadores são essenciais para a transmissão de energia elétrica desde as
usinas até as cidades e residências.

VÍDEO
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Detectores de Metal
Os detectores de metal, como os usados nos aeroportos por razões de segurança, parecem
bastante misteriosos. Como eles podem detectar a presença de qualquer metal – e não apenas de
materiais magnéticos, como ferro –, mas não de plásticos e de outros materiais? Os detectores de
metal funcionam por causa das correntes induzidas.

Um detector de metal, mostrado na Figura 5.7, consiste de duas bobinas: uma bobina transmissora e
outra, receptora. Uma corrente alternada de alta frequência que flui na bobina transmissora gera um
campo magnético alternado ao longo do eixo dessa bobina.Esse campo magnético cria uma
variação no fluxo através da bobina receptora e induz nela uma corrente alternada. A bobina
transmissora e a receptora formam um dispositivo parecido com um transformador.

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Figura 5.7 Diagrama esquemático de um detector de metal de um aeroporto.

Suponha que uma peça metálica seja colocada entre a bobina transmissora e a receptora. O campo
magnético alternado, no interior do metal, induz correntes de Foucault em um plano paralelo à
bobina transmissora e à receptora. A bobina receptora responde, então, à superposição do campo
magnético da bobina transmissora com o campo magnético produzido pelas correntes de Foucault.
Uma vez que estas tendem a impedir a variação de fluxo, de acordo com a lei de Lenz o campo
resultante na bobina receptora diminui quando uma peça de metal é inserida entre as bobinas.
Circuitos eletrônicos detectam a diminuição da corrente na bobina receptora e disparam um
alarme. As correntes de Foucault não podem fluir em um isolante, de modo que esse dispositivo
detecta apenas metais.

Freio Regenerativo
Os carros híbridos são impelidos por uma combinação de motor a gasolina e motor elétrico. Uma
característica atrativa de um veículo híbrido é seu sistema de freio regenerativo.Quando os freios são
acionados para desacelerar ou parar um veículo não híbrido, a energia cinética do veículo é
transformada em calor no aquecimento das pastilhas do freio. Este calor é dissipado no meio
ambiente e a energia é perdida. Em um carro híbrido, os freios estão ligados a um motor elétrico
(Figura 5.8), que funciona como um gerador, carregando a bateria do carro. Dessa forma, a energia
cinética do carro poderá mais tarde ser usada para impelir o veículo, contribuindo para sua maior
eficiência e aumentando significativamente a quilometragem coberta por seu combustível
enquanto trafega parando e acelerando alternadamente no trânsito.

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Figura 5.8 O motor de um automóvel híbrido em corte a fim de mostrar o sistema de freio
regenerativo, em destaque na foto menor inserida.

Disco Rígido de Computador


Um dispositivo que armazena informação usando a magnetização e a indução é o disco rígido de um
computador. Ele armazena informação na forma de bits,o código binário formado por zeros e uns.
Oito bits formam um byte,capaz de representar um número ou um caractere alfa-numérico. Um
disco rígido moderno pode armazenar até 2 terabytes (1012 bytes) de informação.

Um disco rígido é formado por uma ou mais bandejas giratórias dotadas de uma cobertura
ferromagnética acessada por um cabeçote móvel de leitura/gravação, como mostra a Figura 5.9.

Figura 5.9 No centro o cabeçote de leitura/gravação e no entorno a bandeja giratória no interior do


disco rígido de um computador.

O cabeçote de leitura/gravação pode ser posicionado de modo a acessar qualquer uma das
inúmeras faixas sobre a bandeja giratória. A operação de um cabeçote de leitura/gravação de um
disco rígido convencional está ilustrada na Figura 5.10(a). Enquanto a bandeja dotada de cobertura
move-se abaixo do cabeçote de leitura/gravação, um pulso de corrente em um sentido magnetiza a
superfície da bandeja, representando uma unidade binária, ou um pulso de corrente de sentido
contrário magnetiza a superfície, representando um zero binário. Na Figura 5.10(a), uma unidade
binária é representada por uma seta vermelha apontando para a direita, enquanto um zero binário
é representado por uma seta verde apontando para a esquerda. No modo leitura, quando as áreas
magnetizadas da bandeja passam abaixo do sensor de leitura, uma corrente positiva ou negativa é

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induzida, e a eletrônica do disco rígido é capaz de revelar se a informação é um 0 ou um 1. O método


usado para codificar e ler de volta os dados mostrado na Figura 5.10 é denominado codificação
longitudinal porque os campos magnéticos das áreas magnetizadas da bandeja são paralelas ou
antiparalelas ao movimento da bandeja. A capacidade de armazenamento de dados dos discos
rígidos tem sido aumentada fazendo-se menores as áreas magnetizadas e adicionando-se mais
placas e mais cabeçotes de leitura/gravação. No entanto, os fabricantes descobriram ser difícil de
reter mais do que 250 gigabytes (250×109 bytes) por meio desta técnica. Quando os fabricantes
tentam minimizar o tamanho dos bits, estes começam a interferir uns com os outros, fazendo com
que alguns bits troquem de sentido aleatoriamente, introduzindo assim erros nos dados
armazenados.

Recentemente, a técnica de codificação ortogonal de dados vem sendo desenvolvida, ilustrada na


Figura 5.10(b). Novamente, um cabeçote de leitura/gravação é usado acima de uma bandeja
giratória recoberta com uma camada de uma substância ferromagnética. Neste caso, porém, os
campos magnéticos são perpendiculares à superfície da bandeja, o que permite um
empacotamento mais denso dos bits e aumenta a capacidade do disco rígido. A bandeja é
construída com uma camada mais grossa de revestimento ferromagnético, com um material
ferromagnético macio no fundo que atua de modo a conter as linhas de campo magnético. Note que
as linhas de campo magnético na extremidade pontuda do cabeçote de gravação estão muito
próximas umas das outras, ao passo que as linhas de campo magnético que retornam à extremidade
"cega" do cabeçote de gravação encontram-se largamente espaçadas umas das outras. Dessa
forma, a cobertura ferromagnética da bandeja fica fortemente magnetizada com orientação para
cima ou para baixo, dependendo do sentido do pulso de corrente na bobina do cabeçote de
gravação, enquanto os bits mais próximos ao cabeçote de leitura não são afetados.

Figura 5.10 O cabeçote de leitura/gravação de um disco rígido de computador, (a) Codificação


longitudinal de informação na bandeja giratória, (b) Codificação ortogonal de informação na

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bandeja giratória.

Os discos rígidos que usam codificação ortogonal também envolvem o fenômeno denominado
magnetorresistência gigante (MRG), que possibilita a construção de um sensor de leitura muito
pequeno e sensível. Discos rígidos com capacidades de armazenamento de até 2 terabytes (1012
bytes) ou mais que usam codificação ortogonal e sensores de leitura MRG estão agora largamente
disponíveis. Aparelhos iPods com capacidades de armazenamento acima de 64 GB constituem um
exemplo de aparelho que emprega essa tecnologia. (Os iPods Touch e os iPhones usam uma
tecnologia de armazenamento diferente, que não envolve partes móveis.) O fato de que se pode
assistir a um filme de longa-- metragem em um iPod, e portar milhares de músicas é, também, uma
consequência direta da pesquisa física recentemente realizada nas duas últimas décadas.

O armazenamento magnético de dados, seja na tarja magnética em um cartão de crédito (Figura


5.11) ou em um disco rígido de 20 GB, codifica a informação por meio de um padrão alternado de
campos magnéticos. Quando esses campos são movimentados dentro de uma pequena bobina
captadora, a variação do campo magnético cria uma corrente induzida na bobina. A corrente, então,
é amplificada em uma sequência de pulsos de voltagens que representam os 0s e os 1s dos dados
digitais. O armazenamento magnético de dados é apenas uma das incontáveis aplicações da
indução eletromagnética.

Figura 5.11

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NA-PRATICA
Exercícios Resolvidos
Força Eletromotriz Induzida por um Campo
Magnéticos Variável
Uma espira quadrada com 2,00 m de lado é mantida perpendicular a um campo magnético
uniforme, com metade da área da espira na região em que existe campo, como mostra a Figura
5.12. A espira contém uma fonte ideal de força eletromotriz ξ = 20, 0V . Se o módulo do campo
varia com o tempo de acordo com a equação B = 0, 0420 − 0, 870t, com B em teslas e t em
segundos, determine (a) a força eletromotriz total aplicada à espira; (b) o sentido da corrente
(total) na espira.

Figura 5.12

l = 2, 00 m ; A total = l
2
= 4, 00 m
2
⇒ A = 2, 00 m
2
(metade da área total se encontra sob
→)
a influência de B

V = 20, 0 V

B = 0, 042 − 0, 870 t B → ( Teslas, t → segundos)

ξ = N
dΦ B
; ΦB = ∫
→ →
B ⋅ dA ⇒ Φ B = BA (B⊥A)

dt

dB
⇒ ξ = NA = 1 × 2, 00(−0, 870) = −1, 74 V ⇒ ξ total = 20, 0 − (−1, 74)
dt

∴ ξ total = 21, 74 V

(c) Sentido da corrente através da bateria: anti-horário.

Sentido da corrente induzida: horário (lei de Lenz).

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Hastes Condutoras em Movimento


→ ao longo
Na Figura 5.13(a), uma barra de metal é forçada a se mover com velocidade constante v
de dois trilhos paralelos ligados em uma das extremidades por uma fita de metal. Um campo
magnético de módulo B = 0,350 T aponta para fora do papel, (a) Se a distância entre os trilhos é
25,0 cm e a velocidade escalar da barra é 55,0 cm/s, qual é o valor absoluto da força eletromotriz
gerada? (b) Se a barra tem uma resistência de 18, 0Ω e a resistência dos trilhos e da fita de
ligação é desprezível, qual é a corrente na barra? (c) Qual é a taxa com a qual a energia é
transformada em energia térmica?

Figura 5.13(a)

; ;
B = 0, 350 T L = 25, 0 cm = 0, 25 m v = 55, 0 cm/s = 0, 55 m/s

Figura 5.13(b)

Satélite preso a um Ônibus Espacial


Em 1996, o ônibus espacial norte-americano Columbia posicionou um satélite preso por um cabo
externo com 20 km de comprimento (Figura 5.14). O fio foi esticado perpendicularmente ao
campo magnético terrestre naquela posição, onde sua intensidade era de B = 5, 1 × 10 T . O 5

Columbia estava se movendo a 7,6 km/s. Qual era a diferença de potencial induzida entre as
extremidades do fio?

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Figura 5.14 Concepção artística do ônibus espacial Columbia com um satélite preso a ele.

O comprimento do cabo externo é L = 20 km e sua rapidez através do campo magnético da Terra


(B = 5, 1 × 10 T ) é a mesma que a do ônibus espacial, v = 7,6 km/s. Podemos usar a equação
5

deduzida no problema anterior para determinar a fem induzida entre as extremidades do fio,
portanto:

−5 3 3
ξ = BLv = (5, 1 × 10 T ) (20 × 10 m) (7, 6 × 10 m/s) = 7.800 V .

Observação: Os astronautas do ônibus espacial mediram uma corrente de 0,5 A e uma voltagem
de 3.500 V. O circuito consistia no cabo preso esticado e os átomos ionizados do espaço no
caminho de retorno da corrente fora do fio. Este se rompeu justamente quando o comprimento
do cabo esticado alcançou 20 km, porém a geração de corrente elétrica a partir do movimento
de uma espaçonave havia sido demonstrada.

Trabalho Realizado por uma Bateria num


Circuito RL
No instante t = 0 uma bateria é ligada em série com um resistor e um indutor. Para que múltiplo
da constante de tempo indutiva a energia armazenada no campo magnético do indutor é 0.500
vez o valor final?

Seja: U B (t) =
1

2
Li
2
(t). Precisamos que a energia no tempo t seja igual à metade do seu valor
final: U (t) =
1

2
U B (t → ∞) =
1

4
Li .
2
f
Isso dá como resultado: i (t) . Mas,
= i f /√ 2

i (t) = i f (1 − e
−t/τ L
), logo:

1 t 1
−t/τ L
1 − e = ⇒ = − ln (1 − ) = 1.23
√2 τL √2

Crescimento Exponencial da Corrente num


Circuito RL
Na Figura 5.15, ξ = 100V , R = 10, 0Ω, R = 20, 0Ω, R = 30, 0Ω e L = 2,00 H. Determine
1 2 3

os valores de (a) i e (b) i logo depois que a chave S é fechada. (Tome as correntes nos sentidos
1 2

indicados na figura como positivas e as correntes no sentido oposto como negativas). Determine
também os valores de (c) i e (d) i muito tempo depois de a chave ter sido fechada. A chave é
1 2

aberta depois de ter permanecida fechada por muito tempo. Determine os valores de (e) i e (f) 1

logo depois de a chave ser novamente aberta. Determine também os valores de (g) i e (h) i
i2 1 2

muito tempo depois de a chave ser novamente aberta

Figura 5.15

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O indutor impede um crescimento rápido da corrente através dele ⇒ imediatamente após o


fechamento da chave S ⇒ iL = 0 (corrente no indutor)

Logo

ξ 100
i1 = i2 = = = 3, 33A
R1 + R2 10 + 20

Muito tempo após o fechamento do circuito i atinge o valor de equilíbrio e praticamente não
L

mais se altera ⇒ ξ = 0 (fem através do indutor) e o indutor comporta-se como se tivesse sido
L

substituído por um pedaço de fio.

A corrente em R é 3 i3 = i1 − i2

Segundo a regra das malhas de Kirchhoff:

Malha abefa:

−i 1 R 1 − i 2 R 2 + ξ = 0

10i 1 + 20i 2 = 100

i 1 + 2i 2 = 10 ⇒ i 1 = 10 − 2i 2 (1)

Malha abcdefa:

−i 1 R 1 − i 3 R 3 + ξ = 0

i 1 R 1 + (i 1 − i 2 )R 3 = ξ

i 1 (R 1 + R 3 ) − i 2 R 3 = ξ

40i 1 − 30i 2 = 100

⇒ 4i 1 − 3i 2 = 10 (2)

Substituindo (1) em (2):

4(10 − 2i 2 ) − 3i 2 = 10

40 − 8i 2 − 3i 2 = 10

30
11 i 2 = 30 ⇒ i 2 = = 2, 727A ≈ 2, 73A
11

Logo, substituindo i na Equação (1):


2

i 1 = 10 − 2(2, 73) = 4, 545A ≈ 4, 54A

Neste caso a malha do lado esquerdo está aberta. Como a indutância desta malha é nula, a
corrente nela cai imediatamente para zero ⇒ i = 0. A corrente em R varia lentamente, pois
1 3

existe um indutor nesta malha. Imediatamente após a chave ser aberta a corrente tem o mesmo
valor que tinha no momento anterior ao fechamento da chave

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⇒ i 3 = i 1 − i 2 ⇒ i 3 = 4, 54 − 2, 73 = 1, 81A

A corrente em R é idêntica à corrente em R : 1,81 A.


2 3

Nesta situação não existem mais fontes de fem no circuito de modo que todas as correntes terão
diminuído até zero i 1 = i2 = i0 = 0 .

Decaimento Exponencial da Corrente num


Circuito RL
A corrente em um circuito RL diminui de 1,0 A para 10 mA no primeiro segundo depois que a
fonte é removida do circuito. Se L = 10 H, determine a resistência R do circuito.

A corrente no circuito é dada por i = i0 e


−t/τ L
, onde i é a corrente no tempo t = 0 e
0 τL éa
constante de tempo indutivo (L/R). Resolvemos para τ . Dividindo por i e aplicando o logaritmo
L 0

natural em ambos os lados, obtemos

i t
Ln ( ) = − .
i0 τL

Então:

t 1, 0 s
τL = − = − = 0, 217 s
−3
i 10
Ln ( ) Ln (10 × A)
i0 1,0

Portanto, R = L/τ L = 10H /0.217s = 46 .

Recomendo assistir as três videoaulas a seguir:

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Unidade 04

Amplie seu conhecimento

Referências
AED SHOP. Disponível em: <http://www.aedshopper.co.uk/>. Acesso em 01 mai. 2016

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27/04/24, 08:52 IESB

CNET. Disponível em: <http://www.cnet.com/products/samsung-galaxy-s7-edge/>. Acesso em


01 de jun. 2016.
EBAY. Disponível em: <http://www.ebay.com/>. Acesso em 12 jan. 2016.
ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA. Bioelectricity. Encyclopædia Britannica Online.
Encyclopædia Britannica Inc., 2013. Disponível em:
<http://www.britannica.com/EBchecked/topic/65834/bioelectricity>. Acesso em 27 Dez. 2013
FLICKR. Disponível em: <https://www.flickr.com/photos/janey_swan/3195511190>. Acesso
em 20 mai. 2016
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Sistema
Internacional de Unidades. 8a. Ed. Rio de Janeiro: INMETRO, 2003.
LANEBI - Laboratório de Neurometria e Biofeedback. Disponível em: <www.lanebi.com.br>.
Acesso em 10 mai. 2016
Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL). Disponível em:
<https://www.llnl.gov/news/national-ignition-facility-achieves-unprecedented-1-megajoule-
laser-shot>. Acesso em 21 fev. 2016.
PEEASM. Disponível em: <http://peeasm.blogfa.com/category/1/%D8%A7%D8%A8%D8%B1-
%D8%AE%D8%A7%D8%B2%D9%86-%D9%87%D8%A7>. Acesso em 13 jan. 2016.
WENTWORTH, Stuart, M. Eletromagnetismo Aplicado. 1a. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
WIKIMEDIA. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Supercapacitor_diagram.svg>. Acesso em 03 de
mar. 2016.

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