Anais Simpósio Qualidade 2023
Anais Simpósio Qualidade 2023
Anais Simpósio Qualidade 2023
WINDSOR
II Simpósio Internacional
BARRA DA TIJUCA - RJ de Qualidade e Segurança
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
A 5ª MOSTRA DE QUALIDADE REDE D’OR foi promovida pela Qualidade Corporativa, com o obje-
tivo de divulgarmos as melhores práticas dos hospitais da Rede. A proposta da Mostra é a
divulgação dos resultados obtidos, favorecendo o benchmarking entre as unidades e estimulando
a publicação cientifica.
Em 2023 tivemos a participação de 52 hospitais, com a apresentação de 469 trabalhos, nos
seguintes eixos temáticos: Melhoria de Processos, Práticas Inovadoras, Cultura de Segurança,
Casos Clínicos, Experiência do Paciente, Iniciativas de Valor em Saúde e Diminuição do
Desperdício.
Na primeira fase de avaliação contamos com a parceria dos profissionais dos escritórios de
qualidade, educação continuada e especialistas dos hospitais da Rede D’Or, formando a
Comissão Avaliadora com 86 profissionais, responsáveis pela pontuação inicial dos trabalhos.
Na segunda fase foram avaliados os 22 melhores trabalhos selecionados em apresentação oral
pela Banca Julgadora, com renomados especialistas na área de qualidade, gestão e pesquisa na
área da saúde. Foram premiados os 7 trabalhos com a maior pontuação da banca julgadora.
Os 3 hospitais que tiveram o maior número de trabalhos enviados nessa edição receberam uma
menção honrosa.
Esta publicação contém os resumos, com os respectivos títulos e autores, dos 42 melhores
trabalhos selecionados pela Comissão Avaliadora. Registramos nossos agradecimentos aos
membros das Comissões Avaliadoras e Julgadoras, aos hospitais e profissionais autores dos
trabalhos, a toda a Comissão Organizadora, ao Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino e a
GPeS | Health Branding and Business.
Nosso agradecimento especial ao Vice-presidente Médico e de Serviços Externos da Rede D’Or,
Dr. Leandro Reis Tavares, incentivador de todo o trabalho da Qualidade Técnica na empresa e
motivador da publicação de nossas boas práticas.
Em números:
469 Trabalhos Inscritos
1656 Autores
86 avaliadores na 1ª fase
52 Hospitais participantes
3 Parceiros: IDOR, Mederi Saúde e Núcleo de Transplantes Rede D’Or
7 eixos Temáticos: Melhoria de Processos; Práticas Inovadoras; Cultura de segurança; Experiência
do paciente; Casos Clínico; Iniciativas de valor em saúde; Diminuição de Desperdício.
Comissão Organizadora:
Helidéa Lima – Diretora de Qualidade Assistencial
Ana Claudia Araujo – Gerente de Qualidade Assistencial
Vanessa Torres – Gerente de Governança Clínica
Daniel Moreira – Consultor de Qualidade
Laise Moreira – Consultora de Qualidade
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
Trabalhos Premiados
1º Trabalho: Saving em anestesia: análise custo-efetiva de um cuidado padronizado e
gerenciado de uma equipe institucional
2º Trabalho: Análise preditiva por algoritmos de machine learning em cirurgia ortopédica de
grande porte: custo-efetividade e impacto no desfecho pós-operatório
3ºTrabalho: Triagem pré-operatória por ultrassonografia gástrica em pacientes usuários de
semaglutida: redução de cirurgias suspensas e melhoria na segurança do paciente
4º Trabalho: Pacientes oncológicos submetidos à cirurgia torácica robótica e desfecho pós-
operatório: comparação entre anestesia regional torácica versus analgesia com opioides
5º Trabalho: Impacto da implementação de um protocolo gerenciado de bronquiolite em um
hospital pediátrico: melhoria na prática clínica e segurança do paciente
6º Trabalho: O impacto do processo de auditoria de administração de medicamento
endovenoso para redução da densidade de incidência de infecção de corrente sanguínea
relacionada à CVC em uma unidade de terapia intensiva pediátrica
7º Trabalho: Gerenciamento de antimicrobianos em um hospital pediátrico: interação do serviço
de farmácia clínica com o serviço de controle de infecção hospitalar
Menção Honrosa
Hospitais com maios número de trabalhos APROVADOS:
1º Hospital São Luiz Itaim – SP – 35 Trabalhos
2º Hospital São Rafael – BA – 27 Trabalhos
3º Vila Nova Star – SP – 26 Trabalhos
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
Introdução: A hérnia diafragmática congênita é uma rara malformação congênita, com incidên-
cia de 1:2000 a 1:4000 nascidos vivos. Dada à alta morbimortalidade da doença, o seu manejo
é um desafio e requer abordagem multidisciplinar. A implementação de protocolo de cuidados é
fundamental para o sucesso do tratamento. Objetivo: Descrever os resultados da implementação
do protocolo multidisciplinar de cuidados com o recém-nascido portador de hérnia diafragmática
congênita. Metodologia: Gestantes de fetos com diagnóstico de hérnia diafragmática congênita
foram acompanhados pela equipe da cirurgia fetal. Para os fetos com hérnia diafragmática de
mau prognóstico foi indicada oclusão traqueal por fetoscopia. Após parto programado, foi segui-
do protocolo de cuidados neonatais iniciado na sala de parto e seguido durante toda a internação
na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Resultados: No período de agosto 2022 a junho 2023
foram admitidos 6 pacientes portadores de hérnia diafragmática congênita, conduzidos conforme
protocolo multidisciplinar. Destes, 83% haviam sido submetidos à oclusão traqueal intrauterina.
Quatro pacientes (67%) passaram por correção cirúrgica pós-natal da hérnia diafragmática, en-
quanto 2 (33%) não alcançaram estabilidade clínica mínima para a cirurgia e evoluíram para óbito.
Dentre esses está um recém-nascido muito prematuro que faleceu ainda durante atendimento na
sala de parto. Todos os recém-nascidos submetidos à cirurgia de correção da hérnia diafragmáti-
ca sobreviveram. O tempo médio de estabilização clínica para a realização de abordagem cirúrgica
pós-natal dos 4 pacientes foi de 6 dias. Dois recém-nascidos tiveram alta em ar ambiente, após ex-
tubação com média de 20 dias e suporte respiratório não-invasivo por 11 dias em média. Um deles
necessitou de gastrostomia por aversão oral. Dois pacientes permanecem internados em suporte
respiratório não invasivo após extubação com 15 e 36 dias de vida. A sobrevida global no período
neonatal foi de 67%. Conclusões: Até o momento, observamos que o cumprimento do protocolo
multidisciplinar de cuidados com o recém-nascido portador de hérnia diafragmática congênita
resultou em sobrevida e sucesso cirúrgico superiores ao descritos pela literatura (50% em média).
O número de pacientes com hérnia diafragmática congênita atendidos nesse curto período e os
resultados positivos sugere o potencial de nos tornarmos Centro de Referência no tratamento de
recém-nascidos portadores de hérnia diafragmática congênita.
Introdução: A unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica tem um papel importante na promoção
da saúde de crianças criticamente doentes e as doenças respiratórias são as de maior frequên-
cia, morbidade e mortalidade nesta população. A incapacidade do paciente em realizar adequada
depuração do muco compromete a estabilidade das crianças, com aumento de resistência nas
vias aéreas, piora do trabalho respiratório, risco de hipoxemia, promovendo aumento no tempo
de permanência. Diversos recursos são utilizados para emoção de secreção, como técnicas de
aceleração de fluxo, tosse manualmente assistida, aplicação de pressão positiva nas vias aéreas,
melhoram a efetividade da tosse1. O dispositivo cough assist, conhecido como tosse mecanica-
mente assistida ou máquina da tosse alternativamente insufla e exsufla os pulmões para remover
secreções e tem demonstrado vários benefícios clínicos em pacientes com obstrução crônica da
secreção das vias aéreas e fraqueza neuromuscular2, incluindo redução da dispneia e melhora da
saturação de oxigênio e redução de taxas de hospitalização3. Existem dados significativos que
indicam que o cough assist é eficaz em pacientes com fraqueza neuromuscular que precisam de
assistência na eliminação de secreções devido à tosse ineficaz4. A técnica, quando utilizada na
UTI pediátrica, pode facilitar a remoção de secreção de forma não invasiva, podendo prevenir a
intubação e reduzir tempo de permanência5. Objetivo: Descrever a experiencia com a utilização
da tosse mecanicamente assistida em um grupo de pacientes internados em uma UTI pediátrica.
Método: trata-se de estudo descritivo, quantitativo, cuja estratégia de intervenção foi a utilização
do cough assist como estratégia de remoção de secreção pela equipe de fisioterapia. Foram ele-
gíveis os pacientes com sinais clínicos de aumento de resistência de vias éreas por acúmulo de
secreção, em uso de oxigenoterapia (baixo ou auto fluxo), pressão positiva, tosse ineficaz avaliada
pela ausência do reflexo de tosse espontânea ou provocada, sinais de desconforto respiratório.
Um protocolo foi elaborado conforme valores considerados seguros para a intervenção e a técnica
foi contraindicada para pacientes com história de enfisema bolhoso, suscetibilidade conhecida de
pneumotórax ou pneumomediastino, barotrauma recente, neonatos e crianças abaixo de 5kg. O
equipamento utilizado foi o CoughAssist E70 - Philips Respironics, com circuito de ramo único, fil-
tro e máscara de borda inflável, a técnica era oferecida uma vez por período durante o atendimento
fisioterápico, com a aplicação podendo variar de 3 a 5 ciclos de tosse assistida com pressões de
30 a 35 cmH2O; o tempo inspiratório de 1,5 a 2s; o tempo expiratório 2s, as pressões utilizadas
para a inspiração e exalação não ultrapassaram 40cmH2O. A técnica era interrompida se a criança
apresentasse queda na saturação, bradicardia, hipotensão e /ou sinais de desconforto respirató-
rio. Resultados: o estudo foi realizado entre setembro de 2022 e maio de 2023, foram elegíveis
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
para a técnica 09 pacientes, dos quais 100% foram admitidos na unidade por doenças respirató-
rias, destes 08 apresentavam doenças neurológicas associadas (1=atrofia muscular espinhal; 4=
encefalopatia crônica complexa não progressiva; 1= síndrome do Zica vírus e 2= doença muscular
degenerativa a esclarecer) e 1 apresentava asma associada. A idade variou de 01 a 15 anos e a
mediana foi de 5 anos. Houve predominância da faixa etária de escolares (n = 06; 66%) e pré-es-
colares (n = 03; 33%) e do sexo feminino (n = 05; 55,5%). Durante a aplicação da técnica não foi
apresentada queda nos valores de saturação (100% dos pacientes melhoraram os valores de satu-
ração periférica), ou quadro de desconforto respiratório, nenhum paciente evolui para a intubação
orotraqueal. O tempo de internamento total dos pacientes variou de 03 a 13 dias com a mediana
de 05 dias e o tempo de internamento após a utilização da tosse mecanicamente assistida variou
de 03 a 09 dias com a mediana de 03 dias. Não foram relatados episódios de barotrauma, instabi-
lidade hemodinâmica ou complicações relacionadas à pressão nas vias aéreas. Conclusão: O uso
do cough Assist foi seguro na população estudada, os pacientes com doenças respiratórias asso-
ciadas a doenças neurológicas de base foram as que mais se beneficiaram da técnica, a aplicação
preveniu a evolução para intubação orotraqueal e sugere uma redução no tempo de permanência
na unidade de terapia intensiva.
Introdução: Bronquiolite é uma infecção viral que afeta principalmente lactentes, sendo uma das
causas mais comuns de internação de crianças menores de dois anos em UTI pediátrica. É ca-
racterizada por inflamação e obstrução das pequenas vias aéreas no trato respiratório inferior.
O tratamento da bronquiolite se baseia em medidas de suporte, não sendo indicado o uso de
corticoide sistêmico para pacientes com primeiro episódio de bronquiolite. Um protocolo geren-
ciado de bronquiolite foi implementado em um hospital pediátrico visando adequar o atendimento,
evitar terapias ineficazes e promover segurança dos pacientes. Objetivo: Avaliar como a institui-
ção de um protocolo gerenciado de bronquiolite afetou a prática clínica e melhorou a segurança
dos pacientes, reduzindo o uso inadequado de corticoide sistêmico em pacientes internados com
bronquiolite em um hospital pediátrico. Métodos: Foi implementado um protocolo gerenciado de
bronquiolite baseado em diretrizes clínicas e evidências científicas atualizadas. O protocolo incluiu
critérios de triagem, diagnóstico e tratamento, bem como ferramentas de avaliação clínica pa-
dronizadas. A implementação foi acompanhada por treinamento da equipe e foram gerenciados
indicadores de qualidade. Os indicadores de resultado foram tempo de permanência em UTI, rein-
ternação em <24 horas e desfecho hospitalar. Os indicadores de processo foram adequação do
uso de corticoide sistêmico e duração do tempo de suporte ventilatório. Resultados: A implemen-
tação do protocolo gerenciado de bronquiolite permitiu identificar o perfil de pacientes internados
com essa patologia e padronizar o atendimento, com diretrizes claras e baseadas em evidências.
A melhoria do processo foi demonstrada pelo aumento da taxa de conformidade no uso de cor-
ticoide sistêmico (que subiu de 82% de janeiro a maio de 2022 para 95% no mesmo período de
2023). Através da instituição do protocolo alcançou-se a meta de evitar práticas desnecessárias e
ineficazes, melhorando a segurança dos pacientes com bronquiolite que necessitaram de interna-
ção hospitalar. A comunicação e colaboração da equipe de saúde foram fundamentais para pro-
mover uma abordagem coordenada e consistente. O monitoramento de indicadores de qualidade
permitiu a identificação de áreas de melhoria e ajustes no próprio protocolo. A implementação do
protocolo contribuiu para a redução de falhas assistenciais e eventos adversos, identificação de
fatores de risco e melhoria na segurança dos pacientes internados. Conclusão: A instituição de
um protocolo gerenciado de bronquiolite em um hospital pediátrico trouxe mudanças positivas na
prática clínica e melhorou a segurança dos pacientes evitando introdução de terapias ineficazes e
danosas. A padronização do atendimento, baseado em evidências e diretrizes claras, resultou em
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
Introdução: A desnutrição hospitalar é um problema de saúde pública, com uma prevalência alar-
mante entre pacientes hospitalizados, variando entre 20% e 60% no Brasil de acordo com estudos.
Essa condição nutricional inadequada está associada a uma série de complicações, como maior
vulnerabilidade imunológica causando suscetibilidade a infecções, aumento do tempo de interna-
ção, aumento do risco de complicações pós-operatórias, cicatrização lenta de feridas e maior mor-
bimortalidade. A avaliação do estado nutricional dos pacientes de forma precoce, nas primeiras 24
horas da admissão hospitalar utilizando instrumentos de triagem nutricional, é fundamental para
identificar aqueles em risco nutricional ou desnutridos. Isso possibilita uma intervenção nutricional
adequada e contribui para a redução de desfechos clínicos desfavoráveis. Objetivo: Avaliar o des-
fecho clínico de pacientes internados que receberam suplementação oral especializada, iniciada a
partir de uma triagem nutricional precoce. Metodologia: Estudo transversal feito com 897 pacien-
tes admitidos em um hospital particular acreditado em João Pessoa-PB entre abril e maio de 2023.
A amostra foi calculada considerando os pacientes triados nas primeiras 24 horas da admissão e
submetidos à avaliação de risco nutricional utilizando a ferramenta Nutrition Risk Screening (NRS-
2002), considerada padrão ouro na análise de risco nutricional e se diferencia de outros métodos
por considerar a idade e gravidade da doença. Foram excluídos da avaliação pacientes com inter-
namento inferior a 24 horas, com idade inferior a 18 anos e com indicação de terapia enteral ou
parenteral. Resultados: Dos 897 pacientes avaliados, 476 (53%) apresentaram risco nutricional na
triagem e, portanto, iniciaram a terapia nutricional especializada, utilizando suplemento nutricional
oral de 1 a 3 unidades por dia. Essa intervenção é consistente com as recomendações nutricionais
estabelecidas em estudos científicos, que enfatizam a importância da suplementação oral para
melhorar o estado nutricional em pacientes hospitalizados. Os pacientes e seus acompanhantes
foram devidamente orientados sobre a importância e os benefícios da suplementação, o que con-
tribuiu para a adesão ao tratamento proposto. A prevalência de desnutrição nos pacientes em uso
de suplementação oral especializada foi de 6% (31 pacientes) e de apenas 2% do total de pacientes
internados na instituição. O perfil epidemiológico desses pacientes mostrou que 67% tinham idade
superior a 60 anos e 58% eram do gênero feminino. As principais patologias encontradas foram
doenças infecciosas (42%) e neurológicas (40%). Quanto ao tempo médio de internação, 79% dos
pacientes permaneceram no hospital por menos de 10 dias, enquanto 20% ficaram de 10 a 30
dias, e 1% ultrapassou 30 dias. Em relação ao desfecho dos pacientes em terapia nutricional, 94%
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
receberam alta hospitalar e 6% foram a óbito. Conclusão: A assertividade assistencial por meio
de condutas bem estabelecidas contribuiu para a baixa prevalência de desnutrição hospitalar, em
contraste com a média nacional. A taxa de desnutrição hospitalar observada foi de apenas 2%,
enquanto no Brasil esse índice varia de 20% a 60%. Além disso, os resultados mostram que a maior
parte dos pacientes acompanhados tiveram alta hospitalar como desfecho e um tempo curto de
internação, sendo inferior a 10 dias. Esses achados reforçam a importância de uma abordagem
abrangente e proativa como a triagem nutricional precoce e o início da terapia nutricional oral e
indicam que as boas práticas adotadas no hospital foram eficazes, corroborando com estudos
que destacam a importância de intervenções nutricionais adequadas na redução da desnutrição
hospitalar e melhor prognóstico para os pacientes internados.
rais dos opioides potentes em doses elevadas. Protocolos analgésicos que incluem técnicas mul-
timodais e não estão condicionados exclusivamente em prescrição de opioides promovem melhor
recuperação, melhor conforto, melhor padrão respiratório, menos possibilidade de atelectasias
pulmonares e pneumonias, além de menos eventos adversos, proporcionando melhor desfecho e
mais qualidade ao processo anestésico-cirúrgico.
Introdução: O conceito de “saving” refere-se à redução de custos de uma empresa através de di-
ferentes estratégias. Pode ser alcançado por diversas ações e pelo somatório destas, tais como:
otimização de despesas operacionais, estruturação de processos assistenciais com redução de
eventos adversos e melhoria de desfechos. O objetivo é melhor rentabilidade sem perda de qua-
lidade, através do uso eficaz de recursos e redução de desperdícios. Para viabilizar “saving” em
anestesia, é necessária uma equipe de anestesia coesa, focada em melhores resultados através
de cuidados padronizados e gerenciados buscando a melhoria contínua. Objetivo: Analisar 6 es-
tratégias de atuação de uma equipe de anestesia interna (EI), comparada às equipes externas (EE)
não institucionais, com foco na efetividade do processo anestésico e redução de custos. Método:
Análise comparativa de métricas de consumo de insumos, indicadores e resultados assistenciais
de EI (institucional) e EE (sob demanda de cirurgiões). Na análise de custo e economia foi con-
siderado o volume cirúrgico de 10 hospitais predominantemente cirúrgicos. Foram analisados:
resultados de auditoria de prontuários, auditoria de contas médicas e protocolos gerenciados. A
inclusão da anestesia em estratégias de “saving” pode ocorrer de várias formas, dentre elas: 1) Pa-
dronização de protocolos com melhoria da eficiência e da segurança, garantindo o uso de agentes
anestésicos, equipamentos e técnicas adequados; 2) Treinamento e capacitação da equipe (as-
pectos técnicos e não técnicos) com aumento da segurança dos procedimentos, menos compli-
cações e necessidade de recursos adicionais; 3) Monitoramento e análise crítica regular de dados
da anestesia, como consumo de medicamentos, custos e resultados clínicos, fornecendo dados
para identificar oportunidades de otimização de custos. Resultados: A primeira estratégia foi o
Protocolo de Anestesia para Bariátrica. Pacientes da EI tiveram menor incidência de recuperação
pós anestésica prolongada (5% vs 69%) e menor tempo médio de internação (2 vs 3.3 dias) quando
comparados aos de EE. Esta diferença deveu-se a complicações, necessidade de UTI não progra-
mada e deterioração clínica com abertura de código amarelo na unidade de internação. Conside-
rando apenas a permanência hospitalar e necessidade de UTI, o cuidado não padronizado das EEs
gerou custo adicional de R$ 393.760,53. A segunda estratégia foi a farmacoeconomia com o rever-
sor de bloqueio neuromuscular (sugammadex). A EI, padronizando critérios de utilização, reduziu
custos em 20% (R$ 300.000/mês). A terceira estratégia foi a utilização gerenciada de insumos do
protocolo de hipotermia (manta térmica). Com taxa de adesão da EI de 98% e das EE de 20% e com
custo médio do insumo de R$ 523,00, a redução de custos pelo gerenciamento do protocolo pela
EI foi de R$ 1.569.000,00/mês. A quarta estratégia foi o gerenciamento da utilização do sensor BIS,
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
O rapto infantil para a Joint Commission International (JCI) é considerado um evento sentinela
que coloca em risco a saúde de um paciente vulnerável, podendo comprometer a continuidade
do atendimento e a credibilidade da instituição hospitalar. Diante da relevância do tema e mesmo
sem registro de ocorrências com esta característica, no intuito de manter a ausência de eventos
desta natureza, em uma instituição de saúde da rede privada na cidade de João Pessoa/PB que
atende pacientes com perfil materno-infantil, foi utilizada uma ferramenta que é considerada a
técnica mais eficaz para identificar modos de falhas potenciais, seus efeitos e definir as ações
para evitar a ocorrência das falhas, o FMEA (Failure Mode and Effect Analysis – Análise dos Modos
e Efeitos de Falhas). Desta forma, o objetivo deste trabalho é demonstrar as ações implantadas
como barreiras e a eficácia dos processos na prevenção do rapto de crianças e recém- nascidos
em uma instituição de saúde com acreditação hospitalar JCI. Trata-se de um estudo descritivo, re-
trospectivo, com abordagem qualitativa baseado em um relato de experiência realizado a partir de
uma simulação realística de um rapto infantil. A simulação foi realizada com uma pessoa desco-
nhecida (atriz), que percorreu todo o fluxo de entrada de um acompanhante e foram evidenciadas
as fragilidades existentes nas áreas que envolvem desde o controle de acesso, cadastro, central
de monitoramento, até a equipe assistencial que não percebeu “o rapto” a tempo para realizar
intervenção. Diante deste cenário, uma equipe multiprofissional foi formada para discutir o tema,
utilizando a metodologia FMEA, para mapear, avaliar o risco dos eventos antes que eles ocorram,
detectar os incidentes ocultos e desenvolver planos de ação para evitar sua ocorrência. O método
FMEA é realizado através de uma pontuação dada pela avaliação da Gravidade do efeito(G) que é
a probabilidade em que o cliente identifica e é prejudicado pela falha, onde 01 corresponde a nunca
e 10 a sempre; a Ocorrência do efeito (O) que é a probabilidade da causa existir e que possa provo-
car uma falha, onde 01 é nunca e 10 é sempre e a Detecção da falha (D) que é a probabilidade da
falha ser detectada antes de chegar ao cliente, e nesta a escala é invertida onde 10 corresponde a
nunca e 01 a sempre. Para cada etapa do processo foram identificados os modos de falha e para
cada modo de falha foi pontuado a gravidade (G), a ocorrência(O) e a detecção da falha (D) sendo
multiplicado no final e avaliado o risco, portanto, quanto maior a pontuação, maior a probabilidade
de falha. Neste caso, o nosso risco inicial deu um total de 4000 pontos que demonstrava a fragili-
dade atual. Sendo assim, foi elaborado o protocolo de acionamento do código rosa e realizado um
treinamento ‘in loco’ com o objetivo de sistematizar as ações de segurança no que se referem às
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
Introdução: Com o advento da Aliança Mundial para Segurança do Paciente em 2004, a preocupa-
ção com uma assistência segura cresceu, fazendo emergir diversas pesquisas que evidenciaram
ao longo dos anos a fragilidade e complexidade do sistema de saúde mundial. A comunicação
constitui-se um dos principais desafios da saúde moderna, porquanto além de envolver a capa-
cidade de comunicação dos indivíduos, sofre influência de suas subjetividades, além de fatores
externos como a sobrecarga de trabalho. De acordo com Moraes (2019), a utilização da comunica-
ção efetiva se apresenta como uma atribuição dentro das competências e atitudes, pois através do
ato de comunicar-se é estabelecida a relação terapêutica entre o cliente e profissional, a sincronia
entre a equipe multiprofissional e a capacidade de compartilhar e compreender as mensagens.
Objetivo: Descrever o impacto da atualização do formulário SBAR para comunicação segura na
transição do cuidado. Metodologia: Tratou-se um relato de experiência, vivenciado pelas enfermei-
ras da Educação Permanente e Escritório da Qualidade de um Hospital Terciário Privado da Rede
de Hospitais D’or. Durante o primeiro semestre de 2022 as enfermeiras do Escritório da Qualidade
evidenciaram um número relevante de notificações de incidentes envolvendo falhas de comunica-
ção em momentos críticos do cuidado, como as situações de transferências internas de pacientes
e passagens de plantão. De acordo com o fluxo institucional, essas notificações foram enviadas
para a gerência de enfermagem e coordenações de enfermagem envolvidas para uma análise crí-
tica em busca de suas causas e ações corretivas. Na ocasião, as lideranças supracitadas identifi-
caram as fragilidades de comunicação que ocorriam, muitas delas decorrentes da ausência de um
para a equipe multidisciplinar. O que ocorria era que, até aquele momento, a comunicação era in-
tuitiva, fundamentada em protocolos institucionais, entretanto com instrumento complexo, dificul-
tando a comunicação clara e objetiva durante a transição do cuidado. Em junho de 2022, Gerência
de enfermagem, Educação continuada e Qualidade preocupados com a problemática, elaboraram
estratégias para aumentar a eficiência e melhoria para o fortalecimento da comunicação efetiva.
Após brainstorming e aplicação do Diagrama de Ishikawa, foi percebida a necessidade da atualiza-
ção do impresso SBAR (Situation-Background-Assessmente-Recommendation) e de realizar novo
treinamento com as equipes. Após reestruturação, o instrumento foi aprovado pela gerente de
enfermagem e validados pelo Escritório da Qualidade, após aplicação e validação de instrumento
piloto. Resultados: Com a aplicação desse instrumento que foi ajustado para utilização em todas
as unidades assistenciais, incluindo processos terceiros, percebeu-se maior adesão ao instrumen-
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
to pela sua usabilidade, impactando no registro seguro de informações de forma organizada, co-
esa e clara nos momentos de transição do cuidado, evitando esquecimentos na transmissão da
informação e priorizando as informações centrais de cada paciente. Fato este evidenciado durante
auditorias realizadas pela Qualidade, no qual o instrumento atingiu 90% de conformidade, demons-
trando a eficiência da sua atualização, uma vez que previamente a conformidade era de apenas
30%. Adiciona-se que houve uma queda de notificações de incidentes envolvendo falhas de comu-
nicação, o que nos comprovou a eficácia da ação. Conclusão: Inferiu-se com o presente estudo
que o uso da técnica SBAR no instrumento reestruturado possibilitou não somente a melhoria nos
índices de notificação, mas resultou em avanço nas práticas de segurança do paciente, garantindo
uma comunicação eficaz e segura.
Introdução: A resistência aos antimicrobianos está atualmente entre as dez maiores ameaças à
saúde pública, pois está associada a falhas terapêuticas, prolongamento do tempo de internação
hospitalar, aumento de custos em saúde e maior mortalidade. Considerando que o uso de antimi-
crobianos promove a seleção de microrganismos resistentes, é necessário que as instituições de
saúde gerenciem o seu uso por meio de um conjunto de ações integradas e sistematizadas. O Pro-
grama de Gerenciamento de Antimicrobianos é uma abordagem multifacetada que inclui políticas,
diretrizes, vigilância do consumo de antimicrobianos, além de educação e auditoria de seu uso.
Objetivos: Descrever as estratégias para o gerenciamento de antimicrobianos implementadas em
uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e seus resultados. Metodologia: Estudo descritivo,
prospectivo, realizado com dados coletados diariamente mediante realização de intervenções so-
bre as prescrições em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Pós-Operatória, no período de
01 de dezembro de 2022 a 31 de maio de 2023. Os antimicrobianos selecionados para vigilância
foram as formulações parenterais de: vancomicina, teicoplanina, linezolida, ceftarolina, daptomi-
cina, cefepima, piperacilina-tazobactam, meropenem, ertapenem, polimixina B, gentamicina, ami-
cacina, ciprofloxacino, levofloxacino, fluconazol, micafungina, anidulafungina e anfotericina B. Os
indicadores analisados foram: paciente-dia; dias de prescrição de cada antimicrobiano; DOT (Days
of Therapy = (Dias de Cada Antimicrobiano * 1000 / Paciente-Dia); antimicrobiano-dia (pacientes-
-dia em uso de antimicrobianos); dias livres de antimicrobianos, correspondendo ao período de
internação sem exposição a nenhum dos antimicrobianos sob vigilância, expresso em porcenta-
gem: (%) = (Paciente-dia sem uso dos antimicrobianos sob vigilância * 100/ paciente-dia); número
de intervenções farmacoterapêuticas relacionadas aos antimicrobianos selecionados: dose/inter-
valo, suspensão de medicamento, ajuste do tempo de infusão e monitoramento do nível sérico
de vancomicina. Coleta dos dados: registro farmacoterapêutico sistemático mediante a análise
de prescrição e preenchimento de planilhas de Excel. Resultados: No período analisado, foram
registrados 2170 pacientes-dia e um total de 451 antimicrobianos-dia (pacientes-dia em uso de
antimicrobianos), o que corresponde a uma média de 79% de dias livres de antimicrobianos para a
população estudada. A análise mensal dos dias livres de antimicrobianos identificou: Dez/22: 64%;
Jan/23: 67%; Fev/23: 78%; Mar/23: 85%; Abr/23: 87%; Mai/23: 87%, revelando uma redução pro-
gressiva da exposição a antimicrobianos de amplo espectro entre os pacientes da unidade durante
o período estudado. Após a estratificação dos dados por cada antimicrobiano, identificamos que
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
os mais utilizados no período foram: cefepime (118 dias; DOT = 54,4), ceftarolina (89 dias; DOT =
41,0), vancomicina (88 dias; DOT = 40,6), meropenem (85 dias; DOT = 39,2), linezolida (47 dias; DOT
= 21,7), piperacilina-tazobactam (44 dias; DOT = 20,3). A soma dos dias de todos os antimicrobia-
nos sob vigilância foi igual a 600 dias (DOT total = 276,5). O acompanhamento farmacoterapêutico
realizado diariamente resultou em 52 intervenções relacionadas aos antimicrobianos seleciona-
dos, respectivamente: 30 intervenções de dose/intervalo; 6 suspensões de medicamento por tem-
po de tratamento completo; 6 ajustes do tempo de infusão para melhor efeito farmacodinâmico;
10 programações de nível sérico de vancomicina e elaboração do protocolo de vancocinemia para
padronização de condutas. A taxa de adesão das intervenções da equipe multidisciplinar foi de
100%. Conclusão: O gerenciamento de antimicrobianos contribui para o uso racional destes medi-
camentos nas unidades assistenciais. Identificamos, durante o período de observação, uma queda
progressiva da prescrição de antimicrobianos e melhor adequação dos tratamentos em vigência.
Introdução: De acordo com a National Pressure Ulcer Advisory Panel, lesão por pressão (LP) é
um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência
óssea ou relacionado a um dispositivo médico ou outro artefato. A consequência do dano pode ser
leve, moderada ou grave. Os estágios da LP podem ser: estágio 01 (pele íntegra com eritema não
branqueável), estágio 02 (perda de pele com exposição da derme), estágio 03 (perda de pele em
sua espessura total com camada de gordura visível), estágio 04 (perda de pele com exposição de
fáscia, músculo, tendão, cartilagem ou osso), não classificável e lesão tissular profunda (NPUAP,
2016). Estudo brasileiro revela que a prevalência de LP nas Unidades de Terapia Intensiva variou
entre 35,2% a 63,6%, demonstrando elevada incidência. (VASCONCELOS, CALIRI, 2017). Com isso,
a Instituição implementou a Comissão de Lesão com o objetivo de mitigar a ocorrência de LP e
de preveni-las. Objetivo: Demonstrar melhorias ocasionadas a partir da implantação da Comissão
de Lesão de Pele na Instituição. Metodologia: Estudo retrospectivo, observacional e quantitativo,
que promoveu a análise de 890 pacientes, que foram avaliados pela Comissão de Lesão de Pele.
Destes, 638 com ações preventivas e 252 para tratamento. A implantação da Comissão ocorreu
no mês de novembro de 2021 e é constituída por enfermeiros, médicos, nutricionista, farmacêuti-
co e fisioterapeuta, com foco na prevenção e acompanhamento de pacientes que são admitidos
com lesão por pressão a partir do estágio 2 ou desenvolvem lesão durante a internação. Através
de busca ativa, são identificados os pacientes que são classificados conforme escala de Braden
de risco moderado para LP. Conforme orientações institucionais, todas as lesões por pressão,
independente do estágio de classificação, e as LP de domicílio, devem ser notificadas em sistema
próprio e específico para posterior acompanhamento e desenvolvimento de plano de ação. A meta
institucional de incidência de LP é < 0,65, seguindo a meta da Qualidade Corporativa. Resultados:
A Comissão atuou, no ano de 2022, focando na prevenção e realizou 638 atendimentos, sendo
49,2% a pacientes do sexo masculino e 50,8% a pacientes do sexo feminino. A predominância de
atendimentos foi de pacientes com idade igual ou superior a 81 anos (52,7%). A região sacra foi a
mais acompanhada aos longos dos atendimentos, correspondendo a 95,3%. Outras áreas foram
trocânter (1,4%), nádegas (1,1%) e calcâneo (1,1%). No momento da admissão, 72,7% dos pacien-
tes estavam com a pele íntegra e 26,8% foram classificados como LP estágio 1. Dentre as medidas
preventivas utilizadas com os pacientes, 97,8% realizavam mudança de decúbito a cada 2 horas,
90,3% faziam uso do creme barreira e 65,8% utilizam colchão pneumático. Após o início das ativi-
dades da Comissão, observou-se a necessidade da utilização de curativo de espuma de silicone
como auxílio nas medidas preventivas, destacando-se que 91,5% dos pacientes em prevenção
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
passaram a utilizar. Neste mesmo ano, 252 pacientes foram acompanhados em tratamento para
LP, onde 92,5% (233) evoluíram com pele íntegra ainda durante a internação. Acrescenta-se que
nossa densidade de incidência de LP (QT10) no ano de 2021 foi de 1,14 e em 2022 de 0,50, apre-
sentando a redução de 57%. Conclusão: A partir da implantação da Comissão de Lesão de Pele,
foi possível identificar pacientes com riscos para lesão, atuando então, na prevenção, e identificar
lesões iniciais (estágio 01), permitindo a atuação imediata com aplicação de coberturas adequa-
das e atuação da equipe multidisciplinar. A Comissão veio com o sentido de implantar melhores
práticas preconizadas pela Rede D’or a fim de corroborar com a segurança do paciente, promoven-
do uma assistência de excelência.
Introdução: o uso prolongado ventilação mecânica (VM) em crianças está associado à maiores
taxas de pneumonia associada à VM (PAV), que por sua vez, traz uma série de efeitos adversos
como aumento do tempo de internação hospitalar, do tempo sob VM, da morbimortalidade e dos
custos assistenciais. Estratégias para o gerenciamento desse evento são essenciais para a garan-
tir a qualidade e segurança do paciente, dessa forma, o uso de ferramentas de gestão podem auxi-
liar no controle da infecção, dentre elas, o ciclo PDSA, composto por quatro etapas: planejar, fazer,
clarificar e atuar, visa transformar uma ideia em ação, solucionando um determinado problema,
através de ações corretivas que deverão ser sempre monitoradas. Objetivo: analisar a efetividade
da aplicação de um ciclo de PDSA no gerenciamento dos casos de PAV de uma unidade de terapia
intensiva pediátrica de alta complexidade. Método: realizado um estudo clínico com avaliação
retrospectiva de dados gerenciais de crianças submetidas à pelo menos 48h de AVM nos anos de
2017 a 2021. Foi analisado o desenvolvimento do protocolo de prevenção, os indicadores de pro-
cesso e controle dos casos de PAV através da análise completa de um ciclo de PDSA. Os critérios
para diagnóstico da PAV estavam de acordo com os critérios utilizados pela CDC. Estudo aprovado
pelo Comitê de ética e pesquisa em seres humanos sob Número do Parecer: 5.525.717. A pesquisa
foi composta por todos os pacientes pediátricos de ambos os sexos ventilados mecanicamente
que foram atendidos no setor de terapia intensiva de 2017 a 2021. A amostra foi não probabilística
e os dados coletados de forma consecutiva. Para análise estatística utilizou-se o teste t de Student
e calculou-se o IC considerando 95%. Resultados: após a implementação de todas as etapas do
ciclo realizadas de forma interprofissional, foi observado em relação a 2017, o número de casos de
PAV em 2018 apresentou uma redução estimada de 85% (p=0,002). Os dados observados também
foram compatíveis com uma tendência estacionária durante o período de 2018 a 2021. Assim,
observou-se tendência decrescente da densidade de incidência dos casos (p=0,39). Também fruto
do processo educativo e de melhores práticas observou-se tendência decrescente de 2017 a 2021
do número de expostos a VM (p=0,01) (IC95%:6,0 a 19,3%) e do tempo médio de VM (p=0,01)
(IC95%: 12,3 a 32,6%). A taxa de efetividade do protocolo de prevenção de PAV apresentou uma
tendência crescente mas sem significância (p=0,41) com variação anual estimada de 1,1% (IC95%:
-2,6 a 4,7%). Houve ainda um aumento da taxa de adesão ao bundle sendo esse mais expressivo
no ano de 2017 a 2018 (p=0,007) e 2018 a 2019 (p=0,006), após isso houve uma acomodação.
Conclusão: a mudança de atitude da equipe resultante da implantação do ciclo de PDSA foram
responsáveis pela redução da pneumonia associada à ventilação mecânica e melhora dos indica-
dores relacionados a PAV na nossa unidade.
da RT eletrônica alavancou a melhoria e segurança dos processos através da: identificação segura,
o registro seguro, a diminuição de tempo entre, prescrição, solicitação e administração dos hemo-
componentes e corroborando com a sustentabilidade, reduzindo o impacto ambiental.
sendo a auditoria de processos um fator contribuinte e relevante para o fortalecimento das boas
práticas de prevenção de infecção na instituição. Com o intuito de aprimorarmos uma assistência
voltada no cuidado centrado no paciente, auditorias do processo de banho no leito e curativo de
cateteres centrais foram desenvolvidos pelo Time de Terapia Infusional e estão sendo realizadas
para assim fortalecer e consolidar esta estratégia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Rocha D.
M. A., et al. Administração de medicamento endovenoso em pacientes de Hospital de Doenças In-
fectocontagiosas: Atuação de Enfermagem. Universidade Federal Ceará. Enf Foco, 2020. 2. Brasil.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pacientes pela segurança do paciente em serviços de
saúde: Como posso contribuir para aumentar a segurança do paciente? Orientações aos pacien-
tes, familiares e acompanhantes/ Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2017.
Introdução: As Infecção de Sítio Cirúrgico, doravante ISC, são aquelas que ocorrem como com-
plicação de uma cirurgia, comprometendo a incisão, tecidos, órgãos ou cavidades manipuladas,
no caso de procedimento com uso de prótese/órtese/material de síntese, podendo ser diagnos-
ticadas até 30 dias após a realização do procedimento, podendo chegar a 06 meses.1 A infecção
de sítio cirúrgico é uma complicação séria do ato cirúrgico, de alto custo e associada ao aumento
da morbidade e mortalidade.2 Os bundles de prevenção aplicadas aos procedimentos cirúrgicos
têm sido efetivos na redução das taxas de infecção.3 A estratégia do uso de um checklist nos pro-
cedimentos cirúrgicos objetiva auxiliar as equipes cirúrgicas a seguirem de forma sistemática os
passos críticos de segurança e a minimizar também o risco de sua ocorrência e seu uso está as-
sociado à sistematização de dados para identificação de pontos a serem reforçados ou alterados
para a melhoria nos padrões de cuidado, para a redução das taxas de morbi-mortalidade, de com-
plicações cirúrgicas, bem como para a prevenção de infecção de ISC, conforme recomendação da
OMS.4 Dessa forma, a proposta de um instrumento que verifique se as medidas sugeridas para o
cumprimento do bundle de prevenção de ISC estão sendo cumpridas irá favorecer os resultados
de qualidade técnica associada a uma assistência segura e de qualidade. Objetivo: Propor um
instrumento para monitorar a adesão ao cumprimento do bundle de prevenção de infecção de sítio
cirúrgico em cirurgias limpas. Metodologia: O instrumento foi elaborado em conjunto com o time
cirúrgico da unidade Anália Franco a partir da identificação das quebras de barreiras relacionadas
a ISC com base nas principais bases de dados e guidelines. Foram descritos e estabelecidas 18
questões, subdivididas em quatro momentos: Pré operatório: na unidade de internação; Intra ope-
ratório - antes do início da cirurgia e da distribuição dos campos cirúrgicos; Antes da saída sala
operatória e Antes da saída do centro cirúrgico – RPA. O instrumento deve permear o fluxo cirúr-
gico do paciente desde a admissão até a alta hospitalar. Sua aplicação no ano de 2022 aconteceu
após treinamento para as equipes de enfermagem e do bloco operatório com o objetivo de mo-
nitorar as cirurgias elegíveis do caderno da Rede D’or descritas no indicador de qualidade técnica
QT05. Resultado: Os dados obtidos foram submetidos à tabulação com análise descritiva, com o
uso do programa Microsoft Excel. No ano de 2022, foram realizadas 761 cirurgias limpas elegíveis
ao caderno da Rede D’or, com taxa de infecção média de 0,79%, dentro da meta estabelecida de ≤
0,79, contra 1,46 em 2021. Dados de literatura demonstram que infecção de sítio cirúrgico ocorrem
em 0,5 a 3% dos pacientes submetidos a cirurgia. Foram preenchidos 732 (96,18%) instrumentos
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
estando 3,81% em branco. Consideramos inicialmente meta de 90% para adesão ao cumprimento
do bundle de prevenção de ISC, observamos os resultados para os itens no pré operatório regis-
trados na unidade de internação: tomou banho pré operatório (93,25%), glicemia pré operatória
>70 mgdl e <180 mgdl (94,16%), normotermia pré operatória 36ºC - 37,3ºC (90,66%); para os itens
intra operatório: degermação da pele com clorexidine degermante (90,91%), antissepsia da pele
no campo cirúrgico, considerando a secagem do antisséptico antes da colocação dos campos
estéreis (93,08%), controle da temperatura da sala (93,33%); antes da saída da sala operatória: uso
de EPIs durante o procedimento (90,66%), equipe usando adornos (90,91%) e scopia com invólu-
cro adequado (92,91%). Conclusão: Concluímos que em 2022, a aplicabilidade do instrumento
demonstrou um resultado relevante para as intervenções de prevenção de ISC em cirurgias limpas
e consequente redução da taxa de infecção registradas no caderno da Rede D’or, indicador QT05,
fortalecendo as medidas preventivas para a ocorrências das ISC. Verificamos que por se tratar de
um instrumento manual, temos a possibilidade de em conjunto com o serviço de Tecnologia da
Informação – TI, adequar o instrumento para o sistema informatizado Tasy, onde através de uma
compilação dos itens inserir na aba avaliações no prontuário eletrônico do paciente o check list
de medidas preventivas de ISC que também permitirá a extração de um relatório com os dados
imputados, além de dinamizar o serviço do SCIH e a prática assistencial com o foco na prevenção
de infecção de sítio cirúrgico.
Introdução: O Infarto agudo do Miocárdio (IAM) é a principal causa de morte no Brasil e no mundo.
A dor torácica é uma das causas mais frequentes de atendimento nas unidades de emergência,
correspondendo mais de 5% das visitas nesta unidade. A dor torácica é o principal sintoma em um
paciente com Síndrome Coronariana Aguda, e para estes pacientes o eletrocardiograma deve ser
realizado em até 10 minutos. Objetivo: Demonstrar o resultado das ações realizadas para maior
adesão dos colaboradores frente a realização de eletrocardiograma em até 10 minutos em pacien-
tes admitidos com dor torácica na emergência de um hospital privado de grande porte na Bahia.
Método: Trata-se de um estudo descritivo em hospital privado de grande porte na Bahia. Para esse
estudo, foram incluídos pacientes que deram entrada na emergência com abertura do protocolo
gerenciado de dor torácica entre janeiro e junho de 2021, anterior as ações implementadas, e de
agosto de 2021 até maio de 2023, após a implantação e tempo de consolidação das ações. Vale
salientar que na Emergência deste hospital, o eletrocardiograma (ECG) deve ser realizado imedia-
tamente para todos os pacientes elegíveis, conforme critérios preestabelecidos no Protocolo de
Dor Torácica. Ao longo dos anos, monitoramos o indicador do Tempo Porta ECG apenas para os
pacientes com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio com supra desnivelamento do segmen-
to ST, no qual apresentava um excelente resultado, contudo, o grande motivador para realização
desse trabalho, foi a integração com o sistema Quali D´Or da Rede D´Or, em junho de 2021, no qual
já era acompanhado sistematicamente pelos gestores o tempo Porta ECG para todos os pacientes
admitidos com dor torácica. Resultados: As ações de melhoria foram realizadas entre junho e julho
de 2021, adequando a escala de trabalho do técnico de enfermagem para gerenciamento de fluxo;
realizado capacitação das equipes da emergência e das recepções de atendimento; criado senha
específica para pacientes com dor torácica, reforçado aos médicos sobre a importância em co-
municar a equipe de enfermagem sobre necessidade imediata de realizar ECG quando informado
dor torácica durante consulta médica; divulgado os resultados através do mural de gestão à vista,
feedbacks estruturados da comissão de protocolos, bem como, feedback individualizado. A partir
dessas ações foi evidenciado mudança significativa de 45% para 92% de adesão à realização do
eletrocardiograma em até 10 minutos dos pacientes com dor torácica. Além desse indicador prin-
cipal, tivemos melhorias significativas em indicadores secundários, como: redução do tempo porta
médico de 6,8 minutos, redução de 10 minutos do tempo entre o fim do atendimento da recepção
e o início do atendimento da triagem, redução de 6,5 minutos do tempo entre o fim da triagem e o
início do atendimento médico, bem como, redução no tempo de permanência do paciente de dor
torácica na emergência de 42 minutos. Conclusões: Com esse projeto foi evidenciado aumento da
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
segurança do paciente, ganho na eficiência operacional, maior sinergia entre as equipes gerando
melhores resultados, além disso, ficou a lição que pequenas mudanças geram alto impacto. É pos-
sível verificar a manutenção desse resultado, pois mesmo após a implantação de um novo modelo
de atendimento na emergência - Smart track conseguimos manter a qualidade dos resultados.
Resultados: Em P1, houve 32 cirurgias suspensas, 11 (34,3%) devido à SISP, com mediana de sus-
pensões por SISP de 1 [0,25-1,75] cirurgia. Em P2, houve 28 cirurgias suspensas, 15 (53%) devido à
SISP, com mediana de suspensões de 2 [2,00-2,75] cirurgias. Não houve diferença estatisticamente
significante entre P1 e P2 (p=0.20) denotando a inefetividade das medidas educativas realizadas iso-
ladamente. Em P3, houve 14 cirurgias suspensas, 2 (14,2%) devido à SISP, com mediana do número
de cirurgias suspensas por SISP de 1 [0-1], com diferença estatisticamente significante com relação
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
a P1 e P2 (p=0,04). Quanto a USG-G dos pacientes com SISP, em 67,5% não havia CGR e foi possível
seguir na programação cirúrgica de forma segura. Em 32,5% dos pacientes com SISP, havia CGR
com risco real de broncoaspiração. Nesses casos, o cirurgião era comunicado e o paciente orientado
sobre a necessidade de reagendamento da cirurgia. Sem o fluxo implantado, pacientes com SISP e
CGR poderiam ser submetidos a risco considerável na indução, enquanto pacientes com SISP e sem
CGR teriam a cirurgia inadequadamente suspensa na avaliação pré-anestésica, com utilização de
leitos de internação, disponibilidade de sala cirúrgica e custos ao sistema.
Introdução: O prontuário eletrônico é apontado como sendo uma solução para muitas deficiências
dos sistemas de saúde e tratado como uma maneira disruptiva que pode revolucionar a maneira
como cuidamos dos pacientes. É sabido que temos como vantagens o rápido acesso à informa-
ção, clareza dos dados, recuperação rápida e organizada da informação e agilidade nos serviços.1
As Organizações de saúde necessitam desenvolver uma cultura de segurança de modo que sua
força de trabalho e seus processos sejam focados na melhoria do cuidado prestado e o prontu-
ário eletrônico pode acompanhar este cuidado em tempo real.2 O IHI descreve uma abordagem
baseado em três dimensões, que chamamos de “Triple Aim”: Melhorar a experiência de cuida-
do do paciente; melhorar a saúde das populações; e reduzir o custo per capita dos cuidados de
saúde.3 Os hospitais da Rede D’Or estão sempre em desenvolvimento e buscando melhorias em
saúde para alcançar essas três dimensões, que são os pilares norteadores das ações. Objetivo
Este artigo tem como objetivo demonstrar a relevância da implantação nos hospitais de um painel
de monitoramento remoto ao cuidado do paciente alocado no escritório da Qualidade. Método
Em abril de 2022 foi implantado o prontuário eletrônico no hospital da Rede D’Or. Em adicional,
foi elaborado pela equipe da tecnologia um painel para acompanhamento visual de indicadores
estratégicos escolhidos pela diretoria da unidade (nome do paciente, idade, alergia, precaução, re-
conciliação medicamentosa, medicamentos de alta vigilância, uso de antibiótico, aprazamento de
medicamentos, protocolo de TEV, protocolo de AVC, risco de queda, glicemia, via de dieta, lesão de
pele, dor, exame de imagem, coleta de laboratório, MEWS, suporte ventilatório, médico assistente
e planejamento de alta). Esses indicadores são atualizados em tempo real, à medida que os pro-
fissionais imputam informações no prontuário eletrônico do paciente. Os indicadores podem ser
personalizados de acordo com o perfil de cada hospital. Foi instalado o painel de monitoramento
no escritório da qualidade, com o intuito de acompanharmos remotamente e em tempo real o cui-
dado oferecido ao paciente. Em cada tela aparece um setor e assim é possível acompanharmos
todos os setores do hospital. Diariamente a equipe de qualidade realiza o monitoramento desses
indicadores, faz intervenção imediata caso esteja em não conformidade e realiza notificação caso
aplicável. Para a elaboração do painel não tem custo adicional, o custo do projeto é o prontuário
eletrônico. Resultado Com a implantação do painel no escritório da Qualidade e monitoramento
diário dos indicadores, tivemos redução no atraso da administração de medicamentos, melhoria
no preenchimento do protocolo de TEV, melhoria no tempo de resposta aos pacientes, melhoria
no controle e gerenciamento da dor, acompanhamento do MEWS, acompanhamento do risco de
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
Introdução: Acidente vascular cerebral (AVC), junto à doença arterial coronariana, constitui a prin-
cipal causa de morte no Brasil. O reconhecimento precoce de um possível AVC isquêmico na porta
de entrada da unidade de emergência é fundamental, uma vez que o prognóstico está diretamente
relacionado à terapia de reperfusão cerebral: trombólise química em até 4,5 horas do início dos
sintomas e trombectomia mecânica em até 24 horas dos sintomas, ambos instituídos somente
após a realização de tomografia computadorizada do crânio. Idealmente, o hospital deve dispor
de um protocolo AVC estruturado, treinar equipe multidisciplinar que está inserida no cuidado ao
paciente, incluindo a recepção, e buscar estratégias para aumentar a sensibilidade do reconhe-
cimento assim que o paciente é admitido na unidade de emergência. Com isso, foi incluído um
alerta sonoro “Protocolo AVC” disparado quando o paciente ou familiar acionam a opção “AVC” no
totem da recepção. Esse alerta sonoro é transmitido na recepção, sala vermelha e sala de triagem
e o paciente é prontamente conduzido à sala vermelha para atendimento precoce. Se elegível ao
protocolo após avaliação médica, deverá ser submetido a tomografia de crânio em até 40 minutos,
conforme protocolo hospitalar gerenciado, com meta do indicador de qualidade técnica “Taxa de
adesão ao tempo porta-tomografia em até 40 minutos” maior ou igual a 50%. Objetivo: Analisar a
taxa de adesão ao “tempo porta-tomografia em até 40 minutos” na Unidade de Emergência Adulto
de janeiro de 2022 a abril de 2023, comparando a taxa de adesão antes e após a instalação do aler-
ta sonoro “Protocolo AVC”. Metodologia: No final de outubro de 2022, foi instalado o alerta sonoro
“Protocolo AVC”. Foram avaliados de forma retrospectiva os dados referentes à taxa de adesão ao
tempo porta-tomografia em até 40 minutos, bem como a média e mediana do tempo porta-tomo-
grafia no pronto atendimento adulto de janeiro de 2022 a abril de 2023. O tempo porta-tomografia
é definido como tempo entre o acionamento do totem e a realização da tomografia computadori-
zada de crânio. Entende-se por ‘’taxa de adesão ao tempo porta-tomografia em até 40 minutos’’ a
relação percentual entre o número de alertas AVC com tempo porta-Tomografia ≤ 40 minutos no
período e o número total de alertas AVC gerenciados no período. As análises estatísticas foram
realizadas através do programa IBM SPSS Statistics 29.0. O valor de p <0,01 indicou significância
estatística. Os resultados foram apresentados como número (porcentagem), média (desvio pa-
drão) e mediana (percentil 25 e 75) para variáveis categóricas, variáveis contínuas com distribui-
ção normal e variáveis contínuas com distribuição assimétrica, respectivamente. Para comparar
as diferenças entre as taxas de adesão dos dois grupos (antes e após alerta sonoro), foi aplicado o
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
teste qui-quadrado. Resultados: De janeiro de 2022 a abril de 2023, foram gerenciados 345 proto-
colos AVC. Em todo o período, a taxa média de adesão ao tempo porta-tomografia (porta-TC) em
até 40 minutos foi de 71%. Estratificando os pacientes em dois grupos, atendidos antes da insta-
lação do alerta sonoro (01 de janeiro a 31 de outubro de 2022) e atendidos após a instalação do
alerta (01 de novembro de 2022 a 30 de abril de 2023), obteve-se para o primeiro grupo um total de
213 alertas AVC gerenciados, com 65,7% das tomografias realizadas dentro de 40 minutos, tempo
porta-TC médio de 34,8 minutos e uma mediana de 32 minutos. Já o segundo grupo apresentou
um total de 132 protocolos AVC gerenciados, com 81,8% das tomografias realizadas em até 40 mi-
nutos. O tempo médio de porta-TC para esse grupo foi de 30,6 minutos e mediana de 29 minutos.
Foi realizado o teste qui-quadrado para comparar as taxas de adesão ao tempo porta-TC entre os
dois grupos (qui-quadrado= 9.6587; p= 0.001885), o que sugere que o alerta sonoro pode ter efeito
sobre o aumento da taxa de adesão ao tempo porta-tomografia em até 40 minutos. Conclusão:
A instalação de um alerta sonoro ao acionar a opção “AVC” no totem na recepção da emergência
adulto pode ser uma ferramenta útil para aumentar a taxa de adesão ao tempo porta-tomografia
em até 40 minutos, com o objetivo final de reperfusão cerebral precoce, que poderá impactar dire-
tamente no sobrevida e na redução de sequelas neurológicas.
Introdução: Na área da saúde, modelos preditivos podem ser utilizados para estimar o risco de
desfechos e quando combinados a protocolos aplicados, podem trazer implicações positivas na
redução de custos e na efetividade de intervenções. A cirurgia de quadril ainda é um desafio que
demanda integração de diversos protocolos assistenciais para garantir a qualidade assistencial
e entrega de valor. Logo, desfechos desfavoráveis precisam ser analisados criticamente e com
foco em possíveis oportunidade de melhoria sistêmica. Objetivo: Este estudo objetiva analisar
fatores relacionados a desfecho desfavorável no pós-operatório de artroplastia de quadril e ana-
lisar a custo-efetividade das medidas assistenciais favoráveis a um melhor desfecho. Método:
Estudo de coorte retrospectiva incluindo pacientes submetidos a artroplastia de quadril de 2016 a
2021. Foi analisado o impacto de medidas assistenciais no desfecho intra e pós-operatório. Fato-
res epidemiológicos, comorbidades, técnica anestésica, uso de medicações anti-fibrinolíticas para
prevenção de hemorragias (ácido tranexâmico), prevenção de hipotermia e ocorrência de hipoten-
são no intraoperatório foram analisados como potenciais fatores influenciadores nos seguintes
desfechos: necessidade de transfusão por sangramento pós-operatório, necessidade de drogas
vasoativas na UTI e tempo de internação. Machine learning foi utilizada na modelagem prediti-
va de desfechos de interesse. Resultados: Foram analisados 324 pacientes na série histórica. A
prevenção de hemorragia com anti-fibrinolíticos foi administrada em 40.4%. Hipotensão ocorreu
em 57.7% dos pacientes no intraoperatório e hipotermia instalada em 34%. No pós-operatório,
houve necessidade de transfusão e/ou uso de drogas vasoativas em 8.64%. Tempo de internação
maior que 5 dias ocorreu em 21,25% dos casos. Pacientes submetidos a cirurgias de urgência
com mais de 24h de internação tiveram seu risco de complicações aumentado (RR= 6.21; IC 95%
2.68-31.3). A profilaxia para eventos hemorrágicos com o uso de ácido tranexâmico reduziu o risco
de complicações hemorrágicas em 73% (RR 0.27; IC 95% 0.1-0.84) comparado aos pacientes em
que esta medida não foi empregada. Influenciaram em maior tempo de internação: Idade acima
de 80 anos (RR 3.00; IC 1.23-7.77), uso de drogas vasoativas (RR 21.24; IC 3.12-34.04), transfu-
são no pós-operatório (RR 6.21; IC 1.53-30.7) e antecedentes de AVC (RR 11.32; 1.41-20.3). Como
medidas modificáveis, a prevenção de hemorragias com anti-fibrinolíticos no intraoperatório foi a
que apresentou maior impacto na redução de desfechos desfavoráveis, com redução de eventos
hemorrágicos e influenciando indiretamente no tempo de internação. Para análise da custo-efetivi-
dade, considerou-se o custo da profilaxia anti-fibrinolítica comparado a aquele de um paciente que
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
Introdução: O transplante de pulmão muitas vezes é a única opção para pacientes com doen-
ças pulmonares avançadas, quando esgotadas todas as possibilidades de tratamento. Até 2019,
segundo a ISHLT (International Society of Heart and Lung Transplantation), mais de 260 centros
estavam habilitados para realização de transplante de pulmão no mundo. No Brasil, apenas cinco
estados possuem centros habilitados, sendo São Paulo e Rio Grande do Sul os estados com maior
volume e, consequentemente, longa fila de espera. A estimativa anual de pacientes que necessi-
tam de transplante pulmonar em 2022 foi aproximadamente 1600 pacientes, entretanto, somente
106 transplantes pulmonares foram realizados. Em 08/2022, a Rede D`Or iniciou oficialmente um
programa de Transplante Pulmonar no Rio de Janeiro, visando oferecer uma nova perspectiva
aos pacientes com doenças pulmonares avançadas no estado. Objetivo: Descrever o relato do
primeiro caso de transplante pulmonar da Rede D`Or. Métodos: Descrição de características e his-
tória pregressa, critérios de indicação com prova de função pulmonar, avaliação multiprofissional,
preparo para o transplante e avaliação do desfecho do paciente que foi submetido ao transplante
pulmonar. Paciente L.L.P, 60 anos, natural do Rio de Janeiro. Portador de bronquiectasias e doença
pulmonar obstrutiva crônica, além de doença arterial coronariana, hipertensão arterial sistêmi-
ca, dislipidemia e transtorno de ansiedade. Ex-tabagista, carga tabágica cerca de 90 maços/ano
(cessou tabagismo em 2003). Evoluiu nos últimos dois anos com piora funcional importante e de-
pendência de oxigenioterapia suplementar. Atendido no ambulatório de Transplante em 09/2022,
quando iniciou acompanhamento e preparação com equipe multidisciplinar. Iniciou programa de
Reabilitação Pulmonar da Rede D`Or com duas sessões semanais, além de orientação domiciliar.
Prova de função pulmonar pré transplante com volume expiratório forçado no primeiro segundo
(VEF 1) 0,61L=17% do predito, capacidade vital forçada (CVF) 1,62L=35% do predito, difusão pul-
monar para monóxido de carbono (DLCO) 8,58=31% do predito. Teste de caminhada de 6 minu-
tos (TC6M) com distância percorrida de 210 metros e dessaturação com escala de BORG final
7 (classificação da percepção subjetiva do esforço graduada 0-10). A despeito da reabilitação,
mantinha piora evolutiva, com internações frequentes por exacerbações e maior dependência de
oxigênio. Nesse contexto, foi concluída avaliação multiprofissional com pneumologistas, nutricio-
nista, fisioterapeuta, enfermeira, psicóloga, psiquiatra, cardiologista, dentista, cirurgiões torácicos
e indicado transplante pulmonar. O paciente foi submetido a transplante pulmonar bilateral no dia
02/02/23. Foi utilizado suporte por membrana de oxigenação extracorpórea (ECMO) venoarterial
central no transoperatório e, posteriormente, convertida em venovenosa no final do procedimen-
to.A recuperação pós-operatória se deu na unidade de terapia intensiva especializada no manejo
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
artroscopia de joelho e ombro de curta duração e período de internação menor que 48h são classi-
ficados pelo ASZ como baixo risco e pelo EC, pacientes com idade acima de 41 anos e submetidos
a artroscopia são considerados de risco intermediário, sendo este o fator implicado em 60% das
divergências em cirurgias artroscópicas de baixo risco pelo ASZ. Houve indicação de profilaxia
medicamentosa pelo ASZ (risco alto e intermediário) em 39,3% e pelo EC, 32,3%, correspondendo a
uma taxa de concordância de 82,83% para indicação de profilaxia química (kappa=0.64; p=0.001).
Dos pacientes de alto risco pelo ASZ, houve preenchimento do protocolo de TEV com conduta
médica em 88% e em 14% houve recusa e/ou contraindicação registrada em prontuário quanto à
administração da profilaxia. Dos pacientes de baixo risco pelo ASZ, houve administração de pro-
filaxia medicamentosa em 6,6%. Conclusão: O ASZ apresentou performance divergente ao EC na
estratificação do risco de TEV em pacientes cirúrgicos. As principais divergências foram relacio-
nadas a cirurgias bariátricas e de curta duração sem outros fatores de risco para TEV. O escore EC
tendem a superestimar o risco de TEV para cirurgias de curta duração e artroscópicas comparado
ao escore AZS. Destacamos que os algoritmos e escores são ferramentas de apoio à tomada de
decisão e devem ser utilizados de maneira criteriosa e individualiza pela equipe multiprofissional,
sempre considerando-se a análise do perfil institucional para adequação da melhor ferramenta de
classificação.
pressão) predominavam na instituição e foram alvos primários dos PAs. Técnicas baseadas em
PDCA, diagramas de Causa x Efeito, cronograma de ações 5W1H foram aplicadas nos PAs, centra-
dos em análises e feedback de resultados, padronização de processos e treinamentos extensivos
e contínuos. Houve redução significativa ao longo dos anos culminado, em 2022, com redução em
77% no risco de CA (2019-2020 = 881/18.211 = 4,8% versus 139/12.440 = 1,1% em 2022) e redu-
ção de 71% em CA grave (2019-2020 = 600/18.211 = 3,3% versus 119/12.400 = 1,0% em 2022).
Conclusão Os resultados obtidos não só validam a importância de um programa estruturado de
melhoria contínua e segurança do paciente, mas também destacam a necessidade de um com-
prometimento contínuo com a qualidade dos cuidados de saúde prestados. Esses esforços devem
ser mantidos e aprimorados constantemente, a fim de garantir um ambiente hospitalar mais segu-
ro e de maior qualidade para pacientes. Em suma, a pesquisa demonstrou que a implementação
de planos de ação baseados em análises criteriosas e na aplicação de técnicas e metodologias
adequadas pode levar a uma redução significativa e sustentada de eventos adversos adquiridos
em um hospital de alta complexidade. Esses resultados são encorajadores e fornecem uma base
sólida para a continuidade de esforços de melhoria contínua em benefício da segurança e bem-es-
tar dos pacientes, tornando possível oferecer assistência de alta qualidade para todos em termos
de segurança, eficácia clínica e experiência dos pacientes.
data a ser realizado. Resultados: Ao longo das 60 reuniões realizadas, identificou-se que a equipe
ganhou maturidade emocional e profissional, raciocínio crítico, permitindo transformações positi-
vas capazes de impactar na vida das pessoas, sobretudo, do paciente, que é o centro do cuidado.
Nos processos, identificamos melhorias de indicadores como flebite, queda, delirium, broncoas-
piração, lesão por pressão, dentre outros. Para todos os indicadores discutidos, realizamos uma
comparação entre os anos de 2021, 2022 e 2023. Esses encontros multidisciplinares permitiram
a percepção da ampliação do conhecimento dos participantes, discussões consistentes sobre os
problemas e as soluções para o processo analisado, reflexões e conscientização sobre questões
relacionadas a segurança do paciente, identificação da necessidade de medidas gerenciais adota-
das, definição de prioridades, criação de ferramentas facilitadoras para as práticas assistências e
atualizações de protocolos. Conclusão: A mudança de cultura de um cuidado unidirecionado para
um cuidado multifacetado é fundamental para que tenhamos uma prática pautada nos princípios
de promoção e prevenção da segurança do paciente e da qualidade assistencial. A equipe focada
em atender as necessidades integrais e buscando soluções que se complementem e sejam efeti-
vas é uma estratégia que torna o atendimento mais qualificado e seguro.
à fevereiro/2023), sendo possível identificar uma redução de 41% no custo total (R$ 52.203,21 para
R$ 30.908,70), e 30,30% no custo/paciente-dia (R$ 39,71 para R$ 27,69). Projetando tais ações
para todo o hospital, considerando-se o custo médio hospitalar por paciente-dia (R$ 27,14), e apli-
cando-se a redução de 30% nesse custo (R$ 18,99), é possível sair de um custo anual total de R$
981.979,48 para 687.096,18, gerando uma economia de R$ 294.883,30 /ano. Não houve aumento
na densidade de incidência de infecção hospitalar. Act: realizamos os ajustes necessários para
possível replicação nas demais Unidades. Conclusão: a utilização de ferramentas de qualidade,
permite atingir bons resultados. Conseguimos responder de forma clara, às perguntas norteado-
ras: 1. “O que estamos tentando realizar? Reduzir custos com materiais descartáveis não-reem-
bolsáveis. 2. Como saberemos se uma mudança é uma melhoria? Monitorando os indicadores de
processo (consumo dos materiais), de resultado (custo total e custo por paciente-dia), e de equilí-
brio (densidade de IRAS).3. Que mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria?” Revisão
de indicação, solicitação, dispensação e monitoramento dos itens, e ações de sensibilização. Esse
projeto trouxe benefícios para a Instituição, paciente, e meio ambiente: redução de custos e de
desperdício, implementação de práticas assistenciais disruptivas, uniformização de processos e
mudança de cultura e comportamento.
que recebe a vida tem que estar preparado para a morte. A gente só entende o valor disso quando
passa por essa experiência. A memória dessa história tem uma narrativa bonita porque a institui-
ção permitiu que tivesse”. Vale ressaltar que após a implementação do protocolo, não houve quei-
xas a respeito da assistência diante do luto perinatal. Conclusão: Diante dos resultados positivos
observados, conclui-se que é de grande importância propagar esta cultura do luto perinatal insti-
tucionalmente, consolidando a assistência ao longo dos anos e consequentemente abranger para
outros hospitais da rede a fim de sermos referência, percussores e exemplos de boas práticas.
O ambiente da terapia intensiva é um local que se mostra muitas vezes hostil e desafiador para
pacientes e profissionais. Do ponto de vista do paciente, trata-se de um ambiente gera muitas dúvi-
das, angústias e incertezas. Durante a internação pode haver um desequilíbrio familiar, justamente
por verem um ente querido numa circunstância de fragilidade física e emocional, no qual, a doença
rompe atividades de vida diária, planos e sonhos. Integrar a família no processo de reabilitação é
torná-la aliada da equipe, facilitando a recuperação e reafirmando a confiança do paciente (TER-
NUS et.al.,2011).Do ponto de vista profissional, o sucesso de algumas terapias vem em grande
parte do vínculo criado entre profissional e família. Como parte da equipe multiprofissional, o fisio-
terapeuta atua diretamente no desenvolvimento da melhora do cuidado, afinal, além das técnicas
empregadas nos atendimentos, é indispensável sua habilidade de comunicação e o vínculo criado
com o paciente, família e equipe (MONDADORI et.al., 2016). Analisando este contexto a equipe de
Fisioterapia elencou a realidade virtual como uma ferramenta útil para auxiliar no engajamento de
algumas intervenções necessárias ao longo da internação ao mesmo tempo auxiliar para ameni-
zar o impacto negativo do ambiente criando uma experiência positiva. A realidade virtual no am-
biente hospitalar atualmente é usada com diferentes objetivos, como melhora da dor, do tempo de
atividade física ou da realização de algum procedimento devido ao ambiente lúdico e diferente que
o dispositivo pode levar a criança. Objetivo: Demonstrar que o uso da realidade virtual dentro da
unidade de terapia intensiva pode levar a uma melhor experiência de paciente e dos profissionais
da equipe de Fisioterapia. Método: Utilização dos óculos de realidade virtual na UTI pediátrica, nas
crianças acima de 6 anos. Foram elencadas de acordo com a necessidade identificada pelo fisiote-
rapeuta, proposto em plano terapêutico 2 sessões ao dia com 20 minutos de duração, os cenários
utilizados para a imersão foram escolhidos de acordo com a preferência de cada criança, de acor-
do com o objetivo terapêutico buscado no momento pelos profissionais. Um dos pontos de maior
atenção na utilização deste método de forma terapêutica é adequar a posologia indicada; e assim
evitar o cyber enjoo, efeito que pode aparecer durante seu uso. Outro ponto importante é avaliar o
resultado obtido e ajustar a terapia conforme ao que era esperado. Resultado: O início da utiliza-
ção desta tecnologia teve boa aceitação das famílias e pacientes principalmente na percepção. Os
familiares vivenciaram o uso do recurso como uma preocupação adicional por parte dos profissio-
nais em proporcionar um ambiente mais tranquilo, acolhedor e de acordo com as preferências de
cada criança. O que reforça a percepção do olhar individualizado e a preocupação da equipe com
relação à vivência da criança como relatam os depoimentos colhidos após a utilização do recurso
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
dos familiares: ‘Acho superimportante, lembro que ela esperava ansiosamente para usar os óculos
de realidade virtual, trazia alegria, amenizava um pouquinho o ambiente pesado, o tratamento com
agulhas e remédios, por um instante ela esquecia e sorria. “Espero que continuem, vale cada sorri-
so”; ‘Ele amou, agora espera ansioso a hora da fisioterapia”; “Fez muita diferença, achei muito legal
a preocupação da equipe em propor algo diferente durante a internação na UTI. Obrigada pelo cari-
nho.” ; “Nunca podia imaginar que dentro da UTI poderia ter toda essa tecnologia”. Do ponto de vis-
ta da percepção dos profissionais que utilizaram, referem satisfação em contribuir com uma nova
abordagem para a criança, criando a possibilidade de um ambiente diferente, leve e divertido para
a realização da terapia, porém mantendo o foco do processo terapêutico, como relato da profissio-
nal envolvida nesta iniciativa: “Ficamos muito felizes em “retirar” nossos pacientes da UTI mesmo
que por um breve momento. Observamos que ao término da experiência tanto a criança quanto o
acompanhante estavam sorrindo e felizes.” Conclusão: As novas tecnologias em saúde podem ter
função positiva no que diz respeito à melhora da experiência de pacientes e profissionais (GUERRA
e. al., 2020). Um ambiente humanizado ajuda a diminuir o sofrimento e promove maior cooperação
aos procedimentos necessários promove a diminuição da tensão e do desconforto tanto físico
como psicológico além de favorecer o processo de tratamento e cura.
Introdução: O diagnóstico de doença renal crônica dialítica traz uma série de mudanças na rotina
dos pacientes que impactam em toda a família. Uma serie de novas limitações, perda de autonomia
e incapacidade de continuar realizando suas atividades habituais resultam em perda de qualidade
de vida para o paciente que necessita de terapia de substituição renal cronicamente. Os familiares
destes pacientes costumam ter muitas dúvidas e precisam construir uma nova dinâmica familiar
diante de uma doença crônica e muitas vezes persistente. Os serviços de hemodiálise têm papel
importante no acolhimento das famílias e no auxílio na reestruturação do sistema familiar neces-
sário neste contexto. Essa interação com as famílias é um ponto importante na adaptação do
paciente e na visão deles sobre a qualidade do serviço prestado. Uma das formas de avaliação da
qualidade percebida é através da aplicação de questionários de satisfação do cliente, como o Net
Promoter Score (NPS). Objetivo: Avaliar o impacto de um projeto de educação continuada com as
famílias na satisfação dos pacientes de um serviço de hemodiálise, por meio da avaliação do NPS.
Método: O NPS foi aplicado no ano de 2022 nos meses de abril, julho e outubro, e em 2023 nos
meses de janeiro e abril/2023 por meio de preenchimento de formulário entregue aos pacientes na
sessão da diálise, contendo a pergunta padrão (em uma escala de 0 a 10, o quanto você recomen-
daria os serviços para um amigo ou familiar?) sobre 4 aspectos: geral, instalações, atendimento
aos pacientes e atendimento aos familiares. As respostas com notas de 9 e 10 são consideradas
de clientes promotores, 7 e 8 de clientes neutros e abaixo de 7 de clientes detratores. O cálculo final
é realizado subtraindo-se o número de detratores do número de promotores. O projeto “DIALÓGOS
COM AS FAMÍLIAS NA HEMODIÁLISE” consiste em reuniões trimestrais com as famílias, onde a
equipe multidisciplinar aborda temas relacionados ao tratamento dialítico bem como qualidade
de vida do doente renal crônico. Foram comparados os resultados de NPS de julho de 2022 com
janeiro de 2023, imediatamente antes da intervenção e após a segunda reunião respectivamente.
Resultados: A primeira reunião do projeto ocorreu em outubro de 2022 com o tema “Conhecendo
o serviço e a equipe”, as famílias participaram ativamente e ao final da apresentação trouxeram
sugestões de temas para as próximas reuniões. As reuniões subsequentes aconteceram em fe-
vereiro de 2023 com o tema “Vamos conversar sobre o transplante renal?” e maio de 2023 com
o tema “Cuidados com o paciente em hemodiálise”. Comparando o NPS de julho 2022 com o de
janeiro de 2023 houve um aumento no aspecto “global” de 17%, aumento no aspecto “atendimento
aos familiares” de 19,5%. Os aspectos “instalações” e “atendimento aos pacientes” também apre-
sentaram aumento de 28% e 8,9% respectivamente. O NPS global antes do início do projeto (julho
de 2022) foi de 82, apresentando aumento para 96 em outubro de 2022, se mantendo em 96 na
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
avaliação de janeiro de 2023 e em 93 em abril de 2023. O aspecto “atendimento familiar” teve NPS
de 82 na avaliação de julho de 2022, com incremento para 87 e 98 em outubro 2022 e janeiro 2023
respectivamente, voltando para 91 em abril de 2023. Embora o incremento do NPS tenha influen-
cia de diversas melhorias implementadas no serviço no período, houve incremento importante no
aspecto “atendimento aos familiares”, refletindo a intervenção voltada para as famílias e possível
efeito da implementação de sugestões geradas por essa interação no serviço. Conclusões: Duran-
te as reuniões realizadas as famílias participaram ativamente e trouxeram sugestões de melhorias
para o serviço e de temas para as próximas reuniões, demonstrando interesse na manutenção das
reuniões trimestrais. A participação das famílias provavelmente impacta na qualidade percebida
não somente pelo efeito direto neste aspecto como também na incorporação de melhorias direcio-
nadas para os outros aspectos avaliados pelo NPS.
dos, mesmo para aqueles que nunca haviam participado de um evento com necessidade de RCP.
A pontuação média aumentou de 9,6% compressões no alvo sem feedback da RCP para 47,0%
compressões no alvo com feedback para RCP (p<0.05). Com o feedback da RCP, 91,9% dos par-
ticipantes apresentaram melhora na qualidade das compressões comparada com compressões
realizadas sem feedback. Na simulação de PCR com os participantes, os principais modos de
falha foram: Tempos de pausa peri-choque muito longos; dificuldade no manuseio do desfibrilador,
realização de ciclos de 15 compressões/2 ventilações, hiperventilação e diante de uma linha reta,
não foi realizado o protocolo de checagem de cabos, aumento de ganho e mudança de derivação.
(verde, amarelo e vermelho) segundo os grupos de risco para CA grave. Neste mesmo dashboard
são estipuladas estratégias em tempo real para diminuir as chances de uma CA grave ocorrer, com
avaliação, análise de prognóstico e plano de segurança estipulado pela NSP – Núcleo de Seguran-
ça do Paciente. Entre 2019 e 2022, foram avaliados pelo DRG, 41.292 prontuários de alta: 1.364
pacientes evoluíram com alguma condição adquirida, risco de CA = 3,3%, com 920 pacientes com
CA grave (risco = 2,2%). Houve redução significativa ao longo dos anos culminado, em 2022, com
redução em 77% no risco de CA (2019-2020 = 881/18.211 = 4,8% versus 139/12.440 = 1,1% em
2022) e redução de 71% em CA grave (2019-2020 = 600/18.211 = 3,3% versus 119/12.400 = 1,0%
em 2022). Conclusão O BioAdscore se mostrou uma ferramenta eficaz para orientar os profissio-
nais de saúde no cuidado de pacientes com alto risco de desenvolver CA grave. A implementação
do painel de acompanhamento permitiu uma atuação mais assertiva, direcionando recursos e in-
tervenções para os casos em que havia maior sinalização de risco. Ao pré-definir os níveis de risco,
foi possível otimizar a alocação de recursos e maximizar o envolvimento do corpo clínico e da en-
fermagem. Essa abordagem direcionada melhorou a eficiência do sistema de saúde e contribuiu
para a melhoria dos resultados do hospital, aumentando a segurança dos pacientes. O BioAdscore
demonstrou ser uma valiosa ferramenta no arsenal dos profissionais de saúde, oferecendo su-
porte decisivo na tomada de decisões e no cuidado personalizado aos pacientes em maior risco.
Introdução: Atualmente mais de 1 bilhão de pessoas são obesas, dados da Organização Mundial
da Saúde (OMS) estimam que até 2025 aproximadamente 167 milhões de pessoas ficarão menos
saudáveis por estar acima do peso ou obesas. Ao longo da pandemia de Covid-19 profissionais da
saúde lidaram com cenários desafiadores e situações estressantes. Muitos enfrentaram proble-
mas de saúde, transtornos mentais e sobrecarga de trabalho. Tais fatores têm impacto direto no
ganho de peso e nas síndromes metabólicas, aumentando o risco de diabetes, hipertensão, doen-
ças cardiovasculares e acidente vascular cerebral. Assim, cuidados direcionados para minimizar
os impactos físicos e psicológicos são fundamentais para promover a saúde destes profissionais.
Objetivo: Avaliar o impacto de ações multimodais na qualidade de vida dos colaboradores de um
hospital privado. Método: triagem interna, utilizando dados da medicina do trabalho (Power BI).
Foram observados risco para doenças cardiovasculares (IMC e comorbidades [diabetes e hiper-
tensão]). Os colaboradores foram convidados a participar do programa “CUIDAR-SE” e receberam
kit contendo diário, escala de fome, planejamento alimentar e as regras de participação do pro-
grama. Após a avaliação inicial (ficha de admissão, entrevista, análise comportamental, bioim-
pedância, cirtometria, antropometria, handgrip, teste do degrau e questionário de qualidade de
vida), foi apresentado o programa de exercícios (aquecimentos, exercícios funcionais, alongamen-
tos, caminhada e/ou corrida no parque do Ibirapuera). A primeira fase consistiu em 3 meses de
acompanhamento direto (contatos diários dos nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas
e coach). Todos os participantes preenchiam diariamente uma ficha de “realizações” do dia, envio
de fotos das refeições, peso e exercícios. A segunda fase (duração de 2 meses) continuou por
acompanhamento indireto. Ao final, todos foram reavaliados. Resultados: Incluímos 31 voluntá-
rios, 21 (61,3% mulheres) concluíram o programa. Dez foram excluídos (2 por falta de adesão, 2
por desligamento e 6 não completaram o programa). A aderência à postagem das métricas foi
superior a 80%. A média de idade foi de 38±7 anos, com IMC elevado (IMC=35±4 kg/cm2). Dos 31
incluídos, 17 voluntários eram da equipe assistencial (54,8%) e 14 da equipe operacional (45,2%).
Todos apresentaram medidas de circunferência da cintura (101,6±12,4 cm), abdominal (111,6±9,0
cm) e quadril (117,5±8,3 cm) acima dos padrões saudáveis. A avaliação inicial cardiorrespiratória
e de força muscular (FM) foi significativamente comprometida (teste do degrau 94±15 degraus,
handgrip 36,1±12,7 kgf). A capacidade funcional e os aspectos físicos, gerais e mentais da saúde
(SF-36) apresentaram valores reduzidos (76,1±21,2; 71,4±40,5; 49,3±18,3; 64,9±17,4). Após 5 me-
ses os dados da reavaliação demonstraram melhora significativa, com redução média de peso
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
de -10,7 kg (±259,55 kg) e melhora dos aspectos físicos e psicológicos (saúde mental 64,9±17,4
vs. 80,1±13,4; vitalidade 55,7±17,5 vs. 73,1±15,5; estado geral de saúde 49,3±18,3 vs. 63,3±13,0; p
<0,05). O total de degraus alcançados foi significativamente maior com menor FC e PAS (94±15
vs. 106±18 degraus [aumento de 41%], p=0,003; FC 80±12 vs. 72±11 bpm, p=0,009; PAS 123±9
vs. 119±12 mmHg, p=0,05). Houve redução significativa da circunferência abdominal (116,6 vs.
107,1 cm, p<0,001), quadril (117,5 vs. 110,4 cm, p<0,001) e relação cintura/quadril (0,87 ± 0,11 vs.
0,83 ± 0,08, p=0,054), com aumento dos valores de FM avaliadas pelo handgrip (36,1 vs. 38,1 kgf,
p=0,01). Houve redução da gordura total (43,6±6,5 vs. 39,9±7,1, p<0,001), gordura visceral (9,8±4,0
vs. 8,6±3,0, p=0,06) e aumento da massa magra (24,1±3,5 vs. 25,8±3,5, p<0,001). Conclusões: Em
5 meses, o programa CUIDAR-SE eliminou mais de 259 kg (transição de obesidade grau II para
obesidade grau I), oportunizou impactos positivos na qualidade de vida dos profissionais de saúde,
resultando em melhorias significativas nos aspectos físicos, psicológicos e funcionais. Ademais,
houve importantes benefícios na promoção à saúde, através da redução dos riscos cardiovascula-
res, isquêmicos e morte precoce. Nossos resultados evidenciam a importância e os impactos de
abordagens multidisciplinares visando a promoção da saúde e atenção primária em profissionais
da saúde, mais estudos são necessários para compreensão dos seus impactos sob variáveis eco-
nômico-financeiras como absenteísmo, clima organizacional e turnover.
capacitar os profissionais de saúde nas áreas com maior necessidade de atenção. Com o SACIH
3i foi possível fazer análises automáticas, com cálculo da frequência de observações e taxa de
não-conformidades do Check-rotina para profissionais de saúde envolvidos no atendimento dos
pacientes avaliados, os quais recebem feedback não só das suas taxas de adesão, mas com com-
parações com seus pares. Uma importante descoberta foi a identificação e reconhecimento dos
profissionais que apresentaram altas taxas de adesão ao Check-Rotina. Esses profissionais exem-
plares, que se destacaram por suas práticas seguras em benefício dos pacientes, foram celebra-
dos e receberam certificados em reconhecimento ao seu alto desempenho. Conclusões Com base
nos resultados obtidos em nossa pesquisa, fica evidente o impacto positivo da implementação do
sistema Check-Rotina, aliado ao uso do SACIH 3i, na melhoria da adesão à prevenção de infecções
e na redução das não conformidades. Essa abordagem baseada em análises automáticas, com-
parações entre pares e reconhecimento dos profissionais com desempenho exemplar pode ser
replicada em outras instituições de saúde, visando aprimorar a adesão às medidas de prevenção
de infecções e promover uma cultura de segurança mais ampla.
Introdução: A cirurgia robótica é um avanço nos procedimentos minimamente invasivos que traz
para os pacientes inúmeros benefícios e inovadoras alternativas de tratamento cirúrgico. Por se
tratar de cirurgia minimamente invasiva, os materiais cirúrgicos são extremamente delicados e
específicos para esse fim, tornando sua estrutura complexa e necessitando de um protocolo es-
pecífico e, ainda, exigindo uma criteriosa e minuciosa atenção pela equipe da Central de Mate-
rial Esterilizado (CME) no processo de limpeza, preparo, esterilização e armazenamento desse
material. O avanço tecnológico é um desafio para os profissionais, em especial a enfermagem,
sendo necessário estar sempre atualizado, capacitado e apto a desenvolver habilidades. Logo, tor-
na-se primordial a necessidade de aperfeiçoamento da equipe, objetivando resultados eficientes
nos processamentos de materiais de alta complexidade em procedimentos robóticos. Objetivos:
Apresentar processo de implantação do serviço de processamento de material robótico na CME.
Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo acerca da implantação do serviço de processa-
mento de material de robótica em um hospital privado, no período de janeiro a abril de 2023. O
serviço de cirurgia robótica iniciou em abril de 2023 na Instituição. O processo de implantação
envolveu várias etapas: criação de um Comitê do programa Robótico com reuniões semanais de
planejamento com setores e fornecedores envolvidos; benchmarking; networking e treinamentos
segmentados com toda equipe envolvida (médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem). Em
relação ao serviço de processamento de material para os procedimentos robóticos, foram reali-
zadas: reuniões de planejamento com serviço de educação continuada acerca dos treinamentos
necessários para manuseio e operação da nova tecnologia; aquisição de uma lavadora ultrassô-
nica exclusiva, instrumentais e endoscópios; adequação dos processos da unidade. Na etapa de
adequação dos processos, houve: definição do fluxo de recebimento, padronização e distribuição
dos novos instrumentais; cadastro das pinças no sistema informatizado; formulação de kit especí-
fico por procedimento dentro do sistema Tasy facilitando e otimizando o preparo de sala cirúrgica
pela instrumentador, definição de listagem de estoque mínimo esterilizado; elaboração de planilha
compartilhada com o serviço de suprimentos, farmácia e centro cirúrgico do controle de utilização
das pinças devido ao processamento limitado permitindo a reposição imediata das pinças confor-
me descarte. Resultados: Durante o período de implantação, 100% da equipe da CME foi habilitada
para o processamento de material robótico. Entre abril e junho de 2023, foram realizados 22 pro-
cedimentos. Destes, 90,9% (20) foram da urologia, 4,54% (1) cirurgia da torácica e 4,54% (1) da ci-
rurgia geral. Foram padronizadas para esterilização 28 pinças mantidas no estoque mínimo, sendo
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
10 tipos diferentes. Das 28 pinças, foram utilizadas 14 pinças em cirurgias, de 06 tipos diferentes,
sendo 5 pinças já descartadas pela quantidade de usos e 1 foi enviada para análise por dano. Exis-
tem 4 tipos diferentes de pinças que não foram utilizadas por nenhuma especialidade: Tenaculum,
Cautery Hook, Cautery Spatula e Small Grasping. Não houve ciclos de esterilização cancelados
com pinças robóticas. Durante esse período, não houve reinternação em pacientes que realiza-
ram cirurgia robótica. Conclusão: No processamento de materiais, os profissionais capacitados
sentem-se seguros, engajados e motivados para o manuseio de novas tecnologias. Percebe-se a
importância do processo de ensino-aprendizagem como forma de crescimento exponencial dos
pilares do modelo de gestão trabalhado na instituição: equipe técnica qualificada nos processos,
qualidade percebida pelos clientes e sustentabilidade financeira.
A triagem auditiva neonatal universal (TANU) busca assegurar a identificação da surdez o mais
precoce possível com início de intervenção, até os 6 meses de idade. Recentemente, em 2019, o
Joint Committee on Infant Hearing (JCIH) propôs uma antecipação das etapas de detecção-diag-
nóstico-intervenção para 1-2-3- meses de idade e sugeriu que as metas para os indicadores de
qualidade, anteriormente pré-determinadas, fossem definidas e monitoradas de forma particulari-
zada, para cada serviço. A etapa de detecção é crucial para o desencadeamento deste processo e
este estudo tem como objetivo apresentar os resultados da TANU da Maternidade São Luiz-Star,
tendo em vista a definição e monitoramento dos indicadores de qualidade propostos pelo JCIH. Foi
realizada a análise retrospectiva, quantitativa, por meio de banco de dados informatizado, incluin-
do os nascimentos no período de 15/08/2022 a 23/6/2023. A TANU é realizada a partir de 24 hs de
vida, com tempo médio de internação de 48 horas, e/ou na vigência de quadro clínico estável para
os recém-nascidos (RN) da UTI neonatal. O resultado PASSA foi definido pela resposta presente,
em ambas orelhas, para Emissão Otoacústica (EOA), nos RN sem indicador de risco para surdez
(IRPS) e para os RN com IRPS a resposta deve estar presente para o Potencial Evocado Auditivo
de Tronco Encefálico com análise automática da resposta a 30 dB NA (PEATE-a). Os RN sem IRPS
com resposta ausente para EOA são avaliados pelo PEATE-a e considerado PASSA se resposta
presente em ambas as orelhas. Neste período, dos 5600 nascimentos, foram avaliados 5557 RN,
sendo 596 com IRPS. Os indicadores analisados foram o Índice de cobertura e o Índice de enca-
minhamento para reteste. O índice de cobertura, durante a internação foi de 99,9%. A alta precoce,
ou seja, antecipada pelo neonatologista, em relação ao previsto pela transição do cuidado, foi o
motivo das altas sem a TAN. A lista de checagem na alta hospitalar (check list) pode ser uma das
barreiras para minimizar esta ocorrência e sinalizar ao responsável a necessidade de realização
do procedimento após alta hospitalar. O índice de cobertura proposto pelo JCIH-2007 e pelo Mi-
nistério da Saúde é de 95%. Todos os RN foram reconvocados, pela equipe de fonoaudiologia, em
tempo hábil para cumprimento adequado a etapa de detecção. Dos 5 RN que receberam alta sem
a TANU, 80% compareceram após a alta e apenas 1 RN não retornou pois realizou exame em outro
local. O Índice de encaminhamento para reteste foi de 1,36%, sendo 57,9% para RN com IRPS. O
uso do PEATE-a para os RN sem IRPS, com resposta ausente para EOA, reduziu em 12% o índice
de FALHA, minimizando o impacto de resultados falso-positivos, devido a presença de vérnix e/ou
líquido amniótico, em orelha externa dos RN. Considerando o cuidado centrado no paciente e sua
família, a redução deste índice minimiza a ansiedade gerada pelo resultado FALHA, assim como a
necessidade de deslocamento da família para o reteste. Esta estratégia, também denominada de
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
uso de metodologia combinada (EOA+PEATE) tem sido discutida pois a resposta ausente em EOA
pode sugerir uma disfunção coclear. O PEATE-a é considerado padrão-ouro para avalição de RN e,
portanto, a resposta presente é considerada normal. Todos os RN devem ter o monitoramento do
desenvolvimento auditivo na atenção básica e, portanto, a identificação de alterações progressivas
ou tardias podem estar asseguradas dentro do cuidado da saúde auditiva infantil. Estudos longitu-
dinais podem colaborar no esclarecimento deste questionamento sobre a identificação precoce de
perdas auditivas progressivas. Todos os RN com resultado FALHA são orientados para realização
do reteste em 15-30 dias, em local de própria escolha, uma vez que a maternidade não oferece
serviço ambulatorial. Entre os retestes (13,15%) realizados pela equipe de fonoaudiologia foram
diagnosticadas 3 alterações auditivas, concluídas em 1 mês, sendo todos encaminhados para
intervenção. Este resultado demonstra a viabilidade de antecipação das fases da TANU para 1-2-3
meses. Os resultados apontam para índices de qualidade que podem ser seguidos por serviços de
TANU e que possibilitam a intervenção precoce, conforme preconizada, garantindo as melhores
condições de desenvolvimento para o deficiente auditivo.
Introdução: Atraso de cirurgias eletivas gera prejuízo a qualidade percebida pelo paciente e equipe
cirúrgica, jejum prolongado e ociosidade de profissionais. São ofensores: planejamento inadequa-
do, cirurgias de emergência, ou com duração acima do esperado, atraso das equipes, morosidade
da internação, transporte ao centro cirúrgico e giro de sala. É um problema multifatorial e neces-
sita de uma abordagem ampla. Objetivo: Redução do atraso cirúrgico por ciclos sequenciais de
melhoria através da metodologia PDSA pautados na análise crítica do indicador da taxa de atraso
cirúrgico (TAC). O objetivo é reduzir a taxa mensal para menos de 20% em 12 meses. Metodologia:
Realização de ciclos de melhoria pela metodologia PDSA concatenados a partir da análise crítica
do indicador específico (TAC). O numerador do indicador é o número de cirurgias com atraso e
o denominador é o número total de cirurgias realizadas no mês. É considerado atraso quando o
paciente entra em sala mais de 20 minutos após o horário. Cirurgias “a seguir” de uma mesma
equipe não foram consideradas (critério de exclusão). Foram realizados 6 ciclos de melhoria com
as seguintes ações: CICLO 1. Ajuste do tempo agendado x tempo real: inclusão do tempo previsto
informado pelo cirurgião no AVISO DE CIRURGIA e ajuste dos horários pelo tempo médio real de
cada cirurgia para cada cirurgião no bate mapa; CICLO 2. Prevenção do atraso no primeiro horário:
Contato com o cirurgião principal 15 minutos antes do horário agendado caso ainda não tenha
aplicado o termo de consentimento. CICLO 3. Reorganização do agendamento: Restrição de plásti-
cas ao período vespertino. CICLO 4. Responsabilização dos atrasados: Perda da sala de cirurgiões
que atrasem mais que 20 minutos. CICLO 5. Melhoria do giro de sala: Enfermeira dedicada a lide-
rança do giro de sala e reorientação aos funcionários. CICLO 6. Manejo ativo da agenda vespertina:
As 12:00 horas a enfermeira avalia o mapa e tenta adiantar cirurgias do final do dia, reduzindo pro-
cedimentos no período noturno. Em todo novo ciclo foram mantidas as medidas adotadas no an-
terior, logo o impacto final se deve ao somatório. A exceção é o CICLO 4 que adaptou o CICLO 2: ao
contatar o cirurgião do primeiro horário antes da cirurgia o enfermeiro passou a avisá-lo da perda
de sala se atraso. Resultados: A TAC nos 5 primeiros meses de 2022 foi 48%. O principal ofensor
foi a discrepância entre o tempo de reserva e a duração real. Essa análise motivou o CICLO 1 (ju-
nho e julho de 2022), que resultou em uma TAC de 43% e 55%, respectivamente. A análise mostrou
concentração dos atrasos no primeiro horário e gerou o CICLO 2 (agosto de 2022) que não gerou
melhoria no indicador (53%). Porém, a análise entendeu-se que a medida poderia gerar melhoria
e valia mantê-la. Ficou evidente também o impacto das cirurgias plásticas no período matutino
(duração longa e imprevisível). Foi então iniciado o CICLO 3 (setembro de 2022) que restringiu as
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
plásticas ao período da tarde, com queda da TAC (42%). A análise evidenciou que a ação do CICLO
2 estava enfraquecendo e motivou o CICLO 4 (outubro de 2022). A partir de então o cirurgião era
contatado 15 minutos antes do horário agendado e perdia a sala se não chegasse até 20 minutos
depois deste. Houve melhoria significativa na TAC (23%). Após intervalo de um mês sem novos
ciclos, foi iniciado o CICLO 5 (dezembro de 2022) focado na eficiência operacional do giro de sala.
Para isso, foi atribuído as enfermeiras a função de liderá-lo. Houve nova piora na TAC (37%). A
análise evidenciou fragilidades no período vespertino, já que as ações anteriores sempre haviam
focado no período matutino. Iniciado o CICLO 6 (janeiro de 2023) com manejo ativo do mapa cirúr-
gico no período da tarde, pois entre as 15:00 e as 18:00 horas há menor ocupação. Após esse ciclo
retornamos a 23% de TAC, com manutenção nos dois meses seguintes (22% e 21%). No mês de
abril, foi atingida a meta, com TAC de 18%. Com isso, fica estabelecida a melhoria ao completar 7
meses com mediana de atrasos de 23%, inferior a mediana de 49% nos meses que antecederam
este conjunto de ações intencionais de melhoria. Conclusão: O atraso cirúrgico é multifatorial e
estratégia ampla é necessária para resolvê-lo. Ciclos de melhoria cumulativos pela metodologia
PDSA foram efetivos. A implementação sucessiva de ações após análise crítica mensal possibili-
tou avanços sustentáveis com a melhoria de uma das etapas do processo dando vistas a novas
oportunidades em outras.
Introdução: Somos uma equipe que luta contra infecções hospitalares! Durante muitos anos, en-
tre estudos e observações, sempre fizemos uma pergunta: porque as pessoas não higienizam as
mãos? Afinal, desde que Semmelweiss descobriu na década de 1840 que lavar as mãos evitava
mortes por sepse puerperal, ainda precisamos convencer os profissionais de saúde sobre a higie-
ne das mãos! Infelizmente, apesar de todo o esforço feito por profissionais do controle de infec-
ção, a adesão às práticas de higienização das mãos ainda é inaceitavelmente baixa, geralmente
inferior a 50%. Em países em desenvolvimento, a conformidade com a lavagem das mãos é pior,
cerca de 30%. No Brasil, essa taxa de adesão é de 27%, variando entre 12% antes do contato com
o paciente e 45% após esse contato. Uma das respostas foi que higienizar as mãos é um gesto
tão simples, sem qualquer tecnologia, que as pessoas simplesmente não o fazem. Então tivemos
a ideia de colocar um robô em nossa equipe que chamasse a atenção dos profissionais de saúde,
incentivando-os a higienizar suas mãos. Mas, como fazer isso se eles eram tão caros! Foi então
que, em 2016, numa busca pela internet, encontramos um robô de brinquedo de US$ 200 (http://
www.meccano.com/meccanoid-about): Meccanoid, um robô humanoide programável de 1,22m
de altura controlado por comandos de voz. Objetivos Responder às seguintes questões: a) Como
adaptar um robô de brinquedo para ser um instrumento de treinamento em saúde e educação
continuada dos profissionais de saúde? b) Qual é a eficácia do uso do robô no treinamento sobre
higienização das mãos? Métodos Após algumas adaptações, o robô mudou! Demos a ele um
nome (Ozires Mário), uma câmera espiã, um sistema de áudio melhor, um dispensador de álco-
ol-gel, um mini projetor e um propósito: o ex-robô de brinquedo tornou-se um professor envolvido
em campanhas de higiene das mãos. A função do mini projetor é permitir a apresentação de aulas
em vídeo, mesmo em ambientes e salas pequenas. A ideia básica é, ao invés de levar profissionais
de saúde para um auditório para que sejam ministradas aulas a eles, Ozires, acompanhado de
profissionais do controle de infecções, realiza apresentações curtas de até três minutos, na língua
portuguesa, e apresenta vídeo aulas com duração entre dois e três minutos. Os temas das aulas
envolvem sensibilização e motivação ou capacitação sobre como higienizar adequadamente as
mãos, relembrando, por exemplo, dos 5 momentos de higienização das mãos e o passo a passo da
técnica a ser realizada. Além disso, apresenta relatórios dos dados da instituição sobre infecções
e a taxa de higiene das mãos, buscando impactar e conscientizar os profissionais de saúde. Foi
criado então uma estratégia multimodal baseada centrada no robô, com sete frentes estratégicas
II Simpósio Internacional
de Qualidade e Segurança
de ação em paralelo: 1) Aulas em português, ministradas pelo robô, acrescidas das vídeo aulas
+ 2) Robô de madeira, em tamanho menor, com alerta sonoro para higiene das mãos e afixado
em pontos estratégicos do hospital + 3) Imãs de geladeira com estampas pequenas do Ozires
(presentes para pacientes e profissionais de saúde… para “lembrar da ação de higiene de mãos!”)
+ 4) Aplicativo SACIH 3i para monitoramento de higiene das mãos (https://nsp.sacihweb.com) +
5) Coleta de dados com nomes dos profissionais avaliados e elaboração de relatórios com taxas
de adesão individualizadas (feedback pessoal) + 6) Uso de alertas sonoro para higiene das mãos
nas portas dos quartos de pacientes + 7) sinalização com adesivos sensibilizando sobre adesão a
higiene de mãos. Resultados Após a inserção do Ozires, em maio de 2018, a taxa de adesão à hi-
giene das mãos aumentou de 21%, entre julho-dezembro/2017 (21% = 102 higienizações adequa-
das / 466 oportunidades de higienização das mãos), para mais de 60% após julho/2018, atingindo
70% no final de 2020 e mantendo-se em níveis mais altos desde então. Entre janeiro e dezembro
de 2022, foram observadas 1.203 oportunidades de adesão a higiene de mãos, sendo que, em 875
vezes esta prática foi feita adequadamente (73%). Conclusão Conseguimos adaptar um robô de
brinquedo como instrumento de treinamento de profissionais de saúde, criando uma nova ferra-
menta de educação continuada, um tutor em forma de robô. Finalmente, conseguimos convencer
as pessoas sobre as práticas de higiene das mãos. A adesão aumentou significativamente após a
intervenção, se mantendo de forma sustentável.
momento, se mostrou eficaz em nosso serviço para manutenção da patência do circuito de diálise
contínua pelas 72 horas preconizadas pelo nosso protocolo. Vale mantermos a observação de tais
indicadores para ver a eficácia do método de aferição do cálcio iônico pela gasometria.