Resumos - Sistema - Circulatório 3ºteste.

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3º Teste Anatomia II

Aparelho Circulatório

Identificar o aparelho cardiovascular como um sistema contínuo de vasos.

O aparelho cardiovascular é constituído por um órgão músculo central, o


coração, e dois sistemas fechados de vasos formando a pequena circulação ou
circulação pulmonar e a grande circulação ou circulação sistémica.

Saber distinguir entre grande circulação ou circulação sistémica e pequena


circulação ou circulação pulmonar e associar a cada uma destas circulações
os vasos que têm origem no coração.

Na grande circulação ou circulação sistémica, o sangue sai do ventrículo


esquerdo através da artéria aorta e dirige-se para todos os órgãos, regressando
venoso à aurícula direita, pelas veias cavas superior e inferior. Na pequena
circulação ou circulação pulmonar, o sangue sai do ventrículo direito pela artéria
pulmonar, vai aos pulmões onde é oxigenado, regressando depois à aurícula
esquerda pelas veias pulmonares.

Identificar o coração e os vasos sanguíneos como os órgãos constituintes do


aparelho cardiovascular e distinguir a função geral de cada um destes
constituintes.

Como já foi referido em cima o aparelho cardiovascular é constituído pelo


coração e vasos sanguíneos adjacentes. O coração é o órgão propulsor do
sangue, que bombeia quer para os tecidos quer para os pulmões. O sistema de
vasos permite a constante circulação do sangue, permitindo o transporte de gases
respiratórios e nutrientes por todo o organismo humano.

Distinguir funcionalmente as três porções do sistema de vasos: porção


arterial, porção capilar e porção venosa.

As artérias são vasos de pressão e de resistência que levam o sangue aos tecidos
e órgãos, apresentam paredes espessas e diâmetro reduzido. Os capilares são os
vasos onde se efectuam as trocas e as veias são vasos de armazenamento.

Identificar para qualquer região da circulação qual o tipo de sangue


(venoso ou arterializado) que aí circula.

A metade direita do coração é atravessada apenas por sangue venoso e a metade


esquerda por sangue arterial, não havendo mistura de sangue entre ambas. À
aurícula direita chega sangue venoso vindo dos diferentes órgãos e à aurícula
esquerda chega sangue arterial vindo dos pulmões, passando para os respectivos
ventrículos.

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Localizar o mediastino e identificar os seus limites.

O coração localiza-se na cavidade torácica, na região do mediastino. O


mediastino é o espaço da cavidade torácica situado entre os dois pulmões. É
delimitado em baixo pelo diafragma, em cima pelo orifício superior da cavidade
torácica, à frente pelo esterno e cartilagens costais e atrás pela região dorsal da
coluna vertebral e terço posterior das costelas.

Localizar o coração no mediastino e descrever as suas principais relações


anatómicas.

No mediastino, o coração ocupa a região anterior e inferior, relacionando-se à


frente com o esterno e cartilagens costais, lateralmente com a face interna de
cada um dos pulmões, em baixo com a porção central do diafragma (centro
frénico) e atrás com o esófago e outras estruturas anatómicas do mediastino
posterior.
Descrever a forma do coração e sua orientação.

O coração apresenta uma forma em pirâmide triangular, onde se distinguem uma


base, um vértice e três faces. A base está projectada para trás e para cima e o
vértice para a frente e para a esquerda. O eixo anatómico do coração define a sua
orientação e corresponde à direcção que une o centro da base do coração ao seu
vértice. Este eixo está orientado de cima para baixo, de trás para a frente e da
direita para a esquerda.

Designar as camadas constituintes do coração e referir as respectivas


funções.

O coração é constituído de fora para dentro por: pericárdio fibroso, folheto


parietal do pericárdio seroso, cavidade pericárdica, folheto visceral do pericárdio
seroso, miocárdio, endocárdio.

Pericárdio fibroso

Camada mais exterior que encerra toda a área cardíaca;


É uma membrana conjuntiva resistente, que chega a envolver não só o coração
mas também as raízes dos vasos que entram e saem do coração;
Dele destacam-se vários ligamentos que servem de meios de união do coração às
paredes do tórax e que contribuem para manter a posição do coração.

Pericárdio seroso

Está situado imediatamente por dentro do pericárdio fibroso e é constituído por


dois folhetos: folheto visceral em contacto directo com o coração, mais
precisamente com o miocárdio; folheto parietal, aplicado contra o anterior e em
contacto com o pericárdio fibroso. Estes dois folhetos delimitam entre si a
cavidade pericárdica;
Também o pericárdio seroso chega a envolver parte dos grandes vasos.

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Miocárdio

Porção muscular do coração dividida em duas partes: miocárdio auricular e


miocárdio ventricular;
É esta camada que permite o bombeamento do sangue para todo o corpo.

Endocárdio

Túnica mais interna do coração;


É uma membrana fina que está em continuidade com o endotélio dos vasos que
penetram e abandonam o coração.

Saber diferenciar morfológica e funcionalmente os dois tipos de câmaras


cardíacas.

Aurículas

Estão separadas por uma parede muscular, o septo interauricolar;


Ambas as cavidades auriculares apresentam uma forma cuboide com paredes
finas que estão situadas superior e posteriormente em relação aos ventrículos
respectivos;
Apresentam os orifícios de entradas das veias que aí lançam o sangue. Na
aurícula direita abrem-se as veias cavas superior e inferior e na esquerda abrem-
se duas veias pulmonares esquerdas e direitas.

Ventrículos

Estão separados pelo septo interventricular que é fibroso no quarto superior e


muscular nos três quartos inferiores;
Têm a forma de uma pirâmide triangular cujo vértice corresponde ao vértice do
coração;
Contrariamente às aurículas, possuem uma parede muscular espessa,
principalmente o ventrículo esquerdo;
A face interna da parede ventricular possui inúmeras saliências do miocárdio
que se projectam no lúmen ventricular – colunas carnosas;
Colunas carnosas de 1ª ordem – são as mais proeminentes e designam-se de
pilares do coração ou músculos papilares (impedem que as válvulas aurículo-
ventriculares sofram abaulamentos), que possuem uma das extremidades
aderentes à parede do ventrículo e a outra extremidade livre de onde se destacam
fitas tendinosas que dão pelo nome de cordas tendinosas e que se vão inserir nas
válvulas aurículo-ventriculares;
Colunas carnosas de 2ª ordem – apresentam as duas extremidades unidas às
paredes ventriculares e a parte média livre;
Colunas carnosas de 3ª ordem – estão aderentes em toda a sua extensão à parede
ventricular e apresentam-se como simples rugosidades do miocárdio ventricular;
Do ventrículo direito saem duas artérias pulmonares, esquerda e direita e do
ventrículo esquerdo sai a artéria aorta.

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Identificar os septos cardíacos e nomear as válvulas que formam o septo
aurículo-ventricular.

Septo aurículo-ventricular que separa as aurículas dos ventrículos; septo


interventricular, que separa os dois ventrículos e septo interauricolar, que separa
as duas aurículas. As válvulas que formam o septo aurículo-ventricular
designam-se aurículo-ventriculares e direccionam o fluxo de sangue num sentido
e impedem o fluxo de sangue retrógrado. No lado direito a válvula apresenta três
valvas, designando-se por isso, válvula tricúspide. No lado esquerdo a válvula
apresenta duas valvas, designando-se de válvula bicúspide ou mitral.

Nomear as válvulas que separam os ventrículos dos grandes vasos.

O sangue sai dos ventrículos para as artérias pulmonares e para a artéria aorta
através dos orifícios arteriais que apresentam cada um deles o respectivo sistema
valvular formado por três válvulas ditas sigmoides ou semilunares, mais
espessas à esquerda que à direita.

Identificar a função das válvulas cardíacas.

As válvulas abrem-se para deixar passar o sangue no sentido correcto e impedem


o retrocesso do mesmo.

Identificar o modo de funcionamento das válvulas cardíacas.

As válvulas abrem e fecham por diferenças de pressão (gradiente de pressão),


permitindo a passagem do sangue das zonas de maior pressão para as zonas de
menor pressão.

Identificar os factores que impedem a abertura em sentido contrário das


válvulas aurículo-ventriculares.

Os músculos papilares, cujas cordas tendinosas se inserem nas válvulas aurículo-


ventriculares impedem que estas válvulas sofram abaulamento.

Identificar a função da circulação coronária.

A circulação assegura o transporte de nutrientes e oxigénio até às células; a


remoção de excreções resultantes do metabolismo celular; o transporte de
hormonas até às células-alvo; a defesa do organismo contra corpos estranhos e a
distribuição do calor metabólico no organismo.

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Explicar o conceito de sincício funcional, com base nas explicações celulares
da célula muscular cardíaca: organização em rede e existência de junções
abertas.

O miocárdio é um sincício funcional, ou seja, uma estrutura em que certos


elementos perderam a individualidade e que passaram a formar um conjunto
unificado. No caso do tecido muscular cardíaco, os cardiomiócitos mantêm-se
como células mononucleadas e separadas, mas que comunicam por estruturas
especializadas da membrana celular, os discos intercalares.

Identificar o miocárdio como dois sincícios funcionais.

Os discos intercalares são pontos de comunicação entre os citoplasmas que


permitem a propagação do potencial de acção entre as células do miocárdio. Daí
a designação de sincício funcional, traduzindo o facto de a despolarização de um
ponto do miocárdio ventricular ou auricular se propagar ao longo de toda a
massa, respectivamente dos ventrículos ou das aurículas. O coração é formado
por dois sincícios funcionais, um auricular e outro ventricular. Estes estão
separados pelo septo aurículo-ventricular, que impede a propagação directa da
despolarização entre as aurículas e os ventrículos.

Explicar a lei do tudo ou nada aplicada ao músculo cardíaco.

A massa do miocárdio que se contrai é sempre a mesma. O coração sofre


despolarização por completo.

Identificar as diferenças entre o potencial de acção na célula cardíaca e da


fibra muscular esquelética.

O potencial de acção na célula cardíaca e na fibra muscular esquelética é


praticamente igual, diferindo apenas num parâmetro: é muito mais longo na
célula cardíaca (neurónio – 2/3ms; célula cardíaca – 250/300ms). Esta maior
duração deve-se a um atraso na repolarização.

Saber explicar, com base nas características do período refractário, a não


existência de fusão do tétano na contracção do miocárdio.

O período refractário, que corresponde ao momento em que a membrana é


incapaz de gerar um novo potencial de acção, é uma característica de todas as
membranas excitáveis. Nas células cardíacas, este período é bastante mais longo
que o verificado nas outras células excitáveis e destina-se a impedir fenómenos
de tetania ou somação de impulsos. No caso do coração, a maior duração do
período refractário absoluto impede exactamente a ocorrência de tétano e
assegura a alternância entre a contracção e o relaxamento do miocárdio, que é
essencial para função de bomba do coração.

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Identificar no coração as propriedades específicas de automatismo e
ritmicidade.

Todas as células cardíacas são excitáveis, mas algumas são autoexcitáveis, o que
significa que espontaneamente geram e propagam actividade eléctrica. Estas
células designam-se de células nodais ou células automáticas. Estas células
distribuem-se pelo órgão de uma forma organizada, englobando várias estruturas
que formam o aparelho nodal ou aparelho autoexcitatório do coração. Este é
responsável por gerar os potenciais de acção e propagá-los a todo o miocárdio,
de modo a que a contracção do coração se faça de forma automática, ritmada e
coordenada, sem depender do controlo do sistema nervoso.

Identificar o tecido nodal como o responsável pelas propriedades


anteriores.

Respondido em cima.

Descrever a localização anatómica das diversas instâncias do tecido nodal.

As várias estruturas que formam o aparelho nodal incluem: nódulo sino-


auricular; nódulo aurículo-ventricular; feixe de His e rede de Purkinje.

Nódulo sino-auricular

É composto por um conjunto de células automáticas dispostas em meia-lua na


parede posterior da aurícula direita junto ao orifício da veia cava superior.

Nódulo aurículo-ventricular

Situa-se junto ao septo aurículo-ventricular e septo interauricular;


Este nódulo está em continuidade com o feixe de His.

Feixe de His

Penetra nos ventrículos através do septo interventricular e que, seguidamente, se


divide nos ramos direito e esquerdo, com trajectos respectivamente na parede
direita e parede esquerda do septo interventricular.

Rede de Purkinje

O feixe de His dá lugar a esta rede que se distribui pelo miocárdio ventricular,
desde o vértice até à base, quando alcançado o vértice dos ventrículos.

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Identificar o nódulo sino-auricular como o marcapasso cardíaco.

As características das membranas celulares das células automáticas variam de


acordo com a estrutura do aparelho nodal a que pertencem. O fluxo de sódio
durante o potencial de repouso é maior nas células do nódulo sino-auricular e o
limiar de excitação destas células é também mais baixo do que o das restantes
instâncias do tecido nodal. Daqui resulta que a frequência espontânea com que
os potenciais de acção são desencadeados é mais elevada no nódulo sino-
auricular do que nas restantes células automáticas. Desta forma, o nódulo sino-
auricular assume o papel de marcapasso cardíaco.

Descrever a origem e propagação do impulso eléctrico ao longo do tecido


nodal e miocárdio.

Nódulo sino-auricular

Devido à maior frequência de excitação das células sino-auriculares, estas


despolarizam primeiro do que qualquer uma das outras e iniciam a excitação do
coração antes que as outras instâncias o possam fazer. Uma vez iniciada no
nódulo sino-auricular, a excitação propaga-se ao longo do sincício auricular a
uma velocidade relativamente elevada. Para além desta forma de propagação,
existem nas aurículas feixes nodais auriculares e internodais, que, no entanto,
não são decisivos para a coordenação da sístole auricular.

Nódulo aurículo-ventricular

Os feixes internodais ajudam a orientar a excitação para o nódulo aurículo-


ventricular. Uma vez despolarizados os cardiomiócitos auriculares, iniciam os
processos de acoplamento excitação/contracção, de onde decorre a contracção
auricular. Enquanto esta se dá, a excitação propaga-se no nódulo aurículo-
ventricular, de forma a despolarizar os ventrículos. No nódulo
aurículo-ventricular, a propagação faz-se a uma velocidade muito baixa,
atrasando significativamente a despolarização dos ventrículos, o que
funcionalmente tem importância, por permitir o desfazamento entre a contracção
das aurículas e a contracção dos ventrículos.

Feixe de His e rede de Purkinje

Após percorrido o nódulo aurículo-ventricular, a excitação do tecido nodal é


conduzida de forma muito rápida ao longo do sistema His-Purkinje e, por fim,
ao longo do sincício ventricular. A propagação rápida da despolarização pelos
ventrículos assegura a contracção coordenada do miocárdio ventricular e um
funcionamento eficiente do coração.

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Definir o ciclo cardíaco e descrever as suas cinco fases.

A função de bomba do coração depende da sucessão de ciclos de contracção e


relaxamento do miocárdio, sem os quais a circulação do sangue ao longo do
sistema de vasos não é possível. O ciclo mecânico cardíaco é composto pelas
fases de contracção ou sístole e relaxamento ou diástole. Dentro destas duas
fases encontram-se cinco sub-fases, duas incluídas na sístole e três na diástole:
preenchimento lento (sístole auricular), contracção isovolumétrica, ejecção,
relaxamento isovolumétrico e preenchimento rápido.

Preenchimento rápido

A partir do momento em que se abrem as válvulas aurículo-ventriculares, os


ventrículos começam a encher-se de sangue, rapidamente no início e depois mais
lentamente. Esta fase é a mais importante no preenchimento ventricular e o
elevado fluxo de sangue é devido a dois factores. Por um lado, o fluxo contínuo
de sangue das veias para as aurículas durante a sístole fez acumular um volume
considerável de sangue nas mesmas, que rapidamente flúi para os ventrículos
logo após a abertura das válvulas. Depois, o relaxamento ventricular durante a
fase de relaxamento isovolumétrico faz descer a pressão ventricular para valores
inferiores a 0, o que produz um efeito de sucção, fazendo aumentar a velocidade
de entrada do sangue nos ventrículos. Seguidamente o preenchimento
ventricular faz-se mais lentamente e é completado com a sístole auricular.

Preenchimento lento ou sístole auricular

Esta é considerada a fase que dá início ao ciclo cardíaco. Corresponde à


contracção das aurículas, havendo assim um aumento da pressão no seu interior
e passagem de um certo volume de sangue para os ventrículos. Nesta fase as
válvulas aurículo-ventriculares estão abertas de modo a permitir esse fluxo;
Esta fase coincide com a diástole, dado que os ventrículos estão em relaxamento.
Por outro lado é a fase que precede imediatamente a sístole ventricular;
A contracção auricular serve para terminar o preenchimento ventricular, antes
dos ventrículos iniciarem a sua contracção;
No final desta fase, o volume dos ventrículos alcança o valor mais elevado de
todo o ciclo e que é designado de volume diastólico final (140ml em cada
ventrículo).

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Contracção isovolumétrica

Esta é a primeira fase da sístole ventricular, em que o miocárdio inicia a


contracção, aumentando a pressão dentro dos ventrículos;
O início desta fase é marcado pelo fecho das válvulas aurículo-ventriculares, que
ocorre quando a pressão nos ventrículos se torna superior à pressão no interior
das aurículas. As duas válvulas aurículo-ventriculares (tricúspide e bicúspide)
têm encerramento simultâneo, que corresponde ao primeiro ruído cardíaco;
É nesta fase que o incremento da pressão intraventricular é mais acentuado,
progredindo até ao ponto em que ultrapassa a pressão diastólica das artérias
aorta e pulmonar. Quando chega este momento, as válvulas sigmóides (aórtica e
pulmonar) abrem-se, permitindo o fluxo de sangue dos ventrículos para as
artérias. Esta fase dura o intervalo de tempo em que todas as válvulas estão
fechadas e não existe variação do volume dos ventrículos.

Ejecção

É nesta fase que se cumpre a principal função de bomba do coração através da


ejecção de sangue dos ventrículos para a circulação pulmonar e sistémica. Os
ventrículos esvaziam cerca de 60% do seu volume durante esta fase, o que
significa que 40% do volume diastólico final fica nos ventrículos no final da
sístole. Este volume é aproximadamente de 60 ml e é designado de volume
residual ou volume sistólico final. Em repouso, o volume diastólico final é de
cerca de 140 ml em cada ventrículo, o volume residual de 60 ml e o volume
sistólico de 80 ml.

Relaxamento isovolumétrico

No final da sístole/início da diástole, a pressão intraventricular torna-se inferior


ao valor da pressão nas artérias, o que implica o encerramento das válvulas
sigmoides. Neste momento os ventrículos ficam encerrados, não havendo
variação do volume dos ventrículos, tal como na fase de contracção
isovolumétrica;
Esta fase corresponde à primeira fase da diástole e é acompanhada pela
diminuição da pressão nos ventrículos. O seu início corresponde ao segundo
ruído cardíaco, que resulta do encerramento das válvulas sigmoides;
Termina quando a pressão ventricular desce abaixo do valor da pressão
auricular, momento em que há a abertura das válvulas aurículo-ventriculares.

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Relacionar o gráfico de pressões do coração esquerdo com as fases do ciclo
cardíaco e o momento da abertura e encerramento das válvulas cardíacas.

Diástole Sístole Diástole

Fecham vál. aurículo-ventriculares Fecham válvulas sigmóides

Abrem válvulas sigmóides Abrem vál. aurículo-ventriculares

A – Preenchimento rápido C – Contracção isovolumétrica


B – Sístole auricular D – Ejecção E – Relaxamento isovolumétrico

Saber definir o volume sistólico e frequência cardíaca.

Volume sistólico – volume de sangue que é transferido para a circulação em


cada ciclo cardíaco.
Frequência cardíaca – número de ciclos cardíacos, contracções ou batimentos,
realizados por minuto.

Definir os conceitos de bradicárdia e traquicárdia.

Bradicárdia – quando a frequência cardíaca se torna inferior a 60 batimentos por


minuto;
Taquicárdia – quando a frequência cardíaca é superior a 100 batimentos por
minuto.

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Saber definir débito cardíaco a partir dos dois parâmetros referidos no
ponto anterior.

O débito cardíaco corresponde ao volume de sangue bombeado pelo coração


num minuto. É obtido pelo produto entre o volume sistólico e a frequência
cardíaca.

Definir os parâmetros de volume diastólico final e volume sistólico final ou


volume residual.

O volume diastólico final é, tal como o nome indica o volume de sangue no final
da diástole (aproximadamente 140 ml em cada ventrículo). O volume sistólico
final ou volume residual é o volume do total do volume diastólico final que
permanece nos ventrículos no final da sístole, e portanto, não é lançado para a
circulação (aproximadamente 60 ml).

Identificar os parâmetros referidos acima no gráfico do volume ventricular.

Respondido em cima.

Definir retorno venoso.

O retorno venoso é essencial para a função cárdio-circulatória, caso contrário o


acumular de sangue nas veias produziria diminuição do débito cardíaco e queda
da pressão arterial. O retorno venoso consiste no regresso do sangue ao coração.

Identificar os factores responsáveis pelo retorno venoso: gradiente de


pressão venosa, palmilha venosa, válvulas venosas, bomba respiratória e
bomba muscular.

Gradiente de pressão venosa

A pressão nas vénulas é maior do que a pressão na aurícula direita. Assim,


estabelece-se um gradiente de pressão que facilita o retorno venoso.

Palmilha venosa

A região plantar possui uma rede venosa bastante desenvolvida que é


pressionada pelo apoio plantar, servindo para empurrar a coluna de sangue ao
longo do membro inferior.

Bomba muscular

Nos membros, as veias superficiais comunicam com as veias profundas através


das veias perfurantes, que possuem válvulas que orientam o fluxo de sangue das
veias superficiais para as profundas. Quando os músculos se contraem

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comprimem as veias profundas, empurrando a coluna de sangue no sentido do
coração, com a ajuda das válvulas venosas. Depois, o relaxamento dos músculos
faz diminuir a pressão no interior das veias profundas, permitindo que sejam de
novo preenchidas com o sangue vindo das veias superficiais.

Bomba respiratória

A inspiração facilita a passagem do sangue do abdómen para o tórax e facilita o


retorno venoso a partir dos vasos do pescoço, tendo um efeito de aspiração do
sangue que é drenado daquela região do corpo. A redução da pressão durante a
inspiração faz aumentar o volume das veias pulmonares, reduzindo o retorno
venoso à aurícula esquerda e, consequentemente, o volume sistólico do
ventrículo esquerdo. Na expiração, aumenta o volume de sangue que retorna à
aurícula esquerda e o volume sistólico da circulação sistémica.

Válvulas venosas

As válvulas permitem que todos os factores atrás se realizem com êxito, ou seja,
é através do mecanismo de abertura/encerramento das válvulas que o retorno venoso
se torna possível. Assim, as válvulas abrem para deixar subir o sangue, e fecham
para impossibilitar que este volte para baixo.

Saber categorizar os mecanismos de regulação da actividade cardíaca em


dois grupos: intrínsecos e extrínsecos.

Mecanismos intrínsecos: lei de Frank-Starling ou lei do coração;


Mecanismos extrínsecos: inervação vegetativa e tono vagal e mecanismos
hormonais.

Enunciar a lei de Frank-Starling e explicar como esta influencia o volume


sistólico.

Esta lei, também designada de lei do coração, exprime a resposta do coração ao


preenchimento ventricular. O aumento do volume ventricular na fase de
relaxamento é seguido de um aumento na força de contracção. Isto relaciona-se
com a relação força/comprimento. Uma vez que o coração se contrai quando
esta relação vai aumentando (aumenta mais a força em relação ao comprimento),
o aumento do volume do coração durante o relaxamento (aumenta o
comprimento dos sarcómeros), produz um aumento da força que é gerada pelo
miocárdio. Assim, a força de contracção do miocárdio aumenta quando o
volume diastólico final é superior, devido ao maior retorno venoso. “O coração
bombeia todo o sangue que a ele chega” (lei do coração) – isto significa que o
volume sistólico se adapta às variações do retorno venoso, evitando a
acumulação de sangue no interior do coração. Para além do aumento da força de
contracção do miocárdio, o aumento do retorno venoso produz um aumento da
frequência cardíaca.

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Saber como o parassimpático (tónus vagal) determina a frequência cardíaca
em repouso.

Em repouso existe um predomínio da acção do parassimpático sobre o coração,


facilmente perceptível pelos valores de frequência cardíaca que são inferiores
aos valores espontâneos de excitação do nódulo sino-auricular. Este tono
parassimpático (tono vagal), modera a frequência cardíaca. Os efeitos do
parassimpático sobre o coração são: hiperpolarização do potencial de repouso
das células cardíacas; diminuição da taxa de despolarização diastólica das
células automáticas; aumento da duração do período refractário e da velocidade
de condução ao nível dos ventrículos; ligeira diminuição da força de contracção
do miocárdio. A maior parte destes efeitos reduz a frequência de excitação do
nódulo sino-auricular e consequentemente a frequência cardíaca.

Descrever o efeito da activação simpática sobre a frequência cardíaca e o


volume sistólico.

O sistema nervoso simpático produz um aumento da frequência cardíaca e da


contractilidade do coração. A noradrenalina produz: aumento da velocidade de
despolarização diastólica das células do nódulo sino-auricular; aumento da
excitabilidade e da velocidade de condução ao longo do miocárdio; aumento da
contractilidade e da velocidade de relaxamento do coração.
Identificar as hormonas (catecolaminas e tiroxina) como estimuladoras da
actividade cardíaca.

A libertação da adrenalina e noradrenalina ocorre em resultado da estimulação


simpática, como tal, os efeitos que estas duas hormonas produzem são idênticos
aos da estimulação simpática;
A função das hormonas tiroideias está associada ao desenvolvimento do tecido
cardíaco e, em particular, à regulação da expressão das proteínas contrácteis;
estas hormonas estimulam a síntese de numerosas proteínas, incluindo os
receptores adrenérgicos. Desta forma contribuem para acção do simpático e das
catecolaminas sobre o coração.

Identificar os iões cujas concentrações nos líquidos corporais são


susceptíveis de alterar a actividade cardíaca: cálcio e potássio.

Potássio

O excesso de concentração de iões de potássio reduz a frequência cardíaca e o


volume sistólico, provocando uma depressão da função cardíaca. O aumento do
potássio provoca bloqueio cardíaco por interrupção da condução da excitação ao
longo do coração. Este aumento está associado a uma despolarização parcial do
potencial de membrana em repouso e a uma diminuição da amplitude do
potencial invertido, o que condiciona uma diminuição da propagação do
potencial de acção e uma menor entrada de cálcio para o interior das células
cardíacas por bloqueio parcial dos processos de acoplamento
excitação/contracção.

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A diminuição da concentração de potássio produz uma redução da frequência
cardíaca devido a uma hiper polarização do potencial de membrana, sem afectar,
no entanto, a força de contracção.

Cálcio

O aumento da concentração de cálcio produz um aumento da força de


contracção do miocárdio por aumento da sua entrada para o interior das células.
A redução da concentração de cálcio está associada a uma redução da força de
contracção e a um aumento da frequência cardíaca devido ao aumento da
excitabilidade da membrana.

Distinguir histologicamente a parede dos três tipos de vasos: artérias,


capilares e veias.

Respondido em baixo.

Associar as características morfológicas das paredes dos vasos às suas


funções.

Artérias

As artérias de grande calibre são vasos em que o sangue circula com uma
pressão elevada. Sendo assim, possuem uma maior quantidade de fibras
elásticas, necessárias para assegurar uma boa resposta elástica às variações de
pressão;
As artérias de médio e pequeno calibre apresentam um maior desenvolvimento
da camada muscular, o que lhes permite participar na redistribuição do fluxo
sanguíneo pelos vários órgãos, pois a função destes vasos é precisamente
distribuir o fluxo sanguíneo pelos diferentes órgãos.

Capilares

Os capilares apresentam somente um endotélio, assente sobre uma membrana


basal de tecido conjuntivo laxo, o que permite as trocas entre o sangue e os
tecidos, razão pela qual os capilares são designados de vasos de trocas.

Veias

As vénulas possuem uma constituição semelhante à dos capilares. Em


continuidade com as vénulas estão as pequenas veias, que já apresentam uma
camada muscular (túnica média) delgada e uma adventícia (túnica externa);
As veias possuem no seu interior válvulas, que impedem o refluxo retrógrado da
coluna de sangue. Estes vasos são vasos de armazenamento.

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Identificar todos os factores que condicionam o retorno venoso.

Gradiente de pressão venosa, palmilha venosa, válvulas venosa, bomba


muscular e bomba respiratória.

Distinguir as porções da aorta.

A aorta pode ser dividida em três porções: aorta ascendente, crossa da aorta e
aorta descendente.

Identificar as carótidas como as principais artérias responsáveis pela


irrigação da cabeça.

Dã! As carótidas são as principais veias responsáveis pela irrigação da cabeça.

Identificar as subclávias como as principais artérias responsáveis pela


irrigação do membro superior.

Da crossa da aorta (curvatura para a esquerda e para trás) nascem três artérias de
grosso calibre: tronco bráquio-cefálico (responsável pela irrigação da cabeça),
artéria carótida primitiva (responsável pela irrigação do pescoço) e artéria
subclávia esquerda (responsável pela irrigação dos membros superiores).

Identificar as ilíacas primitivas como as principais artérias responsáveis


pela irrigação do membro inferior.

Podemos dividir a aorta descendente em duas regiões: região torácica e região


abdominal. Em ambas existem ramos parietais e ramos viscerais. De entre os
ramos parietais da região abdominal destacam-se as artérias ilíacas primitivas
que irrigam os membros inferiores.

Identificar a aorta torácica como local de origem da irrigação dos órgãos do


tórax.

Na região torácica da aorta descendente, os ramos parietais irrigam a parede


torácica e os ramos viscerais irrigam as vísceras torácicas.

Identificar a aorta abdominal como local de origem da irrigação dos órgãos


abdominais.

Na região abdominal da aorta descendente, os ramos parietais irrigam os


músculos e estruturas esqueléticas do abdómen e os ramos viscerais irrigam os
órgãos abdominais.

15
Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Identificar os territórios de drenagem respectivos das veias cavas superior e
inferior.

O retorno venoso da circulação sistémica é feito por intermédio de três veias: o


seio coronário, que drena o sangue do coração; a veia cava superior, que recebe
o sangue da cabeça e membros superiores; veia cava inferior que drena o sangue
do tronco e membros inferiores.

Identificar as alterações da pressão hidrostática nas diferentes porções da


circulação sistémica.

Ao nível das grandes artérias a pressão sanguínea apresenta um valor médio de


100 mmHg, baixando progressivamente até aos 0 mmHg quando é alcançada a
aurícula direita (gradiente de pressão na circulação sistémica é, portanto de 100
mmHg). Nas grandes e médias artérias, a pressão sanguínea não sofre grande
variação, devido à fraca resistência que estes vasos oferecem ao fluxo. O
decréscimo mais acentuado é registado nas arteríolas. O elevado gradiente de
pressão que é medido nas arteríolas revela que estas oferecem uma importante
resistência ao fluxo. Na circulação capilar a pressão hidrostática decresce
também de um forma visível. Do final da circulação capilar até à aurícula direita
a pressão diminui até aos 0 mmHg, o que mostra que, embora o calibre das veias
seja grande, a resistência que oferecem ao fluxo sanguíneo é significativa.

Saber definir a relação entre área de secção transversal e velocidade do


fluxo e justificar a partir desta relação as variações de velocidade do fluxo
em diferentes porções da circulação.

Num determinado sector da circulação, a área total de secção transversa é dada


pelo somatório das áreas de todos os vasos que fazem parte desse sector. Assim,
a área de secção transversal total aumenta das artérias até aos capilares,
diminuindo depois dos capilares até às veias. O fluxo de sangue é então dado
pelo produto entre a velocidade e a área. Deduz-se então que a velocidade de
fluxo sanguíneo é muito elevada nas artérias, reduz de forma acentuada nos
capilares e volta a aumentar nas veias. Na circulação capilar a diminuição da
velocidade de fluxo serve para aumentar o tempo disponível para as trocas entre
tecidos e capilares.

Descrever a importância dos esfíncteres pré-capilares e das arteríolas na


regulação do fluxo capilar.

No ponto de origem dos capilares existe um esfíncter pré-capilar que tem por
função regular o fluxo de sangue em cada um dos capilares, de acordo com a
actividade metabólica das células vizinhas. É nas arteríolas que se verifica uma
maior redução da pressão, o que significa que elas oferecem uma importante
resistência ao fluxo. Deste modo, possibilitar-se-ão trocas mais eficazes.

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Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Distinguir os três tipos de mecanismos de regulação do fluxo sanguíneo:
local, neurogénio e hormonal.

Mecanismos nervosos ou neurogénios

Os mecanismos nervosos de regulação do fluxo sanguíneo periférico dependem


da divisão simpática do sistema nervoso autónomo. Os vasos sanguíneos
apresentam um estado de vasoconstrição devido ao tono vasomotor. A
actividade vasomotora simpática pode aumentar ou diminuir esse estado de
vasoconstrição das artérias e arteríolas, modificando o fluxo sanguíneo dessa
região. A grande maioria da inervação simpática tem uma acção vasoconstritora.

Mecanismos hormonais

O controlo hormonal é feito por intermédio das catecolaminas, angiotensina II e,


em menor grau, pela hormona antidiurética. As catecolaminas incluem a
adrenalina e a noradrenalina. Na maioria dos tecidos, as catecolaminas têm uma
acção vasoconstritora por intermédio dos receptores α-adrenérgicos, reforçando
a acção da estimulação nervosa simpática. No músculo-esquelético, a adrenalina
tem uma acção vasodilatadora por intermédio dos receptores ß-adrenérgicos, que
serve para compensar a acção vasoconstritora da noradrenalina exercida por
intermédio dos receptores α-adrenérgicos. A angiotensina e a hormona
antidiurética têm uma acção vasoconstritora.

Mecanismos locais

Os mecanismos anteriores exercem uma acção de regulação sistémica e são


responsáveis pela redistribuição do fluxo sanguíneo entre os sectores da
circulação. Esta acção é essencial para manter a pressão arterial, para permitir o
aumento do débito cardíaco e para fornecer mais sangue aos órgãos onde
aumenta a actividade metabólica. Estes mecanismos são os principais factores de
regulação do fluxo sanguíneo aos tecidos e operam sobretudo na circulação
capilar, ajustando o fluxo à actividade metabólica dos tecidos. Reconhecem-se
três formas de regulação do fluxo sanguíneo: autorregulação do fluxo, hiperémia
activa e hiperémia reactiva.
Autorregulação do fluxo: este mecanismo permite manter estável o fluxo de
sangue aos órgãos, apesar das variações de pressão. Os mecanismos
responsáveis por esta forma de regulação são comuns às outras duas formas de
regulação local do fluxo, sendo explicados pela acção dos metabolitos
vasodilatadores. Estes metabolitos aumentam a sua concentração quando o
aporte de oxigénio é insuficiente ou quando a actividade metabólica aumenta.
Hiperémia activa: consiste no aumento do fluxo sanguíneo que acompanha o
incremento da actividade metabólica do tecido. A causa deste aumento é a
vasodilatação das arteríolas e esfíncteres pré-capilares por acção dos metabolitos
vasodilatadores.
Hiperémia reactiva: após um período de interrupção parcial ou total do fluxo a
um órgão ou tecido, o fluxo sanguíneo ao local aumenta. Este fenómeno é
conhecido como hiperémia reactiva.

17
Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Identificar o principal mecanismo de regulação local do fluxo sanguíneo:
metabolitos vasodilatadores.

Respondido em cima.

Identificar os mecanismos neurogénios de regulação do fluxo sanguíneo:


sistema nervoso simpático.

Respondido em cima.

Identificar os mecanismos hormonais de regulação do fluxo sanguíneo:


catecolaminas.

Respondido em cima.

Identificar a redistribuição do fluxo sanguíneo durante o esforço físico.

O exercício é acompanhado de respostas que se traduzem num aumento do


débito cardíaco, que está associado a um aumento da pressão arterial, sobretudo
do valor sistólico. O fluxo sanguíneo do músculo-esquelético em repouso
corresponde a cerca de 20% do débito cardíaco. Esta situação altera-se
radicalmente durante a contracção muscular ou a realização de exercício,
durante os quais o fluxo sanguíneo pode atingir 15 a 20 L/minuto, aumentando
até 20 vezes acima do valor de repouso. Este aumento deve-se à acção
conjugada dos factores nervosos, hormonais e locais, que promovem a
vasodilatação e a abertura das redes capilares, que, em repouso, estão
encerradas.

Definir pressão sistólica e pressão diastólica.

O volume sistólico, ao fluir para a câmara aórtica, faz aumentar a pressão


hidrostática sobre as paredes deste vaso até um valor que corresponde à pressão
sistólica. Na fase de diástole, na qual não há ejecção de sangue do coração em
que o sangue se escoa da aorta para a periferia, há um decréscimo da pressão na
aorta para o valor que corresponde à pressão diastólica.

Enunciar a expressão de pressão arterial e deduzir com base nessa


expressão o modo como é possível fazer variá-la.

A pressão arterial reflecte o valor do gradiente de pressão e é dada através da


seguinte expressão: PAM = PD + ⅓ (PS – PD). Pode ser calculada através da
fórmula: PAM = Débito cardíaco x Resistência periférica. Sendo assim, é
possível fazermos variar tendo em conta estes dois parâmetros. O débito é
aproximadamente de 5L/min e a resistência periférica varia com o comprimento
do circuito e com o raio dos vasos.

18
Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Distinguir mecanismos reguladores da pressão arterial a curto, médio e
longo prazo.

Mecanismos de curto prazo

Dizem respeito a reflexos nervosos que são desencadeados rapidamente após ter
sido detectada uma alteração na pressão arterial. É o chamado reflexo
barorreceptor, que implica, tal como a generalidade dos reflexos, vias
aferentes, centros nervosos e vias eferentes.
Os centros nervoso encontram-se dispersos no tronco cerebral, principalmente
na substância reticulada do bulbo raquidiano e da protuberância, e não formam
um centro único, embora se fale de um centro vasomotor. Os barorreceptores
arteriais são formados por terminações nervosas livres que se distribuem pela
parede das artérias. Estas terminações sobem até ao bulbo através de fibras
aferentes. Estes receptores são sensíveis à deformação da parede dos vasos. O
aumento da pressão dos vasos estimula os receptores, fazendo aumentar a
frequência dos potenciais de acção. Contrariamente, a diminuição da pressão
diminui a actividade dos barorreceptores. Estes receptores adaptam-se aos novos
valores de pressão, o que torna este mecanismo ineficaz para uma acção mais
prolongada.

Mecanismos de médio prazo

Os mecanismos nervosos reflexos actuam muito rapidamente, mas sofrem


adaptação, tornando-se ineficazes. Assim, existem mecanismos de natureza
hormonal que mantêm a sua acção por tempo mais prolongado. As hormonas
implicadas nesta regulação são normalmente hipertensoras: catecolaminas,
sistema renina-angiotensina e hormona antidiurética ou vasopressina.
As catecolaminas são secretadas pela medula supra-renal devido à activação do
simpático, o que ocorre em resultado da estimulação do reflexo barorreceptor. A
acção das catecolaminas é semelhante à da estimulação simpática, mas a sua
acção é mais duradoura.
O sistema renina-angiotensina tem também uma acção hipertensora. A descida
da pressão arterial e a activação do simpático estimulam a secreção de renina.
Esta enzima cataliza a conversão de angiotensinogénio em angiotensina I, que
por sua vez é convertida em angiotensina II. A angiotensina II tem uma acção
vasoconstritora e potencia a acção do simpático.
A hormona antidiurética é libertada pela neurohipófise quando há diminuição do
volume do líquido corporal e a sua principal acção é promover a reabsorção
renal de sódio e água. No entanto, esta hormona provoca também uma
vasoconstrição.

Mecanismos de longo prazo

Os mecanismos de médio prazo cumprem uma função de regulação da pressão


arterial sobretudo em situações agudas de hemorragia ou desidratação. Quando a
hipertensão se prolonga, as respostas fisiológicas para compensar esta situação
passam a ser a nível renal, fazendo variar a reabsorção de electrólitos e água. As
variações da diurese estão associadas a variações da volémia (volume de sangue
circulante). O aumento da volémia faz aumentar a pressão arterial, acontecendo

19
Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
o inverso na situação contrária. De entre os mecanismos renais incluídos nesta
categoria, distinguem-se os sistemas hormonais hipertensores da renina-
angiotensina-aldosterona e da hormona antidiurética. De entre os mecanismos
hipotensores destacam-se o péptido natriurético auricular e o mecanismo da
diurese de pressão.
A angiotensina II, para além da acção vasoconstritora, actua sobre as células do
córtex supra-renal, estimulando a secreção da aldosterona, um
mineralocorticóide. A aldosterona vai promover no rim, a excreção de K+ e a
reabsorção de Na+ e de água, contribuindo para o volume de líquido corporal e
da volémia.
O mecanismo da hormona antidiurética é semelhante ao anterior. A diminuição
da volémia é assinalada por receptores de volume situados em vários locais do
aparelho circulatório, e a estimulação destes receptores, provoca a libertação da
hormona antidiurética. Esta hormona actua também no rim, aumentando a
reabsorção de água e contribuindo para o aumento da volémia. Estas duas
hormonas possuem um efeito hipertensor.
O péptido natriurético auricular é uma hormona produzida por células
especializadas das aurículas, que segregam este péptido quando os receptores de
volume localizados igualmente nas aurículas, assinalam o aumento da volémia.
Esta hormona actua no rim, diminuindo a reabsorção de água e aumentando,
deste modo, a diurese. Estes efeitos tendem a repor os valores normais da
volémia e da pressão arterial.
O mecanismo da diurese de pressão é considerado como um mecanismo renal
passivo de regulação a longo prazo do volume de líquido corporal. Este
mecanismo é o resultado entre a variação da pressão arterial e a excreção da
água. Assim, o aumento da pressão arterial determina uma maior taxa de
filtração de sangue no rim e um maior débito urinário. Quando há diminuição da
pressão arterial observa-se uma diminuição do débito urinário, o que aumenta o
volume do líquido corporal e a volémia.

Descrever o reflexo barorreceptor.

Este reflexo tem uma acção rápida (1 minuto). Os barorreceptores estão


concentrados nas grandes artérias e ao nível das carótidas primitivas (cérebro).
Quando há uma deformação nos vasos, por vasoconstrição ou vasodilatação, os
barorreceptores transportam essa informação através das vias aferentes, até ao
centro vasomotor, que se encontra na substância reticulada. É o centro
vasomotor que vai “dar ordem” ao sistema nervoso simpático, de aumentar o
débito e a resistência periférica, de modo a provocar vasoconstrição
(normalmente). Quando a pressão arterial diminui, os barorreceptores reduzem a
sua actividade e a actividade dos centros cardiovasculares altera-se. Esta
diminuição de actividade dos barorreceptores implica um aumento da actividade
do sistema nervoso simpático e consequentemente, aumenta a frequência
cardíaca, a contractilidade e o tono vasomotor. Assim, aumenta o débito
cardíaco e a resistência periférica, aumentando, portanto, a pressão arterial. Na
situação contrária, quando aumenta a pressão arterial, os barorreceptores
aumentam a sua actividade, o que provoca uma diminuição da resistência
periférica, devido à diminuição do tono vasomotor por inibição simpática, e
reduzem o débito cardíaco, fazendo baixar a pressão arterial.

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Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Explicar a génese dos ruídos cardíacos.

O primeiro ruído cardíaco corresponde ao encerramento simultâneo das duas


válvulas aurículo-ventriculares. O segundo ruído cardíaco corresponde ao
encerramento das válvulas sigmoides.

Saber determinar a pressão arterial sistólica e diastólica pelo método


auscultatório e saber enunciar os valores normais.

Os valores máximos e mínimos da pressão arterial podem ser determinados com


recurso ao esfigmomanómetro. Este instrumento é constituído por uma manga
insuflável, uma pêra de insuflação e um manómetro, que faz a leitura da pressão
no interior da manga. O estetofonendoscópio (conhecido por estetoscópio) é
colocado sobre a artéria umeral, junto à prega do cotovelo. Primeiro a manga é
insuflada, até uma pressão aproximada de 160/180 mmHg. Depois, abre-se a
válvula existente na pêra, permitindo a descida lenta da pressão da manga. O
momento em que se ouve o primeiro ruído corresponde ao valor da pressão
sistólica. Continuando a pressão a descer, chega-se a uma valor de pressão em
que deixa de se ouvir ruído – pressão diastólica. O valor normal da pressão
diastólica é 80 mmHg e da pressão sistólica 120 mmHg.

Saber fundamentar o procedimento para a determinação da pressão


arterial pela utilização do esfigmomanómetro pelo método auscultatório.

Há dois métodos possíveis para medir a pressão arterial: método auscultatório e


método palpatório. O primeiro é mais utilizado e preferível, pois permite
determinar os valores da pressão sistólica e diastólica, enquanto o método
palpatório só obtém a pressão sistólica.

Definir pulso arterial e referir a sua origem na câmara aórtica.

O pulso de pressão é resultante da distensão e retracção da câmara aórtica.

Identificar as artérias radial e carótidas primitivas como exemplos de


artérias de medição do pulso.

A palpação do pulso arterial é normalmente feita na artéria radial. No entanto, a


palpação pode ser feita noutros locais como na artéria carótida primitiva.

Saber determinar o pulso arterial.

O pulso arterial é igual à diferença entre a pressão sistólica e a pressão


diastólica.

21
Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Representar e interpretar o traçado eletrocardiográfico base.

O ciclo cardíaco inclui a onda P (corresponde à despolarização auricular), o


complexo QRS (corresponde à despolarização ventricular) e a onda T (corresponde
à repolarização ventricular).

Explicar de forma genérica a variação do traçado de acordo com as


diferentes derivações.

As deflexões do ECG correspondem à projecção dos vectores da despolarização


e repolarização sobre o eixo do circuito eléctrico de registo, chamados eixos de
derivação. Estes são próprios de cada uma das derivações que compõem a
eletrocardiografia.

Enunciar os elementos que podem ser estudados pelo electrocardiograma:


frequência cardíaca, ritmo cardíaco e condução dos estímulos, hipertrofia
ventricular esquerda.

O electrocardiograma é o registo da actividade eléctrica do coração que se


propaga até à superfície corporal e que acompanha a sua actividade mecânica. O
ECG pode ser utilizado para obter o valor da frequência cardíaca instantânea, o
ritmo cardíaco, a condução de estímulos e a hipertrofia ventricular esquerda.

Determinar a partir do traçado eletrocardiográfico a frequência cardíaca.

A determinação da duração do ciclo cardíaco através do ECG faz-se a partir do


intervalo entre dois picos R (intervalo R-R). Após delimitado esse intervalo, o
passo seguinte é contar o número de quadrículas pequenas, com um milímetro
de comprimento, nesse intervalo. Depois, tendo a velocidade a que corresponde
uma quadrícula, fazemos uma regra de três simples para calcular quantas
quadrículas correspondem a 60 segundos. Esse valor vai ser dividido pelo
número de quadrículas do intervalo R-R.

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Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Distinguir genericamente entre derivações dos membros e derivações pré-
cordiais.

Nas derivações clássicas dos membros, os eléctrodos são colocados na


extremidade dos dois membros superiores e do membro inferior esquerdo. Nas
derivações pré-cordiais, o eléctrodo explorador é colocado sobre a parede do
tórax e o eléctrodo indiferente num ponto ao centro do triângulo de Einthoven.

Designar os componentes do sangue (plasma e células) e as suas porções


relativas.

O sangue é composto por uma matriz líquida, o plasma sanguíneo (cerca de 55%
do volume) e por uma parte sólida, as células ou elementos figurados (cerca de
45% do volume).

Enunciar as funções gerais do sangue (transporte, manutenção do pH,


manutenção da temperatura, hemostase e defesa orgânica).

O sangue circula numa rede de vasos, fornecendo os elementos essenciais e


removendo os resíduos prejudiciais, destacando-se as funções de transporte,
regulação e protecção. Transporte – o sangue distribui os nutrientes e o
oxigénio pelas células e remove metabolitos e outros produtos tóxicos; também
transporta hormonas e enzimas. Regulação – o sangue contribui para a
regulação da temperatura, transferindo calor dos órgãos centrais para a periferia
e aumentado ou diminuindo o fluxo de sangue à pele para trocas com o meio
ambiente; contribui na hemostase, que envolve o conjunto de processos que
evitam a perda de sangue e regula o pH através de substâncias tampão existentes
no sangue. Protecção – o sangue participa na defesa do organismo,
principalmente através da actividade dos glóbulos brancos que são transportados
até ao local lesado, destruindo os microorganismos invasores ou actuando
através da produção de anticorpos.

Enumerar os principais constituintes do plasma.

O plasma é constituído maioritariamente por água (91%), proteínas (7%) e


electrólitos, aminoácidos, glicose e outros nutrientes, enzimas, hormonas, gases
e metabolitos (2%).

Enumerar os três tipos de células ou elementos figurados.

Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos; glóbulos brancos ou leucócitos;


plaquetas.

23
Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Identificar os locais de formação dos elementos figurados.

A maioria das células sanguíneas é formada na medula óssea vermelha,


principalmente os ossos curtos e chatos (vértebras, esterno, costelas, crânio). O
fígado e o baço também podem produzir células sanguíneas, principalmente no
período embrionário e fetal. O baço também pode ser utilizado na produção
destas células em casos extremos no adulto.

Caracterizar morfológica e funcionalmente os eritrócitos.

Os glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos são as células sanguíneas mais


abundantes, sendo responsáveis pelo transporte do oxigénio e do dióxido de
carbono em menor escala. Estas células anucleadas têm a forma de um disco
bicôncavo, podendo alterar a sua forma e tamanho, para atravessar os estreitos
vasos capilares. Os glóbulos vermelhos maduros não possuem núcleo nem
organelos citoplasmáticos, ficando assim, com espaço intracelular disponível
para armazenar a hemoglobina, a proteína que assegura o transporte dos gases
respiratórios. O ciclo de vida médio dos glóbulos vermelhos é de 120 dias, sendo
depois destruídos ao nível do fígado. A eritropoiese (formação de glóbulos
vermelhos) é estimulada em situações de hipóxia (PO2 baixa).

Identificar a hemoglobina como o principal componente dos eritrócitos e


relacioná-la com a função de transporte dos gases respiratórios.

A hemoglobina é a proteína associada aos eritrócitos que assegura o transporte


dos gases respiratórios. Esta é constituída por uma parte proteica (globina) e
quatro moléculas pigmentadas (heme), que conferem a cor vermelha
característica dos eritrócitos. Cada hemoglobina pode fixar e transportar quatro
moléculas de oxigénio.

Referir a função geral dos glóbulos brancos.

A função dos glóbulos brancos é a defesa do organismo através da destruição de


microorganismos invasores e da remoção de corpos estranhos ao organismo,
bem como de restos celulares.

Reconhecer a existência de diferentes tipos de glóbulos brancos.

De acordo com a presença ou ausência de grânulos específicos no interior do


citoplasma, os leucócitos dividem-se em granulócitos (neutrófilos, acidófilos ou
eosinófilos e basófilos) e agranulócitos (linfócitos e monócitos).

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Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Enumerar as principais características funcionais dos leucócitos (fagocitose
e produção de anticorpos).

Fagocitose e produção de anticorpos.

Referir a função das plaquetas.

As plaquetas intervêm na hemostase, que consiste na prevenção e controlo da


perda de sangue, sendo activadas, sempre que seja necessária a reparação de um
vaso ou a coagulação sanguínea.

Denominar a três fases da hemostase.

A hemostase é composta por três fases: espasmo vascular, formação dum


tampão plaquetário e coagulação.

Descrever genericamente as três fases da hemostase.

Espasmo vascular

Quando o sangue escapa para os tecidos, por lesão da parede do vaso, ocorre
uma retracção da parede do vaso que conduz a uma redução do fluxo sanguíneo
no local da ruptura. Esta vasoconstrição resulta da libertação de substâncias que
visam reduzir o fluxo sanguíneo, pelas plaquetas.

Formação de um tampão plaquetário

Consiste na adesão das plaquetas à parede do vaso, para tapar a zona lesada.

Coagulação

É o mecanismo fundamental contra a hemorragia que se desencadeia, sempre que


o rolhão plaquetário é incapaz de suster a perda de sangue, resultando a formação de
um coágulo.

Enunciar os diferentes tipos sanguíneos de acordo com o sistema ABO e Rh.

Segundo o sistema ABO existem 4 tipos de sangue: tipo A (aglutinogénio A),


tipo B (aglutinogénio B), tipo AB (os dois aglutinogénios, A e B) e tipo O (sem
nenhum aglutinogénio). Segundo o sistema Rh, existem 2 tipos de sangue: Rh
positivo (Rh +), os que possuem factor Rh; Rh negativo (Rh -), os que não têm
factor Rh.

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Ana Luísa Veiga Segura, turma 3
Definir aglutinogénio e aglutinina e fundamentar as incompatibilidades
sanguíneas.

Aglutinogénio – glicoproteínas que existem na superfície dos glóbulos


vermelhos e os distinguem.
Aglutinina – funcionam como anticorpos, marcando e combinando-se com o
aglutinogénio do mesmo tipo, dando origem à aglutinação (combinação entre os
aglutinogénios do dador e as aglutininas do receptor).

Identificar o dador e receptor universais.

O grupo O é considerado o dador universal por não conter aglutinogénios e o


grupo AB é o receptor universal por não possuir aglutininas.

26
Ana Luísa Veiga Segura, turma 3

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