AN7 - Sistema Cardio-Vascular

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AN7 - SISTEMA CARDIO-VASCULAR:

O CORAÇÃO: É um órgão ímpar e mediano, situado dentro da caixa torácica entre os


dois pulmões, adiante do esôfago e apoiado sobre o diafragma. Tem a função de bomba,
indispensável à circulação do sangue. Esta função é regulada pelo sistema nervoso
autônomo mediante o sistema de condução elétrica do coração. Por isso não podemos
regular voluntariamente a freqüência de bombeamento. É formado por musculatura
estriada que é alimentada pelos vasos cardíacos ou coronários. É um órgão oco, dividido
em quatro cavidades, separadas entre si, duas a duas e possuindo válvulas fibrosas que
permitem a passagem do sangue num único sentido. Destas cavidades saem ou chegam uma
série de vasos sanguíneos que se dirigem ou provêm da circulação do organismo.

CAVIDADES CARDÍACAS: São quatro, dois átrios e dois ventrículos. Cada átrio
comunica-se com o ventrículo do mesmo lado, mas nem os átrios nem os ventrículos
comunicam-se entre si no adulto. Todas as cavidades cardíacas estão recobertas por uma
capa de tecido elástico, branco, de aspecto liso e brilhante que se chama endocárdio.
Átrio Direito – Situado acima e à direita no coração. Nele desembocam as veias cava
superior e inferior. Está separado do átrio esquerdo pelo septo interatrial e do ventrículo
direito por um orifício no qual se encontra a válvula atrioventricular direita ou válvula
tricúspide (que possui três lâminas ou cúspides).
Átrio Esquerdo – Situado acima e à esquerda no coração. Nele desembocam as veias
pulmonares direitas e esquerdas, que transportam paradoxalmente sangue arterial, quer
dizer, proveniente dos pulmões. Está separado do ventrículo esquerdo por um orifício onde
se encontra a válvula atrioventricular esquerda ou válvula mitral (tem duas lâminas ou
cúspides).
Ventrículo Direito – Situado abaixo e à direita no coração. É uma cavidade maior que o
átrio e com uma musculatura mais potente. Separado do outro ventrículo pelo septo
interventricular, a ele chega sangue chega sangue venoso proveniente do átrio direito, que
posteriormente é expulso para a artéria pulmonar, através da válvula pulmonar.
Ventrículo Esquerdo – Situado abaixo e à esquerda no coração. É a cavidade com parede
muscular mais potente, pois deve expulsar o sangue arterial do átrio esquerdo, através da
válvula aórtica, para a grande circulação.

O MIOCÁRDIO: É a parede muscular do coração. É constituído por músculo estriado


disposto helicoidalmente, constituindo desta forma todo o órgão. Essa disposição das suas
fibras permite a contração e o funcionamento como bomba de perfusão. O coração é
mantido na sua posição por uma membrana fibrosa que o envolve intima e externamente e
que o fixa às estruturas vizinhas, permitindo-lhe a contração. Trata-se do PERICÁRDIO.
Internamente, abaixo do miocárdio o coração possui uma membrana chamada
ENDOCÁRDIO.

CIRCULAÇÃO CORONÁRIA: Está encarregada de alimentar o músculo cardíaco. É um


agrupamento de artérias e veias dispostas em forma de anel, ao nível do sulco, entre os
átrios e os ventrículos. As artérias coronárias são provenientes da aorta, e as veias
desembocam no seio coronário. Se for obstruída a circulação coronária, dá-se o enfarto do
miocárdio.

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MOVIMENTOS CARDÍACOS: Para o coração realizar a sua função de bombeamento de
sangue, efetua movimentos de contração e relaxamento da musculatura das suas cavidades,
que se chamam sístole e diástole.

SÍSTOLE: É o período de contração, no caso dos ventrículos, para expulsar o sangue


proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e aorta.

DIÁSTOLE: É o período de relaxamento, no caso dos ventrículos simultâneos ao da


contração dos átrios, permitindo a passagem do sangue dos átrios para os ventrículos. Este
ciclo repete-se sem cessar.

SISTEMA DE CONDUÇÃO ELÉTRICA DO CORAÇÃO: O ritmo cardíaco é


controlado não só pelo sistema nervoso autônomo, mas por nódulos específicos situados em
determinados pontos do coração. Assim, o nódulo sinoatrial, localizado na parte mais alta
do átrio direito, formado de um tipo especial de fibras musculares estriadas cardíacas com
capacidade de gerar e transmitir rapidamente estímulos elétricos comanda ordens que
passam ao nódulo atrioventricular, para o feixe de Hiss e para a rede de Purkinje,
coordenando as contrações auriculares e ventriculares.

ARTÉRIAS E VEIAS:

No aparelho circulatório podemos distinguir, fundamentalmente, um sistema fechado de


canais e um conteúdo ou sangue. Através desses canais chegarão aos diferentes órgãos e
tecidos do organismo as substâncias nutritivas e o oxigênio necessários à vida. Ao mesmo
tempo são recolhidos os detritos resultantes do metabolismo celular, para serem conduzidos
aos órgãos encarregados da sua eliminação. Os vasos sanguíneos não são rígidos, por isso o
seu calibre, regulado pelo sistema nervoso vegetativo, aumenta ou diminui segundo as
necessidades fisiológicas do órgão ou da temperatura ambiente (fenômeno da termo-
regulação), graças às propriedades da musculatura lisa de que são constituídos.
Os vasos sanguíneos compreendem as artérias, as arteríolas, os capilares, as vênulas e as
veias. Não é correto conceituar artéria como o tipo de vaso que conduz sangue arterial,
pois, as artérias pulmonares conduzem sangue venoso. Da mesma forma sucede com as
veias pulmonares, que conduzem sangue arterial, do contrário das outras que conduzem
venoso. Devemos distinguir artérias de veias pelos seguintes dados:
1. As artérias são pulsantes, as veias não são pulsantes;
2. As artérias têm, na estrutura da sua parede, uma camada de tecido muscular liso bem
mais espessa do que as veias, uma vez que suportam a pressão sanguínea com muito
maior intensidade. O sangue ao atingir as veias já passou pela rede de capilares e
diminuiu a intensidade da sua pressão;
3. As veias são dotadas de válvulas, que impedem o refluxo do sangue. As artérias não
possuem válvulas, pois o sangue, sob o impulso direto do coração, não tem mesmo
como refluir;
4. As artérias são eferentes em relação ao coração, isto é, levam sangue do coração para
outras partes do corpo, as veias são aferentes em relação ao coração, pois trazem o

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sangue de outros pontos do corpo para o referido órgão. Em outras palavras as artérias
saem do coração enquanto as veias chegam ao coração.
Ao nível dos órgãos e dos tecidos, as artérias se ramificam e originam as arteríolas. Estas,
por sua vez, também se ramificam e dão os capilares, que são extremamente finos, com
uma parede formada apenas por uma única camada de células epiteliais achatadas como
azulejos, chamada endotélio. É ao nível dos capilares que ocorrem as trocas gasosas entre o
sangue e os tecidos. Depois os capilares se agrupam e formam as vênulas, de cuja
convergência resulta as veias. E, aí, o sangue já está de retorno ao coração, mas rico em
CO2. O coração bombeará o sangue venoso para os pulmões onde ele será oxigenado e
retornará ao coração para, então, ser bombeado para todo o corpo.
Morfologia das Artérias e sua função:
Artérias são vasos que saem do coração, no caso os ventrículos, e levam sangue para todo
o corpo. As artérias são constituídas por 03 camadas: a íntima, mais interna, permite que o
sangue deslize facilmente; a túnica média, constituída por fibra muscular lisa bastante
potente, permite alterar o calibre da artéria e a adventícia é a camada mais externa.
Há inúmeras artérias no nosso organismo, por isso, só descreveremos as que têm maior
significação:
Artérias Pulmonares – Saem do ventrículo direito do coração e levam sangue venoso até
os pulmões para sua oxigenação.
Artéria Aorta – É a de maior calibre do organismo. Sai do ventrículo esquerdo do coração
em direção ascendente, para logo descer ao longo do esôfago, ramificando-se no seu trajeto
com a finalidade de irrigar todos os órgãos e tecidos do organismo.
Artérias Subclávias – São duas, situadas bilateralmente. Saem do arco da aorta e são o
tronco principal de numerosas derivações que irrigam as extremidades superiores: artérias
torácicas, artérias braquiais, artérias radiais e artérias ulnares.
Artérias Carótidas – São quatro e situam-se nas laterais do pescoço dividindo-se em:
artérias carótidas externas, irrigam a face e pescoço e artérias carótidas internas,
irrigam os olhos, artérias oftálmicas e o encéfalo, artérias anteriores do cérebro,
artérias médias do cérebro e artéria comunicante anterior que unem as artérias
anteriores do cérebro direita e esquerda formando o círculo arterioso do cérebro ou
círculo de Willis, que circunda a glândula hipófise.
Artéria Vertebral – É o primeiro ramo da artéria subclávia, alcança o interior do crânio
passando pelos forames das vértebras cervicais e pelo forame magno. A artéria vertebral se
divide em direita e esquerda e se juntam na face anterior da ponte formando a artéria
basilar que se ramifica e forma as artérias posteriores do cérebro. A artéria
comunicante posterior se une a artéria posterior do cérebro, completando o círculo
arterioso do cérebro.
Tronco Celíaco – É único e mediano. Dele derivam todas as artérias que irrigam o
estômago (artéria gástrica), fígado (hepática), baço (esplênica) e pâncreas (ramos da
artéria gástrica).
Artérias Renais – Uma de cada lado da aorta destina-se a irrigar os rins.
Artérias Ovarianas – Irrigam os ovários, também fornecem ramos para os ureteres e tubas
uterinas.
Artérias Testiculares – Irrigam os testículos, são mais longas que as artérias ovarianas,
uma vez que atravessam o canal inguinal e penetram no escroto, rumo aos testículos.
Artérias Mesentéricas – Dividem-se em mesentérica superior e mesentérica inferior.
Também se iniciam na aorta e irrigam os intestinos.

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Artérias Ilíacas – É a continuação da aorta quando esta se bifurca. Irriga cada uma, uma
extremidade inferior, subdividindo-se em numerosos ramos.
Artérias Femorais – Irrigam as coxas e ramificam-se em artérias poplíteas e artérias
tibiais.

Morfologia das Veias e sua função:

Ao nível dos órgãos e tecidos, as artérias transformam-se em vasos de calibre cada vez
menor, até que se convertem em capilares. Estes se transformam em vasos de calibre
progressivamente maior, à medida que se aproximam do coração e chamam-se veias. As
mais grossas terminam nos átrios transportando sangue venoso (da periferia do corpo para o
átrio direito) ou arterial (do pulmão para o átrio esquerdo). As veias são constituídas por
três camadas de tecido, como acontece com as artérias, mas é menor a espessura da camada
muscular, e maior a sua fragilidade. Salientam-se as veias pulmonares, que provém dos
pulmões, desembocam no átrio esquerdo levando sangue arterial. As outras veias são
paralelas às artérias do mesmo nome, exceto as veias cava superior e inferior, homólogas
da aorta.
Veias da Cabeça e Pescoço – A maior parte do sangue venoso da cabeça e do pescoço
retorna ao coração pelas veias jugulares internas e externas (drenam o sangue venoso da
parte anterior do cérebro) e veias vertebrais (drenam o sangue da parte posterior do
cérebro).
As veias jugulares internas se unem as veias subclávias para formarem a veia
braquiocefálica. As veias jugulares externas desembocam nas veias subclávias. As veias
braquiocefálicas se unem para formar a Veia Cava Superior, que desemboca no átrio
direito do coração.
Veias dos Membros Superiores – As veias dos membros superiores seguem o trajeto das
artérias e recebem o mesmo nome: axilar, braquial, radial e ulnar.
A veia cefálica se origina na face lateral do antebraço, a partir das veias dorsais da mão,
segue pela face lateral do braço. No ombro, ela se aprofunda de desemboca na veia axilar.
A veia basílica se origina na face medial do antebraço, a partir das veias dorsais da mão.
Logo abaixo do cotovelo se une a veia braquial, formando a veia axilar.
Veias do Tórax – O sangue venoso da parede torácica também desemboca na veia cava
superior – neste caso, através de um sistema ázigo de veias. A veia ázigo se origina na
região lombar direita e atravessa o diafragma pelo hiato aórtico para penetrar no tórax. Ela
continua superiormente pela parede posterior do tórax e termina na veia cava superior. A
veia hemiázigo segue um trajeto similar pelo lado esquerdo. A maior parte da região
superior esquerda do tórax é drenada por uma veia hemiázigo acessória que também
atravessa a coluna vertebral para terminar na veia ázigo. O sistema ázigo de veias também
recebe as veias intercostais posteriores, bronquiais, esofágicas e pericárdicas.
Veias do Abdome e Pelve – O sangue venoso das regiões inferiores do corpo retorna ao
coração através da veia cava inferior. Esse grande vaso é formado pela confluência das
veias ilíacas comuns direita e esquerda ao nível da quinta vértebra lombar. Quando a veia
cava inferior passa pelo abdome, recebe tributárias que correspondem à maioria das artérias
que se originam da parte abdominal da aorta: veias lombares, renais, supra-renais,
hepática. Deve-se notar que a veia cava inferior não recebe sangue diretamente do trato

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digestivo, pâncreas ou baço. As veias dessas regiões formam o sistema porta do fígado,
que será abordado a seguir.
As veias da pelve seguem o padrão das artérias e recebem os mesmos nomes. A maioria
delas termina nas veias ilíacas comuns direita e esquerda.
Sistema Porta do Fígado – O sangue venoso do estômago, intestinos, baço e pâncreas é
levado por pequenas veias, a maioria desembocando na veia esplênica e veias
mesentéricas. A veia esplênica colhe o sangue do baço. Ao correr em direção a linha
mediana do corpo, ela recebe tributárias do estômago e do pâncreas. A veia mesentérica
inferior colhe o sangue do reto e do colo descendente e colo sigmóide do intestino grosso.
Ela possui trajeto superior, abaixo do peritônio parietal e se une à veia esplênica, atrás do
pâncreas. O vaso comum formado por essa união desemboca na veia mesentérica superior
atrás da cabeça do pâncreas. A veia mesentérica superior recebe o sangue do intestino
delgado, do ceco e do colo ascendente e transverso do intestino grosso. A união da veia
mesentérica superior e a veia esplênica formam a veia porta do fígado, que ascende pela
borda direita do omento menor e penetra na face visceral do fígado, seguindo um caminho
único. Após deixar o fígado, o sangue corre pelas veias hepáticas e chega à veia cava
inferior.
Essa modificação do sistema circulatório, através do qual o sangue do trato digestivo,
pâncreas e baço passa pelo fígado antes de retornar ao coração é muito importante. O
sangue venoso na veia porta do fígado contém nutriente e outras substâncias que foram
absorvidas do trato digestivo. O sistema porta hepático leva essas substâncias diretamente
para o fígado, onde elas podem ser removidas do sangue e armazenadas, metabolizadas, e
no caso de substâncias prejudiciais, desintoxicadas.
Veias dos Membros Inferiores – As veias dos membros inferiores seguem as artérias e
recebem os respectivos nomes: ilíaca, femoral, poplítea, tibial e fibular. A veia safena
magna é a mais longa veia do corpo. Ela corre pela face medial do pé, perna e coxa, onde
se une com a veia femoral logo abaixo do ligamento inguinal. A veia safena parva segue
pela face lateral do pé, atravessa a face lateral da perna, e se une à veia poplítea, atrás do
joelho. As veias superficiais e profundas dos membros inferiores possuem válvulas que
permitem ao sangue retornar ao coração, contra a força da gravidade.

Circulação Sistêmica ou Grande Circulação:

Inicia-se no ventrículo esquerdo, que expulsa para a aorta o sangue arterial proveniente do
átrio esquerdo. Da aorta e das artérias ilíacas nascem novas artérias que vão diminuindo
progressivamente de calibre, enquanto dão novas ramificações, até se converterem em
capilares arteriais. Estes são os vasos de menor calibre, onde os eritrócitos circulam umas
atrás das outras para facilitar a troca de oxigênio que transportam por dióxido de carbono
proveniente dos tecidos. Neste ponto os capilares arteriais transformam-se em venosos,
convertendo-se em veias de calibre progressivamente maior, até chegarem à veia cava
superior (recolhe o sangue da cabeça e dos braços) e à veia cava inferior (recolhe o sangue
do tronco e das pernas), que terminam no átrio direito.

Circulação Pulmonar ou Pequena Circulação:

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O sangue venoso do átrio direito passa para o ventrículo direito, de onde é expulso para a
artéria pulmonar que se dirige aos pulmões para permitir aos eritrócitos descarregar o
dióxido de carbono que transportam, e reabastecerem-se de oxigênio. O sangue oxigenado
sai dos pulmões pelas veias pulmonares (duas direitas e duas esquerdas) que desembocam
no átrio esquerdo, onde o sangue se comunica com a circulação sistêmica para reiniciar o
ciclo.
Como se vê, a grande circulação compreende: coração – todo o corpo – coração. A pequena
circulação compreende: coração – pulmões – coração.

RESUMO DA CIRCULAÇÃO:

O sangue venoso entra pelo átrio direito através da veia cava superior e veia cava inferior.
O sangue do átrio direito passa para o ventrículo direito após a abertura da válvula
tricúspide e vai pelas 04 artérias pulmonares, através da válvula pulmonar, até os pulmões
onde se transforma em sangue arterial através da hematose. Após a hematose, o sangue
arterial penetra no átrio esquerdo através das 04 veias pulmonares. Após a abertura da
válvula mitral, o sangue passa ao ventrículo esquerdo e dali será ejetado para a artéria aorta
após a abertura da válvula aórtica. Da artéria aorta e suas ramificações o sangue arterial
será distribuído por todo o organismo.

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