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Modelos de Intervenção Psicológica em Contextos Sociais

A família como contexto social primário – perspetiva sistémica


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A família, no sentido a que o nosso senso comum se refere, é uma construção social, uma vez que representa um
modo de agir e de pensar coletivo, que evoluiu ao longo do tempo em relação com a organização e o funcionamento
da sociedade. A família é uma rede complexa de emoções e relações que não são passíveis de ser pensadas como
instrumentos criados para o estudo dos indivíduos isolados.

Instituto Nacional de Estatística a família é: “O conjunto de indivíduos que residem no mesmo alojamento e que têm
relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento.
Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupa uma parte ou a totalidade de
uma unidade de alojamento. Os empregados domésticos residentes no alojamento onde prestam serviço são
integrados na respetiva família”

Saber intervir em família é fulcral visto este ser um contexto onde vamos intervir sempre, ou estrar sempre em
contacto com. Talvez seja o contexto mais transversal a todas as práticas de psicologia
Sem um bom sistema familiar não há verdadeira construção da sociedade, sem partilhas recíprocas que
assentem em valores, os sistemas desresponsabilizam-se e desequilibram os compromissos que têm. É por
isso, que tanto o sistema familiar como o sistema social, equilibram e desequilibram em função da
capacidade ou não para manter o sistema em equilíbrio, dando prioridade ao todo em detrimento das partes

A família = contexto social primário – a primeira e mais forte instituição com


Família = espaço privilegiado para a
caráter de socialização, em que a aprendizagem se realiza através da própria
elaboração e aprendizagens de
experiência da vida familiar
dimensões significativas
 É o primeiro
 É o mais importante – é o mais proximal – do ponto de vista:
− Vínculos = modelos internos de relação  1ª relação que temos, que serve de modelo para as outras
que vem à posteriori
Onde se aprende que o mundo é confiável = Confiança básica; afeta o nosso autoestima…
Diz nos muto sobre os outros mas também sobre nós (ex. se alguém não nos deu amor
vamos achar que não somos suficientes que leva a autoestima), condiciona o nosso sentido de valor
próprio, identitário, formando a nossa personalidade
− Pertença  nos primeiros tempos de vida somos conhecidos como o “filho de”; “neto de”… por
pertencermos a uma família
Até sermos pessoas formadas “apanhamos boleia” da família e dos outros – esta “boleia” é
diferente de família para família
− Identidade
− Padrões de relação
− Papeis e funções  aprende-se o que é esperado de diferentes contextos, pessoais – saber que
temos de assumir diferentes posturas perante diferentes situações, contextos e pessoas
− Integração social
− Cultura e valores
A criança aprende como se deve comportar, o que lhe é permitido e proibido, bem como os
papéis sociais que cabem aos diferentes elementos que constituem a família.

De acordo com a teoria geral dos sistemas, nada acontece isoladamente e qualquer coisa que afete um dos
componentes, afeta todos os outros, ou seja, qualquer alteração causa impacto sobre todos os outros membros do
sistema.

A família é um sistema:
Sistema = unidade formada por
 Conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações em membros que interagem entre si,
contínua relação com o exterior e mantendo o seu equilíbrio ao havendo entre eles determinados
longo de um processo de desenvolvimento percorrido através de vínculos e mantendo-se certas
estados de evolução diversificados transações
 conjunto complexo de elementos ligados por vínculos que
interagem entre si (dentro da família) e com o exterior mantendo o equilíbrio ao longo do seu ciclo vital (a
família tem um ciclo tal como nós também), traduzido em diferentes estádios evolutivos.

O conhecimento da família só é possível se for adotada uma visão de conjunto

A família é assim considerado um sistema aberto, com uma finalidade e autorregulado caracterizado pelas seguintes
propriedades:
 Totalidade (o todo ser maior que a soma das partes – me + you = us)
A família é mais do que a soma dos seus elementos. Envolve inter-relação e interdependência dos comportamentos
de todos os membros da família.
Quando os elementos estão reunidos relacionam-se e comunicam entre si de maneira própria enquanto família,
tornando-se diferentes de quando cada um está presente noutros contextos
Os sistemas funcionam como um todo coeso  Mudanças numa parte provocam mudanças no todo e o
comportamento de um é indissociável do comportamento dos outros
As pessoas nunca são “só elas”  são formados por bagagem da família, das relações… somos nós + tudo o que
trazemos junto connosco resultado destas relações
 Feedback
O sistema familiar interage internamente e com o seu exterior. Em função da informação que recebe, ajusta o seu
comportamento de forma a assegurar a continuidade (o ajustamento pode implicar crises familiares)
Sinergia = interação em que as partes de um todo concorrem para um mesmo resultado
Entropia = desordem, deterioração ou ausência de sinergia
 Equifinalidade = capacidade que o sistema desenvolve em centrar-se em torno de um objetivo ou finalidade
comum
O sistema familiar procura atingir os mesmos objetivos por diferentes vias  Implica flexibilidade e adaptabilidade
Permite-nos acentuar a ideia de que a família não é um sistema estático, mas sim como um sistema dinâmico em
permanente mudança e transformação.
Exemplo:
Pais em situação delicada e que não se divorciam por causa dos filhos  para conseguirem se manter “juntos”:
Marido – passa mais tempo no trabalho do que em casa
Mulher – horário desencontrado do marido
Filho – mau comportamento na escola obrigando a chamada dos pais
Filha – desenvolve anorexia nervosa grave
Tanto os pais como os filhos estão a fazer o mesmo, tentar juntar a família da forma que conseguem, os pais
tentam manter o desencontro entre eles para não haver discussão e tentar haver equilíbrio e os filhos tentavam com
que os pais se juntassem para cuidar deles e concentrarem-se mais neles  por vias diferentes, cada pessoa
encontrou formas diferentes para juntar e manter a família
 Homeostase = Processo de autorregulação que mantem a estabilidade preservando o funcionamento
 Morfogénese = processo de mudança da organização interna por absorção dos aspetos externos do meio
Adaptamo-nos de tal forma como família ao exterior que se corre o risco de sucumbir (ex. família migrante – adapta-
se tanto ao pais anfitrião que a família muda)
 Causalidade circular = cada efeito no sistema pode retroativamente alterar a causa que o determinou.
Há um sistema de influências recíprocas em que cada um influencia os outros e é influenciado por eles
Gostamos de pensar em linearidade no sentido em que os pais influenciam os filhos e não o oposto (AB) contudo
não é bem assim, há uma relação de A B
Exemplo:
Educação de dois filhos – os pais gostam de dizer “eduquei os dois exatamente da mesma forma” – contudo isso
não é bem assim, as pessoas mudam, o contexto onde o segundo filho é educado é diferente do contexto onde se
educou o primeiro… os filhos também influenciaram os pais havendo assim um sistema de reciprocidade e não
linearidade

A família é um sistema mas ao mesmo tempo um processo de interação e integração dos seus membros. A
comunicação é o elo de ligação que constitui condição de convívio e de sustentação de todo o sistema, baseando-se
na igualdade ou na diferença

Seja qual for o modelo de família ela é sempre um conjunto de pessoas consideradas como unidade social, como um
todo sistémico onde se estabelecem relações entre os seus membros e o meio exterior. A família constitui um
sistema dinâmico, contém outros subsistemas em relação, desempenhando funções importantes na sociedade, como
sejam, por exemplo, o afeto, a educação, a socialização e a função reprodutora. A família como sistema
comunicacional contribui para a construção de soluções integradoras dos seus membros no sistema como um todo.

A família é, assim, um sistema:


o Aberto
o Interdependente – uma mudança num dos elementos provoca mudanças nos demais
o Dinâmico
o Autorregulado – regras e papeis que regulam as relações
 Universais e explicitas
 Variáveis e implícitas
o Com finalidade
 Interna  proteção psicossocial dos seus membros
 Externa  acomodação a uma cultura e transmissão dessa mesma cultura

O sistema família é um grande sistema, dentro deste há vários subsistemas, isto é, subgrupos com relações especiais
com regras práticas e especificas
o Entre os membros da família existem vínculos específicos de que decorrem relações particulares formando-
se reagrupamentos de membros:
 Subsistema parental – Tem como responsabilidade essencialmente a educação, a socialização,
proteção a todos os níveis
 Subsistema conjugal – presença do eu, tu, e nós marido e mulher
Surge quando dois adultos se unem numa relação interdependente e complementar,
formando um casal, identifica as relações entre os cônjuges, poderá significar uma perda em
individualidade mas um ganho em sentido de pertença, complementaridade, cooperação, simbiose
 Subsistema filial – aparece com o nascimento do primeiro filho que modifica o sistema, seguindo-se
outros filhos
 Subsistema fraternal – estabelece relações entre os irmãos, dentro da normalidade deveriam ser
relações fortes descobrindo como cooperar
A forma como cada subsistema se
Cada um desses subsistemas possui fronteiras/limites dentro do sistema de organiza e como se desenvolvem
família: as relações dentro de cada um,
o Delimitam o subsistema e constroem-no chama-se estrutura familiar.
o Regras, padrões e normas que regulam a interação dos membros de
Não é fixa, depende do ciclo vital
cada subsistema entre si (interpessoais) e do subsistema com o exterior
da família e mudanças que sofrem
o Podem ser:
ao longo da vida
 Rígidas (bem definidas) Vs Difusas (ex. “desde que tive os filhos
nunca tive tempo para nós” – o subsistema conjugal deixou-se invadir pelo subsistema parental) –
não há regras claras, há mistura entre os diferentes subsistemas
 Nítidas Vs Ambíguas (Não se percebe quais os limites das pessoas)

Os tipos de fronteiras que estes subsistemas possuem influenciam:


o Coesão familiar – Vínculos Afetivos * Distância  vínculos afetivos e ligação entre os membros da família
o Comunicação familiar – circulação de informação na família e com o exterior
− Extremamente relevante na relação progenitor e filho porque a influencia principal na vida moral dos
filhos é exercida essencialmente pelos pais
− o processo de comunicação na família sendo um sistema interativo onde o comportamento de cada
indivíduo é fator e produto do comportamento dos outros, os resultados dependem menos das
condições iniciais e mais do processo comunicativo
− A comunicação apresenta-se como fator determinante para facilitar as relações entre os membros da
família e o meio social.
− Comunicar subentende relação, promove capacidade de expressão que, para além de quebrar a
solidão, é ligação a outrem, é satisfação das necessidades de ordem intelectual, afetiva, moral e
social, constituindo uma componente essencial da vida de cada um em particular e em geral de todo
o sistema familiar

O processo de comunicação no sistema familiar conduz o indivíduo à adaptação social, caso contrário a relação
familiar torna-se insustentável e a possibilidade do fracasso da sua integração no sistema familiar e no sistema social
pode acontecer. O sistema familiar pode facilitar as trocas adaptativas ajustando as mudanças que se dão no meio
ambiente. A comunicação torna-se assim parte integrante do indivíduo na família e na sociedade.

Como tal, existem 4 tipos de famílias (contínuo):


o Desligadas/desmembrados = coesão extremamente baixa –
vínculos fracos e fronteiras rígidas – não deixam entrar (ex. pais e
filhos raramente comunicam)
 Comunicação debilitada; limites muito rígidos e baixa
dependência entre os seus membros
o Separadas = coesão baixa a moderada
o Ligados = coesão moderada a alta
o Emaranhados/aglutinados = coesão extremamente alta – vínculos
muito intensos e fronteiras difusas – o problema de um é de todos
(estão todos uns em cima dos outros; o problema de um é de
todos, não há a distinção de “isto é do meu filho”)
 Excesso de comunicação e preocupação; perda de limites e
excessiva dependência entre os seus membros com perda
de autonomia

Dentro da família pode-se observar:


o Alianças = uniões relacionais positivas entre certos membros do sistema familiar com um interesse/objetivo
comum
 O objetivo é favorecer e proteger determinada pessoa
 Ex. aliança parental - coparentalidade
o Coligações = uniões relacionais de dois ou mais membros contra um terceiro, não tão positivos
 Triangulações – envolvem 3 pessoas, duas das quais pertencem a níveis hierárquicos diferentes que
estão coligadas contra uma terceira
o Hierarquia (sempre existente numa família, é uma das formas universais de organização da família) =
autoridade e diferenciação de papéis entre pais e filhos
 Funcionalidade  hierarquia clara e inequívoca
 Disfuncionalidade  horizontalização ou inversão de papeis (parentificação da criança = criança
assume o papel de parental)
o Adaptabilidade = capacidade de um sistema sobreviver, transformando-se ao longo do seu ciclo de vida.
 Processo dinâmico alimentado pelo feedback que procura a estabilidade na mudança.
 Capacidade da família e dos seus subsistemas para alterar a sua estrutura de poder, interação, regras
e papéis em função dos contextos, situações, mudanças ou momentos de crise específicos do
desenvolvimento
 Como tal existem 4 tipos de sistemas perante a sua capacidade de adaptação:
− sistema rígido (adaptação extremamente baixa) – não sobrevive
− sistema estruturado (adaptação baixa a moderada)
− sistema flexível (adaptação moderada a alta)
− sistema caótico (adaptação extremamente alta)
o Auto-organização = o sistema familiar é influenciado por forças internas e externas, organizando-se de forma
a manter o equilíbrio e a estabilidade e a preservar a sua autonomia.

A perspetiva sistémica sobre as famílias não se foca nos défices (não se faz juízos de valor), mas procura
compreender os seus arranjos e dinâmicas, mobilizando os recursos e potenciando as suas capacidades para superar
os desafios com que se confrontam.

As diversas gerações que integram uma família avançam no tempo através do ciclo vital, priorizado por eventos que
definem as diferentes etapas de crescimento, assim como as tarefas de socialização inerentes a cada um dos
elementos no percurso que partilham em conjunto. Em cada etapa têm lugar acontecimentos que determinam
conjunturas que podem afetar cada um dos seus membros, o que exige dos intervenientes a necessidade de

encontrarem novas formas de estar que lhes permitem adaptar-se às modificações estruturais, funcionais e às
mudanças subjacentes a cada etapa.
As famílias desenvolvem-se acompanhando o ciclo vital das pessoas tendo assim o seu próprio ciclo vital
Há “uma sequência previsível de transformações na organização familiar, em função do cumprimento de
tarefas bem definidas; a essa sequência dá-se o nome de ciclo vital e essas tarefas caracterizam as suas etapas.”
O ciclo vital da família compreende a interação das características dos sujeitos e das suas relações, dos
sistemas e das suas relações internas e com os contextos externos em que a família se insere. Pode ser representado
como um esquema de classificação em etapas, que demarcam uma sequência previsível de mudanças na organização
familiar ao longo do tempo.
Formação do casal  família com filhos pequenos  família com filhos na escola  família com filhos
adolescentes  família com filhos adultos

Contudo, ao longo deste ciclo e das mudanças subjacentes ao mesmo surgem crises = momentos de mudança
interna ou externa, oportunidades de evolução e um risco de disfuncionamento e patologia.
A sua resolução processa-se através da mudança contínua.
Podem implicar grande stress e sofrimento familiar
As crises podem ser:
− normativas – transições desenvolvimentais
− não normativas - circunstanciais, imprevisíveis, acidentais e inesperadas

Aspetos de famílias disfuncionais (ver exercício da prática):


o Abusos (físico e sexual) – há uma normalização da violência na família
o Violência emocional = comportamentos abusivos do ponto de vista psicológico (ex. envergonhar, chantagem
emocional, ameaças…)
o Amor condicional = condições impostas para se receber amor e afeto  desenvolve pessoas que procuram
constantemente agradar os outros negligenciando as suas vontades e necessidades
o Inexistência de fronteiras (fronteiras difusas) = não separação do mundo dos filhos do mundo dos pais (no
espaço físico, telemóvel…)  parentificação dos filhos; filhos vistos como confidentes acedendo a
informações que não são adequadas à sua idade
o Inexistência de intimidade  família emaranhada mas sem genuína conexão  não se cultiva respeito,
segurança…
o Triangulação – quando acontece coloca demasiada pressão nos filhos e tende a ser repetitivo
o Comportamentos aditivos da parte dos pais (álcool, droga, jogo)  crianças Hipervigilantes e parentificadas
muitas vezes

Embora considerada uma das instituições mais persistentes no tempo, a mudança social reflete-se amplamente na
instituição familiar, arrastando-a desde os processos da industrialização e urbanização para novas realidades às quais
tem procurado adaptar-se. Foram os fatores económicos, políticos, sociais, culturais, demográficos e tecnológicos
que contribuíram de forma decisiva para as alterações na estrutura e dinâmica familiar. Estes fatores tiveram
incidência na organização, nas funções, nas relações, na complexidade e globalidade ao longo do desenvolvimento
familiar, refletindo a evolução da época social, vivenciando estados diferentes
Ao longo do tempo modificou profundamente a estrutura, a dinâmica da família na sua organização interna:
− Diminuição do número médio de filhos; Diminuição da fecundidade
− Aumento do número de pessoas sós; Diminuição das famílias numerosas
− Aumento das famílias recompostas, em virtude do aumento do número de divórcios
− Aumento das uniões de facto e uniões livres
− Aparecimento das famílias
homossexuais

Os diferentes tipos de família são


entidades dinâmicas com a sua própria
identidade, compostas por membros
unidos por laços de sanguinidade, de
afetividade ou interesse e que
convivem por um determinado espaço
de tempo durante o qual constroem
uma história de vida que é única e
irreplicável – imagem

A essência da família perdura – família


como grupo social em que os seus
membros coabitam ligados por uma
ampla complexidade de relações
interpessoais.

CONCLUSÕES

o A evolução social determinou a evolução do conceito de família fazendo surgir novos tipos de organização
familiar, onde variam a estrutura, a dinâmica, a cultura, as relações e funções tornando a sua compreensão
mais complexa, global e por isso mais difícil de analisar.
o A família se transforma através dos tempos adaptando-se e reestruturando-se para continuar a funcionar.
o A família é a matriz de desenvolvimento dos seus membros, no entanto temos de vê-la como um sistema
dentro de outros sistemas inseridos num determinado contexto com uma cultura própria.
o A familia é o elemento mais firme, mais seguro e mais estruturante da personalidade dos seus membros.
o É o local privilegiado para a formação do caráter dos filhos, sendo que os adultos desempenham um papel
decisivo no pleno desenvolvimento das capacidades, atitudes e valores que sustentam as competências do
sistema como um todo
o A comunicação é então o fator principal a estruturar pois é nela que assentam as práticas de interação
formativa, relacional, educativa, de interação e integração social dos elementos que constituem.
As relações familiares assentes em processos de comunicação permitem o equilíbrio do sistema
familiar

A relevância do contexto de pares


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Na adolescência os pares tem grande impacto na vida do adolescente sendo por vezes mais eficaz agir diretamente
através dos pares do que pelo próprio adolescente (ex. comportamentos delinquentes, consumos, bullying)
Evidencia empírica  mudanças de comportamento especialmente de desadequação está principalmente
relacionado com a mudança no mundo dos jovens = pares e relações novas
Muda se relações sociais muda se comportamentos
O comportamento altera em função da relação com o exterior (menos importante o que os pais dizem e mais
relevante o que os colegas dizem)

No início da adolescência:
 mudanças de comportamento (maladaptativo) // mudanças no mundo social dos jovens
 o ajustamento dos adolescentes está relacionado com a influência dos pares = um individuo age ou pensa de
modo que talvez não agisse ou pensasse, um efeito que pode ser atribuído a experiências com amigos e
afiliados (o que penso e faço é atribuído à relação com as outras pessoas (como falo, visto, o que consumo…)
o positiva/adaptativa
o negativa/maladaptativa

Existem 2 processos pelos quais a influencia dos pares se dá:


A homogeneização não é assim tão
 Homogeneização (relação com pessoas semelhantes) = para sentir que
positiva para o desenvolvimento 
pertenço ao grupo tenho de ser igual a eles, ter os mesmos gostos,
estagnação, falta de estimulação
mesma roupa… é preciso fazer de tudo para ser aceite no grupo
o Influência
 Pressão dos pares – persuasão – para a conformidade: implícita (ex. pensar que se vão rir de
mim por isso mudo para não acontecer isso) ou explicita
 Socialização – transmissão de conhecimentos e competências – ficamos mais iguais pela
convivência
o Seleção por semelhança – adolescentes fazem amigos com pessoas semelhantes e juntam-se a
grupos de pessoas semelhantes (quando escolhemos amigos tendemos a escolher aqueles que são
mais parecidos)
o Não seleção (natural) – a composição dos grupos modifica-se ao longo do tempo de forma que os
elementos dissemelhantes têm maior taxa de abandono do que os semelhantes
Ao longo do tempo há uma repartição do grupo devido a diferentes escolhas, alguns ficam
pelo caminho e vão ficando aqueles que fazem as mesmas escolhas ficando um grupo cada vez de
mais “iguais”
Nota – a homogeneização não é assim tão positiva para o desenvolvimento  estagnação, falta de
estimulação
 Conformidade – a adolescência é um período de elevada conformidade (Vs protesto para normas sociais)
Na adolescência (inicio e meio) atinge o seu ponto máximo (perigoso devido a suscetibilidade – fazem de
tudo parra serem iguais):
o A conformidade com os pares – conformidade  uniformidade
o A semelhança entre amigos com comportamentos problemáticos autorrelatados

Perceber os comportamentos dos jovens passa por compreender o seu grupo de amigos

A adolescência é um período de elevada suscetibilidade à influência dos pares = muito influenciáveis


provocada por:
o Mudanças estruturais na escola e nos contextos de tempo – alterações de contextos, menor
supervisão dos pais impõem como consequência adaptativa a necessidade dos pares, criando
condições favoráveis à sua influência
o Discrepância entre maturidade e autonomia – a maturidade não acompanha o desejo de autonomia
e a autonomia realizada – acredito que sou capaz de fazer mas falta consciência do que não se tem
maturidade, capacidade neurológica, social…
Altura de muitas asneiras, muitas crises familiares
o Desenvolvimento da identidade – a influencia dos pares tende a diminuir com a resolução da
aquisição da identidade
Distanciamento dos pais e procura de outros – procurar saber quem somos, questionar… vai
se buscar aos iguais

A adolescência é um período de elevada sensibilidade socioafetiva – a evidencia da neuropsicologia recente


sugere que os adolescentes são especialmente responsivos ao feedback dos pares, mais ainda dos amigos
(mais importante para autoestima comparativamente com os dos pais)

MODELOS EXPLICATIVOS DA INFLUÊNCIA DOS PARES

 Teoria da distinção ótima


Quer os jovens quer o grupo procuram o equilíbrio:
Grupo – tolera diferenças do jovem desde que não sejam muito importantes ou críticas para o grupo
As pressões de conformidade fazem-se sentir em áreas significativas para a identidade do grupo. A
distinção é tolerada quando não conflitua com as prioridades do grupo

Jovens – tendem a fazer negociação entre a sua individualidade e o funcionamento e características do grupo
O sujeito procura o equilíbrio entre a integração num grupo coeso similar salvaguardando a sua
individualidade (características individuais)

 Modelos cognitivos de influência social

Papel no envolvimento deliberado ou não em condutas de conformidade Necessidade de pertença,


Perceção da valorização pelos outros do comportamento reciprocidade e estatuto
Das experiências e trocas interpessoais que envolvem gratificações
Da motivação para reduzir tensões, dissonâncias cognitivas, desgastes e desequilíbrios

 Modelo influencia – compatibilidade

Influência  ocorre quando os indivíduos agem ou pensam de uma forma que, de outra forma, poderiam não agir
ou pensar, um efeito que pode ser atribuído a experiências com amigos e afiliados do grupo de pares

Semelhança  promove a conformidade com os amigos e afiliados do grupo de pares, minimizando as diferenças e
aumentando as semelhanças nos comportamentos, atitudes, interesses, estados internos, valores e crenças

Compatibilidade
− Compatibilidade interpessoal: facilita a comunicação, a compreensão e a convivência, o que promove a
proximidade, a cooperação, o companheirismo, o empenhamento e o prazer mútuo, minimiza os conflitos e
aumenta a estabilidade dos laços de amizade
− Compatibilidade intragrupal: facilita o consenso e promove as normas do grupo, o que favorece a coesão, o
funcionamento eficiente e a afetação de recursos, consolida os papéis individuais dentro do grupo e reduz o
risco de marginalização e exclusão

TIPOS DE GRUPOS

Díades/Relações de amizade (2) Características dos pares:


Grupo de pares: − Mesma idade
− Pequenos grupos (3 a 5) – organizados com base em afinidades, − Mesmo poder
em função do género. Modalidades de inclusão/exclusão intra e − Mesmos contextos frequentados
inter grupo
− Grandes grupos (ex. escuteiros) – a informação que os membros têm dos outros provém mais de fontes
indiretas do que da interação direta

Contudo, uma relação de amizade é diferente da relação com pares!

Amizades são voluntárias, recíprocas e satisfaz necessidades socioafetivas (amor, vinculação, intimidade, lealdade,
apoio, segurança
Qualidades das amizades:
 Companheirismo
 Conflito
 Ajuda
 Segurança

Relações de amizade Relação de pares


A influência promove a compatibilidade e a intimidade, A influência promove a compatibilidade e a uniformidade,
facilitando o afeto compartilhado e a resolução suave de criando uma hierarquia com mecanismos de aplicação que
diferenças, o que aumenta a sensação de segurança e aplicação que facilitam a ordem, o funcionamento suave e a
confiança na continuidade do relacionamento mobilização e organização eficazes

Muitos membros de grupos de pares não são próximos nem


Contextos privados, acesso a comportamentos de natureza aspiram a ser. Esperam conformidade em áreas observáveis,
coberta (ex. sentimentos, pensamentos) que é imposta por mecanismos de crítica ou exposição,
geralmente pelos membros de maior estatuto reconhecido

Os amigos buscam semelhança nos estados internos, Os grupos buscam semelhança observável no
atitudes e valores, porque promove a proximidade comportamento porque promove a coesão

Fatores de risco nas relações de pares: Fatores de proteção nas relações de pares:
 Maior sofrimento emocional  Consumos
 Problemas sociais e académicos
 Comportamentos disruptivos
 Baixo desempenho académico
 Menos comportamentos pró-sociais

Fatores de risco relações amizade: Fatores de proteção nas relações de amizade:


 Amigos desviantes  Amigos pró-sociais
− Mais comportamentos de externalização − Competências sociais
− Comportamentos delinquentes − Autoestima
− Comportamentos violentos − Gestão de stress
− Comportamentos sexual promíscuo − Adaptação escolar
− Consumos − Proteção contra
− Inadaptação escolar Ansiedade social
− Depressão Problemas internalizantes e
externalizantes
Vitimação dos pares
2 dimensões da perceção social:
 Perceção social: o total dos sentimentos positivos – negativos do grupo em relação a um indivíduo (número
total de nomeações dos que mais gostam – número total de nomeações dos que menos gostam
 Impacto social: a saliência do individuo no grupo de pares (número total de indicações de pares)
o Indivíduos de alto impacto são
− Populares (altos níveis de gosto pelos pares) – termo com a conotação genérica de poder &
domínio
 Popularidade percebida (ou popularidade) – perceção dos pares da influência social
e do domínio de um indivíduo no grupo de pares
 Aceitação social ou popularidade sociométrica – quantidade de gosto de pares
− Rejeitados (altos níveis de não gosto)
− Controversos (altos níveis de gosto e não gosto)
o Indivíduos de impacto médio – positivamente avaliados pelos seus pares, mas com impacto
moderado (nº de indicações comedido)
o Indivíduos de baixo impacto social – raramente são indicados pelos pares, não sendo nem
claramente apreciados nem rejeitados

A relevância do contexto escolar – promoção da aprendizagem socioemocional


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DESENVOLVIMENTO POSITICO, APRENDIZAGEM E COMPETENCIAS SOCIOEMOCIONAIS

Recentes modelos e teorias centradas no desenvolvimento positivo mudaram o foco (de problemas, défices e mal
adaptação) para a promoção de competências, pontos fortes e bem-estar. Por conseguinte, o interesse nos processos
através dos quais as crianças se desenvolvem com sucesso tornou-se o principal motor para o estudo dos contextos e
experiências que ajudam as crianças a florescer.

Enquanto a disfunção se refere às dificuldades da criança em regular os comportamentos em diferentes situações, a


competência é a expressão da integração de novas capacidades e conhecimentos que promovem comportamentos
saudáveis e adaptativos, ou seja, uma adaptação positiva do self em múltiplos contextos desafiantes.

Qual é o significado de desenvolvimento positivo?


 Comportamentos associados ao desenvolvimento positivo:
− a competência social com pares e adultos em situações quotidianas
− autorregulação da cognição e da emoção na sala de aula/atividades ou em casa
− demonstração de autonomia, responsabilidade e atitudes empáticas e pró-sociais

Desenvolvimento socioemocional = capacidade progressiva de a criança compreender, exprimir e gerir as suas


emoções de uma forma social e culturalmente ajustada, estabelecer relações positivas e significativas e adaptar-se de
forma saudável aos seus contextos de vida.

Aprendizagem socioemocional (SEL) = processo (intencional e estruturado) Desenvolvimento


através do qual todas as crianças, jovens e adultos adquirem e mobilizam o sempre a ocorrer ao longo da vida
conhecimento, competências e atitudes necessários para : VS
 desenvolver identidades saudáveis;
Aprendizagem
 gerir emoções e atingir objetivos pessoais e coletivos;
adquirir competências e saber usar
 sentir e demonstrar empatia pelos outros;
para interagir com o mundo
 iniciar e manter relações de suporte;
 tomar decisões responsáveis e cuidadosas (para nós e relativamente aos outros)

A aprendizagem socioemocional é parte essencial da educação e do crescimento de cada criança, é uma dimensão
relevante do seu desenvolvimento socioemocional, sendo crucial para o bem-estar de todas as crianças, com impacto
a curto, médio e longo prazo.
A SEL procura promover a equidade e a excelência educacional por meio de parcerias efetivas entre escola, família e
comunidade, que estabelecem ambientes de aprendizagem,
experiências e relacionamentos baseados na confiança e na
colaboração, um currículo estruturado e significativo com instrução
direta e avaliações contínuas.
A SEL pode ajudar a diminuir diversas formas de desigualdade e
empoderar crianças, jovens e adultos para cocriar instituições
prósperas e contribuir para comunidades seguras, saudáveis e justas
A CASEL (perspetiva ecológica) (2013, 2020) identifica cinco áreas de
competências SEL interrelacionadas:

I. Autoconhecimento (saber o que dominamos e o que precisa


de desenvolver)
 Compreensão das suas próprias emoções, pensamentos e comportamentos, e a relação entre estes,
avaliando ajustadamente os seus próprios pontos fortes e dificuldades.
 Algumas destas competências incluem:
− Reconhecer recursos pessoais, linguísticos e culturais
− Desenvolver interesses pessoais
− Demonstrar honestidade
− Experienciar autoeficácia

II. Autorregulação = melhor e mais robusto indicador do desenvolvimento humano


 Capacidade para autorregular emoções, comportamentos e pensamentos de forma a lidar
eficazmente com situações quotidianas.
 Algumas destas competências incluem:
− Compreender e mobilizar estratégias de gestão do stress
− Demonstrar autodisciplina
− Definir objetivos pessoais e de cooperação
− Utilizar capacidades de planeamento
III. Consciência social
 Desenvolver a capacidade de ser empático, colocando-se na perspetiva da outra pessoa, de respeitar
contextos culturais diversos e reconhecer as normas e suportes sociais.
 Algumas destas competências incluem:
− Identificar pontos fortes/qualidades das outras pessoas
− Demonstrar preocupação pelos sentimentos das outras pessoas
− Expressar gratidão
− Identificar dificuldades e oportunidades nas situações
IV. Competências relacionais
 Construir relações saudáveis e significativas, incluindo a capacidade de comunicar, cooperar e
negociar conflitos de forma eficaz.
 Algumas destas competências incluem:
− Capacidade de resolução de problemas de forma colaborativa
− Procurar e oferecer ajuda quando necessário
− Resistir a pressão social negativa
− Defender os direitos das outras pessoas
V. Tomada de decisão responsável (tendo em conta as necessidades dos outros e articular com as nossas)
 Fazer escolhas construtivas em relação a comportamentos pessoais e sociais que refletem
considerações éticas e de segurança, enquanto se avalia as consequências dos próprios
comportamentos.
 Algumas destas competências incluem:
− Experienciar curiosidade
− Antecipar consequências das ações
− Considerar o seu papel na promoção do bem-estar das outras pessoas
− Avaliar o seu impacto nas outras pessoas e nos contextos

É notório como as competências SEL servem como guia para a regulação do comportamento, pois elas:
 influenciam transversalmente o comportamento em diversos contextos
 fornecem suporte à adaptação da criança aos diferentes objetivos e situações nas quais se encontra

Resultados da SEL - As competências SEL têm vindo a ser progressivamente reconhecidas como “competências-chave
do século XXI”  necessárias para uma sociedade livre, aberta, democrática. Têm sido associadas a:
 Atitudes positivas em relação a si próprio/a e a outras pessoas;
 Capacidades de autorregulação enriquecidas e níveis mais baixos de perturbação emocional;
 Processos de transição facilitados e melhores resultados académicos;
 Reforço do bem-estar mental e resiliência das crianças, educadores/as e comunidades ;
 Preparação dos indivíduos com competências importantes para o futuro desempenho como alunos,
cidadãos e trabalhadores;
 Efeito na prevenção/redução de problemas de saúde mental e comportamentos de risco (e.g., violência,
abandono escolar e bullying);
 Efeitos comportamentais → melhor ajustamento comportamental e comportamento pró-social (e.g.,
altruísmo), redução de comportamentos antissociais e problemas de comportamento;
 Impactos significativos em vários contextos culturais e socioeconómicos

A ligação entre a educação e a SEL  O desenvolvimento de competências sociais e emocionais tem sido sublinhado
como uma prioridade central na Educação, tendo havido esforços para criar consistência acerca da sua importância e
de práticas que a promovam, assim como para reforçar a implementação de programas SEL a nível local, nacional e
europeu. Os programas SEL devem ser sistémicos e abrangentes – para se ter crianças socioemocionalmente
competentes é preciso que os profissionais e as famílias também o sejam!

Adultos (pai/mãe, profissionais):


 Promoção do seu desenvolvimento socioemocional;
 Prevenir e resolver problemas socioemocionais

Contextos (famílias, comunidades, instituições educativas):


 Promover parcerias autênticas;
 Criar uma cultura inclusiva

As competências socioemocionais podem ser ensinadas durante todo o ciclo de vida, mas a literatura tem
apresentado várias razões pelas quais a SEL deve começar o mais cedo possível e ser encorajada nos ambientes mais
significativos da criança

Contextos educativos  experiencias de aprendizagem focadas no bem estar e desenvolvimento  cuidados


adequados (relações profissional-criança significativas e afetuosas)  oportunidades para brincar/explorar
(interações positivas com pares e adultos

PROMOÇÃO DA SEL: A promoção de comportamentos positivos (PBS), o modelo pirâmide e as abordagens Whole-
school

A Promoção de comportamentos positivos é uma abordagem que utiliza métodos educacionais para apoiar as
crianças no desenvolvimento de comportamentos socialmente desejados, tendo em consideração as suas
necessidades, facilitando simultaneamente transformações mais amplas no contexto educativo e na vida escolar

Promoção de comportamentos positivos em toda a escola (SW/ PW-PBS) = toda a comunidade educativa
(professores, auxiliares, diretores, pais…)
o Abordagem sistémica/holística que estabelece os apoios socioculturais e comportamentais necessários para
que a escola constitua um ambiente de aprendizagem positivo, seguro e eficaz para todas as crianças. Como
abordagem educativa, inclui práticas baseadas em evidência que se centram no ensino e no reforço de
comportamentos positivos, minimizando a ocorrência de comportamentos desafiantes.
o Estrutura multinível baseada em evidências  apoia a saúde comportamental, académica, social, emocional
e mental dos alunos. Inclui, igualmente, práticas que promovem a competência socioemocional de todas as
crianças (nível universal), respondem a necessidades socioemocionais e comportamentais de crianças em
risco (nível seletivo) e apoiam crianças com dificuldades socioemocionais ou comportamentais persistentes
(nível intensivo/adicional) (modelo pirâmide)

Modelo pirâmide:
Nível 1 = todos:
− Definição de Expetativas Positivas em toda a escola
− Priorização das Competências Sociais, Emocionais e Comportamentais Apropriadas/Desejadas
− Alinhamento das Expetativas da Sala de Aulas com os comportamentos e competências desejadas na escola
− Incentivo e reconhecimento dos comportamentos apropriados
− Prevenção/resposta a comportamentos indesejados de Forma respeitosa e inclusiva
− Parceria Escola-Família
Nível 2 = alguns:
− Prática adicional de competências comportamentais, sociais e emocionais
− Oportunidades adicionais de reforço positivo e lembretes
− Acesso a apoios educativos e aumento da supervisão de adultos
− Aumento da comunicação escola-família
Nível 3 = poucos:
− Avaliação funcional do comportamento/avaliação psicológica
− Planeamento envolvente centrado na criança
− Suporte individualizado, abrangente e intensivo
Nos contextos educativos, a SW/ PW-PBS é uma abordagem que tem como objetivos facilitar processos e
práticas que promovam a aprendizagem socioemocional (SEL) das crianças, estabelecer uma cultura educacional
positiva, e criar um ambiente de suporte e bem-estar. Esta abordagem holística visa promover uma mudança
sistémica em que todos os elementos da comunidade educativa são envolvidos na cocriação de um clima social
positivo.
A implementação eficaz desta abordagem num ambiente de aprendizagem seguro significa que os
comportamentos positivos são encorajados de forma abrangente no contexto educativo, para além da sala de aulas
ou o gabinete de psicologia
É esperado, por isso, que as crianças tenham amplas oportunidades para se desenvolver num ambiente
inclusivo e beneficiar de diversificadas oportunidades para uma aprendizagem significativa

A PBS, que traduz um modelo pirâmide, engloba 5 conceitos principais:


Todos os aspetos da sua estrutura, desde a fundamentação teórica até à
implementação, estão estreitamente ligados pelos conceitos de sistemas, dados,
práticas e resultados que, quando funcionam adequadamente e em sincronia
conduzem à equidade

As componentes SW/PW-PBS  inclui 8 componentes que apoiam o


comportamento das crianças e a sua competência social e emocional, mas
também promovem o desenvolvimento profissional dos/as profissionais dos
contextos educativos
− Filosofia e propósito comuns – estar todos a remar para o mesmo lado,
onde queremos chegar?
− Liderança
− Identificar o comportamento desejado – o que queremos ver nas crianças
− Aprender e praticar o comportamento desejado
− Incentivar o comportamento desejado
− Desencorajar o comportamento inapropriado
− Acompanhamento e Avaliação contínuos
− Formação, desenvolvimento e apoio aos profissionais
Estas são um guia para o trabalho do psicólogo no contexto educativo, contudo não é uma receita prescritiva, é
necessário adaptar-se ao contexto onde se está a trabalhar

Ensinar comportamentos através de um processo de aprendizagem de competências


– exemplos de competências sociais e emocionais a ensinar
− Seguir regras, rotinas e indicações − Ajudar adultos e pares
− Aprender formas adequadas de expressar a raiva − Fazer amigos e manter amizades
− Identificar emoções em si própria e nos outros − Ganhar confiança
− Controlar a raiva e os impulsos − Resolver conflitos
− Sugerir temas de brincadeiras e atividades aos pares − Dar a vez
− Partilhar brinquedos e outros materiais − Dar elogios
− Compreender como e quando pedir desculpa − Resolução de problemas
− Expressar empatia pelas emoções dos outros − Gerir o stress e a ansiedade
− Aprender normas sociais
− Tomar decisões adequadas
− Aprender a reconhecer a raiva em si própria e nos outros
− Aprender os seus pontos-fortes e pontos-fracos
− Ganhar consciência do que os outros estão a sentir
− Reconhecer que a raiva pode interferir com a resolução de problemas

Benefícios da implementação de uma abordagem SW/PW-PBS:


o Melhorias comportamentais e socioemocionais das crianças
o Melhor saúde mental das crianças
o Maior satisfação profissional e bem estar dos profissionais
o Vivência de um clima social positivo
o Forma de criar ambientes de aprendizagem positivos, previsíveis, equitativos e seguros, onde todos
prosperam

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