Aacadmico,+893 5631 1 CE
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Resumo: O presente artigo tem por objetivo fazer um levantamento dos principais riscos
encontrados no setor da construção e reparos navais em estaleiro da região metropolitana de
Belém, através de um estudo de caso, com visitas realizadas durante a fase inicial do trabalho,
de forma a avaliar a existência ou não de um sistema de gestão, apresentando sugestões de
melhorias físicas e adequações às normas de segurança existentes, para as principais fases do
processo de fabricação/reparos demandados no estaleiro. Portanto, esse trabalho nos permitiu
fazer uma análise do atual processo do estaleiro, demostrado através dos registros e sugerir
melhorias como forma de assegurar a eficácia do processo fabril e segurança de seus
colaboradores, como um estudo para a implantação de um novo layout com mapeamento de
suas áreas de riscos, além de sugerir a elaboração de análise preliminar dos riscos existentes.
Abstract: This article aims to survey the main risks found in the shipbuilding and ship repair
sector in the Belém metropolitan area, through a case study, with visits during the initial phase of
the work, in order evaluate the existence or otherwise of a management system, presenting
suggestions for physical improvements and adjustments to existing safety standards, for the main
stages of the manufacturing process / repairs required at the shipyard. Therefore, this work
allowed us to make an analysis of the current shipyard process, demonstrated through the records
and suggest improvements as a way to ensure the efficiency of the manufacturing process and
safety of its employees, as a study for the implementation of a new layout with mapping of risk
areas, as well as suggest the preparation of preliminary analysis of existing risks.
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Engenheiro Mecânico – UFPA, Especialização em Construção Naval - FENAV/UFPA
e-mail: heyder.c@hotmail.com
2
Prof. Msc. Faculdade de Engenharia Naval/ ITEC, Universidade Federal do Pará – UFPA
e-mail: andrecosta@ufpa.br.
Revista Mundi Engenharia, Tecnologia e Gestão. Paranaguá, PR, v.5, n.5, p. 254-01, 254-22,2020.
DOI: 10.21575/25254782rmetg2020vol5n5893
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1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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reparação naval. Vale destacar que existem ainda normas especificas que
devem ser seguidas em paralelo no ramo da construção naval, como a NR 33 –
Trabalho em espaço confinado, NR 35 – Trabalho em altura e NR 10 –
Segurança em instalações e serviços elétricos.
Há uma diversidade de atividades laborais nas indústrias navais, onde
cada trabalhador é especializado para atuar em uma etapa da produção, neste
caso, na produção e reparo de embarcações. É importante observar que quando
se trata das condições e meio ambiente de trabalho nas indústrias de construção
e reparação naval – segundo a NR 34 – há alguns riscos inerentes à cada
atividade da produção que merecem ser evidenciados, a fim de evitar possíveis
danos à saúde dos trabalhadores (TEIXEIRA, 2012). A Figura 1 demonstra os
índices de adoecimento por atividade exercida na indústria da construção e
reparação naval, tomando como base o estaleiro Mauá S/A no Rio de Janeiro.
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3 METODOLOGIA
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de qualquer atividade, devem-se garantir as medidas de proteção aos
empregados. É preciso também suspender todos os trabalhos quando houver
mudanças nos ambientes que gerem potenciais situações perigosas à
integridade física e psicológica das equipes.
A norma que rege esse tipo de atividade orienta a execução da Análise
Preliminar de Risco - APR, quando necessária, seguida de emissão de
permissão de trabalho - PT. As atividades, o processo de trabalho, os riscos e
as medidas de proteção devem ser tratados num documento assinado.
Evidentemente, todas as informações devem estar sempre atualizadas, com
suas medidas de controle completas, enfim, todas as providências que prezam
pelo cumprimento das medidas preventivas, inclusive junto às empresas
terceirizadas, constam de diretrizes normativas.
A NR 34 orienta também as tarefas relacionadas ao trabalho em altura,
exposição às radiações ionizantes, pinturas, movimentação de carga, montagem
e desmontagem de andaimes, trabalho a quente, entre outras. Além de tudo,
uma peça central na prevenção na indústria naval chama-se treinamento.
Segundo a NR 34 o trabalhador deve ser instruído quanto às suas atividades,
incluindo sinalização de máquinas e equipamentos, equipamentos de proteção
individual e ações a serem adotas em caso de incidentes.
Como o setor abrange o trabalho em portos, navios e barcos, ou seja,
mantém-se com características próprias, o plano de segurança precisa ser
realizado de acordo com a realidade do ambiente. Técnico e engenheiro do
trabalho fazem-se essenciais rumo à prevenção de acidentes e doenças
ocupacionais.
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perpendiculares (Lpp) de 67,0 m, 12,0 m de boca (largura da embarcação de um
bordo ao outro) e para um calado de 3,5 m - (Figura 2).
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Manter desimpedido e próximo à área de trabalho sistema de combate a
incêndio, especificado conforme tipo e quantidade de inflamáveis e/ou
combustíveis presentes;
Inspecionar o local e as áreas adjacentes ao término do trabalho, a fim de
evitar princípios de incêndio.
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utilizando filtros, luvas, botas, roupas de proteção, vidros de segurança e
executar a soldagem em locais com ventilações adequadas. O soldador convive
em seu ambiente de trabalho com gases tóxicos e fumos (Figura 5), causando
danos ao aparelho respiratório através da silicose e outros males, dependendo
da concentração no ar, taxa de respiração, taxa de circulação e reatividade, de
acordo com a saturação do organismo.
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Interrupção imediata do trabalho em altura em caso de iluminação
insuficiente ou condições meteorológicas adversas, como chuva e
ventos superiores a quarenta quilômetros por hora, dentre outras.
(BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 34).
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raciocínio, euforia ou fadiga. Perda de raciocínio e morte ocorrerá em minutos
se os níveis de concentração caírem abaixo de 6%.
A combustão e a presença de certos gases deslocam o ar, sendo algumas
das causas de deficiência de oxigênio no local, onde nem sempre o processo de
ventilação, com o objetivo de renovar o ar, controlar a poluição do ar, controlar a
temperatura e umidade é adotado.
Conforme a Figura 8, as névoas acumuladas em espaço confinado, originadas do
trabalho de soldagem e sem as devidas precauções de renovação do ar no ambiente
de trabalho.
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fabricante dos equipamentos. Devem ser utilizados cabos elétricos de bitola
adequada às aplicações previstas, e com a isolação em perfeito estado.
Os terminais de saída devem ser mantidos em bom estado, sem partes
quebradas ou isolação trincada, principalmente aquele ligado à peça a ser
soldada, além de ser assegurado que as conexões elétricas estejam bem
ajustadas, limpas e secas.
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Há também outro tema tratado nessa NR, que se refere a atividades de
pintura. E, assim como na atividade de jateamento/ hidrojateamento, há algumas
condições necessárias para garantir a segurança do trabalhador e que o trabalho
seja realizado corretamente, entre elas. Assim, somente o trabalhador
devidamente treinado e qualificado poderá realizar as atividades de pintura, pois
ele saberá o que deve ser feito em relação ao preparo e descarte do material.
(UNESP, 2015).
Muitas dessas atividades são realizadas em ambientes confinados, sem
sistemas adequados de ventilação e exaustão, e dependendo do tipo de metal,
o risco toxicológico é elevado.
As empresas pouco fazem para melhorar esses ambientes e as condições
de trabalho, por exemplo, boa parte das máscaras utilizadas pelos trabalhadores
era inadequada ou em estado precário e muitos nem faziam uso do
equipamento.
Em setembro de 2016, a NR 34 sofreu alterações com a Portaria Nº
1.112/2016, que entre as principais considerações, adiciona a definição de
“cabine de pintura”. Com o conceito, ficou claro que se refere ao local projetado
por profissional legalmente habilitado, destinado exclusivamente para tratamento
e pintura de superfícies, constituído de materiais incombustíveis ou resistentes
ao fogo, dotado de sistema de ventilação/exaustão, filtragem e controles
ambientais.
5 SUGESTÕES E DISCUSSÕES
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fabricação do estaleiro se torne mais seguro, eficaz e consequentemente tenha
uma redução considerável dos custos de produção.
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Segundo Sales (2012), embora os processos de construção de
embarcações metálicas de pequeno porte sejam bastante similares às de grande
porte, esse segmento é mais fortemente afetado com a variação do volume de
produção visto que, por serem produtos de menor complexidade tecnológica,
podem requerer diferentes níveis de demanda para justificar investimentos em
tecnologia e aperfeiçoamento dos processos construtivos empregando, desta
forma, técnicas mais rudimentares aos processos produtivos.
Couto (1995) sugere uma lista com uma série de pontos a serem
checados nas diversas fases do desenvolvimento do layout para avaliação dos
aspectos de ergonomia que respeitem as especificações técnicas da “máquina
humana”.
Com base nesses conceitos e de forma a padronizar o processo de
fabricação do estaleiro, sugere-se a reestruturação da sua planta de produção
com a elaboração de um novo layout, mais eficaz para seu processo.
A Figura 10 ilustra os principais processos para a construção naval em
estaleiro de pequeno porte de forma a auxiliar na elaboração de um novo arranjo
físico de produção.
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5.2 Modelo de Layout para estaleiro de pequeno porte.
A Figura 11 demostra a proposta de um novo layout para a reestruturação
do estaleiro, buscando a otimização e eficácia do processo.
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Área de edificação (dique): Trata-se do coração do estaleiro, local
onde iniciará a construção das embarcações desde a quilha até seu
lançamento na água;
Almoxarifado: local de armazenamento de produtos e
equipamentos necessários para a atividade; e
Escritório: local de atendimento a clientes e funcionários, podendo
ser dividido com o RH da empresa.
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5.4 Mapa de Risco
O Mapa de Risco é uma representação referente aos riscos presentes no
ambiente de trabalho. É apresentado graficamente de acordo com o layout do
local analisado através de círculos de cores diferentes, de acordo o nível
dos riscos e com as cores correspondentes a eles.
Segundo Mattos, Freitas (1994) é uma representação gráfica de um
conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar
prejuízos à saúde dos trabalhadores. Tais fatores se originam nos diversos
elementos do processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações,
suprimentos, e nos espaços de trabalho, onde ocorrem as transformações) e da
forma de organização do trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de
trabalho, turnos de trabalho, postura de trabalho, treinamento etc.).
A Figura 12 mostra um modelo de mapa de risco elaborado para o novo
layout do estaleiro, com suas respectivas legendas de cores e tabela descritiva
quanto aos grupos e graus de riscos, Figuras 13 e 14, respectivamente.
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Figura 13 – Legenda de cores quanto ao Grupo de Risco.
Fonte: Autor.
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5.5 Treinamento
Uma das principais maneiras de evitar acidentes nas empresas é fazer o
colaborador entender a importância dos treinamentos de segurança do trabalho,
motivando-o a participar sempre que possível. A partir do momento em que o
funcionário passa a conhecer as principais medidas de segurança, ele começa
a se prevenir e, consequentemente, os acidentes tendem a diminuir.
Para SHI, H. et al. (2008), o treinamento técnico para funcionários do chão-
de-fábrica é um fator importante para que se consiga contribuir com o
desenvolvimento e a manutenção de um sistema de gestão.
Apesar de muitos estaleiros realizarem um esforço próprio de treinamento,
é sempre dada preferência para pessoas com o máximo de formação escolar e
técnica. Grandes estaleiros têm seus próprios sistemas de treinamento e
qualificação profissional, diferentemente dos estaleiros regionais que ainda se
encontram muito aquém dessa realidade.
6 CONCLUSÃO
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metodologia de Análise Preliminar de Riscos – APR, comprova que o
gerenciamento dos riscos ocupacionais, utilizado de forma ampla e séria,
constitui uma poderosa ferramenta para a preservação da saúde e da integridade
dos trabalhadores, no desempenho de suas atividades. Significativas melhorias
das condições de conforto, segurança e produtividade nos estaleiros podem ser
obtidas a partir do respeito aos princípios da ergonomia na definição do layout.
Cabe também salientar algumas causas que estão ligadas a acidentes de
trabalho na indústria da construção naval, tais como: elevada rotatividade de
empregados, falta de mão de obra especializada, cursos com baixa qualidade e
tempo de treinamento insuficiente, requalificação da força de trabalho, contratos,
por meio de empresas subcontratadas, terceirizadas e processo seletivo
inadequado, devida as grandes demandas de mão de obra no setor.
É importante destacar ainda que em qualquer atividade a experiência e a
vivência no ambiente de trabalho são muito importantes durante a execução das
atividades.
7 REFERÊNCIAS
Revista Mundi Engenharia, Tecnologia e Gestão. Paranaguá, PR, v.5, n.5, p. 254-01, 254-22,2020.
DOI: 10.21575/25254782rmetg2020vol5n5893
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<http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR33.pdf>. Acesso
em 20 de abr. 2019.
Revista Mundi Engenharia, Tecnologia e Gestão. Paranaguá, PR, v.5, n.5, p. 254-01, 254-22,2020.
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em Engenharia de Produção) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte –
UFRN, Natal, 2012.
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