80 Anos Do Embarque Da Força Expedicionária Brasileira
80 Anos Do Embarque Da Força Expedicionária Brasileira
80 Anos Do Embarque Da Força Expedicionária Brasileira
submarinos alemães e italianos, com mais de 700 mortos. A última agressão foi em 19 de agosto (cargueiro
Jacyra), apenas 3 dias antes da declaração.
4 No total, foram 35 navios brasileiros atacados, até 19 de julho de 1944, incluindo o Taubaté.
5 Conferência realizada entre os Presidentes Vargas, do Brasil, e Roosevelt, dos Estados Unidos da
América.
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Cerca de sete meses depois, em 8 de fevereiro de 1945, o quinto e último escalão deixou
o Brasil, constituído, em sua maioria, por elementos da administração militar que
compunham o Depósito de Pessoal. Durante todo o movimento para a Europa, a Marinha
do Brasil, além de guarnecer o vasto litoral nacional e suas ilhas oceânicas, protegeu com
efetividade cada comboio formado, permitindo que os integrantes da FEB chegassem à
Itália em segurança.
Os obstáculos vencidos para a estruturação da FEB e o seu integral transporte para a
Europa são motivo de muito orgulho, sobretudo considerando as condições do País à
época. Ainda hoje, esse exitoso translado desperta o interesse e a pesquisa de
estudiosos e especialistas no assunto. Naquela oportunidade, ao superar complexos
desafios, o povo brasileiro deu prova cabal de sua resiliência e competência. A cobra,
enfim, fumou!
A cobra segue fumando
Em 16 de julho de 1944, os primeiros pracinhas pisaram o solo italiano. Se por um lado
chegaram desconhecidos, por outro rapidamente se ajustaram à nova situação,
demostrando invulgar flexibilidade, inventividade e adaptabilidade. Dessa forma, foram
aos poucos conquistando a admiração e o respeito de todos. À proporção que as batalhas
se desenrolavam, tornava-se mais perceptível o seu caráter agregador, bondoso e
solidário, que somado às suas capacidades combativas, iniciativa, camaradagem e
destemor, contribuiu para a vitória aliada na Campanha da Itália.
Os incontáveis episódios de heroísmo da FEB já são parte consagrada da extensa e
memorável bibliografia existente sobre o tema. Todavia, ao analisar cada ação realizada,
percebe-se que os soldados-cidadãos brasileiros, em sua essência, souberam cultuar,
praticar e desenvolver os valores militares estruturais da Instituição Exército Brasileiro, a
saber: o patriotismo; o civismo; a fé na missão; o amor à profissão; o espírito de corpo;
além da incessante busca pelo aprimoramento técnico-profissional.
Com a mobilização nacional, os pracinhas vieram “do morro, do Engenho”, “das selvas,
dos cafezais”, “da boa terra do coco” e de todos os demais rincões do Brasil, formando
um corpo sinérgico orientado ao mesmo ideal de luta contra a opressão e os horrores do
nazifascismo. Microrganismo da sociedade brasileira por excelência, a FEB foi um
autêntico emaranhado de raças, integrando harmonicamente pessoas de ambos os
sexos, de diferentes classes sociais e culturas variadas. Esse heterogêneo conjunto, ao
se olhar no espelho, viu refletida a imagem de um Brasil pujante, em pleno
desenvolvimento e ciente do seu papel como líder regional, com projetado protagonismo
mundial.
Exaltar os 80 anos do embarque da FEB é, portanto, homenagear e dar visibilidade ao
legado de dedicação, exemplo e sacrifício de cada pracinha brasileiro, sempre pronto a
servir ao seu País e disposto a dar a vida pela liberdade e democracia. Lembrar o marco
histórico de 2 de julho de 1944 é, igualmente, render o máximo respeito aos 462 heróis
que não puderam rever sua terra natal. A cobra seguirá sempre fumando!
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(*) Autores: