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Resumo
Estudos comprovam que os números tem origem na pré-história. Para tanto busca-se
esclarecer algumas dúvidas e analisar formas de deixar mais claro e interessante o ensino dos
diferentes sistemas de numeração. Para tanto buscar-se-á responder algumas questões: O
homem já contava na época das cavernas? Será que os números sempre existiram? Os
números que usamos hoje sempre foram escritos dessa maneira? Existiram outros sistemas de
numeração? Com os estudos bibliográficos respondemos as questões e concluímos que
mesmo nos dias atuais, podemos encontrar em nosso meio pessoas com culturas diferentes
que utilizavam outras formas de representar quantidades. Um bom exemplo seria uma tribo de
índios da Amazônia, mais especificamente os mundurucus, eles contam apenas até cinco, seu
modo de vida não apresenta nenhuma necessidade de sistemas de numeração mais complexos.
Parece até um pouco estranho nos dias atuais com tantas formas de tecnologia e inovações,
uma tribo que ainda vive com um sistema de numeração tão rudimentar. Mas por isso se torna
tão interessante estes tipos de estudo que resgatam teorias interessantes que não paramos para
analisar e ver o quão complexas elas foram em sua época.
Palavras-chave: Períodos históricos. Números. Matemática.
Abstract
Studies show that the numbers originated in prehistory. Therefore we seek to clarify some
issues and examine ways to make it clearer and interesting teaching of different numbering
systems. To get both will answer some questions: The man already had at the time of the
caves? Are the numbers always existed? The numbers we use today were always written that
way? There have been other numbering systems? With bibliographic studies answer questions
and concluded that even nowadays we can find in our midst people with different cultures
who used other ways to represent quantities. A good example would be a tribe of Amazonian
Indians, specifically Mundurucus, they only count up to five, their way of life presents no
need for more complex numbering systems. It even seems a little strange these days with so
many forms of technology and innovations, a tribe that still lives with a numbering system so
rudimentary. But why is it so interesting to study these types of rescues interesting theories
that do not stop to analyze and see how complex they were in his time.
Keywords: Historical periods. Numbers. Mathematics.
1 O homem na pré-história
sempre foram escritos dessa maneira? Existiram outros sistemas de numeração? Com esses
questionamentos e mais alguns que surgirão durante o trabalho, tentaremos esclarecer
algumas dúvidas e analisar formas de deixar mais claro e interessante o ensino dos diferentes
sistemas de numeração.
Na antiguidade o ser humano não necessitava contar, nem de criar símbolos para
registrar quantidades, o senso numérico dos humanos já era suficiente para atender suas
necessidades. Como já sabemos, na época das cavernas, o ser humano era nômade, não tinha
residência fixa, ele vivia andando de uma região para outra, extraindo tudo o que ele podia
consumir e no momento em que se esgotavam as reservas naturais ele se deslocava para outra
região. Talvez por esse motivo o homem ainda não tenha inventado uma forma de registrar
quantidades, se pensarmos um pouco, conseguiremos perceber que quanto mais voltarmos no
tempo, menor será a presença dos números, bem diferente da situação atual.
Com o passar do tempo, o ser humano começa a se fixar, criar residências, deixando
de ser nômade e mudando a forma de encarar o mundo. Logo sua evolução era inevitável, não
só em relação aos números mais também a todos os costumes já existentes, pois a partir de
agora ele deveria aprender a cultivar a terra para poder se auto-sustentar, sem a necessidade
de mudanças como em tempos anteriores. Esse seria o marco para as mudanças no que diz
respeito aos números e a todas as formas de representações numéricas existentes antes do
atual sistema de numeração conhecido por nós nos dias de hoje.
As transformações começaram a partir do momento em que o homem começou a
sentir dificuldade de controlar seu rebanho devido ao aumento de animais, e também pela
produção de alimentos que se tornava cada vez maior. Foi a partir daí que começaram as
primeiras relações entre quantidades e símbolos. O pastor quando saia com suas ovelhas para
pastar fazia algumas relações entre símbolos e quantidades de ovelhas. Por exemplo:
marcações eram feitas em ossos ou madeiras, para controlar a quantidade de animais que saia
pela manhã, assim ao retornarem ao fim do dia o pastor poderia fazer uma relação entre
ovelhas e marcações para poder conferir a quantidade de animais, assim poderia saber se
estava faltando algum animal.
Outra forma comum de controle era a utilização de pedras, para cada ovelha que saia
pela manhã o pastor colocava uma pedrinha em um saco, ao entardecer ele retirava uma pedra
para cada animal que retornava. Assim ele podia controlar seu rebanho, mas algum tempo
depois esse número de animais começou a aumentar, dificultando assim
esse controle. Foi então que começou a surgir algumas relações um pouco mais
desenvolvidas, como associar a um desenho de mão o número cinco, um desenho de um
homem para representar o número vinte assim poderiam facilitar suas representações.
Representava cinco.
2 Senso numérico
se afastou. Mas o pássaro não foi enganado: manteve-se afastado até que o outro homem
saísse da torre. A experiência foi repetida nos dias subsequentes com três homens, ainda sem
sucesso, pois o corvo conseguia distinguir essa quantidade. O fazendeiro quase desistiu de sua
empreitada, mas tentou novamente com quatro homens, mas novamente o pássaro esperou
que o último homem saísse da torre. Finalmente, foram utilizados cinco homens como antes,
todos entraram na torre e um permaneceu lá dentro enquanto os outros quatro saíam e se
afastavam. Desta vez o corvo perdeu a conta. Incapaz de distinguir entre quatro e cinco,
voltou imediatamente ao ninho, e infelizmente foi enganado pelo fazendeiro.
Apesar do ser humano conseguir contar, fazer a relação entre símbolos e quantidades,
no que diz respeito ao senso numérico, nós temos a mesma capacidade do corvo citado na
história acima, conseguimos distinguir apenas até a quantidade de quatro elementos. É um
pouco complicado para nós aceitarmos isso, mas se não utilizarmos o processo de contar,
capacidade apenas do ser humano, nosso senso numérico é o mesmo de certas espécies de
pássaros.
3 Sistemas de numeração
O sistema egípcio era de base dez, assim como nosso sistema atual, a diferença entre
eles era que o dos egípcios não era posicional, seus símbolos eram adicionados uns aos outros
não importando a posição, cada símbolo podia ser repetido no máximo nove vezes. Observe
que, no sistema egípcio, há símbolos diferentes para representar os números um, dez, cem, mil
e um milhão. Se seguissem esse principio, seriam necessários outros símbolos para
representar números maiores. E isso não teria fim.
O provável motivo para isso, talvez seja por na época não haver necessidade de
registrar grandes quantidades como em nossos dias atuais. Por isso podemos afirmar que esse
sistema se fosse usado hoje não seria muito prático. Veja um exemplo de uma operação:
Por volta de 1650 a.C., o egípcio Aahmesu escreveu o Papiro Ahmes, um manual de
matemática contendo 90 problemas do dia-a-dia, referentes ao preço de pão, à alimentação do
gado, etc. Todos resolvidos. Este manual foi o ponto de partida, para os cientistas
compreenderem o sistema numeração egípcio, que se baseava em sete símbolos representando
sete números- chave.
Esta civilização perdurou de 4000 a.C. a 452 a.C., aproximadamente.
Quem pensa que não utilizamos o sistema babilônico, está enganado, pois a divisão
das 24 horas, uma hora em 60 minutos e os minutos em 60 segundos, é uma herança dos
babilônicos. O sistema babilônico utiliza a base 60 para a formação de seus numerais.
O sistema sexagesimal, também conhecido como sistema de numeração babilônico,
era composto por símbolos, e eles usavam a base 10 para associar os mesmos, para
corresponder aos 60“algarismos” necessários. Veja o exemplo:
Para representar os números 10, 20, 30, 40 e 50 utiliza-se o símbolo do numeral um, mas
dispostos de forma diferentes:
Podemos atribuir também aos babilônicos o início do uso de um sistema posicional como
indicado acima no quadro, pois ao contrario dos egípcios que usava apenas um sistema
aditivo, os babilônicos inovaram, usando um sistema aditivo e também posicional, pois
dependendo do número seriam usados os dois princípios.
Na escrita dos números de 1 a 59, o sistema de numeração dos babilônios se parecia
muito com o sistema de numeração desenvolvida pelos egípcios; ambos eram aditivos.
Quando o número era maior que sessenta, seria necessária a mudança da posição dos
símbolos. O quadro abaixo mostra o uso do sistema aditivo, o mesmo utilizado pelos egípcios.
Por volta do século III a.C. começou a formar-se um sistema de numeração mais
prático que os tratados anteriormente: o sistema de numeração romano. Os romanos foram
espertos, não inventaram símbolos novos para representar os números; usaram as próprias
letras do alfabeto. I V X L C D.
O sistema de numeração Romano era um sistema decimal, ou seja, sua base era dez.
Este sistema é utilizado até hoje em representações de séculos, capítulos de livros,
mostradores de relógios antigos, nomes de reis e papas e outros tipos de representações
oficiais em documentos. Esse sistema não permitia que fossem feitos cálculos, não se
destinava a fazer operações aritméticas, mas apenas representar quantidades.
Com o passar do tempo, os símbolos utilizados pelos romanos eram sete letras, cada
uma com um valor numérico:
I V X L C D M
Como qualquer sistema de numeração não surge de um dia para o outro, mas passa
sempre por um longo processo de desenvolvimento, com os Romanos não foi diferente, pois
nesse sistema fica claro um processo de evolução, por mais que aparentemente esse processo
tenha complicado um pouco mais o entendimento de suas representações.
No início os romanos usavam apenas o principio aditivo para representar seus
números, podendo repetir até quatro vezes cada símbolo.
IV = 4 IX = 9 XIV = 14 XC = 90
Este pode ser considerado o sistema numérico mais usado nos dias de hoje, apesar de
não ser o sistema utilizado por nós, ele se faz presente em vários momentos de nosso
cotidiano, sendo assim depois de nosso sistema o mais conhecido e trabalhado nas redes
escolares.
A civilização Maia estava localizada na América Central e na América do Sul, ela não
tinha nenhum contato com as civilizações do hemisfério oriental, o que demonstra que seu
sistema de numeração não se baseou em nem um outro sistema já estudado em nosso trabalho.
A cultura Maia desenvolveu um sistema vigesimal de numeração, ou seja, base vinte,
que tinha como base para seu surgimento o uso dos dedos das mãos e dos pés. Nesse sistema
os valores aumentavam de vinte em vinte, com algumas variações para melhor se adaptarem a
cronologia. O povo Maia era extremamente devotado aos seus deuses, para eles os dias eram
deuses e benditos eram os números que os representavam. Também eram excelentes
astrônomos, adoravam as estrelas, suas construções sempre tinham algo para se relacionar
com as estrelas e com seus deuses, excelentes construtores, podemos verificar isso analisando
suas construções e evidenciando o grau de evolução dessa civilização.
Outro fato muito importante é que alguns historiadores dizem que o povo maia pode
ter inventado o zero primeiro que os povos orientais, mas isso não podemos afirmar com
certeza. Seu sistema de numeração era baseado na posição dos símbolos, que incluía a
utilização do zero para indicar que não existiam unidades deste valor. Esses numerais eram
representados por símbolos compostos por pontos e barras, sendo o zero a única exceção por
ser representado pelo desenho de uma concha. eja alguns símbolos:
400s
20s
1s
33 429 5125
Portanto seria escrito de cima para baixo usando os numerais doze, dezesseis e cinco.
O sistema de contagem vigesimal também influenciava o calendário maia sendo o
fechamento de um período de vinte anos um momento parecido com o fechamento de uma
década para nós. Alguns calendários usavam um sistema modificado de contagem onde a
terceira casa vigesimal não denotava múltiplos de 20 × 20, mas sim de 18 × 20 pois assim era
possível uma contagem aproximada da duração em dias do ano solar dado que 18 × 20 = 360.
Os hindus, que viviam no vale do Rio Indo, onde hoje é o Paquistão, conseguiram
desenvolver um sistema de numeração que reunia as diferentes características dos antigos
sistemas, este era o sistema de numeração indo-arábico, que recebeu esse nome devido aos
hindus que o inventaram, e também por causa dos árabes, que eram grandes comerciantes e
viajavam por toda a Europa utilizando este sistema para representar quantidades, registrar
valores de transações e também para realizar operações, assim eles o transmitiram para toda a
Europa. Durante um bom tempo foi atribuído aos árabes à invenção deste sistema de
numeração devido a esta divulgação pelos mesmos.
Outra atribuição aos hindus pela maioria dos historiadores seria a da criação de um
símbolo para representar a ausência de unidades, ou seja, o zero. Mas um fato muito
interessante a respeito da criação do símbolo para representar o nada, seria a de os hindus
terem criado bem antes uma forma de escrever a ausência do nada, a palavra utilizada era o
“sunya”.
Porém, estas notações só serviam para as palavras e não para os números, mas
reunindo essas idéias apareceram juntos o zero bem como o atual sistema de notação
posicional.
Um dos primeiros locais onde aparece a notação posicional é um tratado de
cosmologia denominado: Lokavibhaga, publicado na data de 25 de agosto de 458 do
calendário Juliano, por um movimento religioso hindu para enaltecer as suas próprias
qualidades científicas e religiosas. Neste texto, aparece o número 14.236.713 escrito
claramente:
1 4 2 3 6 7 1 3
numeração tão rudimentar. Mas por isso se torna tão interessante estes tipos de estudo que
resgatam teorias interessantes que não paramos para analisar e ver o quão complexas elas
foram em sua época.
Referências bibliográficas
BELLOS, Alex. Alex no País dos números: uma viagem ao mundo maravilhoso da
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