Institutos Despenalizadores

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INSTITUTOS DESPENALIZADORES

ou Benéficos

Exigências de pena

INSTITUTO PENA EXIGIDA

Composição civil dos danos Pena máxima não superior a 2 anos,


cumulada ou não com multa

Transação Penal Pena máxima não superior a 2 anos,


cumulada ou não com multa

Suspensão Condicional do Processo Pena mínima cominada for igual ou inferior


a 1 ano

Acordo de Não Persecução Penal Pena mínima inferior a 4 anos

Suspensão Condicional da Pena Exigência de Pena Concreta

a) Condenação à pena privativa de


liberdade não superior a 2 anos
(sursis simples)

b) Condenação à pena privativa de


liberdade de até 4 anos, se o
sentenciado for maior de 70 anos de
idade (sursis etário) ou por razões de
saúde (sursis humanitário)

Livramento Condicional Exigência de Pena Concreta

Condenação à pena privativa de liberdade


igual ou superior a 2 anos

Substituição da Pena Privativa de Exigência de Pena Concreta


Liberdade
a) PPL de até 1 ano
i) Multa ou 1 PRD
b) PPL não superior a 6 meses
i) Multa
c) PPL superior a 1 ano
i) 1 PRD e Multa
ii) 2 PRD

Composição civil dos danos

1. Previsão
a. Lei de Juizados Especiais, art. 74
2. Crimes
a. Infrações Penais de menor potencial ofensivo
i. Pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não
com multa
b. Exceções
i. No âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher
ii. Justiça Militar
iii. Cometidos contra a criança e o adolescente
1. Controvérsia: apenas crimes previstos no ECA (mesmo que não
sejam de violência doméstica) ou para todos os delitos do Código
Penal e Legislação Penal Especial?
3. Momento
a. Audiência preliminar dos Juizados Especiais
4. Requisitos
a. Composição civil de danos
b. Aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade
5. Procedimento
a. Audiência Preliminar
i. Juiz informa sobre a possibilidade
b. Requisitos
i. Composição civil de danos
ii. Aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de
liberdade
c. Possíveis desdobramentos
i. Consequências
1. Reduzida por escrito, homologada pelo juiz
2. Sentença irrecorrível
3. Título executivo judicial no juízo cível
ii. Ação Penal Pública Incondicionada
1. Não acarreta a extinção da punibilidade
a. Apenas a antecipação da certeza acerca do valor da
indenização. Não há a produção da extinção da
punibilidade. Pode ser causa de arrependimento
posterior.
2. Proposta de transação penal
a. Transação Penal aceita pelo acusado
i. Aplicação imediata de pena não privativa de
liberdade
ii. Encerramento do procedimento
3. Sem proposta de transação penal pelo Ministério Público ou a
proposta não é aceita pelo acusado
a. Denúncia (oral)
iii. Ação Penal Pública Condicionada à representação
1. Aceita a proposta de composição
a. Renúncia automática do direito de representação
b. Extinção da punibilidade
c. Extinção do procedimento
2. Não havendo a composição
a. Não oferece representação
b. Oferece representação
i. MP oferece transação penal
1. Homologação do juiz
a. Cabe apelação
ii. MP não oferece transação penal ou não é aceita
pelo acusado
1. Denúncia
iv. Ação Penal Pública Privada
1. Aceita a proposta de composição
a. Renúncia automática do direito de representação
b. Extinção da punibilidade
c. Extinção do procedimento
2. Não é feita proposta ou acusado não aceita
a. Possibilidade de queixa-crime (oral)
6. Consequências
a. Renúncia ao direito de queixa ou de representação
b. Extinção da punibilidade
i. Exceção
1. Nos crimes de ação penal pública incondicionada. Apenas a
antecipação da certeza acerca do valor da indenização. Não há a
produção da extinção da punibilidade. Pode ser causa de
arrependimento posterior.
Transação Penal

1. Previsão normativa e conceito


a. Lei de Juizados Especiais, art. 76
b. Acordo celebrado entre o titular da ação penal e o autor do fato delituoso,
objetivando a imediata aplicação de pena de multa ou de pena restritiva de
direitos
2. Crimes
a. Infrações Penais de Menor Potencial Ofensivo
i. Pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não
com multa
3. Momento
a. Após deliberação sobre composição civil dos danos
4. Requisitos
a. Todas as espécies de ação penal
i. Na ação penal pública condicionada à representação e na ação penal
privada, se não houver prévia composição de danos civis.
b. Admissibilidade
i. Infrações penais de menor potencial ofensivo
ii. Não for hipótese de arquivamento
iii. Não configuração das vedações
iv. Aceitação (autor e defensor)
5. Vedações
a. Não ter sido o autor condenado pela prática de crime à PPL por sentença
transitada em julgado
b. Não ter sido beneficiado por transação penal (5 anos anteriores)
c. Circunstâncias judiciais desfavoráveis
6. Procedimento
a. Oferecimento
b. Aceitação
c. Homologação judicial (análise da legalidade)
i. Efeitos da sentença homologatória
1. Não gera maus antecedentes
2. Não serve como título executivo no juízo cível
3. Não gera reincidência
4. Não comunica aos coautores ou partícipes
5. Não suspende nem interrompe prescrição
ii. Possibilidade de recurso de apelação em 10 dias
d. Descumprimento injustificado de transação penal
i. Continuidade da persecução penal
7. Consequências
a. Aplicação imediata de PRD ou multa
b. Se multa for a única aplicável, juiz pode reduzir pela metade.

Suspensão Condicional do Processo

1. Previsão normativa e conceito


a. Lei de Juizados Especiais, art. 89
b. Instituto despenalizador
i. Suspensão do processo durante período de prova entre 2 a 4 anos,
desde que atendidas algumas condições
2. Crimes
a. Pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 ano
3. Requisitos
a. Pena mínima igual ou inferior a 1 ano
b. Não estar sendo processado
c. Não ter sido condenado por outro crime
d. Requisitos da Suspensão Condicional da Pena
i. Não reincidente em crime doloso
ii. Culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, do agente
iii. Motivos e circunstâncias do crime
iv. Não cabimento da substituição de PPL por PRD
4. Condições do período de prova (2 a 4 anos)
a. reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
b. proibição de freqüentar determinados lugares;
c. proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
d. comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e
justificar suas atividades.
e. Não instauração de outro processo em virtude da prática de crime ou
contravenção
f. outras condições, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
acusado.
5. Revogação da suspensão
a. Revogação obrigatória
i. A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a
ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano.
b. Revogação facultativa
i. A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no
curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
6. Consequências
a. Durante a suspensão
i. Suspensão da prescrição
b. Após a suspensão, sem revogação
i. Extinção da punibilidade

TRANSAÇÃO PENAL SUSPENSÃO CONDICIONAL


DO PROCESSO

Pena Infração Penal de Menor Pena mínima menor ou igual a 1


Potencial Ofensivo ano
Pena máxima menor ou igual a 2
anos
Requisitos Não reincidente em crime com Não processado ou não
PPL condenado por crime

Não beneficiado nos últimos 5 Requisitos da Suspensão


anos Condicional da Pena

Condições judiciais favoráveis Condições judiciais favoráveis

Consequências PRD ou multa reparação do dano, salvo


impossibilidade de fazê-lo;

proibição de freqüentar
determinados lugares;

proibição de ausentar-se da
comarca onde reside, sem
autorização do Juiz;

comparecimento pessoal e
obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e
justificar suas atividades.

Não instauração de outro


processo em virtude da prática
de crime ou contravenção

outras condições, desde que


adequadas ao fato e à situação
pessoal do acusado.

Período de prova
2 a 4 anos
Revogação Caso descumprida, ação penal Não reparar o dano ou
obrigatória poderá ser proposta (SV 35) processado por crim

Homologação não faz coisa


julgada material

Revogação - processado, no curso do prazo,


facultativa por contravenção, ou descumprir
qualquer outra condição
imposta.

Observações Antes do recebimento da Juiz pode determinar outras


denúncia condições (PSC ou pecuniária)

Não gera reincidência ou maus Pode ser revogada mesmo após


antecedentes o período de prova (STJ)

Cabe apelação contra Suspensão do prazo


homologação prescricional

Acordo de Não Persecução Penal

1. Previsão normativa e conceito


a. Código de Processo Penal, art. 28-A
b. Negócio jurídico de natureza extrajudicial (pré-processual - STJ),
necessariamente homologado pelo juízo competente, celebrado pelo MP e pelo
autor do delito, obrigatoriamente assistido por defesa técnica, que confessa
formal e circunstanciadamente a prática de um delito, sujeitando-se ao
cumprimento de condições não privativas de liberdade, em troca do
compromisso do MP de não oferecer denúncia, declarando-se ao final a
extinção da punibilidade, se o acordo for cumprido.
c. Faculdade do órgão acusatório; não é direito subjetivo do acusado
i. Em caso de recusa, há possibilidade de remessa dos autos ao Órgão
Superior, se requerido pelo investigado
2. Crimes

a. Pena mínima inferior a 4 anos


i. Consideradas as causas de aumento e diminuição do caso concreto
b. Sem violência ou grave ameaça
3. Requisitos positivos
a. Confissão formal e circunstanciada da prática da infração penal
i. STJ. A falta de confissão no IPL não impede a realização do ANPP, visto
que é requisito do acordo e pode ser feita posteriormente.
b. Medida deve ser necessária e suficiente para reprovar e prevenir o crime
c. Viabilidade da persecução penal (não é caso de arquivamento)
4. Requisitos negativos (vedações)
a. Se cabível transação penal
b. Se o agente for reincidente
c. Se o agente for criminoso habitual, reiterado ou profissional
i. Salvo quando as infrações penais anteriores forem insignificantes
d. Se o agente for beneficiário do ANPP, Transação ou Suspensão Condicional
do Processo nos últimos 5 anos
e. Se o crime for praticado no âmbito de violência doméstica e familiar (qualquer
vítima)
f. Se o crime for praticado contra mulher por razões da condição de sexo
feminino, independentemente se no contexto ou não da violência doméstica ou
familiar
5. Condições ajustáveis (cumulativa e alternativamente)
a. Reparação do dano
b. Restituição da coisa à vítima
c. Renúncia voluntária a bens e direitos indicados pelo MP como instrumentos,
produto ou proveito do crime
d. PSC ou PSEP (prazo: pena mínima cominada menos ⅓ a ⅔)
i. Local indicado pelo juízo da execução
e. Prestação pecuniária
i. A entidade pública ou de interesse social indicada pelo juízo da
execução
ii. Preferencialmente, com função de proteção de bens jurídicos iguais ou
semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito
f. Outras condições do MP
i. Proporcionalidade e compatibilidade com a infração penal imputada
6. Procedimento
a. Recusa ou propositura
i. Recusa do Ministério Público
1. Investigado pode requerer a remessa dos autos ao órgão
superior acusatório
ii. Propositura
1. Formalização do ANPP
b. Formalização do ANPP (por escrito)
c. Posturas do Juiz em audiência de homologação
i. Homologação
1. Voluntariedade
2. Legalidade (preenchimento dos requisitos)
3. Análise das condições (adequação, suficiência, e
não-abusividade)
ii. Devolução ao MP para reformulação
1. Inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições
iii. Recusa de homologação
1. Reformulação não adequada
2. Não preenchimento dos requisitos
d. Recusa de homologação
i. Devolução dos autos ao MP
1. Complementação da investigação; ou
2. Denúncia
e. Homologação do ANPP
i. Devolução dos autos ao MP
1. MP promove o início da execução no juízo de execução penal
ii. Intimação da vítima
f. Descumprimento ou Cumprimento das condições pelo beneficiário
7. Consequências
a. Do Descumprimento
i. Comunicação do descumprimento ao juízo
1. Rescisão
2. Oferecimento da denúncia
ii. Intimação da vítima (28-A, §9º)
iii. Justificativa para eventual não oferecimento de Suspensão Condicional
do Processo
b. Do Cumprimento regular
i. Celebração e cumprimento não constarão de certidão de antecedentes
criminais
1. Exceto para contabilização de benefícios nos últimos 5 anos,
para fins de aferição dos requisitos negativos do ANPP
ii. Juízo decreta a extinção da punibilidade

Acordo de Colaboração Premiada

1. Previsão normativa e conceito


a. Normas
i. Lei 12.850/13 (Organizações Criminosas), 3º-A.
ii. CP, 159, §4º
iii. LCSFN, 25, §2º (crimes contra o sistema financeiro)
iv. Lei 8.072/90, art. 8º
v. Lei 8.137/90, art. 16
vi. LLD, art. 1º, §5º
vii. Lei 9.907/99, arts. 13 a 15
viii. Lei 11.343/06, art. 41
b. Negócio jurídico personalíssimo e meio de obtenção de prova, que pressupõe
utilidade e interesse públicos
c. Há distinção entre a delação premiada (chamamento de corréu) e a colaboração
premiada (gênero)
d. Subespécies
i. Delação premiada (chamamento de corréu)
ii. Colaboração para a libertação
iii. Colaboração para localização e recuperação de ativos
iv. Colaboração preventiva
e. Espécies de Justiça Penal Negociada
i. Transação Penal
ii. Suspensão Condicional do Processo
iii. Colaboração Premiada
iv. Acordo de Não Persecução Penal
v. Plea Bargain
2. Requisitos
a. Objeto do Acordo
i. Fatos
1. Colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais
concorreu e que tenham relação direta com os fatos investigados
2. Instrução da proposta
a. Anexos
b. Circunstâncias
c. Provas
d. Elementos de corroboração
3. Colaboração efetiva e voluntária
ii. Nulidade de cláusulas
1. Violação dos critérios de definição de regime inicial de
cumprimento de pena e de progressão de regime
2. Previsões de renúncia ao direito de impugnar decisão
homologatória
iii. Forma do Termo de Acordo de Colaboração Premiada
1. Por escrito
2. Relato da colaboração e possíveis resultados
3. Condições da proposta
4. Declaração de aceitação
5. Assinaturas
6. Especificação das medidas de proteção do colaborador e de sua
família, quando necessário
b. Circunstâncias judiciais
i. Em relação ao investigado
1. A concessão dos benefícios deve levar em conta a personalidade
do colaborador
2. MP pode deixar de oferecer a denúncia, se a proposta do acordo
referir-se a infração de cuja existência não tinha prévio
conhecimento e o colaborador não for líder da ORCRIM e for o
primeiro a prestar efetiva colaboração.
ii. Em relação ao crime
1. A concessão dos benefícios deve levar em conta a natureza,
circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso
c. Eficácia da colaboração
d. Resultados necessários (não são cumulativos)
i. Identificação dos demais coautores e partícipes da ORCRIM e das
infrações penais
ii. Revelação da estrutura hierárquica e divisão de tarefas
iii. Prevenção
iv. Recuperação total ou parcial do produto ou proveito
v. Localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada
e. Sempre assistido por defensor
3. Condições
a. Renúncia ao direito ao silêncio
i. Compromisso legal de dizer a verdade
b. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado
i. Colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou
por iniciativa da autoridade judicial
c. Garantias do corréu delatado
i. Em todas as fases do processo, oportunidade de manifestar-se após o
decurso do prazo concedido ao réu delator
d. Possibilidade de retratação
i. As provas autoincriminatórias produzidas não podem ser utilizadas
exclusivamente em seu desfavor
e. Cessar envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da
colaboração, sob pena de rescisão
4. Obrigações do Ministério Público
a. Após o recebimento da proposta
i. Não celebrado o acordo posteriormente, celebrante não pode se
valer das informações apresentadas pelo colaborador (boa-fé).
b. Pode deixar de oferecer a denúncia, se a proposta do acordo referir-se a
infração de cuja existência não tinha prévio conhecimento e o colaborador não
for líder da ORCRIM e for o primeiro a prestar efetiva colaboração.
i. Conhecimento prévio do MP: existente se houver IPL ou PIC para
apuração dos fatos apresentados pelo colaborador
c. Em caso de retratação, as provas autoincriminatórias produzidas não podem ser
utilizadas exclusivamente em seu desfavor
5. Procedimento
a. Juiz não participa das negociações realizadas
b. Recebimento da proposta para a formalização do ACOP
i. Marco de confidencialidade até o levantamento do sigilo por decisão
judicial
ii. Proposta deve estar instruída com procuração com poderes específicos
iii. Exigência de presença de defesa constituída ou defensor público
iv. Conflito de interesses: presença de outro advogado ou defensor público
c. Possibilidade de indeferimento sumário
d. Se não ocorrer o indeferimento sumário
i. Termo de confidencialidade, vinculação, impossibilitando indeferimento
posterior sem justa causa
e. Recebimento de proposta
i. Efeitos
1. Em regra, não implica a suspensão da investigação
2. Ressalvado acordo em contrário
ii. Possibilidade de instrução
iii. Termo de recebimento de proposta e termo de confidencialidade
1. Assinatura
2. Defesa deve ter poderes específicos
f. Realização do acordo
i. Remessa ao juiz, que decidirá em 48 horas
1. Distribuição sigilosa
a. Informações que não possam identificar o colaborador e
seu objeto
2. Acesso autos restrito ao juiz, MP e Delegado
a. Defensor. Acesso aos elementos referentes ao direito de
defesa. Ressalvadas as diligências em andamento.
ii. Sigilo do acordo e dos depoimentos será mantido até o recebimento da
denúncia, vedado ao juiz decidir por sua publicidade em qualquer
hipótese
iii. Oitiva sigilosa do colaborador
iv. Objeto de análise para fins de homologação
1. Análise da regularidade, legalidade, adequação dos benefícios,
voluntariedade
2. Nulidade de cláusulas que violem os critérios legais de definição
de regime de cumprimento de pena e de progressão de regime
v. Recusa da homologação
1. Devolução para readequação
vi. Análise fundamentada da denúncia, perdão judicial e primeiras etapas
de aplicação da pena
1. Exceto se não houver denúncia ou se já proferida sentença
g. Acordo homologado
i. Colaborador poderá ser ouvido pelo MP ou Delegado
ii. Sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia
h. Possibilidade de rescisão
i. Omissão dolosa sobre os fatos objeto da colaboração
ii. Não cessar envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da
colaboração
6. Consequências da colaboração premiada
a. Juiz poderá, a requerimento das partes, conceder (observando-se as
circunstâncias judiciais do crime e eficácia da colaboração)
i. Perdão judicial
1. Diante da relevância da colaboração, é possível o requerimento
posterior da concessão de perdão judicial, ainda que não conste
da proposta inicial
a. MP a qualquer tempo
b. Delegado, nos autos do IPL (com manifestação do MP)
ii. Pena
1. Redução em até ⅔ da PPL
2. Substituição por PRD
b. Suspensão do prazo para oferecimento da denúncia, do processo e do prazo
prescricional por até 6 meses, prorrogáveis por igual período, até o
cumprimento das medidas de colaboração
c. Em relação à atuação do Ministério Público
i. Pode deixar de oferecer a denúncia, se a proposta do acordo referir-se a
infração de cuja existência não tinha prévio conhecimento e o
colaborador não for líder da ORCRIM e for o primeiro a prestar efetiva
colaboração.
1. Conhecimento prévio do MP: existente se houver IPL ou PIC para
apuração dos fatos apresentados pelo colaborador
d. Se a colaboração for posterior à sentença
i. Possibilidade de redução da pena pela metade
ii. Progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos
e. Nenhuma das medidas seguintes poderão ser decretadas com fundamento
apenas nas declarações do colaborador
i. Medidas cautelares reais ou pessoais
ii. Recebimento de denúncia ou queixa-crime
iii. Sentença condenatória
7. Direitos do colaborador
a. Medidas de proteção
b. Nome, qualificação e imagem preservados
c. Conduação separada em juízo
d. Participação sem contato visual em audiência
e. Não ter identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado
ou filmado, sem prévia autorização por escrito
f. Cumprmento de pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso

Suspensão Condicional da Pena

1. Previsão normativa e conceito


a. Código Penal, art. 77
i. Suspensão da Execução da Pena Privativa de Liberdade
b. Lei de Execução Penal, arts. 156 e seguintes
2. Política Criminal → Período de Suspensão
a. Suspensão da pena por 2 a 4 anos (sursis simples)
b. Suspensão da pena por 4 a 6 anos (sursis etário e humanitário)
c. Suspensão da pena por 1 a 3 anos (contravenções penais)
3. Crimes

a. Condenação à pena privativa de liberdade não superior a 2 anos


(sursis simples)
b. Condenação à pena privativa de liberdade de até 4 anos, se o
sentenciado for maior de 70 anos de idade (sursis etário) ou por razões de
saúde (sursis humanitário)
4. Requisitos
a. Condenado não seja reincidente em crime doloso
i. Condenação anterior a pena de multa não impede a suspensão
b. Circunstâncias
i. a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão
do benefício;
c. Não seja indicada ou cabível a substituição da PPL por PRD (caráter
subsidiário)
i. Pouca aplicabilidade prática
1. Dolosos c/ violência ou grave ameaça à PPL não superior a 2 anos
(Simples) ou 4 anos (Etário e Humanitário)
2. Reincidente em crime doloso condenado à pena de multa
3. Reincidente específico em crime culposo
5. Procedimento
a. Aplicação pelo Juiz do Processo de conhecimento
i. Sentença → Após a dosimetria da pena
b. Trânsito em julgado
c. Juiz da execução
i. Designação de Audiência Admonitória
1. STJ → Natureza administrativa
a. Ausência de Defensor, por si só, não configura nulidade
ii. Intimação pessoal ou por edital (20 dias)
d. Posturas do sentenciado
i. Não comparecimento injustificado
1. Execução imediata da PPL
ii. Comparecimento
1. Recusa
a. Execução imediata da PPL
2. Aceite
a. Início do período de prova
e. Possibilidade de modificação das condições estabelecidas
i. Juiz
1. De ofício
2. A requerimento do MP
3. Proposta do Conselho Penitenciário
ii. Oitiva do condenado
f. Fiscalização do cumprimento das condições (158, §3º, LEP)
i. § 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos
Estados, Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será
atribuída a serviço social penitenciário, Patronato, Conselho da
Comunidade ou instituição beneficiada com a prestação de serviços,
inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou
ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta das normas
supletivas.
g. Comparecimento periódico do sentenciado
i. comprovar a observância das condições a que está sujeito, comunicará,
também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive.
h. Entidade fiscalizadora
i. deverá comunicar imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins
legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a
prorrogação do prazo ou a modificação das condições.
i. Registro da sentença condenatória (163, LEP)
6. Condições (Durante o prazo da suspensão) (Período de prova)
a. Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à
observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
b. § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).
c. § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo,
e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente
favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas
seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
i. a) proibição de freqüentar determinados lugares;
ii. b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do
juiz;
iii. c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades.
d. Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada
a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado
7. Revogação
a. Revogação obrigatória
i. Obrigatoriedade de revogação
ii. Hipóteses
1. Superveniência de condenação irrecorrível pela prática de crime
doloso
2. Frustração da execução da pena, sendo o condenado solvente
3. Não reparação do dano, sem motivo justificado
4. Descumprimento da obrigação de PSC ou de Limitação de Fim de
Semana
5. descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código (prestação
de serviços à comunidade e limitação de fim de semana)
b. Revogação facultativa
i. Descumprimento das condições
ii. Superveniência de condenação irrecorrível pela prática de contravenção
penal ou crime culposo, a PPL ou PRD
iii. Não há obrigação de revogação
1. Posturas do Juiz
a. Revogação
b. Advertência
c. Prorrogação do período de prova
d. Exacerbar condições impostas
8. Cassação
a. Sem efeito antes mesmo do início do período de prova
b. Hipóteses
i. Não comparecimento injustificado à audiência admonitória
ii. Renúncia
iii. Condenado por crime anterior à suspensão e antes do início do período
de prova
9. Consequências da revogação e cassação
a. Execução imediata da pena prevista na sentença condenatória
i. Juiz não pode decretar regressão
10. Prorrogação do período de prova
a. Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção,
considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.
b. Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o
período de prova até o máximo, se este não foi o fixado (4 anos no sursis
simples ou 6 anos no sursis etário e humanitário)
11. Consequências
a. Durante o cumprimento (período de prova)
i. Suspensão da execução da pena
ii. Não corre prazo de prescrição da pretensão executória
b. Cumprimento das condições
i. Extinta a pena privativa de liberdade
ii. Efeitos da condenação remanescem

Livramento Condicional

1. Previsão normativa e conceito


a. Instituto de direito penal
i. Condenado a PPL → Antecipação da liberdade do condenado
ii. Antes do término do cumprimento da pena, em caráter precário, desde
que presentes alguns requisitos.
iii. Última etapa do cumprimento da pena
1. Não é regime prisional
b. Natureza jurídica
i. Benefício penal e direito público subjetivo do condenado
1. Apesar de a lei mencionar “poderá”
a. Discricionariedade do juiz restrita à análise do
preenchimento dos requisitos legais
ii. Substitutivo penal
1. Não é incidente de execução
c. Código Penal
i. Requisitos
ii. Soma das penas
iii. Especificação das condições por sentença
iv. Revogação do livramento
v. Revogação facultativa
vi. Efeitos da revogação
vii. Extinção
d. Lei de Execução Penal
i. Condições
1. Obrigatórias
a. Diretas
b. Indiretas
i. Condições negativas
1. (Hipóteses de revogação do Livramento
Condicional)
2. Facultativas
2. Requisitos
a. Objetivos

Requisitos objetivos do Livramento Condicional

Condenação Igual ou superior a 2 anos


em pena
privativa de
liberdade
Tempo de Não hediondo Hediondo ou equiparado
cumprimento
Não reincidente em crime Reincidente em crime doloso Não reincidente específico Reincidente específico
de pena
doloso e com bons antecedentes

⅓ da pena ½ da pena ⅔ da pena Não cabe livramento


condicional

Reparação do Reparação do dano Reparação do dano Reparação do dano Não cabe livramento
dano condicional

Inexistência Reincidente específico em crime hediondo, prática de tortura e tráfico de pessoas e terrorismo
de vedação Reincidente específico nos crimes dos arts. 33, caput, e §1º, e 34 a 37 da Lei de Drogas
legal Condenado pela prática de crime hediondo com resultado morte
Manutenção do vínculo associativo com organização criminosa

b. Requisitos subjetivos
i. bom comportamento durante a execução da pena
1. Boletim Informativo
2. Atestado de Conduta Carcerária
ii. não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;
iii. bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
iv. aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
v. tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano
causado pela infração;
c. Requisitos subjetivos do condenado por crime doloso com violência ou
grave ameaça à pessoa
i. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada
à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado
não voltará a delinqüir.
3. Indeferimentos ilegais
a. Fundamentação
i. Longa pena a ser cumprida
ii. Gravidade do crime
iii. Impossibilidade de passar do regime fechado diretamente ao livramento
condicional
1. Não é regime de cumprimento de pena, então não há progressão
por salto
4. Livramento condicional e falta grave
a. S. 441, STJ
i. Falta grave não interrompe o prazo para obtenção de Livramento
Condicional
b. Mas uma das condições do Livramento Condicional é o não cometimento de
falta grave nos últimos 12 meses
5. Sentenciado com diversas condenações
a. Cálculo do lapso
i. Doutrina crítica
1. De forma separada e sucessiva (primeiro, maior tempo de pena;
depois, de menor tempo de pena, 76, CP)
ii. STJ
1. Soma das condenações e, independentemente de se tratar de
sentenciado primário, reincidente, por crime comum ou
hediondo, e aplicação da fração mais rigorosa
6. Sobre exames criminológicos
a. Ver Progressão de Regime (alteração legislativa de 2024)
7. Vedações legais ao Livramento Condicional
a. Reincidente específico em crime hediondo, prática de tortura e tráfico de
pessoas e terrorismo
b. Reincidente específico nos crimes dos arts. 33, caput, e §1º, e 34 a 37 da Lei de
Drogas
c. Condenado pela prática de crime hediondo com resultado morte
d. Manutenção do vínculo associativo com organização criminosa (art. 2º, §9º, Lei
12.850/2013)
8. Cálculo dos prazos para condenações superiores a 40 anos
a. S. 715, STF
i. A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento,
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou
regime mais favorável de execução.
b. A Base de Cálculo é a pena total aplicada, e não a pena unificada limitada
9. Condições
a. Período de prova
i. Tempo que resta da pena a ser cumprida
b. Condições
i. Obrigatórias
1. obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o
trabalho;
2. comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
3. não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem
prévia autorização deste.
ii. Facultativas
1. Rol exemplificativo
a. não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à
autoridade incumbida da observação cautelar e de
proteção;
b. recolher-se à habitação em hora fixada;
c. não freqüentar determinados lugares;
d. UTILIZAR EQUIPAMENTO DE MONITORAÇÃO
ELETRÔNICA (alteração legislativa de 2024 → art. 132,
§2º, “e”, LEP)
i. Possibilidade de revogação facultativa
iii. Judiciais
1. Podem ser fixadas pelo juiz para atender a peculiaridades do
caso concreto
iv. Obrigatórias Indiretas
1. Condições Negativas (Hipóteses de revogação do Livramento
Condicional)
a. Não podem estar presentes, sob pena de implicarem na
revogação do benefício
10. Procedimento
a. Requerimento (art. 195, LEP)
i. Instrução com os documentos necessários a provar os requisitos
b. Recebimento do Juiz
i. Vista ao MP
1. A depender da manifestação do MP, nova vista da defesa
c. Conclusão ao Juiz
i. Complementação
1. Exame criminológico
a. Possibilidade de Agravo em Execução
ii. Decisão
1. Deferimento
a. Falta de interesse recursal da defesa
b. Agravo em Execução pela Justiça Pública
2. Indeferimento
a. Possibilidade de Agravo em Execução
11. Revogação
a. Obrigatória
i. Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a
pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:
1. I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
2. II - por crime anterior, desde que a soma do tempo que resta a
cumprir com a nova condenação não permita a sua permanência
em liberdade
b. Facultativa
i. Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado
deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou
for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que
não seja privativa de liberdade
12. Suspensão do livramento condicional
a. Prática de outra infração penal
i. Revogação dependerá de decisão final (145, LEP)
13. Prorrogação do livramento condicional
a. Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em
julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime
cometido na vigência do livramento.
14. Extinção
a. Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta
a pena privativa de liberdade.
15. Novo crime durante o período de prova
a. Discussão sobre a possibilidade de revogar Livramento Condicional e, de
forma concomitante, aplicar sanção pela falta disciplinar
i. Doutrina crítica → Não é possível (bis in idem)
b. Consequências de falta grave
i. regressão
ii. perda de até ⅓ dos dias remidos
iii. alteração da data-base para progressão de regime

Autorizações de Saída

1. Autorização de saída
a. Considerações iniciais
i. Autorizações de saída
1. Permissões de saída
2. Saída temporária
b. Permissão de saída
i. Características
1. Regime
a. Fechado
b. Semiaberto
2. Presos definitivos ou provisórios
3. Diretor do Estabelecimento
4. Escolta
5. Situações do art. 120, LEP
a. Falecimento/doença grave
i. CADI
b. Tratamento médico necessário
6. Duração
a. Necessária à finalidade da saída
c. Saída temporária
i. Características
1. Regime semiaberto
2. Juízo da Execução
a. Oitiva
i. Ministério Público
ii. Administração Penitenciária
3. Sem vigilância direta
a. Mas é possível a monitoração eletrônica do preso, quando
determinado pelo Juízo da Execução
4. Hipóteses de cabimento
a. Visita à família
b. Frequência a curso profissionalizante ou de instrução do
2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução
i. Tempo de saída necessário ao cumprimento das
atividades discentes (alteração legislativa de
2024)
c. Atividades que concorram para o retorno ao convívio
social
ii. Vedação à saída temporária (alteração legislativa de 2024)
1. Não terá direito à saída temporária de que trata o caput deste
artigo ou a trabalho externo sem vigilância direta o condenado
que cumpre pena por praticar crime hediondo ou com violência
ou grave ameaça contra pessoa.
a. Vedação → Hediondo ou com VGA
i. Trabalho Externo sem vigilância direta
ii. Saída temporária
iii. Requisitos para a concessão
1. Comportamento adequado
2. Cumprimento mínimo
a. ⅙ da pena → Primário
b. ¼ da pena → Reincidente
3. Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena
4. Não estar cumprindo pena por crime hediondo ou com violência
ou grave ameaça contra pessoa
iv. Frequência a curso
1. Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante ou de
instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o
necessário para o cumprimento das atividades discentes.
a. Alteração legislativa de 2024
v. STJ e teses sobre Saída Temporária
1. Recomendável que cada autorização de ST seja precedida de
decisão
a. Excepcionalmente: fixação de calendário anual pelo
Juízo da Execução
2. Limite anual de 35 dias, cabível a concessão de maior número de
autorizações de curta duração
a. ver art. 124 da LEP, que foi revogado
3. Prazo mínimo de 45 dias de intervalo entre as STs
a. Maior número de STs de curta duração, intercaladas
durante os 12 meses do ano, não se exige o intervalo.
i. ver art. 124 da LEP, que foi revogado
vi. Condições para a fruição do benefício
1. ver art. 124 da LEP, que foi revogado
2. Não há mais previsão legal dos prazos de Saída Temporária

Art. 124 Revogado (Requisito antigos da Saída Temporária)

Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser
renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições,


entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal
do condenado: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser
encontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
2010)
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino


médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades
discentes. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010)

§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com
prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. (Incluído pela
Lei nº 12.258, de 2010)

vii. Hipóteses de revogação do benefício (automática) (alteração


legislativa de 2024)
1. Praticar fato definido como crime doloso
2. Punido por falta grave
3. Desatender condições impostas na autorização
a. 124, LEP (Condições foram revogadas)
4. Revelar baixo grau de aproveitamento do curso
viii. Recuperação do direito à saída temporária (alteração legislativa de
2024)
1. Absolvição no processo penal
2. Cancelamento da punição disciplinar
3. Demonstração do merecimento do condenado
ix. Saída temporária automática
1. Permissivo para que o condenado que já obteve o benefício uma
vez venha a obtê-lo novamente, sem que haja a necessidade de
deflagração de novo procedimento, com nova oitiva do
Ministério Público e verificação criteriosa e minuciosa dos
requisitos
2. STF tem admitido Saída temporária automática

Remição

1. Remição
a. Considerações iniciais
i. Diminuição do tempo de cumprimento de pena pelo trabalho ou
estudo do preso
1. Inicialmente
a. LEP → Somente pelo trabalho
b. S. 341, STJ → Remição pelo Estudo
2. Após a Lei 12.433/2011
a. LEP → Remição pelo trabalho e pelo estudo
ii. Declarada pelo Juízo da Execução
1. Ouvidos MP e defesa
2. Tempo remido → Pena Cumprida
a. Para todos os efeitos
i. Ex.: progressão de regime; obtenção de
livramento condicional.
b. Sentenciado deve ser cientificado da relação de seus dias
remidos (STJ)
b. Espécies de remição
i. Pelo Trabalho
ii. Pelo Estudo
1. Práticas sociais educativas escolares
a. Sistemas Oficiais de Ensino
i. Independe de aproveitamento
1. Exceção
a. Autorização para estuar fora da
unidade prisional
i. Comprovação mensal de
frequência e
aproveitamento
2. Praticas sociais educativas não-escolares
3. Pela Leitura
c. Jurisprudência sobre remição
i. Jurisprudência do TJ/SP com atuação da DPE/SP (2024)
1. Remição pelo Trabalho e Amamentação
a. Agravo em execução. Remição. Economia do cuidado.
Amamentação. O tempo em que a encarcerada esteve
voltada à amamentação, dignificando o trabalho materno
e universalizando sua condição de indivíduo e de mulher,
comporta sim a remição da pena à luz do artigo 126 da Lei
7.210/1984.
ii. Possibilidade de cumulação de atividades laborais e discentes, desde
que os horários sejam compatíveis (Rafael Miranda)
iii. Possibilidade de remição de pena pela atividade laboral de
representante de galeria (STJ)
iv. Aprovação no ENEM a quem já havia concluído o ensino médio antes
da execução penal
1. Divergência no STJ.
v. Não é possível remição por múltiplas aprovações no ENEM ou
ENCCEJA
vi. Remição ficta.
1. STF → Não admite remição ficta
2. Trabalho e natureza eventual. COVID.
a. Regra. Não cabe. Não se pode presumir que deixou de ser
oferecido e exercido em razão do estado pandêmico
b. Exceção: em razão da pandemia da Covid-19, o STJ
admitiu a remição ficta “em favor dos presos que já
estavam trabalhando ou estudando e se viram
impossibilitados de continuar seus afazeres unicamente
em razão do estado pandêmico” (REsp 1.953.607/SC –
Tema Repetitivo 1120).
3. Presos que já estavam trabalhando ou estudando antes do
COVID.
a. Nada obstante a interpretação restritiva que deve ser
conferida ao art. 126, §4º, da LEP, os princípios da
individualização da pena, da dignidade da pessoa humana,
da isonomia e da fraternidade, ao lado da teoria da
derrotabilidade da norma e da situação
excepcionalíssima da pandemia de Covid-19, impõem o
cômputo do período de restrições sanitárias como de
efetivo estudo ou trabalho em favor dos presos que já
estavam trabalhando ou estudando e se viram
impossibilitados de continuar seus afazeres unicamente
em razão do estado pandêmico.
b. STJ. 3ª Seção. REsp 1953607-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
julgado em 14/09/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1120)
(Info 749).
vii. Perda dos dias remidos por falta grave
1. STF. Constitucionalidade da perda dos dias remidos por
cometimento de falta grave na execução penal.
viii. Não comprovação do efetivo cumprimento da carga laboral diária
1. A remição pelo trabalho pressupõe o exercício de atividade
laboral mediante subordinação e controle de horário, não se
admitindo o auto controle de carga horária.
ix. Instituição conveniada
1. A remição de pena em virtude de curso profissionalizante,
realizado pelo apenado na modalidade à distância (EaD), exige a
apresentação de certificado emitido por entidade educacional
devidamente credenciada perante o Ministério da Educação
(MEC).
x. Ensino EAD
1. STF
a. O tempo de ensino a distância (EAD) deve ser
computado para a remição de pena, bastando, como
comprovante, a certificação fornecida pela entidade
i. A ineficiência do Estado em fiscalizar as horas de
estudo realizadas a distância pelo condenado não
pode obstaculizar o seu direito de remição da
pena, sendo suficiente para comprová-las a
certificação fornecida pela entidade educacional.
ii. Em razão das condições diferenciadas em relação
aos demais cidadãos, os presos devem ser
tratados de forma diferente, em respeito ao
princípio da dignidade humana. Como as pessoas
que cumprem pena já então em situação precária,
é necessário sobrevalorizar a remição da pena,
para que elas acreditem na superação do erro e na
possibilidade de vida diferente a partir da
educação.
iii. STF. 1ª Turma. RHC 203546/PR, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 28/6/2022 (Info 1061).
2. STJ
a. A remição de pena em virtude de curso
profissionalizante, realizado pelo apenado na
modalidade à distância (EaD), exige a apresentação de
certificado emitido por entidade educacional
devidamente credenciada perante o Ministério da
Educação (MEC).
i. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 722388-SP, Rel. Min.
Olindo Menezes (Desembargador convocado do
TRF 1ª Região), julgado em 09/08/2022 (Info 748).
b. Para fins de remição de pena, a instituição de ensino
que ministra o curso à distância deve estar
credenciada junto ao Sistema Nacional de Informações
da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) do
Ministério da Educação.
i. A remição de pena em virtude de estudo realizado
pelo apenado na modalidade capacitação
profissional à distância deve atender os seguintes
requisitos:
1. 1) demonstração de que a instituição de
ensino que ministra o curso à distância é
autorizada ou conveniada com o poder
público para esse fim;
2. 2) demonstração da integração do curso à
distância realizado ao projeto
político-pedagógico (PPP) da unidade ou
do sistema prisional;
3. 3) indicação da carga horária a ser
ministrada e do conteúdo programático;
4. 4) registro de participação da pessoa
privada de liberdade nas atividades
realizadas.
5. STJ. 5ª Turma.REsp 2.105.666-MG, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
27/2/2024 (Info 802).
d. Remição pelo trabalho
i. Desconto
1. 1 dia de pena ⇔ 3 dias de trabalho
ii. Regime
1. Fechado ou semiaberto
2. Não há remição ao condenado em regime aberto ou em
livramento condicional
iii. Trabalho
1. Local
a. Interior
b. Externo (S. 562, STJ)
i. Ainda que extramuros
2. Jornada
a. Comum
i. 6 a 8 horas
ii. Descansos nos domingos e feriados
b. Especial
i. Designados aos serviços de conservação e
manutenção do estabelecimento penal
3. STJ e trabalho fora da jornada
a. Sentenciado não pode ser prejudicado
i. Trabalho remunerado e reconhecido para fins de
remição
4. STJ e trabalho em jornada inferior a 6 horas
a. Direito à remição
i. Soma das horas trabalhadas, e depois serão
divididas por 6
5. STJ e ineficiência do sistema carcerário na aferição de horas
trabalhadas
a. Direito à remição
i. Sentenciado não pode ser prejudicado
e. Remição pelo estudo
i. Desconto
1. 1 dia de pena ⇔ 12 horas de frequência escolar
a. Divididas, no mínimo, em 3 dias
b. 4 horas por dia
ii. Regime
1. Fechado, semiaberto ou aberto
a. Também em Livramento Condicional
iii. Remição aumentada
1. Acréscimo de ⅓ em caso de conclusão do ensino fundamental,
médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que
certificada pelo órgão competente do sistema de educação
iv. Estudo
1. Local
2. Atividade
a. Ensino fundamental
b. Ensino médio
c. Ensino superior
d. Ensino profissionalizante
v. STJ e necessidade de certificação do curso frequentado
1. Por meio de documento idôneo, para fins de remição de pena
pelo estudo
vi. TJ/SP e possibilidade de atividade estudantil desenvolvida em dia
não-útil
vii. STJ e conclusão ou aproveitamento satisfatório
1. A remição pelo estudo independe de conclusão ou do
aproveitamento satisfatório em curso de ensino regular ou de
educação profissional
viii. STJ e possibilidade de remição por participação em coral
ix. Programas de apoio ao esforço para conclusão da educação básica
1. U, E, DF → Regime de colaboração
a. Alunos regularmente matriculados no sistema público de
educação que cumpram pena no sistema penitenciário,
ainda que na condição de presos provisórios e aos quais
tenham sido aplicadas MSE do ECA
x. STJ e estudo fora da “jornada”
1. Estudo acima das 4 horas diárias e superação das 12 horas a cada
3 dias de estudo
a. Tempo que excede a carga horária diária deve ser
anotado para somar com horas futuras
b. Reconhecimento da remição
xi. Comprovação das horas de estudo
1. Grade de remição
2. Declaração da unidade de ensino
f. Remição pela leitura
i. STJ
1. Admissão da remição pela leitura, por analogia in bonam partem,
em relação à remição pelo estudo.
ii. Resolução 391 do CNJ
1. Prazo de 21 a 30 dias para a leitura
2. Relatório de leitura em 10 dias
3. 1 Obra → 4 dias
a. No prazo de 12 meses
b. 12 obras
c. 48 horas a cada 12 meses
g. Remição por outras atividades
i. Recomendação 44/2013 do CNJ
1. Consideração de atividades de caráter complementar
ii. STJ
1. Participação em coral
h. Remição pelo cumprimento da pena em situação degradante
i. STF, 2017.
1. Rechaçou a possibilidade de remição pela permanência do preso
em condições de violação a direitos fundamentais causadora de
danos pessoais a detentos em estabelecimentos carcerários.
2. Há direito à indenização, mas não da remição da pena
ii. STJ, 2021. Detração.
1. A Resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos de
22/11/2018, que determina o cômputo da pena em dobro, deve
ser aplicada a todo o período cumprido pelo condenado no
Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho (IPPSC)
a. O Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho (IPPSC) é um
estabelecimento penal voltado ao cumprimento de pena
privativa de liberdade com o enfoque em pessoas do
gênero masculino. Está localizado no Complexo
Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do
Rio de Janeiro.
b. O IPPSC apresentou elevados índices de mortes de presos
decorrentes da superlotação e das más condições
sanitárias do local. Por essa razão, a Corte Interamericana
de Direitos Humanos (Corte IDH) expediu medidas
provisórias em face do Brasil, sob o fundamento de que
houve violação à integridade pessoal dos presos, nos
termos da Convenção Americana de Direitos Humanos
(CADH).
c. Em uma dessas Resoluções (de 22/11/2018), a Corte IDH
determinou que deveria ser computado em dobro cada
dia de privação de liberdade na unidade prisional IPPSC,
exceto para os acusados ou condenados por: a) crimes
contra a vida; b) crimes contra a integridade física; ou c)
crimes sexuais.
d. O cômputo da pena em dobro deve ser sobre todo o
período de pena cumprido pelo condenado no IPPSC ou
deverá ficar limitado ao período posterior ao
conhecimento formal do Brasil acerca da Resolução?
e. O cômputo em dobro atinge a totalidade da pena
cumprida. Logo, não é possível modular os efeitos do
cômputo da pena em dobro, tendo em vista a situação
degradante do estabelecimento prisional, inspecionado e
alvo de inúmeras Resoluções da Corte IDH.
f. Não se mostra possível que a determinação de cômputo
em dobro tenha seus efeitos modulados como se o preso
tivesse cumprido parte da pena em condições aceitáveis
até a notificação e, a partir de então, tal estado de fato
tivesse se modificado. Em realidade, o substrato fático
que deu origem ao reconhecimento da situação
degradante já perdurara anteriormente, até para que
pudesse ser objeto de reconhecimento, devendo, por tal
razão, incidir sobre todo o período de cumprimento da
pena.
g. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 136961-RJ, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 15/06/2021,
DJe 21/06/2021 (Info 701).
i. Regras complementares à remição
i. Não há quantidade limite de dias
ii. Não há vedação à remição por modalidade de crime
iii. Admite-se remição aos presos provisórios
iv. O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos
estudos continuará a beneficiar-se com a remição (126, §4º, LEP)
v. Não se admite a remição por trabalho realizado antes do cometimento
do crime
j. Cumulação da remição pelo trabalho com a remição pelo estudo
i. Regime fechado e semiaberto
1. Possibilidade de cumulação
ii. No regime semiaberto
1. Somente é possível a remição pelo estudo
k. Falta grave e perda dos dias remidos
i. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do
tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar (127, LEP)
1. Depende do reconhecimento de falta grave
a. Procedimento administrativo
i. Direito de Defesa
ii. S. 533, STJ
1. Para o reconhecimento da prática de falta
disciplinar no âmbito da execução penal, é
imprescindível a instauração de
procedimento administrativo pelo diretor
do estabelecimento prisional, assegurado o
direito de defesa, a ser realizado por
advogado constituído ou defensor público
nomeado.

Monitoração eletrônica

1. Monitoração eletrônica
a. Considerações iniciais
i. Utilização de aparatos tecnológicos para a vigilância de pessoas
submetidas a alguma medida constritiva de liberdade
ii. Condenados definitivos ou investigados/acusados
iii. Compreensão
1. LEP
a. Fiscalização em relação a outros institutos
2. CPP
a. Medida cautelar diversa da prisão
iv. Não é obrigatória e não é automática
b. Alterações legislativas de 2024
i. Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
1. V - determinar:
2. j) a utilização do equipamento de monitoração eletrônica pelo
condenado nas hipóteses legais
c. Hipóteses de cabimento
i. Fiscalizar
1. Saída Temporária no regime semiaberto
2. Prisão Domiciliar
ii. Alterações legislativas de 2024
1. Aplicar pena privativa de liberdade a ser cumprida nos regimes
aberto ou semiaberto, ou conceder progressão para tais regimes
2. aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de
frequência a lugares específicos; (Incluído pela Lei nº 14.843, de
2024)
3. conceder o livramento condicional. (Incluído pela Lei nº 14.843,
de 2024)
d. Deveres inerentes à monitoração
i. receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica,
responder aos seus contatos e cumprir suas orientações;
ii. abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer
forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que
outrem o faça;
e. Violação dos deveres inerentes à monitoração
i. A critério do juiz da execução, ouvidos o MP e a defesa
ii. Consequências
1. a regressão do regime;
2. a revogação da autorização de saída temporária;
3. a revogação da prisão domiciliar;
4. advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da
execução decida não aplicar alguma das medidas previstas
anteriores
iii. Consequências adicionadas em alteração legislativa de 2024
1. Revogação do livramento condicional (revogação facultativa)
2. Conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de
liberdade.
f. Descumprimento dos deveres e falta grave
i. STJ
1. Embora o rol de faltas disciplinares seja taxativo, é possível
instaurar PAD para apurar violação de perímetro estabelecido
como condição do regime aberto
2. A inobservância do perímetro não é falta disciplinar, mas
descumprimento dos deveres inerentes ao monitoramento, o
que pode acarretar em regressão de regime
g. Resolução n. 412/2021 do CNJ
i. Priorização de aplicação de medida menos gravosa do que o
monitoramento eletrônico
ii. Em situações excepcionais, medida de controle de vagas em
estabelecimento penal que esteja acima de sua capacidade máxima
h. Revogação da monitoração eletrônica
i. quando se tornar desnecessária ou inadequada;
ii. se o condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua
vigência ou
iii. cometer falta grave.

Prisão domiciliar

PRISÃO DOMICILIAR DO CPP PRISÃO DOMICILIAR DA LEP


(prisão preventiva humanitária)
Arts. 317 e 318 do CPP. Art. 117 da LEP.

O CPP, ao tratar da prisão domiciliar, está A LEP, ao tratar da prisão domiciliar, está

Previsão normativa se referindo à possibilidade de o réu, em se referindo à possibilidade de a pessoa


vez de ficar em prisão preventiva, já condenada cumprir a sua pena
permanecer recolhido em sua residência. privativa de liberdade na própria
residência.

Trata-se de uma medida cautelar que Trata-se, portanto, da execução penal


substitui a prisão preventiva pelo (cumprimento da pena) na própria
Natureza jurídica
recolhimento da pessoa em sua residência.
residência.
O juiz poderá substituir a prisão O preso que estiver cumprindo pena no
preventiva pela domiciliar quando o regime aberto poderá ficar em prisão
agente for: domiciliar quando se tratar de
condenado(a):

I — maior de 80 anos; I — maior de 70 anos;

II — extremamente debilitado por motivo II — acometido de doença grave;


de doença grave;

III — imprescindível aos cuidados III — com filho menor ou deficiente


especiais de pessoa menor de 6 anos de físico ou mental;
idade ou com deficiência;

IV — gestante; IV — gestante.
HIPÓTESES E REQUISITOS

V — mulher com filho de até 12 (doze)


anos de idade incompletos;

VI — homem, caso seja o único


responsável pelos cuidados do filho de
até 12 (doze) anos de idade incompletos.

Obs.: os magistrados, membros do MP, da


Defensoria e da advocacia têm direito à
prisão cautelar em sala de Estado-Maior.
Caso não exista, devem ficar em prisão
domiciliar.
O juiz pode determinar que a pessoa O juiz pode determinar que a pessoa
fique usando uma monitoração fique usando uma monitoração
eletrônica. eletrônica.

É obrigatória a substituição da prisão Excepcionalmente, não deverá ser


preventiva pela domiciliar para: autorizada a prisão domiciliar se:

a) gestantes; a) a mulher tiver praticado crime


mediante violência ou grave ameaça;
b) puérperas (que deu à luz há pouco
tempo); b) a mulher tiver praticado crime contra
seus descendentes (filhos e/ou netos);
c) mães de crianças (isto é, mães de
menores até 12 anos incompletos); ou c) em outras situações
excepcionalíssimas, as quais deverão ser
d) mães de pessoas com deficiência. devidamente fundamentadas pelos juízes
que denegarem o benefício.

A utilização do próprio filho para a prática de


crimes, por se tratar de situação de risco ao
menor, obsta a concessão de prisão
domiciliar.
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 798.551-PR, Rel.
Min. Jesuíno Rissato (Desembargador
convocado do TJDFT), julgado em 28/2/2023
(Info 765).

1. Evolução do tema (PRISÃO DOMICILIAR DO CPP)


a. STF, 2018
i. Habeas Corpus Coletivo
1. Mulheres grávidas e mães de crianças que estavam cumprindo
prisão preventiva em situação degradante, privadas de cuidados
médicos pré-natais e pós-parto.
2. Critérios para a substituição
3. REGRA. Em regra, deve ser concedida prisão domiciliar para
todas as mulheres presas que sejam
a. gestantes
b. puérperas (que deram à luz há pouco tempo)
c. mães de crianças (isto é, mães de menores até 12 anos
incompletos) ou
d. mães de pessoas com deficiência.
4. EXCEÇÕES:
a. Não deve ser autorizada a prisão domiciliar se:
i. a mulher tiver praticado crime mediante violência
ou grave ameaça;
ii. a mulher tiver praticado crime contra seus
descendentes (filhos e/ou netos);
iii. em outras situações excepcionalíssimas, as quais
deverão ser devidamente fundamentadas pelos
juízes que denegarem o benefício.
b. Mudança legislativa da LEP, 2018
i. A Lei nº 13.769/2018 positivou no CPP o entendimento manifestado
pelo STF no julgamento acima explicado (HC 143641).
1. A principal diferença foi que o legislador não incluiu a exceção
número 3.
2. Além disso, na exceção 2 não falou em descendentes, mas sim
em filho ou dependente.

Detração

1. Detração
a. Considerações iniciais
i. Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o
de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos
estabelecimentos referidos no artigo anterior.
b. Cabimento da detração
i. Detração e a pena privativa de liberdade
1. Possível.
ii. Detração e a pena de multa
1. Não é possível.
iii. Detração e penas restritivas de direitos
1. PRDs compatíveis com a detração
a. Mesma duração da pena privativa de liberdade
substituída
i. Prestação de Serviços à Comunidade
ii. Interdição Temporária de Direitos
iii. Limitação de Finais de Semana
2. PRDs incompatíveis com a detração
a. Prestação Pecuniária
b. Perda de Bens e Valores
iv. Detração e suspensão condicional da pena (sursis)
1. A detração não influi no período de prova
a. Somente terá relevância quando concedido o sursis, se o
condenado não cumprir as condições e o benefício for
revogado
c. Juízo competente para o reconhecimento da detração
i. Até 2012 → Juízo da Execução
ii. Após a Lei n. 12.736/2012 → Juízo do Conhecimento
1. Deve observar a detração para imposição do regime inicial
2. Caso o Juízo do Conhecimento não a aplique, deverá ser aplicada
pelo Juízo da Execução Penal
d. Detração e cômputo da prescrição
i. Doutrina majoritária e STJ
1. Por falta de previsão legal específica sobre o tema, não é
possível levar em consideração a detração para cômputo da
prescrição
e. Detração e processos distintos
i. Entendimento majoritário de doutrina, STF e STJ
1. É possível detração em relação ao tempo de prisão provisória em
outro processo, no qual o agente fora inocentado, desde que a
infração penal na qual houve a condenação seja anterior àquela
em que houve a absolvição.

DETRAÇÃO E PROCESSOS DISTINTOS

Processo 1º Processo 2º Processo

Há detração CONDENAÇÃO Absolvição posterior em outro processo com


(FATO ANTERIOR) prisão cautelar

Não há detração ABSOLVIÇÃO Condenação


(FATO ANTERIOR)
(Houve prisão cautelar)

f. Detração e extradição
i. Se o Poder Judiciário brasileiro decreta a prisão cautelar de
extraditando; se houver o deferimento do pedido extradicional, o
tempo em que o extraditando passou em prisão cautelar deve ser
computado, a título de extradição (STF).
g. Detração e cumprimento da pena em condições degradantes
i. STJ, 2021. Detração.
1. A Resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos de
22/11/2018, que determina o cômputo da pena em dobro,
deve ser aplicada a todo o período cumprido pelo condenado
no Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho (IPPSC)
a. O Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho (IPPSC) é um
estabelecimento penal voltado ao cumprimento de pena
privativa de liberdade com o enfoque em pessoas do
gênero masculino. Está localizado no Complexo
Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do
Rio de Janeiro.
b. O IPPSC apresentou elevados índices de mortes de presos
decorrentes da superlotação e das más condições
sanitárias do local. Por essa razão, a Corte Interamericana
de Direitos Humanos (Corte IDH) expediu medidas
provisórias em face do Brasil, sob o fundamento de que
houve violação à integridade pessoal dos presos, nos
termos da Convenção Americana de Direitos Humanos
(CADH).
c. Em uma dessas Resoluções (de 22/11/2018), a Corte IDH
determinou que deveria ser computado em dobro cada
dia de privação de liberdade na unidade prisional IPPSC,
exceto para os acusados ou condenados por: a) crimes
contra a vida; b) crimes contra a integridade física; ou c)
crimes sexuais.
d. O cômputo da pena em dobro deve ser sobre todo o
período de pena cumprido pelo condenado no IPPSC ou
deverá ficar limitado ao período posterior ao
conhecimento formal do Brasil acerca da Resolução?
e. O cômputo em dobro atinge a totalidade da pena
cumprida. Logo, não é possível modular os efeitos do
cômputo da pena em dobro, tendo em vista a situação
degradante do estabelecimento prisional, inspecionado e
alvo de inúmeras Resoluções da Corte IDH.
f. Não se mostra possível que a determinação de cômputo
em dobro tenha seus efeitos modulados como se o preso
tivesse cumprido parte da pena em condições aceitáveis
até a notificação e, a partir de então, tal estado de fato
tivesse se modificado. Em realidade, o substrato fático
que deu origem ao reconhecimento da situação
degradante já perdurara anteriormente, até para que
pudesse ser objeto de reconhecimento, devendo, por tal
razão, incidir sobre todo o período de cumprimento da
pena.
g. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 136961-RJ, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 15/06/2021,
DJe 21/06/2021 (Info 701).
h. Detração penal análógica virtual
i. Detração
1. a detração penal ocorre quando o juiz desconta da pena ou da
medida de segurança aplicada ao réu o tempo que ele ficou
preso antes do trânsito em julgado (prisão provisória ou
administrativa) ou o tempo em que ficou internado em hospital
de custódia (medida de segurança).
ii. Analógica
1. o juiz afirmou que a detração que ele estava fazendo era
“analógica” porque o art. 28 não prevê pena privativa de
liberdade. Logo, o magistrado utilizou-se da analogia para
descontar o tempo que o réu ficou preso preventivamente
mesmo o art. 28 não cominando pena de prisão. Em outras
palavras, o juiz utilizou-se da analogia para descontar uma
situação que não estava prevista na lei (abater o tempo em que o
réu ficou preso mesmo o art. 28 não prevendo pena de prisão).
iii. Virtual
1. além disso, a detração foi virtual porque o juiz descontou o
tempo que o réu ficou preso cautelarmente mesmo sem
condenar o acusado. É como se ele dissesse o seguinte: eu nem
vou condená-lo pelo art. 28 porque já reconheço que não há
interesse processual nisso.
iv. STJ
1. Decisão que reconhece detração penal analógica virtual não
serve para fins de reincidência (2018)
2. Atualmente, STJ reconhece, de forma ampla, que a condenação
pelo art. 28 da LD NÃO gera reincidência em nenhuma hipótese
Progressão de Regime

1. Progressão de regime
a. Considerações iniciais
i. Brasil → Sistema progressivo de cumprimento de pena
b. Requisitos para a progressão
i. Requisitos obrigatórios genéricos
1. Requisito objetivo
a. Cumprimento de algum tempo de pena
b. Mudanças legislativas, se maléficas ao réu (novatio legis
in pejus) e análise de (ir)retroatividade

REQUISITOS OBJETIVOS DA PROGRESSÃO

Tempo de cumprimento da pena


Natureza do crime
Primário Reincidente

SEM violência ou grave 16% 20%


ameaça

COM violência ou grave 25% (primário ou reincidente genérico) 30% (reincidente específico)
ameaça

HEDIONDO/equiparado 40% (primário ou reincidente genérico) 60% (reincidente específico)

HEDIONDO/equiparado + 50% (primário ou reincidente genérico) 70% (reincidente específico)


MORTE
VEDAÇÃO DO LIVRAMENTO VEDAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
CONDICIONAL

Comando de ORCRIM +
HEDIONDO 50%

Milícia privada

DIREITO INTERTEMPORAL

HEDIONDO/equiparado 16%; 1/6


antes da Lei 11.464/2007

Crimes comuns (sem 16%; 1/6


violência ou grave
ameaça) antes da Lei
13.964/2019)

HEDIONDOS entre a lei Primário 40%; 2/5


11.464/2007 e a Lei
13.964/2019 Reincidente genérico sem morte 40%; 2/5

Reincidente genérico com morte 50%

Reincidente específico (com ou sem morte) 60%; 3/5


c. Sobre o requisito de “reincidência na prática de crime
hediondo”
i. STF
1. A reincidência deve ser específica
2. Se não for específica, aplica-se o lapso
temporal de 40% ao condenado por crime
hediondo ou equiparado sem resultado
morte
d. Segunda progressão
i. Leva em consideração o restante da pena, e não o
quantitativo total
e. Limite de 40 anos
i. Não se aplica à progressão
2. Requisito subjetivo
a. Mérito do condenado
i. Requisitos SUBJETIVOS para a progressão do
regime
1. Alteração legislativa de 2024
a. Boa conduta carcerária
i. Comprovada pelo Diretor do
Estabelecimento
ii. Resultados do Exame
Criminológico
ii. Requisito obrigatório específico
1. Em crimes contra a administração pública
a. Reparação do dano ou devolução do produto do ilícito,
com os acréscimos legais
iii. Sobre o Exame Criminológico
1. Até 2003
a. Obrigatoriedade
2. Após 2003, até 2024
a. Somente poderia ser exigido de forma fundamentada, de
acordo com as peculiaridades do caso concreto (SV 26,
STF; S. 439, STJ)
b. Precedentes do STJ no sentido de que o cometimento de
falta grave no curso da execução penal justificaria a
exigência de exame criminológico para fins de concessão
de institutos despenalizantes
3. Após 2024 → Alteração legislativa
a. Obrigatoriedade
b. Entendimentos anteriores superado pela Lei n.
14.843/2024
i. Com a Lei nº 14.843/2024, o juiz deverá exigir o
exame criminológico em todas as situações de
progressão de regime e, somente se for dispensar
o exame, é que deverá fundamentar essa
excepcionalidade com base nas peculiaridades do
caso.
ii. O exame criminológico passou a ser obrigatório
para que o apenado tenha direito à progressão de
regime.
1. Art. 112, §1º, LEP → Progressão de Regime
2. Art. 114, II, LEP → Ingresso no regime
aberto (alterado por lei de 2023)
iv. Outros requisitos para individualizar pena
1. STF
a. Outros elementos podem ser cosniderados para
individualizar a pena
b. Quanto a pena de multa é aplicada cumulativamente com
a PPL, seu inadimplemento impede a progressão de
regime prisional
i. Exceção
1. Comprovação da absoluta impossibilidade
econômico do apenado em pagar o valor,
ainda que de forma parcelada
c. Progressão per saltum
i. Não é possível a progressão por saltos (S. 491, STJ).
ii. Admite-se a regressão per saltum.
d. Progressão de regime e presos provisórios
i. O fato de a sentença não ter transitado em julgado não obsta a
progressão de regime
1. S. 716, STF. Admite-se a progressão de regime de cumprimento
da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela
determinada, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória.
e. Progressão de regime e prisão especial
i. Não impede a progressão de regime o fato de o réu encontrar-se em
prisão especial (S. 717, STF)
f. Impossibilidade de progressão de regime de forma abstrata
i. STF
1. A proibição em abstrato da progressão de regime constitui
afronta ao princípio da individualização da pena.
g. Progressão de regime nos crimes hediondos
i. É possível a progressão de regime no crimes hediondos
h. Progressão de regime no caso de mulher gestante ou que for mãe ou
responsável por crianças ou pessoas com deficiência
i. Requisitos cumulativos
1. Crime sem violência ou grave ameaça
2. Não ter cometido o crime contra filho ou dependente
3. ⅛ de cumprimento no regime anterior
4. Primariedade
5. Bom comportamento carcerário
a. Comprovação pelo diretor do estabelecimento
6. Não ter integrado ORCRIM
ii. O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a
revogação do benefício
i. Irretroatividade da exigência do cumprimento de pena
2. Outras questões envolvendo progressão de regime
a. Cabimento de Habeas Corpus
i. A depender do fundamento jurídico utilizado
1. Se for a respeito de requisito objetivo do cumprimento da pena,
caberá HC.
b. Cometimento de falta grave
i. S. 534, STJ → A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo
para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia
a partir do cometimento da infração
c. Prisão militar
i. STF. É possível.
d. Lei de Organizações Criminosas
i. Réu que adere à colaboração premiada após a sentença
1. Possibilidade de progressão, mesmo que ausentes os requisitos
objetivos
e. Nova condenação
i. Se nova condenação impor a permanência em regime mais gravoso, não
será possível a progressão de regime

Penas Restritivas de Direitos

1. Considerações iniciais
a. CF
i. Perda de bens
ii. Prestação Social Alternativa
iii. Suspensão ou Interdição de Direitos
b. CP
i. Prestação Pecuniária
ii. Perda de Bens e Valores
iii. Prestação de Serviços à Comunidade ou a entidade pública
iv. Interdição Temporária de Direitos
v. Limitação de fim de semana
2. Código Penal e rol não taxativo
a. Código Penal → Rol não taxativo
b. Legislação extravagante
i. Crimes Ambientais
1. Recolhimento domiciliar
2. Suspensão parcial ou total de atividades
ii. Drogas
1. Art. 28
a. Advertência sobre os efeitos das drogas
b. Medida Educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo
c. Deve estar prevista na legislação
3. Pena restritiva de direitos e a falência da pena de prisão
a. Fator criminógeno
b. Elevado grau de reincidência
c. Organizações Criminosas
d. Influência prejudicial apra reclusos
e. Promiscuidade e agressões sexuais
f. Drogas
g. Corrupção e Violência
h. Alto Custo Financeiro
4. Regras de Tóquio e Regras de Mandela
a. Regras de Tóquio
i. Alternativas à privação da liberdade
b. Regras de Mandela
i. Regras Mínimas para Tratamento de Reclusos
5. Natureza jurídica da pena restritiva de direitos
a. Natureza jurídica de Sanção Penal
i. As PRDs de caráter pecuniário (Prestação Pecuniária e Perda de Bens e Valores)
não passam da pessoa do condenado.
6. Características das penas restritivas de direitos
a. Substitutividade
i. Resultam da substituição da PPL.
1. Exceção → 28 da Lei de Drogas
a. Não foi prevista PPL
b. Autonomia
i. Se houve a substituição da PPL por PRD, não será possível cumular com PPL.
1. Exceção → crimes específicos do CTB
c. Reversibilidade
i. Se houver necessidade, a PRD será novamente convertida em PPL
1. Exemplo → Descumprimento injustificado da pena
7. Limite temporal da pena restritiva de direitos
a. Regra → Mesma duração da PPL substituída
b. Exceções
i. Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidade Pública
1. Se superior a 1 ano
a. Facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor
tempo, nunca inferior à metade da PPL originariamente fixada
ii. Estatuto do Torcedor
1. Proibição de comparecer às proximidades do estádio
a. Prazo de 3 meses a 1 ano
b. # PPL de reclusão de 1 a 2 anos
8. Requisitos para substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos
a. Considerações iniciais
i. Discricionariedade do juiz para o reconhecimento
ii. Se reconhecidos, deve promover a substituição
1. Ainda assim, o juiz, ao impor a PPL, estipula o regime inicial de
cumprimento de pena
b. Requisitos cumulativos
i. Requisitos objetivos
1. Natureza do crime
a. Crime culposo
b. Crime doloso vem violência ou grave ameaça
i. Exceção
1. Infrações de Menor Potencial Ofensivo mesmo
quando praticadas mediante violência ou grave
ameaça, salvo quando se tratar de violência
doméstica ou familiar contra a mulher
a. S. 558, STJ. A prática de crime ou
contravenção penal contra a mulher
com violência ou grave ameaça no
ambiente doméstico impossibilita a
substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos.
2. Contravenções penais praticadas mediante
violência ou grave ameaça
2. Quantidade de pena APLICADA
a. Crime culposo → Não há limite
b. Crime doloso → Igual ou inferior a 4 anos
ii. Requisitos subjetivos
1. Não ser reincidente em crime doloso pela prática do mesmo crime
(Reincidência específica no crime doloso)
2. Suficiência → à Reprovação e Prevenção
a. Condições judiciais favoráveis
i. Culpabilidade
ii. Antecedentes
iii. Conduta Social
iv. Personalidade
v. Motivos
vi. Circunstâncias
b. Não mencionou “comportamento da vítima” e “ consequências
do crime”
i. Que são as outras circunstâncias judiciais previstas no
art. 59 do Código Penal
9. Cabimento das penas restritivas de direitos e casos específicos
a. Hediondos
i. Em tese, é possível converter em PRD.
b. Drogas
i. Possibilidade no Tráfico Privilegiado
c. Crimes Ambientais
i. Requisitos
1. Crime culposo
2. Crime doloso em que aplicada PPL inferior a 4 anos
3. Culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos,
circunstâncias
a. Suficiência → Reprovação e Prevenção
ii. Não há previsão da reincidência específica
iii. # CP → igual ou inferior a 4 anos
d. Crimes militares
i. Não é possível (STJ e STF)
e. Violência imprópria
i. Entendimento prevalecente → Possibilidade de substituição
ii. Entendimento minoritário
1. Não se admite a substituição
2. A violência imprópria suprime por completo a capacidade de resistênxia
da vítima, razão pela qual equivaleria à violência própria
f. Lei Maria da Penha
i. S. 588, STJ.
1. A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência
ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
ii. Dispositivos da Lei Maria da Penha
1. Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra
a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº
9.099, de 26 de setembro de 1995.
2. Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e
familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de
prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o
pagamento isolado de multa.
g. CTB
i. Crimes de homicídio culposo ou lesão corporal culposa praticados por condutor
de veículo automotor sob efeito de álcool ou substância de efeitos análogos
1. PPL
a. Sem a possibilidade de substituição por PRD
10. Momento para a substituição
a. Regra → Na prolação da Sentença Penal condenatória
b. Substituição durante a execução da pena privativa de liberdade
i. Requisitos
1. Pena não superior a 2 anos
2. Cumprimento em regime aberto
3. Cumprimento de ¼ da pena
4. Antecedentes e personalidade
11. Regras para a substituição
a. Pena privativa de liberdade de até 1 ano
i. Por multa ou por 1 PRD
b. Pena privativa de liberdade não superior a 6 meses
i. Por multa
ii. Conflito aparente de normas
1. Primeira corrente → prevalece somente a regra da substituição de PPL
de até 1 ano
2. Segunda corrente
a. PPL por multa quando não superior a 6 meses
b. PPL por PRD quando superior a 6 meses e não ultrapassar 1 ano
c. Pena privativa de liberdade superior a 1 ano
i. Por 1 PRD e multa ou
ii. Por 2 PRD
1. Cumprimento simultâneo, se compatível; as demais, de forma
sucessiva.
12. Reconversão em pena privativa de liberdade
a. Considerações iniciais
i. Substituição da PPL
ii. Conversão da restrição imposta em PPL
1. “RECONVERSÃO”
b. (Re)conversão obrigatória: descumprimento injustificado
i. DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO
1. Regime inicial fixado na sentença condenatória
2. Incidente no processo de execução penal
a. Contraditório
i. Possibilidade de justificar as razões do
descumprimento
c. (Re)conversão facultativa: superveniência de condenação a pena privativa de
liberdade por outro crime
i. Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for
possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
ii. Impossibilidade de cumprimento cumulativo
1. Reconversão em PPL
a. Ex.: PSC e condenação superveniente a uma pena de reclusão
em regime fechado
d. (Re)conversão e tempo de pena restante
i. Dedução do tempo crumprido da PRD, respeitado o saldo mínimo de 30 dias de
detenção ou reclusão
e. (Re)conversão de penas de caráter pecuniário
i. Doutrina defensiva
1. O descumprimento de penas de caráter pecuniário não poderia
conduzir à reconversão em pena privativa de liberdade, pois deveriam
ser aplicados os memos critérios existentes para a pena de multa.
13. Início da execução das penas restritivas de direitos
a. A partir do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
i. S. 643, STJ. A execução da PRD depende do trânsito em julgado da condenação.
14. Modalidades de penas restritivas de direitos
a. Genérica (gerais)
i. Podem substituir a PPL, independentemente da natureza do crime da
condenação.
1. Prestação Pecuniária
2. Perda de Bens e Valores
3. Prestação de Serviços à Comunidade ou à Entidade Pública
4. Interdições de Direitos consistentes na proibição de frequentar
determinados lugares e proibição de inscrever-se em concurso público
b. Específicas (especiais)
i. Derivam da substituição da PPL em caso de crime determinado.
1. Interdição temporária de direitos, à exceção das penas de proibição
de frequentar determinados lugares e proibição de inscrever-se em
concurso público
c. Independentes (não substitutivas)
i. Não derivam da substituição da PPL.
1. 28 da Lei de Drogas
a. Advertência sobre efeito de drogas
b. Medida Educativa de Comparecimento à Programa ou Curso
Educativo
15. Penas restritivas de direitos em espécie
a. Modalidades
i. Prestação Pecuniária
ii. Perda de Bens e Valores
iii. Prestação de Serviços à Comunidade ou a etnidade pública
iv. Interdição Temporária de Direitos
v. Limitação de fim de semana
b. Prestação pecuniária
i. Conceito
1. PRD de natura patrimonial
ii. Previsão legal
1. Art. 45, §1º, CP
iii. Características
1. Modalidade de pagamento
a. Regra → Em dinheiro
b. Exceção → Prestação de outra natureza
i. Prestação patrimonial
ii. Se houver aceitação do beneficiário
2. Patrimônio lícito do condenado
a. # Patrimônio ilícito → Efeito extrapenal da condenação (91, CP)
3. Destinatários do pagamento
a. Rol preferencial
i. Vítima
ii. Dependentes
iii. Entidade pública ou privada com destinação social
b. Determinação da prestação não depende da concordância do
beneficiário (Pena → Imposição unilateral)
i. # Prestação de outra natureza, que exige aceitação do
beneficiário
4. Montante
a. 1 a 360 salários mínimos
i. Doutrina → Discussão sobre a constitucionalidade
5. Dedução do montante de eventual condenação em ação de
reparação civil, se coincidentes os beneficiários
c. Perda de bens e valores
i. Previsão legal
1. 45, §3º, CP
ii. Características
1. Modalidade de pagamento
a. Cunho patrimonial
i. Dinheiro (valores)
ii. Bens (móveis ou imóveis)
2. Patrimônio lícito do condenado
3. Destinatário do pagamento
a. FUPEN → Fundo Penitenciário Nacional
4. Montante
a. Teto → o que for maior
i. Montante do prejuízo causado ou do proveito (e não
provento, como constou da lei) obtido pelo agente ou
por terceiro
5. Cabimento
a. Crime com repercussão patrimonial
i. Prejuízo para a vítima ou benefício para o criminoso
d. Prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas
i. Considerações iniciais
1. Atribuição de tarefas gratuitas
ii. Distinção entre pena de prestação de serviços e trabalhos forçados
1. Trabalhos forçados
a. Ausência de remuneração
b. Emprego de violência física ou grave ameaça como forma de
compelir ao trabalho
iii. Hipóteses de cabimento da prestação de serviços
1. Requisito adicional
a. Condenações superiores a 6 meses de privação de liberdade
iv. Local de cumprimento
1. entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais
v. Tempo de cumprimento da pena
1. devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de
condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de
trabalho
2. Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à
metade da pena privativa de liberdade fixada
vi. Prestação de serviços e jornada normal de trabalho
1. fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho
vii. Execução da pena de prestação de serviços
1. Características
a. Não se admite a execução provisória das PRD
b. Juiz da Execução
i. designar a entidade ou programa comunitário ou
estatal, devidamente credenciado ou convencionado,
junto ao qual o condenado deverá trabalhar
gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
ii. determinar a intimação do condenado, cientificando-o
da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a
pena;
iii. alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às
modificações ocorridas na jornada de trabalho.
c. Duração do trabalho
i. o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e
será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em
dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal
de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.
d. Início
i. A partir da data do primeiro comparecimento
e. Entidade beneficiada
i. Encaminhamento mensal de relatório circunstanciado
das atividades do condenado, bem como, a qualquer
tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar
viii. Prestação de serviços na Lei de Drogas
1. Art. 28
a. PSC ou à entidade pública
i. Preferencialmente → prevenção do consumo ou da
recuperação de usuário dependentes
b. Prazo máximo
i. 5 meses
ii. 10 meses (reincidência)
ix. Prestação de serviços na Lei de Crimes Ambientais
1. Para pessoa física
a. Art. 9º
2. Para pessoa jurídica
a. Art. 22
e. Interdição temporária de direitos
i. Considerações iniciais
1. CF, art. 5º, XLVI, e
2. CP, art. 47
ii. Em espécie
1. Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como
de mandato eletivo
2. Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público
3. Suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo
4. Proibição de frequentar lugares
5. Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos
f. Limitação de fim de semana
i. Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer,
aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou
outro estabelecimento adequado.

Pena de Multa

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