Institutos Despenalizadores
Institutos Despenalizadores
Institutos Despenalizadores
ou Benéficos
Exigências de pena
1. Previsão
a. Lei de Juizados Especiais, art. 74
2. Crimes
a. Infrações Penais de menor potencial ofensivo
i. Pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não
com multa
b. Exceções
i. No âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher
ii. Justiça Militar
iii. Cometidos contra a criança e o adolescente
1. Controvérsia: apenas crimes previstos no ECA (mesmo que não
sejam de violência doméstica) ou para todos os delitos do Código
Penal e Legislação Penal Especial?
3. Momento
a. Audiência preliminar dos Juizados Especiais
4. Requisitos
a. Composição civil de danos
b. Aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade
5. Procedimento
a. Audiência Preliminar
i. Juiz informa sobre a possibilidade
b. Requisitos
i. Composição civil de danos
ii. Aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de
liberdade
c. Possíveis desdobramentos
i. Consequências
1. Reduzida por escrito, homologada pelo juiz
2. Sentença irrecorrível
3. Título executivo judicial no juízo cível
ii. Ação Penal Pública Incondicionada
1. Não acarreta a extinção da punibilidade
a. Apenas a antecipação da certeza acerca do valor da
indenização. Não há a produção da extinção da
punibilidade. Pode ser causa de arrependimento
posterior.
2. Proposta de transação penal
a. Transação Penal aceita pelo acusado
i. Aplicação imediata de pena não privativa de
liberdade
ii. Encerramento do procedimento
3. Sem proposta de transação penal pelo Ministério Público ou a
proposta não é aceita pelo acusado
a. Denúncia (oral)
iii. Ação Penal Pública Condicionada à representação
1. Aceita a proposta de composição
a. Renúncia automática do direito de representação
b. Extinção da punibilidade
c. Extinção do procedimento
2. Não havendo a composição
a. Não oferece representação
b. Oferece representação
i. MP oferece transação penal
1. Homologação do juiz
a. Cabe apelação
ii. MP não oferece transação penal ou não é aceita
pelo acusado
1. Denúncia
iv. Ação Penal Pública Privada
1. Aceita a proposta de composição
a. Renúncia automática do direito de representação
b. Extinção da punibilidade
c. Extinção do procedimento
2. Não é feita proposta ou acusado não aceita
a. Possibilidade de queixa-crime (oral)
6. Consequências
a. Renúncia ao direito de queixa ou de representação
b. Extinção da punibilidade
i. Exceção
1. Nos crimes de ação penal pública incondicionada. Apenas a
antecipação da certeza acerca do valor da indenização. Não há a
produção da extinção da punibilidade. Pode ser causa de
arrependimento posterior.
Transação Penal
proibição de freqüentar
determinados lugares;
proibição de ausentar-se da
comarca onde reside, sem
autorização do Juiz;
comparecimento pessoal e
obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e
justificar suas atividades.
Período de prova
2 a 4 anos
Revogação Caso descumprida, ação penal Não reparar o dano ou
obrigatória poderá ser proposta (SV 35) processado por crim
Livramento Condicional
Reparação do Reparação do dano Reparação do dano Reparação do dano Não cabe livramento
dano condicional
Inexistência Reincidente específico em crime hediondo, prática de tortura e tráfico de pessoas e terrorismo
de vedação Reincidente específico nos crimes dos arts. 33, caput, e §1º, e 34 a 37 da Lei de Drogas
legal Condenado pela prática de crime hediondo com resultado morte
Manutenção do vínculo associativo com organização criminosa
b. Requisitos subjetivos
i. bom comportamento durante a execução da pena
1. Boletim Informativo
2. Atestado de Conduta Carcerária
ii. não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;
iii. bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
iv. aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
v. tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano
causado pela infração;
c. Requisitos subjetivos do condenado por crime doloso com violência ou
grave ameaça à pessoa
i. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada
à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado
não voltará a delinqüir.
3. Indeferimentos ilegais
a. Fundamentação
i. Longa pena a ser cumprida
ii. Gravidade do crime
iii. Impossibilidade de passar do regime fechado diretamente ao livramento
condicional
1. Não é regime de cumprimento de pena, então não há progressão
por salto
4. Livramento condicional e falta grave
a. S. 441, STJ
i. Falta grave não interrompe o prazo para obtenção de Livramento
Condicional
b. Mas uma das condições do Livramento Condicional é o não cometimento de
falta grave nos últimos 12 meses
5. Sentenciado com diversas condenações
a. Cálculo do lapso
i. Doutrina crítica
1. De forma separada e sucessiva (primeiro, maior tempo de pena;
depois, de menor tempo de pena, 76, CP)
ii. STJ
1. Soma das condenações e, independentemente de se tratar de
sentenciado primário, reincidente, por crime comum ou
hediondo, e aplicação da fração mais rigorosa
6. Sobre exames criminológicos
a. Ver Progressão de Regime (alteração legislativa de 2024)
7. Vedações legais ao Livramento Condicional
a. Reincidente específico em crime hediondo, prática de tortura e tráfico de
pessoas e terrorismo
b. Reincidente específico nos crimes dos arts. 33, caput, e §1º, e 34 a 37 da Lei de
Drogas
c. Condenado pela prática de crime hediondo com resultado morte
d. Manutenção do vínculo associativo com organização criminosa (art. 2º, §9º, Lei
12.850/2013)
8. Cálculo dos prazos para condenações superiores a 40 anos
a. S. 715, STF
i. A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento,
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou
regime mais favorável de execução.
b. A Base de Cálculo é a pena total aplicada, e não a pena unificada limitada
9. Condições
a. Período de prova
i. Tempo que resta da pena a ser cumprida
b. Condições
i. Obrigatórias
1. obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o
trabalho;
2. comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
3. não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem
prévia autorização deste.
ii. Facultativas
1. Rol exemplificativo
a. não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à
autoridade incumbida da observação cautelar e de
proteção;
b. recolher-se à habitação em hora fixada;
c. não freqüentar determinados lugares;
d. UTILIZAR EQUIPAMENTO DE MONITORAÇÃO
ELETRÔNICA (alteração legislativa de 2024 → art. 132,
§2º, “e”, LEP)
i. Possibilidade de revogação facultativa
iii. Judiciais
1. Podem ser fixadas pelo juiz para atender a peculiaridades do
caso concreto
iv. Obrigatórias Indiretas
1. Condições Negativas (Hipóteses de revogação do Livramento
Condicional)
a. Não podem estar presentes, sob pena de implicarem na
revogação do benefício
10. Procedimento
a. Requerimento (art. 195, LEP)
i. Instrução com os documentos necessários a provar os requisitos
b. Recebimento do Juiz
i. Vista ao MP
1. A depender da manifestação do MP, nova vista da defesa
c. Conclusão ao Juiz
i. Complementação
1. Exame criminológico
a. Possibilidade de Agravo em Execução
ii. Decisão
1. Deferimento
a. Falta de interesse recursal da defesa
b. Agravo em Execução pela Justiça Pública
2. Indeferimento
a. Possibilidade de Agravo em Execução
11. Revogação
a. Obrigatória
i. Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a
pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:
1. I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
2. II - por crime anterior, desde que a soma do tempo que resta a
cumprir com a nova condenação não permita a sua permanência
em liberdade
b. Facultativa
i. Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado
deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou
for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que
não seja privativa de liberdade
12. Suspensão do livramento condicional
a. Prática de outra infração penal
i. Revogação dependerá de decisão final (145, LEP)
13. Prorrogação do livramento condicional
a. Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em
julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime
cometido na vigência do livramento.
14. Extinção
a. Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta
a pena privativa de liberdade.
15. Novo crime durante o período de prova
a. Discussão sobre a possibilidade de revogar Livramento Condicional e, de
forma concomitante, aplicar sanção pela falta disciplinar
i. Doutrina crítica → Não é possível (bis in idem)
b. Consequências de falta grave
i. regressão
ii. perda de até ⅓ dos dias remidos
iii. alteração da data-base para progressão de regime
Autorizações de Saída
1. Autorização de saída
a. Considerações iniciais
i. Autorizações de saída
1. Permissões de saída
2. Saída temporária
b. Permissão de saída
i. Características
1. Regime
a. Fechado
b. Semiaberto
2. Presos definitivos ou provisórios
3. Diretor do Estabelecimento
4. Escolta
5. Situações do art. 120, LEP
a. Falecimento/doença grave
i. CADI
b. Tratamento médico necessário
6. Duração
a. Necessária à finalidade da saída
c. Saída temporária
i. Características
1. Regime semiaberto
2. Juízo da Execução
a. Oitiva
i. Ministério Público
ii. Administração Penitenciária
3. Sem vigilância direta
a. Mas é possível a monitoração eletrônica do preso, quando
determinado pelo Juízo da Execução
4. Hipóteses de cabimento
a. Visita à família
b. Frequência a curso profissionalizante ou de instrução do
2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução
i. Tempo de saída necessário ao cumprimento das
atividades discentes (alteração legislativa de
2024)
c. Atividades que concorram para o retorno ao convívio
social
ii. Vedação à saída temporária (alteração legislativa de 2024)
1. Não terá direito à saída temporária de que trata o caput deste
artigo ou a trabalho externo sem vigilância direta o condenado
que cumpre pena por praticar crime hediondo ou com violência
ou grave ameaça contra pessoa.
a. Vedação → Hediondo ou com VGA
i. Trabalho Externo sem vigilância direta
ii. Saída temporária
iii. Requisitos para a concessão
1. Comportamento adequado
2. Cumprimento mínimo
a. ⅙ da pena → Primário
b. ¼ da pena → Reincidente
3. Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena
4. Não estar cumprindo pena por crime hediondo ou com violência
ou grave ameaça contra pessoa
iv. Frequência a curso
1. Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante ou de
instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o
necessário para o cumprimento das atividades discentes.
a. Alteração legislativa de 2024
v. STJ e teses sobre Saída Temporária
1. Recomendável que cada autorização de ST seja precedida de
decisão
a. Excepcionalmente: fixação de calendário anual pelo
Juízo da Execução
2. Limite anual de 35 dias, cabível a concessão de maior número de
autorizações de curta duração
a. ver art. 124 da LEP, que foi revogado
3. Prazo mínimo de 45 dias de intervalo entre as STs
a. Maior número de STs de curta duração, intercaladas
durante os 12 meses do ano, não se exige o intervalo.
i. ver art. 124 da LEP, que foi revogado
vi. Condições para a fruição do benefício
1. ver art. 124 da LEP, que foi revogado
2. Não há mais previsão legal dos prazos de Saída Temporária
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser
renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com
prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. (Incluído pela
Lei nº 12.258, de 2010)
Remição
1. Remição
a. Considerações iniciais
i. Diminuição do tempo de cumprimento de pena pelo trabalho ou
estudo do preso
1. Inicialmente
a. LEP → Somente pelo trabalho
b. S. 341, STJ → Remição pelo Estudo
2. Após a Lei 12.433/2011
a. LEP → Remição pelo trabalho e pelo estudo
ii. Declarada pelo Juízo da Execução
1. Ouvidos MP e defesa
2. Tempo remido → Pena Cumprida
a. Para todos os efeitos
i. Ex.: progressão de regime; obtenção de
livramento condicional.
b. Sentenciado deve ser cientificado da relação de seus dias
remidos (STJ)
b. Espécies de remição
i. Pelo Trabalho
ii. Pelo Estudo
1. Práticas sociais educativas escolares
a. Sistemas Oficiais de Ensino
i. Independe de aproveitamento
1. Exceção
a. Autorização para estuar fora da
unidade prisional
i. Comprovação mensal de
frequência e
aproveitamento
2. Praticas sociais educativas não-escolares
3. Pela Leitura
c. Jurisprudência sobre remição
i. Jurisprudência do TJ/SP com atuação da DPE/SP (2024)
1. Remição pelo Trabalho e Amamentação
a. Agravo em execução. Remição. Economia do cuidado.
Amamentação. O tempo em que a encarcerada esteve
voltada à amamentação, dignificando o trabalho materno
e universalizando sua condição de indivíduo e de mulher,
comporta sim a remição da pena à luz do artigo 126 da Lei
7.210/1984.
ii. Possibilidade de cumulação de atividades laborais e discentes, desde
que os horários sejam compatíveis (Rafael Miranda)
iii. Possibilidade de remição de pena pela atividade laboral de
representante de galeria (STJ)
iv. Aprovação no ENEM a quem já havia concluído o ensino médio antes
da execução penal
1. Divergência no STJ.
v. Não é possível remição por múltiplas aprovações no ENEM ou
ENCCEJA
vi. Remição ficta.
1. STF → Não admite remição ficta
2. Trabalho e natureza eventual. COVID.
a. Regra. Não cabe. Não se pode presumir que deixou de ser
oferecido e exercido em razão do estado pandêmico
b. Exceção: em razão da pandemia da Covid-19, o STJ
admitiu a remição ficta “em favor dos presos que já
estavam trabalhando ou estudando e se viram
impossibilitados de continuar seus afazeres unicamente
em razão do estado pandêmico” (REsp 1.953.607/SC –
Tema Repetitivo 1120).
3. Presos que já estavam trabalhando ou estudando antes do
COVID.
a. Nada obstante a interpretação restritiva que deve ser
conferida ao art. 126, §4º, da LEP, os princípios da
individualização da pena, da dignidade da pessoa humana,
da isonomia e da fraternidade, ao lado da teoria da
derrotabilidade da norma e da situação
excepcionalíssima da pandemia de Covid-19, impõem o
cômputo do período de restrições sanitárias como de
efetivo estudo ou trabalho em favor dos presos que já
estavam trabalhando ou estudando e se viram
impossibilitados de continuar seus afazeres unicamente
em razão do estado pandêmico.
b. STJ. 3ª Seção. REsp 1953607-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
julgado em 14/09/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1120)
(Info 749).
vii. Perda dos dias remidos por falta grave
1. STF. Constitucionalidade da perda dos dias remidos por
cometimento de falta grave na execução penal.
viii. Não comprovação do efetivo cumprimento da carga laboral diária
1. A remição pelo trabalho pressupõe o exercício de atividade
laboral mediante subordinação e controle de horário, não se
admitindo o auto controle de carga horária.
ix. Instituição conveniada
1. A remição de pena em virtude de curso profissionalizante,
realizado pelo apenado na modalidade à distância (EaD), exige a
apresentação de certificado emitido por entidade educacional
devidamente credenciada perante o Ministério da Educação
(MEC).
x. Ensino EAD
1. STF
a. O tempo de ensino a distância (EAD) deve ser
computado para a remição de pena, bastando, como
comprovante, a certificação fornecida pela entidade
i. A ineficiência do Estado em fiscalizar as horas de
estudo realizadas a distância pelo condenado não
pode obstaculizar o seu direito de remição da
pena, sendo suficiente para comprová-las a
certificação fornecida pela entidade educacional.
ii. Em razão das condições diferenciadas em relação
aos demais cidadãos, os presos devem ser
tratados de forma diferente, em respeito ao
princípio da dignidade humana. Como as pessoas
que cumprem pena já então em situação precária,
é necessário sobrevalorizar a remição da pena,
para que elas acreditem na superação do erro e na
possibilidade de vida diferente a partir da
educação.
iii. STF. 1ª Turma. RHC 203546/PR, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 28/6/2022 (Info 1061).
2. STJ
a. A remição de pena em virtude de curso
profissionalizante, realizado pelo apenado na
modalidade à distância (EaD), exige a apresentação de
certificado emitido por entidade educacional
devidamente credenciada perante o Ministério da
Educação (MEC).
i. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 722388-SP, Rel. Min.
Olindo Menezes (Desembargador convocado do
TRF 1ª Região), julgado em 09/08/2022 (Info 748).
b. Para fins de remição de pena, a instituição de ensino
que ministra o curso à distância deve estar
credenciada junto ao Sistema Nacional de Informações
da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) do
Ministério da Educação.
i. A remição de pena em virtude de estudo realizado
pelo apenado na modalidade capacitação
profissional à distância deve atender os seguintes
requisitos:
1. 1) demonstração de que a instituição de
ensino que ministra o curso à distância é
autorizada ou conveniada com o poder
público para esse fim;
2. 2) demonstração da integração do curso à
distância realizado ao projeto
político-pedagógico (PPP) da unidade ou
do sistema prisional;
3. 3) indicação da carga horária a ser
ministrada e do conteúdo programático;
4. 4) registro de participação da pessoa
privada de liberdade nas atividades
realizadas.
5. STJ. 5ª Turma.REsp 2.105.666-MG, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
27/2/2024 (Info 802).
d. Remição pelo trabalho
i. Desconto
1. 1 dia de pena ⇔ 3 dias de trabalho
ii. Regime
1. Fechado ou semiaberto
2. Não há remição ao condenado em regime aberto ou em
livramento condicional
iii. Trabalho
1. Local
a. Interior
b. Externo (S. 562, STJ)
i. Ainda que extramuros
2. Jornada
a. Comum
i. 6 a 8 horas
ii. Descansos nos domingos e feriados
b. Especial
i. Designados aos serviços de conservação e
manutenção do estabelecimento penal
3. STJ e trabalho fora da jornada
a. Sentenciado não pode ser prejudicado
i. Trabalho remunerado e reconhecido para fins de
remição
4. STJ e trabalho em jornada inferior a 6 horas
a. Direito à remição
i. Soma das horas trabalhadas, e depois serão
divididas por 6
5. STJ e ineficiência do sistema carcerário na aferição de horas
trabalhadas
a. Direito à remição
i. Sentenciado não pode ser prejudicado
e. Remição pelo estudo
i. Desconto
1. 1 dia de pena ⇔ 12 horas de frequência escolar
a. Divididas, no mínimo, em 3 dias
b. 4 horas por dia
ii. Regime
1. Fechado, semiaberto ou aberto
a. Também em Livramento Condicional
iii. Remição aumentada
1. Acréscimo de ⅓ em caso de conclusão do ensino fundamental,
médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que
certificada pelo órgão competente do sistema de educação
iv. Estudo
1. Local
2. Atividade
a. Ensino fundamental
b. Ensino médio
c. Ensino superior
d. Ensino profissionalizante
v. STJ e necessidade de certificação do curso frequentado
1. Por meio de documento idôneo, para fins de remição de pena
pelo estudo
vi. TJ/SP e possibilidade de atividade estudantil desenvolvida em dia
não-útil
vii. STJ e conclusão ou aproveitamento satisfatório
1. A remição pelo estudo independe de conclusão ou do
aproveitamento satisfatório em curso de ensino regular ou de
educação profissional
viii. STJ e possibilidade de remição por participação em coral
ix. Programas de apoio ao esforço para conclusão da educação básica
1. U, E, DF → Regime de colaboração
a. Alunos regularmente matriculados no sistema público de
educação que cumpram pena no sistema penitenciário,
ainda que na condição de presos provisórios e aos quais
tenham sido aplicadas MSE do ECA
x. STJ e estudo fora da “jornada”
1. Estudo acima das 4 horas diárias e superação das 12 horas a cada
3 dias de estudo
a. Tempo que excede a carga horária diária deve ser
anotado para somar com horas futuras
b. Reconhecimento da remição
xi. Comprovação das horas de estudo
1. Grade de remição
2. Declaração da unidade de ensino
f. Remição pela leitura
i. STJ
1. Admissão da remição pela leitura, por analogia in bonam partem,
em relação à remição pelo estudo.
ii. Resolução 391 do CNJ
1. Prazo de 21 a 30 dias para a leitura
2. Relatório de leitura em 10 dias
3. 1 Obra → 4 dias
a. No prazo de 12 meses
b. 12 obras
c. 48 horas a cada 12 meses
g. Remição por outras atividades
i. Recomendação 44/2013 do CNJ
1. Consideração de atividades de caráter complementar
ii. STJ
1. Participação em coral
h. Remição pelo cumprimento da pena em situação degradante
i. STF, 2017.
1. Rechaçou a possibilidade de remição pela permanência do preso
em condições de violação a direitos fundamentais causadora de
danos pessoais a detentos em estabelecimentos carcerários.
2. Há direito à indenização, mas não da remição da pena
ii. STJ, 2021. Detração.
1. A Resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos de
22/11/2018, que determina o cômputo da pena em dobro, deve
ser aplicada a todo o período cumprido pelo condenado no
Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho (IPPSC)
a. O Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho (IPPSC) é um
estabelecimento penal voltado ao cumprimento de pena
privativa de liberdade com o enfoque em pessoas do
gênero masculino. Está localizado no Complexo
Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do
Rio de Janeiro.
b. O IPPSC apresentou elevados índices de mortes de presos
decorrentes da superlotação e das más condições
sanitárias do local. Por essa razão, a Corte Interamericana
de Direitos Humanos (Corte IDH) expediu medidas
provisórias em face do Brasil, sob o fundamento de que
houve violação à integridade pessoal dos presos, nos
termos da Convenção Americana de Direitos Humanos
(CADH).
c. Em uma dessas Resoluções (de 22/11/2018), a Corte IDH
determinou que deveria ser computado em dobro cada
dia de privação de liberdade na unidade prisional IPPSC,
exceto para os acusados ou condenados por: a) crimes
contra a vida; b) crimes contra a integridade física; ou c)
crimes sexuais.
d. O cômputo da pena em dobro deve ser sobre todo o
período de pena cumprido pelo condenado no IPPSC ou
deverá ficar limitado ao período posterior ao
conhecimento formal do Brasil acerca da Resolução?
e. O cômputo em dobro atinge a totalidade da pena
cumprida. Logo, não é possível modular os efeitos do
cômputo da pena em dobro, tendo em vista a situação
degradante do estabelecimento prisional, inspecionado e
alvo de inúmeras Resoluções da Corte IDH.
f. Não se mostra possível que a determinação de cômputo
em dobro tenha seus efeitos modulados como se o preso
tivesse cumprido parte da pena em condições aceitáveis
até a notificação e, a partir de então, tal estado de fato
tivesse se modificado. Em realidade, o substrato fático
que deu origem ao reconhecimento da situação
degradante já perdurara anteriormente, até para que
pudesse ser objeto de reconhecimento, devendo, por tal
razão, incidir sobre todo o período de cumprimento da
pena.
g. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 136961-RJ, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 15/06/2021,
DJe 21/06/2021 (Info 701).
i. Regras complementares à remição
i. Não há quantidade limite de dias
ii. Não há vedação à remição por modalidade de crime
iii. Admite-se remição aos presos provisórios
iv. O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos
estudos continuará a beneficiar-se com a remição (126, §4º, LEP)
v. Não se admite a remição por trabalho realizado antes do cometimento
do crime
j. Cumulação da remição pelo trabalho com a remição pelo estudo
i. Regime fechado e semiaberto
1. Possibilidade de cumulação
ii. No regime semiaberto
1. Somente é possível a remição pelo estudo
k. Falta grave e perda dos dias remidos
i. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do
tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar (127, LEP)
1. Depende do reconhecimento de falta grave
a. Procedimento administrativo
i. Direito de Defesa
ii. S. 533, STJ
1. Para o reconhecimento da prática de falta
disciplinar no âmbito da execução penal, é
imprescindível a instauração de
procedimento administrativo pelo diretor
do estabelecimento prisional, assegurado o
direito de defesa, a ser realizado por
advogado constituído ou defensor público
nomeado.
Monitoração eletrônica
1. Monitoração eletrônica
a. Considerações iniciais
i. Utilização de aparatos tecnológicos para a vigilância de pessoas
submetidas a alguma medida constritiva de liberdade
ii. Condenados definitivos ou investigados/acusados
iii. Compreensão
1. LEP
a. Fiscalização em relação a outros institutos
2. CPP
a. Medida cautelar diversa da prisão
iv. Não é obrigatória e não é automática
b. Alterações legislativas de 2024
i. Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
1. V - determinar:
2. j) a utilização do equipamento de monitoração eletrônica pelo
condenado nas hipóteses legais
c. Hipóteses de cabimento
i. Fiscalizar
1. Saída Temporária no regime semiaberto
2. Prisão Domiciliar
ii. Alterações legislativas de 2024
1. Aplicar pena privativa de liberdade a ser cumprida nos regimes
aberto ou semiaberto, ou conceder progressão para tais regimes
2. aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de
frequência a lugares específicos; (Incluído pela Lei nº 14.843, de
2024)
3. conceder o livramento condicional. (Incluído pela Lei nº 14.843,
de 2024)
d. Deveres inerentes à monitoração
i. receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica,
responder aos seus contatos e cumprir suas orientações;
ii. abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer
forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que
outrem o faça;
e. Violação dos deveres inerentes à monitoração
i. A critério do juiz da execução, ouvidos o MP e a defesa
ii. Consequências
1. a regressão do regime;
2. a revogação da autorização de saída temporária;
3. a revogação da prisão domiciliar;
4. advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da
execução decida não aplicar alguma das medidas previstas
anteriores
iii. Consequências adicionadas em alteração legislativa de 2024
1. Revogação do livramento condicional (revogação facultativa)
2. Conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de
liberdade.
f. Descumprimento dos deveres e falta grave
i. STJ
1. Embora o rol de faltas disciplinares seja taxativo, é possível
instaurar PAD para apurar violação de perímetro estabelecido
como condição do regime aberto
2. A inobservância do perímetro não é falta disciplinar, mas
descumprimento dos deveres inerentes ao monitoramento, o
que pode acarretar em regressão de regime
g. Resolução n. 412/2021 do CNJ
i. Priorização de aplicação de medida menos gravosa do que o
monitoramento eletrônico
ii. Em situações excepcionais, medida de controle de vagas em
estabelecimento penal que esteja acima de sua capacidade máxima
h. Revogação da monitoração eletrônica
i. quando se tornar desnecessária ou inadequada;
ii. se o condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua
vigência ou
iii. cometer falta grave.
Prisão domiciliar
O CPP, ao tratar da prisão domiciliar, está A LEP, ao tratar da prisão domiciliar, está
IV — gestante; IV — gestante.
HIPÓTESES E REQUISITOS
Detração
1. Detração
a. Considerações iniciais
i. Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o
de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos
estabelecimentos referidos no artigo anterior.
b. Cabimento da detração
i. Detração e a pena privativa de liberdade
1. Possível.
ii. Detração e a pena de multa
1. Não é possível.
iii. Detração e penas restritivas de direitos
1. PRDs compatíveis com a detração
a. Mesma duração da pena privativa de liberdade
substituída
i. Prestação de Serviços à Comunidade
ii. Interdição Temporária de Direitos
iii. Limitação de Finais de Semana
2. PRDs incompatíveis com a detração
a. Prestação Pecuniária
b. Perda de Bens e Valores
iv. Detração e suspensão condicional da pena (sursis)
1. A detração não influi no período de prova
a. Somente terá relevância quando concedido o sursis, se o
condenado não cumprir as condições e o benefício for
revogado
c. Juízo competente para o reconhecimento da detração
i. Até 2012 → Juízo da Execução
ii. Após a Lei n. 12.736/2012 → Juízo do Conhecimento
1. Deve observar a detração para imposição do regime inicial
2. Caso o Juízo do Conhecimento não a aplique, deverá ser aplicada
pelo Juízo da Execução Penal
d. Detração e cômputo da prescrição
i. Doutrina majoritária e STJ
1. Por falta de previsão legal específica sobre o tema, não é
possível levar em consideração a detração para cômputo da
prescrição
e. Detração e processos distintos
i. Entendimento majoritário de doutrina, STF e STJ
1. É possível detração em relação ao tempo de prisão provisória em
outro processo, no qual o agente fora inocentado, desde que a
infração penal na qual houve a condenação seja anterior àquela
em que houve a absolvição.
f. Detração e extradição
i. Se o Poder Judiciário brasileiro decreta a prisão cautelar de
extraditando; se houver o deferimento do pedido extradicional, o
tempo em que o extraditando passou em prisão cautelar deve ser
computado, a título de extradição (STF).
g. Detração e cumprimento da pena em condições degradantes
i. STJ, 2021. Detração.
1. A Resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos de
22/11/2018, que determina o cômputo da pena em dobro,
deve ser aplicada a todo o período cumprido pelo condenado
no Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho (IPPSC)
a. O Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho (IPPSC) é um
estabelecimento penal voltado ao cumprimento de pena
privativa de liberdade com o enfoque em pessoas do
gênero masculino. Está localizado no Complexo
Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do
Rio de Janeiro.
b. O IPPSC apresentou elevados índices de mortes de presos
decorrentes da superlotação e das más condições
sanitárias do local. Por essa razão, a Corte Interamericana
de Direitos Humanos (Corte IDH) expediu medidas
provisórias em face do Brasil, sob o fundamento de que
houve violação à integridade pessoal dos presos, nos
termos da Convenção Americana de Direitos Humanos
(CADH).
c. Em uma dessas Resoluções (de 22/11/2018), a Corte IDH
determinou que deveria ser computado em dobro cada
dia de privação de liberdade na unidade prisional IPPSC,
exceto para os acusados ou condenados por: a) crimes
contra a vida; b) crimes contra a integridade física; ou c)
crimes sexuais.
d. O cômputo da pena em dobro deve ser sobre todo o
período de pena cumprido pelo condenado no IPPSC ou
deverá ficar limitado ao período posterior ao
conhecimento formal do Brasil acerca da Resolução?
e. O cômputo em dobro atinge a totalidade da pena
cumprida. Logo, não é possível modular os efeitos do
cômputo da pena em dobro, tendo em vista a situação
degradante do estabelecimento prisional, inspecionado e
alvo de inúmeras Resoluções da Corte IDH.
f. Não se mostra possível que a determinação de cômputo
em dobro tenha seus efeitos modulados como se o preso
tivesse cumprido parte da pena em condições aceitáveis
até a notificação e, a partir de então, tal estado de fato
tivesse se modificado. Em realidade, o substrato fático
que deu origem ao reconhecimento da situação
degradante já perdurara anteriormente, até para que
pudesse ser objeto de reconhecimento, devendo, por tal
razão, incidir sobre todo o período de cumprimento da
pena.
g. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 136961-RJ, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 15/06/2021,
DJe 21/06/2021 (Info 701).
h. Detração penal análógica virtual
i. Detração
1. a detração penal ocorre quando o juiz desconta da pena ou da
medida de segurança aplicada ao réu o tempo que ele ficou
preso antes do trânsito em julgado (prisão provisória ou
administrativa) ou o tempo em que ficou internado em hospital
de custódia (medida de segurança).
ii. Analógica
1. o juiz afirmou que a detração que ele estava fazendo era
“analógica” porque o art. 28 não prevê pena privativa de
liberdade. Logo, o magistrado utilizou-se da analogia para
descontar o tempo que o réu ficou preso preventivamente
mesmo o art. 28 não cominando pena de prisão. Em outras
palavras, o juiz utilizou-se da analogia para descontar uma
situação que não estava prevista na lei (abater o tempo em que o
réu ficou preso mesmo o art. 28 não prevendo pena de prisão).
iii. Virtual
1. além disso, a detração foi virtual porque o juiz descontou o
tempo que o réu ficou preso cautelarmente mesmo sem
condenar o acusado. É como se ele dissesse o seguinte: eu nem
vou condená-lo pelo art. 28 porque já reconheço que não há
interesse processual nisso.
iv. STJ
1. Decisão que reconhece detração penal analógica virtual não
serve para fins de reincidência (2018)
2. Atualmente, STJ reconhece, de forma ampla, que a condenação
pelo art. 28 da LD NÃO gera reincidência em nenhuma hipótese
Progressão de Regime
1. Progressão de regime
a. Considerações iniciais
i. Brasil → Sistema progressivo de cumprimento de pena
b. Requisitos para a progressão
i. Requisitos obrigatórios genéricos
1. Requisito objetivo
a. Cumprimento de algum tempo de pena
b. Mudanças legislativas, se maléficas ao réu (novatio legis
in pejus) e análise de (ir)retroatividade
COM violência ou grave 25% (primário ou reincidente genérico) 30% (reincidente específico)
ameaça
Comando de ORCRIM +
HEDIONDO 50%
Milícia privada
DIREITO INTERTEMPORAL
1. Considerações iniciais
a. CF
i. Perda de bens
ii. Prestação Social Alternativa
iii. Suspensão ou Interdição de Direitos
b. CP
i. Prestação Pecuniária
ii. Perda de Bens e Valores
iii. Prestação de Serviços à Comunidade ou a entidade pública
iv. Interdição Temporária de Direitos
v. Limitação de fim de semana
2. Código Penal e rol não taxativo
a. Código Penal → Rol não taxativo
b. Legislação extravagante
i. Crimes Ambientais
1. Recolhimento domiciliar
2. Suspensão parcial ou total de atividades
ii. Drogas
1. Art. 28
a. Advertência sobre os efeitos das drogas
b. Medida Educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo
c. Deve estar prevista na legislação
3. Pena restritiva de direitos e a falência da pena de prisão
a. Fator criminógeno
b. Elevado grau de reincidência
c. Organizações Criminosas
d. Influência prejudicial apra reclusos
e. Promiscuidade e agressões sexuais
f. Drogas
g. Corrupção e Violência
h. Alto Custo Financeiro
4. Regras de Tóquio e Regras de Mandela
a. Regras de Tóquio
i. Alternativas à privação da liberdade
b. Regras de Mandela
i. Regras Mínimas para Tratamento de Reclusos
5. Natureza jurídica da pena restritiva de direitos
a. Natureza jurídica de Sanção Penal
i. As PRDs de caráter pecuniário (Prestação Pecuniária e Perda de Bens e Valores)
não passam da pessoa do condenado.
6. Características das penas restritivas de direitos
a. Substitutividade
i. Resultam da substituição da PPL.
1. Exceção → 28 da Lei de Drogas
a. Não foi prevista PPL
b. Autonomia
i. Se houve a substituição da PPL por PRD, não será possível cumular com PPL.
1. Exceção → crimes específicos do CTB
c. Reversibilidade
i. Se houver necessidade, a PRD será novamente convertida em PPL
1. Exemplo → Descumprimento injustificado da pena
7. Limite temporal da pena restritiva de direitos
a. Regra → Mesma duração da PPL substituída
b. Exceções
i. Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidade Pública
1. Se superior a 1 ano
a. Facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor
tempo, nunca inferior à metade da PPL originariamente fixada
ii. Estatuto do Torcedor
1. Proibição de comparecer às proximidades do estádio
a. Prazo de 3 meses a 1 ano
b. # PPL de reclusão de 1 a 2 anos
8. Requisitos para substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos
a. Considerações iniciais
i. Discricionariedade do juiz para o reconhecimento
ii. Se reconhecidos, deve promover a substituição
1. Ainda assim, o juiz, ao impor a PPL, estipula o regime inicial de
cumprimento de pena
b. Requisitos cumulativos
i. Requisitos objetivos
1. Natureza do crime
a. Crime culposo
b. Crime doloso vem violência ou grave ameaça
i. Exceção
1. Infrações de Menor Potencial Ofensivo mesmo
quando praticadas mediante violência ou grave
ameaça, salvo quando se tratar de violência
doméstica ou familiar contra a mulher
a. S. 558, STJ. A prática de crime ou
contravenção penal contra a mulher
com violência ou grave ameaça no
ambiente doméstico impossibilita a
substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos.
2. Contravenções penais praticadas mediante
violência ou grave ameaça
2. Quantidade de pena APLICADA
a. Crime culposo → Não há limite
b. Crime doloso → Igual ou inferior a 4 anos
ii. Requisitos subjetivos
1. Não ser reincidente em crime doloso pela prática do mesmo crime
(Reincidência específica no crime doloso)
2. Suficiência → à Reprovação e Prevenção
a. Condições judiciais favoráveis
i. Culpabilidade
ii. Antecedentes
iii. Conduta Social
iv. Personalidade
v. Motivos
vi. Circunstâncias
b. Não mencionou “comportamento da vítima” e “ consequências
do crime”
i. Que são as outras circunstâncias judiciais previstas no
art. 59 do Código Penal
9. Cabimento das penas restritivas de direitos e casos específicos
a. Hediondos
i. Em tese, é possível converter em PRD.
b. Drogas
i. Possibilidade no Tráfico Privilegiado
c. Crimes Ambientais
i. Requisitos
1. Crime culposo
2. Crime doloso em que aplicada PPL inferior a 4 anos
3. Culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos,
circunstâncias
a. Suficiência → Reprovação e Prevenção
ii. Não há previsão da reincidência específica
iii. # CP → igual ou inferior a 4 anos
d. Crimes militares
i. Não é possível (STJ e STF)
e. Violência imprópria
i. Entendimento prevalecente → Possibilidade de substituição
ii. Entendimento minoritário
1. Não se admite a substituição
2. A violência imprópria suprime por completo a capacidade de resistênxia
da vítima, razão pela qual equivaleria à violência própria
f. Lei Maria da Penha
i. S. 588, STJ.
1. A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência
ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
ii. Dispositivos da Lei Maria da Penha
1. Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra
a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº
9.099, de 26 de setembro de 1995.
2. Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e
familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de
prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o
pagamento isolado de multa.
g. CTB
i. Crimes de homicídio culposo ou lesão corporal culposa praticados por condutor
de veículo automotor sob efeito de álcool ou substância de efeitos análogos
1. PPL
a. Sem a possibilidade de substituição por PRD
10. Momento para a substituição
a. Regra → Na prolação da Sentença Penal condenatória
b. Substituição durante a execução da pena privativa de liberdade
i. Requisitos
1. Pena não superior a 2 anos
2. Cumprimento em regime aberto
3. Cumprimento de ¼ da pena
4. Antecedentes e personalidade
11. Regras para a substituição
a. Pena privativa de liberdade de até 1 ano
i. Por multa ou por 1 PRD
b. Pena privativa de liberdade não superior a 6 meses
i. Por multa
ii. Conflito aparente de normas
1. Primeira corrente → prevalece somente a regra da substituição de PPL
de até 1 ano
2. Segunda corrente
a. PPL por multa quando não superior a 6 meses
b. PPL por PRD quando superior a 6 meses e não ultrapassar 1 ano
c. Pena privativa de liberdade superior a 1 ano
i. Por 1 PRD e multa ou
ii. Por 2 PRD
1. Cumprimento simultâneo, se compatível; as demais, de forma
sucessiva.
12. Reconversão em pena privativa de liberdade
a. Considerações iniciais
i. Substituição da PPL
ii. Conversão da restrição imposta em PPL
1. “RECONVERSÃO”
b. (Re)conversão obrigatória: descumprimento injustificado
i. DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO
1. Regime inicial fixado na sentença condenatória
2. Incidente no processo de execução penal
a. Contraditório
i. Possibilidade de justificar as razões do
descumprimento
c. (Re)conversão facultativa: superveniência de condenação a pena privativa de
liberdade por outro crime
i. Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for
possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
ii. Impossibilidade de cumprimento cumulativo
1. Reconversão em PPL
a. Ex.: PSC e condenação superveniente a uma pena de reclusão
em regime fechado
d. (Re)conversão e tempo de pena restante
i. Dedução do tempo crumprido da PRD, respeitado o saldo mínimo de 30 dias de
detenção ou reclusão
e. (Re)conversão de penas de caráter pecuniário
i. Doutrina defensiva
1. O descumprimento de penas de caráter pecuniário não poderia
conduzir à reconversão em pena privativa de liberdade, pois deveriam
ser aplicados os memos critérios existentes para a pena de multa.
13. Início da execução das penas restritivas de direitos
a. A partir do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
i. S. 643, STJ. A execução da PRD depende do trânsito em julgado da condenação.
14. Modalidades de penas restritivas de direitos
a. Genérica (gerais)
i. Podem substituir a PPL, independentemente da natureza do crime da
condenação.
1. Prestação Pecuniária
2. Perda de Bens e Valores
3. Prestação de Serviços à Comunidade ou à Entidade Pública
4. Interdições de Direitos consistentes na proibição de frequentar
determinados lugares e proibição de inscrever-se em concurso público
b. Específicas (especiais)
i. Derivam da substituição da PPL em caso de crime determinado.
1. Interdição temporária de direitos, à exceção das penas de proibição
de frequentar determinados lugares e proibição de inscrever-se em
concurso público
c. Independentes (não substitutivas)
i. Não derivam da substituição da PPL.
1. 28 da Lei de Drogas
a. Advertência sobre efeito de drogas
b. Medida Educativa de Comparecimento à Programa ou Curso
Educativo
15. Penas restritivas de direitos em espécie
a. Modalidades
i. Prestação Pecuniária
ii. Perda de Bens e Valores
iii. Prestação de Serviços à Comunidade ou a etnidade pública
iv. Interdição Temporária de Direitos
v. Limitação de fim de semana
b. Prestação pecuniária
i. Conceito
1. PRD de natura patrimonial
ii. Previsão legal
1. Art. 45, §1º, CP
iii. Características
1. Modalidade de pagamento
a. Regra → Em dinheiro
b. Exceção → Prestação de outra natureza
i. Prestação patrimonial
ii. Se houver aceitação do beneficiário
2. Patrimônio lícito do condenado
a. # Patrimônio ilícito → Efeito extrapenal da condenação (91, CP)
3. Destinatários do pagamento
a. Rol preferencial
i. Vítima
ii. Dependentes
iii. Entidade pública ou privada com destinação social
b. Determinação da prestação não depende da concordância do
beneficiário (Pena → Imposição unilateral)
i. # Prestação de outra natureza, que exige aceitação do
beneficiário
4. Montante
a. 1 a 360 salários mínimos
i. Doutrina → Discussão sobre a constitucionalidade
5. Dedução do montante de eventual condenação em ação de
reparação civil, se coincidentes os beneficiários
c. Perda de bens e valores
i. Previsão legal
1. 45, §3º, CP
ii. Características
1. Modalidade de pagamento
a. Cunho patrimonial
i. Dinheiro (valores)
ii. Bens (móveis ou imóveis)
2. Patrimônio lícito do condenado
3. Destinatário do pagamento
a. FUPEN → Fundo Penitenciário Nacional
4. Montante
a. Teto → o que for maior
i. Montante do prejuízo causado ou do proveito (e não
provento, como constou da lei) obtido pelo agente ou
por terceiro
5. Cabimento
a. Crime com repercussão patrimonial
i. Prejuízo para a vítima ou benefício para o criminoso
d. Prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas
i. Considerações iniciais
1. Atribuição de tarefas gratuitas
ii. Distinção entre pena de prestação de serviços e trabalhos forçados
1. Trabalhos forçados
a. Ausência de remuneração
b. Emprego de violência física ou grave ameaça como forma de
compelir ao trabalho
iii. Hipóteses de cabimento da prestação de serviços
1. Requisito adicional
a. Condenações superiores a 6 meses de privação de liberdade
iv. Local de cumprimento
1. entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais
v. Tempo de cumprimento da pena
1. devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de
condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de
trabalho
2. Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à
metade da pena privativa de liberdade fixada
vi. Prestação de serviços e jornada normal de trabalho
1. fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho
vii. Execução da pena de prestação de serviços
1. Características
a. Não se admite a execução provisória das PRD
b. Juiz da Execução
i. designar a entidade ou programa comunitário ou
estatal, devidamente credenciado ou convencionado,
junto ao qual o condenado deverá trabalhar
gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
ii. determinar a intimação do condenado, cientificando-o
da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a
pena;
iii. alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às
modificações ocorridas na jornada de trabalho.
c. Duração do trabalho
i. o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e
será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em
dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal
de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.
d. Início
i. A partir da data do primeiro comparecimento
e. Entidade beneficiada
i. Encaminhamento mensal de relatório circunstanciado
das atividades do condenado, bem como, a qualquer
tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar
viii. Prestação de serviços na Lei de Drogas
1. Art. 28
a. PSC ou à entidade pública
i. Preferencialmente → prevenção do consumo ou da
recuperação de usuário dependentes
b. Prazo máximo
i. 5 meses
ii. 10 meses (reincidência)
ix. Prestação de serviços na Lei de Crimes Ambientais
1. Para pessoa física
a. Art. 9º
2. Para pessoa jurídica
a. Art. 22
e. Interdição temporária de direitos
i. Considerações iniciais
1. CF, art. 5º, XLVI, e
2. CP, art. 47
ii. Em espécie
1. Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como
de mandato eletivo
2. Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público
3. Suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo
4. Proibição de frequentar lugares
5. Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos
f. Limitação de fim de semana
i. Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer,
aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou
outro estabelecimento adequado.
Pena de Multa
Extinção da Punibilidade