TCC Neuropsicologia

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UMA REFLEXÃO SOBRE A NEUROPSICOLOGIA NA APRENDIZAGEM

RESUMO

Este estudo tem como objetivo demonstrar a importância da atuação do


neuropsicólogo escolar para o desenvolvimento de crianças, mostrando o seu
campo de atuação e o desenvolvimento da área, os avanços, pesquisas e estudos.
No caminho de sua existência, a criança não consegue expressar seus sentimentos
com tanta clareza em palavras, e muitas vezes nem conhece seus próprios
sentimentos. Assim, é que se faz de tão grande importância o trabalho de um
neuropsicólogo, na observação e estudo sobre o comportamento infantil, buscando
identificar as possíveis causas, deficiências ou dificuldades, para então apresentar
um diagnóstico e posteriormente acompanhamento e tratamento adequado para
cada criança.

PALAVRAS-CHAVE: Neuropsicologia. Ambiente escolar. Desenvolvimento infantil.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema a importância da atuação da


neuropsicologia clínico para o desenvolvimento de crianças, mostrando o seu campo
de atuação e o desenvolvimento da área, os avanços, pesquisa e estudos
No caminho de sua existência, a criança não consegue expressar seus
sentimentos com tanta clareza em palavras, e muitas vezes nem conhece seus
próprios sentimentos. Assim é que se faz de tão grande importância o trabalho de
um neuropsicólogo, na observação e estudo sobre o comportamento infantil,
buscando identificar as possíveis causas, deficiências ou dificuldades, para então
apresentar um diagnóstico e posteriormente acompanhamento e tratamento
adequado para cada criança.
A reflexão sobre os benefícios da neuropsicologia para a educação é crucial,
uma vez que evidencia a interrelação entre os avanços da neuropsicologia e os
processos educacionais. A reflexão sobre a influência do funcionamento do cérebro
no processo de aprendizagem não se limita à compreensão teórica, mas também
orienta práticas pedagógicas mais eficazes e inclusivas.
Ao abordar este tema, somos incentivados a levar em conta a diversidade
cognitiva dos alunos e a adaptar métodos de ensino que respeitem e otimizem as
capacidades individuais. Além disso, uma análise aprofundada da neuropsicologia
na aprendizagem promove um diálogo entre educadores, psicólogos, neurocientistas
e outros profissionais da saúde mental, o que pode resultar numa mudança positiva
no cenário educacional atual.
Diante desses aspectos, o objetivo geral desse estudo é investigar como os
princípios da neuropsicologia podem ser aplicados de maneira prática e eficaz para
melhorar os métodos de ensino e promover um ambiente educacional mais inclusivo
e adaptativo. Analisar estudos recentes para identificar estratégias educacionais que
maximizem a plasticidade cerebral e promovam um aprendizado mais efetivo em
diferentes contextos educacionais, em consonância, pesquisar como a
neuropsicologia pode ajudar alunos com necessidades especiais a terem melhores
resultados escolares e sociais.
Essa discussão tem como método de pesquisa à bibliográfica, de acordo com
Gil (2008), compreende-se como a busca sistemática e crítica de literatura relevante
sobre o tema em questão, utilizando fontes confiáveis e atualizadas. Neste contexto,
será realizada uma revisão integrativa da literatura, abrangendo estudos empíricos,
revisões sistemáticas e teóricas com foco nos fundamentos da neuropsicologia para
a aprendizagem.

Breve história da Neuropsicologia

No momento hodierno, mediante as mudanças na sociedade nas


diferentes esferas da vida em especial na área da educação, nota-se que exige dos
diferentes profissionais atuantes no processo de formação do indivíduo, estudar e
integrar-se os diferentes campos de pesquisa.
Nesta perspectiva, tem originado várias especialidades envolvendo
os campos da psicologia e da neurociência e de demais áreas que estudam o
comportamento humano e as suas reações e dificuldades no processo de ensino.
Indo de encontro com os diferentes problemas encontrados no interior
da escola que tem como consequências as dinâmicas ocorridas no mundo como
todo nas últimas décadas, nota-se que há uma necessidade imediata da escola ter
outros profissionais que possam vir para orientar e acompanhar a vida do aluno.
Assim;
O mundo contemporâneo apresenta mudanças permeadas por influências
de fenômenos hegemônicos como a Globalização e o Neoliberalismo que
nos dias atuais orientam as principais decisões governamentais nos campos
econômico, político, social e, sobretudo, no campo da educação. Essas
mudanças desencadearam uma revisão nas formas de pensar e preparar os
indivíduos para o mercado de trabalho e para cidadania. Sendo a escola
parte destacada dessa preparação também ingressou nesse processo. O
ensino-aprendizagem, através de fatores que o influenciam, constitui um
dos maiores, se não o maior, desafio a melhoria da qualidade da educação
identificada como baixa segundo índices obtidos em avaliações de
diferentes agências. Essas avaliações deixam claro o desempenho
insuficiente da maioria das nossas escolas. Não é exagerado dizer que
parte desse baixo desempenho está relacionada a processos cognitivos que
os profissionais da educação desconhecem ou acreditam ser pouco
relevante.((BEZERRA e SILVA, 2011 p.2).

As dificuldades e os problemas no interior da escola é uma


problemática que não só os pais professores, e direção conseguiram resolver, tendo
em vista que, muitos dos problemas vem do psicológico e das subjetividades do
aluno.
No mundo mediante a tantas transformações em especial nos meios
de comunicação, onde estamos recebendo informações ao mesmo tempo e
compartilhando e os problemas sociais que tange a vida acontecendo, enfim, é
necessário mais pesquisa cientificas e profissionais da área da saúde do celebro
capacitados estarem juntos com os educadores. O fato é que;

A sociedade atual está diretamente relacionada aos avanços tecnológicos


quanto ao acesso às informações, seja de fatos, seja de conhecimentos e
técnicas, o que gera a necessidade de uma educação que vise uma cultura
de aprendizagem que propicie uma formação adequada a essa nova
realidade. O principal desafio da educação é a complexidade do processo
de ensino-aprendizagem, pois para seu desenvolvimento e aperfeiçoamento
faz-se necessário um sistema educacional democrático e atualizado que
assuma o compromisso de fomentar um cenário real de aprendizagem,
atendendo as exigências da sociedade moderna.(SOUZA e ALVES, p.321).

A neurociência é conceituada como uma área que estuda o sistema


nervoso central (SNC) e suas ações no corpo humano. Está presente em diferentes
campos do conhecimento e interfere em diferentes áreas como a Linguística e
Medicina, entre outras Neuropsicologia é um dos ramos da Neurociência que se
preocupa com a complexa organização cerebral.(SOUZA e ALVES, 2017).
É uma área da ciência “que trata da relação entre cognição e
comportamento e a atividade do SNC em condições normais e patológicas;”
(SOUZA e ALVES, p.321). Assim, “a Neuropsicologia é de natureza multidisciplinar,
e que permite a elaboração de um estudo prático do cérebro, contribuindo para
diagnósticos precoces e precisos das patologias e de alterações das funções
cerebrais superiores.”(SOUZA e ALVES, p.321). de acordo com os autores, essa
área compreende-se também;

Na educação, a Neurociência busca entender como o cérebro aprende e


como o mesmo se comporta no processo de aprendizagem, são definidos
métodos para identificar como os estímulos do aprendizado podem chegar
neste órgão central. Sabe-se que os estados mentais são provenientes de
padrões de atividade neural, então, a aprendizagem é alcançada por meio
da estimulação das conexões neurais, que podem ser fortalecidas
dependendo da qualidade da intervenção pedagógica. .(SOUZA e ALVES,
2017 p.321).

O estudo da Neurociência considera ainda que:

o conhecimento das funções cerebrais como peça-chave para o estímulo


de um desenvolvimento cognitivo saudável. Fundamentada na obra de
Fonseca7, a educação cognitiva tem como finalidade proporcionar
ferramentas psicológicas que permitam maximizar a capacidade de
aprender a aprender, aprender a pensar e refletir, aprender a transferir e
generalizar conhecimentos, aprender a estudar e a comunicar-se. Todo
aluno tem o direito de desenvolver cada vez mais seu potencial cognitivo.
Esta obra contempla a proposta do russo Luria, que enfatiza a organização
neuropsicológica da cognição.( .(SOUZA e ALVES, 2017 p.322).

O estudo sobre o processo de ensino e aprendizagem é uma temática


muito discutida e debatida nas últimas décadas, os teóricos da educação tem
tentado refletir novas estratégias e formas para então entender os problemas e os
desafios sobre os déficits de aprendizagem.
Nessa perspectiva, nas áreas de estudos tem surgido de maneira
particular para pesquisar e procurar entender os problemas acerca da
aprendizagem. Uma dessas áreas é a neuropsicologia, a qual tem como objeto de
estudo o ensino e aprendizagem. Assim, é possível entender as características da
neuropsicologia, as quais;
estão voltada principalmente para os processos de ensino e aprendizagem,
que se compõe na avaliação de indivíduos em defasagem. A saber, esses
indivíduos não se desenvolvem fora dos contextos históricos, sociais,
culturais, econômicos e educacionais, e o funcionamento do cérebro é
justamente uma interação dos impulsos nervosos ao transmitir por meio das
sinapses a liberação de substâncias químicas chamadas de
neurotransmissores (RAQUEL ARAUJO, 2010, p.149; AVELINO, 2019
p.33).
Outro fato importante é, de acordo com Santos e Sousa, quando a psicologia
estabeleceu;

Pontes com as neurociências, trazendo abordagens diferenciadas, tanto a


pedagogia, como as outras áreas envolvidas no processo educacional,
percebendo a necessidade de reanalisar os processos educacionais,
começaram a pensar no ser humano a partir de um olhar sistêmico. As
áreas que antes agiam independentes uma das outras, começaram a fazer
ricas interlocuções, formando uma interdisciplinariedade que mais tarde
adquiriu o nome de neuroeducação.( SANTOS e SOUSA, 2015 p.3).

O cenário atual é entendido, de acordo com os autores;

Com as transformações percebidas ao longo dos anos, como a diversidade


de alunos com diferentes crenças e etnias; as mudanças culturais; os
avanços tecnológicos; as mudanças na estrutura familiar, as quais podem
promover ou não para um bom desempenho cognitivo, poder-se-ia perceber
desde então os reflexos dessas transformações dentro do âmbito escolar, e
consequentemente a necessidade de atualização das práticas educacionais,
tanto para que a aprendizagem fosse de fato efetiva dentro das salas de
aula, como para preparar estes alunos para as transformações dentro da
contemporaneidade.( ( SANTOS e SOUSA, 2015 p.3).

Para que haja o processo cognitivo do aluno no cotidiano escolar, uma ampla
inter-relação de desenvolvimento deve agregar-se aos fatores psicológicos,
biológicos e culturais, esses por sua vez, precisam estar sintonizados para alcançar
o sucesso escolar dos envolvidos nesse contexto.(AVELINO, 2019).
A neuropsicologia pretende inter-relacionar os conhecimentos da
psicologia cognitiva com as neurociências, desvendar a fisiopatologia do transtorno
e, sobre esta base, encarar racionalmente a estratégia de tratamento . (Petri et al
2006)
Entende-se como neuropsicologia o estudo dos distúrbios das funções
superiores produzidos por alterações cerebrais, investigando, especificamente, os
distúrbios dos comportamentos adquiridos, pelos quais cada homem mantém
relações adaptadas com o meio. Somente há pouco mais de cem anos é que se
passou a conhecer o funcionamento ao nível do córtex cerebral, por meio do estudo
das lesões espontâneas localizadas e ressecções parciais do cérebro, que
permitiram demonstrar que as diversas partes hemisféricas não possuem a mesma
função e que existe uma organização cerebral semelhante em todos os indivíduos .
(Petri et al 2006)
A neuropsicologia entende a participação do cérebro como um todo,
no qual as áreas são interdependentes e inter-relacionadas, funcionando
comparativamente a uma orquestra, que depende da integração de seus
componentes para realizar um concerto. Isso se denomina sistema funcional. Dessa
maneira, sabe-se que, a partir do conhecimento do desenvolvimento e
funcionamento normal do cérebro, pode-se compreender alterações cerebrais, como
no caso de disfunções cognitivas e do comportamento resultante de lesões, doenças
ou desenvolvimento anormal do cérebro. (Petri et al 2006)
A neuropsicologia tem crescido em popularidade no Brasil como um novo
campo de conhecimento e pesquisa para o trabalho interdisciplinar, abrangendo o
conhecimento da neurociência e com foco no processo de ensino. Baseia-se em
atividades que avaliam e intervêm no processo de aprendizagem e procura derivar
informações de todas as ciências que contribuam para uma compreensão mais
detalhada da aprendizagem de cada indivíduo.
Assim, ao reler a citação anterior, pode-se dizer que a se apresenta como
uma nova área de conhecimento que, por meio do saber da neurociência, se soma
aos saberes da pedagogia e da psicologia, o que contribui para o ensino do
processo individual de quem apresenta dificuldade de aprendizado.

No entanto, conforme alerta Cosenza (2011, p. 142), “Embora muitas vezes


haja euforia sobre as contribuições das neurociências para a educação, é
importante esclarecer que elas não propõem novas pedagogias nem
prometem soluções para educar”. Aprendizagem.” No entanto, podemos
observar no cotidiano que esse conhecimento sustenta coletivamente
intervenções nas práticas de ensino que respeitem o funcionamento do
cérebro. métodos. A neurociência é a ciência natural que estuda os
princípios que descrevem a estrutura e a função dos nervos, com o objetivo
de compreender os fenômenos observados, enquanto a educação tem outra
natureza e finalidade, como criar condições para que os alunos
desenvolvam habilidades em um ambiente específico, não apenas afetado
por física e a regulação das leis biológicas, mas principalmente pelo lado
humano. (Cosenza, 2011, p. 143).

Nesse caso, temos a interface entre neurociência e educação, e podemos


agregar esse conhecimento ao trabalho dos professores no ambiente escolar:

O trabalho do educador pode ser mais significativo e eficiente


quando ele conhece o funcionamento cerebral. Conhecer a
organização e as funções do cérebro, os períodos receptivos, os
mecanismos da linguagem, da atenção e da memória, as relações
entre cognição, emoção, motivação e desempenho, as dificuldades
de aprendizagem e as intervenções a elas relacionadas contribui
para o cotidiano do educador na escola, junto ao aprendiz e à sua
família. (COSENZA, 2011, p.146) .

Fortalecendo este tema, Russo (2015, p.15,) diz que “o estudo da


neurociência ajuda a compreender a complexidade do funcionamento cerebral e as
articulações entre cérebro e comportamento” reuni o conhecimento da neurociência
à educação permitirá explorar o potencial do sistema nervoso de maneira criativa e
autônoma e melhorar a qualidade do aprendizado escolar e os relacionamentos e
relacionamentos dos alunos por meio de grandes intervenções.
As Bases da Neuropsicologia na Aprendizagem

De acordo com Santos (2018), neuropsicologia estuda como os processos


cerebrais e cognitivos interferem na forma como as pessoas adquirem novos
conhecimentos e habilidades. Este campo interdisciplinar reúne princípios da
neurociência e da psicologia para compreender como as estruturas e funções
cerebrais interferem na aprendizagem ao longo da vida.
Dessa forma, ao investigar a relação entre o cérebro e o comportamento
cognitivo, os neuropsicólogos buscam estabelecer padrões e correlações que
possam explicar o fato de algumas pessoas aprenderem mais facilmente do que
outras, uma vez que diferentes áreas do cérebro contribuem para diferentes tipos de
aprendizagem, e como lesões ou disfunções cerebrais podem afetar o processo de
aprendizagem (SANTOS, 2018). Nessa lógica,

O processo de construção do conhecimento evoca que as sensações


devem integrar-se em esquemas de ação, o que requer a participação da
percepção e a requer a participação da percepção e a estruturação das
representações mentais. Desse modo, o homem tem a capacidade de agir
sobre o mundo, acomodar-se a ele, diferenciar-se qualitativamente, e não
apenas diferenciar-se qualitativamente, e não apenas captá-lo
passivamente. As sensações encontram-se na base do processo de
construção do conhecimento, e são conduzidas centripetamente ao cérebro,
e não mais a outros órgãos (FREITAS, 2006). (SANTOS, 2018, p.7).
Ademais, a compreensão da plasticidade cerebral é um conceito fundamental
que diz respeito à capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar suas
conexões neurais em resposta à experiência e ao ambiente (GIANNESI &
MORETTI, 2015).
Segundo Santos (2018), com base no conhecimento da neurociência, é
possível compreender por exemplo; o fato no qual o cérebro cria sinapses, reforça
conexões e até compensa danos em diversas áreas, o que é crucial para entender
como a aprendizagem pode ocorrer em diferentes circunstâncias e ao longo da vida.
Além disso, a neuropsicologia estuda como o cérebro controla a memória, a
atenção, o processamento visual e auditivo e como isso pode melhorar o
aprendizado.
Assim, as bases da neuropsicologia aplicadas à educação são estabelecidas
para fundamentar práticas pedagógicas mais eficientes. A compreensão de que a
atenção é indispensável para o aprendizado pode levar os educadores a adotarem
estratégias que auxiliem os alunos a manterem o foco durante as aulas (GIANNESI
& MORETTI, 2015). Portanto,

Alguns manuais de psicologia da aprendizagem, a definem como a


mudança de comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos
neurais cognitivos. Aprendizagem é um método global de crescimento, a
qual desencadeia crescimento do indivíduo, é um processo constante que
depende da memória e da atenção. A habilidade cerebral em armazenar
dados para a sua utilização posterior permite, mediante a memória, codificar
e decodificar informações dependendo da plasticidade sináptica (Andrade,
Luft & Rolim, 2004). (GIANNESI & MORETTI, 2015, p.5).

Da mesma forma, compreender como a memória de longo prazo é formada


pode direcionar métodos de ensino que promovam uma aprendizagem mais
duradoura e significativa. A pesquisa neuropsicológica também sugere que a
diversificação de métodos de ensino pode ser benéfica, uma vez que diferentes
métodos estimulam diferentes áreas do cérebro, favorecendo uma compreensão
mais ampla e uma retenção de informações mais eficiente (GIANNESI & MORETTI,
2015).
Nesse contexto, a neuropsicologia na aprendizagem também analisa as
consequências das diferenças individuais na estrutura e função cerebral. Estudos
demonstram que fatores hereditários, ambientais e experiências de vida podem
influenciar a forma como o cérebro se desenvolve e como responde à aprendizagem
(SANTOS, 2018). Em relação aos teóricos que discutem os fundamentos teóricos da
neuropsicologia,

Para Hazin (2010), constata-se que a contribuição de Luria para o domínio


neuropsicológico não está restrita às reflexões de cunho teórico, mas
remete, igualmente, às aplicações práticas decorrentes de seu programa
científico. Luria constatou que a presença de lesão cerebral em uma
estrutura integrante de determinado sistema funcional promove um
funcionamento cognitivo qualitativamente diferente da condição anterior. Ou
seja, o diagnóstico não deve focar-se apenas nas tarefas que o paciente
pode ou não realizar, mas, sobretudo, na qualidade da atividade do
paciente, ou seja, nos caminhos alternativos por ele construídos. (SANTOS,
2018, p.5).

Isso quer dizer que estratégias educacionais que sejam eficazes para um
aluno podem não ser tão eficazes para outro, ressaltando a relevância de
abordagens personalizadas que levem em conta as necessidades individuais de
cada aluno (SANTOS, 2018).
Em contrapartida, a neuropsicologia na aprendizagem também enfrenta
obstáculos e limitações. Por exemplo, apesar dos avanços na tecnologia de imagem
cerebral, como a ressonância magnética funcional (fMRI), oferecerem informações
relevantes sobre a atividade cerebral em tarefas cognitivas específicas, essas
técnicas ainda têm limitações em termos de resolução espacial e temporal (LIMA &
RIECHI, 2009).
Ademais, a complexidade do cérebro humano implica que a tradução de
descobertas neurocientíficas para aplicações educacionais práticas pode ser um
processo intricado e de longa duração (GIANNESI & MORETTI, 2015). Então,

Sob o ponto de vista neuropsicológico, as dificuldades de aprendizagem são


examinadas como um quadro de desordens sistêmicas e parciais da
aprendizagem escolar que emergem devido a uma insuficiência funcional de
um ou vários sistemas cerebrais. Tais sistemas cerebrais são responsáveis
em assegurar o aparecimento de uma ou várias cadeias interligadas dentro
da estrutura psicológica no processo de aprendizagem. Se acontecer falhas
nesse processo, a aprendizagem torna-se deficiente (Salles, Parente &
Machado, 2004).

Logo, a incorporação de descobertas neuropsicológicas na educação também


levanta questões éticas relevantes, como a proteção dos dados neurocientíficos dos
estudantes e a garantia de que esses dados sejam utilizados de forma ética e
responsável. Utilizar técnicas avançadas de neuroimagem pode gerar preocupações
em relação ao consentimento informado e à confidencialidade dos dados,
especialmente em relação a crianças e adolescentes (SANTOS, 2018).
Apesar dos desafios, a neuropsicologia na aprendizagem ainda é uma área
promissora para pesquisa e aplicação prática. À medida que compreendemos os
mecanismos neurais que envolvem a aprendizagem, esperamos desenvolver
intervenções educacionais mais eficientes e adequadas às necessidades individuais
dos alunos (LIMA & RIECHI, 2009).
As Dificuldades de Aprendizagem (DA) não possuem um consenso, sendo
necessário um horizonte mais amplo para o seu justo entendimento e
enquadramento. Os axiomas de definição de DA mais discutidos levam em
conta alguns parâmetros de definição, como a ocorrência num contexto
educacional adequado, a discrepância entre o potencial de aprendizagem
intelectual normal e o desempenho escolar abaixo do normal, fatores de
exclusão e de inclusão. Assinala-se que as DA estão relacionadas com
problemas de processamento de informação, sendo que a identificação
precoce das DA é crucial, pois constitui uma das estratégias preventivas e
profiláticas significativas da minimização dos seus efeitos. Há necessidade
de uma avaliação multi e transdiciplinar, não bastando avaliações
estandardizadas, estritas ou formais. No âmbito da escola consideramos a
perspectiva da avaliação psicopedagógica dinâmica. (LIMA & RIECHI, 2009,
p.197).

Todavia, a neuropsicologia não apenas contribui para aprimorar os


resultados acadêmicos, mas também incentiva uma abordagem educacional mais
inclusiva e equitativa, reconhecendo e respondendo às diversas formas pelas quais
as pessoas aprendem e se desenvolvem intelectualmente ao longo de suas vidas
(LIMA & RIECHI, 2009).

A importância do lobo frontal na aprendizagem

O lobo frontal desempenha um papel muito importante no planejamento futuro


e na tomada de decisões. Conforme suas principais funções estão descritas:

Distinção de Objetos: o lobo frontal é o responsável pela categorização e


classificação de objetos, tornando possível a distinção entre um item e
outro.
Fala e Linguagem: a chamada área de Broca, uma região do lobo frontal,
ajuda a transformar pensamentos em palavras. Uma lesão nessa área pode
prejudicar a capacidade de fala, entendimento e produção de frases que
façam sentido.
Formação da Personalidade: cada um dos papéis do lobo frontal ajuda a
formar as principais características da personalidade de uma pessoa. Danos
nessa área da cabeça podem resultar em uma mudança radical no
comportamento de um indivíduo.
Formação de Memórias: apesar de não ser o único responsável pela
memória, porque praticamente todas as regiões do cérebro atuam nessa
função, desempenha um papel fundamental na formação de lembranças de
longo prazo.
Gerenciamento da Atenção: administra a habilidade de atenção, incluindo
a seletiva. Quando o lobo frontal não consegue realizar esse gerenciamento
de forma adequada podem se desenvolver condições como o TDAH
(Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).
Habilidades Motoras: o lobo frontal abriga o córtex motor primário, que
ajuda a coordenar os movimentos voluntários, incluindo os de andar e
correr.
Motivação: a maioria dos neurônios sensíveis à dopamina no cérebro está
localizada no lobo frontal, e é esse o neurotransmissor responsável pelos
sentimentos de recompensa e de motivação.
Reação aos Sentimentos de Terceiros: é no lobo frontal que o sentimento
de empatia acontece e leva um indivíduo a experimentar a forma como
outro se sente. (MARQUES, 2022, S/P).

Por todas essas funções, podemos dizer que o lobo frontal desempenha um
papel muito importante no processo de coaching, pois é por meio dele que são
tomadas as decisões sobre as mudanças que você deseja e se mantém motivado
para executá-las.
O lobo frontal é muito importante para que todos os seres humanos alcancem
todo o seu potencial. Segundo as observações de Fonseca (2014), a
neuropsicologia enfatiza as capacidades do cérebro, tanto para alunos quanto para
educadores. Nos alunos, quando se comportam de forma social positiva e utilizam
as ferramentas cognitivas culturais que inserem, como: linguagem corporal, falada,
escrita e linguagem quantitativa; nos professores, quando transmitem, mediam e
ensinam habilidades e forma de conscientização, pois a interação entre duas
pessoas está implícita no ato educativo.
Conforme o Código de Ética este determinado pela Sociedade Brasileira de
Neuropsicopedagogia (SBNPp, 2014, p.4), no artigo nº 3:

Definiu-se por parametrizar como Neuropsicopedagogo aqueles


profissionais que através de uma formação pessoal, educacional,
profissional e um corpo de práticas próprias da Neuropsicopedagogia
busca atender demandas sociais, norteado por padrões técnicos e pela
existência de normas éticas que garantam a adequada relação de um
profissional com seus pares e com a sociedade como um todo de acordo
com as especificidades das funções. (SBNPp, 2014, p.4).

As escolas são fundamentais para a formação cognitiva e social das


crianças. Dessa forma, o professor deve compreender a função cognitiva do aluno,
quais áreas do cérebro estão em funcionamento quando ele está aprendendo ou
não, como a aprendizagem se estabelece, o que pode ser feito para superar as
barreiras epistemológicas encontradas em sala de aula e a dificuldade de crianças
diferentes e como reforçar estratégias de ensino com métodos específicos.
Assim, a instituição escolar se posiciona como um espaço privilegiado para
comunicar, aprender e moldar a identidade de todos que por ali passam e, nessa
perspectiva, transforma professores em neuro educadores.
Consequentemente, aumentou a importância de compreender a atuação
institucional dos neuro psicopedagogos, como surgiu a profissão, sua profissão e
como eles funcionam nas instituições de ensino em colaboração com outros
profissionais.
Portanto, o principal objetivo da educação neuropsicológica é entender e
estudar o problema do cérebro e seu comportamento, pois “o cérebro comanda o
corpo a obedecer”, é importante entender a geração de cada região cerebral e o
comportamento individual, e então avaliá-los, analisá-los e intervir.

[…] a neuropsicopedagogia procura reunir e integrar os estudos do


desenvolvimento, das estruturas, das funções e das disfunções do
cérebro, ao mesmo tempo que estuda os processos psicocognitivos
responsáveis pela aprendizagem e os processos psicopedagógicos
responsáveis pelo ensino (FONSECA, 2014, p.1).

Aqui estão algumas das habilidades auditivas que são desempenhadas pelo
nosso cérebro:

1) Detecção auditiva: Habilidade perceber a ausência e presença de som;


2) Localização e lateralização sonora: habilidade de localizar e identificar
de qual lado vem o som;
3) Discriminação auditiva: Habilidade de discriminar dois ou mais
estímulos sonoros, determinando se são iguais ou diferentes;
4) Separação binaural: Habilidade de escolher estímulos sonoros
apresentados a uma orelha, separando ou ignorando informações sonoras
apresentadas à orelha oposta.
5) Integração binaural: Habilidade de integrar e reconhecer estímulos
diferentes apresentados simultaneamente em ambas as orelhas.
6) Reconhecimento de aspectos temporais da audição (resolução,
integração, ordenação e mascaramento temporal): perceber ou
diferenciar estímulos sonoros em períodos restritos e definidos de tempo,
permitem por exemplo a percepção de silêncio entre sílabas e palavras,
pausas e velocidade da fala e de música.
7) Interação binaural: habilidade para reconhecer estímulos sonoros
diferentes, apresentados de forma não simultânea, mas complementares ou
em sequência em ambas as orelhas.
8) Fechamento auditivo: habilidade de compreender o todo quando parte
da informação sonora está ausente ou destorcida.
9) Figura-fundo: habilidade de compreender sons de fala em presença de
outros sons competitivos. (GOMES, 2022, S/P).

O conhecimento prévio sobre estas habilidades são essenciais, pois os


neuropsicólogos após uma avaliação e intervenção podem solicitar um exame
cerebral e analisar e acompanhar por um período para melhorar o processo de
aprendizagem, podendo diagnosticar e prescrever o indivíduo, se necessário.
As crianças são transparentes, dando-lhes a oportunidade de falar de si,
reconhecer suas habilidades e valorizar a forma como se expressam. Conforme
Oliveira-Formosinho (2006, p.91), “as opiniões, os desejos e as preocupações
expressas pelas crianças reforçam também a ideia de que a infância, como
construção social, é sempre contextualizada em relação ao tempo, ao local e à
cultura”.
Desta forma, entendesse que “a criança é sujeito do conhecimento,
considerando sua atividade e as condições objetivas que lhes permitem interiorizar e
expressar as qualidades humanas presentes nessas atividades”. (ALMADA, 2015, p.
66). Ao escutar as crianças no processo constitui o foco principal e culminação do
trabalho neuropsicopedagogo nas escolas, Cruz (2008, p. 115) afirma:

Aqui, podemos observar a expressão do que a criança tem


internalizado em termos de regras de conduta, de valores e de
costumes de sua família, de sua comunidade. E ainda observamos a
possibilidade, por meio da brincadeira do faz-de-conta, de lidar com
as emoções e frustações que povoam o cotidiano da criança.

Para Cruz (2008), na perspectiva do “espaço narrativo”, se quisermos


conhecer a prática de transformar os espaços escolares, devemos buscar respostas
não nas escolas, mas nas falas das crianças. Assim, eles se configuram nas "vozes"
das crianças para expressar suas percepções sobre a escola e as realidades sociais
das quais participam. Eles articulam fatos relevantes para suas vidas e entrelaçados
com suas experiências de aprendizagem.
O cérebro humano está dividido em quatro lobos, classificados de acordo com
sua localização e função. Como dito no início, o lobo frontal está localizado na parte
frontal da cabeça, próximo à testa, e segundo os especialistas, esta é a última parte
do cérebro a se desenvolver durante a evolução e unir as estruturas já formadas.
existir. Vale ressaltar que é o maior, pois ocupa quase um terço do crânio e é o mais
importante dos quatro lobos devido à função que desempenha.
O lobo frontal é dividido em duas áreas principais, o córtex motor e o córtex
pré-frontal. A função primária do córtex motor é controlar os movimentos voluntários,
incluindo linguagem, escrita e movimentos oculares. O córtex pré-frontal é
responsável pela cognição, a capacidade de adquirir conhecimento, comportamento
e emoção. Portanto, cada campo tem seu papel na formação da personalidade e do
desenvolvimento de um indivíduo.
cada lado do cérebro tem efeitos opostos no corpo. Nesse sentido, o lobo
frontal esquerdo controla os músculos do lado direito do corpo, enquanto o lobo
frontal direito controla os músculos do lado esquerdo. Embora no dia-a-dia isso não
tenha efeito na vida de uma pessoa, é um fator decisivo em situações de lesão
cerebral. Possui habilidades primordiais na memória, reconhecimento e afetividade.
Pois são capazes de receber e regular os estímulos sentidos, a fala, a memória e as
informações obtidas pelo olfato.
Eles são muito importantes para o estudo e experimento no ensino, pois ele
nos dá a capacidade de reconhecer rostos e objetos, atenção, emoção, auxilia na
aprendizagem, afetividade, escrita e leitura. Assim podendo melhorar com os
estímulos certo a capacidade de memorizar e aprender.

Os Desafios e Progressos da Neuropsicologia na Educação

A efetivação da aplicação da neuropsicologia na educação enfrentam


diversos desafios, entre eles o principal dele é integrar teorias complexas sobre o
funcionamento cerebral com práticas pedagógicas eficientes. O cérebro humano é
bastante complexo, e compreender como as diferentes áreas interagem durante o
aprendizado é crucial para desenvolver estratégias educacionais que aumentem o
potencial dos alunos (FERREIRA, 2023). Então,

Diante dos vários estudos já realizados pela Neurociência, constata-se que


um de seus maiores desafios é entender também como o cérebro do adulto
– nesse caso, o cérebro dos profissionais da Educação – tem funcionado, a
fim de melhorar seus procedimentos pedagógicos, até porque a
aprendizagem depende da conversa entre a memória do professor e a
memória do aluno. (...) Outra mudança é entender como as novas gerações
reagem aos estímulos modernos, como os aparelhos tecnológicos. “As
crianças e os jovens de hoje não nascem com cérebros diferentes. Mas, em
vez de ganhar um chocalho, hoje eles ganham um iPad”, exemplifica Leonor
Bezerra Guerra, médica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
que pesquisa as relações entre o cérebro e a aprendizagem. Os
professores, segundo ela, precisam aprender como trabalhar com esses
estímulos para melhorar a apreensão do conhecimento. (FERREIRA, 2023,
p.2).

Outrossim, uma das principais dificuldades é a individualidade neurológica de


cada aluno. Cada indivíduo tem um perfil neurológico único, o que significa que
abordagens educacionais uniformes podem não ser adequadas para todos. A
neuropsicologia tem como objetivo personalizar o ensino para atender às
necessidades específicas de cada criança, levando em conta suas capacidades
cognitivas, emocionais e sociais (FERREIRA, 2023).
Além disso, transformar descobertas neuropsicológicas complexas em
métodos educacionais acessíveis é um desafio constante. Educadores e
profissionais de saúde precisam trabalhar em conjunto para criar estratégias que
sejam viáveis dentro do contexto escolar e que realmente melhorem o aprendizado
dos alunos (FREITAS & CARDOSO, 2015).
Logo, os avanços significativos na compreensão da plasticidade cerebral, ou
seja, a capacidade do cérebro de mudar e se adaptar a experiências. Isso é crucial
para o desenvolvimento de ações educacionais que possam ajudar alunos com
dificuldades de aprendizagem a superar obstáculos e melhorar seu desempenho
acadêmico (FERREIRA, 2023). Assim,

As escolas precisam estar atentas às descobertas da Neurociência, de


acordo com o que Lent (2001) sugere: “as escolas precisam estar atentas à
necessidade de integrar as contribuições das diversas áreas da pesquisa
científica e das ciências clínicas para a compreensão do funcionamento do
sistema nervoso”, de forma a entender, valorizar e respeitar às diferentes
maneiras de aprender. Afinal, “aprende-se com o cérebro” como justifica
Relvas (2012). Hoje, famílias e escolas estão muito aflitas com a crescente
percepção de que as dificuldades de aprendizagem estão prejudicando a
inserção dos alunos no próprio cotidiano escolar, além de nos cotidianos
social e profissional. Ainda que não haja receita para minimizar essas
dificuldades. (FERREIRA, 2023, p.3).

Dessa forma, a utilização de tecnologias mais avançadas, como


neuroimagem funcional e EEG, tem permitido aos pesquisadores estudar de forma
mais aprofundada como diferentes métodos de ensino afetam a atividade cerebral
dos alunos. Isto proporciona informações valiosas sobre quais abordagens
pedagógicas são mais eficazes para promover a aprendizagem (FERREIRA, 2023).
Contudo, a interpretação e utilização desses dados requerem uma
compreensão aprofundada das limitações da neurociência educacional. A aplicação
direta das descobertas neurocientíficas não é possível sem levar em conta o
contexto educacional e as particularidades individuais dos estudantes (FREITAS &
CARDOSO, 2015). Da mesma maneira,
Esse aparato da neuropsicologia pode ser um facilitador para o processo
inclusivo, qualificando profissionais da educação sobre a complexidade do
processo de ensino e aprendizagem como um fenômeno interacionista em
essência. As transformações provocadas pelas estratégias pedagógicas
reorganizam o sistema nervoso em desenvolvimento, resultando em
mudanças comportamentais. Essa compreensão da dinâmica interacionista
do processo de aprendizagem tem no contexto da formação dos
professores apenas uma de suas faces representadas que é a cognitiva e a
social, entretanto a face biológica não tem sido explorada como deveria.
(FREITAS & CARDOSO, 2015, p.170).

Nesse sentido, a neuropsicologia desempenha um papel crucial na


identificação precoce e intervenção precoce de crianças com dificuldades de
aprendizagem. A compreensão das bases neurológicas de transtornos como
dislexia, TDAH e autismo tem ajudado a criar estratégias educacionais mais eficazes
e inclusivas para esses alunos (FREITAS & CARDOSO, 2015).
Porém, de acordo com Ferreira (2023), é notável a colaboração crescente
entre neuropsicólogos, educadores, psicólogos e outros especialistas em saúde.
Nesse sentido, a colaboração interdisciplinar é crucial para integrar teoria e prática
na educação, assegurando que as descobertas da neuropsicologia sejam aplicadas
de maneira eficiente e responsável.
Assim, a neuropsicologia também está investigando como fatores ambientais,
como nutrição, estresse e experiências de vida, podem influenciar o
desenvolvimento cerebral e, consequentemente, a aprendizagem. Estes estudos são
fundamentais para a elaboração de intervenções educacionais que levem em
consideração o bem-estar geral dos alunos (CAPOVILLA, 2006). Diante disso,

Nos últimos anos tem havido um crescente interesse na identificação das


áreas encefálicas responsáveis pelos processos cognitivos, bem como um
aumento no número de artigos publicados com pesquisas de grupo.
Pesquisadores que compartilham essa posição têm considerado que a
localização neural das funções psicológicas não é apenas de interesse
neurológico, mas pode nos informar sobre modelos psicológicos (e.g.,
Caplan, 2004; Harley, 2004). A localização das funções pode ser importante
para a neuropsicologia cognitiva não pelo conhecimento sobre a localização
exata dos componentes, mas sim pelo conhecimento sobre as conexões
entre eles. (CAPOVILLA, 2006, p.6).

Ademais, a implementação de programas educacionais baseados em


evidências não requer apenas pesquisa robusta, mas também políticas educacionais
que apoiem e incentivem a inovação baseada em neurociência. Isso significa educar
os formuladores de políticas sobre a relevância de investir em práticas educacionais
que estejam de acordo com os avanços na neuropsicologia (CAPOVILLA, 2006).
Logo, à saúde mental na educação tem se tornado um fator crucial para o
êxito acadêmico. As intervenções que atentem para os aspectos neurológicos e
psicológicos dos alunos são fundamentais para promover um ambiente de
aprendizado saudável e inclusivo (SALLA, 2018).
Outro desafio persistente é a busca para garantir que os educadores tenham
acesso e compreensão adequados das descobertas da neuropsicologia. A formação
continuada e o desenvolvimento profissional são fundamentais para atualizar as
práticas educacionais com base em conhecimentos científicos atualizados
(CAPOVILLA, 2006).
A divulgação de dados sobre os avanços da neuropsicologia na educação
para pais e comunidades também é crucial. Isso não apenas aumenta a consciência
quanto à relevância de abordagens educacionais baseadas em evidências, como
também estimula uma participação mais informada e engajada dos membros da
comunidade escolar (SALLA, 2018). Dessa forma, é necessário evidenciar também
que,

Aprender não é só memorizar informações. É preciso saber relacioná-las,


ressignifica-se e refletir sobre elas. É tarefa do professor, então, apresentar
bons pontos de ancoragem, para que os conteúdos sejam aprendidos e
fiquem na memória, e dar condições para que o aluno construa sentido
sobre o que está vendo em sala. (SALLA, 2018, p.4).

Em diversos casos, a aplicação da neuropsicologia na educação requer a


adaptação de metodologias de ensino para atender às necessidades específicas de
alunos com deficiências cognitivas ou comportamentais. Isso pode significar o
desenvolvimento de programas educacionais específicos que levem em conta as
potencialidades individuais e os desafios enfrentados por esses alunos (SALLA,
2018).
Então, a avaliação neuropsicológica também desempenha um papel crucial
na identificação de alunos que podem se beneficiar de intervenções específicas.
Testes padronizados e avaliações neuropsicológicas ajudam a diagnosticar
problemas subjacentes que podem estar afetando o desempenho acadêmico de um
aluno (CAPOVILLA, 2006). Ademais,

Em relação à pesquisa, a avaliação neuropsicológica pode auxiliar a


compreensão da atividade encefálica e da sua relação com o
comportamento, contribuindo para o estudo de diversos distúrbios. A
propósito, muitos dos testes inicialmente desenvolvidos para pesquisa têm
se revelado úteis para a prática clínica, tendo seu uso ampliado na clínica
para documentar o estado cognitivo dos indivíduos. Finalmente, em relação
às questões forenses, a avaliação neuropsicológica tem sido requisitada em
casos sobre perda de funções legais ou danos corporais, sendo útil para
auxiliar decisões sobre a presença de possíveis danos neurológicos e
cognitivos que estejam relacionados aos comportamentos em questão
(Lezak et al., 2004). (CAPOVILLA, 2006, p.11).

Contudo, assegurar que essas avaliações sejam realizadas de forma ética e


responsável é outro desafio enfrentado pela neuropsicologia na educação. É crucial
que as avaliações sejam conduzidas por profissionais qualificados e os resultados
sejam interpretados de forma clara e precisa (CAPOVILLA, 2006).
Segundo Kienen, et al. (2018), outro desafio significativo é a implementação
de estratégias educacionais fundamentadas na neurociência em contextos
educacionais variados e multiculturais. A adaptação cultural das intervenções é
crucial para assegurar que todas as crianças, sem distinção étnica ou cultural,
tenham acesso a uma educação de qualidade que leve em conta suas necessidades
individuais. Assim,

O profissional com formação em psicologia e especialização em


neuropsicologia pode contribuir, não só para expandir o conhecimento dos
professores sobre o cérebro e seu funcionamento, mas também para o
aprimoramento do ensino e da aprendizagem e, principalmente, para a
prática da educação inclusiva. Hoje o professor deve saber lidar com
crianças com paralisia cerebral, transtorno do espectro autista, transtorno
específico de aprendizagem, transtorno do déficit de atenção e
aprendizagem, síndrome de Down, entre outros. Portanto, trata-se de um
trabalho de parcerias. (KIENEN, et al., 2018).

A promoção de ambientes educacionais inclusivos e acessíveis é outro


objetivo importante da neuropsicologia na educação. Isso inclui o desenvolvimento
de estratégias que garantam que todos os alunos, incluindo aqueles com
necessidades especiais, tenham acesso igualitário a recursos educacionais e apoio
personalizado (KIENEN, et al., 2018).
Dessa maneira, a neuropsicologia na educação também enfrenta o desafio de
combater equívocos e estigmas associados a transtornos neuropsicológicos. A
educação pública sobre questões neuropsicológicas pode ajudar a promover uma
maior compreensão e aceitação de alunos com necessidades especiais dentro da
comunidade escolar (CAPOVILLA, 2006).
Em suma, a neuropsicologia na educação está na vanguarda da pesquisa e
da prática educacional, oferecendo novos insights sobre como o cérebro humano
funciona e como isso pode ser aplicado para melhorar o ensino e a aprendizagem.
Superar os desafios envolve uma abordagem colaborativa entre educadores,
pesquisas (KIENEN, et al., 2018).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, esse estudo consistiu em apresentar a neuropsicologia e seu


contexto nas escolas. Pois a neuropsicologia é um campo científico relativamente
novo que que reúne pesquisadores em tecnologia educacional, neurociência
cognitiva evolutiva, psicologia educacional, teoria educacional, neurociência
cognitiva e outras abordagens relacionadas para explorar interações. Entre
processos biológicos e educativos.
O papel atribuído à neuropsicologia é mediar, apoiar, facilitar o despertar da
criança ou adolescente e, por meio de incentivos e técnicas adequadas e únicas
para cada indivíduo, considerar seu estilo e estilo de aprendizagem e promover uma
aprendizagem independente e fundamentada, a cognição progressiva do aluno.
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