Herpes Zoster Caso 5
Herpes Zoster Caso 5
Herpes Zoster Caso 5
5P
Caso clínico
• Diversos fatores podem levar a uma reativação do vírus, causando a
característica erupção do herpes zoster.
• É também possível uma criança adquirir varicela por contato com doente de
zoster.
Caso clínico
• Exame físico especial (EFE):
• Membros: sem deformidades e sem edema.
• Sistema nervoso: consciente, contactuante, orientado no tempo e no espaço, porém
lentificado. Não apresenta déficits motores ou sensitivos. Escala de coma de Glasgow =
15.
•
HD: Herpes-Zoster
Caso clínico – Discussão
• Varicela
§ É uma infecção viral primária, aguda, caracterizada por surgimento de
exantema de aspecto máculo-papular, de distribuição centrípeta, que,
após algumas horas, adquire aspecto vesicular, evoluindo rapidamente
para pústulas e, posteriormente, formando crostas em 3 a 4 dias. Pode
ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos. A principal característica
clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas que se apresentam nas
diversas formas evolutivas, acompanhadas de prurido. Em crianças,
geralmente, é doença benigna e autolimitada.
Caso clínico – Discussão
• Herpes Zoster
• Sinonímia: Catapora, “tatapora”, fogo que salta (varicela); cobreiro (herpes zoster).
• Agente Etiológico: É um vírus RNA. Vírus Varicella-Zoster, da família Herpesviridae.
• Reservatório: O homem.
• Modo de Transmissão: Pessoa a pessoa, através de contato direto ou secreções
respiratórias e, raramente, através de contato com lesões. Transmitida indiretamente
através de objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas de
pacientes infectados.
• Período de Incubação: Entre 14 a 16 dias, podendo variar entre 10 a 20 dias após o
contato. Pode ser mais curto em pacientes imunodeprimidos e mais longo após
imunização passiva.
• Período de Transmissibilidade: Varia de 1 a 2 dias antes da erupção até 5 dias após o
surgimento do primeiro grupo de vesículas. Enquanto houver vesículas, a infecção é
possível.
Caso clínico – Discussão
• Herpes Zoster
• Geralmente, é decorrente da reativação do vírus da varicela que permanece em latência
após a infecção primária.
• O herpes zoster tem quadro pleomórfico, causando desde doença benigna até outras
formas graves, com êxito letal. Após a fase de disseminação hematogênica do vírus VZ, em
que atinge a pele, difunde-se centripetamente pelos nervos periféricos até os gânglios
nervosos, onde poderá permanecer, em latência, por toda a vida.
Caso clínico – Discussão
• Herpes Zoster
• O quadro clínico do herpes zoster é, quase sempre, típico. A maioria dos doentes refere,
antecedendo às lesões cutâneas, dores nevrálgicas, além de parestesias, ardor e prurido
locais, acompanhados de febre, cefaleia e mal-estar. A lesão elementar é uma vesícula
sobre base eritematosa.
• As regiões mais comprometidas são a torácica (53% dos casos), cervical (20%), trigêmeo
(15%) e lombossacra (11%). Em pacientes imunossuprimidos, as lesões surgem em
localizações atípicas e, geralmente, disseminadas.
• O envolvimento do VII par craniano leva a uma combinação de paralisia facial periférica e
rash no pavilhão auditivo, denominado síndrome de Hawsay-Hurt, com prognóstico de
recuperação pouco provável.
• Nos pacientes com herpes zoster disseminado e/ou recidivante, é aconselhável fazer
sorologia para HIV, além de pesquisar neoplasias malignas.
Caso clínico – Discussão
• Herpes Zoster
• Susceptibilidade e Imunidade: A susceptibilidade é universal. A infecção confere
imunidade permanente, embora, raramente, possa ocorrer um segundo episódio de
varicela. Infecções subclínicas são raras. A imunidade passiva transferida para o feto pela
mãe que já teve varicela assegura, na maioria das vezes, proteção até 4 a 6 meses de
vida extrauterina.
• Manifestações Clínicas:
§ Período prodrômico – tem início com febre baixa, cefaleia, anorexia e vômito, podendo durar de
horas até três dias. Na infância, esses pródromos não costumam ocorrer, sendo o exantema o
primeiro sinal da doença.
§ Em crianças imunocompetentes a varicela é geralmente benigna, com início repentino, apresentando
febre moderada de 2 a 3 dias, sintomas generalizados inespecíficos e uma erupção cutânea pápulo-
vesicular que se inicia na face, couro cabeludo ou tronco (distribuição centrípeta).
§ Período exantemático – as lesões comumente aparecem em surtos sucessivos de máculas que
evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e crostas. Tendem a surgir mais nas partes cobertas do
corpo, podendo aparecer no couro cabeludo, na parte superior das axilas e nas membranas mucosas
da boca e vias aéreas superiores.
Caso clínico – Discussão
• Herpes Zoster
• O aparecimento das lesões em surtos e a rápida evolução conferem à doença o
polimorfismo regional característico da varicela: lesões em diversos estágios (máculas,
pápulas, vesículas, pústulas e crostas) em uma mesma região do corpo.
•
• Nos adultos imunocompetentes a doença cursa de modo mais grave do que nas crianças,
apesar de ser bem menos frequente (cerca de 3% dos casos).
• Uma vez instalada a NPH, o arsenal terapêutico é enorme, porém não há uma droga
eficaz para seu controle. São utilizados: creme de capsaicina, 0,025% a 0,075%; lidocaína
gel, a 5%; amitriplina, em doses de 25 a 75mg, via oral; carbamazepina, em doses de 100
a 400mg, via oral; benzodiazepínicos; rizotomia, termocoagulação e simpatectomia.
Caso clínico – Discussão
• Varicela e Gravidez
• Aspectos Epidemiológicos: A varicela é uma doença benigna, mas altamente contagiosa,
que ocorre, principalmente em menores de 15 anos.
• É mais frequente no final do inverno e início da primavera. Indivíduos
imunocomprometidos, quando adquirem varicela primária ou recorrente, possuem
maior risco de doença grave.
• Em recém-nascidos de mães com varicela no primeiro semestre de gravidez, a taxa de
ataque para síndrome de varicela congênita é 1,2%; quando a infecção ocorreu entre a
13ª e 20ª semanas de gestação, de 2%.
• Recém-nascidos que adquirem varicela entre 5 e 10 dias de vida e cujas mães
infectaram-se no período situado entre cinco dias antes e dois dias após o parto, estão
mais expostos à varicela grave, cuja letalidade pode atingir 30%.
Caso clínico – Discussão
• Herpes zoster e aids – a partir de 1981, o herpes zoster passou a ser reconhecido como
uma infecção frequente em pacientes portadores de HIV. Posteriormente, observações
epidemiológicas demonstraram tratar-se de uma manifestação inicial de infecção pelo
HIV, cuja ocorrência é preditiva de soropositividade para HIV em populações de risco.
• Complicações, como retinite, necrose aguda de retina e encefalite progressiva fatal, têm
sido relatadas com mais frequência em pacientes HIV positivos.
Caso clínico – Discussão
• SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA VARICELA NO BRASIL:
• De 1998 a 2002, ocorreram 1.464 óbitos cuja causa básica foi varicela, de acordo com o SIM.
Excetuando 1999, ano em que foi registrado o maior número de óbitos por varicela nesse
período (n=212), a média anual foi de 104 óbitos (desvio padrão=25). Os óbitos concentram-se
nas faixas etárias de 1 a 4 anos, seguidos de menores de 1 ano e maiores de 30 anos.
•
Caso clínico – Discussão
• VIGILÂNCIA SANITÁRIA:
• Definição de Caso
• Suspeito:
§ Varicela – paciente com quadro de febre moderada, de início súbito, que dura de 2 a 3 dias, e
sintomas generalizados inespecíficos (mal-estar, adinamia, anorexia, cefaleia e outros) e erupção
cutânea pápulo-vesicular que se inicia na face, couro cabeludo ou tronco (distribuição centrípeta:
cabeça e tronco).
§ Surtos de varicela – considerar como surto de varicela a ocorrência de um número de casos acima do
limite esperado, com base nos anos anteriores, ou casos agregados em instituições, como creches,
escolas e hospitais pediátricos.
§ Varicela grave – paciente com febre alta (>38ºC) e lesões cutâneas polimorfas (pápulas, vesículas,
pústulas, crostas) que tenha sido hospitalizado ou evoluiu com complicações ou óbito e pertença a um
dos seguintes grupos: recém-nascidos, adolescentes, adultos, pacientes imunodeprimidos, gestantes.
Caso clínico – Discussão
• VIGILÂNCIA SANITÁRIA:
• Definição de Caso
• Confirmado;
§ Critério clínico – manifestações clínicas características da varicela. Paciente com febre moderada de 2
a 3 dias, de início repentino, sintomas generalizados inespecíficos (mal-estar, adinamia, anorexia,
cefaleia e outros) e erupção cutânea pápulo-vesicular.
§ Critério clínico-epidemiológico – todo caso suspeito de varicela que teve contato com caso de varicela
até 8 dias antes do início do exantema.
• Descartado:
§ Caso suspeito de varicela não grave cuja avaliação clínico-epidemiológica conclua ser outra doença.
§ Caso suspeito de varicela grave com diagnóstico laboratorial negativo para varicela ou confirmado
como outra doença.
• Notificação: Não é doença de notificação compulsória. Portanto, a ocorrência de casos
suspeitos de varicela não requer imediata notificação e investigação. Na situação de
surto, a notificação deve ser realizada através do módulo de notificação de surtos do
Sinan-W.
Caso clínico – Discussão
• PRIMEIRAS MEDIDAS A SEREM ADOTADAS:
• Assistência Médica ao Paciente
• Tratamento sintomático em nível ambulatorial. Hospitalização imediata dos pacientes
com varicela grave ou zoster disseminado, em regime de isolamento.
• Proteção da População
• Afastar os acometidos das atividades desenvolvidas na escola, creche, trabalho, etc., por
um período de 10 dias, contados a partir da data de aparecimento do exantema. Vacinar
os indivíduos sob risco de desenvolver formas graves, de acordo com as orientações
pertinentes à imunização.
•
Caso clínico – Discussão
• INSTRUMENTOS DISPONÍVEIS PARA CONTROLE:
• Imunização:
§ As vacinas contra a varicela, administradas por via subcutânea a partir dos 12 meses de idade, são de
vírus vivo atenuado provenientes da cepa OKA. Cada dose deve conter, no mínimo, 1.350 unidades
formadoras de placa UFP de vírus Varicella-Zoster em cultura de células contendo traços de neomicina
e gelatina.
§ Até o momento, a vacinação universal contra a varicela não é realizada no Brasil, exceto nas
populações indígenas. A vacina é recomendada em caso de surto nas populações indígenas a partir
dos 6 meses e para a prevenção da doença em indivíduo susceptível de qualquer idade, até 96 horas
após a exposição a uma fonte de infecção, desde que seja integrante de grupo de risco para as formas
graves da doença.
Caso clínico – Discussão
• INSTRUMENTOS DISPONÍVEIS PARA CONTROLE:
• Situações especiais em que deve ser indicada a vacina contra a varicela, de acordo com
as orientações dos Centros de Referências de Imunobiológicos Especiais (CRIEs):
• pacientes com leucemia linfocítica aguda e com tumores sólidos em remissão (há pelo
menos 12 meses), desde que apresentem 1.200 linfócitos/mm3 ou mais, sem
radioterapia; caso estejam em quimioterapia, suspendê-la por sete dias antes e sete dias
após a vacinação;
• pessoas susceptíveis à doença, candidatos a transplante de órgãos (fígado, rim, coração,
pulmão e outros órgãos sólidos), pelo menos três semanas antes do ato cirúrgico;
• profissionais de saúde susceptíveis à doença;
• familiares de pacientes imunodeprimidos, susceptíveis à doença;
Caso clínico – Discussão
• INSTRUMENTOS DISPONÍVEIS PARA CONTROLE:
• Situações especiais em que deve ser indicada a vacina contra a varicela, de acordo com as
orientações dos Centros de Referências de Imunobiológicos Especiais (CRIEs):
• demais pessoas susceptíveis, além dos profissionais de saúde e familiares, que estejam em
convívio hospitalar ou domiciliar com pacientes imunodeprimidos;
• HIV positivo, assintomático e oligossintomático.
• Contraindicações da Vacina:
• Gestantes (mulheres em idade fértil devem evitar a gravidez durante 30 dias após a
administração).
• Imunodeprimidos, exceto os casos previstos nas indicações acima (pacientes em uso de terapia
imunossupressora só deverão fazer uso da vacina após três meses de suspensão da medicação).
• Anafilaxia à dose anterior da vacina ou a qualquer um dos seus componentes.
• Eventos adversos – dor transitória, hiperestesia, rubor no local da aplicação. Um mês após a
vacinação, pode ocorrer exantema maculopapular ou variceliforme, de pequena intensidade, em
cerca de 7% a 8% dos indivíduos.
Caso clínico – Discussão
• O risco de herpes zoster é mais baixo após a vacinação do que após a doença natural.
•
• Imunoglobulina humana antivaricela–zoster – é obtida de plasma humano contendo
títulos altos de IgG contra o vírus da varicela. Contém de 10% a 18% de globulina e
timerosol como preservativo.
§ É administrada por via intramuscular em qualquer idade.
§ Indicação – indivíduo imunodeprimido que tenha tido contato com doente de varicela em fase
contagiosa.
§ Ações de Educação em Saúde:
§ Em situações de surto, desenvolver atividades de educação em saúde, principalmente em escolas e
creches, visando orientar os professores e pais para que os indivíduos com suspeita da doença
permaneçam em casa.
§ Alertar para a necessidade de vacinar os indivíduos conforme as situações apontadas no tópico
Imunização e evitar que mantenham contato com pessoas que tenham a doença.
•
FIM!