Cuidado Integral Ao Paciente Nas Doenças Infecto 4
Cuidado Integral Ao Paciente Nas Doenças Infecto 4
Cuidado Integral Ao Paciente Nas Doenças Infecto 4
1 VARICELA.
A varicela, conhecida popularmente como catapora, é uma doença exantemática viral
infecciosa, altamente contagiosa. Os sintomas variam de febre moderada a alterações
sistêmicas. As lesões cutâneas são poliformes e apresentam prurido. A doença costuma ser
benigna em crianças.
O diagnóstico pode ser feito clínico por meio das manifestações clínicas ou por meio de
análise laboratorial, este último de três formas mais específicas:
a) Ensaio imunoenzimático (EIE);
b) Aglutinação pelo látex (AL);
c) Imunofluorescência indireta (IFI).
2 CAXUMBA
A caxumba é uma doença viral que tem como característica atingir inicialmente
crianças em idade escolar e adolescentes. Costuma ser de evolução benigna, em raros casos
pode haver agravamento necessitando a hospitalização. Quando atinge a população adulta,
nos homens em certa porcentagem, pode evoluir para orquiepididimite e nas mulheres
mastite. Apresenta febre, dor, causam aumento do volume das glândulas salivares,
especialmente as parótidas.
Em crianças menores de 5 anos de idade é comum sintomas das vias respiratórias. Trata-se
de um evento raro, mas pode haver perda neurossensorial da audição, de início súbito e
unilateral. O vírus também tem afinidade pelo sistema nervoso central, onde há situações em
que observamos casos de meningite asséptica, de curso benigno e encefalite. Em mulheres
gestantes, no primeiro trimestre da gestação, pode levar ao aborto.
O diagnóstico da doença é claramente clínico-epidemiológico. Podem ser realizados testes
sorológicos como ELISA e inibição da hemaglutinação, mas não são rotineiramente.
O tratamento é baseado nos sintomas em que o paciente apresenta, sendo indicadas a
hidratação adequada e a alimentação saudável. Antitérmicos e analgésicos que aliviam as
dores e baixam a febre também são aplicados.
A caxumba não é uma doença de notificação compulsória, ela não consta na Portaria nº
204, de 17 de Fevereiro de 2016. Porém, os municípios e estados têm autonomia para instituir
uma portaria tornando a doença como caso de notificação compulsória (Brasil, 2019).
3 DIFTERIA
A difteria é uma doença infectocontagiosa, imunoprevenível, com certo grau de letalidade.
É causada por um bacilo, que costuma se alojar nas vias aéreas, mais precisamente na laringe e
faringe, amígdalas e nas fossas nasais.
4 SARAMPO
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, que atinge todos os grupos etários,
trazendo um risco maior quanto à letalidade em crianças menores de 5 anos e tem preferência
pelo grupo de adultos jovens, entre 15 e 29 anos. É uma doença imunoprevenível.
Recentemente, casos de surtos de sarampo aconteceram pelo mundo tanto em países
desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, fazendo com que por esse motivo o
Brasil, que não registrava casos de sarampo desde o ano 2000, registrasse novos casos que
vieram importados de outros países (Ribeiro, 2015).
5 COQUELUCHE
É uma doença infecciosa aguda, com alto potencial de transmissibilidade atingindo a
população de forma universal. É também conhecida como tosse comprida. É uma doença com
grande importância nas causas de morbimortalidade na idade infantil. O principal sistema
afetado com a coqueluche é o sistema respiratório, sendo caracterizado por tosse seca. Em
lactentes, as complicações podem levar a criança ao óbito.
5.1 Características da coqueluche
O agente etiológico da coqueluche é um bacilo aeróbico gram-negativo Bordetella
pertussis. O reservatório é o homem. O modo de transmissão se dá principalmente da forma
direta através de gotículas expelidas pelo espirro, fala e tosse. Em alguns raros casos, pode
acontecer a transmissão por meio de objetos recentemente contaminados com secreções de
pessoas infectadas, mas esse meio de transmissão é pouco frequente pela dificuldade de o
agente patológico sobreviver fora do hospedeiro. O período de incubação da doença varia de 5
a 10 dias. A suscetibilidade a doença é geral. A pessoa pode se tornar imune em duas situações
específicas: uma quando adquire e trata a doença, e outra por meio da vacinação.
As manifestações clínicas aparecem em três fases, são elas:
CATARRAL: Tem duração de 1 a 2 semanas. Os sintomas aparentes são febre leve, mal-
estar coriza e tosse, sendo gradativo o aumento dos episódios de tosse, tornando-se cada vez
mais frequentes e intensos até desenvolver crises de tosses paroxísticas.
FASE PAROXÍSTICA: Nessa fase o quadro de febre costuma ser brando, paroxismos de
tosse seca de forma súbita, rápida, curta e incontrolável, chegando ao número de 5 a 10
tossidas em uma só expiração. Durante os acessos de tosse, a pessoa não consegue realizar a
inspiração, apresentando protrusão da língua, congestão facial, podendo chegar a casos de
cianose, apneia e vômitos. Quando o quadro de tosse cessa, ocorre uma inspiração profunda
através da glote estreitada, podendo ser perceptível um som denominado de “guincho”. O
número de episódios de tosse paroxística pode chegar atingir 30 em 24 horas, sendo mais
acometido no período da noite. Essa fase dura em média de 2 a 6 semanas.
FASE DE CONVALESCENÇA: Os quadros de paroxismos de tosse desaparecem e a tosse
comum permanece. Infecções respiratórias de outra natureza podem se instalar no indivíduo
durante o período de convalescença da coqueluche, podendo assim provocar o
reaparecimento transitório dos paroxismos.
A realização do diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, isto porque os
sintomas podem ser semelhantes ao de um resfriado ou até mesmo de outras doenças
respiratórias. A tosse seca é uma característica forte e indicativa da coqueluche, mas para
confirmar o diagnóstico podem ser realizados os seguintes exames:
a) Coleta de material de nasofaringe para cultura.
b) PCR em tempo real.
c) Exames complementares podem ser realizados, como o hemograma e o raio-x de tórax
para auxílio de identificação do diagnóstico.
O tratamento da coqueluche é praticamente à base de antibioticoterapia. A internação
hospitalar se torna necessária pela severidade dos sintomas. Gestantes no último trimestre ou
puérperas que tiveram contato com casos confirmados ou suspeitos e que apresentarem tosse
por no mínimo 5 dias devem iniciar tratamento, independente do seu estado vacinal.
A imunização se dá por meio da vacina pentavalente (DTP, HIB, Hepatite B), sendo o
primeiro reforço aos 15 meses de idade e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a
tríplice bacteriana (DTP). A imunidade para essa doença não é permanente, depois de 10 anos
em média da última dose da vacina a proteção é quase que inexistente.
A doença da coqueluche é de notificação compulsória, devendo a vigilância
epidemiológica ser comunicada por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de
Coqueluche, que é disponibilizada pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação
(SINAN).
6 TÉTANO ACIDENTAL
O tétano é uma doença causada por um bacilo. Pode ser prevenido por meio da
imunização. É classificado de duas formas: a acidental e neonatal.
O tétano neonatal é o de pior prognóstico e maior mortalidade. O tétano acidental nos dias
atuais ainda é uma doença frequente em países em desenvolvimento e nos desenvolvidos.
A letalidade da doença varia dependendo de faixa etária do paciente, da gravidade da
forma clínica, tipo de ferimento que serviu de porta e de entrada para o bacilo, rapidez no
fechamento do diagnóstico até nas condições em que a doença é tratada referente à
qualidade da assistência prestada, dentre outros motivos (LISBOA, 2011).
7 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
A biossegurança
corresponde a um conjunto de
ações que são destinadas a
controlar, prevenir e eliminar
riscos relativos às atividades que
possam comprometer a saúde
humana, a qualidade de vida e o
meio ambiente.
As medidas de
biossegurança englobam ações
que visam evitar riscos físicos,
químicos, biológicos, mecânicos e
ergonômicos.
7.1 Riscos físicos
São considerados agentes de riscos físicos as variadas formas de energia, originadas
dos equipamentos, e aquelas que são dependentes dos equipamentos, do manuseio do
operador ou do ambiente em que se engloba o setor de saúde.
São considerados riscos físicos: vibrações, temperaturas extremas, ruídos, radiações
ionizantes e não ionizantes, entre outros.
8. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
Existem inúmeros equipamentos para a segurança do trabalhador. Esses itens devem
ser utilizados conforme o perigo ao qual o trabalhador é exposto para garantir sua integridade
física e resguardar a sua sanidade. Com o tempo, a tecnologia aperfeiçoa materiais e traz
novas opções ao mercado.
10 BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES:
Hoje, no Brasil, as infecções hospitalares por bactérias multirresistentes são uma
realidade em praticamente todos os hospitais do país. O Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar é o responsável dentro das instituições por criar rotinas e normas para conter a
disseminação desses micro-organismos e podem agravar o quadro clínico dos pacientes
aumentando as chances de letalidade durante a hospitalização.
As infecções hospitalares ocasionadas por bactérias multirresistentes, associadas às
doenças de base dos pacientes, acabam aumentando o tempo de internação hospitalar, sendo
necessário o uso de antibióticos, o que acarreta o aumento de custos de cada paciente.
As bactérias com maior destaque no cenário mundial e que trazem preocupação pelo
aumento considerável no número de casos e que tem escassas possibilidades terapêuticas são:
a) Enterobactérias como a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC),
Acinetobacter baumanii;
b) Pseudomonas aeruginosa;
c) Bactérias gram-positivas como o Staphylococcus aureus resistentes à meticilina
(MRSA);
d) Enterococcus sp resistentes à vancomicina (VRE);
e) Clostridium difficile.