Aula 03: Arquitetura para Concursos - Curso Regular
Aula 03: Arquitetura para Concursos - Curso Regular
Aula 03: Arquitetura para Concursos - Curso Regular
Autor:
Moema Machado
27 de Abril de 2023
1 - Introdução ....................................................................................................................2
2 - Visão Geral ...................................................................................................................6
3 - Constituição Federal ................................................................................................... 10
4 - Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) .........................................................................14
5 - Lei N 13.089 / 2015 ..................................................................................................... 51
6 - Lei N 6.766 / 1979 .......................................................................................................63
7 – Resolução de Questões .............................................................................................. 80
8 – Lista de Questões..................................................................................................... 188
9 – Gabarito .................................................................................................................. 224
10 - Bibliografia ............................................................................................................. 225
11 – Anexo 1 - Medida provisória n° 2.220, de 4 de setembro de 2001 .......................... 227
12 – Anexo 2 – Tabela Resumo dos Institutos jurídicos e políticos do Estatuto da Cidade
...................................................................................................................................... 230
Oi!!!
Mudando um pouco de ares nessa nova aula!
Vamos estudar Leis Federais e explorar nosso lado urbanístico!
Essa aula é uma das mais importantes, o assunto é MUITO cobrado em TODOS os concursos para
arquiteto, tanto em questões objetivas, quanto em discursivas.
Preparados? Vamos começar!
1 - INTRODUÇÃO
O CAU/BR (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil) lançou o Manual do Arquiteto e
Urbanista que está em sua 2 edição (Brasília/DF, março de 2016).
http://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2017/09/MANUAL_DO_AU_2016.pdf
Em seu capítulo VI, o referido manual trata da Política Urbana e Ambiental e eu o transcreverei aqui
a título de introdução nesse tema de tanta importância para nós.
CAPÍTULO VI
POLÍTICA URBANA E AMBIENTAL
6.1 PANORAMA
As legislações urbanas e ambientais relacionam-se diretamente ao exercício profissional
do arquiteto e urbanista, nos mais variados campos de atuação, desde o projeto de um
edifício até planos e projetos urbanos nas mais diversas escalas. É necessário, portanto,
que o profissional esteja constantemente atualizado em relação às leis e regulamentos
pertinentes a essas temáticas.
É importante destacar que os arquitetos e urbanistas e suas entidades representativas
têm cumprido papel importante na formulação de políticas urbanas. O Estatuto da
Cidade (Lei N 10.257/2001), nossa lei nacional de Reforma Urbana, que é mundialmente
conhecida, foi fruto de uma luta dos arquitetos e urbanista que remonta à década de
1960. Naquele período, ocorreu o famoso Seminário de Quitandinha, em Petrópolis (RJ),
promovido pelo IAB, em que foram propostas ideias para um crescimento urbano mais
justo e sustentável, para compor o projeto das Reformas de Base do governo do
presidente João Goulart.
No final da década de 1980, esse debate foi retomado, então protagonizado pelo Fórum
Nacional de Reforma Urbana (FNRU), que agregou inúmeros movimentos sociais e
entidades profissionais. Um dos resultados dessa mobilização foi a inclusão de uma
emenda popular sobre a política urbana, que foi protocolada pela Federação Nacional
dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) e incluída na Constituição de 1988 (artigos 182 e 183).
Após 12 anos de muita mobilização, foi aprovado o Estatuto da Cidade, que é a lei que
regulamenta esse capítulo da Constituição, além de trazer novos instrumentos para
tratar das disparidades socioespaciais das nossas cidades. A própria criação do Ministério
das Cidades, em 2003, surge desse movimento, com o intuito de colocar as questões
urbanas no centro da política nacional.
...
6.2 LEGISLAÇÃO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 – CAPÍTULO II: DA POLÍTICA URBANA (ARTIGOS 182 E
183)
Estabelece que a propriedade deve se subordinar a função social estabelecida no plano
diretor municipal. Define o plano diretor como obrigatório às cidades com mais de 20 mil
habitantes. Institui instrumentos punitivos ao proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, como o parcelamento e edificação compulsórios, o IPTU
progressivo e a desapropriação
mediante títulos da dívida pública. Cria a usucapião urbana.
Acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
parcelamento, uso e ocupação do solo que podem ser mais restritivas em relação à lei
federal. Alguns estados também possuem regulações próprias nesse sentido,
especialmente em relação ao parcelamento em áreas de preservação ambiental.
Acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LeIs/L6766.htm
LEI N 11.481/2007
Prevê medidas voltadas à regularização fundiária de interesse social em imóveis da
União.
Acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/L11481.htm
Depois de fornecer esse leque de legislações as quais o CAU considera estarem mais relacionadas
com a nossa profissão, vou comentar, nessa aula, as mais cobradas em prova que são as 3 primeiras
elencadas, depois de dar uma visão geral sobre planejamento urbano.
2 - VISÃO GERAL
Antes de estudarmos as legislações pertinentes, vou dar uma visão geral sobre planejamento
urbano.
De acordo com o Livro Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Cassilha & Cassilha, 2009): “... o
planejamento urbano deve ser encarado como um olhar futuro sobre o território da cidade,
prevendo os compartimentos que devem ser mais bem aproveitados e aqueles que possam vir a ser
ocupados de forma sustentável. Tudo isso aliado aos aspectos que dão suporte legal às ações de
planejamento – a legislação urbanística.”
O planejamento urbano compete à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito federal. No
Direito Urbanístico, a competência legislativa é concorrente, ou seja, exige a cooperação entre os
entes federados. A política urbana deve ser desenvolvida pelos Municípios, conforme atribuição da
Constituição Federal, cabendo aos Estados legislarem sobre a criação e regulamentação de regiões
metropolitanas e à União, a instituição das normas gerais para o desenvolvimento urbano.
Constituição Federal/88:
Art. 21. Compete à União:
XX instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento
básico e transportes urbanos;
§ 2 A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3 Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4 A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrário.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
§ 1 São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
Art. 30. Compete aos Municípios:
I legislar sobre assuntos de interesse local;
II suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
VIII promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica,
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da
Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1 Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados
e Municípios.
(Presidência da República, 1988)
Alguns autores diferenciam planejamento urbano de gestão urbana, sendo a última a execução do
planejamento. Abaixo, seguem alguns conceitos, mas não é preciso se preocupar com isso, vou citar
apenas para nos situarmos no assunto, já que as bancas costumam cobrar só o conteúdo das leis.
“A gestão é um processo dinâmico de utilização de conceitos, princípios e instrumentos na elaboração
e execução de políticas públicas capazes de satisfazer os indivíduos e atingir o bem comum”.
Orth (2006)
“A gestão é a administração dos recursos [...] e dos problemas aqui e agora [...]; o planejamento é a
preparação para o futuro [...] com o fito de evitar ou minimizar problemas e melhor explorar
potencialidades”.
Souza (2001)
Os instrumentos de que pode servir-se o planejador e o gestor urbanos são de diversas naturezas –
tributos, zoneamentos, parâmetros urbanísticos, entre outros. Tais instrumentos podem ser:
Índice de áreas verdes: é a relação entre a parcela do terreno coberta por vegetação e a área
total do mesmo. Esse também é um índice ambientalmente importante, visto que a
quantidade de áreas verdes de uma cidade tem influência no conforto térmico da mesma.
Área bruta e área líquida: área bruta é a área total de um loteamento ou assentamento,
inclusive logradouros e espaços institucionais. Área líquida de uma zona ou assentamento é
a área usada estritamente para fins residenciais.
Densidade bruta e densidade líquida: a densidade bruta de uma zona ou assentamento
expressa o número total de pessoas que nela residem, dividido pela área total do mesmo. A
densidade líquida expressa o número total de pessoas que residem na zona ou assentamento
em questão, dividido pela área utilizada apenas para fins residenciais.
3 - CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Capítulo sobre a política urbana da Constituição Federal
(artigos 182 e 183)
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1 O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana.
§ 2 A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3 As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização
em dinheiro.
§ 4 É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.
Vamos analisá-lo!
Em primeiro lugar, quem executa a política de desenvolvimento urbano?
A política de desenvolvimento urbano quem executa é o Poder Público Municipal!
Mas, é do jeito que o município quiser?
Não! Tem que ser conforme diretrizes gerais fixadas em lei.
Qual o objetivo da política de desenvolvimento urbano?
É ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.
Qual é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana?
É o Plano Diretor e eles adoram perguntar quando o mesmo é obrigatório. Não se esqueçam! O
Plano Diretor é obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitantes.
Só mais uma pergunta, quando a propriedade urbana cumpre sua função social?
Quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas, no plano diretor.
O art. 182, também, nos traz importantes instrumentos de gestão urbana inibidores, no caso, para
inibir a especulação imobiliária.
Para que a propriedade urbana cumpra sua função social, caso esteja não edificada, subutilizada ou
não utilizada, o Poder Público Municipal pode, através de lei específica, utilizar os seguintes
instrumentos de gestão:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Note que, nesse caso, como é uma penalidade, a desapropriação não será em dinheiro e sim, com
títulos da dívida pública.
Vale a pena ressaltar que a Constituição Federal prevê 2 tipos de desapropriação, a desapropriação-
sanção vista acima e a desapropriação por interesse social:
Artigo 5...
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
O art. 183 trata de usucapião, o qual, vale ressaltar, não vale para imóveis públicos.
Quem poderá adquirir o domínio de uma propriedade?
1. Aquele que não for proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
2. Aquele que possuir como sua:
2.1 área urbana de até 250.00m2;
2.2 por 5 anos ininterruptamente;
2.3 sem oposição;
2.4 utilizando-a como moradia sua ou de sua família.
O Estatuto das Cidades, lei 10.257/2001, regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal e
estabelece diretrizes gerais da política urbana.
Além disso, fixa como princípio fundamental a função social da cidade e da propriedade urbana,
conforme disposto no artigo 5, incisos XXII e XXIII, da Constituição Federal.
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
(Lei Federal, 2001)
CAPÍTULO I
DIRETRIZES GERAIS
Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal,
será aplicado o previsto nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas
de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem
coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
Objetivo: regular o uso da propriedade urbana, em prol:
do bem coletivo;
da segurança;
do bem-estar dos cidadãos;
do equilíbrio ambiental.
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços
públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações
representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e
acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade
no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da
população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de
influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos
negativos sobre o meio ambiente;
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos
adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;
VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à
infraestrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos
geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não
utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas;
g) a poluição e a degradação ambiental;
h) a exposição da população a riscos de desastres.
(Incluído dada pela Lei n 12.608, de 2012)
Este artigo trata das diretrizes da política urbana, todos os itens são importantes, e podemos
perceber o interesse pelo meio ambiente, a economia e o social que são o tripé da sustentabilidade,
levando-se em conta as presentes e futuras gerações.
Ganhos importantes:
Interesses coletivos devem ser priorizados em detrimento dos individuais.
Interferência no direito de propriedade privada com o objetivo de conter a especulação
imobiliária.
População como corresponsável pela condução do planejamento das ações no município e
na cidade.
Segue comentário do Estatuto da Cidade Comentado: (Ministério das Cidades, 2010)
(http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNPU/Biblioteca/PlanelamentoUrbano/EstatutoComentado_P
ortugues.pdf)
O artigo 3° nos traz um rol exemplificativo do que compete à União em termos de política urbana.
Destaca-se legislar sobre normas gerais, promover, instituir, e a característica de cooperação entre
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que o assunto requer.
A elaboração e a execução, só em planos nacionais e regionais.
Importante ressaltar a inclusão, no inciso IV, de diretrizes de mobilidade urbana, que incluam regras
de acessibilidade aos locais de uso público, pois, a preocupação com a acessibilidade vem
crescendo.
CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA
Seção I
Dos instrumentos em geral
Art. 4° Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
I – planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social;
II – planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;
III – planejamento municipal, em especial:
a) plano diretor;
b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;
c) zoneamento ambiental;
d) plano plurianual;
e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
f) gestão orçamentária participativa;
g) planos, programas e projetos setoriais;
h) planos de desenvolvimento econômico e social;
IV – institutos tributários e financeiros:
a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU;
b) contribuição de melhoria;
c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
V – institutos jurídicos e políticos:
a) desapropriação;
b) servidão administrativa;
c) limitações administrativas;
d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
O artigo 4° é um dos mais importantes, pois, elenca, através de um rol exemplificativo, instrumentos
da política urbana. Costuma ser cobrado em questões objetivas e discursivas e contém instrumentos
importantes para o planejamento e ordenamento das cidades.
Visão geral:
estudo prévio de
impacto ambiental
(EIA) e estudo prévio
de impacto de planejamento das
vizinhança (EIV) regiões
metropolitanas,
Dos aglomerações
urbanas e
instrumentos microrregiões;
em geral
institutos jurídicos e políticos:
•desapropriação
•servidão administrativa
•limitações administrativas
•tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano institutos tributários e
•instituição de unidades de conservação financeiros:
•instituição de zonas especiais de interesse social •imposto sobre a
•concessão de direito real de uso propriedade predial e
•concessão de uso especial para fins de moradia territorial urbana - IPTU
•parcelamento, edificação ou utilização compulsórios •contribuição de
•usucapião especial de imóvel urbano melhoria
•direito de superfície •incentivos e benefícios
•direito de preempção fiscais e financeiros
•outorga onerosa do direito de construir e de alteração
de uso
•transferência do direito de construir
•operações urbanas consorciadas
•regularização fundiária
•assistência técnica e jurídica gratuita para as
comunidades e grupos sociais menos favorecidos
•referendo popular e plebiscito
•demarcação urbanística para fins de regularização
fundiária
•legitimação de posse
No artigo 4°, o Estatuto da Cidade define um extenso conjunto de instrumentos para que
o Município tenha condições de construir uma política urbana que concretize, de fato, a
função social da propriedade urbana e o direito de todos à cidade.
Estabelece que a política urbana deve ser objeto de um planejamento extensivo,
envolvendo planos de ordenamento do território integrados entre si, nas escalas
nacional, estaduais, regionais, metropolitanas, municipais e intermunicipais.
Especificamente no âmbito municipal, detalha que o planejamento municipal deve
envolver o planejamento urbano, ambiental, orçamentário, setorial e o planejamento do
desenvolvimento econômico e social, especificando também que a gestão orçamentária
deve ser feita de forma participativa, aberta a todos os cidadãos.
Inclui os instrumentos tributários, envolvendo impostos, contribuições, incentivos e
benefícios fiscais e financeiros, voltados para viabilizar a indução dos usos e atividades
consideradas importantes para a política urbana.
No inciso sobre os institutos jurídicos e políticos, fornece ao Município instrumentos que
permitem:
– variadas formas de intervenção social sobre o livre uso da propriedade privada:
desapropriação, servidão e limitações administrativas, tombamento, instituição de
unidades de conservação, parcelamento, edificação ou utilização compulsórios e direito
de preempção;
– a regularização fundiária das ocupações de interesse social: concessão de direito real
de uso, concessão de uso especial para fins de moradia, usucapião especial de imóvel
urbano, direito de superfície, demarcação urbanística para fins de regularização fundiária
e legitimação da posse;
– a indução do desenvolvimento urbano e a redistribuição à coletividade dos benefícios
decorrentes do processo de urbanização: outorga onerosa do direito de construir e de
alteração de uso, transferência do direito de construir e operações urbanas consorciadas;
– instrumentos voltados para a democratização da gestão urbana e do direito à moradia:
referendo popular e plebiscito, assistência técnica e jurídica gratuita para as
comunidades e grupos sociais menos favorecidos.
Cabe ressaltar, pela importância para o desenvolvimento de uma política habitacional de
inclusão social, o instituto das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS). Este instrumento
pode ser utilizado tanto para a regularização de áreas ocupadas, onde o processo de
ocupação ocorreu sem observância das normas urbanísticas, quanto em áreas vazias,
para destiná-las para habitação de interesse social.
No primeiro caso, a instituição de uma área ocupada como ZEIS permite que se
estabeleçam, para aquela porção do território, parâmetros urbanísticos especiais que
respeitam a forma de ocupação realizada pela comunidade. O instituto permite também
que sejam implantados mecanismos que impeçam a posterior expulsão dos moradores
dos núcleos regularizados por segmentos sociais de maior poder econômico, atraídos
pela valorização desses terrenos. Exemplos de mecanismos deste tipo são a proibição de
Seção II
Do parcelamento, edificação ou utilização compulsórios
o
Art. 5 Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o
parcelamento, a edificação ou a utilização compulsório do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação
da referida obrigação.
§ 1o Considera-se subutilizado o imóvel:
I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no plano diretor ou em legislação
dele decorrente;
II – (VETADO)
§ 2o O proprietário será notificado pelo Poder Executivo municipal para o cumprimento
da obrigação, devendo a notificação ser averbada no cartório de registro de imóveis.
§ 3o A notificação far-se-á:
I – por funcionário do órgão competente do Poder Público municipal, ao proprietário do
imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral
ou administração;
II – por edital quando frustrada, por três vezes, a tentativa de notificação na forma
prevista pelo inciso I.
§ 4o Os prazos a que se refere o caput não poderão ser inferiores a:
I - um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão municipal
competente;
II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento.
§ 5o Em empreendimentos de grande porte, em caráter excepcional, a lei municipal
específica a que se refere o caput poderá prever a conclusão em etapas, assegurando-se
que o projeto aprovado compreenda o empreendimento como um todo.
Art. 6o A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à data da
notificação, transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas
no art. 5o desta Lei, sem interrupção de quaisquer prazos.
A partir do artigo 5°, acima, o Estatuto da Cidade começa a tratar de alguns dos instrumentos da
política urbana elencados no artigo anterior.
Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios é um instituto jurídico e político através do
qual consegue-se forçar o proprietário de uma área a fazê-la cumprir sua função social, e inibe a
Seção III
Do IPTU progressivo no tempo
Art. 7o Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do
caput do art. 5o desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5o do art.
5o desta Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial
e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo
prazo de cinco anos consecutivos.
§ 1o O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se
refere o caput do art. 5o desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano
anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento.
§ 2o Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos,
o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida
obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8o.
§ 3o É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva de
que trata este artigo.
Caso os prazos do artigo anterior não sejam cumpridos, o Município poderá implementar o IPTU
progressivo no tempo, o qual tem mais caráter de sanção, do que de arrecadação.
O IPTU é um imposto devido pelos proprietários ou possuidores de imóveis urbanos calculado por
uma porcentagem sobre o valor de mercado do imóvel.
A cada ano, durante 5 anos, a alíquota será majorada, não podendo ser mais que o dobro do período
anterior, após 5 anos, será mantida a alíquota máxima, a qual não poderá exceder 15%. Claro que
enquanto perdurar o não atendimento da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar.
Para garantir a eficácia do instrumento, o Estatuto da Cidade vedou a concessão de isenções ou
anistias.
Seção IV
Da desapropriação com pagamento em títulos
o
Art. 8 Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário
tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município
poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida
pública.
§ 1o Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo Senado Federal e serão
resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.
§ 2o O valor real da indenização:
I – refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o montante incorporado em
função de obras realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo se localiza após a
notificação de que trata o § 2o do art. 5o desta Lei;
Decorridos 5 anos de cobrança do IPTU progressivo, o município pode lançar mão de mais um
instrumento, um tipo de desapropriação, sanção com pagamento em títulos da dívida pública.
Diferenças em relação às desapropriações em razão de utilidade e interesse público ou por interesse
social:
A indenização é feita por títulos da dívida pública resgatáveis até 10 anos, não sendo prévia
e em dinheiro.
O valor será a base de cálculo do IPTU, descontado o montante decorrente dos investimentos
públicos na área do imóvel, após a notificação da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar, e não,
o valor de mercado.
Seção V
Da usucapião especial de imóvel urbano
Art. 9° Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e
cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não
seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1° O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§ 2° O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de
uma vez.
§ 3° Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse
de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados, ocupadas
por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são
susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam
proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e
cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta
metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente,
desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
(Redação dada pela lei n 13.465, de 2017)
§ 1° O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar
sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.
§ 2° A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante
sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis.
§ 3° Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor,
independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de
acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas.
§ 4° O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo
deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de
execução de urbanização posterior à constituição do condomínio.
§ 5° As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por
maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes
ou ausentes.
Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas
quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser propostas
relativamente ao imóvel usucapiendo.
Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana:
I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente;
II – os possuidores, em estado de composse;
III – como substituto processual, a associação de moradores da comunidade,
regularmente constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente
autorizada pelos representados.
§ 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério
Público.
§ 2o O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive
perante o cartório de registro de imóveis.
Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de
defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de
registro de imóveis.
Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urbano, o rito processual a ser
observado é o sumário.
A associação de moradores pode propor ação de usucapião em nome dos moradores, desde que
autorizada por eles.
O herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no
imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
Seção VI
Da concessão de uso especial para fins de moradia
Art. 15. (VETADO)
Art. 16. (VETADO)
Art. 17. (VETADO)
Art. 18. (VETADO)
Art. 19. (VETADO)
Art. 20. (VETADO)
Apesar desses artigos terem sido vetados, a concessão de uso especial para fins de moradia é um
instrumento válido, vejamos o que nos diz o “Estatuto da Cidade Comentado”: (Ministério das Cidades,
2010)
O título de domínio é dado por usucapião especial de imóvel urbano e a concessão de uso, pela
concessão de uso especial para fins de moradia.
Ver a Medida Provisória n° 2.220 no Anexo 1 no final da aula.
Pessoal, o próximo instrumento, “direito de superfície”, é muito especial para mim, pois, dos 3
estudos de caso da prova do TRF 2ª Região de 2017, foi o único que, realmente, eu dominava e
garantiu minha aprovação.
Eu não tinha conhecimento do Estatuto da Cidade comentado, descobri, pois, a banca citou-o na
prova e o texto justificativo do padrão de resposta foi retirado dele. Mas, havia lido sobre
gentrificação e consegui tirar 9,3 de 10.
Chama-se gentrificação (do inglês gentrification) o fenômeno que afeta uma região ou bairro pela
alteração das dinâmicas da composição do local, tal como novos pontos comerciais ou construção de
novos edifícios, valorizando a região e afetando a população de baixa renda local. Tal valorização é
seguida de um aumento de custos de bens e serviços, dificultando a permanência de antigos moradores
de renda insuficiente para sua manutenção no local cuja realidade foi alterada.
Fonte: Wikipédia
Seção VII
Do direito de superfície
Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu
terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública
registrada no cartório de registro de imóveis.
§ 1o O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo
relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação
urbanística.
§ 2o A concessão do direito de superfície poderá ser gratuita ou onerosa.
§ 3o O superficiário responderá integralmente pelos encargos e tributos que incidirem
sobre a propriedade superficiária, arcando, ainda, proporcionalmente à sua parcela de
ocupação efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da concessão do direito
de superfície, salvo disposição em contrário do contrato respectivo.
O direito de superfície foi uma inovação no direito brasileiro trazido pelo Estatuto da
Cidade. Até a promulgação desta lei, no Brasil vigorava a regra segundo a qual tudo que
se constrói ou planta, ou seja, todas as acessões ao solo, presumem-se pertencentes ao
proprietário do solo.
Com o direito de superfície, cria-se uma separação entre a propriedade do terreno e o
direito de usar a superfície deste terreno. É um instrumento interessante para
regularização fundiária de ocupações de interesse social de imóveis públicos. Por meio do
contrato que institui o direito de superfície, o Poder Público mantém a propriedade do
terreno público, mas pode conceder ao morador o direito de construir sua residência,
vendê-la sob certas condições ou transmiti-la por herança, dando toda a garantia para
que ele exerça seu direito de moradia. Mas como mantém a propriedade do terreno, pode
também impedir que este imóvel seja adquirido por alguém que lhe dê uma destinação
diferente daquela para a qual o direito foi instituído (moradia de população de baixa
renda, por exemplo), evitando a expulsão dos moradores por algum segmento social com
maior poder econômico.
Nota: Atualmente, o direito de superfície é tratado também no Código Civil, Lei 10.406/2002, promulgada
após o Estatuto da Cidade.
Fonte: Estatuto da Cidade Comentado – Ministério das Cidades
Abaixo, segue como foi cobrado esse conceito na discursiva da prova para o TRF 2ª Região/2017:
QUESTÃO 03
“Um município, na região Sudeste do Brasil, vem sofrendo com a crescente ocupação irregular
de parte de seus terrenos públicos. A maior e mais antiga ocupação perdura desde meados do
século passado e localiza-se justamente na porção mais significativa de área pública. Em 2004,
o Poder Público Municipal local efetuou a revisão de seu Plano Diretor que consistiu,
basicamente, na inclusão dos instrumentos da política urbana previstos pelo Estatuto da
Cidade (Lei Federal n 10257, de 10 de julho de 2001). Desde então, a associação de moradores
da referida ocupação vem requisitando o parcelamento e reconhecimento de posse da terra
em questão. A Administração Pública atual, após recente revisão do Plano Diretor, tem se
mostrado favorável à regularização, buscando soluções que permitam manter os moradores
no local, de modo a garantir que se cumpra efetivamente a função social da propriedade
urbana e o direito de todos à cidade, como previsto no Estatuto da Cidade. No entanto, por se
tratar de um terreno localizado em área de valorização incipiente da cidade, teme que a
concessão de posses individuais, após o parcelamento, acabe por propiciar práticas de
especulação imobiliária, sob o risco da venda dos lotes, pelos moradores da ocupação, para
fins que não sejam o da moradia social, resultando num processo de gentrificação que poderia
levar à ocupação de outros terrenos públicos no município. A busca pela solução desse conflito
entre reconhecimento de posse e permissão de uso tem sido um grande desafio para o Poder
Público local. Contudo, uma análise aprofundada do conjunto de instrumentos previstos no
Artigo 4 do Estatuto da Cidade permitirá uma solução que concretize, de fato, a função social
da propriedade urbana e o direito de todos à cidade, efetivando a regularização e garantindo
a permanência dos moradores da ocupação no terreno em questão, sem os riscos de se
propiciar práticas de especulação imobiliária. O instrumento que permitirá tal solução é
analisado por Barros, Carvalho e Montandon (2010, p. 103) em seu trabalho intitulado ‘O
Estatuto da Cidade Comentado (Lei n 10. 257 de 10 de julho de 2001)’.”
Comentários:
Considerando o caso hipotético apresentado, elabore um texto identificando qual o
instrumento previsto no Artigo 4 do Estatuto da Cidade que permitirá uma solução que
garanta o direito dos moradores à permanência no referido terreno, sem os riscos de um
processo de especulação imobiliária e gentrificação propiciado pela possível comercialização
dos lotes resultantes do parcelamento para fins divergentes do uso de moradia de interesse
social. O texto deve explicar as possibilidades de utilização deste instrumento e as maneiras
como a aplicação do mesmo poderá garantir o uso da terra aos moradores da ocupação sem
o reconhecimento de posse do terreno.
Resposta:
A solução elaborada pelo candidato, em sua redação textual, deverá identificar as
possibilidades de aplicação do Direito de Superfície que, conforme estabelece o Estatuto da
Cidade (Seção VII, Art. 21 a Art. 24, Capítulo II – Dos Instrumentos da Política Urbana, Estatuto
da Cidade, 2001), corresponde à solução possível para o problema apresentado na questão:
Seção VII – Do Direito de Superfície
...
A justificativa textual do candidato deverá ser condizente com a explicação de Barros, Carvalho
e Montandon (2010, p. 103), apresentada a seguir:
“O direito de superfície foi uma inovação no direito brasileiro trazido pelo Estatuto da Cidade.
Até a promulgação desta lei, no Brasil vigorava a regra segundo a qual tudo que se constrói ou
planta, ou seja, todas as acessões ao solo presumem-se pertencentes ao proprietário do solo.
Com o direito de superfície, cria-se uma separação entre a propriedade do terreno e o direito
de usar a superfície deste terreno. É um instrumento interessante para regularização fundiária
de ocupações de interesse social de imóveis públicos. Por meio do contrato que institui o direito
de superfície, o Poder Público mantém a propriedade do terreno público, mas pode conceder
ao morador o direito de construir sua residência, vendê-la sob certas condições ou transmiti-la
por herança, dando toda a garantia para que ele exerça seu direito de moradia. Mas como
mantém a propriedade do terreno, pode também impedir que este imóvel seja adquirido por
alguém que lhe dê uma destinação diferente daquela para a qual o direito foi instituído
(moradia de população de baixa renda, por exemplo), evitando a expulsão dos moradores por
algum segmento social com maior poder econômico.”
(Barros, Carvalho e Montandon, 2010, p. 103.)
A avaliação deve se dar conforme o maior ou menor aprofundamento do candidato no
assunto, tendo em vista, ainda, sua capacidade de síntese e os demais critérios exigidos pela
ementa referente à questão.
Fontes:
Presidência da República/Casa Civil/Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei N 10257/01 – Estatuto da Cidade. Brasil: 10 de
julho de 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm. Acesso em: 19/01/2017.
BARROS, A. M. F. B.; CARVALHO, C. S.; MONTANDON, D.T. O Estatuto da Cidade Comentado (Lei n 10. 257 de 10 de julho
de 2001). In: CARVALHO, C. S.; ROSSBACH, A. (orgs.). O Estatuto da Cidade: comentado – The City Statue of Brazil: a
commentary. São Paulo: Ministério das Cidades: Aliança das Cidades, 2010. P. 91-118. Disponível em:
http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNPU/Biblioteca/PlanelamentoUrbano/EstatutoComentado_Portugu
es.pdf. Acesso em: 19/01/2017.
Seção VIII
Do direito de preempção
Art. 25. O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para
aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.
§ 1o Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as áreas em que incidirá o direito
de preempção e fixará prazo de vigência, não superior a cinco anos, renovável a partir de
um ano após o decurso do prazo inicial de vigência.
§ 2o O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado na forma
do § 1o, independentemente do número de alienações referentes ao mesmo imóvel.
Art. 26. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público necessitar de
áreas para:
I – regularização fundiária;
II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
III – constituição de reserva fundiária;
IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental;
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico;
IX – (VETADO)
Parágrafo único. A lei municipal prevista no § 1o do art. 25 desta Lei deverá enquadrar
cada área em que incidirá o direito de preempção em uma ou mais das finalidades
enumeradas por este artigo.
Art. 27. O proprietário deverá notificar sua intenção de alienar o imóvel, para que o
Município, no prazo máximo de trinta dias, manifeste por escrito seu interesse em
comprá-lo.
poder público for vender um bem que foi desapropriado, seu antigo proprietário terá
garantido o direito de preferência em adquiri-lo pelo preço pago na desapropriação.
Fundamentação: Arts. 513 a 520 do CC
Fonte: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/74558/que-se-entende-por-direito-de-prelacao-ou-preempcao
Os recursos auferidos com a adoção da outorga onerosa do direito de construir, que vamos ver a
seguir, só poderão ser aplicados nas 8 hipóteses acima que são as finalidades que podem ser dadas
às áreas quando usado o instrumento de direito de preempção.
Seção IX
Da outorga onerosa do direito de construir
Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o direito de construir poderá ser
exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado, mediante
contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área
edificável e a área do terreno.
§ 2o O plano diretor poderá fixar coeficiente de aproveitamento básico único para toda a
zona urbana ou diferenciado para áreas específicas dentro da zona urbana.
§ 3o O plano diretor definirá os limites máximos a serem atingidos pelos coeficientes de
aproveitamento, considerando a proporcionalidade entre a infraestrutura existente e o
aumento de densidade esperado em cada área.
Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais poderá ser permitida alteração de
uso do solo, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.
Art. 30. Lei municipal específica estabelecerá as condições a serem observadas para a
outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso, determinando:
I – a fórmula de cálculo para a cobrança;
II – os casos passíveis de isenção do pagamento da outorga;
III – a contrapartida do beneficiário.
Art. 31. Os recursos auferidos com a adoção da outorga onerosa do direito de construir e
de alteração de uso serão aplicados com as finalidades previstas nos incisos I a IX do art.
26 desta Lei.
Exemplo:
Um município estipula, para determinada zona urbana, os seguintes coeficientes de
aproveitamento:
Coeficiente de aproveitamento mínimo = 0,5
Coeficiente de aproveitamento básico = 1
Coeficiente de aproveitamento máximo = 3
Tendo-se um terreno de 1.000,00 m2, teríamos:
Área mínima edificável para cumprir a função social = 500,00 m2.
Área máxima edificável sem pagamento da outorga onerosa do direito de construir =
1.000,00 m2.
Área máxima edificável com pagamento da outorga onerosa do direito de construir =
3.000,00 m2.
Área edificável computável sobre a qual incidirá a outorga onerosa do direito de construir =
3.000,00 m2 – 1.000,00 m2= 2.000,00 m2.
A outorga onerosa do direito de construir é um instrumento voltado à indução do
desenvolvimento urbano, permitindo, por exemplo, que o Poder Público incentive o
adensamento de determinadas áreas da cidade em detrimento de outras, como forma de
promover o melhor aproveitamento da infraestrutura instalada, além de possibilitar a
recuperação para a coletividade da valorização imobiliária gerada por ações públicas. O
instrumento ainda permite, indiretamente, a arrecadação de recursos pelo governo local.
As diretrizes relacionadas à “justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do
processo de urbanização” e à “recuperação dos investimentos do Poder Público de que
tenha resultado a valorização de imóveis urbanos” (incisos IX e XI do artigo 4), somadas
à separação do direito de construir do direito de propriedade e ao cumprimento da função
social da propriedade, sustentam o argumento da legitimidade de o Poder Público
Seção X
Das operações urbanas consorciadas
Art. 32. Lei municipal específica, baseada no plano diretor, poderá delimitar área para
aplicação de operações consorciadas.
§ 1o Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas
coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação dos proprietários,
moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em
uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização
ambiental.
§ 2o Poderão ser previstas nas operações urbanas consorciadas, entre outras medidas:
pela legislação de uso e ocupação do solo, até o limite fixado pela lei específica que
aprovar a operação urbana consorciada.
Art. 34-A. Nas regiões metropolitanas ou nas aglomerações urbanas instituídas por lei
complementar estadual, poderão ser realizadas operações urbanas consorciadas
interfederativas, aprovadas por leis estaduais específicas. (Incluído pela Lei n 13.089, de 2015)
Parágrafo único. As disposições dos arts. 32 a 34 desta Lei aplicam-se às operações
urbanas consorciadas interfederativas previstas no caput deste artigo, no que
couber. (Incluído pela Lei n 13.089, de 2015)
Seção XI
Da transferência do direito de construir
Art. 35. Lei municipal, baseada no plano diretor, poderá autorizar o proprietário de
imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante
escritura pública, o direito de construir previsto no plano diretor ou em legislação
urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for considerado necessário para
fins de:
I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
II – preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental,
paisagístico, social ou cultural;
III – servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda e habitação de interesse social.
§ 1o A mesma faculdade poderá ser concedida ao proprietário que doar ao Poder Público
seu imóvel, ou parte dele, para os fins previstos nos incisos I a III do caput.
§ 2o A lei municipal referida no caput estabelecerá as condições relativas à aplicação da
transferência do direito de construir.
direito de construir e as demais regras previstas no Plano Diretor, tais como o potencial
construtivo passível de transferência e de recepção por áreas ou zonas da cidade e as
condições a serem obedecidas para preservação do imóvel, uma vez que o proprietário
foi beneficiado pela transferência.
Esse instrumento também pode ser utilizado para implantação de equipamentos
públicos, para regularização fundiária ou para urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda. Nesses casos, a transferência do direito de construir pode
apresentar vantagens em relação à desapropriação.
Fonte: Estatuto da Cidade Comentado – Ministério das Cidades.
Seção XII
Do estudo de impacto de vizinhança
Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do
empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na
área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:
I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;
III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – ventilação e iluminação;
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficarão
disponíveis para consulta, no órgão competente do Poder Público municipal, por qualquer
interessado.
Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio
de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental.
Qualquer atividade desenvolvida na cidade gera impactos ao seu redor, que podem ser
levados em consideração no planejamento urbano por meio de normas urbanísticas
diferenciadas para as diferentes zonas da cidade.
No entanto, algumas atividades interferem na dinâmica urbana de maneira tal que as
normas urbanísticas não são suficientes para orientação do desenvolvimento urbano,
causando impactos (por exemplo, sobrecarga na infraestrutura urbana e nos
equipamentos e serviços públicos) que devem ser objeto de uma avaliação específica.
Para possibilitar que o Poder Público avalie as consequências da instalação de
empreendimento de grande impacto ou ampliação de construções já existentes, foi
instituído o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).
Esse instrumento dá ao Poder Público subsídios para decidir sobre a concessão da licença
para realização do empreendimento. Apresentado o EIV, o município pode conceder a
licença para o empreendimento, negá-la ou ainda condicionar a licença à implementação
de medidas de atenuação ou compensação do impacto. Neste processo, a sociedade deve
ser ouvida e participar da decisão, sendo obrigatório que todos os documentos e estudos
estejam disponíveis para consulta de qualquer interessado.
Cabe ao Município elaborar lei específica identificando as atividades e empreendimentos
sujeitos à apresentação do EIV para concessão de licenças. Como as realidades dos
municípios são muito díspares, somente o poder público local pode identificar o que causa
impacto em seu território.
Fonte: Estatuto da Cidade Comentado – Ministério das Cidades.
CAPÍTULO III
DO PLANO DIRETOR
Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, assegurando o
atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social
e ao desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas as diretrizes previstas no
art. 2o desta Lei.
Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e expansão urbana.
§ 1o O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo
o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as
diretrizes e as prioridades nele contidas.
§ 2o O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo.
§ 3o A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos.
§ 4o No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua implementação,
os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão:
I – a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de
associações representativas dos vários segmentos da comunidade;
A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos!!!
§ 2 O conteúdo do plano diretor deverá ser compatível com as disposições insertas nos
planos de recursos hídricos, formulados consoante a Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997.
(Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
§ 3 Os Municípios adequarão o plano diretor às disposições deste artigo, por ocasião de
sua revisão, observados os prazos legais (Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
§ 4 Os Municípios enquadrados no inciso VI do art. 41 desta Lei e que não tenham plano
diretor aprovado terão o prazo de 5 (cinco) anos para o seu encaminhamento para
aprovação pela Câmara Municipal. (Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
Art. 42-B. Os Municípios que pretendam ampliar o seu perímetro urbano após a data de
publicação desta Lei deverão elaborar projeto específico que contenha, no mínimo:
(Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
I - demarcação do novo perímetro urbano; (Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
II - delimitação dos trechos com restrições à urbanização e dos trechos sujeitos a controle
especial em função de ameaça de desastres naturais; (Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
III - definição de diretrizes específicas e de áreas que serão utilizadas para infraestrutura,
sistema viário, equipamentos e instalações públicas, urbanas e sociais; (Incluído pela Lei
n 12.608, de 2012)
IV - definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a
promover a diversidade de usos e contribuir para a geração de emprego e renda; (Incluído
pela Lei n 12.608, de 2012)
V - a previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação de
zonas especiais de interesse social e de outros instrumentos de política urbana, quando o
uso habitacional for permitido; (Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
VI - definição de diretrizes e instrumentos específicos para proteção ambiental e do
patrimônio histórico e cultural; e (Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
VII - definição de mecanismos para garantir a justa distribuição dos ônus e benefícios
decorrentes do processo de urbanização do território de expansão urbana e a
recuperação para a coletividade da valorização imobiliária resultante da ação do poder
público.
§ 1 O projeto específico de que trata o caput deste artigo deverá ser instituído por lei
municipal e atender às diretrizes do plano diretor, quando houver. (Incluído pela Lei n
12.608, de 2012)
§ 2 Quando o plano diretor contemplar as exigências estabelecidas no caput, o Município
ficará dispensado da elaboração do projeto específico de que trata o caput deste artigo.
(Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
§ 3 A aprovação de projetos de parcelamento do solo no novo perímetro urbano ficará
condicionada à existência do projeto específico e deverá obedecer às suas disposições.
(Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
CAPÍTULO IV
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE
Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre
outros, os seguintes instrumentos:
CAPÍTULO IV
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE
Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre
outros, os seguintes instrumentos:
I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal;
II – debates, audiências e consultas públicas;
III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e
municipal;
IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de
desenvolvimento urbano;
V – (VETADO)
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea
f do inciso III do art. 4o desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas
públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do
orçamento anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara
Municipal.
Art. 45. Os organismos gestores das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas
incluirão obrigatória e significativa participação da população e de associações
representativas dos vários segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle
direto de suas atividades e o pleno exercício da cidadania.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 46. O poder público municipal poderá facultar ao proprietário da área atingida pela
obrigação de que trata o caput do art. 5o desta Lei, ou objeto de regularização fundiária
urbana para fins de regularização fundiária, o estabelecimento de consórcio imobiliário
como forma de viabilização financeira do aproveitamento do imóvel. (Redação dada pela
lei n 13.465, de 2017)
§ 1o Considera-se consórcio imobiliário a forma de viabilização de planos de urbanização,
de regularização fundiária ou de reforma, conservação ou construção de edificação por
meio da qual o proprietário transfere ao poder público municipal seu imóvel e, após a
realização das obras, recebe, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente
urbanizadas ou edificadas, ficando as demais unidades incorporadas ao patrimônio
público. (Redação dada pela lei n 13.465, de 2017)
§ 2o O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será
correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras. (Redação dada pela lei n
13.465, de 2017)
§ 3o A instauração do consórcio imobiliário por proprietários que tenham dado causa à
formação de núcleos urbanos informais, ou por seus sucessores, não os eximirá das
responsabilidades administrativa, civil ou criminal. (incluído pela lei n 13.465, de 2017)
Art. 47. Os tributos sobre imóveis urbanos, assim como as tarifas relativas a serviços
públicos urbanos, serão diferenciados em função do interesse social.
Art. 48. Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social,
desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública com atuação específica
nessa área, os contratos de concessão de direito real de uso de imóveis públicos:
I – terão, para todos os fins de direito, caráter de escritura pública, não se aplicando o
disposto no inciso II do art. 134 do Código Civil;
II – constituirão título de aceitação obrigatória em garantia de contratos de
financiamentos habitacionais.
Art. 49. Os Estados e Municípios terão o prazo de noventa dias, a partir da entrada em
vigor desta Lei, para fixar prazos, por lei, para a expedição de diretrizes de
empreendimentos urbanísticos, aprovação de projetos de parcelamento e de edificação,
realização de vistorias e expedição de termo de verificação e conclusão de obras.
Parágrafo único. Não sendo cumprida a determinação do caput, fica estabelecido o prazo
de sessenta dias para a realização de cada um dos referidos atos administrativos, que
valerá até que os Estados e Municípios disponham em lei de forma diversa.
Art. 50. Os Municípios que estejam enquadrados na obrigação prevista nos incisos I e II
do caput do art. 41 desta Lei e que não tenham plano diretor aprovado na data de
entrada em vigor desta Lei deverão aprová-lo até 30 de junho de 2008. (Redação dada pela
Lei n 11.673, 2008)
Art. 51. Para os efeitos desta Lei, aplicam-se ao Distrito Federal e ao Governador do
Distrito Federal as disposições relativas, respectivamente, a Município e a Prefeito.
Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros agentes públicos envolvidos e da aplicação de
outras sanções cabíveis, o Prefeito incorre em improbidade administrativa, nos termos
da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, quando:
I – (VETADO)
II – deixar de proceder, no prazo de cinco anos, o adequado aproveitamento do imóvel
incorporado ao patrimônio público, conforme o disposto no § 4o do art. 8o desta Lei;
III – utilizar áreas obtidas por meio do direito de preempção em desacordo com o disposto
no art. 26 desta Lei;
IV – aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa do direito de construir e de
alteração de uso em desacordo com o previsto no art. 31 desta Lei;
V – aplicar os recursos auferidos com operações consorciadas em desacordo com o
previsto no § 1o do art. 33 desta Lei;
VI – impedir ou deixar de garantir os requisitos contidos nos incisos I a III do § 4o do art.
40 desta Lei;
VII – deixar de tomar as providências necessárias para garantir a observância do disposto
no § 3o do art. 40 e no art. 50 desta Lei;
VIII – adquirir imóvel objeto de direito de preempção, nos termos dos arts. 25 a 27 desta
Lei, pelo valor da proposta apresentada, se este for, comprovadamente, superior ao de
mercado.
É possível que em alguns casos o proprietário, obrigado pelo Poder Público municipal a
parcelar, edificar ou utilizar seu imóvel, na forma do artigo 5 do Estatuto da Cidade, não
disponha de recursos suficientes. Nessa hipótese, a aplicação do instrumento poderia ser
inviabilizada se demonstrado pelo proprietário sua impossibilidade de cumprir a
determinação do Município. Para dar possibilidade de efetividade aos instrumentos de
parcelamento, edificação ou utilização compulsória e, consequentemente, dar função
social a um imóvel urbano subutilizado, foi instituído o consórcio imobiliário.
Por meio desse instrumento, o Município faculta ao proprietário transferir seu imóvel ao
Poder Público municipal, para que este realize a urbanização ou edificação. Em
contrapartida, após a realização das obras, o antigo proprietário recebe unidades
imobiliárias com valor correspondente ao valor do imóvel quando transferido para o
Município.
A FGV também já cobrou essa outra cartilha: “Estatuto da Cidade para compreender...”:
https://polis.org.br/wp-content/uploads/estatuto_cidade_compreender.pdf
Cito essas fontes nos exercícios comentados, os quais complementam a nossa parte teórica.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1 Esta Lei, denominada Estatuto da Metrópole, estabelece diretrizes gerais para o
planejamento, a gestão e a execução das funções públicas de interesse comum em
regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas instituídas pelos Estados, normas
gerais sobre o plano de desenvolvimento urbano integrado e outros instrumentos de
governança interfederativa, e critérios para o apoio da União a ações que envolvam
governança interfederativa no campo do desenvolvimento urbano, com base nos incisos
XX do art. 21, IX do art. 23 e I do art. 24, no § 3 do art. 25 e no art. 182 da Constituição
Federal.
§ 1 Além das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas, as disposições desta
Lei aplicam-se, no que couber:
I – às microrregiões instituídas pelos Estados com fundamento em funções públicas de
interesse comum com características predominantemente urbanas;
II – (VETADO).
III - às unidades regionais de saneamento básico definidas pela Lei nº 11.445, de 5 de
janeiro de 2007. (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
§ 2 Na aplicação das disposições desta Lei, serão observadas as normas gerais de direito
urbanístico estabelecidas na Lei n 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade).
(Redação dada pela Lei n 13.683, de 2018)
As normas gerais de direito urbanístico são dadas pelo Estatuto da Cidade, e o Estatuto da
Metrópole é voltado, especificamente, para regiões metropolitanas e aglomerações urbanas.
O Estatuto da Metrópole tem como objetivo promover a integração de ações entre os municípios
que formam uma metrópole, em parceria com os governos estadual e federal. Ações acerca de
funções públicas de interesse comum, que sejam inviáveis para um município realizar sozinho ou
que cause impacto em municípios vizinhos. São exemplos: transporte público, saneamento básico,
habitação e destinação final de lixo.
Trago, abaixo, um pequeno guia com os sete principais conceitos relativos ao Estatuto da Metrópole
preparado pelo CAU/BR: ==2d1a8b==
http://www.caubr.gov.br/conheca-os-sete-conceitos-principais-do-estatuto-da-metropole/
II – função pública de interesse comum: política pública ou ação nela inserida cuja
realização por parte de um Município, isoladamente, seja inviável ou cause impacto em
Municípios limítrofes;
III – gestão plena: condição de região metropolitana ou de aglomeração urbana que
possui:
a) formalização e delimitação mediante lei complementar estadual;
b) estrutura de governança interfederativa própria, nos termos do art. 8° desta Lei; e
c) plano de desenvolvimento urbano integrado aprovado mediante lei estadual;
IV – governança interfederativa: compartilhamento de responsabilidades e ações entre
entes da Federação em termos de organização, planejamento e execução de funções
públicas de interesse comum;
V – metrópole: espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua
população e relevância política e socioeconômica, tem influência nacional ou sobre uma
região que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional, conforme
os critérios adotados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;
VI - plano de desenvolvimento urbano integrado: instrumento que estabelece, com base
em processo permanente de planejamento, viabilização econômico-financeira e gestão,
as diretrizes para o desenvolvimento territorial estratégico e os projetos estruturantes da
região metropolitana e aglomeração urbana; (Redação dada pela Lei n 13.683, de 2018)
VII - região metropolitana: unidade regional instituída pelos Estados, mediante lei
complementar, constituída por agrupamento de Municípios limítrofes para integrar a
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum;
(Redação dada pela Lei n 13.683, de 2018)
VIII - área metropolitana: representação da expansão contínua da malha urbana da
metrópole, conurbada pela integração dos sistemas viários, abrangendo, especialmente,
áreas habitacionais, de serviços e industriais com a presença de deslocamentos
pendulares no território; (Incluído pela Lei n 13.683, de 2018)
IX - governança interfederativa das funções públicas de interesse comum:
compartilhamento de responsabilidades e ações entre entes da Federação em termos de
organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum,
mediante a execução de um sistema integrado e articulado de planejamento, de projetos,
de estruturação financeira, de implantação, de operação e de gestão. (Incluído pela Lei n
13.683, de 2018)
Parágrafo único. Cabe ao colegiado da microrregião decidir sobre a adoção do Plano de
Desenvolvimento Urbano ou quaisquer matérias de impacto. (Incluído pela Lei n 13.683,
de 2018)
Não preciso nem falar que, ao menos, esses conceitos devem ser compreendidos.
CAPÍTULO II
DA INSTITUIÇÃO DE REGIÕES METROPOLITANAS E DE AGLOMERAÇÕES URBANAS
Art. 3 Os Estados, mediante lei complementar, poderão instituir regiões metropolitanas
e aglomerações urbanas, constituídas por agrupamento de Municípios limítrofes, para
os municípios integrantes
campos funcionais ou
funções públicas
As Leis Complementares
definirão
a estrutura de governança
interfederativa
CAPÍTULO III
DA GOVERNANÇA INTERFEDERATIVA DE REGIÕES METROPOLITANAS E DE
AGLOMERAÇÕES URBANAS
Art. 6 A governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações
urbanas respeitará os seguintes princípios:
I – prevalência do interesse comum sobre o local;
II - compartilhamento de responsabilidades e de gestão para a promoção do
desenvolvimento urbano integrado; (Redação dada pela Lei n 13.683, de 2018)
III – autonomia dos entes da Federação;
IV – observância das peculiaridades regionais e locais;
V – gestão democrática da cidade, consoante os arts. 43 a 45 da Lei n° 10.257, de 10 de
julho de 2001;
VI – efetividade no uso dos recursos públicos;
VII – busca do desenvolvimento sustentável.
Art. 7 Além das diretrizes gerais estabelecidas no art. 2° da Lei no 10.257, de 10 de julho
de 2001, a governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações
urbanas observará as seguintes diretrizes específicas:
I – implantação de processo permanente e compartilhado de planejamento e de tomada
de decisão quanto ao desenvolvimento urbano e às políticas setoriais afetas às funções
públicas de interesse comum;
II – estabelecimento de meios compartilhados de organização administrativa das funções
públicas de interesse comum;
III – estabelecimento de sistema integrado de alocação de recursos e de prestação de
contas;
Diretrizes Gerais
meios compartilhados de organização administrativa
CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS DE DESENVOLVIMENTO URBANO INTEGRADO
Art. 9 Sem prejuízo da lista apresentada no art. 4 da Lei n° 10.257, de 10 de julho 2001,
no desenvolvimento urbano integrado de regiões metropolitanas e de aglomerações
urbanas serão utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos:
I – plano de desenvolvimento urbano integrado;
II – planos setoriais interfederativos;
III – fundos públicos;
IV – operações urbanas consorciadas interfederativas;
V – zonas para aplicação compartilhada dos instrumentos urbanísticos previstos na Lei n°
10.257, de 10 de julho de 2001;
VI – consórcios públicos, observada a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005;
VII – convênios de cooperação;
VIII – contratos de gestão;
IX – compensação por serviços ambientais ou outros serviços prestados pelo Município à
unidade territorial urbana, conforme o inciso VII do caput do art. 7 desta Lei;
X – parcerias público-privadas interfederativas.
Art. 10. As regiões metropolitanas e as aglomerações urbanas deverão contar com plano
de desenvolvimento urbano integrado, aprovado mediante lei estadual.
§ 1 Respeitadas as disposições do plano previsto no caput deste artigo, poderão ser
formulados planos setoriais interfederativos para políticas públicas direcionadas à região
metropolitana ou à aglomeração urbana.
§ 2 A elaboração do plano previsto no caput deste artigo não exime o Município
integrante da região metropolitana ou aglomeração urbana da formulação do respectivo
plano diretor, nos termos do § 1 do art. 182 da Constituição Federal e da Lei no 10.257,
de 10 de julho de 2001.
§ 3 Nas regiões metropolitanas e nas aglomerações urbanas instituídas mediante lei
complementar estadual, o Município deverá compatibilizar seu plano diretor com o plano
de desenvolvimento urbano integrado da unidade territorial urbana.
§ 4 O plano previsto no caput deste artigo será elaborado de forma conjunta e cooperada
por representantes do Estado, dos Municípios integrantes da unidade regional e da
sociedade civil organizada e será aprovado pela instância colegiada a que se refere o art.
8 desta Lei, antes de seu encaminhamento à apreciação da Assembleia Legislativa.
(Redação dada pela Lei n 13.683, de 2018)
Art. 11. A lei estadual que instituir o plano de desenvolvimento urbano integrado de
região metropolitana ou de aglomeração urbana deverá ser revista, pelo menos, a cada
10 (dez) anos.
Art. 12. O plano de desenvolvimento urbano integrado de região metropolitana ou de
aglomeração urbana deverá considerar o conjunto de Municípios que compõem a
unidade territorial urbana e abranger áreas urbanas e rurais.
§ 1 O plano previsto no caput deste artigo deverá contemplar, no mínimo:
I – as diretrizes para as funções públicas de interesse comum, incluindo projetos
estratégicos e ações prioritárias para investimentos;
macrozoneamento da unidade
territorial urbana
diretrizes quanto à articulação dos Municípios no
parcelamento, uso e ocupação no solo urbano
O Plano de Desenvolvimento
Urbano Integrado de Região diretrizes quanto à articulação intersetorial das políticas
Metropolitana ou de públicas afetas à unidade territorial urbana
Aglomeração Urbana deverá
contemplar, no mínimo: delimitação das áreas com restrições à urbanização visando à
proteção do patrimônio ambiental ou cultural, bem como das áreas
sujeitas a controle especial pelo risco de desastres naturais
sistema de acompanhamento e controle de
suas disposições
diretrizes mínimas para implementação de efetiva
política pública de regularização fundiária urbana
CAPÍTULO V
DA ATUAÇÃO DA UNIÃO
Seção I
Do Apoio da União ao Desenvolvimento Urbano Integrado
Art. 13. Em suas ações inclusas na política nacional de desenvolvimento urbano, a União
apoiará as iniciativas dos Estados e dos Municípios voltadas à governança
interfederativa, observados as diretrizes e os objetivos do plano plurianual, as metas e as
prioridades fixadas pelas leis de diretrizes orçamentárias e o limite das disponibilidades
propiciadas pelas leis orçamentárias anuais.
Art. 14. Para o apoio da União à governança interfederativa em região metropolitana ou
em aglomeração urbana, será exigido que a unidade territorial urbana possua gestão
plena, nos termos do inciso III do caput do art. 2 desta Lei.
§ 1 Além do disposto no caput deste artigo, o apoio da União à governança
interfederativa em região metropolitana impõe a observância do inciso VII do caput do
art. 2 desta Lei.
§ 2 Admite-se o apoio da União para a elaboração e a revisão do plano de
desenvolvimento urbano integrado de que tratam os arts. 10, 11 e 12 desta Lei,
dispensado, na primeira hipótese, o cumprimento da exigência constante da alínea c do
inciso III do art. 2 desta Lei. (Redação dada pela Lei n 13.683, de 2018)
§ 3 Serão estabelecidos em regulamento requisitos adicionais para o apoio da União à
governança interfederativa, bem como para as microrregiões e cidades referidas no § 1
do art. 1 desta Lei e para os consórcios públicos constituídos para atuação em funções
públicas de interesse comum no campo do desenvolvimento urbano.
Art. 15. A região metropolitana instituída mediante lei complementar estadual que não
atenda o disposto no inciso VII do caput do art. 2 desta Lei será enquadrada como
aglomeração urbana para efeito das políticas públicas a cargo do Governo Federal,
Essa lei é a mãe de todas as leis de parcelamento de solo e cai demais nas provas! Vamos lá!
É uma lei Federal, uma norma geral, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem
estabelecer normas complementares de acordo com suas necessidades locais.
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Muito importante essa diferenciação entre loteamento e desmembramento, vocês não podem
esquecer de jeito nenhum.
O parcelamento do solo, que se dá pela subdivisão de gleba em lotes, pode ser feito de 2 maneiras:
Loteamento, com abertura de novas vias de circulação ou modificação das existentes.
Desmembramento, com aproveitamento do sistema viário existente, sem nenhuma
modificação.
Lote é o terreno servido de infraestrutura urbana, além disso, o terreno deve ter as dimensões
mínimas exigidas pela legislação.
A seguir, vamos ver os itens básicos de infraestrutura exigidos para o parcelamento do solo urbano.
GERAL ZHIS
Iluminação pública -
Seção IV
Do Condomínio de Lotes
(Incluído pela Lei n 13.465, de 2017)
Art. 1.358-A. Pode haver, em terrenos, partes designadas de lotes que são propriedade
exclusiva e partes que são propriedade comum dos condôminos. (Incluído pela Lei n 13.465,
de 2017)
§ 1 A fração ideal de cada condômino poderá ser proporcional à área do solo de cada
unidade autônoma, ao respectivo potencial construtivo ou a outros critérios indicados no
ato de instituição. (Incluído pela Lei n 13.465, de 2017)
§ 2 Aplica-se, no que couber, ao condomínio de lotes o disposto sobre condomínio edilício
neste Capítulo, respeitada a legislação urbanística. (Incluído pela Lei n 13.465, de 2017)
§ 3 Para fins de incorporação imobiliária, a implantação de toda a infraestrutura ficará a
cargo do empreendedor. (Incluído pela Lei n 13.465, de 2017)
A lei 13.465/2017 traz duas novas espécies de condomínio, o de lotes e o urbano simples, e uma
nova espécie de loteamento, o de acesso controlado.
Até a Lei 13.465/2017, o Direito Civil só conhecia 2 espécies de condomínio: o geral e o edilício. O
condomínio tradicional ou geral é onde há frações ideais de um mesmo bem. Já no edilício, há
unidades autônomas e frações ideais das partes comuns e do solo, podendo ser vertical ou
horizontal.
Como se vê, até o advento da Lei n 13.465/2017, ao ser realizado o parcelamento do solo, não
poderia haver a criação de áreas de propriedade comum dos proprietários dos lotes, ao contrário
do que sucede quando se tem um condomínio edilício. Lembrando que o condomínio edilício de
casas não cria lotes, mas unidades imobiliárias vinculadas a uma fração ideal do solo e das áreas
comuns.
Com a criação do condomínio de lotes, também fruto de um parcelamento, os lotes são unidades
autônomas de um condomínio de lotes e não há a exigência do art. 22. (Art. 22. Desde a data de
registro do loteamento, passam a integrar o domínio do Município as vias e praças, os espaços livres
e as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e
do memorial descritivo.)
Porém, na prática, os “loteamentos fechados” estavam se proliferando, mesmo sabendo-se que, no
momento do registro do loteamento no Cartório de Imóveis, imediatamente são transferidas para
a propriedade do Município todas as áreas destinadas ao uso público, como as praças, as ruas etc.
Já o loteamento de acesso controlado, é um loteamento tradicional, com os lotes resultando em
imóveis autônomos (e não como unidades condominiais), mas com a possibilidade de serem
instaladas portarias nas ruas com o objetivo de controlar (não proibir) o acesso de veículos e de
pessoas. Esse tipo de restrição de controle depende de ato administrativo do Município.
De acordo com Carlos Eduardo Elias de Oliveira, temos 3 espécies de
loteamento:(https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/478658357/novidades-da-lei-n-13465-2017-o-
condominio-de-lotes-o-condominio-urbano-simples-e-o-loteamento-de-acesso-controlado)
a) Loteamento tradicional: aquele em que os lotes são imóveis autônomos (art. 2, § 7, Lei n
6.766/79).
b) Loteamento de acesso controlado: é o loteamento tradicional com a autorização municipal
para que os representantes dos proprietários (geralmente uma associação) controlem o acesso de
pessoas e de veículos mediante a sua identificação e o seu cadastramento, vedado, porém, bloquear-
lhes o trânsito se estiverem identificados (art. 2, § 8, Lei n 6.766/79).
c) Loteamento condominial: aquele em que os lotes constituem unidades autônomas de um
condomínio de lotes (art. 2, § 7, Lei n 6.766/79).
A Lei 13.465/2017 também criou o Condomínio Urbano Simples, que não foi incluído no Código
Civil, e que poderá ser instituído em 2 situações, conforme Carlos Eduardo Elias de Oliveira:
1. quando o terreno contiver várias edificações, como sucede com a vulga “casa dos fundos”.
2. quando o terreno contiver uma edificação na qual haja mais de um cômodo com acesso
autônomo.
Assim, cada construção constituirá uma unidade imobiliária autônoma.
Interessante o comentário do Consultor Legislativo do Senado Federal, Carlos Eduardo, quando ele
externa a sua crítica ao nome dado a esse tipo de condomínio, dizendo que seria melhor chamá-lo
de “condomínio edilício simples”, já que é um condomínio edilício com simplificações legais.
A Lei 14.118/2021, que incluiu o artigo acima, foi a que instituiu o Programa Casa Verde e Amarela.
Art. 3o Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas
urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano
diretor ou aprovadas por lei municipal. (Redação dada pela Lei n 9.785, de 1999)
Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo:
I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para
assegurar o escoamento das águas;
Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que
sejam previamente saneados;
III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se
atendidas exigências específicas das autoridades competentes;
IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições
sanitárias suportáveis, até a sua correção.
CAPÍTULO II
Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento
Atentar para o § 5, pois foi incluído em 2019 e traz uma exceção à exigência de faixa não edificável
ao longo das faixas de domínio público das rodovias para edificações existentes até a data de sua
inclusão.
CAPÍTULO III
Do Projeto de Loteamento
A etapa descrita nesse parágrafo, não é necessária para municípios que tenham menos de 50.000
habitantes e que possuam essas diretrizes em seu Plano Diretor.
Caso o município não se enquadre nessas condições, terá que requerer à prefeitura as seguintes
diretrizes:
Para uso do solo;
Traçado dos lotes;
Sistema viário;
Espaços livres;
Áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário;
A planta a ser anexada ao requerimento deve conter:
As divisas da gleba;
Curvas de níveis;
Localização dos cursos d’água, bosques e construções existentes;
Arruamentos contíguos, localização de vias de comunicação, áreas livres, equipamentos
urbanos e comunitários existentes no local e nas proximidades;
Uso predominante pretendido;
Características, dimensões e localização das zonas de uso contíguas.
Art. 7. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas
plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes de
planejamento estadual e municipal:
Subdivisão das quadras em lotes, com dimensões e Indicação das vias existentes e dos loteamentos
numeração próximos
Memorial descritivo
CAPÍTULO IV
Do Projeto de Desmembramento
destinação da área pública tenha sido inferior à mínima prevista no § 1 do art. 4 desta
Lei.
CAPÍTULO V
Da Aprovação do Projeto de Loteamento e Desmembramento
Art. 12. O projeto de loteamento e desmembramento deverá ser aprovado pela Prefeitura
Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, a quem compete também a fixação
das diretrizes a que aludem os arts. 6 e 7 desta Lei, salvo a exceção prevista no artigo
seguinte.
§ 1o O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de
execução, sob pena de caducidade da aprovação. (Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
§ 2o Nos Municípios inseridos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis
à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos
geológicos ou hidrológicos correlatos, a aprovação do projeto de que trata o caput ficará
vinculada ao atendimento dos requisitos constantes da carta geotécnica de aptidão à
urbanização. (Incluído pela Lei n 12.608, de 2012) (Vigência)
§ 3o É vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento em áreas de
risco definidas como não edificáveis, no plano diretor ou em legislação dele
derivada. (Incluído pela Lei n 12.608, de 2012)
Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e
desmembramentos nas seguintes condições: (Redação dada pela Lei n 9.785, de 1999)
I - quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos
mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim
definidas por legislação estadual ou federal;
Il - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do
município, ou que pertença a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou em
aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal;
III - quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m².
Parágrafo único - No caso de loteamento ou desmembramento localizado em área de
município integrante de região metropolitana, o exame e a anuência prévia à aprovação
do projeto caberão à autoridade metropolitana.
Art. 14. Os Estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial, previstas no
inciso I do artigo anterior.
Art. 15. Os Estados estabelecerão, por decreto, as normas a que deverão submeter-se os
projetos de loteamento e desmembramento nas áreas previstas no art. 13, observadas
as disposições desta Lei.
Parágrafo único - Na regulamentação das normas previstas neste artigo, o Estado
procurará atender às exigências urbanísticas do planejamento municipal.
Art. 16. A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parcelamento
apresentado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas ou
recusadas. (Redação dada pela Lei n 9.785, de 1999)
CAPÍTULO VI
Do Registro do Loteamento e Desmembramento
O novo inciso V traz como novidade uma prorrogação do prazo por mais 4 anos.
Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se
manifestem no prazo de 5 cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo. Com tais
manifestações o processo será enviado ao juiz competente para decisão.
§ 2 - Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidirá de plano ou
após instrução sumária, devendo remeter ao interessado as vias ordinárias caso a
matéria exija maior indagação.
§ 3 - Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado e num dos
jornais de circulação diária. Nos demais municípios, a publicação se fará apenas num dos
jornais locais, se houver, ou, não havendo, em jornal da região.
§ 4 - O Oficial do Registro de Imóveis que efetuar o registro em desacordo com as
exigências desta Lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os emolumentos
regimentais fixados para o registro, na época em que for aplicada a penalidade pelo juiz
corregedor do cartório, sem prejuízo das sanções penais e administrativas cabíveis.
§ 5 - Registrado o loteamento, o Oficial de Registro comunicará, por certidão, o seu
registro à Prefeitura.
Art. 20. O registro do loteamento será feito, por extrato, no livro próprio.
Parágrafo único - No Registro de Imóveis far-se-á o registro do loteamento, com uma
indicação para cada lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e praças e as
áreas destinadas a espaços livres ou a equipamentos urbanos.
Art. 21. Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária,
o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a
maior parte da área loteada. Procedido o registro nessa circunscrição, o interessado
requererá, sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma das demais,
comprovando perante cada qual o registro efetuado na anterior, até que o loteamento
seja registrado em todas. Denegado registro em qualquer das circunscrições, essa decisão
será comunicada, pelo Oficial do Registro de Imóveis, às demais para efeito de
cancelamento dos registros feitos, salvo se ocorrer a hipótese prevista no § 4 deste artigo.
§ 1 Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição.
§ 2 - É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes
circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados
com infração a esta norma.
§ 3 - Enquanto não procedidos todos os registros de que trata este artigo, considerar-se-
á o loteamento como não registrado para os efeitos desta Lei.
§ 4 - O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição não determinará
o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do indeferimento naquela
não se estender à área situada sob a competência desta, e desde que o interessado
requeira a manutenção do registro obtido, submetido o remanescente do loteamento a
uma aprovação prévia perante a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o
caso.
Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do
Município as vias e praças, os espaços livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e
outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo.
Os próximos capítulos, VII Dos Contratos, VIII Disposições Gerais, IX Disposições Penais e X
Disposições Finais, não costumam ser cobrados em prova, logo, não os colocarei aqui. Para quem
quiser dar uma lida rápida, é só acessar o link que inseri no começo desse tópico.
Bom, vamos ficando por aqui na parte teórica, os exercícios comentados complementam a matéria.
7 – RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
Comentários
Lei nº 10.257/01: (Casa Civil, 2001)
Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do
empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas
proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:
I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;
III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
Gabarito: alternativa B
Comentários
Questão retirada do livro “A Imagem da Cidade” (Lynch, 2011), o qual a FGV gosta de cobrar, vale a
pena ler a resenha abaixo toda.
Kevin Lynch é um dos grandes autores do Urbanismo, responsável por uma das obras mais
famosas e mais influentes: A Imagem da Cidade. Nela, ele destaca a maneira como
percebemos a cidade e as suas partes constituintes, baseado em um extenso estudo em
três cidades norte-americanas, no qual pessoas eram questionadas sobre sua percepção
da cidade, como estruturavam a imagem que tinham dela e como se localizavam.
(...)
Conceitos principais
Gabarito: alternativa D
Comentários
O conceito de Desenho Urbano trazido no enunciado foi retirado do livro “Introdução ao Desenho
Urbano” de Vicente del Rio: (Rio, 1990)
“campo disciplinar que trata da dimensão físico-ambiental da cidade, enquanto sistemas físico-
espaciais e sistemas de atividades que interagem com a população através de suas vivências,
percepções e ações cotidianas” (del Rio, 1990: 54).
Seguindo com o livro, vamos analisar as alternativas.
I. Correta.
Portanto, como vemos, o Desenho Urbano deve ser encarado corno urna atividade de
planejamento cujos objetivos se reportam à qualidade físico-ambiental das cidades. Em
(...)
Claro está que, como afirmamos anteriormente, o Desenho Urbano é PROCESSO e, ele
mesmo, faz parte de um processo maior, o do Planejamento. Por sua meta principal
ser a promoção de qualidade físico-ambiental da cidade e dos espaços como fontes de
prazer e liberdade, o Desenho Urbano não pode deixar de ser, como aliás todas as
atitudes humanas, uma manifestação política . Por isto, todo o processo de Desenho
Urbano prevê, em diversos momentos e sob diversas maneiras, a participação
comunitária. A "conformação de espaços para o uso social" traz necessariamente um
compromisso ideológico pois lida com imagens futuras da sociedade (SAMPAIO 1986:
40). A forma é uma expressão política.
II. Incorreta. Como dito pelo autor, no comentário da questão anterior, não há corno
identificar um momento exato para a inserção da preocupação pelo Desenho Urbano,
além do que, o livro traz uma crítica aos paradigmas e preceitos dos Congressos de
Arquitetura Moderna. Logo na apresentação, David Gosling diz que “Este livro
reconhece a crise na Arquitetura Moderna e o criticismo geral que o planejamento
urbano tem atraído não apenas da mídia como do público em geral. Enfatizar a
importância da participação comunitária no processo de planejamento nunca será
demais e o autor mostra as diferenças entre as abordagens acadêmica e pragmática
nesta questão.”
Abaixo, trago alguns trechos do livro:
funcionais. A crítica a este último aspecto era a própria ironia do destino. uma vez que
era a funcionalidade um dos preceitos do Modernismo.
Quanto à Arquitetura, as críticas principais reportavam ao chamado lnternational
Style. um submovimento do Modernismo. e à própria postura ideológica e conceitual
dos arquitetos, cujos protestos ignoravam as condições específicas do contexto onde se
inseriam, fosse em termos físico-ambientais ou sócio-culturais. Esta corrente levaria às
últimas consequências o conceito da "máquina de morar" de Le Corbusier e, com o aval
do capital especulativo imobiliário, que via nela imensas economias, faria surgir a
mesma tipologia seja em Nova Iorque, Londres, Tóquio ou São Paulo. Suas fachadas
em " curtain wall" (cortinas de vidro), seus pilotis, sua ocupação em centro de terrenos,
suas grandes alturas, seu despojamento e formas simples, sua economia de
acabamento, eram os valores universais teorizados e vendidos (fig. 25).
(...)
Na verdade, é uma distorção pensarmos em onde deve dar-se o "fim do Planejamento
Urbano e o começo do Desenho Urbano", como muitos buscam saber. O processo de
planejamento, ao ser permeado sempre pela dimensão do desenho, embute um
processo constante de idas e vindas do conteúdo para o continente, do produto para o
fato criador. Não existe um momento exato para "começar a pensar em Desenho
Urbano", esta preocupação deve estar sempre presente na administração das cidades.
gerando uma inter-relação dinâmica e constante entre planos e projetos (entre o geral
e o particular), entre conteúdo e continente (entre dentro e fora), entre a formulação e
a implantação (entre início e fim). Desta maneira, estar-se-ia evitando um dos
equívocos relativos à ordenação de nossas cidades, já mencionado anteriormente
quando relatamos a problemática das cinco questões ambientais básicas dos anos 60
que fomentaram o aparecimento do Desenho Urbano enquanto campo de
conhecimentos específicos.
III. Correta.
O Desenho Urbano concentra-se, então, em algumas temáticas de desenvolvimento
disciplinar, as quais podemos identificar como sendo:
- técnicas e instrumentos de controle do desenvolvimento do meio ambiente
construído;
- interpretação de valores e necessidades comportamentais individuais e de grupo;
. identificação de qualidades físico-espaciais;
- desenvolvimento de técnicas operacionais do ambiente ur-bano;
- resolução de problemas interdisciplinares;
- desenvolvimento de meios de implementação.
Portanto, além da pesquisa fundamental em campos disciplinares diferentes, aplicados
ao ambiente urbano, às percepções, ao comportamento e aos valores da população, é
Gabarito: alternativa B
Além disso, o art. 4.º da mesma Lei define os requisitos mínimos para projetos de loteamento,
dentre eles:
“Art. 4.º Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:
I as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e
comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade
de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em
que se situem”.
Gabarito: CERTA
A ocupação de imóvel urbano com área total de até 250 m2 por cinco anos ininterruptos, sem
que tenha havido contestações, dará ao ocupante o direito à usucapião desse imóvel, ainda
que ele seja proprietário de outro imóvel urbano.
Comentários
Vamos ao Estatuto da Cidade:
Seção V
Da usucapião especial de imóvel urbano
Art. 9º Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
(Lei Federal, 2001)
Gabarito: ERRADA
Situação hipotética: Um terreno urbano com cerca de 300 m² é ocupado, há seis anos
consecutivos, por uma dezena de famílias de baixa renda, para sua moradia. No terreno,
contudo, não é possível identificar as áreas ocupadas por cada família. Assertiva: Nessa
condição, o terreno poderá ser usucapiado coletivamente.
Comentários
Correta! Bem interessante essa questão, traz uma situação hipotética com condições acima das
exigidas pelo Estatuto da Cidade.
Vamos, de novo, ao nosso querido Estatuto da Cidade:
Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida
pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são
suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro
imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017)
Gabarito: CERTA
Gabarito: CERTA
(A) City Marketing: Soluções para a produção e composição da forma urbana, e sua
sobreposição com a infraestrutura dos elementos estruturantes da cidade, nos seus aspectos
físicos e humanos.
(B) Gentrification: Adaptação das cidades ao contexto global, com a articulação de projetos
urbanos pontuais, localizados de forma que os seus efeitos transcendam as áreas de
intervenções, tanto no que diz respeito aos aspectos socioeconômicos, como físico-espaciais.
(C) Strategic Planning: Revitalização dos corações centrais e históricos das cidades, com a
consequente expulsão das populações mais carentes, resultando na revalorização imobiliária
desses espaços.
(D) Urban Design: Conjunto de intervenções e medidas, coordenadas pelo poder público
municipal, com a finalidade de transformação de áreas urbanas contando com a participação
dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados.
(E) Brownfields: Áreas com instalações industriais e comerciais abandonadas, ociosas ou
subutilizadas com passivo ambiental, onde a revitalização será possível após a remediação de
solo.
Comentários
(A) Incorreta. City Marketing: ou marketing territorial.
No mundo globalizado o desafio que se coloca para as grandes cidades é atrair pessoas
e capitais para impulsionar o seu crescimento. Neste contexto, a competição entre as
cidades é cada dia maior e as técnicas utilizadas no mundo dos negócios, incluindo
marketing, tendem a impregnar a esfera do planejamento e gestão das cidades. O
marketing territorial é usado frequentemente como uma alavanca para criação de novos
espaços de consumo onde a organização de grandes eventos, como as olimpíadas ou
copa do mundo, corroboram com a atratividade das cidades. Pautado pelo planejamento
estratégico, o marketing territorial tem apoiado projetos para impulsionar a economia
urbana de metrópoles em países desenvolvidos desde os anos de 1990. Atualmente,
também está presente nas políticas urbanas de grandes cidades de países emergentes.
(Lima, 2017)
Instrumento de planejamento, composto de uma série de estratégias, táticas e operações
multidisciplinares que servem para ampliar a imagem positiva da cidade.
http://www.abeoc.org.br/2014/01/entrevista-a-vez-do-%E2%80%9Ccity-marketin g%E2%80%9D/
que devem ser executadas para se atingir a cidade melhorada, mas tais ações não devem
ser aplicadas indiscriminadamente; pelo contrário, devem atender à realidade de cada
território específico. É então que entra em cena, mais uma vez, o ato de planejar.
A venda da cidade passa então a fazer parte do novo planejamento urbano, o marketing
urbano é uma ramificação do planejamento estratégico que visa a associação de ações
para a promoção das cidades, tornando-a atrativa e competitiva.
A fim de resumir toda a informação conquistada na teoria sobre o planejamento urbano
estratégico e para sintetizar suas características mais recorrentes a ficha analítica a
seguir foi desenvolvida. (Tabela 8)
(Lima, 2017)
É a arte de fazer lugares para as pessoas, ou a arte de planejar layouts urbanos pegando
como ponto de partida as necessidades das pessoas. O princípio do Urban Design é a
interação entre ambiente e usuário (Environment x Human) e envolve projetos como
(E) Correta.
Nos Estados Unidos, esses espaços, identificados como brownfields, são definidos como
áreas que tiveram um uso anterior e que, atualmente, se encontram ociosas.
Apresentam-se, principalmente, na forma de antigas propriedades industriais (terrenos
e/ ou instalações) que encerraram suas atividades e, já há alguns anos se encontram
deterioradas, abandonadas ou subutilizadas, e cuja refuncionalização se torna difícil
devido à contaminação real ou percebida. No entanto, apresentam um potencial para
reuso o que deveria ser observado.
A recuperação dessas áreas teve início através de uma Política Pública, adotada pelo
governo americano na década de 80, devido à aprovação da Lei de Responsabilidade,
Compensação e Resposta Ambiental Compreensiva (CERCLA), melhor conhecido como
Superfund, sob responsabilidade da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos
– U.S. EPA
(BARTSCH; COLLATON, 1997).
De forma geral, o termo brownfields, traduzido no seu sentido literal como “campos
marrom/escuros”, só começou a ser difundido no início dos anos 90, e a bibliografia
existente sobre o assunto é relativamente pequena e ainda não disponível em português.
Mas o uso desse termo está intimamente relacionado ao solo contaminado e às
estratégias para enfrentar o problema.
Conferências realizadas nos Estados Unidos, desde 1993, ressaltam os sérios impactos
que os brownfields podem causar nas comunidades onde se localizam e a necessidade de
reuso dessas áreas (SHEAHAN; COLEY, 2002).
(...)
Em relação aos brownfields, tornam-se necessárias propostas de intervenção visando
planos de recuperação ambiental para possibilitar novos usos. Porém, esse processo é
mais complicado do que a reutilização de outras áreas em geral, porque, nesses locais,
estão envolvidos fatores comunitários, econômicos, legais e ambientais.
(...)
Dessa forma, a recuperação ambiental e a implantação de parques e áreas verdes tal
como está previsto ou fazer outro uso adequado desses espaços, poderá garantir
refuncionalização desses brownfields através da reabilitação do passivo ambiental
decorrente da utilização de tais áreas.
(LEITE & CORTEZ)
O Planejamento Estratégico e o City Marketing são instrumentos que visam resultados
otimizados, utilizados na competição entre cidades que, segundo VAINER (2000:99)
“autoriza a transposição do modelo estratégico do mundo das empresas para o universo
urbano, como é ela que autoriza a venda das cidades, o emprego do marketing urbano”.
Mas, faz-se necessário uma outra análise, pois, não se tratar de uma competição entre
países, regiões ou cidades e sim de uma competição entre os grupos empresariais, cada
um buscando uma localização que lhe seja mais vantajosa no que diz respeito à
disponibilização de serviços e incentivos fiscais.
A cidade, enfim, não deve permitir que o “espaço objeto e sujeito de negócios” se
imponha sobre o “espaço do encontro e do confronto de cidadãos” (VAINER, 2000:101),
afinal, esta é a finalidade única de ser e de existir da cidade.
(Pinto, 2001)
Gabarito: alternativa E
Comentários
Art. 25. O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para aquisição de
imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.
Gabarito: alternativa C
Comentários
Vamos lá! Questão mais de interpretação e matemática.
Vamos calcular, primeiro, a taxa de ocupação das edificações nos terrenos:
Ambos os terrenos medem 20 x 30 metros, ou seja, possuem 600 m².
A construção A possui 300 m² (16 x 18,75 m), logo, ocupa 50% do terreno.
A construção B também 300 m² (16 x 18,75 m), logo, ocupa também, 50% do terreno. Note que os
quatro últimos pavimentos têm área de 150 m² e são centralizados. Logo, não afetam a área de
projeção da edificação no terreno.
Conclusão: T.O. de A = T.O. de B.
Com isso, só nos restam as alternativas (B) e (E).
Agora, vamos calcular o coeficiente de aproveitamento:
A área edificada da construção A é: 4 x 300, logo, 1200 m²
Coeficiente de aproveitamento= Área edificada/área do terreno
C.A.= 1200/600= 2
A área edificada da construção B é: (2 x 300) + (4 x 150), logo, também, 1200 m²
Coeficiente de aproveitamento= Área edificada/área do terreno
C.A.= 1200/600= 2
Conclusão: C.A. de A = C.A. de B.
Gabarito: alternativa E
(A) somente I;
(B) somente II;
(C) somente III;
(D) somente II e III;
(E) I, II e III.
Comentários
A morfologia urbana é o estudo da forma do meio urbano nas suas partes físicas exteriores, ou
elementos morfológicos, e na sua produção e transformação no tempo.
O estudo da morfologia urbana ocupa-se da divisão do meio urbano em partes e da articulação
destes entre si com o conjunto que definem. Sendo necessária a identificação e clarificação dos
elementos morfológicos, quer em ordem à leitura ou análise do espaço, quer em ordem à sua
concepção ou produção.
J. Lamas escreve que a primeira leitura da cidade será sempre ao nível “físico-espacial e
morfológico”, pois, só esta pode mostrar a singularidade de cada espaço e de cada forma, e ainda
“explicar as características de cada parte da cidade”. A esta primeira leitura, juntam-se diversos
conteúdos históricos, econômicos, sociais e outros. Lamas ainda afirma que todos os instrumentos
de leitura leem o mesmo objeto: o espaço físico, a forma urbana.
Posto isso, vamos analisar as afirmativas:
I. Incorreta. O estudo morfológico estuda a forma urbana. Lamas afirma que “um estudo
morfológico não se ocupa do processo de urbanização, quer dizer, do conjunto de fenômenos
sociais, econômicos e outros, motores da urbanização”.
II. Correta. Conforme José Lamas: “a morfologia urbana é a disciplina que estuda o objeto – a
forma urbana – nas suas características exteriores, físicas, e na sua evolução no tempo”.
III. Incorreta. Os elementos morfológicos são articulados entre si.
Gabarito: alternativa B
Comentários
Analisando as alternativas:
I. Incorreta. O conjunto de intervenções e medidas são coordenadas pelo Poder Público
Municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e
investidores privados.
II. Incorreta. As normas edilícias também podem ser alteradas.
III. Correta.
Vamos ao:
Seção X
Das operações urbanas consorciadas
Art. 32. Lei municipal específica, baseada no plano diretor, poderá delimitar área para aplicação de operações
consorciadas.
§1o Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder
Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores
privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e
a valorização ambiental.
§2o Poderão ser previstas nas operações urbanas consorciadas, entre outras medidas:
I – a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como
alterações das normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente;
II – a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente.
III - a concessão de incentivos a operações urbanas que utilizam tecnologias visando a redução de impactos
ambientais, e que comprovem a utilização, nas construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias que
reduzam os impactos ambientais e economizem recursos naturais, especificadas as modalidades de design e de
obras a serem contempladas. (Incluído pela Lei n 12.836, de 2013)
Art. 33. Da lei específica que aprovar a operação urbana consorciada constará o plano de operação urbana
consorciada, contendo, no mínimo:
III – programa de atendimento econômico e social para a população diretamente afetada pela operação;
Gabarito: alternativa C
Comentários
(A) com mais de 20 mil habitantes.
(B) componentes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas.
(C) inserida na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto
ambiental de âmbito regional ou nacional.
(D) integrantes de áreas de especial interesse turístico.
(E) correta.
Vamos ao Estatuto da Cidade
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no §4o do art. 182 da
Constituição Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de
âmbito regional ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos. (Incluído pela Lei n 12.608, de
2012)
Gabarito: alternativa E
Gabarito: alternativa A
A correta correlação dos itens da coluna da esquerda com sua respectiva descrição na coluna
da direita ocorre em:
(A) 1a; 2d; 3b; 4c
(B) 1d; 2a; 3b; 4c
(C) 1b; 2a; 3d; 4c
(D) 1d; 2b; 3a; 4c
(E) 1b; 2d; 3a; 4c
Comentários
1. Taxa de ocupação: é a relação entre a área de projeção horizontal da edificação ou
edificações e a área do lote.
2. Coeficiente de Aproveitamento Máximo: é a relação entre a área construída computável
máxima permitida no lote e a área total do terreno.
3. Coeficiente de Aproveitamento Básico: é a relação entre a área construída computável
gratuita, inerente ao lote, e a área total do terreno.
4. Outorga Onerosa do Direito de Construir: é o exercício do direito de construir acima do
permitido pela aplicação do coeficiente de aproveitamento básico, mediante contrapartida
a ser prestada pelo beneficiário.
Quero aproveitar e trazer a NBR6505 de 10/1994 que trata sobre Índices urbanísticos: (ABNT, 1994)
Gabarito: alternativa E
Gabarito: alternativa C
Comentários
A discussão das densidades urbanas ideais é uma discussão antiga.
Frank Lloyd Wright densidades baixas 10 hab./há
Le Corbusier densidades altas 3.000 hab./ha.
Atualmente existe uma revalorização de densidades populacionais altas por parte dos
pesquisadores urbanos.
No desenho urbano de uma cidade compacta, busca-se a proximidade entre habitação, empregos,
serviços, comércio e lazer, o que contribui para o uso eficiente do espaço com qualidade de vida.
Jane Jacobs (2000) considera as baixas densidades do modelo do subúrbio americano como o
principal fator do declínio das cidades dos Estados Unidos. Segundo ela, baixas densidades reduzem
a diversidade de usos das áreas urbanas, tornando-as mais desertas e acentuando problemas como
criminalidade e vandalismo.
http://www.fau.usp.br/docentes/depprojeto/e_nobre/AUP573/aula4.pdf
(SILVA, 2011)
Comentários
Os críticos do movimento moderno atribuem, entre outras, as seguintes características ao mesmo:
Comentários
Não podemos esquecer essa ordem:
1. Notificação do Poder Executivo para parcelar, edificar ou utilizar o seu imóvel.
2. Aplicação de IPTU progressivo no tempo.
3. Desapropriação do imóvel com pagamento em títulos da dívida pública.
Vamos à Constituição Federal de 88
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1 O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana.
§ 2 A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Gabarito: alternativa D
Comentários
Sustentabilidade através do Projeto Urbano Sustentável é uma grande tendência mundial e um bom
tema para ser cobrado em provas.
A banca se baseou no livro “Pequeno Manual do Projeto Sustentável” de Françoise-Hélène Jourda
do qual trago trechos abaixo:
(Jourda, 2013)
Gabarito: alternativa D
Comentários
Estatuto da Cidade
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4o do art. 182 da
Constituição Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de
âmbito regional ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos. (Incluído pela Lei n 12.608, de
2012)
Gabarito: alternativa D
Comentários
(...)
Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urbano, o rito processual a ser observado é o sumário.
Gabarito: alternativa E
Comentários
I. Correta.
II. Incorreta. Pode ser transferido a terceiros.
III. Correta.
IV. Correta!
De novo! Estatuto da Cidade!
Do direito de superfície
Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por
tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de
registro de imóveis.
§ 1 O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo
ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística.
Comentários
Interpretação e matemática!
Atenção, grifem o que é pedido no enunciado: as áreas máximas de ocupação e construção da
ampliação!
Vamos aos cálculos
Primeiramente, vamos calcular a área do terreno, o qual é um trapézio, logo, vamos utilizar a
seguinte fórmula: B + b / 2 * h.
40 + 30 / 2 * 30 = 1.050
Área máxima de ocupação permitida: área do terreno x T.O.
1.050 * 0,5 = 525
Área máxima de construção permitida: área do terreno x C.A.
1.050 * 1 = 1.050
Como já temos uma área de projeção existente de 300 m², podemos projetar, no máximo, uma área
de projeção de 225 m² de ampliação.
O mesmo raciocínio para a área máxima de construção da ampliação. Sabendo-se que já temos 600
m² construídos, podemos projetar mais 450 m².
Gabarito: alternativa C
A Lei n 6.766/79, em seu Art. 2 do Capítulo I – das Disposições Preliminares, define as maneiras
como poderá ser feito o parcelamento do solo urbano. Uma destas modalidades de
parcelamento refere-se à “subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com
aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias
e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes”.
A qual tipo de subdivisão se refere a descrição apresentada anteriormente?
A) Desdobro.
B) Loteamento.
C) Remembramento.
D) Desmembramento.
Comentários
Lembrem-se sempre, com aproveitamento do sistema viário existente é desmembramento.
Vamos à Lei n 6.766/79 (Brasil, 1979)
§ 2- considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com
aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros
públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.
Gabarito: alternativa D
da densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a
zona em que se situem.
Comentários
(A) Essa afirmativa foi copiada e alterada para ficar errada antes da nova redação dada pela Lei
14.285/2021. Porém, continua errada, a reserva de faixa não edificável é de 15 m, podendo
ser flexibilizada ao longo de rodovias e de águas correntes e dormentes.
(B) Correta!
(C) Os lotes terão área mínima de 125.00 m2 e frente mínima de 5.00 m.
(D) As áreas citadas serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou
aprovada por lei municipal. A lei não fala nessa porcentagem de 60%.
Vamos à Lei n 6.766/79, Capítulo II, art. 4
A) III – ao longo das faixas de domínio público das rodovias, a reserva de faixa não edificável de, no mínimo, 15
(quinze) metros de cada lado poderá ser reduzida por lei municipal ou distrital que aprovar o instrumento do
planejamento territorial, até o limite mínimo de 5 (cinco) metros de cada lado. (Redação dada pela Lei nº
13.913, de 2019)
III-A - ao longo da faixa de domínio das ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não edificável de,
no mínimo, 15 (quinze) metros de cada lado; (Redação dada Lei nº 14.285, de 2021)
III-B - ao longo das águas correntes e dormentes, as áreas de faixas não edificáveis deverão respeitar a lei
municipal ou distrital que aprovar o instrumento de planejamento territorial e que definir e regulamentar a
largura das faixas marginais de cursos d´água naturais em área urbana consolidada, nos termos da Lei nº
12.651, de 25 de maio de 2012, com obrigatoriedade de reserva de uma faixa não edificável para cada trecho
de margem, indicada em diagnóstico socioambiental elaborado pelo Município; (Incluído pela Lei nº 14.285,
de 2021)
B) IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e
harmonizar-se com a topografia local.
§ 2 - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares.
C) II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco)
metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos
habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes;
D) I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem
como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor
ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. (Redação dada pela Lei n 9.785, de 1999)
Gabarito: alternativa B
Considerando a definição legal das ZEIS, conforme a Secretaria Nacional de Habitação, junto
ao Ministério das Cidades (2009), é correto afirmar que:
A) As ZEIS devem ser criadas por lei, seja o Plano Diretor ou outra lei municipal, e são zonas
urbanas destinadas ao incremento do uso industrial dentro do perímetro urbano do município
que devem possuir, portanto, infraestrutura e serviços urbanos previamente implantados e
consolidados.
B) Como as ZEIS se destinam predominantemente à moradia de população de baixa renda, sua
legislação se aplica exclusivamente às áreas previamente ocupadas por assentamentos
populares e deve restringir a articulação entre os instrumentos de indução do
desenvolvimento urbano, de modo a evitar o estímulo à especulação imobiliária nestas áreas.
C) As regras específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo, específicas às ZEIS, devem
viabilizar a regularização fundiária dos assentamentos precários existentes e consolidáveis,
assim como facilitar a produção de moradias de interesse social, mediante padrões
urbanísticos e edilícios mais populares, sempre com a garantia de condições de moradia digna.
D) As regras referentes às ZEIS se aplicam apenas aos terrenos públicos e, portanto, devem ser
criadas por lei de hierarquia inferior às leis que instituem o zoneamento ou disciplina de uso
do solo do município devendo, ainda, garantir o mínimo de interferência sobre as
possibilidades de aproveitamento do solo urbano e o mínimo de impacto sobre as diversas
áreas da cidade.
Comentários
A) As ZEIS são zonas urbanas destinadas ao uso habitacional.
B) As ZEIS são áreas destinadas predominantemente à moradia de população de baixa renda,
independentemente de já estarem ocupadas por assentos populares ou de serem áreas
vazias e subutilizadas.
C) Correta!
D) As regras são aplicadas tanto à terrenos públicos como particulares e devem ser criadas por
lei de igual hierarquia das leis de zoneamento e uso do solo urbano.
Vamos ao Guia para delimitação e regulamentação de Zonas Especiais de Interesse Social
(Ministério das Cidades – SNH):
http://planodiretor.mprs.mp.br/arquivos/vazios.pdf
particulares, as ZEIS devem ser criadas por lei de igual hierarquia das leis que instituem o
zoneamento ou disciplina de uso do solo do município. - São áreas destinadas
predominantemente à moradia de população de baixa renda, independentemente de
tratar-se de áreas previamente ocupadas por assentamentos populares ou de áreas
vazias e subutilizadas. Para atender a essa destinação, nas áreas vazias, a legislação da
ZEIS deve prever a aplicação articulada dos instrumentos de indução do desenvolvimento
urbano e cumprimento da função social da propriedade.
• São áreas sujeitas a regras específicas de parcelamento, uso e ocupação do
solo. Por um lado, tais regras devem viabilizar a regularização fundiária dos
assentamentos precários existentes e consolidáveis. Por outro lado, devem facilitar a
produção de moradias de interesse social, mediante padrões urbanísticos e edilícios mais
populares, sempre com o cuidado de garantir condições de moradia digna.
Considerando essas características das ZEIS, vemos que elas podem ser classificadas em
dois tipos básicos:
• ZEIS de áreas ocupadas por assentamentos precários.
• ZEIS de áreas vazias ou subutilizadas, com destinação predominante para a
produção de HIS.
Gabarito: alternativa C
Comentários
A) Errada. A limitação do direito de propriedade privada da terra é benéfica a uma cidade justa.
A Constituição Federal em seu art. 5, inciso XXII, garante o direito de propriedade, porém, eu
seu inciso XXIII, diz que a propriedade atenderá a sua função social. Já em seu art. 182, § 2
diz que a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
B) Errada. A remoção da população de baixa renda para áreas distantes e muitas vezes sem
transporte e infraestrutura adequada não condiz com uma política urbana justa e igualitária.
C) Correta.
D) Incorreta, é uma solução ineficaz, pois, não se aproveita a infraestrutura já pronta do Centro,
além de ocasionar um problema de transporte, já que os trabalhadores ficarão longe de seus
trabalhos. Além disso, a política de planejamento urbano do município, através dos
instrumentos previstos no Plano Diretor, deve inibir a especulação imobiliária.
A questão foi retirada do “Estatuto da Cidade Comentado”, muito cobrado em provas.
Seguem alguns trechos: (Ministério das Cidades, 2010)
(...)
(...)
Gabarito: alternativa C
Comentários
Vamos calcular, primeiro, a área do terreno: 1.250,00 m2 (25 x 50)
Se o coeficiente de aproveitamento é igual a 2, temos que multiplicar a área do terreno por 2 para
acharmos a área total construída máxima a qual podemos utilizar nesse lote.
1.250,00 m2 x 2 = 2.500,00 m2
Com esse cálculo, já poderíamos marcar a alternativa D, porém, vamos continuar a análise da
questão.
Se a taxa de ocupação é de 25%, a nossa edificação só poderá ocupar uma área de 312,50 m2 da
área do terreno. (1.250,00 x 0,25%= 312,50 m2)
Ora, se podemos construir 2.500,00 m2 em planos horizontais de 312,50 m2, quantos pavimentos
precisaremos?
2.500,00 ÷ 312,50 = 8 pavimentos.
Vamos a alguns conceitos
Área construída: consiste na soma das áreas de todos os pavimentos de uma edificação.
Taxa de ocupação: é a relação entre a área de projeção horizontal da edificação e a área total
do lote.
Coeficiente de aproveitamento: é a relação entre a área total construída e a área total do
lote.
Gabarito: alternativa D
Comentários
A) Os benefícios devem ser distribuídos, mas, não centralizados.
B) Correta!
C) De forma a evitar, não é pessoal?
D) As áreas urbanas e rurais devem se integrar e complementar.
Gabarito: alternativa B
Comentários
Apesar da resposta dessa questão estar contida em uma Lei Complementar de Sabará, podemos
responder essa questão.
As afirmativas I e II estão corretas, a definição do perímetro urbano e do parcelamento, ocupação
e uso do solo são necessárias para a organização do território municipal.
Já a III está incorreta, as diretrizes orçamentárias que devem incorporar as diretrizes do plano
diretor.
IV - Correta, o sistema viário está intimamente ligado com a organização do território.
Gabarito: alternativa B
Comentários
Todos os itens fazem parte do art. 2 do estatuto da Cidade, o qual traz as diretrizes gerais para a
política urbana.
Vamos à Lei 10.257/2001
CAPÍTULO I
DIRETRIZES GERAIS
Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado
o previsto nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem
pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e
do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao
saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer,
para as presentes e futuras gerações;
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades
econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do
crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e
necessidades da população e às características locais;
VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em
relação à infraestrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como
pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou
não utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas;
g) a poluição e a degradação ambiental;
h) a exposição da população a riscos de desastres. (Incluído dada pela Lei nº
12.608, de 2012)
VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os
limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de
influência;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o
estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a
situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
Gabarito: alternativa A
Comentários
Vamos lembrar do nosso organograma?
diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for considerado necessário para
fins de:
I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
II – preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou
cultural;
III – servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa
renda e habitação de interesse social.
§ 1o A mesma faculdade poderá ser concedida ao proprietário que doar ao Poder Público seu imóvel, ou parte
dele, para os fins previstos nos incisos I a III do caput.
§ 2o A lei municipal referida no caput estabelecerá as condições relativas à aplicação da transferência do direito
de construir.
Gabarito: alternativa B
Comentários
Gabarito: alternativa A
Comentários
A NBR 9284, cancelada em 2015, define equipamento urbano como: “todos os bens públicos e
privados, de utilidade pública, destinados à prestação de serviços necessários ao funcionamento da
cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados.”
A alternativa A traz 2 exemplos de mobiliário urbano.
Vamos ao Decreto 7.341/2010
Art. 2o Para fins deste Decreto, consideram-se:
§ 1o Consideram-se equipamentos públicos urbanos as instalações e espaços de infraestrutura urbana
destinados aos serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de águas pluviais,
disposição e tratamento dos resíduos sólidos, transporte público, energia elétrica, rede telefônica, gás
canalizado e congêneres.
§ 2o Consideram-se equipamentos públicos comunitários as instalações e espaços de infraestrutura urbana
destinados aos serviços públicos de educação, saúde, cultura, assistência social, esportes, lazer, segurança
pública, abastecimento, serviços funerários e congêneres.
Gabarito: alternativa A
Comentários
Primeiramente, vamos ver o significado das outras siglas:
DEAP – Departamento de Administração Prisional
SPOAR – Society for Protecting Ophiofauna & Animal Rights, não sei se queriam dizer SPOA,
Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração.
SEMOB – Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana
SNAPU - Secretaria Nacional de Acessibilidade e Programas Urbanos
A resposta é a alternativa D, a SNAPU, Secretaria Nacional de Acessibilidade e Programas Urbanos.
O Ministério das Cidades é composto por uma Secretaria Executiva e quatro secretarias nacionais
finalísticas que tratam dos principais problemas sociais que afetam as populações urbanas:
habitação, urbanização, saneamento ambiental, regularização fundiária, acessibilidade, gestão de
riscos e transporte e mobilidade urbana. Sua estrutura regimental foi aprovada por meio do Decreto
n. 4.665, de 3 de abril de 2003.
A Secretaria Nacional de Habitação – SNH é responsável por acompanhar e avaliar, além de formular
e propor, os instrumentos para a implementação da Política Nacional de Habitação, em articulação
com as demais políticas públicas e instituições voltadas ao desenvolvimento urbano, com o objetivo
de promover a universalização do acesso à moradia.
A Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – SNSA é o órgão coordenador da execução da
Política Federal de Saneamento Básico e gestora dos principais recursos destinados ao saneamento,
sendo responsável por formular e implementar políticas setoriais de saneamento ambiental além
de promover, em articulação com as demais esferas de governo, com o setor privado e organizações
Gabarito: alternativa D
Comentários
É o Estatuto da Cidade que traz as diretrizes gerais para a política urbana em prol do
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, servindo de base para que
os municípios executem suas políticas de desenvolvimento urbano.
Vamos ao site do Ministério das Cidades
http://www.cidades.gov.br/desenvolvimento-urbano
Gabarito: alternativa D
II. Desenvolver e coordenar ações que incluam apoio técnico aos entes federados e aos setores
produtivos.
III. Promover mecanismos de participação e controle social nos programas habitacionais.
IV. Coordenar e apoiar as atividades referentes à área de habitação no Conselho das Cidades.
Estão corretas as afirmativas:
A) I, II, III e IV.
B) I e III, apenas.
C) II e III, apenas.
D) II e IV, apenas.
Comentários
Todas as alternativas estão corretas.
Vamos ao site do Ministério das Cidades
http://www.cidades.gov.br/habitacao-cidades
Gabarito: alternativa A
por população de baixa renda, onde não haja oposição do proprietário do imóvel.” Assinale a
alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
A) limítrofe / privado
B) urbanística / social
C) territorial / público
D) revogada / socioeconômico
Comentários
“A demarcação urbanística é o procedimento administrativo pelo qual o poder público
demarca imóvel de domínio público ou privado, definindo seus limites, área, localização
e confrontantes, com a finalidade de identificar seus ocupantes e qualificar a natureza e
o tempo das respectivas posses. O instrumento é aplicado exclusivamente na
regularização fundiária de interesse social e é voltado para intervenção em áreas
consolidadas, ocupadas por população de baixa renda, onde não haja oposição do
proprietário do imóvel.”
Vamos à Lei 13.465/2017 (Presidência da República, 2017)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13465.htm
Art. 11. Para fins desta Lei, consideram-se:
IV - demarcação urbanística: procedimento destinado a identificar os imóveis públicos e privados abrangidos
pelo núcleo urbano informal e a obter a anuência dos respectivos titulares de direitos inscritos na matrícula dos
imóveis ocupados, culminando com averbação na matrícula destes imóveis da viabilidade da regularização
fundiária, a ser promovida a critério do Município;
Seção II
Da Demarcação Urbanística
Art. 19. O poder público poderá utilizar o procedimento de demarcação urbanística, com base no levantamento
da situação da área a ser regularizada e na caracterização do núcleo urbano informal a ser regularizado.
§ 1 O auto de demarcação urbanística deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - planta e memorial descritivo da área a ser regularizada, nos quais constem suas medidas perimetrais, área
total, confrontantes, coordenadas georreferenciadas dos vértices definidores de seus limites, números das
matrículas ou transcrições atingidas, indicação dos proprietários identificados e ocorrência de situações de
domínio privado com proprietários não identificados em razão de descrições imprecisas dos registros
anteriores;
II - planta de sobreposição do imóvel demarcado com a situação da área constante do registro de imóveis.
§ 2 O auto de demarcação urbanística poderá abranger uma parte ou a totalidade de um ou mais imóveis
inseridos em uma ou mais das seguintes situações:
I - domínio privado com proprietários não identificados, em razão de descrições imprecisas dos registros
anteriores;
II - domínio privado objeto do devido registro no registro de imóveis competente, ainda que de proprietários
distintos; ou
III - domínio público.
§ 3 Os procedimentos da demarcação urbanística não constituem condição para o processamento e a
efetivação da Reurb.
Art. 20. O poder público notificará os titulares de domínio e os confrontantes da área demarcada, pessoalmente
ou por via postal, com aviso de recebimento, no endereço que constar da matrícula ou da transcrição, para que
estes, querendo, apresentem impugnação à demarcação urbanística, no prazo comum de trinta dias.
Gabarito: alternativa B
Comentários
Todas as alternativas estão corretas!
Mesmo sem conhecermos a Constituição do Estado do Espírito Santo, temos condições de acertar
a questão se houvermos internalizado o “espírito” da política de desenvolvimento urbano.
Vamos à Constituição Federal/88
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes
gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir
o bem-estar de seus habitantes.
Gabarito: alternativa A
Comentários
Trata-se do Plano Diretor Municipal. O Plano Diretor é o instrumento básico para orientar a política
de desenvolvimento e de ordenação da expansão urbana do município. O Estatuto da Cidade delega
ao Plano Diretor a função de definir as condições a que a propriedade deve conformar-se, para que
cumpra sua função social.
Vamos ao Plano Diretor Municipal de Venda Nova do Imigrante
Gabarito: alternativa B
Comentários
Todas as afirmativas estão corretas.
Vamos à Medida provisória 2.220/2001
CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Art. 10. Fica criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano - CNDU, órgão deliberativo e
consultivo, integrante da estrutura da Presidência da República, com as seguintes competências:
I - propor diretrizes, instrumentos, normas e prioridades da política nacional de desenvolvimento urbano;
II - acompanhar e avaliar a implementação da política nacional de desenvolvimento urbano, em especial
as políticas de habitação, de saneamento básico e de transportes urbanos, e recomendar as providências
necessárias ao cumprimento de seus objetivos;
III - propor a edição de normas gerais de direito urbanístico e manifestar-se sobre propostas de alteração
da legislação pertinente ao desenvolvimento urbano;
IV - emitir orientações e recomendações sobre a aplicação da Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e dos
demais atos normativos relacionados ao desenvolvimento urbano;
V - promover a cooperação entre os governos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
e a sociedade civil na formulação e execução da política nacional de desenvolvimento urbano; e
VI - elaborar o regimento interno.
Gabarito: alternativa A
C) II e IV, apenas.
D) III e IV, apenas.
E) I, II e III, apenas.
Comentários
Todas as alternativas estão corretas.
Vou aproveitar essa questão para tratar um pouquinho sobre traçado urbano.
O traçado urbano é componente importante nos custos de implantação de loteamentos, logo, é
importante estudarmos a configuração das malhas. Além do que, para um projeto de um Eco bairro
é importante considerar fatores de sustentabilidade ambiental, tais quais:
Melhor adequação à topografia
Melhor drenagem natural
Menor erosão do solo
Melhor distribuição de vias de circulação verde: pedestres, ciclovias, transportes coletivos,
elétricos, etc.
No livro “Parcelamento Do Solo Urbano e suas Diversas Formas” de Adailson Pinheiro Mesquita, há
um texto complementar intitulado “Configuração espacial dos loteamentos” de Costa, 2007, o qual
traz as definições trazidas nas afirmativas.
Vamos ao texto complementar “Configuração espacial dos loteamentos, Costa 2007:
Gabarito: alternativa A
Comentários
I. Errada. Com mais de 20.000 habitantes.
II. Errada. Integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas.
III. Correta.
IV. Correta.
V. Correta.
VI. Correta.
Vamos ao Estatuto da Cidade
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4° do art. 182 da
Constituição Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de
âmbito regional ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos. (Incluído pela Lei n 12.608, de
2012)
Gabarito: alternativa E
Comentários
Coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área total construída e a área total do lote.
Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais poderá ser permitida alteração de uso do solo, mediante
contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.
Gabarito: alternativa D
Comentários
Lembrem-se, equipamentos urbanos estão ligados à prestação de serviços necessários ao
funcionamento da cidade.
Segundo a norma brasileira NBR 9284 (cancelada), é um termo que designa todos os bens públicos
ou privados, de utilidade pública, destinados à prestação de serviços necessários ao funcionamento
da cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados.
Vamos à Lei 6.766:
CAPÍTULO II
Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento
Art. 4. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:
I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem
como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor
ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. (Redação dada pela Lei n 9.785, de 1999)
(...)
§ 2 - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares.
Parágrafo único - Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de
esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado.
Gabarito: alternativa D
“De acordo com alguns autores, a primeira medida a ser tomada para o traçado urbano deve
começar pela concepção de avenidas, ruas e caminhos para pedestres, com intuito de tornar
acessíveis as diferentes partes do espaço a serem organizadas. Avenidas, ruas ou caminhos
deverão ter seu desenho a partir das condicionantes da topografia do local, das características
dos usuários e das funções que as vias assumirão dentro do contexto urbano. O projeto
adequado do traçado ______________ é um dos fatores essenciais para o desempenho do
__________________ do solo urbano. Para isto deve-se buscar o máximo conhecimento das
características da área a ser parcelada e do local onde estará inserida a nova
________________.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a
afirmativa anterior.
A) viário / uso / cidade
B) urbano / parcelamento / urbanização
C) linear / aproveitamento / aglomeração
D) retilíneo / desdobramento / edificação
E) reticulado / desenvolvimento / comunidade
Comentários
Mascaró, 1994, nos traz esse conceito. (Mascaró, 2005)
O projeto adequado do traçado urbano é um dos fatores essenciais para o desempenho do
parcelamento do solo urbano. Para isto deve-se buscar o máximo conhecimento das características
da área a ser parcelada e do local onde estará inserida a nova urbanização.”
Vamos ao livro “Loteamentos Urbanos”, Juan Luís Mascaro:
Gabarito: alternativa B
Comentários
Em o Livro Parcelamento do Solo Urbano e suas Diversas Formas de Adailson Pinheiro Mesquita, o
autor cita a metodologia para a produção de loteamentos urbanos sustentáveis de Souza (2007), a
qual possui 11 etapas para o procedimento de planejamento que são as 11 lacunas que deveremos
preencher com V ou F.
V–
V–
F – Reduzir limites de movimentação de terra.
F – Observar as características naturais para depois utilizá-las.
V–
F – Minimizar a impermeabilidade.
V–
V–
V–
F – Comparar hidrologia do pré e pós-desenvolvimento.
V-
Vamos ao livro “Parcelamento do Solo Urbano e suas Diversas Formas” de Adailson Pinheiro
Mesquita: (Mesquita, 2008)
Gabarito: alternativa B
Comentários
I. Código de posturas - Estabelece critérios para usos diversos dos espaços urbanos e
estabelece normas para convivência urbana de forma harmônica.
II. Lei do perímetro urbano - Delimita as áreas urbanas e de expansão urbana do município.
III. Código de edificações - Estabelece normas a serem seguidas nas construções urbanas.
IV. Lei do sistema viário - Hierarquiza e dimensiona as vias públicas, bem como a sua definição
para novos parcelamentos.
V. Lei de uso e ocupação do solo - Estabelece os usos permitidos para as diversas zonas e
coeficientes para utilização de áreas, entre outros critérios.
Gabarito: alternativa C
Comentários
Gabarito: alternativa A
C) F, V, F, V, F.
D) F, F, V, F, V.
E) V, F, F, V, F.
Comentários
V
V
F – Fica esperto! Pegadinha: Promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e melhoria das condições
habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e
dos demais espaços de uso público ou privado.
V
V
Vamos ao Estatuto da Cidade
Art. 3° Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana:
I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico;
II – legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em
relação à política urbana, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional;
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento básico, das
calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais espaços de uso público; (Redação dada pela
Lei n 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico, transporte e
mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público; (Redação dada pela Lei n
13.146, de 2015) (Vigência)
V – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social.
Gabarito: alternativa A
Comentários
Todas corretas!
Vamos ao Livro Parcelamento do Solo Urbano e suas Diversas Formas de Adailson Pinheiro
Mesquita:
Gabarito: alternativa C
Comentários
Os Municípios são os principais executores da política urbana.
Vamos à Constituição Federal/88
Art. 30. Compete aos Municípios:
I legislar sobre assuntos de interesse local;
II suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
VIII promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora
federal e estadual.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes
gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir
o bem-estar de seus habitantes.
Gabarito: alternativa B
Comentários
“As transformações estruturais da sociedade, ocorridas durante os anos 1945 e 1980,
possuem uma intrínseca ligação com o crescimento das cidades contemporâneas e esse
processo deu-se em virtude da implementação e do desenvolvimento de projetos técnico-
científicos, que conduziram ao aumento das taxas de urbanização em face da
industrialização dos grandes centros urbanos.” Assinale a alternativa que completa
correta e sequencialmente a afirmativa anterior.”
Vamos ao Livro Parcelamento do Solo Urbano e suas Diversas Formas de Adailson Pinheiro
Mesquita:
Gabarito: alternativa C
Comentários
Pessoal, apesar de essas afirmativas terem sido retiradas de textos de legislação específica do
Município de Cascavel, trouxe essa questão, pois, temos que entender conceitos, não decorar
frases.
Aproveito para, no meu comentário, trazer algumas outras definições.
(V) Definição dada pelo Corpo de Bombeiros do Paraná na NPT 003 – Terminologia de Segurança
contra Incêndio.
(V) De acordo com a NBR 9050/2015: rota de fuga é o trajeto contínuo, devidamente protegido,
constituído por portas, corredores, antecâmaras, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas,
rampas ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em
caso de sinistro de qualquer ponto da edificação, até atingir uma área segura.
(F) As portas das rotas de saída devem abrir no sentido contrário ao do trânsito de saída, deixando
todo o vão livre no caso de emergências.
(V) Definição dada pelo Plano Diretor de Cascavel.
(V) De acordo com a NBR 9050/2015: mobiliário urbano é o conjunto de objetos existentes nas vias
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização ou de edificação,
de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses
elementos, como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo
às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
outros de natureza análoga.
(F) As áreas citadas são não edificáveis.
Vamos ao Plano Diretor de Cascavel
XXXVIII - IMÓVEL URBANO NÃO EDIFICADO: imóvel cujo coeficiente de aproveitamento seja igual a zero, desde
que seja juridicamente possível a edificação, pelo menos para uso habitacional.
XLVIII - MOBILIÁRIO URBANO: São elementos aparentes no espaço urbanos tais como: painéis, cartazes,
elementos de sinalização urbana, elementos aparentes da infraestrutura urbana, cabinas telefônicas, caixas de
correio, lixeiras, abrigos de pontos de ônibus, bancos, bancas de revista, etc.
IX - ÁREA EDIFICÁVEL: é a área obtida a partir da área total do imóvel contida na matrícula subtraindo-se área
de servidão, faixas de drenagem, áreas de preservação permanente, áreas de reservas florestais e áreas de
vias.
Gabarito: alternativa B
Comentários
O próprio nome, Princípio da Contiguidade, nos remete ao contrário de ruptura e mudanças
bruscas.
A única alternativa que faz sentido é a C.
Fonte: Ruptura e Contiguidade, a cidade na incerteza, Sérgio Ferraz Magalhães. (Magalhães, 2005)
Gabarito: alternativa C
Comentários
Os arquitetos críticos do movimento moderno, questionam a relação estabelecida pela equação “a
forma segue a função” e prezam pela aproximação da arquitetura e a realidade cotidiana.
“Os projetistas do Novo Urbanismo, cujo estilo lhes conferiu também o dístico de
Neotradicionalismo, ou Urbanismo Sustentável, estão a favor de comunidades mais
pequenas e densas que os subúrbios tradicionais, com limites definidos e onde exista uma
adequada mescla de funções que incorporem espaços de recreação, comerciais,
institucionais e de serviço, em estreita vinculação com residências de vários tipos. Estas
habitações seriam acessíveis a diversos grupos socioeconômicos, e seriam apropriadas
de maneira em que propiciem a diversidade também em termos de idade, sexo, raça, etc.
As viagens para fora da vizinhança são minimizadas, reduzindo a dependência do carro e
“Como é conhecido de todos, a Carta de Atenas propõe quatro funções básicas na cidade:
habitação, trabalho, recreação e circulação. Assim, a Carta em si mesma se organiza sob
estas premissas, expondo observações e proposições para cada um. A organização da
cidade na prática moderna é tratada também desta maneira discreta, separando nela
cada uma das funções identificadas. Mesmo que a Carta de Atenas sinceramente
pretendesse incrementar a qualidade de vida e o nível de segurança nas cidades, foi
amplamente demonstrado em diferentes exemplos urbanos em todo o mundo, que este
modelo fracassou. Baseados nestas experiências muitas vezes tristes e inclusive
dramáticas, e em sua comparação com estilos de vida que têm surgido em comunidades
urbanas neotradicionais, a Carta do Novo Urbanismo enfatiza a necessidade de
diversidade social, mescla de atividades e tipos de circulação, acessibilidade pedestre,
participação democrática e respeito à expressão da cultura local.”
“Estas são, quem sabe, as comparações mais evidentes entre a Carta de Atenas e a do
Novo Urbanismo. As diferenças poderiam analisar-se em diferentes planos, desde o mais
geral até aspectos muito específicos. Entre as mais destacadas estão: o caráter mais
universal da Carta de Atenas versus o caráter nacional da presente no Novo Urbanismo;
a crença otimista na arquitetura e o urbanismo como fontes de mudança da Carta de
Atenas versus uma visão mais realista do papel do projeto urbano dentro da
complexidade de fatores que influenciam o destino das cidades que defende o Novo
Urbanismo; o postulado da arquitetura moderna como o modelo para resgatar e
reordenar as cidades e propiciar saúde e felicidade ao indivíduo e à coletividade da Carta
de Atenas versus determinações mais gerais de projeto que transcendem estilos e
enfatizam a criação de unidades dentro de uma hierarquia urbana (região, vizinhança,
distrito, corredor, quadra, rua, edifício), de maneira a promover a apropriada mescla de
funções e pessoas, acrescentar a vida pública e fazer uso mais racional dos recursos.”
Fonte: http://salvador2012.blogspot.com.br/2012/08/a-carta-de-atenas-e-o-novo-urbanismo.html
Gabarito: alternativa D
Comentários
Em primeiro lugar, o que é morfologia urbana?
Morfologia urbana é o estudo da forma do meio urbano nas suas partes físicas exteriores e na sua
produção e transformação no tempo.
O estudo da morfologia urbana ocupa-se da divisão do meio urbano em partes (elementos
morfológicos) e a articulação destes entre si.
São elementos morfológicos:
Solo – o pavimento: É a partir do território existente e da sua topografia que se desenha ou constrói a
cidade. O pavimento é um elemento de grande importância no espaço urbano, contudo de uma grande
fragilidade e sujeito a inúmeras mudanças.
Os edifícios – o elemento mínimo: É através dos edifícios que se constitui o espaço urbano e se
organizam os diferentes espaços identificáveis e com “forma própria”: a rua, a praça, o beco, a
avenida, etc. Os edifícios agrupam-se em diferentes tipos, decorrentes da sua função e forma. Esta
interdependência é um dos campos mais sólidos em que se colocam as relações entre cidade e
arquitetura.
O lote – a parcela fundiária: O edifício não pode ser desligado do lote ou da superfície do solo que
ocupa, este é a gênese e fundamento do edificado. A forma do lote é condicionante da forma do edifício
e consequentemente, da forma da cidade.
O quarteirão: O quarteirão é um contínuo de edifícios agrupados entre si em anel, ou sistema fechado
e separado dos demais, é o espaço delimitado pelo cruzamento de três ou mais vias e subdivisível em
lotes para construção de edifícios. O quarteirão agrega e organiza os outros elementos da estrutura
urbana: o lote e o edifício, o traçado e a rua, e as relações que estabelecem com os espaços públicos,
semipúblicos e privados.
A fachada – o plano marginal: A relação do edifício com o espaço urbano processa-se pela fachada.
São as fachadas que exprimem as características distributivas, o tipo de edificado, as características e
linguagem arquitetônica, um conjunto de elementos que irão moldar a imagem da cidade.
O logradouro: O logradouro constitui o espaço privado do lote não ocupado por construção, as
traseiras, o espaço privado separado do espaço público pelo contínuo edificado. É através da utilização
do desenho do logradouro que se faz parcialmente a evolução das formas urbanas do quarteirão até
ao bloco construído.
O traçado da rua: Assenta num suporte geográfico preexistente, regula a disposição dos edifícios e
quarteirões, liga os vários espaços e partes da cidade, e confunde-se com o gesto criador. O traçado
estabelece a relação mais direta de assentamento entre a cidade e o território. É o traçado que define
o plano, intervindo na organização da forma urbana a diferentes dimensões.
A praça: A praça é um elemento morfológico das cidades ocidentais e distingue-se de outros espaços,
que são resultado acidental de alargamento ou confluência de traçados. A praça pressupõe a vontade
e o desenho de uma forma e de um programa. É um elemento morfológico identificável na forma da
cidade e utilizável no desenho urbano na concepção arquitetônica.
O monumento: O monumento é um facto urbano singular, elemento morfológico individualizado pela
sua presença, configuração e posicionamento na cidade e pelo seu significado. O monumento
desempenha um papel essencial no desenho urbano, caracteriza a área ou bairro e torna-se pólo
estruturante da cidade.
A árvore e a vegetação: Caracterizam a imagem da cidade, têm individualidade própria,
desempenham funções precisas: são elementos de composição e do desenho urbano, servem para
organizar, definir e conter espaços.
O mobiliário urbano: Situa-se na dimensão setorial, na escala da rua, não podendo ser considerado de
ordem secundária, dado as suas implicações na forma e equipamento da cidade. É também de grande
importância para o desenho da cidade e a sua organização, para a qualidade do espaço e comodidade.
Fonte: Morfologia Urbana e Desenho da Cidade, José Lamas.
Mapa conceitual dos principais elementos da Morfologia Urbana, segundo Lamas (1993)
Fonte: http://urbanidades.arq.br/2010/07/lamas-morfologia-urbana/
Conclui-se, então, que o lote-parcela fundiária é a gênese do edificado. A palavra gênese está
relacionada com origem e remete à ideia de que a edificação nasce a partir do lote.
Gabarito: alternativa B
Comentários
A afirmativa III está incorreta, pois, há uma exceção, quando houver deliberação favorável à divisão
por, no mínimo, 2/3 dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição
do condomínio.
As afirmativas I e II estão corretas.
Vamos à Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade)
Seção V
Da usucapião especial de imóvel urbano
Art. 9 Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida
pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são
suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro
imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei n 13.465, de 2017)
§ 1 O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu
antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.
§ 4 O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável
tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à
constituição do condomínio.
§ 5 As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos
condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes.
Gabarito: alternativa D
Comentários
Mais conceitos trazidos por José Lamas. (Lamas, 1993)
(F) A tipologia edificada determina a forma urbana, e a forma urbana é condicionadora da tipologia
edificada, numa relação dialética.
(V) O traçado é um dos elementos mais claramente identificáveis tanto na forma de uma cidade
como no gesto de a projetar. Assenta num suporte geográfico preexistente, regula a disposição dos
edifícios e quarteirões, liga os vários espaços e partes da cidade, e confunde-se com o gesto criador.
(V) A praça pressupõe a vontade e o desenho de uma forma e de um programa.
Gabarito: alternativa B
Comentários
Com a chegada do século XIX, algumas cidades começam a passar por transformações decorrentes
do processo de industrialização.
A população do campo migra para as cidades em busca de novas oportunidades de emprego
ocasionando um boom populacional.
As cidades, em contrapartida, passam por uma série de intervenções a fim de se adequarem, há
destruição de partes antigas e espaços públicos, criação de novas ruas e avenidas.
Há falta de moradia, problemas de higiene, aumento dos índices de doença e criminalidade,
aumento do número de pessoas pobres.
As praças perdem sua função de ponto central da vida urbana, como espaços de uso múltiplo e
popular.
As cidades deixam de ter um centro referencial, iniciando-se uma dispersão e fragmentação,
circunscrevendo grandes grupos a determinados locais confinados.
Segundo José M. Ressano Garcia Lamas (Lamas, 2014, p. 206), na segunda metade do século XIX, “a
fuga dos males da cidade industrial” associada às possibilidades oferecidas pelos transportes e a
disponibilidade de espaço vão fomentar o crescimento do subúrbio londrino, de baixas densidades
e grandes extensões territoriais, modificando os modelos espaciais e urbanísticos até então
vigentes.
“A rua passa a ser mero percurso. A praça deixa de ser um espaço reservado ao encontro,
à vida social e, pela falta de utilização, transforma-se num simples largo. O quarteirão é
abandonado, enquanto a baixa densidade e a casa unifamiliar se revelam sem força para
constituir verdadeiro “espaço urbano”.
[...] A característica cuidada do espaço coletivo é substituída pela qualificação do espaço privado.”
Uma visão sobre o subúrbio carioca:
XIX essa massa proletária foi sistemática e gradualmente retirada do centro. Um dos
maiores choques que a massa pobre tem no Brasil colonial é a corrida higienista –
principalmente no Rio de Janeiro – a partir de 1850, em que o argumento das epidemias
(que eram reais) fez com que os pobres fossem expulsos do centro, se alojando em locais
ainda mais insalubres, atendendo, assim, aos interesses econômicos e políticos do
momento (Abreu, 1996, p. 163-170).
Gabarito: alternativa E
Comentários
Todas as alternativas certas.
Gabarito: alternativa E
Comentários
Questão anulada pela banca, pois, todos os itens citados fazem parte da infraestrutura básica para
os parcelamentos.
GERAL ZHIS
Iluminação pública -
Comentários
Se a atividade causa alteração para a vizinhança, ela causa um impacto na vizinhança.
Na realidade, qualquer atividade gera impactos ao seu redor, e esses impactos podem ser positivos
ou negativos. Mas, para determinadas atividades e/ou empreendimentos, é necessária uma
avaliação específica e dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).
Art. 36. Lei municipal definirá os empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana que
dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou
autorizações de construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.
Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou
atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades, incluindo a análise,
no mínimo, das seguintes questões:
I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;
III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – ventilação e iluminação;
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
Gabarito: alternativa C
Comentários
I. Correta!
Gabarito: alternativa A
(C) 2000.
(D) 2500.
(E) 3000.
Comentários
Se 40% da localidade residencial referida no enunciado estão destinados a áreas públicas, 60% estão
destinados às residências.
A densidade líquida é calculada em cima desses 60%, logo, temos 6.000 m2, onde temos 500
habitantes para cada 1.000 m2.
500 x 6= 3.000 habitantes
500 → 1.000
𝑥 → 6.000
𝑥 = 3.000
Vamos aos conceitos
Densidade bruta e densidade líquida: a densidade bruta de uma zona ou assentamento expressa o
número total de pessoas que nela residem dividido pela área total do mesmo. A densidade líquida
expressa o número total de pessoas que residem na zona ou assentamento em questão, dividido pela
área utilizada apenas para fins residenciais.
Gabarito: alternativa E
Comentários
Gabarito: alternativa D
Comentários
Essa questão traz uma crítica ao urbanismo moderno, do pós-guerra, e nos cobra o conhecimento
de seus elementos dominantes.
I. Correta. Uma das principais características do urbanismo moderno é o funcionalismo e
zoneamento. Carta de Atenas: isolar, separar e arrumar as principais funções na cidade:
HABITAR, TRABALHAR, RECREAR-SE E CIRCULAR.
II. Incorreta. Essa é uma das críticas ao urbanismo moderno.
III. Correta. Novamente, setorização da cidade, característica do urbanismo moderno.
Gabarito: alternativa E
sociais menos favorecidas, dos espaços urbanos. A gentrificação das cidades pode ser
considerada, segundo a autora, como a apoteose do Planejamento Estratégico.
Comentários
A Gentrificação abrange o período compreendido entre 1980 a 2000. Tendo como incentivo direto,
a indústria da comunicação, especialmente a propaganda, transforma a cidade e a tira da posição
de local de produção a mercadoria. Pois o mercado imobiliário junto com o poder público passa
aplicar na região desejada, técnicas de planejamento estratégico e de mercado associando-o
também ao marketing urbano (ARANTES; MARICATO; VAINER, 2000, p. 66).
Essa reinvenção urbana busca basicamente recuperar a economia da cidade, unindo o setor público,
privado e, sobretudo os empreendedores
imobiliários. Investindo em determinadas áreas, dando a ela caráter nobre, criando o
emburguesamento de áreas antes consideradas pobres e/ou periféricas, expulsando os moradores
da região.
Segundo Vaz e Silveira (1999, p. 57) cinco características básicas devem estar presentes nas
intervenções de revitalização de centros urbanos:
a) Humanização dos espaços coletivos produzidos;
b) Valorização dos marcos simbólicos e históricos existentes;
c) Incremento dos usos de lazer;
d) Incentivo à instalação de habitações de interesse social;
e) Preocupação com aspectos ecológicos e participação da comunidade na concepção e
implantação.
Assim, a requalificação de centros urbanos deve se caracterizar não somente por critérios
funcionais, mas também, políticos, sociais e ambientais. Esses critérios conferem às intervenções
uma nova vitalidade não só econômica, mas também, social.
Vamos ao livro “A cidade do pensamento único: desmanchando consenso”, de Otília Arantes,
Carlos Vainer e Ermínia Maricato.
1. Gentrificação estratégica
Pois é:da Carta de Atenas à corretagem intelectual de planos de gentrificação, cujo
caráter de classe o original inglês(gentry) deixa tão vexatoriamente a descoberto. Daí a
sombra de má consciência que costuma acompanhar o emprego envergonhado da
palavra, por isso mesmo escamoteada pelo recurso constante ao eufemismo:
revitalização, reabilitação, revalorização, reciclagem, promoção, requalificação, até
mesmo renascença, e por aí afora, mal encobrindo, pelo contrário, o sentido original de
invasão e reconquista, inerente ao retorno das camadas afluentes ao coração das
cidades. Como estou dando a entender que o planejamento dito estratégico pode não ser
mais do que um outro eufemismo para gentrification, sem no entanto afirmar que sejam
exatamente a mesma coisa - quem sabe a sua apoteose: uma cidade estrategicamente
planificada de A a Z nada mais seria, enfim, do que uma cidade inteiramente gentrificada,
preciso abrir um parêntese a respeito deste tópico, que se tornou um dos pontos de honra
da diluição culturalista da espoliação urbana, pois afinal o que importa nisto tudo é
sempre determinar quem sai e quem entra, só que agora se trata de uma apropriação do
espaço legitimada pelo upgrading cultural. Digamos, retomando o argumento, que a
gentrificação é uma resposta específica da máquina urbana de crescimento a uma
conjuntura histórica marcada pela desindustrialização e consequente desinvestimento de
áreas urbanas significativas, a terceirização crescente das cidades, a precarização da
força de trabalho remanescente e sobretudo a presença desestabilizadora de uma
underclass fora do mercado.
Gabarito: alternativa E
Comentários
Embora a questão remeta ao Plano Diretor de Santos, a resposta pode ser dada pelo nosso já
conhecido Estatuto da Cidade.
Fiquem atentos para não ficarem confusos com textos grandes, e depois de uma lida rápida,
procurem e marquem o que a banca realmente quer que você saiba.
Vamos ao Estatuto da Cidade
CAPÍTULO III
DO PLANO DIRETOR
§ 4o No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua implementação, os Poderes Legislativo
e Executivo municipais garantirão:
I – a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de associações
representativas dos vários segmentos da comunidade;
II – a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos;
III – o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações produzidos.
Gabarito: alternativa B
III. o setor de transporte articula e induz a inclusão social. É, por natureza, responsável pelos
deslocamentos da população economicamente ativa e abrange, inclusive, a mobilidade dos
moradores de favela, independente das dificuldades de locomoção de grupos familiares e
demais aglomerações urbanas dispersas territorialmente.
Assinale:
(A) se somente o item II estiver correto.
(B) se todos os itens estiverem corretos.
(C) se somente os itens I e II estiverem corretos.
(D) se somente o item I estiver correto.
(E) se somente os itens II e III estiverem corretos.
Comentários
I. Os espaços de periferia são marcados, justamente, pela heterogeneidade social.
II. Correto.
III. O setor de transporte não abrange a mobilidade das classes menos favorecidas.
Segundo Ermínia Maricato em “Metrópole, legislação e desigualdade”:
“A segregação urbana ou ambiental é uma das faces mais importantes da desigualdade
social e parte promotora da mesma. À dificuldade de acesso aos serviços e infraestrutura
urbanos (transporte precário, saneamento deficiente, drenagem inexistente, dificuldade
de abastecimento, difícil acesso aos serviços de saúde, educação e creches, maior
exposição à ocorrência de enchentes e desmoronamentos etc.) somam-se menos
oportunidades de emprego (particularmente do emprego formal), menos oportunidades
de profissionalização, maior exposição à violência (marginal ou policial), discriminação
racial, discriminação contra mulheres e crianças, difícil acesso à justiça oficial, difícil
acesso ao lazer. A lista é interminável.”
Gabarito: alternativa A
Comentários
I. Correta. Taxa de ocupação: é a relação entre a área de projeção horizontal da edificação e a
área total do lote.
II. Correta. Coeficiente de aproveitamento: é a relação entre a área total construída e a área total
do lote.
Vamos ao Estatuto da Cidade
Seção IX
Da outorga onerosa do direito de construir
Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do
coeficiente de aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.
§1 Para os efeitos desta Lei, coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área edificável e a área do
terreno.
§2 O plano diretor poderá fixar coeficiente de aproveitamento básico único para toda a zona urbana ou
diferenciado para áreas específicas dentro da zona urbana.
§ 3 O plano diretor definirá os limites máximos a serem atingidos pelos coeficientes de aproveitamento,
considerando a proporcionalidade entre a infraestrutura existente e o aumento de densidade esperado em cada
área.
Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais poderá ser permitida alteração de uso do solo, mediante
contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.
Gabarito: alternativa C
Comentários
Kevin Lynch é um dos grandes autores do Urbanismo, responsável por uma das obras
mais famosas e mais influentes: A Imagem da Cidade. Nela, ele destaca a maneira como
percebemos a cidade e as suas partes constituintes, baseado em um extenso estudo em
três cidades norte-americanas, no qual pessoas eram questionadas sobre sua percepção
da cidade, como estruturavam a imagem que tinham dela e como se localizavam.
Lynch identificou, como principal conclusão, que os elementos que as pessoas utilizam
para estruturar sua imagem da cidade podem ser agrupados em cinco grandes tipos:
caminhos, limites, bairros, pontos nodais e marcos.
Kevin Lynch também escreveu o livro “A Boa Forma da Cidade”. No livro, o autor destaca
que a boa cidade é um lócus de desenvolvimentos das necessidades físicas, materiais,
Analisando as alternativas:
I. Correta.
II. Correta.
III. Incorreta. Esse é o conceito de sentido.
Gabarito: alternativa D
Comentários
Todas corretas!
Vamos ao Estatuto da Cidade
§2° Poderão ser previstas nas operações urbanas consorciadas, entre outras medidas:
I – a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como
alterações das normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente;
II – a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente.
III - a concessão de incentivos a operações urbanas que utilizam tecnologias visando a redução de impactos
ambientais, e que comprovem a utilização, nas construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias que
reduzam os impactos ambientais e economizem recursos naturais, especificadas as modalidades de design e de
obras a serem contempladas. (Incluído pela Lei n 12.836, de 2013)
Gabarito: alternativa C
Comentários
Lynch sugere cinco “dimensões de performance” para a avaliação de espaços urbanos, no sentido
do melhor atendimento às necessidades humanas:
a) vitalidade, o grau no qual a forma do assentamento suporta suas funções vitais, necessidades
biológicas e, sobretudo, garante a sobrevivência da espécie. Este é um critério antropocêntrico,
ainda que se possa admitir que o ambiente oferece suporte para outras espécies e que o bem estar
humano muitas vezes depende desta relação e da presença de uma diversidade de espécies animais
e vegetais.
b) sentido, a medida na qual um assentamento pode ser claramente percebido e mentalmente
diferenciado e estruturado no tempo e espaço por seus residentes. A medida na qual esta estrutura
mental se conecta com seus valores e conceitos – adequação entre o ambiente, as capacidades
sensoriais e mentais da população e sua construção cultural.
c) adequação à escala, a compatibilidade das formas e capacidades dos espaços, canais e
equipamentos, com o padrão e quantidade de ações que as pessoas usualmente realizam.
d) acesso, a capacidade de acessar outras pessoas, atividades, recursos, serviços, informação ou
lugares, incluindo a quantidade e diversidade de elementos que podem ser acessados.
e) controle, o grau no qual o uso e o acesso aos espaços e atividades, e a sua criação, reparo,
modificação e administração é controlado por aqueles que usam, trabalham ou residem no local.
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.179/5520
Gabarito: alternativa D
Abraço,
Profa. Moema Machado
8 – LISTA DE QUESTÕES
(FGV – Prefeitura Municipal de Salvador – 2019)
De acordo com a Lei nº 10.257/01, o estudo de impacto de vizinhança será executado de forma
a contemplar a qualidade de vida da população residente na área e nas suas proximidades,
analisando os seguintes requisitos:
(A) equipamentos urbanos, comunitários e de segurança.
(B) uso e ocupação do solo.
(C) valorização imobiliária e comercial.
(D) ventilação, iluminação e poluição.
(E) acessibilidade e geração de tráfego.
A ocupação de imóvel urbano com área total de até 250 m2 por cinco anos ininterruptos, sem
que tenha havido contestações, dará ao ocupante o direito à usucapião desse imóvel, ainda
que ele seja proprietário de outro imóvel urbano.
Situação hipotética: Um terreno urbano com cerca de 300 m² é ocupado, há seis anos
consecutivos, por uma dezena de famílias de baixa renda, para sua moradia. No terreno,
contudo, não é possível identificar as áreas ocupadas por cada família. Assertiva: Nessa
condição, o terreno poderá ser usucapiado coletivamente.
(C) Strategic Planning: Revitalização dos corações centrais e históricos das cidades, com a
consequente expulsão das populações mais carentes, resultando na revalorização imobiliária
desses espaços.
(D) Urban Design: Conjunto de intervenções e medidas, coordenadas pelo poder público
municipal, com a finalidade de transformação de áreas urbanas contando com a participação
dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados.
(E) Brownfields: Áreas com instalações industriais e comerciais abandonadas, ociosas ou
subutilizadas com passivo ambiental, onde a revitalização será possível após a remediação de
solo.
III. O programa de atendimento econômico e social para a população diretamente afetada pela
operação deverá constar, obrigatoriamente, do plano de operação urbana consorciada.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
A correta correlação dos itens da coluna da esquerda com sua respectiva descrição na coluna
da direita ocorre em:
(A) 1a; 2d; 3b; 4c
(B) 1d; 2a; 3b; 4c
(C) 1b; 2a; 3d; 4c
(D) 1d; 2b; 3a; 4c
(E) 1b; 2d; 3a; 4c
(DPE – RS – 2017)
Nos projetos sustentáveis as demandas em termos de instalações, superfície, conforto,
destinação a um tipo de uso e atividades que serão desenvolvidas, possibilitarão ou não a
(C) I e IV.
(D) II.
(E) III e IV.
A Lei n 6.766/79, em seu Art. 2 do Capítulo I – das Disposições Preliminares, define as maneiras
como poderá ser feito o parcelamento do solo urbano. Uma destas modalidades de
parcelamento refere-se à “subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com
aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias
e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes”.
A qual tipo de subdivisão se refere a descrição apresentada anteriormente?
A) Desdobro.
B) Loteamento.
C) Remembramento.
D) Desmembramento.
Considerando a definição legal das ZEIS, conforme a Secretaria Nacional de Habitação, junto
ao Ministério das Cidades (2009), é correto afirmar que:
A) As ZEIS devem ser criadas por lei, seja o Plano Diretor ou outra lei municipal, e são zonas
urbanas destinadas ao incremento do uso industrial dentro do perímetro urbano do município
que devem possuir, portanto, infraestrutura e serviços urbanos previamente implantados e
consolidados.
B) Como as ZEIS se destinam predominantemente à moradia de população de baixa renda, sua
legislação se aplica exclusivamente às áreas previamente ocupadas por assentamentos
populares e deve restringir a articulação entre os instrumentos de indução do
desenvolvimento urbano, de modo a evitar o estímulo à especulação imobiliária nestas áreas.
C) As regras específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo, específicas às ZEIS, devem
viabilizar a regularização fundiária dos assentamentos precários existentes e consolidáveis,
assim como facilitar a produção de moradias de interesse social, mediante padrões
urbanísticos e edilícios mais populares, sempre com a garantia de condições de moradia digna.
D) As regras referentes às ZEIS se aplicam apenas aos terrenos públicos e, portanto, devem ser
criadas por lei de hierarquia inferior às leis que instituem o zoneamento ou disciplina de uso
do solo do município devendo, ainda, garantir o mínimo de interferência sobre as
possibilidades de aproveitamento do solo urbano e o mínimo de impacto sobre as diversas
áreas da cidade.
B) No âmbito das intervenções urbanas, a remoção de favelas para áreas distantes do centro
e dos bairros de melhor localização nas cidades foi uma importante conquista social no Brasil,
tendo resultado da adaptação de modelos que tiveram sucesso nos países mais desenvolvidos.
C) Ao contrário do que muitos pensam, a urbanização ou requalificação urbanística e social de
favelas pode constituir uma importante intervenção de recuperação ambiental além de social
já que as favelas estão, na maior parte das vezes, situadas em áreas ambientalmente frágeis.
D) A retenção de terras ociosas urbanizadas e a extensão horizontal das periferias podem ser
uma solução eficaz à diminuição dos custos de urbanização das cidades, por garantir um
estoque de terras vazias que aguardam valorização para que possam atender às necessidades
sociais.
B) I, III e V, apenas.
C) II, IV e VI, apenas.
D) I, II, III e IV, apenas.
B) CNDU.
C) ConCidades.
D) Estatuto das Cidades.
das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes e será consubstanciada
através do Plano de Desenvolvimento Urbano, programa municipal de investimento e dos
programas e projetos setoriais de duração anual e plurianual, relacionados com cronogramas
físico-financeiros de implantação. Na formulação da política de desenvolvimento urbano serão
assegurados:
I. Plano de uso e ocupação do solo que garanta o controle da expansão urbana, dos vazios
urbanos e da especulação imobiliária, a preservação das áreas de exploração agrícola e
pecuária, além da preservação e recuperação do ambiente cultural e natural.
II. Plano e programa específico de saneamento básico.
III. Organização territorial das vilas e povoados.
IV. Participação ativa das entidades comunitárias no estudo e no encaminhamento dos planos,
programas e projetos e na solução dos problemas que lhes sejam concernentes.
Estão corretas as afirmativas:
A) I, II, III e IV.
B) I e II, apenas.
C) II e III, apenas.
D) I, II e III, apenas.
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) I, II e III.
(E) perturbadora.
(A) parcelamento.
(B) grupamento.
(C) loteamento.
(D) desmembramento.
(E) desdobro.
(B) A gentrificação é uma intervenção em espaços públicos, com auxílio governamental, que
provoca a sua melhoria e consequente valorização imobiliária, a partir da inclusão de
moradores tradicionais, que geralmente pertencem às classes sociais menos favorecidas, dos
espaços urbanos. A gentrificação das cidades pode ser considerada, segundo a autora, como
um aspecto positivo das novas gestões urbanas.
(C) O resultado natural da remoção dos grupos sociais menos favorecidos das áreas centrais,
intensificado pela industrialização e oferta de trabalho nas periferias urbanas, é chamado de
gentrificação. Em defesa da preservação ou difusão da cultura citadina, a autora faz severas
críticas a esse processo.
(D) A gentrificação é o processo de remoção dos grupos sociais hegemônicos numa
determinada localização urbana, em função das disponibilidades de novas habitações em
áreas da periferia da cidade. Segundo a autora, esse processo é um aspecto negativo das novas
gestões urbanas.
(E) A gentrificação pode ser entendida como uma intervenção em espaços urbanos (com ou
sem auxílio governamental), que provoca sua melhoria e consequente valorização imobiliária,
acarretando a retirada de moradores tradicionais, que geralmente pertencem às classes
sociais menos favorecidas, dos espaços urbanos. A gentrificação das cidades pode ser
considerada, segundo a autora, como a apoteose do Planejamento Estratégico.
O uso e a ocupação do solo para fins urbanos na área insular do município de Santos são
regidos pela Lei 312/98 e suas alterações. A disciplina do uso e ocupação do solo, segundo
essa lei, tem entre seus objetivos a melhoria da qualidade ambiental e a adequação das
densidades do assentamento urbano à disponibilidade da infraestrutura e equipamentos
públicos. Para cumprir esses objetivos são definidos na lei índices urbanísticos para cada zona
de uso a serem atendidos pelas novas construções e reformas. Quanto a esses índices, analise
as afirmativas a seguir:
I. A taxa de ocupação máxima do lote é o percentual entre a área de projeção da edificação ou
edificações sobre o plano horizontal e a área do lote onde se pretende edificar, não podendo
ser consideradas as taxas de ocupação por pavimentos.
II. O coeficiente de aproveitamento máximo do lote é representado pelo número de vezes que
sua área pode ser reproduzida em área construída.
III. A área de recuo mínimo que a edificação deve observar em relação aos limites do lote deve
ser considerada no cálculo do coeficiente de aproveitamento máximo do lote. Assinale:
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
9 – GABARITO
10 - BIBLIOGRAFIA
ABNT. (Outubro de 1994). Índices urbanísticos. Rio de Janeiro.
Brasil. (1979). Lei nº 6.766/1979.
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Cassilha, G. A., & Cassilha, S. A. (2009). Planejamento Urbano e Meio Ambiente. Curitiba: IESDE.
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urbano do projeto Porto Maravilha no Rio de janeiro. Brasília: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA.
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Presidência da República. (2000). Lei nº 10.098. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências. Brasil.
Presidência da República. (Janeiro de 2015). Lei nº 13.089. Institui o Estatuto da Metrópole. Brasil.
Presidência da República. (2017). Lei nº 13.465/2017. Dispõe sobre a regularização fundiária rural
e urbana. Brasil.
Pessoal, agrupei os institutos jurídicos e políticos por objetivo para facilitar a compreensão!
usucapião
não for proprietário de outro imóvel urbano ou rural / área ou
especial de
edificação urbana de até 250.00m2 / 5 anos
imóvel urbano privado
ininterruptamente / sem oposição / utilizando-a como
(individual ou
moradia sua ou de sua família / adquire domínio
coletiva)
vetado no Estatuto da Cidade e regrado pela Medida
Provisória n° 2.220 (4/09/2001) / idem ao anterior, porém
adquire título de concessão de uso especial para fins de
concessão de moradia / em ocupação de risco à vida ou à saúde, o exercício
uso especial do direito será garantido em outro local / é facultado ao Poder
público
para fins de Público assegurar o exercício do direito em outro local em
moradia algumas hipóteses / extingue-se o direito no caso de
destinação diversa da moradia e de o concessionário adquirir
a propriedade ou a concessão de uso de outro imóvel urbano
ou rural
ocorre por meio de contrato / está prevista no artigo 7° do
Decreto-lei no 271/67 / Através dela o proprietário transfere
concessão de a outra pessoa prerrogativa de usar seu imóvel, com as
regularização direito real de público e privado garantias típicas de um direito real. O instrumento se destina
fundiária das uso para fins específicos de urbanização, industrialização,
ocupações de edificação, cultivo de terra ou outra utilização de interesse
interesse social social.
direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo
ao terreno / tempo determinado ou indeterminado /
concessão gratuita ou onerosa / mediante escritura pública /
pode ser transmitido a terceiros / transmite-se a herdeiros /
proprietário e superficiário terão direito de preferência em
direito de
público e privado caso de alienação do terreno ou do direito de superfície,
superfície
respectivamente / extingue-se pelo término do contrato e
pelo descumprimento das obrigações contratuais / extinto, o
proprietário recuperará o pleno domínio do terreno, bem
como das acessões e benfeitorias introduzidas no imóvel,
independente de indenização, caso não haja sido acordada
Incluído pela Lei n 11.977, de 2009, procedimento
demarcação
administrativo pelo qual o poder público demarca imóvel de
urbanística
domínio público ou privado, definindo seus limites, área,
para fins de público e privado
localização e confrontantes, com a finalidade de identificar
regularização
seus ocupantes e qualificar a natureza e o tempo das
fundiária
respectivas posses.