Catecúmenos
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CLASSE ABRAÃO
ESTUDO No. 01
PROFISSÃO DE FÉ
a) O intelecto
A fé cristã é convicção baseada em fatos reais. Não é salto no escuro. Tem bases sólidas. Quando os
saduceus tentaram contestar a ressurreição dos mortos Jesus lhes respondeu: “Errais não conhecendo as
Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22:29). Em outra ocasião Jesus desafiou os judeus, dizendo-lhes:
“Examinai as Escrituras, ... são elas que testificam de mim” (Jo 5:39). E Lucas declarou, no prefácio do seu
evangelho, ter feito “acurada investigação de tudo desde sua origem,”para que o leitor tenha “plena certeza das
verdades” registradas por ele (Lc 1:1-4).
Não é necessário fazer vestibular para entrar no céu. Mas precisamos Ter compreensão intelectual do
que significa ser cristão.
A Bíblia Sagrada ensina que Jesus Cristo é o Filho de Deus, enviado pelo Pai (Gl 4:4-5). João o chama
de Verbo e afirma que ele tem existência eterna (Jo 1:1-3, 14). Ou, em outras palavras o nascimento de Jesus
marca o início de sua vida terrena, mas não o início de sua existência. Ao assumir a forma humana, Jesus
tornou-se homem, sem deixar de ser Deus, possuíndo duas naturezas, a divina e a humana, inteiramente
perfeitas e distintas, inseparavelmente unidas em sua pessoa. Mas Jesus, no período de sua vida terrena, abriu
mão de seus poderes divinos. Seus milagres e prodígios foram feitos na dependência da vontade do Pai.
A Escritura afirma que “sem derramamente de sangue não há remissão de pecado” (Hb 9:22). Esta é a
razão por que Deus enviou Seu Filho, Jesus Cristo, para morrer pregado na cruz. Ele não tinha pecados mais
derramou o seu sangue para que nós possamos ter o perdão de nossos pecados.
b) A Emoção
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Para ser verdadeiramente cristão não basta saber que Jesus é o Filho de Deus, que veio ao mundo para
nos salvar. É necessário mais. É preciso amá-lo de todo o coração. Ele mesmo disse: “Aquele que me ama, será
amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14:21). E quanto a intensidade deste
amor, ele afirmou o seguinte: “Quem ama seu pai ou sua mão mais do que a mim, não é digno de mim; quem
ama seu filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10:37).
O amor é um sentimento; portanto, faz parte das nossas emoções. Mas a intensidade do nosso amor não
pode ser medida pela intensidade de nossas emoções.
A emoção é um sentimento ou reação a um evento ou experiência. Emocionalmente as pessoas reagem
de maneira diferente. Assistindo ao mesmo acontecimento ou participando da mesma experiência, as pessoas
podem reagir de maneira bem diferente.
Não existe um padrão para medir as emoções de uma pessoa diante do Evangelho de Jesus Cristo.
Algums têm uma experiência de conversão fortemente emocional. Outras têm uma experiência sem grandes
emoções mas igualmente real. O que de fato evidencia a intensidade do amor que a pessoa tem por Jesus Cristo
são os seus ATOS (Mt 7:15-23). Quem ama a Jesus deve provar isto através de suas PALAVRAS e seus
ATOS.
c) A Vontade
Chamamos de vontade a faculdade que leva a pessoa a querer alguma coisa e a se comprometer com
aquilo que quer. É a sua capacidade de agir com intencionalidade definida.
Para ser verdadeiramente cristã, a pessoa precisa assurmir com Jesus Cristo um COMPROMISSO DE
FÉ. Neste compromisso, a pessoa crê que o sacrifício de Jesus é suficiente para perdoar todos os seus pecados;
por isto, entrega a Jesus o destino eterno de sua alma, e se dispõe a, dia a dia, procurar viver de acordo com os
seus ensinos.
Jesus sempre exigiu uma tomada de posição por parte daqueles que creram nele. “Então, convocando a
multidão e juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue,
tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8:34).
Muitas pessoas se julgam cristãs, mas, na realidade, são apenas admiradoras de Jesus Cristo. Outras
gostam de Jesus e, por isto, pensam ser cristãs. Mas o verdadeiro cristão é aquele que tem COMPROMISSO
com Jesus Cristo. É por isto que a Igreja Presbiteriana existe a profissão de fé daqueles que desejam ser
membros dela. Pois através dela, a pessoa torna público o compromisso que, no íntimo de sua alma, já assumiu
com nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
A profissão de fé não salva. Nem o bastismo. O que vai decidir o destino eterno de sua alma é o seu
compromisso com Jesus Cristo. Se você recebeu Jesus como Salvador e Senhor, você está salvo – que tenha
fieto ou não a profissão de fé.
Mas, por outro lado, aquele que recebeu Jesus como Salvador e Senhor deve fazer sua profissão de fé.
Jesus exige uma tomada de posição pública de seus servos. Ele afirmou: “Portanto, todo aquele que me
confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus; mas aquele que me
negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.” (Mt 10:32-33).
Vocë já recebeu Jesus como seu Salvador e Senhor. Vocë nasceu de novo, é nova criatura. Você
pertence a Jesus. Por isto, você deve fazer a sua pública profissão de fé. É ordem de Jesus.
ESTUDO NO. 02
A BÍBLIA SAGRADA
A) REVELAÇÃO
Revelação é a ação de Deus se dando a conhecer, se revelando ao homem. O ser humano jamais
conheceria a Deus, se o próprio Criador não tomasse a iniciativa de se revelar à criatura.
Deus se revela através das obras da criação e da providência na preserveção e no governo do universo.
Davi escreveu que “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos.” (Sl
19:1). E o apóstolo Paulo, falando aos habitantes de Listra, afirmou que Deus “não se deixou ficar sem
testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando do céu chuvas e estações frutíferas” (At 14:17). E na Epístola
aos Romanos ele tratou do mesmo assunto de modo ainda mais claro, afirmando: “Porque os atributos
invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas” (Rm
1:20). “Deus fala ao homem através de toda a sua criação, nas forças e nos poderes de natureza, na constituição
da mente humana, na voz da consciência, e no governo providencial do mundo em geral e das vidas dos
indivíduos em particular” (1). Esta revelação é suficiente para deixar os homens indesculpáveis diante de Deus.
Mas é insuficiente para a salvação. Toda a criação foi atingida pelo pecado. Tornou-se imperfeita. Como
instrumento da auto-reveleção de Deus, deve ser considerada um livro incompleto, com algumas páginas
rasuradas. O homem também foi atingido. Espiritualmente ele ficou ignorante e embrutecido como um
irracional. E assim ficou impossível compreender corretamente o que Deus nos fala através da natureza.
Mas o plano de Deus inclui também a revelação especial, que tem o objetivo de levar o pecador de volta
ao Criador. O autor da Espístola aos Hebreus escreveu sobre esta revelação especial o seguinte: “Havendo
Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias no falou
pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as cousas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1:1-2). Deus
falou. Falou através de manifestações especiais. Falou diretamente a alguns de seus servos, como, por exemplo,
a Moisés. Falou através dos profetas. Falou através de milagres.
A revelação especial é progressiva, atingindo o seu ápice em Jesus Cristo. “As grandes verdades da
redenção aparecem a princípio apenas obscuramente, mas aumentam gradualmente em clareza, e finalmente se
destacam em toda a sua grandeza na revelação do Novo Testamento” (2).
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A revelação especial está encarnada na Bíblia Sagrada. Através dela Deus nos diz quem ele é, quem somos nós,
de onde viemos e para onde vamos, e seu plano geral para o nossa vida.
No passado Deus falou a Moisés “boca a boca”(Nm 12:8). HOJE DEUS NOS FALA ATRAVÉS DA
BÍBLIA SAGRADA.
B) INSPIRAÇÃO
Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras. E inspirou homens para escrever, sem erro, a sua
revelação especial.
Inspiração, portanto, é a ação de Deus levando homens a registrar, sem erro, a sua revelação especial.
Estes homens, sob Inspiração Divina, escreveram os livros que compõem a Bíblia Sagrada. “... jamais qualquer
profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram, da parte de Deus movidos pelo
Espírito Santo” (II Pe 1:21). “Toda Escritura é inspirada por Deus” (II Tm 3:16). Os escritores dos livros da
Bíblia Sagrada escreveram sob inspiração divina. Escreveram por determinação divina. Alguns autores
registram que receberam ordem direta de Deus para escrever (Êx 17:14, 34:27; Nm 33:2; Is 30:8; Jr 30:2, 36:2).
Outros certamente sentiram-se impulsionados a escrever. Era Deus agindo em suas mentes e corações. Mas não
devemos imaginar que Deus ia ditanto e eles escrevendo. Eles não foram meros escribas. Pelo contrário, Deus
os usou precisamente como eles eram. Deus certamente guiou-os na escolha das palavras, na construção das
frases, para que os fatos e as idéias fossem corretamente registrados. Mas cada um escreveu usando o seu
prórpio vocabulário e de acordo com o seu próprio estilo. Por isto, cada livro, embora inspirado por Deus, traz a
marca pessoal de seu autor e as marcas do tempo em que ele vivia. Os livros da Bíblia foram escritoso por, no
mínimo, 36 autores, num período que pode chegar a 1.600 anos. Mas existe uma extraordinária harmonia em
todas as suas partes. Milhões de pessoas tem sido transformadas através da leitura da Bíblia. E cada crente, ao
ler a Bíblia, sente Deus falando com ele. Tudo isto é evidência de que a Bíblia Sagrada é realmente inspirada
por Deus. Mas a plena convicção desta inspiração divina é questão de fé, e não de prova científica. Por isto, só
a operação do Espírito Santo em nós é que nos dá a convicção de que a Bíblia é realmente a palavra de Deus.
A Bíblia editada pela Igreja Católica tem sete livros a mais do que a Bíblia editada pelos evangélicos.
Até o século XVI não havia uma definição oficial sobre a situação destes livros. Alguns os aceitavam como
inspirados; outros, não. Mas no dia 15 de abril de 1546, o Concíclio de Trento anexou-os, por decreto, à Bíblia.
Os evangélicos chamam estes livros de apócrifos e não os aceitam como inspirador por Deus.
Os livros apócrifos, comparados com os livros inspirados, revelam uma grande pobreza de estilo e
conteúdo. Além disso, ensinam doutrinas e práticas que se contradizem com os livros inspirados. Por exemplo:
justificam a mentira (Judite 10:11-17; 11:1-23; 15:8-10) e o suicídio (II Macabeus 14:37-46); ensinam feitiçaria
(Tobias 6:1-9) e oração pelos mortos (II Macabeus 12:38-45). Uma simples leitura é suficiente para nos mostrar
que estes livros não são inspirados por Deus.
C) ILUMINAÇÃO
Iluminação é a atuação de Deus na mente e no coração do homem, através do Espírito Santo,
capacitando-o para compreender o ensino da Bíblia Sagrada.
A Confissão de Fé de Westminster ensina que “Todo o conselho de Deus concernente a todas as cousas
necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura
ou pode ser lógica e claramente deduzida dela”. Mas acrescente: “... reconhecemos, entretanto, ser necessária a
íntima iluminação do Espírito Santo para a salvadora compreensão das cousas reveladas na palavra” (3).
No registro da conversão de Lídia temos um exemplo de iluminação. Muitas mulheres ouviram a
pregação, mas apenas Lídia se converteu. E ela só se converteu porque “o Senhor lhe abriu o coração para
atender às cousas que Paulo dizia” (At 16:14). O Espírito Santo iluminou a mente e o coração de Lídia,
levando-a a compreender a mensagem que estava sendo pregada.
A iluminação é necessária porque “o homem natural não aceitas as cousas do Espírito de Deus, porque
lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” (I Cor 2:14).
A iluminação , contudo, não dispensa o esforço sério e piedoso para se compreender corretamente a
palavra de Deus. A Bíblia Sagrada deve ser lida e interpretada. “A regra infalível de interpretação da Escritura é
a própria Escritura.
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CONCLUSÃO
Quando lemos a Bíblia Sagrada, Deus fala conosco.
Através de uma REVELAÇÃO especial ele se deu a conhecer ao homem e mostrou o modo como
devemos viver e serví-lo. Pela INSPIRAÇÃO ele levou os escritores da Bíblia a registrar, sem erro, a sua
revelação especial. E pela ILUMINAÇÃO, através da atuação do Espírito Santo em nossas mentes, dele nos
capacita a compreender a sua revelação especial, registrada na BÍBLIA SAGRADA.
A Bíblia Sagrada é nossa única regra de fé e prática. Por isso devemos examiná-la continuamente. E o
estudo deve ser seguido da prática. Pois viver o ensino bíblico resulta em crescimento espiritual. Não que a
Bíblia seja um livro mágico. Mas, sendo ela a palavra de Deus, somos aperfeiçoados na medida de nossa
prontidão em responder aos apelos que ele nos faz através da sua Palavra.
EXERCÍCIOS
1. Quantos livros tem a Bíblia Sagrada? Quantos no Antigo Testamento? E no Novo Testamento?
2. Como se chamam as duas partes da Bíblia Sagrada? E por que?
3. Que é revelação?
4. A revelação feita por Deus na natureza é suficiente para a salvação do pecador? Por quê?
5. Que é inspiração?
6. Que nos dá plena convicção de que a Bíblia Sagrada é inspirada por Deus?
7. Porque não aceitamos os livros apócrifos como inspirados?
8. Que é iluminação?
9. Como a Bíblia Sagrada deve sem interpretada?
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CLASSE ABRAÃO
ESTUDO No. 03
DEUS
a) OS NOMES DE DEUS
Hoje os nomes das pessoas têm pouca importância. Se alguém tem o nome de José ou Joaquim, não faz
diferença. Mas na época em que a Bíblia foi escrita era diferente. O nome era uma descrição da pessoa. Por
isso, quando uma pessoa passava por uma mudança em sua vida ou em seu caráter podia também ter o seu
nome mudado. Veja , por exemplo, o caso de Jacó. Ele era um enganador astucioso. E era exatamente isto o que
significava o seu nome (Gn 2:7-36). Mas ele passou por uma grande transformação. Deixou de ser um
enganador. E o seu nome foi mudado para Israel (Gn 32:38; 35:10). No Novo Testamento temos o caso de
Pedro. Ele se chamava Simão, mas Jesus lhe deu o nome de Pedro (Cefas, em aramaico), antecipando assim
que ele passaria por uma grande mudança e ocuparia um lugar de destaque entre os apóstolos.
Os nomes ou títulos de Deus na Bíblia Sagrada, devem ser estudados à luz dos costumes daquela época.
Isto significa que eles descrevem Deus, a partir de sua auto-revelação. Os nomes são de origem divina, mas têm
significados humanos. Veja, a seguir, alguns destes nomes:
1) Deus (Gn 1:1) – Este nome descreve Deus como forte e poderoso, que deve ser temido e cultuado.
2) SENHOR, com todas as letras maísculos (Gn 2:4) – o significado deste nome está explicado em Êxodo
3:13-14. Ele significa Eu Sou o que Sou. Através dele Deus se revela como o Deus da graça, o que Deus
sempre existiu e sempre existirá, que não fica velho, não muda, é eternamente o mesmo.
3) Senhor, com a inicial máiscula e as demais letras minúsculas (Js 3:13) – Descreve Deus como o dono e o
governador de todos os homens.
4) Deus Altíssimo (Gn 14:18) – Este nome mostra que Deus é um ser supremo, que está acima das divindades
locais. Foi o nome usado por Melquisedeque para abençoar Abraão, quando ele voltava da guerra contra os
reis que tinham levado Ló como prisioneiro-escravo. Ao usar este nome, Melquisedeque estava dizendo a
Abraão que o abençoava em nome do Deus “que possui os céus e a terra” , ou seja, que está cima de todos
os deuses de todos os povos.
5) Deus Todo-poderoso (Gn 17:1) – No hebraico é El-Shaddai. É o nome com o qual Deus se manifestou a
Abraão, e significa que Deus possui todo o poder no céu e na terra. Abraão, julgando que sua esposa Sara
não poderia lhe dar um filho, por ser estéril, anuiu ao conselho da esposa e teve um filho com Hagar, a
empregada. Treze anos depois, Deus apareceu a Abraão e lhe disse: “Eu sou o Deus Todo-poderoso: anda
na minha presença, e sê perfeito” (Gn 17:1). O nome descreve Deus também como sustentador, nutridor,
aquele que é capaz de satisfazer. Ao usar este nome, Deus estava dizendo a Abraão que, apesar da
esterilidade de Sara, ela seria mãe, pois, ele, Deus, tem todo poder no céu e na terra. E, ao ordenar que
Abraão andasse na sua presença, estava dizendo-lhe que a sua realização e satisfação pessoal só
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aconteceriam na comunhão com ele. Ou, em outras palavras, a felicidade de Abraão não estava nas suas
próprias escolhas, mas em fazer a vontade de Deus.
b) A TRINDADE
A Bíblia Sagrada ensina que há um só Deus, mas Ele subsiste em três pessoas.
Em Deuterenômio 6:4 está escrito: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único SENHOR”. E em
Isaías 44:6, o próprio Deus declara: “Eu sou o primeiro, eu sou o último, e além de mim não há Deus”. Mas,
por outro lado, a Bíblia afirma que Jesus também é Deus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1). O Verbo é Jesus Cristo. A Bíblia ensina que o Espírito Santo também é
Deus. Quando Ananias mentiu a respeito da venda de sua propriedade, Pedro o repreendeu dizendo: “Ananias,
porque encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?
... Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5:3-4)
A doutrina da TRINDADE é um mistério. Não podemos harmonizá-la com a lógica humana. Está além
da nossa compreensão. Mas podemos descrevê-la, conforme é ensinada na Escritura. Em síntese, a doutrina
pode ser descrita assim:
1) Existe um só Deus
2) Deus subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho (Jesus Cristo) e Espírito Santo.
O PAI é o PAI – não é o Filho, nem o Espírito Santo.
O FILHO é o FILHO – não é o Pai, nem o Espírito Santo.
O ESPÍRITO SANTO é o ESPÍRITO SANTO – não é o Pai, nem o Filho.
Muitas pessoas fazem confusão com as três pessoas da trindade. Num culto alguém orou assim: “Senhor
nosso Deus e Pai, nós te agradecemos Senhor Jesus porque tu morreste na cruz em nosso lugar e porque tu
habitas em nós!”. Quanta confusão! O PAI não é o Filho. Não foi o Pai quem morreu na cruz, foi o FILHO. E
quem habita em nós é o ESPÍRITO SANTO. Na oração, nós nos dirigimos a Deus, em nome de Jesus.
3) Cada pessoa da Trindade é o DEUS COMPLETO e não parte de Deus.
4) As três pessoas da Trindade são iguais em poder e glória. Qualquer tentativa de explicar a doutrina da
Trindade é inútil e presunçosa. Deus é infinito, e nossa mente finita não pode compreendê-lo por completo.
c) OS ATRIBUTOS DE DEUS
Os atributos são propriedades ou qualidades de Deus, mencionadas na Bíblia Sagrada, ou deduzidas de
seus atos. Como Deus é perfeito, seus atributos são chamados também de PERFEIÇÕES DIVINAS.
Os atributos que só Deus possue, como por exemplo, a imutabilidade, são chamados de atributos
incomunicáveis. Aqueles que o homem também possuem, como, por exemplo, o amor, são chamados de
atributos comunicáveis. A diferença é que as qualidades humanas são imperfeitas e os atributos de Deus são
perfeitos
Atributos incomunicáveis:
Auto-Existência ou Independência (Êx 3:13-14; Jo 5:26; At 17:25) – Deus não deve sua existência a
nada e nem a ninguém para existir ou agir.
Eternidade (Sl 90:2; 102:12; II Pe 3:8) – Deus sempre existiu e sempre existirá, Ele não está limitado
pelo tempo.
Imensidade ou Onipresença (I Re 8:27; Sl 139: 7-10; Is 66:1) - Deus não está limitado pelo espaço, ele
está presente ao mesmo tempo em todos ou lugares.
Imutabilidade (Ml 3:6; Tg 1:17) – Deus não muda em seu ser, em sua essência, em seus atos, nem em
seus propósitos. Quando a Bíblia dia que Deus mudou na realidade a situação é que mudou. A
linguagem usada é a do observador, como, por exemplo, quando alguém afirma que o sol saiu a tal hora,
dando a idéia de que o sol se movimenta, quando a terra é que se move.
Atributos comunicáveis:
Bondade (Sl 145:9,15-16; Jo 3:16-17; Ef 2:1-9: I Jo 4:7-10) – Deus é absolutamente bom. Ele trata
benévola e generosamente todas as suas criaturas. Esta bondade, em relação às criaturas racionais,
chama-se amor. “DEUS É AMOR” (I Jo 4:8). Por causa do pecado o homem perdeu o direito de ser
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amado por Deus, mas o Criador continua a nos amar. Deus é misericordioso, por isto ele tem compaixão
de nós. Ele é longânimo, por isto nos tolera.
Santidade (Êx 15:11; I Sm 2:2; Is 6:3; Hb 1:13; Ap 4:8) – Deus é perfeitamente puro em sua pessoa e
em seus atos e, consequentemente, Ele é contra toda e qualquer forma de impureza.
Justiça (Sl 71:19; Mt 10:42; Rm 1:32) – Deus é absolutamente justo, Ele governa o mundo com justiça,
recompensa todos os atos bons dos homens e pune os seus erros.
Soberania (Sl 115:3; Mt 10:29) – Deus “faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade” (Ef
1:11).
CONCLUSÃO
Zofar perguntou a Jó: “Porventura desvenderás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do
Todo-poderoso? (Jó 11:7). Realmente o homem não tem condições para desvendar os arcanos de Deus. E
quando tentamos compreender racionalmente muitos atos de Deus, registrados na Bíblia Sagrada, percebemos
que eles não se harmonizavam com a nossa lógica.
A ponta que liga o Rio de Janeiro a Niterói tem pilares gigantes e vãos de até 300 metros. Gigantescas
vigas ligam estes pilares. Mas quem está mergulhado na água, debaixo da ponte, não vê isto. Assim também é a
nossa situação. Estamos mergulhados nas limitações da natureza humana, por isto não podemos compreender
Deus, em seus atos. Contudo, aquilo que é necessário para a nossa salvação e para a nossa vida em comunhão
com Deus, Ele nos revelou e está registrado na Bíblia Sagrada, com tanta clareza que qualquer pessoa, culta ou
não, no uso de suas faculdades mentais pode compreender.
Deus não é uma idéia abstrara ou uma força impessoal que atua no universo, como afirmam algumas
pessoas. Deus é uma pessoa. Ele tem sentimento. Ele nos ama, nos sustenta em nossas provações e
dificuldades. Ele nos dá alegria e vitória. Nós podemos compartilhar com Ele nossas experiências. Podemos
falar com Ele. Ele nos ouve e nos atende. Ele cuida de nós e quer o nosso bem.
Mas Deus é uma pessoa diferente de nós. Ele é espírito (Jo 4:24). Ele não tem um corpo físico como o
nosso (Lc 24:39). Por isto não podemos vê-lo, assim como não podemos ver o nosso próprio espírito ou o
espírito das pessoas que estão ao nosso lado.
Nós não estamos sozinhos. Deus está sempre conosco. “Como em redor de Jerusalém estão os montes,
assim o Senhor em derredor do seu povo, desde agora e para sempre” (Sl 125:2).
EXERCÍCIOS
1. Podemos definir Deus? Por quê?
2. Os nomes ou títulos de Deus na Bíblia são importantes porque eles revelam algo sobre o Criador. Vamos
citar alguns nomes e você deve colocar na frente de cada um o que ele revela sobre Deus:
Deus - ________________________________________________
SENHOR - ____________________________________________
Senhor - _______________________________________________
Deus Toto-poderoso -_____________________________________
3. Descreva, em síntese, a doutrina da Trindade:
4. Você compreende a doutrina da Trindade? Por quê?
5. Que são atributos de Deus?
6. Como se dividem os atributos de Deus? E por quê?
7. Dos atributos mencionados na lição, qual lhe chamou mais a atenção? Por quê?
8. Como entender os textos bíblicos que dizem que Deus se arrependeu ou que parecem dar a entender que
Deus mudou o seu plano?
9. Quem pode compreender o que é necessáro para a salvação e para a vida em comunhão com Deus?
10. Por que não podemos ver Deus?
ESTUDO NO. 04
O HOMEM
a) A CRIAÇÃO DO UNIVERSO
O primeiro livro da Bíblia Sagrada começa assim: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1).
Embora existam várias teorias filosóficas e científicas sobre a origem do mundo, a Bíblia afirma que Deus é o
criador, preservador e governador do universo. No livro de Neemias está escrito: “Só tu és SENHOR, tu fizeste
o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles: e tu
os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora” (Ne 9:6). E Davi declarou: “Nos céus estabeleceu
o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl 103:19). As declarações de que Deus criou,
preserva e governa todas as coisas, visíveis e invisíveis, estão presentes em todas as partes da Bíblia Sagrada.
As declarações de que Deus criou o universo merecem mais crédito do que as teorias filosóficas e
científicas. Observe os seguintes fatos:
Existem inúmeras teorias filosóficas sobre a origem do universo. Uma não concorda com a outra. Uma
teoria procura anular a outra. Qual delas será a teoria certa? Cada cientista ou filósofo afirma que é a
sua. Cientistas e filósofos não se entendem sobre a origem do universo. Mas a Bíblia Sagrada não se
contradiz. Em todos os seus livros que tratam deste assunto a afirmação clara e incontestável é que Deus
criou todas as coisas. Quem não se contradiz merece crédito!!
Imagine a seguinte situação: você encontra um relógio e passa a examiná-lo. Vê que as suas peças têm
forma diferente e foram feitas de vários tipos de matéria prima. Mas todas elas se encaixam e se
combinam de tal maneira que todas funcionam harmonicamente. E marcam as horas. E cumprem um
papel relevante. Formam um todo que tem sentido e propósito. Se alguém lhe dissesse que aquele
relógio surgiu por um acaso, você acreditaria? Então, como acreditar que o universo, muito mais
complexo do que um relógio, surgiu por um acaso? Pois todas as teorias científicas e filosóficas sobre a
origem do universo afirmam que ele surgiu por um acaso. Merece mais crédito a declaração bíblica de
que Deus criou todas as coisas!!
A Bíblia Sagrad é a palavra de Deus. E, embora usando a linguagem do observador, a linguagem
comum do dia a dia, sem entrar em detalhes técnicos, ela afirma que Deus cirou todas as coisas, visíveis
e invisíveis.
b) A CRIAÇÃO DO HOMEM
O registro da criação do homem, na Bíblia Sagrada, começa assim: Também disse Deus: Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as
aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”
(Gn 1:26). E continua assim: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou” (Gn 1:27).
Os vegetais e os animais foram criados “segundo a sua espécie”, mas o home foi criado à imagem e
semelhança do Criador.
A imagem e semelhança de Deus no homem, no sentido restrito, consiste no verdadeiro conhecimento,
retidão e santidade, com que o homem foi dotado na criação. E num sentido mais abrangente, inclui também o
fato de o homem ser um ente espiritual, racional, moral e imortal.
Após a queda, por causa do pecado, o homem perdeu a imagem de Deus no sentido restrito, ficando apenas
com a imagem de Deus no sentido mais abrangente. Isto é, o homem perdeu o verdadeiro conhecimento,
retidão e santidade, mas continuou sendo um ente espiritual, racional, moral e imortal, embora imperfeito em
todas essas áreas.
Detalhando mais a criação do homem, a Bíblia Sagrada ensina que “formou o SENHOR Deus ao
homem do pó da terra, e lhe soprou as narias o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2:7).
O corpo do homem foi feito de material que Deus havia criado antes, que no texto bíblico é chamado de “pó da
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terra”. Mas a alma surgiu como resultado do sopro divino. O primeiro homem era formado por um elemento
material, o corpo, e por um elemento imaterial, a alma. E todos os demais seres humanos também são
constituídos de corpo e alma.
Deus criou o homem com capacidade de reprodução, e lhe ordenou: “Sede fecundos, multiplicai-vos,
enchei a terra” (Gn 1:28). Mas aqui surge uma pergunta: a capacidade humana de se reproduzir inclui também a
alma? Ou apenas o corpo?
Quanto à origem da alma em cada indivíduo, existem três teorias, chamadas, respectivamente, de
preexistencialismo, criacionismo e traducianismo.
A teoria preexistencialista afirma que a alma de cada pessoa já existia antes que o seu corpo fosse
formado.
A teoria criacionista afirma que Deus cria uma alma para cada pessoa que é gerada no ventre materno.
Esta teoria se baseia especialmente em Elesiastes 12:7, onde está escrito que, logo após a morte, “o pó volta à
terra, como o era, e o espírito volta a Deus, que o deu”; e em Hebreus 12:9, onde está registrado o seguinte:
“Além disso, tinhamos os nossos pais segundo a carne, quenos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de
estar em muito maior submissão ao Pai dos espíritos, e então viveremos?”
A teoria traducianista afirma que a alma é gerada junto com o corpo, e portanto, é transmitida pelos pais
aos filhos. Segundo esta teoria, quando Deus capacitou o homem para se reproduzir, deu-lhe a capacidade para
gerar seres humanos completos, e não apenas corpos que deviam receber uma alma para se completarem. Os
seus defensores argumentam que, quando Deus criou a mulher, usou uma parte do homem, e não soprou-lhe
nas narinas o fôlego de vida. Portanto, o corpo e a alma de Eva procederam de Adão. Assim também o corpo e
a alma dos filhos procedem de seus pais.
A primeira teoria é rejeitada por quase todos os evangélicos. A Segunda e a terceira são aceitas por muitos.
Mas todas elas apresentam algumas dificuldades. Isto significa que este é um assunto que só será esclarecido
quando estivermos com o Senhor.
c) A QUEDA DO HOMEM
Na criação Deus estabeleceu uma aliança com o homem, que os teólogos chamam de PACTO DAS
OBRAS. O Criador o colocou no jardim do Éden, e lhe deu esta ordem: “De toda árvore do jardim comerás
livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres
certamente morrerás.” (Gn 2:16-17).
A ameaça de morte, no caso de desobediência, deixa implícito que havia também uma promessa de vida.
“Adão foi, de fato, realmente criado num estado de santidade positiva, e não estava sujeito a lei da morte. Mas
não possuía ainda os mais elevados privilégios à espera do homem; ainda não havia sido elevado acima da
possibilidade de errar, de pecar e de morrer. Ainda não possuía o mais alto grau de santidade, nem gozava a
vida em toda a sua plenitude”. Se ele obedecesse alcançaria a plenitude de vida, ou seja, estaria acima de
qualquer possibilidade de errar, pecar ou morrer.
A promessa tinha uma condição: perfeita obediência. Se o homem falhasse, a penalildade seria a morte.
A obediência consistia em não comer do fruto da árvore do bem e do mal. Era o teste para provar se Adão
estava disposta a submeter a sua vontade à vontade de Deus.
E o homem não passou no teste. Caiu. Deus lhe havia dado uma variedade enorme de frutas, verduras,
legumes e cereais para sua alimentação (Gn 1:29). Mas ele preferiu comer da árvore proibida, desobedecendo
ao Criador. Assim rejeitava a vontade de Deus, e fazia a sua própria vontade. Abandonava o Criador, e tomava
o seu próprio caminho.
A sentença de morte pairava sobre o homem. Morte significa, na Bíblia Sagrada, basicamente
separação. Ao pecar, o homem separou-se de Deus. Morreu espiritualmente. E as sementes da morte física
começaram imediatamente a agir no seu corpo. Ele passou a viver sob a tirania da morte, que finalmente o
alcançaria.
Adão arrastou para o pecado toda a sua descendência. Ele era o cabeça e o representante de toda a raça
humana. Por isso, todos se tornaram pecadores de toda a raça humana. Por isso, todos se tornaram pecadores
quando ele pecou. Nós não somos responsáveis pelo de nosso pai ou de nossa mãe. “O filho não levará a
iniquidade do pai” (Ez 18:20). Mas somos responsáveis pelo pecado de Adão, porque ele era nosso
12
representante. O apóstolo Paulo escreveu que “por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação” (Rm 5:18). Além de herdarmos a culpa do pecado de Adão, herdamos também a corrupção moral.
Por isto, temos uma inerente disposição para o pecado. O próprio apóstolo Paulo confessou: “... vejo nos meus
membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, faz-me prisioneiro da lei do pecado que está
nos meus membros” (Rm 5:23) “Porque nem mesmo compreendendo o meu próprio modo de agir, pois não
faço o que prefiro, e, sim, o que detesto. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse
faço.” (Rm 5:15-18).
CONCLUSÃO
Felizmente Deus não executou de imediato a sentença de morte que pairava sobre o homem. Ao invés
de eliminar o homem, Deus lhe fez uma promessa de restauração. O descendente da mulher feriria a cabeça da
serpente (Gn 3:15). É o proto-evangelho. E a promessa bendita de que o inimigo seria vencido, e o homem
restaurado à comunhão com o Criador.
O primeiro livro da Bíblia Sagrada mostra o homem sendo expulso do paraíso, da presença de Deus.
Mas o último livro, o Apocalipse, mostra o homem de volta ao paraíso. No primeiro livro está escrito que Deus
disse ao homem: “Visto que atendeste a voz de tua mulher, e comeste da árvore que eu te ordenara não
comesses: maldita é a terra por tua causa: em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ele
produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até
que tornes à terra, pois dela foste formado: porque tu és pó e ao pó tornarás.” (Gn 3:17-19). Mas no último livro
está escrito que Deus habitará com os homens. “Eles seráo povos de Deus e Deus mesmo estará com eles. E
lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque
as primeiras cousas passaram”(Ap 21:3-4).
O plano de Deus para o homem não se esgotava no Éden.
13
ESTUDO NO. 05
O PLANO DA SALVAÇÃO
c) ARREPENDIMENTO E FÉ
Jesus sofreu o castigo que nós deviamos sofrer. Ele pagou pelos nossos pecados. Ele é o único meio de
salvação, o único caminho para o Pai. “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe
nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4:12). Mas a salvação
15
não é automática. Para ser salvo, o pecador precisa ARREPENDER-SE de seus pecados e CRER em Jesus
Cristo.
Manford afirma que “A expressão tantas vezes usada – arrepender-nos dos pecados – transmite uma
idéia incorreta. A razão é que ninguém “se arrepende de seus pecados”, mas arrepende-se de si mesmo.
Arrependimento é um julgamento da pessoa acerca de si mesma, pelo qual admite que não vai bem.
O verdadeiro arrependimento causa um sentimento de tristeza e pesar pelo erro cometido, e leva a
pessoa a mudar de vida. Os rabinos judeus diziam que o verdadeiro penitente (arrependido) é aquele que, se
voltar a ter oportunidade de cometer o mesmo pecado, nas mesmas circunstâncias, NÃO O FAZ.
Mediante o arrependimento, o pecador se desvincula da velha vida, dos tempos da ignorância. O filho
pródigo, antes de vestir a melhor roupa, dada pelo pai, teve que tirar a roupa suja, rasgada e mal cheirosa, que
trazia da terra distante. Semelhantemente, o pecador precisa desvestir-se da imundícia do pecado, por meio do
arrependimento, para revestir-se da nova vida em Cristo.
Além de se desvincular da velha vida, através do arrependimento, o pecador precisa crer em Jesus Cristo
e recebê-lo como Salvador e Senhor. Esta fé implica numa completa renúncia de toda tentativa para se alcançar
a salvação através de obras, e numa entrega total a Cristo, na firma convicção de que o seu sacrifício na cruz é
suficiente para nos salvar.
Mediante o arrependimento, o pecador se desvincula da velha vida, e mediante a fé se vincula à nova
vida em Cristo.
Após reconciliar-se com Deus, mediamente o arrependimento e a fé, o homem precisa viver do modo
como Deus quer que ele viva. Ou, como escreveu o apóstolo Paulo, praticar as boas obras, “as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas (Ef 2:10). Deve, também, tornar-se membro de uma igreja, para
somar-se a outros servos de Jesus Cristo. Pois ele precisa testemunhar isto perando o mundo, com palavras e
ações. E para isto precisa se instruir e se fortalecer espiritualmente. E ao lado de outras pessoas que têm a
mesma experiência e a mesma fé fica mais fácil ser fiel ao Senhor. Por outro lado, há também aspectos da vida
cristã que só podem ser vividos coletivamente. Como exemplo podemos citar a celebração da Ceia do Senhor.
CONCLUSÃO
Quem se arrepende de seus pecados e crê em Jesus Cristo como Salvador e Senhor tem a vida eterna.
Jesus garantiu: “Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou,
tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (Jo 5:24) Observe que Jesus disse:
“tem a vida eterna” e não terá. Ele usou o presente, e não o futuro. E o apóstolo João escreveu o seguinte:
“Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas cousas vos
escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós que credes em o nome do Filho de Deus” (I Jo 5:12-
13).
A Bíblia Sagrada é muito realista; ela não esconde a fraqueza e a miséria do homem. Ela diz que somos
fracos, frágeis, incapazes até de entender as coisas de Deus. Mas, apesar de tudo isto, ela nos garante que em
Cristo podemos ter a certeza da salvação. Jesus afirmou categoricamente: “As minha ovelhas ouvem a minha
voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as
arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode
arrebatar.” (Jo 10:27-29).
Podemos ter a certeza completa e absoluta do cumprimento das promessas que Deus nos faz em sua
Palavra. “o caráter de Deus paira acima de toda a suspeita. Ele é justo. Ele é santo. E a palavra de Deus é tão
digna de confiança quanto o seu caráter”.”Deus não é homem, para que minta, nem filho do homem para que se
arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou tendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23:19).
Graças a Deus, podemos ter a certeza e a segurança da salvação. A nossa certeza não se baseia nos
nossos méritos, mas em Jesus Cristo que afirmou: “... o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo
6:37).
ESTUDO NO. 06
17
que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55:8-9). Não
podemos submeter as ações de Deus ao juízo da lógica humana. Se quisermos submeter o ensino da Bíblia a
lógica humana, deixaremos também de orar, pois Deus conhece todas as coisas e não haveria necessidade de
falarmos com ele sobre as nossas necessidades. Contudo, a Bíblia ao mesmo tempo que ensina a onisciência de
Deus, afirma que devemos orar “sem cessar” (I Ts 5:17). Logo, devemos observar aquilo que Deus nos diz em
sua palavra, e não o que nos diz o nosso raciocínio.
2 – Outras pessoas rejeitam a doutrina da predestinação, afirmando que deus é justo, e não escolheria
uns deixando de escolher outros. Quanto a isto, o apóstolo Paulo responde: “Que diremos pois? Há injustiça da
parte de Deus? De modo nenhum. Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver Ter
misericórdia, e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Rm 9:14-15). Todos os homens são
pecadores, e por isto, estão perdidos, condenados ao sofrimento eterno. E ninguém pode alegar que Deus é
injusto, pelo fato de haver escolhido alguns pecadores para serem salvos, em Cristo.
3 – Existem, também pessoas que afirmam que Deus escolheu para a salvação aqueles que ele sabia que
iam crer em Jesus Cristo. Mas não é assim. A base da predestinação é o amor de Deus, e não o seu
conhecimento prévio de que a pessoa ia crer em Cristo.
4 – Mas a pior situação é a daqueles que usam da doutrina da predestinação para dar lugar ao pecado.
Eles afirmam: “Posso viver como quiser, pois se eu for um predestinado serei salvo de qualquer maneira”.
Quem pensa e age assim desconhece o ensino bíblico de que fomos predestinados “para sermos santos e
irrepreensíveis” (Ef 1:4).Tais pessoas vão pagar muito caro pelo mau uso que estão fazenda da misericórdia
divina!.
5 – Por fim, existem aqueles que dizem que a doutrina da predestinação anula a pregação do evangelho.
Quanto a isto, basta lembrar o que aconteceu com o apóstolo Paulo em Corinto: “Teve Paulo durante a noite
uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas, pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo
e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18:9). Deus tinha muitos escolhidos em
Corinto, e Paulo devia continuar pregando ali para que eles fossem alcançados com a mensagem de salvação. A
predestinação não elimina a pregação do evangelho. Pelo contrário, ela exige a pregação, pois os predestinados
precisam ouvir o evangelho para crer. A fé, que é um Dom de Deus, “vem pela pregação” (Rm 10:17).
Deus usa a sua palavra e a atuação do Espírito Santo para chamar aqueles que ele predestinou. Foi o que
aconteceu com Lídia. Paulo pregava. Ela e outras mulheres ouviam. E Deus, através do Espírito Santo, abriu o
coração dela “para atender às cousas que Paulo dizia” (At 16:14). Os teólogos chamam isto de vocação eficaz,
que é a atração irresistível que Deus, por meio da palavra e do Espírito Santo, exerce sobre o pecador levando-o
a aceitar a Cristo como seu único Salvador.
b) A REGENERAÇÃO E A CONVERSÃO
A regeneração consiste na implantação do princípio da nova vida espiritual na pessoa que foi
predestinada e que está sendo chamada, pela palavra, para a salvação.
Na conversa de Jesus com a mulher samaritana podemos ver o desenrolar deste processo. Cremos que
ela havia sido predestinada para a salvação. E Jesus pregava-lhe o evangelho. O Espírito Santo trabalhava no
coração dela. E, a certa altura, ela disse: “Vejo que tu és profeta” (Jo 4:19). Era a luz do entendimento que ia
penetrando na mente daquela mulher. Ela ainda tentou resistir. Colocou para Jesus a sua tradição religiosa.
Mas, a seguir, “deixou o cantaro, foi à cidade e disse àqueles humens: Vinde comigo, e vede um homem que
me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?! (Jo 4:28,29). Observe que ela não foi à sua
casa chamar o seu companheiro. Agora ela queria viver uma nova vida. Pois é esta disposição para viver uma
nova vida que chamamos de regeneração.
Podemos definir regeneração com a ação do Espírito Santo, na mente e no coração do pecador
predestinado para a salvação, dando-lhe uma disposição santa de servir a Deus em espírito e em verdade.
Antes da regeneração a atração pelo pecado domina o pecador. A partir da regeneração, ela passar a
desejar o que é bom e justo. Isto pode ser visto na experiência de Zaqueu. Antes do seu encontro com Jesus, ele
era um publicano ambicioso e, provavelmente, desonesto. Mas, ao encontrar-se com o Mestre, ele declarou:
“Senhor, resolvo dar ao pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma cousa tenho defraudado alguém, restituo
18
quatro vezes mais” (Lc 19:8). Antes ele desejava tirar do próximo, agora o seu desejo era repartir o que tinha
com o próximo.
Este toque regenerador do Espírito Santo leva o pecador à conversão. “Esta conversão é apenas a
expressão externa da obra da regeneração, ou a mudança que a acompanha, efetuada na vida consciente do
pecador. Esta conversão tem dois aspectos, um ativo, outro passivo. No primeiro, a conversão é contemplada
como a mudança efetuada por Deus, na qual Ele mudo o curso consciente da vida do homem. E no último, é
considerada como o resultado desta ação divina. É aquele ato de Deus pelo qual Ele faz o regenerado, na sua
vida consciente, voltar para Ele com fé a arrependimento”.
Conversão, portanto, é o resultado da ação do Espírito Santo que leva o pecador a arrepender-se de seus
pecados e a crer em Cristo como Salvador e Senhor.
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CONCLUSÃO
A nossa salvação depende da graça divina, e não dos esforços humanos. Se dependesse de nós, não
poderíamos ter segurança; pois somos fracos, imperfeitos, instáveis. “Quando o próprio Deus é o guardião de
nossa alma, podemos ficar tranquilos, na certeza de que estamos de fato seguros – sem o mínimo resquício de
dúvida.
“Vós porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim
de proclarmardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (I Pe 2:9).
Deus nos escolheu, nos chamou, nos regenerou, nos converteu e nos justificou, para sermos o seu povo.
“Ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e
soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém.”(Judas 25).
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ESTUDO NO. 07
a) A IGREJA PRIMITIVA
Historicamente a igreja cristã nasceu no dia de Petencoste. A princípio ela era considerada apenas uma
seita do judaísmo (At 24:14; 28:22). Mas, com o passar do tempo, adquiriu identidade própria.
Os cristãos foram violentamente perseguidos pelos judeus e pelos romanos. A perseguição, contudo,
ajudava a igreja. Os crentes tornavam-se mais ousados. E os falsos cristãos não suportavam a pressão e saíam.
Assim a igreja ia, ao mesmo tempo, se fortalecendo e se purificando.
No século IV cessaram as perseguições. No ano 313, Constantino e Licínio, concorrentes ao trono imperial, se
encontraram e assinaram o Edito de Milão, concedendo plena liberdade ao cristianismo. Em 323 Constantino
finalmente derrotou Licínio, tornando-se o únivo governante do mundo romano. Com seu tino político sentiu a
necessidade de unificar o Império. “Havia uma só lei, um só imperador e uma única cidadania para todos os
homens livres. Era necessário que houvesse também uma só religião.” E o cristianismo foi feito religião oficial
do Império Romano.
A partir de sua oficialização como religião oficial, a igreja cristã passou a receber um grande número de
adesões. Muitas pessoas, sem a verdadeira conversão, entraram para a igreja. A atuação de tais pessoas e a
influência do mundo pagão levaram a igreja a adotar doutrinas e práticas que se chocam brutalmente com os
ensinos bíblicos. Eis alguns exemplos: no ano 375 foi instituído o culto aos santos; no ano 431, instituiu-se o
culto a Maria, a partir do Concílio de Éfeso, cidade em que pontificava a grande Diana dos Efésios, divindade
feminina pagã; em 503 surgiu a doutrina do purgatório; em 738 foi adotada a adoração de imagens e relíquias;
em 1090, inventou-se o rosário; em 1229, foi proibida a leitura da Bíblia. Há muitas outras inovações que seria
longo mencionar aqui.
21
Algumas pessoas afirmam que a igreja organizada pelos apóstolos é a Igreja Católica Romana. Quanto a
isto devemos esclarecer o seguinte:
1) A igreja dos apóstolos não adotou nenhum nome específico. Ela é chamado no Novo Testamento
simplesmente de IGREJA. Historicamente ela é denominada Igreja Primitiva.
2) O sistema de governo e a organização da Igreja Primitiva, suas doutrinas e sua liturgia, eram bem diferentes
do que é praticado pela Igreja Católica Romana.
3) A verdade é que a Igreja Católica Romana surgiu das transformações ocorridas na Igreja Primitiva.
Transformações que, lamentavelmente, só afastaram a igreja dos ensinos da Jesus Cristo.
As heresias mencionadas, aliadas à corrupção e imoralidade do clero, levaram a igreja a perder suas
principais características de igreja cristã. Mas ainda existiam pessoas sinceras, tementes a Deus, que clamavam
por uma reforma.
b) A REFORMA PROTESTANTE
A partir do ano 1300, o mundo ocidental experimentou um sentimento crescente de nacionalismo. Os
povos não queriam sujeitar-se a Roma. Aspiravam ver surgir uma igreja nacional. Esse clima favoreceu o
surgimento dos Precusores da Reforma. Eram homens cultos, de vida exemplar, que tinham prazer na leitura e
na exposição da Bíblia Sagrada. São chamados precursores porque antecederam aos reformadores e,
principalmente, porque não conseguiram superar o legalismo religioso – não descobriram a graça salvadora.
Queriam fazer alguma coisa para alcançar a salvação, quando a Bíblia afirma: “Pela graça sois salvos, mediante
a fé; e isto não vem de vós, é Dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2:8-9).
Os principais Precursores da Reforma foram: João Wuclif (1328-1384), professor da Universidade de
Exford, na Inglaterra: João Huss (1373-1415), professor da Universidade de Praga, que foi queimado por causa
da sua fé; e Girolano Savonarola (1452-1498), monge dominicano, que foi enforcado e queimado por ordem do
papa Alexandre VI, em Florença, na Itália.
Além dos movimentos liderados pelos precursores da Reforma, ocorreram outras tentativas de reformar a
igreja, mas sem êxito.
No século XVI a situação era bastante propícia a uma reforma da igreja. A Europa estava no limiar de
uma nova época política e social. Gutemberg revolucionara o processo de impressão de livro; Colombo
descobrira a América... E o descontentamento com a igreja persistia. Tudo isso preparava o terreno para a
reforma. E Lutero foi o homem que Deus levantou para desencadear o movimento que resultou no Reforma
Religiosa do Século XVI.
Martinho Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483. Sua família era pobre e ele lutou com muita
dificuldade para estudar. Preparava-se para ingressar no curso de Direito, quando resolvou tornar-se monge.
Entrou para o mosteiro agostiniano de Erfurt, em 1505, antes de completar 22 anos de idade. Dois anos depois
foi ordenado sacerdote. No ano seguinte foi para a Wittenberg preparar-se para ser professor na recém-criada
universidade daquela cidade. Foi lá que Lutero dedicou-se ao estudo das Escrituras. E ao estudar a Epístola aos
Romanos, descobriu que “o justo viverá por fé” (Rm 1:17). Ele já havia feito tudo que a igreja indicava para
alcançar a paz com Deus. Mas sua situação interiro só piorava. Ao descobrir a graça redentora, entregou-se a
Jesus Cristo, pela fé, e encontrou a paz e a segurança de salvação.
No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou, na porta da capela de Wittenberg, as suas 95
teses. Era o início da Reforma.
Lutero tentou reformar a igreja, mas Roma não quis se reformar. Antes o perseguiu violentamente. Em 1521 ele
foi excomungado. Neste mesmo ano teve que se esconder durante 10 meses no castelo de Wartburgo, perto de
Eisenach, para não ser morto. Depois voltou para Wittenberg, de onde comandou a expansão do movimento do
reforma.
c) O PRESBITERIANISMO
Paralela à Reforma de Lutero, surgiu na Suíça um reformador chamado Úlrico Zwínglio. Era mais novo
do que Lutero apenas 50 dias, mas tinha formação e idéias diferentes do reformador alemão. Contudo, não pôde
22
ir muito longe em seu movimento de reforma, pois morreu prematuramente no campo de batalha, no dia 11 de
outubro de 1531. Mesmo assim é considerado o “pai do protestantismo reformado” (presbiterianismo).
Mas o homem responsável pela sistematização doutrinária e pela expansão do protestantismo reformado
foi João Calvino. Ele nasceu em Noyon, Província de Picardia, na França, no dia 10 de julho de 1509. Seu pai
era advogado e se chamava Gerard Calvino. Sua mãe, Jeanne le Franc Calvino, morreu quando ele tinha apenas
3 anos de idade. Aos 14 anos, Calvino entrou para a Universidade de Paris. Com 20 anos formou-se em Direito
na Universidade de Orléans. Não se sabe com precisão o ano em que o jovem Calvino converteu-se a Jesus
Cristo. Alguns historiadores julgam que foi 1533. Neste ano um amigo de Calvino, chamado Nícolas Cop,
tomou posse como reitor da Universidade de Paris. E o seu discurso de posse falava em reformas, numa
linguagem que refletia idéias luteranas. E o comentário geral era que o discurso tinha sido escrito por Calvino.
O rei Francisco I resolveu agir contra os “luteranos”. Calvino e Nícolas Cop foram obrigados a furgir de Paris.
Em julho de 1536, Calvino passava por Genebra. A cidade havia se declarado oficialmente protestante
no dia 21 de maio daquele ano. E Guilherme Farel liderava o movimento protestante na cidade. Sabenda da
presença de Calvino, Farel foi ao seu encontro e o persuadiu a ficar na cidade para ajudá-lo. E Calvino fez de
Genebra uma cidade modelo.
Mas Calvino, foi acima de tudo, um grande teólogo. Escreveu dezenas de livros. Sua principal obra é a
INSTITUIÇÃO DA RELIGIÃO CRISTÃ, conhecida como INSTITUTAS, concluída em 1559. O sistema
doutrinário elaborado por Calvino é essencialmente biblíco, e se tornou conhecido como CALVINISMO.
Os seguidores do movimento iniciado por Zwinglio e estruturado por Calvino se espalharam imediatamente
por toda a Europa. Na França eles eram chamados de huguenotes; na Inglaterra, puritanos; na Suíça e Países
Baixos, reformados; na Escócia, presbiterianos.
O presbiterianismo foi levado da Escócia para a Inglaterra; de lá, para os Estados Unidos.
Em 1726 teve início um despertamento espiritual, nos Estados Unidos. Este despertamento levou os
presbiterianos a se interessarem por missões estrangeiras. Missionários foram enviados para vários países,
inclusive o Brasil.
No dia 12 de agosto de 1859 chegou ao nosso país o primeiro missionário presbiteriano: Ashbel Green
Simonton.
CONCLUSÃO
“Edificarei a minha igreja” – disse Jesus – “e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt
16:18). Homens fraudulentos e a influência do mundo pagão desviaram a igreja dos ensinos de Jesus. Mas
sempre existiram servos fiéis, que não se conformavam com o erro e clamavam por um reforma. Lutero deu
início ao movimento vitorioso.
Lutero e Calvino tentaram um entendimento para unir suas forças. Mas não foi possível. Lutero queria
apenas reformar a igreja. Mas Calvino entendia que a igreja estava tão degenerada, que não havia como
reformá-la. Por isto ele ele propôs a organizar uma nova igreja que, na sua doutrina, na sua maneira de prestar
culto e na sua forma de governo, fosse idêntica a Igreja Primitiva. E foi assim que surgiu a Igreja
Presbiteriana.
EXERCÍCIOS
1. Na nova aliança, estabelecida por Jesus Cristo, qual é a organização que reúne e congrega o povo de Deus?
2. Quando foi que a igreja cristã se tornou a religião oficial do Império Romano?
3. Como se chamava a igreja organizada pelos apóstolos?
4. Como surgiu a Igreja Católica Romana?
5. Quais foram os principais precursores da Reforma?
6. Como começou a Reforma Religiosa do Século XVI?
7. Quem é considerado o “pai do protestantismo reformado”?
8. Quem foi João Calvino?
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TEXTOS BÍBLICOS PARA LEITURA
1 – Deus chama a Abraão e lhe faz promessas – Gn 12:1-9
2 – O nascimento de Isaque – Gn 21:1-7
3 – Descendentes de Isaque – Gn 25:19-34
4 – Jacó e sua família descem para o Egito – Gn 46:1-7
5 – A defesa de Estevão (síntese da história de Israel) – At 7:1-53
6 – O nascimento da igreja cristã – At 2:14-47
7 – A comunidade cristã – At 4:32-35
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ESTUDO NO. 08
1. HISTÓRIA
A primeira tentativa de implantação do presbiterianismo em nosso país foi feita pelos franceses, que
invadiram o Rio de Janeiro em 1557. Eles pretendiam fundar aqui uma colônia cujo o nome seria França
Antártica. O grupo era composto por católicos e huguenotes (presbiterianos). A colônia devia caracterizar-se
pela tolerância religiosa. Mas três pastores acompanhavam o grupo, com o objetivo de dar assistência religiosa
aos colonos e pregar o evangelho aos nativos. A invasão fracassou e eles foram expulsos em 1567.
Os holandeses, que invadiram o nordeste de nosso país, também tentaram implantar aqui o
presbiterianismo. Em 1624 uma esquadra holandesa chegou a Salvador, na Bahia, onde ficou até março de
1625. Expulsos da Bahia, os holandeses se reorganzaram e invadiram Pernambuco em 1630. Em 1654 eles
foram definitivamente expulsos do nosso país, e as comunidades reformadas que eles haviam implantado no
nordeste desapareceram.
A implantação do presbiterianismo em nosso país se deu através do trabalho de missionários, que
vieram especialmente para evangelizar os brasileiros.
O primeiro missionário presbiteriano a vir para o Brasil se chamava Ashbel Green Simonton. Ele
chegou ao Rio de Janeiro no dia 12 de agosto de 1859. Tinha apenas 26 anos de idade. Era formado pelo
Seminário de Princeton e ordenado pastor pelo Presbitério de Carlisle. Embora tivesse estudado Português em
Nova York, Simonton não tinha domínio de nossa língua suficiente para pregar aos brasileiros. Por isso,
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enquanto aprendia melhor o Português, ele se dedicava ao trabalho de evangelização dos estrangeiros que aqui
residiam ou que por aqui passavam.
No dia 22 de abril de 1860, Simonton dirigiu o primeiro trabalho em Português. Era uma escola
dominical. A assistência total somava cinco pessoas: três crianças e duas moças. Dois anos depois, Simonton
recebeu os dois primeiros membros: um norte-americano e um português. O primeiro brasileiro a se tornar
membro da Igreja Presbiteriana se chamava Sefarim Pinto Ribeiro. Ele foi recebido por profissão de fé e
batismo, no dia 22 de junho de 1862.
O segundo missionário presbiteriano a chegar ao Brasil foi Alexander Blacford, que era casado com
uma irmã de Simonton. Ele e a esposa chegaram ao Rio de Janeiro no dia 25 de julho de 1860. O terceiro
missionário era um alemão, naturalizado norte-americano, chamado Francis Schneider. Ele chegou no dia 7 de
dezembro de 1861. A missão estabeleceu sua sede no Rio de Janeiro, mas os missionários viajavam pelo Brasil
todo, procurando conhecer o país e, ao mesmo tempo, divulgar o evangelho.
Em 1863, o Rev. Alexander Blackford foi para São Paulo, com o objetivo de evangelizar a capital e o
interior.
Os missionários consideravam que uma igreja estava organizada a partir do dia do batismo dos
primeiros convertidos. A Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro foi organizada no dia 12 de janeiro de 1862,
quando foram batizados os dois primeiros convertidos. Dentro desse mesmo critério, a Igreja Presbiteriana de
São Paulo foi organizada no dia 5 de março de 1865; a Igreja Presbiteriana de Brotas, interior de São Paulo, no
dia 13 de novembro de 1865; a Igreja Presbiteriana de Lorena, também no interior de São Paulo, no dia 17 de
maio de 1868; e a Igreja Presbiteriana de Borda da Mata, interior de Minas Gerais, em 23 de maio de 1869.
Em 1865 foi organizado o primeiro presbitério – Presbitério do Rio de Janeiro. Na primeira reunião
desse Presbitério foi ordenado o primeiro pastor brasileiro, um ex-padre, chamado José Manoel da Conceição.
No dia 14 de janeiro de 1867 começou a funcionar o primeiro seminário, localizado no Rio de Janeiro, fundado
para preparar os pastores brasileiros.
O Rev. Simonton faleceu em São Paulo, no dia 8 de dezembro de 1867. Mas o trabalho de
evangelização e organização de igrejas continuou.
O segundo presbitério – Presbitério de São Paulo, foi organizado no dia 13 de janeiro de 1872. E em
1888 foi organizado o Sínodo. Nesse ano já havia igrejas organizadas em 14 estados. Havia quatro presbitérios
e trinta e dois pastores, sendo vinte estrangeiros e doze brasileiros. No dia 7 de janeiro de 1909 foi organizada a
Assembléia Geral que, a partir de 1937, passou a se chamar Supremo Concílio.
2. SISTEMA DOUTRINÁRIO
A Igreja Presbiteriana do Brasil adota, como exposição das doutrinas bíblicas, a Confissão de Fé de
Westminster, o Catecismo Maior e o Catecismo Menor ou Breve Catecismo. Nossa única regra de fé e prática é
a Bíblia Sagrada. Mas, em virtude de a Bíblia não trazer as doutrinas já sistematizadas, adotamos a Confissão
de Fé e os Catecismos como exposição do sistema de doutrinas ensinadas na Escritura.
A Confissão de Fé e os Catecismos são conhecidos, historicamente, como SÍMBOLOS DE
WESTMINSTER. Eles foram preparados por uma assembléia de clérigos anglicanos, congregacionais,
independentes, batistas e presbiterianos. Essa assembléia foi convocada pelo Parlamento Inglês para elaborar os
princípios de governo, doutrina e culto que deviam reger as atividades religiosas na Inglaterra, Escócia e
Irlanda. A assembléia foi instalada no dia 1 º de julho de 1643, com a presença de 69 membros. Fez 1.163
sessões, sem contar as reuniões de comissões e subcomissões. A participação média variava entre 60 e 80
membros. A maior presença foi de 96 membros. O local da reunião foi a Abadia de Westminster e, por isso,
ficou conhecida como Assembléia de Westminster.
A Confissão de Fé e os Catecismo foram aprovados pelo Parlamento Inglês em 1648. A Igreja
Presbiteriana da Escócia, a da Inglaterra e a dos Estados Unidos da América adotaram a Confissão de Fé e os
Catecismos como padrão doutrinário. A Igreja Presbiteriana do Brasil também o fez mesmo.
3. GOVERNO
A Igreja Presbiteriana do Brasil, como organização eclesiástica, adota um sistema representativo de
governo. É um meio termo entre o sistema de governo episcopal, onde o governo é exercido pelo bispo, e os
sistema congregacional, onde as decisões são tomadas em assembléias ou sessões, com a participação de todos
os membros. No sistema episcopal uma só pessoa decide e, por isso, os erros são mais frequentes. No sistema
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congregacional todos tomam parte em todas as decisões; e os erros também são mais frequentes, pois nem
todos estão preparados para todos os níveis de decisão. No sistema presbiteriano, os membros reunidos em
assembléia elegem os seus representantes. E estes cuidarão do governo do igreja.
3.1 Governo da igreja local
Os membros da igreja elegem os presbíteros e os diáconos para um mandata de cinco anos. Os
presbíteros, juntamente com o pastor, foram o Conselho, que cuida do governo e da disciplina daquela igreja.
Os diáconos foram a Junta Diaconal, que cuida da ordem no templo e seus arredores e da assistência social. A
Junta Diaconal funciona sob a orientação do Conselho. Alguns atos do Conselho dependem da aprovação dos
membros da igreja, reunidos em assembléia. Por exemplo: a aquisição ou transferência de propriedade da igreja
só poderá ser feita mediante aprovação da assembléia.
3.2 Governo da Igreja a nível regional
As igrejas de uma determinada região são supervisionadas pelo Presbitério, que é constituído pelos
pastores e pelos presbíteros representantes das igrejas daquela região. Os pastores são membros do Presbitério.
Os presbíteros são nomeados pelos Conselhos. Cada Conselho é representado por um presbítero, nomeado
anualmente.
Acima do Presbitério está o Sínodo, que é constituído pelos pastores e presbíteros representantes dos
Presbitérios daquela região. Os Sínodos se reúnem nos anos ímpares. Eles supervisionam, orientam e
disciplinam o funcionamento dos Presbitérios. Nos anos ímpares os Presbitérios elegem três pastores e três
presbíteros para representá-los junto ao Sínodo.
3.3 Governo da igreja a nível nacional
O governo da igreja a nível nacional é exercido pelo Supremo Concílio, que é constituído pelos pastores
e presbíteros representantes de todos os Presbitérios. O Supremo Concílio se reúne, ordinariamente, de quatro
em quatro anos. Cada presbitério envia dois pastores e dois presbíteros para representá-lo no Supremo
Concílio.
A Comissão Executiva do Supremo Concílio, formada pelo presidente, vice-presidente, tesoureiro e
secretário executivo do Supremo Concílio e pelos presidentes de todos os sínodos, se reúne uma vez a cada ano.
O Conselho, Presbitério, Sínodo e Supremo Concíclio são assembléias constituídas de pastores e
presbíteros. Essas assembléias recebem o nome de concílio.
Cada concílio cuida, de assuntos de sua competência e supervisiona, orienta, inspeciona, e disciplina, o
concílio imediatamente inferior. Um concílio não poderá determinar a maneira do concílio imediatamente
inferior agir em nenhuma matéria de sua exclusiva competência. Mas poderá fazê-lo retorceder, reformar ou
anular qualquer deliberação que fira algum princípio doutrinário ou constitucional da Igreja Presbiteriana do
Brasil. Vamos dar um exemplo: admitir membro na igreja é função privativa do Conselho; mas se a admissão
for feita de modo irregular, o Presbitério poderá anulá-la ou determinar que o Conselho corrija a irregularidade.
A Igreja Presbiteriana do Brasil rege-se por sua Constituição, Código de Disciplina e Princípios de
Liturgia. A Constituição traz as normas administrativas, o Código de Disciplina, as normas para disciplina
eclesiástica dos membros da igreja, dos pastores e dos concílios; e os Princípios de liturgia, as normas para o
culto, a ministração dos sacramentos, as cerimônias eclesiásticas e realização de atos litúrgicos. E compete a
cada concílio observar essas normas em seus próprios atos e verificar se elas estão sendo observadas pelos
concílios que estão sob sua jurisdição.
De toda reunião de um concílio deve se lavrar uma ata pormenorizada. Esta ata será submetida ao
exame do concíclio imediatamente superior em sua próxima reunião ordinária. Esta é uma das forças pelas
quais o concíclio superior exerce a insperção do concíclio imediatamente inferior.
O sistema de governo presbiteriano, quando corretamente praticado, é ótimo. O sistema pressupõe que
os membros da igreja, reunidos em assembléia, elegem as pessoas mais qualificadas para o ofício de presbítero
e diácono. Pressupõe-se também que o Conselho elege o presbítero mais qualificado para representá-lo no
Presbitério. E que o Presbitério, ao eleger os seus representantes junto ao Sínodo e ao Supremo Concílio,
escolhe os pastores e presbíteros mais qualificados. Se na prática não tem funcionado assim, a culpa não é do
sistema. E ao invés de mudar o sistema, deve-se praticá-lo corretamente.
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CONCLUSÃO
Uma igreja local é uma organização eclesiástica. Como organização, ela necessita de princípios e
normas para se conduzir. Mas a igreja é mais do que uma simples organização. Ela é um organismo. É o Corpo
de Cristo. “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (I Co 12:27). No corpo
existem muitos membros, com funções diferentes. Mas todos constituem um só corpo. Por isso não pode haver
divisão , discórdia ou porfia entre os membros do corpo. O mesmo se aplica aos membros da igreja. Inimizades,
porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, fracções e coisas semelhantes a estas não podem existir na igreja.
Jesus Cristo é a cabeça do corpo, da igreja. Por isso cada membro, como parte desse corpo, deve ser
obediente ao Senhor Jesus Cristo.
EXERCÍCIOS
1 – Quem fez a primeira tentativa de implantação do presbiterianismo no Brasil? Quando foi e por que
fracassou?
2 – Quem foi o primeiro missionário presbiteriano a vir para o Brasil?
3 – Quando o primeiro missionário presbiteriano chegou ao Brasil e como começou o seu trabalho?
4 – Quem compõe o Conselho da Igreja? Qual é a sua função?
5 – Que é Presbitério? Como é composto?
6 – Que é concílio? Quais são os concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil?
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ESTUDO NO. 09
O BATISMO CRISTÃO
1. O SIGNIFICADO DO BATISMO
O batismo foi instituído por Jesus Cristo após a sua ressurreição. Ele ordenou aos discípulos: “Ide,
portanto, fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt
28:19). “Quem crer e foi batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Mc 16:16).
O batismo corresponde à circuncisão praticada na antiga aliança. A circuncisão foi instituída como sinal
e selo do pacto estabelecido com Abraão (Gn 17:9-14; Rm 4:11-13). E o batismo é o sinal e o selo da nossa
aliança, estabelecida por Jesus Cristo. Após ouvir o sermão de Pedro, no dia de Pentecoste, quase três mil
pessoas se sentiram tocadas e lhe perguntaram: “Que faremos?” (At 2:37). E a resposta foi: “Arrependei-vos, e
cada um de nós será batizado” (At 2:38). Mas o batismo, por ser um sacramento da nova aliança, é ainda mais
rico de significado do que a circuncisão.
a) o batismo significa e sela a nossa união com Cristo
No capítulo 5 da Epístola de Romanos, Paulo traça um paralelo entre Adão e Cristo. Ele mostra que,
quando nascemos, nos identificamos com Adão. E, em virtude da queda de nossos primeiros pais, nascemos
pecadores. (Rm 5:12). Mas quando recebemos Jesus como nosso Senhor e Salvador, nós nos identificamos com
ele. (Rm 5:19). Por isso a Bíblia afirma que fomos crucificados (Rm 6:6), morremos (Rm 6:8; Cl 3:3; II Tm
2:11) e ressuscitados (Ef 2:6; Cl 2:12; 3:1) com Cristo. “... um morreu por todos, logo todos morreram”. (II Cor
5:14), afirmou o apóstolo Paulo. E o batismo significa e sela a nossa união com Cristo(Rm 6:4-5).
b) O batismo significa e sela a nossa participação nas bênçãos do pacto da graça
Antes da fundação do mundo, o Pai e o filho estabeleceram o pacto da redenção. O Filho se colocou no
lugar do pecador e incubiu-se de fazer a expiação do pecado, suportando o castigo necessário, e de satisfazer as
exigências da lei em lugar de todo o seu povo. Baseado neste pacto, Deus estabeleceu com o homem o pacto da
graça. Pode-se definir a aliança (pacto) da graça como o acordo feito com base na graça, entre o Deus ofendido
e o pecador ofensor, porém eleito, no qual Deus promete a salvação mediante a fé em Cristo, e o pecador a
aceita confiantemente, prometendo uma vida de fé e obediências. A promessa principal do pacto da graça é que
Deus será o nosso Deus e também da nossa descendência. Esta promessa inclui bênçãos temporais e eternas.
Através dela Deus garante nos conduzir nesta vida e nos receber no céu, após a nossa morte. E o batismo
significa e sela, essas promessas (Gl 4:7).
ESTUDO NO. 10
O BATISMO DE CRIANÇA
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A esta altura surge uma pergunta: E as crianças? Elas herdaram a culpa de Adão e já nasceram
pecadoras. E ainda não dispõem de condições mentais e psíquicas para entender o evangelho e receber Jesus
como Salvador e Senhor. Qual é a situação espiritual das crianças?
A Bíblia Sagrada mostra que as crianças são herdeiras espirituais de seus pais. Quando os pais se
rebelam contra Deus, as crianças também sofrem as consequências. Mas quando os pais são fiéis, elas também
são beneficiadas.
As crianças que morrem na infância são salvas, independente da situação espiritual de seus pais. Elas
são regeneradas e salvas por Cristo, “mediante o Espírito que opera quando, onde e como quer.”
As crianças, filhas de crentes, são herdeiras espirituais de seus pais. Por isto têm o direito de receber o
batismo e pertencer à igreja.
1. O BATISMO E A CIRCUNCISÃO
Na antiga aliança as crianças eram circuncidadas. Quando Deus estabeleceu a aliança com Abraão, ele
instituiu a circuncisão como sinal e selo do pacto. “Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e
a tua descendência no dercurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a
tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado... O incircunciso, que não for cincuncidado na carne
do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança” (Gn 17:9,10,14). A circuncisão,
por sua natureza, se aplicava apenas às pessoas do sexo masculino. De acordo com os costumes da época, as
mulheres não tinham autonomia para tomar as suas próprias decisões. Elas eram sempre representadas por um
homem: quando solteiras, pelo pai; quando casadas, pelo marido. Por isto, elas não precisavem receber nenhum
sinal do pacto.
Quando Jesus estabeleceu a nova aliança, ele instituiu o batismo como sinal e selo deste novo pacto. Ele
ordenou: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo; ensinando-os as guardar todas as cousas que vos tenho ordenado” (Mt 28:19). “Quem crer e for
batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mt 16:16).
O apóstolo Paulo mostra que o batismo equivale à circunsião. Ele escreveu: “Nele também fostes
circuncidados, não por intermédios de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de
Cristo; tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante
a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.” (Cl 2:11-12).
A equivalência entre circunsião e batismo é bem clara. Para fazer parte da antiga aliança a pessoa tinha
que pertencer à descendência de Abraão – por nascimento, por adesão ou por Ter sido comprada. Para fazer
parte da nova aliança a pessoa precisa crer em Jesus Cristo como Salvador e Senhor. O sinal e selo da antiga
aliança era a circuncisão. O sinal e selo da nova aliança é o batismo. Se os filhos dos crentes da antiga aliança
recebiam o sinal e selo da nova aliança, somos levados a concluir que os filhos dos crentes da nova aliança
também devem receber o sinal e selo desta aliança, que é o batismo.
Algumas pessoas perguntam: se o batismo equivale à circunsião, por que Jesus e os apóstolos foram
batizados, se eles tinham sido circuncidados? A resposta é que Jesus e os apóstolos viveram no período de
transição entre a antiga e a nova aliança. Eles foram circuncidados porque eram descendentes de Abraão e
pertenciam à antiga aliança. Foram batizados porque pertenciam à nova aliança, estabelecida por Jesus Cristo.
Eles pertenceram às duas alianças e receberam o sinal e selo da ambas: a circuncisão e o batismo
2. O BATISMO DE CRIANÇA NO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento não diz explicitamente que as crianças devem ser batizadas. Mas implicitamente
ensino o batismo de criança.
a) O apóstolo Paulo relaciona o batismo com a circuncisão sem afirma que as crianças estão excluídas do
batismo. Conforme vimos no tópico anterior, é clara a equivalência entre o batismo e a circuncisão. Logo,
para que as crianças fossem excluídas do batismo seria necessária uma ordem explícita, já que elas, na
antiga aliança, tinham direito à circuncisão. E não existe nenhum texto no Novo Testamento proibindo o
batismo de criança.
b) O texto que coloca a fé como pré-requisito para se receber o batismo não se refere às crianças. Conforme
registro de Marcos 16:16, Jesus afirmou: “Quem crer e for batizado será salvo.” E algumas pessoas,
baseadas neste texto, afirmam que as crianças não podem ser batizadas porque elas não têm condições
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mentais e psíquicas para exercer a fé. Só que tais pessoas se esquecem de que o texto diz também: “...quem
, porém, não crer será condenado”. Se o texto se referisse também às crianças, teríamos que concluir que
elas será condenadas. E Jesus disse que delas “é o reino de Deus”” (Mc 10:14). Logo, o texto se refere aos
adultos que iam ouvir o evangelho. Se eles cressem e recebessem o batismo, estariam salvos. Se não
cressem, seriam condenados.
c) O Novo Testamento registra o batismo de cinco famílias, sem mencionar que as crianças não foram
batizadas. Podemos tomar como exemplo o capítulo 16 de Atos, onde aparece o registro do batismo de
duas famílias. “Certa mulher chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus,
nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às cousas que Paulo dizia. Depois de ser batizada,
ela e toda a sua casa, nos rogou dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e aí
ficai. E nos constrangeu a isso” (At 16:14-15). Lídia e toda a sua casa receberam o batismo. Toda a sua casa
significa toda a sua família. Será que nesta família não havia criança? O texto não fala da conversão da
família de Lídia. Se os seus filhos eram adultos e foram batizados, teremos que concluir que foram
batizados adultos não convertidos. Paulo não faria isto. Os filhos de Lídia, batizados com ela, certamente
eram crianças. O segundo registro se refere ao carcereiro. “Naquela mesmo hora da noite, cuidando deles,
lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir foi ele batizado, e todos os seus. Então, levando-nos para a sua
própria casa lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus”
(At 16:33,34). Na família do carcereiro havia adultos que também creram e foram batizados. Mas será que
não havia criança também? É pouco provável.
O batismo de criança era praticado na igreja, desde o seu início, com sendo parte da doutrina dos
apóstolos. Só a partir do século XVI, com o surgimento dos anabatistas, é que o batismo de criança passou a ser
contestado.
3. OS BENEFÍCIOS DO BATISMO DE CRIANÇA
Alguns pais perguntam: o que vou ganhar batizando os meus filhos?
Esta pergunta devia ser acompanhada de uma outra pergutna: O que vou perder se não batizar meus
filhos?
Na antiga aliança, a criança que não fosse circuncidada era excluída do pacto; não pertencia ao
SENHOR (Gn 17:14). Por analogia somos levados a concluir que os pais não apresentam seus filhos para o
batismo estão excluíndo-os da nova aliança. Isto não significa que estes pais estão condenando seus filhos ao
inferno. Mas estão colocando-os na mesmo situação dos filhos daqueles que não têm Jesus como Salvador e
Senhor. É a mesma situação de um pai muito rico que deixa de reconhecer um filho. Este filho fica excluído da
herança, a não ser que ele provoque este reconhecimento por via judicial. Em Cristo nós temos uma grande
herança de bênçãos espirituais; e não é justo excluirmos os nossos filhos desta herança.
Os nossos filhos, como nossos herdeiros espirituais, têm direito as mesmas bençãos que nos estão
reservadas. Eles pertencem ao Senhor, por isto são guiados e protegidos pelo Senhor. Eles só perderão o direito
e tais bênçãos se nós os excluirmos do pacto. Quando se tornam adultos, eles passam a responder
espiritualmente por eles mesmos. Aí compete a eles decidir se vão permanecer na fé em que foram criados e
confirmar isto através da aceitação de Jesus como Salvador e Senhor, ou se vão renunciar às bençãos de
pertencer ao Senhor. Não existe meio termo. Jesus afirmou: “Quem não é por mim, é contra mim, e quem
comigo não ajunta, espalha.” (Mt 12:30).
Mas as bençãos espirituais que nossos filhos vão receber, como nossos herdeiros, não dependem apenas
do batismo, mas também da nossa FIDELIDADE AO SENHOR. Acã tinha sido circuncidado, circuncidara
seus filhos, mas se tornou infiel ao Senhor. Como resultado ele morreu juntamenrte com toda a sua família (Js
7:16-26). Crentes infiéis não têm herança de bençãos espirituais para legar aos seus filhos, mesmo que os
aprensentem para receber o batismo.
CONCLUSÃO
O povo de Deus é formado por adultos e crianças. Os adultos receberam Jesus como Salvador e Senhor.
As crianças, seus filhos, são herdeiros espirituais de seus pais. Como herdeiros espirituais têm direito às
mesmas bênçãos. Por isto devem ser batizados. Deixar de batizá-los é excluí-los desta herança bendita.
O nosso Deus é também o Deus de nossos filhos.
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TEXTOS BÍBLICOS PARA LEITURA
1. Institui-se a circuncisão – Gênesis 17:9-14
2. Pratica-se a circuncisão – Gênesis 17:23-27
3. A história de Acã – Josué 7:1-26
4. Abraão justificado pela fé – Romanos 4:1-25
5. A circuncisão substituída pelo batismo – Colossenses 2:8-15
6. Lídia convertida – Atos 16:11-15
7. A conversão do carcereiro – Atos 16:27-34
EXERCÍCIOS
1. Qual é a situação espiritual das crianças?
2. Qual é o destino da alma das crianças que morrem? Por quê?
3. Porque as mulheres não recebiam nenhum sinal ou selo na antiga aliança?
4. Porque Jesus e os apóstolos foram circuncidados e também batizados?
5. Marcos 16.16 se refere as crianças? Por quê?
6. Quando e com quem sirgiu a contestação do batismo de criança?
7. Qual é o grande prejuízo que os pais crentes causam aos seus filhos quando deixam de apresentá-los para o
batismo?
8. Os nossos filhos, como nossos herdeiros espirituais, estão automaticamente salvos? Por quê?
9. Além do batismo, de que mais dependem as bençãos espirituais que nossos filhos podem receber?
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ESTUDO NO. 11
A SANTA CEIA
1. A PÁSCOA
Quando Deus chamou Abraão para serví-lo, fez-lhe várias promessas: “...de ti farei uma
grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção: abençoarei os que
te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias
da terra.” (Gn 12:1-3).
Mais tarde, Jacó, a quem Deus dera o nome de Israel, neto de Abraão, com sua família,
foi para o Egito. Eram apenas setenta pessoas (Gn 46:27) “Mas os filhos de Israel foram
fecundos, aumentaram muito e se multiplicaram, e grandemente se fortaleceram; de maneira
que a terra se encheu deles” (Ex 1:7). E o rei, Faraó, resolveu escravizá-los.
Quando Deus ordenou a Moisés que retirasse os israelitas do Egito e os conduzisse para
Canaã, o rei se opôs. Não queria perder a mão de obra gratuita. Então Deus mandou uma série
de pragas para o Egito. A última delas foi a morte dos primogênitos (Êx 11:4-7).
Os israelitas deviam sacrificar um cordeiro sem defeito, macho de um ano, e com o seu
sangue, marcar as ombreiras e a verga da porta de sua casa. Cada família devia sacrificar um
cordeiro. Se a família fosse pequena, podia convidar o vizinho mais próximo.
O que Deus prometeu realmente se cumpriu. “Aconteceu que, à meia noite, feriu o
SENHOR todos os primogênitos na terra do Egito. Desde o primogênito de Faraó, que se
assentava no seu trono, até o primogênito do cativo que estava na enxovia; e todos os
primogênitos dos animais;
Não havia casa em que não houvesse morto.” (Ex 12:29-30).
Mas na casa dos israelitas nada acontecera, nem o rosnar de um cão.
Deus deu a este acontecimento o nome de páscoa (pesah, em hebraico, que vem de um verbo
que significa “passar por cima”, “poupar”). E ordenou que ela fosse comemorada todos os anos.
“Páscoa significa, naturalmente, duas coisas: o acontecimento histórico e sua posterior
comemoração repetida.”
Mas a páscoa tem ainda um terceiro significado: o cordeiro sacrificado era um tipo de
Jesus Cristo, “nosso Cordeiro pascal” (I Co 5:7). Assim como o sangue do cordeiro livrou os
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primogênitos dos israelitas da morte, o sangue de Jesus, “nosso Cordeiro pascal”, nos livra da
morte eterna, da condenação ao inferno.
a) uma taça de água salgada, para relembrar as lágrimas derramadas no Egito e as águas
salgadas do mar Vermelho, que os israelitas atravessaram de pés enxutos;
b) várias ervas amargas, para recordar a amargura da escravidão e o hissopo usado para
borrifar o sangue do cordeiro nas ombreiras e na verga da porta da casa dos israelitas,
quando Deus mandou a praga da morte dos primogênitos;
c) uma massa feita de maçã, romã, tâmara e nozes, chamada carosheth, para recordar o barro
que usavam no Egito para fazer tijolos; pedaços de casca de canela eram colocados na sopa
para lembraro a palha que usavam para secar e queimar os tijolos;
d) quatro copos de vinho, para recordar-lhes as quatro promessas registradas em Êxodo 6:6-7.
Durante a celebração cantavam os Salmos 113 a 118 e, para encerrar, o Salmo 136. Lucas
registra que Jesus, aos doze anos de idade, participou da comemoração da páscoa, em
Jerusalém, em companhia de seus pais (Lc 2:41-50). Provavelmente esta participação se
repetiu durante toda a vida terrena de Jesus.
Numa Quinta feita, possivelmente no dia 6 de abril do ano 30, Jesus celebrou a páscoa pela
última vez e instituiu a Santa Ceia. (Mt 26:26-28).
A páscoa apontava, ao mesmo tempo, para o passado e para o futuro. Era a comemoração
da saída do Egito e a prefiguração do sacrifício do Messias. O cordeiro pascal apontava para
Jesus. Mas o futuro tinha chegado. Jesus seria sacrificado no dia seguinte, como “o cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Seria estabelecida uma nova aliança entre Deus e
seu povo, onde os laços de sangue seriam substituídos por laços de fé. Na antiga aliança o povo
de Deus era constituído pelos descendentes de Abraão; na nova aliança, é constituído por todos
aqueles que recebem Jesus como Salvador e Senhor (Jo 1:11-12; Gl 3:7-9). Portanto, era
necessário substituir a páscoa por uma celebração que representasse a nova situação. E por isto,
Jesus instituiu a Santa Ceia.
A Ceia do Senhor é o sacramento que comemora e proclama o sacrifício único, perfeito e
completo que Cristo fez, para a nossa redenção. Ela se caracteriza por apresentar uma ou mais
verdades espirituais mediante sinais visíveis e externos. A ceia do Senhor é uma representação
simbólica da morte de Cristo (I Co 11:24-26), um símbolo da nossa participação no sacrifício e
na vitória de Cristo (Jo 6:53) e, também, um símbolo da união espiritual de todos os crentes (I
Co 10:17; 12:13). A ceia do Senhor é um meio de graça, isto é, um meio que Deus usa para nos
alimentar espiritualmente, promovendo assim o nosso crescimento espiritual.
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a) a Igreja Católica Romana afirma que, mediante a consagração dos elementos, pelo
sacerdote, a substância do pão (hóstia) se transforma em sangue de Jesus. Por isso, esta
doutrina é chamada transubstanciação.
b) Os Luteranos e afins rejeitaram a transubstanciação. Entendem que o pão continua sendo
pão e o vinho continua sendo vinho. Mas, junto com as substâncias do pão e do vinho estão,
no ato da celebração, as substâncias da carne e do sangue de Jesus. Por isso, essa doutrina é
chamada consubstanciação.
c) Zwinglio rejeitou a transubstanciação e a consubstanciação. Para ele a ceia é um memorial
do que Cristo fez pelos pecadores e um ato de reafirmação de fé do participante. Esta
doutrina chama-se memorial. É a doutrina adotada pela maioria das Igrejas Batistas e
pentecostais.
d) Calvino, embora herdeiro do movimento de reforma iniciado por Zwínglio, não concordou
com a interpretação memorial. Para ele o pão e o vinho não se transformam em outra
substância, como afirma a transubstanciação. A substância do corpo e do sangue de Jesus
não se soma à substância do pão e do vinho, como interpreta a consubstanciação. Mas,
também, a ceia não é um simples memorial. Jesus está presente espiritualmente no pão e no
vinho. Esta presença espiritual é tão real como o pão e o vinho. Por isto, ao participar do pão
e do vinho, o crente participa espiritualmente do corpo e do sangue de Jesus. E assim, como
o pão e o vinho alimentam o corpo, a presença espiritual de Jesus nos elementos da ceia
alimenta espiritualmente o participante. Esta é a doutrina aceita pela Igreja Presbiteriana.
CONCLUSÃO
A ceia do Senhor é um meio de graça, isto é, um meio que Deus usa para nos nutrir e
fortalecer espiritualmente. Por isto, devemos participar dela regularmente Na antiga aliança, o
israelita que deixasse de participar da páscoa, sem justificativa, era eliminado do povo de Deus
(Nm 9:13). Na nova aliança, o crente que deixa de participar da ceia do Senhor, sem
justificativa, está fechando um canal de bênçãos para a sua vida e se aniquilando
espiritualmente.
Mas não basta participar, é necessário também que a participação seja correta. O apóstolo
Paulo escreveu aos coríntios que a causa de existir entre eles “muitos fracos e doentes”(I Co
11:30) era a falta de discernimento na participação da ceia do Senhor. O crente deve examinar-
se a si mesmo, preparar-se e participar da ceia do Senhor. Quem se examina e deixa de se
preparar e de participar, está negando o Senhor Jesus Cristo: está dizendo “sim” ao seu pecado
e “não” a Cristo.
Os dois sacramentos instituídos por Jesus Cristo – o batismo ea ceia do Senhor – são
sinais e selos do pacto da graça. Eles são, também, o instrumento que Deus usa para fazer uma
diferença visível entre os que pertencem à igreja e os de fora. Por isto os que são de Cristo
devem receber o batismo e participar regularmente da ceia do Senhor.
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ESTUDO NO. 12
DÍZIMO E OFERTAS
Antes da fundação do mundo, Deus estabeleceu um plano para a nossa salvação. E este plano inclui uma
organização para nos arrebanhar. A congregação de Israel formada pelos cidadãos da nação israelita era a
instituição que reunia o povo de Deus na antiga aliança. Quando Jesus estabeleceu a nova aliança, ele instituiu a
igreja para congregar o seu povo, substituíndo assim a congregação de Israel.
Qualquer organização necessita de recursos financeiros para funcionar. E a instituição que congrega o
povo de Deus não é uma exceção. A congregação de Israel precisava de recursos para manter o santuário e
sustentar os levitas. A igreja necessita de recursos par manter o templo e suas instituições e para sustentar
aqueles que se dedicam ao seu serviço. Por isto Deus requer do seu povo o dízimo e as ofertas.
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a presença de Deus e o fato de ser povo seu. Sentia o dever que tinha de prestar lealdade a este Deus que
sempre atendia às suas necessidades e que sempre estaria vem perto para guiá-lo e abençoa-lo. Que melhor
meio de evitar as tentações de egoísmo e desobediência? Era esta a finalidade das ofertas e dízimos.
Jesus também deu grande importância às ofertas (Mc 12:41-44). Algumas pessoas afirmam que não dão
ofertas porque são dizimistas. Pensam que entregando o dízimo fielmente estão cumprindo todas as suas
obrigações financeiras com a obra de Deus. Mas o dízimo apenas é o mínimo. Quem entrega fielmetne o
dízimo está apenas cumprindo a sua obrigação de DEVOLVER AO SENHOR A PARTE QUE LHE CABE
EM NOSSA RENDA. Além do dízimo devemos consagrar ao Senhor as nossas ofertas, pois são elas que
demonstram a nossa gratidão a Deus e o nosso amor à sua igreja e à sua obra.
EXERCÍCIOS
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ESTUDO NO. 13
1. A MORTE E A RESSURREIÇÃO
Deus criou o homem para viver para sempre. “Na verdade, Adão foi criado num estado de santidade
positiva, e também era imortal, no sentido de que não estava sujeiro à lei da morte. Mas o homem pecou, e
passou a viver sob o jugo da morte (Rm 5:12).
Mas, que é morte? Morte é a SEPARAÇÃO (seja natural ou violenta) da alma do corpo, separação pela
qual termina a vida neste mundo. Logo que ocorre essa separação, o corpo entre em processo de decomposição.
Já cumpriu a necessidade que dele tinha o espírito e, cumprida a necessidade, é posto de lado. A alma ou
espírito continua vivo e consciente. Se a pessoa durante a sua vida aceitou a salvação que Deus oferece em
Jesus Cristo, logo após a morte a sua alma entra num estado de bem-aventurança consciente. Se rejeitou a
oferta de salvação, a sua alma entre imediatamente num estado de castigo consciente.
A Bíblia Sagrada ensina, de modo bem claro, que a alma do verdadeiro crente logo após a morte entre
imediatamente num estado de bem-aventurança consciente. Quando o ladrão suplicou: “Jesus, lembra-te de
mim quando entrares no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso.” (Lc 23:42-43). E o apóstolo Paulo, quando sentiu que a sua morte se aproximava, declarou que morrer
é “partir e estar com Cristo (Fp 1:23). OS MORTOS ESTÃO VIVOS. Os crentes estão no céu, com Cristo; os
ímpios estão no inferno.
Todos os mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, posto que com
qualidades diferentes, e ficarão reunidos às suas almas para sempre. Algumas pessoas perguntam qual a
condição das pessoas que foram sepultadas completamente mutiladas. No grande capítulo da ressurreição dos
mortos ( I Cor 15 ) – o apóstolo Paulo responde: “Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que
corpo vêm? Insensatos! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer; e quando semeias, não semeias o
corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo, ou de qualquer outra semente. Mas Deus lhe dá corpo
como lhe aprouve dar, e a cada uma das sementes o seu corpo apropriado. ... Pois assim também é a
ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra,
ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo
espiritual.” (I Co 15:35-38;42-44). O corpo terreno tem sido perfeitamente adaptado às necessidades deste
plano físico de existência; o corpo celestial será um corpo perfeitamente adaptado às necessidades do plano
espiritual da existência.
Devemos lembrar que nem todas as pessoas passarão pela morte. O apóstolo Paulo explicou este assunto
assim: “Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num
momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista de
incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista de imortalidade” (I Co 15:51-53). Os que estiverem vivos na
Segunda vinda de Cristo não morrerão, mas serão transformados num abrir e fechar de olhos.
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2. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
Jesus prometeu voltar ao mundo para consumar sua obra. Ele disse aos discípulos: “Não se turbe o
vosso coração, credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não
fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos
receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também” (Jo 14:1-3). Esta promessa foi
repetida várias vezes e de várias maneiras. No momento da ascensão de Jesus, estando os discípulos com os
olhos fitos no céu... (At 1:10-11).
A Segunda vinda de Cristo será um fato maravilhoso para os seus servos. Mas será terrível para os
ímpios (Lc 21:25-26).
A promessa da Segunda vinda de Cristo é uma fonte de conforto e esperança para o cristão. Billy
Graham escreveu que “cristão algum tem o direito de andar por aí torcendo as mãos, imanginando o que
devamos fazer diante da atual situação do mundo. A Escritura diz que em meio à perseguição, confusão,
guerras e boatos de guerra, devemos reconfortar-nos mutuamente com o conhecimento de que Jesus Cristo está
voltando em triunfo, glória e majestade.”
Quando se dará a Segunda vinda de Cristo? Ninguém sabe. Jesus afirmou que nem os anjos sabem o dia
e a hora, mas apenas o Pai (Mt 24:36). Por isto, a recomendação de Jesus é esta: “Portanto, vigiai, porque não
sabeis em que dia vem o vosso Senhor.” (Mt 24:42).
CONCLUSÃO
A perspectiva de habitarmos a terra, nas condições descritas no parágrafo anterior, enche o nosso
coração de grande alegria. Contudo, a Bíblia não diz claramente que este é o futuro que nos espera. Mas, graças
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a Deus, afirma que o nosso futuro será glorioso. O apóstolo João descreveu a visão que lhe foi dada do nosso
futuro. (Ap 21:3-4).
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem
preparado para aqueles que o amam.” (I Co 2:9).
EXERCÍCIOS
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