Dicionário Da EC - LIvro-280-285
Dicionário Da EC - LIvro-280-285
Dicionário Da EC - LIvro-280-285
Educação popular
Conceição Paludo
282
Educação Popular
283
Dicionário da Educação do Campo
284
Educação Popular
285
Dicionário da Educação do Campo
la pública e popular sempre será algo repensar a nova sociedade, a nova edu-
pelo qual vale lutar, dada a importância cação e a nova escola.
da educação dos trabalhadores, e para A educação popular, em sua origem,
os processos transformadores (Vale, indica a necessidade de reconhecer o
2001). Como resistência e, portanto, movimento do povo em busca de direi-
como contra-hegemonia, ela demanda tos como formador, e também de voltar
que, além da atuação no interior das a reconhecer que a vivência organizativa
escolas, a inserção dos educadores seja e de luta é formadora. Para a educação
também ativa nas lutas dos trabalhado- popular, o trabalho educativo, tanto na
res, ou seja, há uma opção política de escola quanto nos espaços não formais,
“fazer com”. A resistência exige “um visa formar sujeitos que interfiram para
pé na escola e um pé na sociedade”, transformar a realidade. Ela se consti-
nos espaços de organização dos tra- tuiu, ao mesmo tempo, como uma ação
balhadores. É a resistência à lógica do cultural, um movimento de educação
capital que amplia as possibilidades de popular e uma teoria da educação.
Notas
1
Os libertários, no início do século XX, não lutavam pelo ensino público e gratuito. Inspira-
dos em Ferrer, desenvolveram a chamada educação racionalista e fundaram a Universidade
Popular e dezenas de escolas modernas, que eram autossustentadas (ver Ghiraldelli, 1987).
2
Por exemplo, o Movimento de Cultura Popular (MCP), criado em 1960, no Recife, por
Paulo Freire; o Movimento de Educação de Base (MEB), criado em março de 1961 pela
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); o Centro de Popular de Cultura (CPC),
criado em 1961 pela União Nacional dos Estudantes (UNE); e o Plano Nacional de Alfabe-
tização (PNA), criado em 1963 por Paulo Freire, no Governo João Goulart.
3
Nesse período, surgem ou ressurgem, entre outros, as comunidades eclesiais de base
(CEBs), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e
diversas outras pastorais populares e movimentos de bairros, além da Articulação dos Mo-
vimentos Populares ou Sindicais (Anampos). Houve também a rearticulação do movimento
sindical – Com a criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central Geral dos
Trabalhadores (CGT) e da União Sindical Independente (USI); a organização do Movi-
mento Negro Unificado (MNU), do Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua
(MNMMR), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento
das Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) – hoje Movimento de Mulheres Camponesas
(MMC Brasil) –, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Movimento de
Luta pela Moradia (MLM) e do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH).
4
Vale pontuar que a conscientização, hoje, não pode mais ser compreendida somente como
conscientização política, que se traduz na capacidade de leitura da estrutura e dinâmica da so-
ciedade capitalista, na tomada de posição e inserção efetiva nos processos de luta. É preciso que
se trabalhe (e se pratique), nos processos educativos e nos espaços organizativos, com a ideia de
formação de uma consciência ampliada e da formação omnilateral, formação humana.
286
Educação Popular
287