Manual Da ABIBET-1
Manual Da ABIBET-1
Manual Da ABIBET-1
ABIBET
Diretoria
Presidente: Claiton André Kunz
Vice-presidente: Jader Teruel
Secretário: Linaldo de Souza Guerra
Vice-secretário: Wanderley Lima Moreira
Diretor Executivo: Anderson Carlos Guimarães Cavalcanti
1. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................4
3. ESTATUTO ................................................................................................10
4. REGIMENTO INTERNO............................................................................. 17
5. CÓDIGO DE ÉTICA.................................................................................... 25
9. MATRIZ CURRICULAR............................................................................. 96
9.1 Sugestão de Matriz Curricular para Curso de Teologia.................................................. 96
9.2 Sugestão de Matriz Complementar para egressos de instituições não batistas..............97
10. ANEXOS.................................................................................................. 98
Diretrizes Curriculares de Teologia (MEC)........................................................................... 99
Orientações sobre revistas acadêmicas................................................................................106
Carta Credencial para representantes nas assembleias da ABIBET...................................108
Termo de Adesão ao Trabalho Voluntário...........................................................................109
1. APRESENTAÇÃO
Um dos principais objetivos da Associação Brasileira de Instituições Batistas de
Ensino Teológico é estimular a cooperação mútua entre as instituições associadas. Com isso
em mente, foi preparado o Manual da ABIBET, para auxiliar nesta tarefa de cooperação,
reunindo todos os documentos pertinentes à Associação.
Desta forma, foram reunidos o Estatuto, Regimento Interno, Código de Ética e diversos
documentos sobre o ingresso e permanência de instituições na ABIBET. Foram juntados
também documentos orientadores às instituições como o “Projeto Pedagógico de Teologia”
aprovado pela Convenção Batista Brasileira, o Perfil do Vocacionado e as sugestões de Matriz
Curricular para cursos de Teologia e Matriz Complementar para egressos de instituições
não batistas. Finalmente, outros documentos úteis ao bom funcionamento das instituições
associadas foram acrescentados.
O Manual da ABIBET é resultado de vários anos de trabalho e da colaboração de
inúmeros líderes das instituições associadas. Sem mencionar nomes, para não deixar
ninguém de fora, queremos agradecer a todos aqueles que cooperaram de alguma forma. O
resultado não seria o mesmo sem a sua preciosa participação.
Não podemos nos esquecer de nossa visão como associação, que é “promover a
qualidade e a contínua expansão do ensino teológico e ministerial, através das instituições
associadas”. Temos uma nobre tarefa diante de nós. O Brasil Batista carece de um enorme
número de obreiros, preparados com excelência acadêmica, profundo conhecimento bíblico
e teológico, inúmeras habilidades ministeriais e uma apaixonada visão missionária. Não
podemos nos esquecer e nem nos eximir deste trabalho.
Que todos os envolvidos nessa missão possam desenvolver a sua tarefa com dedicação
e responsabilidade, e ao mesmo tempo com ânimo e forças vindas do Senhor da Seara.
Sabemos que a tarefa da educação teológica não é simples e nem fácil, mas é possível e é
gratificante. Que o Senhor nos conceda a alegria de servi-Lo, preparando e servindo aos
vocacionados que Ele confiar em nossas mãos.
“Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam
sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês
não será inútil” (1Co 15.58).
Que Deus abençoe a cada um de vocês.
OBJETIVOS
- Estimular a cooperação mútua entre as instituições filiadas;
- Promover a realização de conferências, simpósios e outros tipos de reunião em que
estudem temas relacionados com a educação teológica;
- Manter as instituições filiadas informadas a respeito da situação da educação teológica no
Brasil e no mundo;
- Informar as instituições filiadas quanto a concessão de bolsas de estudos para
professores e alunos;
- Fornecer certificados de filiação às instituições associadas;
- Promover estatísticas do trabalho de educação teológica batista no Brasil;
- Promover a produção de literatura teológica.
VISÃO
“Promover a qualidade e a contínua expansão do ensino teológico e ministerial, através das
instituições associadas”.
MISSÃO
“Fortalecer a cooperação entre as associadas, a pesquisa e a contínua melhoria na qualidade
do ensino teológico e ministerial batista do Brasil, contribuindo para a excelência na
formação acadêmica, o crescimento das igrejas e fortalecimento da denominação”.
VALORES
“A autoridade da Bíblia como a inerrante Palavra de Deus;
Identidade, fidelidade e cooperação denominacional;
Desenvolvimento do senso crítico, da pesquisa e da extensão;
Formação continuada;
Unidade teológica na pluralidade acadêmica institucional; e
Excelência no serviço às igrejas”.
2.2 Histórico
Nos dias 28 de abril a 1º de maio de 1967 ocorreu na cidade de Salvador, Bahia, a
1ª Conferência de Educação Teológica, no templo da Igreja Batista 2 de Julho, presidida
pelo Dr. David Mein, Reitor do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil em
Recife/PE. Durante os trabalhos desta conferência sentiu-se a necessidade de se criar
“um órgão que englobasse todas as instituições Batistas de ensino teológico no Brasil”.
Uma comissão já havia preparado o estatuto para a entidade ser criada. Faltava, agora
escolher o nome. Depois de várias sugestões pensou-se em ANEBET.
Ficou decidido que antes da finalização da constituição da ANEBET se fizesse uma
consulta por escrito às instituições teológicas batistas do Brasil, através de uma proposta
do Dr. Werner Kaschel. Feitas as consultas, concluiu-se que a entidade deveria ser
chamada Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET),
que foi finalmente organizada no dia 16 de abril de 1970, às 14 horas, no Rio de Janeiro,
no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil com a finalidade básica de congregar
todas as instituições de ensino teológico dentro do âmbito batista do Brasil.
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3. RIO BONITO / RJ (24 a 27 de outubro de 1976);
4. RAVENA / MG (13 a 16 de julho de 1982);
5. RIO BONITO / RJ (07 a 10 de outubro de 1985);
6. BRASÍLIA / DF (06 a 09 de outubro de 1986);
7. RECIFE / PE (12 a 15 de outubro de 1987);
8. NITERÓI / RJ (09 a 12 de outubro de 1990);
9. CURITIBA / PR (08 a 12 de outubro de 1991);
10. RECIFE / PE (13 a 16 de outubro de 1992);
11. CALDAS NOVAS / GO (10 a 13 de outubro de 1994);
12. GUARAPARI / ES (09 a 12 de outubro de 1996);
13. MANAUS / AM (outubro de 1998);
14. FORTALEZA / CE (outubro de 2000);
15. RECIFE / PE (09 a 11 de outubro de 2002);
16. ARACRUZ / ES (outubro de 2004);
17. CURITIBA / PR (11 a 14 de outubro de 2006);
18. MACAÉ / RJ (22 a 24 de outubro de 2008);
19. BRASÍLIA / DF (outubro de 2010);
20. RECIFE / PE (10 a 12 de outubro de 2012);
21. BELO HORIZONTE / MG (06 a 08 de outubro de 2014);
22. RECIFE / PE (09 a 11 de novembro de 2016);
23. ARACAJU / SE (12 a 14 de setembro de 2018);
24. RECIFE / PE (13 a 15 de setembro de 2022).
Além das Conferências, em 2002 decide-se realizar, nos anos ímpares, o Congresso
Brasileiro de Reflexão Teológica:
1. RIO DE JANEIRO / RJ (15 a 18 de outubro de 2003): “O desafio de ser cristão no
mundo contemporâneo”;
2. BELO HORIZONTE / MG (12 a 15 de outubro de 2005): “O cristão em tempos de mudanças”;
3. VITÓRIA / ES (10 a 12 de outubro de 2007): “Paradigmas bíblicos e educação teológica”;
4. NITERÓI / RJ (14 a 16 de outubro de 2009): “Os desafios teológicos atuais”;
5. CAMPO GRANDE / MS (outubro de 2011): “Teologia e ecologia”;
6. GOIANIA / GO (08 a 10 de outubro de 2013): “Cultura contemporânea, novos cenários
e o futuro da igreja”;
7. RIO DE JANEIRO – RJ (14 a 16 de outubro de 2015): “Teologia e missão”;
8. IJUÍ / RS (15 a 17 de novembro de 2017): “As Cinco Solas da Reforma Protestante”;
9. CAMPO GRANDE / MS (11 a 13 de setembro de 2019): “Pastoreando futuros pastores:
a importância do cuidado mútuo nos Seminários Batistas”;
10. ONLINE (08 e 09 de novembro de 2021): Juntamente com o 1o Congresso Brasileiro
Missiológico da ABIBET em parceria com a JMM - Tema: “Missão: núcleo de
sustentação da Formação Teológica”.
11. CAMPOS DE GOYTACAZES (12 a 14 de setembro de 2023): “Mentoria Ministerial”.
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Anualmente, a ABIBET realiza sua Assembleia na mesma ocasião em que a Convenção
Batista Brasileira também realiza a sua Assembleia Ordinária.
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38 CENTRO BATISTA DE EDUCAÇÃO, SERVIÇO E PESQUISA SUDESTE
39 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE NOVA IGUAÇU SUDESTE
40 SEMINÁRIO BÍBLICO BATISTA DO BROOKLIN (FEBAT/SEBAP) SUDESTE
41 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA NORTE CAXIENSE SUDESTE
42 FACULDADES BATISTA DO PARANÁ SUL
43 FACULDADE BATISTA PIONEIRA SUL
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3. ESTATUTO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
INSTITUIÇÕES BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO
CAPÍTULO I
DA DENOMINAÇÃO, SEDE E FINS
CAPÍTULO II
DAS INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS, DOS SEUS DIREITOS E DEVERES
Art. 5° Para ser associada à ABIBET, a Instituição deverá satisfazer os seguintes requisitos:
I - ser instituição de ensino teológico e ministerial, com personalidade jurídica, desde que
ela ou sua mantenedora esteja ligada à Convenção Batista Brasileira, Convenção Estadual,
Associação Regional de Igrejas Batistas ou igreja batista da CBB, ou cujo mantenedor atenda
o estabelecido do inciso III, do art. 4°;
II - declarar formalmente que aceita as Sagradas Escrituras como única regra de fé e prática,
assumindo compromisso de fidelidade à Declaração Doutrinária da Convenção Batista
Brasileira;
III - apoiar todas as atividades da ABIBET, inclusive financeiramente, para que ela atinja
seus objetivos, realize seus propósitos e cumpra suas finalidades;
IV - pedir sua filiação por escrito, anexando os documentos próprios na forma do Regimento;
V - declarar que conhece e acata os termos do Estatuto da ABIBET;
VI - ser aceita em Assembleia Geral Ordinária;
VII - estar presente na assembleia em que sua filiação for solicitada.
Art. 7º A representação de que trata o inciso I, do artigo 6º, dar-se-á de forma que cada
Associada terá direito de representar-se nas Assembleias Gerais da ABIBET com até 03 (três)
delegados por ser associada e mais 01 (um) para cada 200 (duzentos) alunos matriculados
em seus cursos regulares.
§ 1° A condição de delegado de associada da ABIBET é privativa de membros de igreja Batista
filiada à CBB, Convenção Estadual ou Associação Regional de Igrejas Batistas;
§ 2° A indicação dos delegados das associadas dar-se-á por meio de credencial, em papel
timbrado, devidamente assinado por seu representante legal.
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IV - cooperar, por todos os meios, para o fiel cumprimento das finalidades e programas da
ABIBET;
V - contribuir regularmente com o plano de sustento financeiro adotado pela ABIBET para
o cumprimento das suas finalidades.
CAPÍTULO III
DO DESLIGAMENTO DE ASSOCIADAS
CAPÍTULO IV
DAS ASSEMBLEIAS
Art. 12. A Assembleia Geral, órgão soberano da ABIBET, constituída dos delegados
credenciados pelas associadas, ocorrerá de forma ordinária e extraordinária.
Art. 13. A Assembleia Geral da ABIBET reunir-se-á ordinariamente 2 (duas) vezes ao ano e
extraordinariamente, quando necessário.
§ 1º A Assembleia Geral Ordinária reunir-se-á em data e local estabelecidos pela Assembleia
Geral Ordinária anterior.
§ 2º A Assembleia Geral Extraordinária reunir-se-á quando necessário, podendo ser convocada:
I - pela Diretoria;
II - por 1/5 (um quinto) das associadas.
§ 3° As assembleias da ABIBET serão convocadas pelo presidente, ou por seu substituto
legal, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo constar na convocação a
matéria a ser apreciada;
§ 4° A ABIBET promoverá ampla divulgação de suas assembleias por meio de todas as
mídias possíveis.
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b) eleger os membros para renovação anual dos órgãos da ABIBET;
c) apreciar os relatórios anuais da ABIBET;
d) aprovar o orçamento anual da ABIBET;
e) apreciar os relatórios anuais da Diretoria e de demais órgãos administrativos;
f) aceitar filiação de instituições, mediante solicitação devidamente instruída nos termos
estatutários e regimentais;
g) aprovar calendário e o plano de trabalhos anuais;
h) desligar instituições nos termos estatutários e regimentais;
i) tomar outras decisões que envolvam aspectos administrativos, omissos neste Estatuto.
II - Extraordinária:
a) destituir administradores;
b) reformar Estatuto e Regimento Interno da ABIBET;
c) deliberar sobre a dissolução da ABIBET;
d) alienar, bem como onerar total ou parcialmente, o patrimônio da ABIBET.
Art. 15. O quórum para aprovação das matérias nas Assembleias Gerais é de 1/5 (um
quinto) das associadas presentes, respeitadas as disposições contrárias estabelecidas
neste estatuto.
Art. 16. Salvo exceção expressa neste Estatuto, as deliberações das Assembleias Gerais
serão por aclamação, sem prejuízo de eventuais votações simbólicas, a juízo da Presidência.
Art. 17. A Assembleia Geral Extraordinária será instalada em primeira convocação com
maioria absoluta de suas associadas ou, em segunda convocação, após 15 (quinze) minutos,
com o mínimo de 1/3 (um terço), ou, ainda, em terceira convocação, decorridos mais 15
(quinze) minutos, com o mínimo de 1/5 (um quinto) das associadas.
Art. 19. A Assembleia Geral da ABIBET poderá ser realizada em qualquer parte do
território nacional.
Art. 20. Quando necessário, poderá haver mudança de local, data e orador da Assembleia Geral.
Art. 21. A Assembleia Geral Ordinária convocada poderá ser adiada ou até mesmo
suprimida pela Diretoria, em decisão favorável de 2/3 (dois terços) de seus membros
presentes, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo as associadas serem
informadas por escrito dos motivos justificadores.
Parágrafo único. Na ocorrência do fato previsto neste artigo, todos os mandatos serão
prorrogados até a Assembleia Geral Ordinária seguinte, a qual se dará em prazo nunca
superior a 1 (um) ano.
Art. 22. Com a ressalva do quórum especial, estabelecido neste Estatuto, as deliberações da
Assembleia Geral serão tomadas pelo voto da maioria dos delegados das associadas presentes.
Art. 23. Nas Assembleias Gerais Solenes, para posse de sua diretoria, inaugurações,
homenagens, ou outras solenidades que não exijam decisões de natureza administrativa,
não será exigido quórum.
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CAPÍTULO V
DA DIRETORIA
Art. 24. A Diretoria da ABIBET será composta de 01 (um) Presidente, 01 (um) Vice-Presidente
e 02 (dois) Secretários, podendo ser a eleição por escrutínio secreto, a critério da Assembleia,
em sua penúltima sessão, em que conste eleição da Diretoria como assunto da convocação,
dentre os delegados presentes à referida sessão e civilmente capazes na forma da lei.
§ 1º A Diretoria eleita da ABIBET cumprirá mandato de 2 (dois) anos, podendo ser seus
membros reeleitos para mais um mandato.
§ 2º O mandato da Diretoria vigorará até a posse da nova Diretoria eleita.
§ 3º Na composição da Diretoria, uma Associada somente terá direito a um assento.
§ 4º A Diretoria da ABIBET será empossada na última sessão da assembleia em que for eleita.
Art. 26. Os membros da Diretoria da ABIBET não recebem remuneração, nem participam
da receita ou do patrimônio, a qualquer título, a não ser para o reembolso de despesas
efetuadas a serviço da ABIBET, devidamente comprovadas.
Art. 27. Serão vedados para a eleição de cargos da Diretoria e do Conselho Fiscal:
I - o Diretor Executivo da ABIBET;
II - delegado cuja associada que representa esteja inadimplente com a ABIBET;
III - prestadores de serviços, proprietários e sócios de empresas prestadoras de serviços
para a ABIBET;
IV - pessoas que tenham algum litígio judicial com a ABIBET, Convenção Batista Brasileira e
suas Organizações, bem como, Convenção Estadual e Associação Regional de Igrejas Batistas.
Art. 28. A ABIBET poderá eleger presidentes eméritos em caráter vitalício, observados os
seguintes critérios:
I - ter sido Presidente ou Vice-presidente da ABIBET;
II - ter idade igual ou superior a 70 (setenta) anos;
III - ter o nome apresentado mediante parecer da Diretoria.
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Art. 32. São atribuições do Segundo Secretário:
I - ler a matéria do expediente e a ordem do dia de cada sessão;
II - executar outras tarefas afins quando solicitado pelo Presidente;
III - substituir o Primeiro Secretário nos seus impedimentos legais ou ocasionais.
CAPÍTULO VI
DO DIRETOR EXECUTIVO
Art. 33. A ABIBET terá um Diretor Executivo, que poderá ser remunerado, escolhido pela
Diretoria, com as seguintes atribuições:
I - coordenar as atividades da ABIBET;
II - manter atualizada a contabilidade e os registros dos bens patrimoniais da ABIBET, bem
como toda a documentação contábil, fiscal e de pessoal;
III - abrir, movimentar e encerrar contas bancárias conjuntas da ABIBET, na modalidade
não solidária, com o presidente;
IV - planejar, coordenar e executar com a diretoria, as assembleias, conferências, congressos
e outras reuniões;
V - supervisionar a área de comunicação da ABIBET;
VI - prestar relatórios periódicos de suas atividades à Diretoria e às Assembleias Gerais;
VII - exercer a função de tesoureiro da ABIBET.
Art. 34. O mandato do Diretor Executivo será avaliado a cada 4 (quatro) anos, ou a qualquer
tempo, por motivo justificado, com vistas à permanência ou não no cargo.
CAPÍTULO VII
DO CONSELHO FISCAL
Art. 35. A ABIBET terá um CONSELHO FISCAL constituído por 3 (três) membros, eleitos
pela Assembleia Geral, entre os delegados presentes, com renovação anual do seu terço, com
as seguintes atribuições:
I - fiscalizar todas as contas da ABIBET;
II - examinar os livros contábeis e acompanhar o cumprimento dos orçamentos de todos os
níveis e áreas da ABIBET;
III - apresentar às Assembleias Gerais da ABIBET pareceres sobre as prestações de contas e
os balanços;
IV - fazer as recomendações necessárias à diretoria e à Assembleia Geral, visando corrigir
situações que possam comprometer a ABIBET, no cumprimento de suas finalidades.
§ 1º É vedado, a qualquer empregado da ABIBET e às pessoas que nela exerçam funções na
Diretoria e Diretoria Executiva, fazer parte do Conselho Fiscal;
§ 2º O Conselho Fiscal, para o desempenho de suas atribuições, poderá utilizar serviços
profissionais de terceiros especializados, que serão pagos pela ABIBET.
Art. 36. Pelo exercício do cargo, nenhum membro do Conselho Fiscal receberá qualquer
remuneração.
CAPÍTULO VIII
DA OUVIDORIA
Art. 37. A ABIBET contará com uma ouvidoria, com a finalidade de ouvir, analisar e dar
parecer à Diretoria sobre os assuntos a ela enviados.
Art. 38. A Ouvidoria será composta por um ouvidor indicado pela Diretoria, com mandato
de 2 (dois) anos, não coincidindo com o mandato da Diretoria e não cabendo reeleição.
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CAPÍTULO IX
DAS FONTES DE RECURSOS
Art. 40. As contribuições, doações e todas as demais receitas entregues à ABIBET integram
o seu patrimônio e serão aplicadas nos seus objetivos, dentro do território nacional.
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 41. A ABIBET tem legitimidade para ingressar em juízo como autora, assistente, opoente,
terceira interessada ou substituta processual das Associadas na hipótese de inobservância
do presente estatuto.
Art. 42. A ABIBET terá seu Regimento Interno aprovado em Assembleia Geral Extraordinária,
devendo observar este Estatuto.
Art. 43. Para dissolução da ABIBET serão necessárias 02 (duas) Assembleias Gerais
Extraordinárias consecutivas, com intervalo mínimo de 90 (noventa) dias e quórum de, pelo
menos, 2/3 (dois terços) das Associadas representadas, votando favoravelmente, em cada
uma, a maioria absoluta dos delegados inscritos.
Art. 44. No caso de ser aprovada a dissolução, o patrimônio líquido será destinado à
Convenção Batista Brasileira, ou a outra organização da mesma fé e ordem existente no
território nacional, a critério da Assembleia que a dissolver.
Art. 45. O presente Estatuto poderá ser reformado em Assembleia Geral Extraordinária,
convocada especialmente para este fim, mediante votação favorável de 2/3 (dois terços) dos
delegados presentes à Assembleia, devendo constar da convocação a expressão: “Reforma
de Estatuto”.
Parágrafo Único. São irrevogáveis os dispositivos que tratam da fidelidade aos princípios
cristãos Batistas e observância à Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira.
Art. 46. Sendo a ABIBET uma organização auxiliar da Convenção Batista Brasileira, além
das normas específicas deste estatuto, fica estabelecido:
I - que respeitará a letra e espírito do Estatuto da CBB;
II - que a organização segue as diretrizes gerais e a orientação programática da CBB, devendo
apresentar-lhe relatórios de suas atividades, balanços financeiro e patrimonial;
III - que qualquer reforma feita no estatuto só entrará em vigor depois de aprovada pela
CBB, em assembleia geral, mediante prévio parecer do Conselho Geral da CBB;
IV - que é vedado o uso do nome da ABIBET em fianças e avais.
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4. REGIMENTO INTERNO
CAPÍTULO I – DA ABIBET
SEÇÃO I – DA DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 5º - Tendo seu pleito aprovado pela Assembleia Geral, a Instituição, doravante
denominada Associada, passará a compor o quadro associativo da ABIBET.
Art. 7º - A representação de que trata o inciso I, do artigo 6º, dar-se-á de forma que cada
Associada terá direito de representar-se nas Assembleias Gerais da ABIBET com até 03 (três)
delegados por ser associada e mais 01 (um) para cada 200 (duzentos) alunos matriculados
em seus cursos regulares.
§ 1° - A condição de delegado de associada da ABIBET é privativa de membros de Igreja
Batista filiada à CBB, Convenção Estadual ou Associação Regional de Igrejas Batistas;
§ 2° - A indicação dos delegados das associadas dar-se-á por meio de credencial, em papel
timbrado, devidamente assinado por seu representante legal.
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SEÇÃO IV – DO DESLIGAMENTO DA ASSOCIADA
Art. 9º - A condição de associada será perdida nos casos definidos nos dispositivos
estatuários que seguem:
I - A pedido da associada;
II - Deixar de ser mantida ou de ser uma instituição vinculada à Convenção Batista
Brasileira, Convenção Estadual, Associação Regional de Igrejas Batistas, Igrejas Batistas
da CBB ou seu mantenedor deixar de ser membro de igreja Batista da CBB;
III - Não contribuir financeiramente com a ABIBET, no período contínuo de 02 (dois) anos;
IV - Não enviar delegados em 4 (quatro) Assembleias consecutivas da ABIBET;
V - Por deliberação da assembleia.
SEÇÃO II – DO FINANCIAMENTO
Art. 14 - Para fazer face às despesas de preparo, promoção, material e uso de equipamentos
e local, com a realização das Assembleias Gerais, cada delegado pagará sua inscrição,
cujo valor será fixado, previamente, pela diretoria da ABIBET.
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Art. 15 - Os custos para publicação no Livro da assembleia anual da Convenção, que
será o da Assembleia anual da ABIBET, poderão ser cobertos por veiculação de mídias
de interessados, compatíveis com princípios batistas.
Art. 16 - O controle do movimento financeiro das Assembleias Gerais será feito pela
diretoria executiva da ABIBET.
Art. 17 - A Mesa da Assembleia Geral será composta pela diretoria da ABIBET, dirigida
pelo presidente.
§ 1º - Nos impedimentos do presidente, caberá aos vice-presidente presidir à sessão.
§ 2º - Em caso de impedimento também do vice-presidente, caberá aos secretários por
ordem de eleição presidir a Mesa.
§ 3º - Para participar das discussões de qualquer assunto novo ou já em debate, o
mensageiro, de pé, se dirigirá à Mesa, pedindo a devida autorização.
§ 4º - Concedida pela Mesa a autorização, o delegado poderá, então, dirigir-se ao plenário.
§ 5º - Para participar da discussão de qualquer assunto em debate, o membro da Mesa será
substituído, na forma deste regimento, até que o assunto seja votado ou retirado da pauta,
permanecendo o impedimento, caso a matéria volte à plenária, nas sessões subsequentes.
SEÇÃO II – DA ELEIÇÃO
Art. 19 - Na eleição da diretoria da ABIBET, o presidente será eleito por maioria absoluta
e a dos demais membros por maioria simples.
§ 1° - Na eleição para presidente será observado o seguinte procedimento:
I - Declarado pela Mesa aberto o processo de eleição, haverá um período, de até 05 (cinco)
minutos, para a indicação de delegados ao cargo de Presidente, vedada a promoção de
candidato;
II - Encerrada a indicação de nomes para Presidente, os delegados votarão;
III - Caso a eleição seja por escrutínio secreto, a Mesa nomeará Comissão Escrutinadora
composta de 03 (três) membros, a quem caberá distribuir as cédulas de votação ao
plenário;
IV - Procedida a votação, a Comissão Escrutinadora recolherá as cédulas, e de imediato
procederá à contagem dos votos;
V - Encerrada a contagem, a Comissão Escrutinadora informará à Mesa o resultado, a
quem caberá anunciar à assembleia o resultado da eleição;
VI - Caso a eleição para presidente da ABIBET seja por votação por aclamação, a mesma
Comissão Escrutinadora procederá à contagem dos votos, informando à Mesa os totais,
cabendo a esta informar ao plenário o resultado da eleição;
VII - A votação por aclamação se dará pela identificação do voto do delegado, através de
levantar a mão ou pela exibição do crachá de inscrição;
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VIII - Na hipótese de nenhum candidato a presidente ter alcançado a maioria absoluta de
votos, haverá novo escrutínio, concorrendo apenas os 02 (dois) mais votados, observados
os mesmos procedimentos;
IX - Para os demais cargos da diretoria, o procedimento será o já estabelecido.
§ 2° - Proclamando eleito o Presidente, haverá um período de até 05 (cinco) minutos, para
indicação de delegados a vice-presidente e a 1º e 2º secretários. Encerradas as indicações,
os delegados votarão, preenchendo a cédula com 03(três) nomes, cuja eleição se dará por
maioria simples de votos, ou seja, a metade mais um dos votos dos delegados votantes.
§ 3° - Os casos de empate serão resolvidos em favor do mais idoso.
§ 4° - Para efeito de identificação, a critério da Mesa, os delegados candidatos poderão ser
apresentados, com sucintas informações sobre a atuação denominacional de cada um.
§ 5° - As apurações poderão ser feitas no recinto do plenário, podendo ser assistidas ou
fiscalizadas por qualquer delegado.
§ 6° - Caso a Comissão escrutinadora proceda à contagem de votos em outro local, os
trabalhos da Assembleia Geral terão prosseguimento normalmente durante as apurações.
§ 7° - Os relatórios da Comissão Escrutinadora, apresentados à Mesa, incluirão os
resultados de todos os escrutínios.
SEÇÃO IV – DO VICE-PRESIDENTE
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Art. 24 - As atas das Assembleias Gerais poderão ser apreciadas e aprovadas na mesma
Assembleia ou, no máximo, na Assembleia seguinte.
Art. 28 - Não poderão ser indicados para quaisquer das comissões mencionadas neste
capítulo os membros da diretoria da ABIBET, diretoria executiva e empregados.
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CAPÍTULO VI – DO DIRETOR-EXECUTIVO E SUAS ATRIBUIÇÕES
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Art. 36 - A diretoria Executiva atenderá às solicitações do Conselho Fiscal, pondo à sua
disposição todos os livros contábeis, documentos e balanços, em tempo hábil.
Art. 38 - O parecer do Conselho Fiscal deve ser elaborado numa linguagem acessível ao
plenário, contendo, indispensavelmente, os seguintes itens:
I - Considerações preliminares;
II - Recomendações, devidamente justificadas, para apreciação da Assembleia Geral;
III - Sugestões a serem encaminhadas à ABIBET.
Art. 39 - A ABIBET contará com uma Ouvidoria, com a finalidade de ouvir, analisar e dar
parecer à Diretoria sobre os assuntos a ela enviados.
Parágrafo Único - São requisitos para exercer a Ouvidoria:
I - Pertencer aos quadros de uma Associada;
II - Ter formação Teológica ou Ministerial;
III - A Associada a que pertence estar adimplente com a ABIBET.
Art. 40 - Qualquer proposta feita em plenário que resultar em despesas não previstas só
poderá ser acatada se nela estiver, claramente, indicada a fonte dos recursos necessários
para sua execução.
Parágrafo Único - Caso não seja possível fazer essa explicitação no momento, se a proposta
for julgada relevante, o assunto poderá ser encaminhado à diretoria para estudos.
Art. 42 - O presente Regimento entrará em vigor na data de sua aprovação pela ABIBET e
só poderá ser reformado em Assembleia Geral Ordinária, de cuja convocação conste o item
Reforma do Regimento Interno.
24
5. CÓDIGO DE ÉTICA
Apresentação
Este Código de Ética estabelece os preceitos básicos de conduta das Instituições filiadas
à Associação Brasileira das Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET), e devem
ser observados e divulgados. As ações das Instituições Batistas de Ensino Teológico (IBET)
devem ser exemplo de ética cristã e conduta para todos com quem se relacionam. Desse
modo, devemos observar as disposições das Leis vigentes, do Estatuto e Regimento Interno
e deste Código na forma que se segue.
CAPÍTULO I
Dos objetivos e abrangência
CAPÍTULO II
A ABIBET e a Sociedade
Art. 3º - Este Código de Ética se pauta, em suas relações com a sociedade, tanto secular
quanto eclesiástica, pelo mais elevado padrão ético, bem como pelos princípios e valores
fundamentais orientadores deste Código de Ética, assumindo o compromisso de regular tais
relações por meio de procedimentos imparciais, isonômicos, transparentes, idôneos e em
conformidade com a legislação pertinente.
CAPÍTULO III
A ABIBET e o Poder Público
CAPÍTULO IV
A ABIBET e a CBB
Art. 6º - A ABIBET de manterá leal a Convenção Batista Brasileira, apoiando sua missão e
cooperando com suas organizações, jamais trazendo prejuízos, seja em atos ou palavras, ao
bom relacionamento e ao decoro.
CAPÍTULO V
A ABIBET e as Instituições Filiadas
26
CAPÍTULO VI
Das Vedações
CAPÍTULO VII
Do Comitê de Ética
CAPÍTULO VIII
Representações e Arbitragem
Art. 15 - Quaisquer violações aos preceitos e normas estabelecidas neste Código de Ética deverão
ser denunciadas, acompanhadas da devida documentação em suporte, à diretoria da ABIBET.
I. Após recebimento, a representação será encaminhada ao Conselho de Ética da ABIBET,
que a apreciará e emitirá um parecer, depois de ouvir as partes envolvidas e analisar as
alegações e documentos apresentados por ambas as partes.
II. Por iniciativa de qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá ser dirigida Representação
escrita e identificada ao coordenador do Comitê de Ética, para que seja apurada a existência
de transgressão ao Código de Ética, praticada por instituição de ensino teológico signatária
do referido Código.
§ 1º - As representações anônimas ou que não contiverem a identificação detalhada do
representante serão imediatamente desconsideradas.
§ 2º - Da representação deverá constar uma exposição detalhada do fato constitutivo do
abuso, com todas as suas características, de modo que o representado possa entender o
pedido e defender-se, como de direito.
27
§ 3º - A iniciativa da representação é do representado ou, se por motivo de saúde, encontrar-
se impossibilitado de fazê-lo, de seu representante legal.
I. Prescreverá o direito de queixa ou representação se o representado não o exercer dentro
do prazo de até 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da ocorrência geradora da queixa
ou representação.
II. A notória intenção de prejudicar uma instituição coirmã, manifestada no caso de
representação sem o necessário fundamento, será objeto de censura pública contra o seu
autor, se assim decidir o Comitê de Ética.
III. Recebida a representação, o coordenador designará um relator para decidir sobre a sua
aceitação ou não.
Parágrafo Único – Aceita a representação, o relator dará início à fase de instrução, sendo
obedecido, tanto quanto possível, o sistema de rodízio.
28
6. INGRESSO E PERMANÊNCIA NA ABIBET
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3. Se a instituição não atualizar o cadastro ou não entregar os documentos acima citados,
o processo resultará em desligamento automático da Associada na primeira assembleia do
ano seguinte ao quinquênio.
4. A permanência da Associada também está condicionada ao pagamento regular das suas
anuidades, bem como da frequência às assembleias, congressos e conferências, conforme
disposto no Estatuto e Regimento Interno da ABIBET.
5. Uma vez que a instituição tenha sido desligada, somente será aceita novamente após 2
anos, cumprindo todas as exigências normais de ingresso à ABIBET.
31
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES
BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO
Rua José Higino, 416 – Edifício 14 – Sala 226 – Tijuca
Rio de Janeiro / RJ - CNPJ: 02.191.726/0001-84
PEDIDO DE FILIAÇÃO
Nome da Instituição:______________________________________________
Endereço completo:_______________________________________________
______________________________________________________________
Diretor: ________________________________________________________
Coordenador Acadêmico:__________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
Anexar:
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1. Cópia do Estatuto registrado
2. Estrutura curricular do(s) curso(s)
3. Pequeno histórico dos motivos que levaram a organização da Instituição (lauda)
4. Relação dos professores, disciplinas ministradas e formação
5. Currículo do Diretor e do Coordenador Acadêmico
6. Juntar algumas fotos do prédio e estrutura da Instituição.
______________________________________________________________
_______________________________________________________
Assinatura do Representante da Instituição
33
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES
BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO
Rua José Higino, 416 – Edifício 14 – Sala 226 – Tijuca
Rio de Janeiro / RJ - CNPJ: 02.191.726/0001-84
1. Disponibilizar uma sala de trabalho que possa ser utilizada pelo avaliador;
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES
BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO
Rua José Higino, 416 – Edifício 14 – Sala 226 – Tijuca
Rio de Janeiro / RJ - CNPJ: 02.191.726/0001-84
1. ASPECTOS DENOMINACIONAIS
2. ASPECTOS LEGAIS
2.1 Mantenedora
• Quem é a mantenedora da instituição?
• Qual o CNPJ da mantenedora?
• Qual a situação legal da pessoa jurídica? Está devidamente ativa?
• A mantenedora possui estatuto? Está devidamente registrado?
• A situação diante da Justiça do Trabalho, Receita Federal, Previdência, etc, está em
dia?
3. ASPECTOS ADMINISTRATIVOS
3.1 Organização
• A instituição possui uma declaração de visão, missão e valores?
• A instituição possui um organograma de funcionamento?
• A instituição evidencia seu funcionamento de acordo com o organograma apresentado?
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3.2 Direção
• Quem é o(a) diretor(a) da instituição?
• Qual a titulação do(a) diretor(a)? Em que área do conhecimento?
• Qual a duração do mandato do(a) diretor(a)?
• Como acontece a sucessão da direção da instituição?
3.3 Coordenadores
• A instituição possui coordenadores de área?
• Quais e em que áreas atuam?
• Possuem formação na sua área de atuação?
3.4 Funcionários
• Quantos e quais funcionários trabalham na instituição?
• Qual o tipo de registro dos funcionários?
• Os funcionários existentes atendem suficientemente as demandas da instituição?
4. ASPECTOS ACADÊMICOS
4.2 Docentes
• Quantos docentes a instituição possui?
• Qual a titulação dos docentes? Quantos doutores, mestres, especialistas,
graduados...
• Os docentes possuem titulação reconhecida pelo Ministério da Educação?
• Os docentes possuem formação na área de teologia? Qual a porcentagem de professores
com formação específica em teologia?
• Os docentes possuem vínculo com a denominação batista? Qual a porcentagem de
professores batistas na instituição?
• Qual a forma de vínculo empregatício dos docentes da instituição?
• A carga horária dos professores é compatível com as necessidades do curso?
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4.4 Outros Cursos
• Além do curso de formação em teologia, a instituição possui outros cursos?
• Quais? Em que área? Em que nível (extensão, pós, EaD, etc)?
4.5 Discentes
• Quantos estudantes a instituição possui em cada curso?
• Qual a porcentagem de estudantes concluintes em relação aos ingressantes?
• Os estudantes provêm apenas de igrejas batistas ou de outras denominações?
• Qual a proporção de estudantes da denominação e de outras igrejas?
5. ASPECTOS ESTRUTURAIS
5.2 Ambientes
• Quantas salas de aula a instituição possui?
• As salas apresentam condições mínimas em termos de espaço, iluminação, mobília, etc?
• A instituição possui ambientes adequados para suas atividades (auditório, secretaria,
sala de direção, sala de coordenação, sala de professores, sanitários, etc)?
• A instituição possui seus espaços físicos adaptados adequadamente para pessoas
portadoras de necessidades especiais?
5.3 Biblioteca
• A instituição possui biblioteca disponível aos seus docentes e discentes?
• Qual a quantidade de livros e outros materiais disponíveis no acervo?
• O acervo disponível é compatível com o curso de teologia e a matriz curricular?
• Qual a forma de acesso dos estudantes ao acervo? O acervo está informatizado?
• A instituição possui um plano de expansão do acervo da biblioteca?
• A instituição possui bibliotecário(a) responsável pelas atividades técnicas?
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NOME DA INSTITUIÇÃO
Logo da
Rua Xxxxxx, 000, Bairro – Cidade / UF
instituição
CNPJ: 00.000.000/0000-00
___________________________________________
Representante Legal da Instituição
CPF do representante legal
Carimbo da
Instituição
38
NOME DA INSTITUIÇÃO
Logo da
instituição Rua Xxxxxx, 000, Bairro – Cidade / UF
CNPJ: 00.000.000/0000-00
TERMO DE RESPONSABILIDADE
___________________________________________
Representante Legal da Instituição
CPF do representante legal
Carimbo da
Instituição
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NOME DA INSTITUIÇÃO
Logo da
instituição Rua Xxxxxx, 000, Bairro – Cidade / UF
CNPJ: 00.000.000/0000-00
___________________________________________
Representante Legal da Instituição
CPF do representante legal
Carimbo da
Instituição
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7. PROJETO PEDAGÓGICO DE TEOLOGIA DA
CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA (PPT-CBB)
Grupo de Trabalho
Pr. Vanedson Ximenes (Relator)
Pr. Reinaldo Arruda Pereira (Vice-relator)
Pr. Claiton André Kunz
Pr. Jaziel Guerreiro Martins
Pr. Luiz Alberto Sayão
Prof. Valseni Pereira Braga
Prefácio
Diretrizes
Estabelecer como objetivo do Programa de Educação Teológica e Ministerial a visão
acadêmica de estímulo à pesquisa e aprofundamento intelectual; participação na vida
denominacional; interesse prático; fidelidade à Bíblia e às doutrinas e princípios dos Batistas.
Promover e estimular o ensino teológico, tendo em vista o preparo dos obreiros,
respeitada a diversidade de dons e vocações.
Diante da diversidade de dons e vocações, oferecer gratificação para pastores,
evangelistas, músicos, educadores religiosos, docentes e habilitações para ministérios de
áreas diversas, com o fim de atender às necessidades das igrejas, da obra missionária e das
instituições denominacionais.
Por reconhecer a importância da Educação Teológica e Ministerial e a necessidade
de seu desenvolvimento, estimular e apoiar o surgimento de projetos, programas e a
constituição de fundos que visem à formação de docentes, mestres e doutores capazes de
atender à variada demanda do magistério teológico, ministérios especiais e produção de
literatura no campo teológico e ministerial.
Incentivar pastores e igrejas a serem cuidadosos na recomendação de candidatos aos
seminários; a se envolverem em programas de apoio, sustento, educação e treinamento de
vocacionados; a cultivarem o compartilhamento do discipulado, visando à formação de um
ministério forte e dedicado ao trabalho cristão.
Estimular as instituições teológicas, os pastores e as igrejas a que desenvolvam
e realizem programas de estágios, visando à formação prática do estudante, a partir de
experiências concretas nos diversos ministérios das igrejas e dos pastores.
Ministérios
A Bíblia apresenta ministérios variados. A Convenção, em consequência, incumbe-se
de desenvolver programas que confrontem pessoas com a chamada de Deus e as eduquem,
treinem e reciclem para que se dediquem a esses ministérios, incentivando as igrejas ao seu
aproveitamento.
Diretrizes
Incentivar as igrejas a:
a) Reconhecerem o valor do ministério pastoral e outros para sua edificação e crescimento;
b) Sustentarem dignamente seus ministérios;
c) Valorizarem o ideal de um ministério de dedicação integral;
d) Manterem bom relacionamento com seus pastores;
e) Preservarem a ética do ministério pastoral e outros ministérios.
Motivar as igrejas para que participem do sustento dos vocacionados, de sua educação,
de sua preparação e do seu treinamento prático.
Reconhecer que a vocação é dada por Deus, para o cumprimento de seu propósito
eterno na história, ser cumprido pela igreja e que a formação do ministério existe em função
da igreja, em face das necessidades do mundo.
Reconhecer o ministério de crente, também chamado para servir na obra cristã e, por
essa razão, incentivar e apoiar programas de ensino, de discipulado e treinamento para sua
capacitação em todas as áreas do serviço cristão.
Considerando que vivemos um tempo de novos desafios e novas tecnologias,
considerando o desenvolvimento das metodologias de ensino, a Convenção elaborou dentro
da sua filosofia, por meio de um grupo de trabalho, este Projeto Pedagógico para ser seguido
por todas nossas instituições de ensino ministerial.
42
1. Apresentação
43
certeza que se tinha era a do grande desafio que surgia. Mas, com o passar do tempo a
escolha de se construir um PPT mostro-se necessária, acertada, sábia, prudente e de caráter
estratégico tanto para a CBB, quanto para a educação e o ensino teológico-ministerial.
Durante toda a caminhada de trabalho, discussão, reflexão e elaboração do
PPT, a preocupação central no que se refere ao ensino-aprendizagem, foi a qualidade
organizativa, pedagógica e acadêmica do curso de teologia. No que tange ao vocacionado
e egresso do curso, o ponto crucial é a formação integral, com ênfase no “aprender a
fazer, conhecer, conviver e ser”, o que poderá, por um lado, ampliar os horizontes da
formação teológica-ministerial e, por outro, reafirmar o entrelaçamento entre teologia,
ministério e educação para o desenvolvimento de habilidades e competências.
No que concerne aos seminários e faculdades a preocupação principal foi a
consideração e o respeito à sua autonomia e valorização do contexto regional peculiar
que possuem, o que deve ser preservado e respeitado sempre. Salienta-se, nesse aspecto,
a importância de se pensar e de trabalhar com a flexibilidade curricular e a diversidade
de projetos de curso de teologia.
Cientes de que a ideia de flexibilização e de diversidade, o que é muito caro
para os batistas, PPT vincula-se à necessidade de conceder maior plasticidade, maior
maleabilidade, ao que se quer flexionar, destituindo-o da “rigidez tradicional”. Contudo,
é viável, prudente e salutar que os seminários e faculdades batistas, por mais livres e
autônomos que sejam, e tenham flexibilidade curricular, busquem uma aproximação e
um alinhamento com aquilo que é marco identitário dos batistas brasileiros.
No que tange à identidade batista, a preocupação principal foi referente à educação
teológico-ministerial, que deve ser planejada, organizada e desenvolvida em sintonia
com a igreja e a prática eclesial e ministerial. Em consonância com essa preocupação,
destaca-se a centralidade da Bíblia, revelação de Deus em linguagem humana, fonte de
conhecimento e de verdades espirituais e suprema autoridade em assuntos de fé.
Toda essa preocupação possibilitou a que se pensasse na ideia de um PPT que
contemplasse e explicitasse a filosofia de educação da CBB, princípios, diretrizes
educativas, eixos formativos e uma matriz curricular nos cursos de teologia, a qual é
comum e necessária a todo projeto pedagógico. Contudo, é preciso esclarecer que
todos os componentes do PPT são apenas sugestões, orientações, encaminhamentos e
referências que podem contribuir para uma maior aproximação e/ou um alinhamento
teológico-educativo-curricular para os batistas brasileiros.
O PPT, nessa perspectiva, é um documento que foi pensado e construído para
orientar e servir de norte e de referência para a educação teológico-ministerial batista.
Mesmo assim, pensa-se o PPT como um documento aberto, histórico, passível de revisão
e reconfiguração e que se situa num horizonte de possibilidades em relação ao que a CBB
almeja e pretende com educação teológico-ministerial. Nesse sentido, o PPT assume uma
dimensão política e uma dimensão prática, já que o mesmo pressupõe uma aproximação
educacional, um alinhamento teológico e um diálogo e uma interação com as instituições
de ensino e sua realidade regional.
Para os batistas brasileiros, ter um Projeto Pedagógico de Teologia (PPT-CBB)
pensado, elaborado, construído, sistematizado e aprovado pelo Conselho da Convenção
é uma grande vitória. O PPT é também um marco institucional, uma ação cuidadosa
e estratégica da Convenção, uma possibilidade de coesão, alinhamento e unidade na
formação teológico-ministerial e um sonho que está se tornando uma realidade.
O PTT-CBB é, portanto, uma carta de navegação, uma bússola que indica o rumo a
seguir e uma construção coletiva que requer uma revisão e modificação. O PPT é também
uma “carta” de intenção em que os batistas apresentam sua identidade teológica, mostram
o que pensam e querem da educação teológico-ministerial e estabelecem os passos para
se chegar onde desejam.
44
A razão para a construção do PPT e a proposta de educação teológico-ministerial
aqui apresentada tem a ver com nossa vivência e experiência no ensino teológico e uma
profunda convicção de fé: teologia é diálogo, encontro, conversa e conhecimento de Deus.
Nesse sentido, a teologia é também o pensamento teológico, conforme afirma Ferreira
(2014:9), só consegue respirar em uma atmosfera de diálogo com Deus e a oração é
determinante para a teologia que o estudante vocacionado produzirá.
2. Contextualização do projeto
45
seminários e busca re-significar a ação de educar e de preparar ministros para o aqui e o agora,
mas também para o futuro. Como o próprio nome diz, projetar significa lançar-se à frente,
colocar-se em movimento com coragem, esperança e promessas de muitas possibilidades.
46
pertinente não apontam nesta direção. Portanto, vale destacar, que o ensino teológico
só será secularizado e sem viés ministerial, se a IES e seu corpo diretor, assim desejar e
planejar. O MEC e legislação do ensino superior não interferem na “cor” ideológica do
curso de teologia.
Neste complicado momento que vivemos, existe um outro grande desafio em
nossas instituições de ensino teológico, que é o reduzido número de alunos por sala de
aula e uma pequena receita financeira mensal. A dificuldade financeira é uma realidade
que atinge os seminários e as faculdades e está presente em todos os estados brasileiros. O
reduzido número de alunos e a dificuldade financeira ocorrem por causa da concorrência
crescente e desleal, aumento do custo por aluno, nível elevado de inadimplência e a crise
econômica que atravessa o nosso país. Além disso, há a impossibilidade de se poder
cobrar um valor justo por este ensino.
A maioria das instituições teológicas, sejam aquelas de curso livre, sejam as de
curso autorizado e reconhecido, com sua receita oriunda das mensalidades de alunos,
não consegue cobrir suas despesas com pessoal e os encargos sociais. Esta situação
é um impedimento para que se faça os investimentos necessários nas melhorias do
patrimônio, biblioteca, infraestrutura tecnológica e no aperfeiçoamento do corpo
docente. A dificuldade financeira, o pouco investimento na educação teológica e
professores despreparados realçam em não só a falta de qualidade no ensino, mas
também a superficialidade, inconsistências e falta de solidez bíblico-teológica.
No Brasil, a teologia, a educação teológica, o pensamento teológico-religioso e a
prática ministerial navegam por “mares” turbulentos e bravios. Cada um desses elementos
é “balançado” pelos fortes “ventos” da contemporaneidade. Neste contexto, a teologia e
a educação teológico-ministerial, especificamente, encontram-se postergada à condição
de um produto supérfluo, sendo vistas como desnecessárias. O pensamento teológico-
religioso e a prática ministerial de igrejas e denominações, por sua vez, passam a ser
desenvolvidos de acordo com a lógica do mercado, o atendimento de desejos individuais
e a mercantilização da fé.
A lógica mercadológica sob a qual a esfera da religião opera produz, entre
outras coisas, o aumento da importância das necessidades e desejos das
pessoas na definição dos modelos de práticas e discursos religiosos a serem
oferecidos no mercado. Ao mesmo tempo, demanda das organizações
religiosas maior flexibilidade em termos de mudança de seus “produtos”
no sentido de adequá-los da melhor maneira possível para a satisfação da
demanda religiosa dos indivíduos (GUERRA, 2003, p. 1).
Com esta condição e realidade, a teologia e a educação teológica no Brasil têm diante
de si duas importantes tarefas. A primeira dessas tarefas é vencer o descaso para com a
teologia, criar atrativos diferenciados para motivar novos alunos e superar os reducionismos
e o superficialismo bíblico-teológico existentes no preparo dos que são vocacionados ao
ministério. De fato, com este cenário, os seminários e as faculdades não conseguem e não
conseguirão viver sozinhos; ambos precisam estar na agenda de preocupação, planejamento
e investimento da denominação.
A segunda tarefa da teologia e da educação teológica é de atualização e de renovação e
de trajar “roupas novas” do atual momento histórico, sem perder ou mesmo trair sua vocação
de fidelidade à Bíblia, à Jesus Cristo, a igreja e à Declaração de fé batista. Essa importante
tarefa, define o tipo de formação teológico-ministerial que queremos, que é a de preparar
ministros focados em pessoas e não em coisas, tarefas e estrutura. Essa é a formação que
desejamos, pois como afirma Dias (2005), a igreja, na terra, é germe do Reino de Deus. Ela
congrega pessoas do Reino e tais pessoas não são patrimônio da igreja local.
Para os batistas brasileiros, no entanto, apesar de uma realidade que apresenta
muitos desafios, novas demandas e dificuldades, a educação teológica alcança uma posição
47
de destaque. Nesse sentido, os batistas compreendem que a educação teológica tem um
caráter estratégico para a unidade da denominação, tanto quanto para o seu fortalecimento
e crescimento. Para tanto, é preciso munir esforços, criar sinergia e fazer os investimentos
que forem precisos e necessários neste mister.
Assim, é imperioso que as faculdades e seminários conquistem qualidade acadêmico-
organizacional, excelência pedagógica, corpo docente preparado e equilibrado, discentes
motivados e um ambiente escolar estruturado, de modo a propiciar um ensino e um preparo
ministerial qualitativos e de excelência. A CBB deverá buscar, a partir de uma liderança,
agregar e alinhar os ideários da educação teológica por ela propostos e ainda aproximação,
diálogo e compartilhamento maior entre as instituições de ensino teológico.
Considerando toda esta realidade, é importante reconhecer que o futuro e a
sobrevivência das instituições de ensino teológico Batista no Brasil dependerão da ampliação
da visão e do reposicionamento da educação teológico-ministerial na agenda de prioridade
da nossa denominação. É necessário que a denominação assuma e estabeleça, o mais urgente
possível, o papel e a função estratégica que a educação teológica naturalmente possui para
a continuidade de sua identidade denominacional, solidificação da doutrina e formação de
líderes comprometidos com o ministério, a igreja, a Bíblia e o Reino de Deus.
Assim, a demanda que se tem é que as faculdades e seminários sejam comprometidos
e contextualizados com uma educação de excelência, e que trabalhem no sentido de garantir
uma formação de líderes pautada na Bíblia e no que há de mais moderno no processo de
educar. Só assim, o futuro da denominação e igrejas será assegurado. Portanto, é preciso um
alinhamento teológico, uma sugestão de matriz curricular de referência e uma aproximação
maior entre as instituições teológicas, com um total apoio da convenção, igrejas e pastores.
2.2. Finalidade
O Projeto Pedagógico de Teologia (PPT) é um documento que contém princípios,
orientações e diretrizes para a educação teológica no Brasil batista. Por isso, ele é indissociável
da CBB, das igrejas e da necessidade que temos de estabelecermos rumos claramente
definidos para a formação teológico-ministerial. O PPT é, portanto, um documento que se
constitui como referencial, explicitando a missão, valores, objetivos, visão, metas, concepções
pedagógicas etc., cuja função é amparar a tomada de decisão a respeito dos caminhos que
serão trilhados pela educação teológica entre os batistas brasileiros.
O Projeto pedagógico de teologia é uma ação intencional, portanto pensada,
discutida, refletida e planejada, com um sentido explícito e com um compromisso definido
coletivamente. Por isso, esse projeto de educação teológica é também um projeto político,
pois está intimamente articulado à missão educacional dos batistas, às demandas das igrejas
em termos de formação de obreiros e aos objetivos das instituições encarregadas de educar,
formar e preparar vocacionados para o ministério em sua multiforme.
A CBB, diante dos desafios que se apresentam na atualidade, nos cursos de
bacharelados e na modalidade livre, vem promovendo e visa promover uma formação
teológico-ministerial, que se destaca pela reflexão teológica, bíblica, cristã, ética e humana,
bem como pelo exercício contextualizado e reflexivo a respeito dos ministérios. A proposta
dessa formação está atrelada, de forma indissociável, às condições que possibilitem o
desenvolvimento de uma pessoa livre para servir, reflexiva, comprometida com o evangelho,
a igreja e a sociedade. Nesse sentido, busca-se que o egresso dos cursos de teologia seja
agente ativo e transformador, atuando na liderança de comunidades cristãs, de instituições
vinculadas à denominação e da comunidade civil.
Assim, a finalidade deste projeto é articular as demandas apresentadas pelas igrejas e
pela CBB, no que se refere à educação teológica, que deve ser fundamentalmente ministerial.
É também criar sinergia entre instituições educativas, anseios denominacionais, unidade e
identidade teológica e qualidade acadêmico-pedagógicas entre os diferentes cursos existentes.
48
Tendo em vista os aspectos salientados, o PPT tem as seguintes finalidades:
• Explicitar e apontar caminhos e estratégias coerentes e viáveis para a educação
teológico-ministerial para os batistas brasileiros;
• Servir de orientação às instituições de ensino teológico no processo de discussão,
construção, elaboração e definição do seu Projeto pedagógico do Curso de teologia;
• Sinalizar trajetos, caminhos e percursos relacionados à organização do trabalho
acadêmico-pedagógico das instituições para a consecução da excelência do fazer
educativo;
• Indicar o perfil desejado e as principais características e competências exigidas dos
docentes que atuarão como professores na educação teológico-ministerial;
• Delinear a missão e os principais compromissos das instituições de educação teológica
no que tange à formação e preparo dos vocacionados, que é oferecer sólida formação
bíblica, com ênfase na identidade batista e com foco no ministério eclesial-cristão;
• Promover, em obediência à missão de testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo, a
formação teológico-ministerial numa perspectiva cristã, caracterizada pela identidade
histórica e princípios batistas.
Considerando a finalidade e sua relação com as diretrizes educacionais, a concepção
pedagógica e o contexto em que se insere a proposta de educação teológico ministerial
explicitada no PPT-CBB, não nega e nem se desconsidera o instituído pelas escolas teológicas
nos diferentes estados do Brasil. Porém, este PPT-CBB tem a finalidade de confrontar
esse instituído com o instituinte e com as novas possibilidades que a educação teológico-
ministerial está trazendo.
E o que ela traz é não somente a missão e o desafio de se ter uma Escola Teológica,
Seminário ou Faculdade que atua na ministração de aulas. Ao contrário, é a abertura para
uma atuação criativa, transformadora, contextual, fundamentada bíblica e teologicamente,
no sentido de alcançar uma qualidade no ato de educar, preparar e formar ministros aptos,
competentes e comprometidos com as nossas igrejas.
2.3. Justificativa
Para os batistas brasileiros, a educação no âmbito geral, nos níveis infantil,
fundamental e médio, desde sempre foi um assunto presente e de estimada importância.
Com a educação teológico-ministerial na “modalidade livre”, o que é de longa tradição,
não foi e não é diferente. Nos últimos anos, no entanto, mesmo com a regulamentação
da área de estudos teológicos pelo MEC, conforme PARECER Nº: CES 241/99, a teologia
continua em pauta como um assunto e uma temática importantíssima e estratégica para
os batistas brasileiros.
A primeira, foi estratégica para uma política de formação dos filhos de missionários,
bem como para a inclusão de alunos que não podiam estudar nas escolas públicas e/ou
romanas. A segunda foi e ainda é estratégica, pois se trata da formação de vocacionados
para a liderança denominacional e para os ministérios da igreja, a qual pela sua natureza,
demanda da CBB, uma atenção toda especial. Tal demanda diz respeito aos interesses da
denominação, a identidade dos cursos, aos parâmetros doutrinários e à missão prioritária
das instituições de ensino teológico, faculdades e seminários.
Por ser a educação teológico-ministerial um processo que envolve diferentes atores,
contextos e instituições, o PPT-CBB) foi pensado como um guia, uma bússola, um mapa
e uma trilha para as nossas casas de ensino teológico. Essa educação, por ser teológica,
ministerial e processual, requer reflexão, revisão e atualização constante, sem desconsiderar
sua missão primeira: formar e preparar vocacionados para os ministérios da igreja. Nisso,
reside a justificativa para este projeto.
Tendo em vista que a ênfase deste projeto é a educação teológica, sua organização,
missão, finalidades, filosofia, concepção e natureza, ela continua estratégica e fundamental
49
para os batistas brasileiros. É por causa deste posicionamento estratégico da educação
teológico-ministerial que a CBB está se dedicando, unindo esforços e capitaneando a
construção do Projeto Pedagógico de Teologia (PPT-CBB).
O presente PPT-CBB, encontra sua justificativa no contexto e na situação que se
encontra a sociedade contemporânea, que caminha para a derrocada e o esfacelamento dos
valores mais caros da família, da sociedade, da religião e da espiritualidade. Justifica-se,
dessa forma, o PPT-CBB, porque devido a estes fatores, a sociedade contemporânea vem
solicitando e exigindo uma educação centrada em valores e em princípios perenes, o que
em conjunto fortalecem a formação ministerial, dignificam o ser humano e ajudam a dar
sentido à vida.
O PPT é justificado ainda pela proposta de educação que se almeja desenvolver e
alcançar: essencialmente bíblica, teológica, ministerial, axiológica e comprometida com a
confissão de fé batista. Justifica-se, assim, o PPT-CBB, porque a concepção de educação
que foi pensada e concebida é um tipo de educação que seja, ao mesmo tempo, contextual,
transformadora, regada de valores bíblicos, cristãos e éticos e fortemente comprometida
com sua atividade a fim de formar ministros e pastores para as igrejas.
Como salientado, a natureza processual da educação faz deste PPT-CBB um mapa e
uma bússola para a formação teológico-ministerial no Brasil batista. Em outra direção, este
projeto, ainda que provisório e aberto a revisões, pode ser tomado como um instrumento de
trabalho para a realização da missão e dos ideais da CBB e das igrejas a ela vinculadas. Por
isso, o presente PPT-CBB tem função articuladora, identificadora, retroalimentadora e ética
entre o que cremos, pensamos e queremos na educação teológico-ministerial.
50
A construção coletiva de um PPT propiciou relevantes e significativos aprendizados:
fazer junto é mais trabalhoso e requer paciência. Aprendemos que trabalhar coletivamente
não acontece repentinamente e que é preciso superar nosso próprio individualismo.
Aprendemos que a construção coletiva de um projeto significa trabalhar em equipe, formular
objetivos interpessoais, organizacionais e institucionais. Aprendemos que uma construção
coletiva de um PPT implica em correr e assumir grandes riscos.
Com a construção coletiva do PPT e estes aprendizados, constatamos que precisamos
ampliar a vivência e a prática coletiva e democrática em nossas igrejas, seminários,
faculdades e demais instituições. Constatamos a urgente necessidade de eliminarmos as
“relações” competitivas existentes entre as instituições de ensino teológico para o bem da
obra de formação ministerial.
O eixo de construção coletiva de um PPT assenta-se também em bases democrático-
participativas das pessoas envolvidas. Fortalece a ação grupal, sem desconsiderar o indivíduo,
e concede a oportunidade para que cada um contribua com seus talentos e habilidades, dentro
de suas áreas de competência e expertise. De fato, o PPT é resultado de uma construção
coletiva, e todos fizeram parte dela, lendo, analisando, escrevendo, revisando e discutindo;
demonstraram o comprometimento significativo com a obra da educação teológica e um
forte sentimento de pertença com as pessoas envolvidas.
Nenhum projeto de educação, por melhor que seja, não se efetiva sem o aval e o
respaldo das instituições encarregadas em educar e formar pessoas. Com o ensino teológico
não é diferente. Assim, a interação com os seminários e as faculdades, o que se efetivou por
contato virtual, visitas in locu, discussão em plenárias de encontros e congressos, foram
determinantes para todo o processo de construção do PPT.
Sendo assim, o segundo eixo adotado na construção do PPT foi a interação com pastores,
líderes denominacionais, missionários, professores, coordenadores de curso e diretores de
instituições de ensino teológico. Esse eixo foi estabelecido porque se acredita que a educação
teológico-ministerial precisa superar a concepção fechada, centralizadora, burocrática e sem
qualquer interação com outros que podem contribuir com seu aprimoramento.
Tendo em vista que o PPT é um documento que explicita e aponta caminhos para
a educação teológico-ministerial desejada pela CBB, o eixo da interação contribuiu
positivamente servir como meio de sondagem os interesses e demandas de pessoas e
instituições. Mas, não apenas isso. Servir também apontar caminhos e possibilidades,
estimular compromissos formativos das instituições com a CBB e a educação teológica, e
ainda sinalizar para a necessidade de aproximação, diálogo, intercâmbio, troca de experiência
na obra batista da educação teológica.
51
desenvolver um trabalho pedagógico que globalizador, é preciso partir da pertinência
entre as disciplinas, conhecimentos e saberes com o ministério.
Em conformidade com os princípios da multidisciplinaridade, interdisciplinaridade
e da transdisciplinaridade, a pertinência entre os componentes do PPT e da organização
curricular, expressa os pressupostos teológicos, filosóficos, sociológicos, epistemológicos
e didático-metodológicos da educação teológico-ministerial. Os grandes desafios da
educação contemporânea, conforme Chaves (2005), são humanísticos, tecnológicos,
científicos e metodológicos e todos eles têm quase sempre caráter de pertinência, de
inter, trans e multidisciplinaridade.
Especificamente sobre a interdisciplinaridade, Luck ressalta que:
A interdisciplinaridade é o processo de integração e engajamento de
educadores, num trabalho conjunto, de interação das disciplinas do currículo
escolar entre si e com a realidade, de modo a superar a fragmentação do
ensino, objetivando a formação integral dos alunos, a fim de que exerçam
a cidadania, mediante uma visão global de mundo e com capacidade para
enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade. (LUCK,
2001, p. 64)
52
colocado como uma proposta fechada, pronta e acabada, não discutível, inesgotável e sem
qualquer possibilidade considerações, revisões e alterações.
Pelo contrário, sabe-se que este projeto apresenta lagunas e vários limites. Tais
condições são típicas, tanto da educação e da pedagogia, quanto da teologia e da formação
teológico-ministerial. Na verdade, os limites e as fraquezas de um projeto dizem respeito à
nossa condição de humanidade, por mais bem-intencionados que sejamos.
No que se refere ao Projeto Pedagógico, especificamente, houve e ainda há uma busca
permanente, que é a integração e a harmonização de uma proposta que contemple os cursos
de Teologia dos seminários e das faculdades. Os cursos dos seminários são de natureza “livre”
no que tange à avaliação e fiscalização de órgãos públicos e são tutelados pela CBB, pelas
convenções estaduais ou por alguma igreja. Esses cursos, devido à legislação preconizada
pelo MEC, não recebem a nomenclatura de bacharel. Já os cursos de teologia das faculdades
são autorizados e reconhecidos única e exclusivamente pelo MEC, que também os avalia, e
os denomina de bacharelado.
Considerando esta condição, ou seja, as duas formas organizacionais e operativas
da formação teológico-ministerial na CBB, muitos foram os desafios encontrados. Nem
sempre foi fácil conciliar apropriadamente os cursos de teologia de natureza livre e os
cursos reconhecidos pelo órgão público, o MEC. Apesar do enorme desafio, o que se tornou
imperativo em todo o processo de reflexão da educação teológica e do trabalho de elaboração
deste projeto, foi a missão que temos pela frente: oferecer a formação bíblico-teológica de
qualidade e o preparo ministerial a vocacionados que sejam comprometidos com o Reino, a
Igreja e a denominação.
Destaca-se, nessa perspectiva, que ambos os cursos, os de natureza de “livre” e os
bacharelados, que são reconhecidos pelo MEC, precisam assumir que estão a serviço das
igrejas e da denominação batista. Deve ficar claro, nesse sentido, que ambos formam egressos
para os diversos ministérios na igreja, e precisa ser esta a ênfase e a missão educativa de cada
um deles. Nossas escolas de educação teológica optam e educam com uma visão ministerial.
Em outra perspectiva, no que tange aos cursos em teologia “livre”, faz-se necessário
primar pela competência e qualidade dos docentes, melhoria e ampliação do espaço das
aulas, pelo acervo da biblioteca disponibilizada à comunidade acadêmica e ainda pela gestão
e organização acadêmica. Nesse sentido, se esta estrutura faz parte dos seminários, não serão
inferiores e nem demérito no trabalho que realizam e na formação que oferecem.
4. A CBB e a Teologia
Uma denominação forte, relevante, contextualizada e vívida coloca em relevo a obra
da educação teológica. Para tanto, em consonância com educação teológica, a denominação
deve conceder à igreja o lugar de prioritário, ter clareza de sua missão, visão e valores,
amadurecer teologicamente e olhar continuamente para o passado. Se olhar para o passado é
indispensável, esse olhar não pode ser um artifício para que a denominação fuja dos desafios
do tempo presente e das responsabilidades do seu futuro. Afinal, militar no Reino de Deus
implica interpretar os “sinais dos tempos”, ser parte de um tempo revisionário e sabiamente
enfrentar o horizonte do amanhã.
Nisso, também, afirmamos a centralidade da Bíblia. A metodologia (as
práticas eclesiásticas), assim como a identidade, doutrina e vida da igreja,
têm de brotar das Escrituras. Como a igreja é um dos temas centrais na Bíblia,
a Bíblia tem de ser central na determinação de sua identidade e prática.
(...) Estamos comprometidos com a autoridade da Escritura, inclusive na
eclesiologia (MULHOLLAND, 2004, p. 17).
Passado, presente e futuro são parte inerente de uma mesma “mistura”, tal qual
acontece como a própria vida, a teologia e a denominação batista. São três dimensões da
53
temporalidade humana que requerem de nós constantes interpretações, revisões e tomada
de posição, sem abrirmos mão dos fundamentos da nossa fé e da suprema autoridade da
Bíblia em assuntos de fé e prática.
Vivemos novas formas de fazer a vida e de interpretá-la. Diante deste fato, como
afirma Homi Bhabha (2013, p. 27) é preciso “residir no além” sem perder o presente e buscar
redescrever nossa contemporaneidade. O “além” é um espaço de intervenção no aqui e no
agora, e no que diz respeito aos batistas brasileiros, a ação principal é a colocação estratégica
e privilegiada da educação na pauta denominacional.
É de aceitação ampla que a educação teológica tem um caráter estratégico para
o crescimento denominacional e das igrejas. (...) Ter seminários eficientes e
eficazes, com sustento suficiente para as pesquisas e treinamento adequado
de obreiros, é uma das garantias para o futuro de uma denominação e das
igrejas (REGA, s/d, p. 1,5).
54
abrangência da teologia, da elaboração teológica e da formação ministerial, que é para a
igreja e para todo ser humano e o ser humano todo.
O referencial de todo o processo que envolve a teologia, a elaboração teológica e
a formação ministerial deve ser, de fato, a Bíblia, que é a Palavra de Deus em linguagem
humana. É isso que a igreja e a denominação esperam da educação teológico-ministerial.
Assim, faz sentido a afirmação de João Carlos Lopes: “Para que a educação teológica seja
serva da igreja no sentido diaconal, é necessário que seja desprovida de orgulho intelectual,
tentação real para quem dedica considerável quantidade de tempo em reflexão acadêmica”
(LOPES, 2011, p. 32).
Finalmente, não há como desconsiderar a relação indissociável entre a teologia e
os diversos tipos de ministérios existentes. A teologia tem sua fonte última na Bíblia, a
Palavra de Deus. O ministério, por sua vez, em toda a sua abrangência, também tem sua
fonte última, que é o Cristo, o Filho de Deus. Devido à relação entre teologia e ministério
e à fonte última de ambos, torna-se imperativo à denominação “...repensar o sistema
educacional teológico batista no Brasil através da busca de novos paradigmas, a até mesmo
descobri-los” (REGA, 2001, p.13).
A sinalização feita por Rega a respeito da busca de novos paradigmas é essencial para
o campo teológico. Nas demais ciências, a emergência de novos paradigmas se processa
quase que “naturalmente” e na teologia, na prática teológica e na formação ministerial
não pode ser diferente. Sendo esta uma necessidade imperiosa da educação teológico-
ministerial, um paradigma...
...exprime, portanto, uma constelação geral, um padrão básico, um esquema
fundamental, um modelo global, segundo o qual a teologia percebe-se a
sim mesma, as pessoas, a sociedade, o mundo e sobretudo sua relação com
Deus. Um paradigma revela um conjunto de convicções, concepções, valores,
procedimentos e técnicas que são levados em conta pelos membros de
determinada comunidade teológica. Acontece uma mudança de paradigma
quando se dá uma irrupção de muitos sinais inovadores, muitos fatores e
elementos para os quais o paradigma em curso não dá conta (LIBANIO,
1996, p. 35).
55
superficial, num teologismo ou ainda um secularismo teológico. Sobre isso, Coelho Filho
(2012:02), assevera que “...Nossa formação de obreiros alega ter conteúdo religioso, mas
sua forma é secular. (...) e que secularização ronda a educação teológica, por causa do nosso
estilo secularizante de vida”.
Além da perspectiva do zelo teológico que devemos ter, Rega (2001: 35) assinala e
indica a necessidade de adotarmos um modelo integral de educação teológica em que todas
as dimensões dos vocacionados sejam objetos da formação ministerial. A verdadeira teologia
situa-se na fé, sem desprezar a razão, e é por isso, que ela, a teologia, não pode apenas um
discurso ou um sistema elitizado e alheio às necessidades da igreja. A teologia, de um lado, deve
ficar livre de qualquer forma de esclerose professoral e institucional e, de outro, dos interesses
pessoais e da tutela do mercado editorial e do mercantilismo de segmentos religiosos.
4.1.1. Missão
4.1.2. Visão
4.1.3. Valores
56
filosófica e pedagógica, o que se caracteriza pela liberdade de consciência e ativa cooperação
entre as suas igrejas.
No que tange à filosofia de educação da CBB, faz-se necessário reafirmar a existência
de uma estreita relação entre a educação religiosa e a educação teológica, bem como entre
a declaração de fé deste organismo denominacional. Tanto a educação religiosa, quanto a
filosofia da educação teológica ao serem desenvolvidas são perpassadas e costuradas pela
convicção de que a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus. Devido a esta convicção, a filosofia da
educação teológico-ministerial adotada pela CBB deve ser respaldada na Bíblia.
No contexto denominacional batista, a educação teológica deve, além da formação
do pensamento teológico, capacitar os membros da igreja vocacionados e chamados,
preparando-os adequadamente para o ministério. Faz-se necessário novos métodos de
ensino, currículo mais flexível e uma visão mais ampla do ministério e da educação, os quais
não podem ser fragmentados e compartimentados.
Neste contexto, as Instituições de educação teológica, sejam os seminários, sejam as
faculdades, não devem se dar por satisfeitas com a repetição, transmissão, e/ou produção
de conhecimentos e saberes apenas. Essas instituições, devem priorizar a capacitação e o
preparo dos vocacionados que a elas se dirigem para o exercício do ministério nas mais
diversas áreas de atuação na igreja e no Reino de Deus. Ressalta-se, nessa direção, que a
educação teológica e a formação de liderança ministerial são vitais para a vida da igreja,
para a denominação e para o desenvolvimento e crescimento da obra batista nas diferentes
regiões do nosso extenso Brasil.
O chamado para o ministério sempre envolveu e ainda envolve uma experiência
pessoal com Deus e uma formação teológica, que é preparo acadêmico, bíblico e espiritual.
Esse chamado divino adquire um caráter de comprometimento para o serviço cristão. O
chamado é especial e, segundo Dreher (2015), é uma incumbência dada por Deus, que é
lei para o ministro, pois ele foi separado e chamado para o serviço às pessoas e não para o
domínio delas.
Considerando estes importantes aspectos, a CBB em sua filosofia para a educação
teológica e ministerial declara e afirma:
A Filosofia da Convenção Batista Brasileira tem seu fundamento na Bíblia
Sagrada, o livro da revelação divina. Foi constituída a partir da Declaração
Doutrinária por ela adotada nos Princípios Distintivos dos Batistas, no Pacto
das Igrejas Batistas do Brasil e na Missão e Propósito das igrejas cooperantes, e
reconhece ser correta e condizente a metodologia de ação prática consagrada
no Estatuto da Convenção (SOUZA, 2010, p. 80).
57
proposta pela CBB. Portanto, apresentamos a seguir, mesmo que literalmente, os elementos
que compõem a filosofia e as diretrizes da CBB4 para a obra da educação teológico-ministerial.
58
A educação teológica, a formação e o preparo ministerial exigem uma filosofia de
ministério para o tempo que estamos vivendo. A filosofia de ministério, por sua vez, deve
refletir o chamado e a autoridade espiritual do vocacionado e espelhar as demandas bíblicas
do serviço cristão ao Reino de Deus e ao próximo. A filosofia de ministério precisa ter sua
base na Bíblia e na prática da fé e da teologia. A educação teológico-ministerial sempre esteve
ligada à demanda da igreja, do ministério, do serviço cristão e da prática religiosa. Já que
toda a prática é a prática de alguma teoria, faz-se necessário articular clara e profundamente
a base teológica da prática ministerial.
A teologia cristã, e isso lhe é específico, é uma fala sobre Deus e tal qual afirmou Karl
Barth “...a teologia é obra humana, ela não é obra divina. Ela é serviço prestado à Palavra, ela
não é a própria Palavra de Deus” (BARTH, 1996, p. 196). É por isso que, quando necessário,
não pode haver impedimentos para que o pensar e fazer teológicos e pedagógicos, sejam
articulados às reflexões construtivas e às críticas criativas, bem como aos desafios do tempo
presente.
Essa é a visão e a filosofia da CBB a respeito da educação teológica e ministerial.
É também um de seus mais importantes compromissos e preocupações, pois é uma obra
estratégica para o agora e para o futuro das igrejas, do ministério e da denominação. “Nesse
sentido constantemente está sendo feito um apelo à consciência denominacional para
que a obra educacional venha a ser contemplada com a presença marcante na agenda das
preocupações, planejamento global e investimento denominacional” (REGA, s/d, p. 05).
59
a serviço das igrejas e da denominação, ou seja, a serviço da formação teológico-ministerial
em suas múltiplas formas e variedades. Nesta direção, para alcançar estes objetivos, torna-
se relevante adotar os princípios da ação-reflexão-ação, da aprendizagem significativa, a
integração entre o ser, saber, fazer e o conviver.
Por isso, todo o planejamento pedagógico, os processos relativos ao ensino-
aprendizagem e as ações e trabalho do professor devem fundamentar-se nas teorias da
educação e da aprendizagem e na concepção de que o conhecimento é uma construção
inacabada. Além disso, o aluno e também todo o ser humano, precisa ser considerado
como um sujeito histórico, um ser relacional e um aprendiz que precisa da graça e da
misericórdia de Deus.
Com efeito, para o curso de teologia, objeto deste projeto, adota-se o conceito
de matriz curricular, componentes pedagógicos, um conjunto de atividades, ações e
de experiências de aprendizado, em lugar de uma “grade de disciplinas”. Com isso, a
ideia principal é trabalhar com a flexibilidade curricular, a inovação didática a partir
de metodologias ativas e um processo participativo do aluno para o desenvolvimento e
incorporação de competências e habilidades.
Para alcançar os pleitos da concepção político-pedagógicas nas instituições de
ensino teológico e nos cursos de teologia, a CBB adota o princípio da excelência acadêmica,
a qualidade nas atividades de ensino e aprendizagem por parte de professores e alunos e
uma gestão administrativo-financeira equilibrada e sustentável. Busca-se, na verdade, uma
formação teológico-ministerial voltada especialmente para o preparo de vocacionados para
os ministérios da igreja.
Neste aspecto, a ênfase da ação educativa no campo da formação teológico ministerial
recai na dinâmica da relação entre docentes, discente, conhecimento e tecnologia e numa
teoria-prática pedagógica, contextualizada, flexível, coletivizada, inovadora. A relação
entre teologia e ministério e, tal como assinala Saviani (2010)6 deve sempre haver uma
relação estreita entre teoria e prática que é a mais fundamental da pedagogia. Portanto,
uma teoria-prática sempre em revisão, construção e reconfiguração, e que possibilite ao
estudante, alcançar bons resultados em sua trajetória escolar, mas também crescer na fé, no
conhecimento de Deus e no seu preparo ministerial.
Vale destacar que a educação teológico-ministerial requer a utilização das diferentes
abordagens e teorias, retirando o que há de mais relevante e útil em cada uma delas.
Nesse sentido, a organização do trabalho e das ações educativas, deve apropriar-se
dos elementos mais significativos da Educação. O foco, no entanto, é possibilitar a
aprendizagem por meio da re-significação das experiências, acreditar na potencialidade
do vocacionado e organizar o trabalho pedagógico no sentido da formação integral e
total do ser humano e não apenas do estudante.
Finalmente, cabe ressaltar e afirmar que o curso de teologia pensado, configurado
e amparado pelos ideais batistas, tem como ponto de partida e como fundamento
teológico último as Sagradas Escrituras. Além deste fundamento, que é de natureza
teológica e espiritual, a educação teológico-ministerial exige outros campos do
conhecimento humano.
60
A partir desta compreensão e entendimento, docência nas instituições de ensino
teológico era vista como uma ocupação secundária ou periférica em relação ao ministério
pastoral. Estas considerações nos encaminham a refletir mais profundamente a respeito do
professor de teologia nos seminários e nas faculdades que militam na educação teológica e
no perfil dos professores. Assim, diante da atual conjuntura da denominação, das igrejas e da
educação teológico-ministerial, precisamos avançar e reconhecer a especificidade teológica,
bíblica, pedagógica e epistemológica da profissão docente e seu relevante papel na formação
ministerial-pastoral.
A docência no curso de formação teológico-ministerial comporta especificidades que
a distingue das demais ações que envolvem o ofício de professores. Assim, além da formação
em teologia, do compromisso com a ética do Reino de Deus, que deve ser inegociável, da
pertença religiosa em uma igreja como membro e de um engajamento ministerial, espera-se
que o docente de teologia aprimore a dimensão didático-pedagógica.
Portanto, os docentes escolhidos para trabalhar no curso de teologia e na formação
ministerial batista requer prudência, cuidado, zelo, oração e muita dependência de Deus.
Dessa forma, se quisermos conquistar e/ou manter qualidade acadêmica em nossos cursos
de teologia, o caminho é alinhar a qualidade desejada à filosofia de educação teológica da
CBB, à nossa confessionalidade e a uma formação preferencialmente de caráter ministerial.
Por consequente, nesta importante missão e empreitada de formação teológico-
ministerial, faz-se necessário explicitar o desejado e idealizado perfil dos docentes. Espera-
se que o mesmo apresente o seguinte perfil:
• Assumir, defender e proclamar a Bíblia como Palavra e Revelação de Deus, única e
absoluta verdade capaz de libertar o ser humano perdido e escravizado pelo pecado;
• Estar filiado a uma igreja evangélica como membro, participar efetivamente das
atividades e programas propostos e ainda cultivar regularmente a mordomia cristã;
• Respeitar, quando de outra confissão religiosa, dentro da sala de aula e nos demais
espaços institucionais, os princípios, as doutrinas e a declaração de fé dos batistas;
• Vivenciar a solidariedade acadêmico-pedagógica com seus pares e com os alunos na
ambiência da sala de aula e fora dela, ajudando no que for preciso para o aprimoramento
da prática educativa e da aprendizagem;
• Ter uma sólida formação bíblica e teológica e ainda estar em contínuo aperfeiçoamento
didático-pedagógico, técnico-prático e acadêmico em sua área de atuação;
• Verticalizar, sempre que possível, a sua formação acadêmico-teológica e ministerial em
cursos de especialização, mestrado e doutorado;
• Realizar pesquisas, produzir e organizar textos acadêmico-científicos nos diferentes
campos da teologia e outros ministérios, publicando-os em revistas especializadas;
• Manter uma conduta, uma postura e um comportamento que condizem com a ética
cristã na igreja, família, sociedade, trabalho e demais espaços de convivência e atuação;
• Integrar o ensino e a prática, a piedade e o academicismo, a fé e a cultura e a
reflexão e a ação;
• Cultivar o espírito de curiosidade, criatividade e criticidade diante da vida, do
conhecimento, dos problemas que surgem e do trabalho na docência, sem perder a
flexibilidade, a tolerância e o respeito com quem pensa diferente e a amabilidade
com o próximo;
• Preparar e planejar as aulas antecipadamente e ministrá-las com zelo, organização,
compromisso, prudência e criatividade;
• Ser pontual no início e término das aulas, bem como na entrega dos documentos
acadêmicos solicitados pela instituição teológica;
• Orientar e apoiar os educandos, quando necessário, para o compromisso com a vida
acadêmica, a vida cristã, a igreja local e o serviço cristão;
• Comprometer-se, quando de outra confissão religiosa a ensinar estritamente dentro
dos princípios, da doutrina e declaração de fé dos batistas.
61
5. Organização didático-pedagógica
A organização didático-pedagógica de um Curso de Teologia, livre ou Bacharelado,
chancelado pela CBB tem um princípio e um eixo articulador, que são a formação teológico-
ministerial fundamentada na Bíblia e a prática pastoral na igreja. Esse princípio e esse eixo
são alicerces que devem orientar a construção do currículo, a escolha das disciplinas, a
seleção de conhecimento e conteúdos e ainda a metodologia mais adequada no processo
ensino-aprendizagem.
A organização didático-pedagógico, nesta perspectiva, não é impeditiva para a
afirmação da nossa confessionalidade. De igual modo, a confessionalidade não bloqueia e
nem impede o caráter acadêmico, reflexivo e criativo da educação teológica e da formação
pastoral. Nesse sentido, confessionalidade, piedade, vida cristã, reflexão e estudos teológicos
podem ser tecidos em diálogo frutífero e numa integração harmoniosa.
Considerando essa integralidade que deve acontecer no Curso de Teologia, a organização
didático-pedagógica, por meio do trabalho em sala de aula, buscará incrementar e desenvolver
habilidades e competências, o que deve fazer parte do perfil de formação do aluno. Daí a
importância da formação pastoral ser pautada no exercício da reflexão teológica, na vontade
de aprender, no compromisso ético, na capacidade de liderar e trabalhar em equipe e na
proposição e consolidação de projetos ministeriais que envolvam a comunidade de fé.
5.2. Objetivos
• Capacitar os discentes a pensar teologicamente a respeito da relação existente entre
as Escrituras Sagradas, Revelação de Deus, e a práxis vivida pela igreja em meio aos
desafios da vida, do mundo e da sociedade contemporânea;
• Propiciar o estudo da Bíblia no idioma pátrio e nas línguas originais, por meios de
métodos e estratégias apropriados, para sua aplicação exegética e no ensino, pregação,
doutrina e produção de textos eclesiais e acadêmico-científicos;
• Possibilitar o estudo rigoroso dos diferentes aspectos, temas e áreas da teologia-
ministerial em sua área de alcance, tais como o sistemático, histórico, bíblico e prático,
bem como o rigor metodológico para o estudo exegético das Escrituras do Antigo e
Novo Testamentos, com ênfase nas línguas bíblicas: grego e hebraico;
• Desenvolver a reflexão teológica à luz da Bíblia, Palavra de Deus, tendo em vista a
capacitação da igreja para responder aos desafios da fé cristã em tempo de rápidas
62
e profundas transformações religiosas, tecnológicas, econômicas, políticas e
socioculturais;
• Preparar vocacionados para os ministérios na e da Igreja para que, orientados pela
Bíblia, pelo Espírito Santo de Deus e pela fé em Jesus Cristo, possam intervir criativa,
ética e positivamente nos espaços eclesiásticos, denominacionais, comunitários e
públicos em geral;
• Favorecer aos alunos vocacionados aos ministérios o acesso ao conhecimento adequado
da teologia e ciências afins, possibilitando ao mesmo a equilibrada articulação entre
piedade e estudo, reflexão e ação, fé e cultura, competência teológica e compromisso
pastoral, diaconia social e diaconia eclesial e entre igreja e denominação;
• Equipar “...santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo
de Cristo”, preparando-os para o exercício de seus múltiplos ministérios nas
circunstâncias próprias da realidade das igrejas filiadas à CBB.
• Despertar e reafirmar com o Reino de Deus, a igreja, a denominação e ainda espírito
missionário cultural e transcultural, de acordo com o IDE de Jesus;
• Servir de base e fundamento a uma vocação pastoral e teológico-ministerial,
estimulando os vocacionados a realizarem formação continuada de Teologia em seus
múltiplos aspectos e dimensões em cursos de especialização, mestrado e doutorado.
• Sintonizar e informatizar, sempre que possível, por meio de recursos tecnológicos,
o jeito de se pensar, organizar, praticar e ofertar a educação teológico-ministerial,
conforme demandas e necessidades do nosso tempo.
63
• Pregar o evangelho, ensinar e instruir bíblica e doutrinariamente o povo de Deus,
assim como animá-lo na perseverança da fé nos momentos de dor e consolar os
aflitos e doentes;
• Desenvolver e possuir atitudes e estratégias de estudo próprias, de modo a lidar
com mais facilidade com novas tecnologias da aprendizagem e da comunicação,
colocando-as ao serviço do ministério e da igreja;
• Assumir o compromisso com o ministério, conjugando conhecimento, ação e vida cristã
piedosa, mediante a disciplina pessoal de leitura bíblica e adequada prática pastoral;
• Dialogar com outras tradições religiosas e grupos sociais em temas voltados para
cidadania, dos direitos e da promoção humanos, com vistas a uma sociedade mais
justa, ética, pacífica e convivencial;
• Realizar pesquisa no campo da teologia bíblica, prática e sistemática e áreas afins,
produzindo textos e conhecimentos que orientem e ajudem nas possíveis soluções de
problemas da sociedade, vida humana, teologia, igreja e denominação;
• Utilizar, de forma criativa, construtiva, crítica e reflexiva, o instrumental teológico
bíblico-exegético adquirido, integrando-o à produção de saberes e conhecimentos inter
e metadisciplinares, de modo a fundamentar a práxis religiosa, pastoral e ministerial;
• “Compreender a construção do fenômeno humano sob a óptica da contribuição
teológica, considerando o ser humano como ente holístico e refletir criticamente
sobre a questão do sentido da presença do humano nesta vida”7.
64
de formação teológica, o desenvolvimento de competências e habilidades múltiplas se
constituem em requisitos essenciais da formação ministerial-pastoral.
Nessa direção, ao se enfatizar o estudo da teologia a partir da competência e das
habilidades, de acordo com Anita Abed8, está se falando de uma mudança de cultura, de
compreensão de vida, do que a gente acredita que é o ser humano, o conhecimento, a
aprendizagem. Além disso, está explicitando-se sobre qual é o verdadeiro papel de uma
instituição de formação teológica.
5.4.1. As competências
5.4.2. As habilidades
65
Entre as habilidades, podem-se destacar algumas delas: capacidade de comunicação
oral e escrita, capacidade para lidar com situações novas e desconhecidas, capacidade
de liderança e de trabalhar em equipe, capacidade de lidar com situações complexas e
o enfrentamento de situações problemas. Assim, o curso de teologia dos seminários e
faculdades batistas, tem o propósito de garantir, ao mesmo tempo, o desenvolvimento das
seguintes competências e habilidades:
• “Ler e compreender textos teológicos, demonstrando capacidade para crítica,
reflexão, análise, interpretação e comentário de textos teóricos, segundo os mais
rigorosos procedimentos hermenêuticos”;9
• “Utilizar adequadamente conceitos teológicos aliados às situações do cotidiano,
desenvolvendo capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência cotidianas
para o ambiente de trabalho, revelando-se profissional participativo e criativo”;10
• “Capacidade de relacionar o exercício da reflexão teológica com a promoção integral
da cidadania e com o respeito à pessoa”;11
• Usar os conhecimentos teóricos e práticos que o capacite para exercer o ministério na
igreja, bem como presença e atuação pública significativa na sociedade, interferindo
positiva e construtivamente na sociedade numa perspectiva de transformação,
valorização e promoção do ser humano;
• Implantar projetos comunitários e desenvolver ações individuais e coletivas que
visem a vivência prática dos valores cristãos para o benefício do bem-comum;
• Propor, elaborar e desenvolver projetos de pesquisa no campo da teologia e da
prática ministerial dentro das exigências do rigor acadêmico e dos princípios éticos
da nossa confessionalidade;
• Interpretar a Bíblia e analisar textos teológicos, de acordo com os rigorosos
procedimentos da hermenêutica e exegética;
• Utilizar as TIC’s (Tecnologia da Informação e da Comunicação), colocando-as a
serviço da igreja, do ministério e da teologia, para ampliar o processo de difusão da
mensagem do evangelho e para a melhoria da educação religiosa;
• Liderar pessoas, trabalhar em equipe e comunicar eficaz e significativamente na
dimensão interpessoal e intergrupal, para alcançar relacionamentos saudáveis,
bem como os objetivos, metas e propósitos organizacionais;
• Identificar as reais necessidades das igrejas e organizações, propor e consolidar de
projetos e ações que contribuam para dirimir e/ou solucionar as necessidades existentes;
• Planejar e promover, em parceria com educadores, práticas e ações educativas
em escolas e igrejas em suas especificidades, tendo em vista as características dos
educandos, o contexto de cada organização e realidade existencial e histórico-
cultural do país.
6. A organização curricular
O PPT foi pensado, construído e sistematizado com vistas a atender às exigências
da CBB a respeito da educação teológico-ministerial. Assim, em todas as etapas, tanto
de concepção, discussão e sistematização o lema adotado foi diálogo, compartilhamento,
flexibilidade, revisão, reconfiguração e abertura para o novo e o ainda não pensado. Com a
adoção desse lema, que é também uma visão de educação, o PPT, cada uma de suas partes
e aquilo que nelas foi tecido e textualizado, passaram por um amplo processo criação,
recriação, reflexão, discussão, revisão e nova sistematização.
9
Diretrizes curriculares para os cursos de Teologia. MEC. Minuta v. 1.4. Março de 2010, p. 09. http://portal.
mec.gov.br/index.php. Acesso em 16 de dezembro de 2016
10
Diretrizes curriculares para os cursos de Teologia. MEC. Minuta v. 1.4. Março de 2010, p. 10. http://portal.
mec.gov.br/index.php. Acesso em 16 de dezembro de 2016.
11
Diretrizes curriculares para os cursos de Teologia. MEC. Minuta v. 1.4. Março de 2010, p. 10. http://portal.
mec.gov.br/index.php. Acesso em 16 de dezembro de 2016
66
Considerando essa tratativa no decorrer de todo o processo de construção do PPT,
a melhor estratégia e o mais vantajoso dos caminhos foi pensar a organização curricular
a partir de três grandes eixos. Portanto, a organização curricular propugnada neste PPT,
mesmo sua especificidade, assume uma perspectiva que é diretamente ligada à compreensão
de que a educação que a CBB deseja é exclusivamente para o preparo teológico-ministerial
dos que são vocacionados por Deus. Com esta compreensão, afirma-se que a construção do
conhecimento teológico deve emergir diretamente da tradição batista e sua confessionalidade.
Por isso, objetivando atender as exigências da CBB quanto à educação teológico-
ministerial, consolidar conceitos fundamentais do campo eclesial-religioso e, ao mesmo
tempo, dar flexibilidade ao currículo e ao fazer pedagógico, a ideia foi criar e propor eixos
para a organização curricular. Os eixos da organização curricular juntamente com os demais
componentes do PPT é que permitirão adequação e viabilidade territorial, contextual,
histórica, pedagógica e teologal da educação que foi e ainda é pensada, sonhada, construída
e desejada.
67
Assim, proposta e a postulação deste primeiro eixo, que é a integração e a conectividade
entre vocação, igreja e ministério num só eixo, e na construção do PPT, reafirmam a
característica, a natureza, a especificidade e o que diferencia o estudo da teologia, seja o
curso livre, seja o reconhecido, dos demais cursos e áreas de formação humano-profissional.
Nesse sentido, a colocação do eixo vocação, igreja e ministério faz, tanto do PPT, quanto do
curso de teologia, uma espécie de “ferramenta” especial no preparo de ministros para a obra
no Reino de Deus.
Nessa perspectiva, o PPT e o curso de teologia, como uma “ferramenta”, tornam-
se um adequado e poderoso instrumento de Deus e da CBB para preparar servos para a
igreja e para o ministério. Os egressos de um curso de teologia devem se tornar teólogos,
ministros, e como tais, conforme Ferreira (2014), precisam ser dedicados e hábeis servos
da igreja. Com a integração da vocação, da igreja e do ministério, o PPT, o curso de teologia
e a educação teológico-ministerial formarão ministros e líderes que vão servir ao Reino e à
igreja, cuidando de gente, pregando a Palavra com verdade e sabedoria, fazendo missões e
atuando para a expansão do Reino.
O fato é que a vocação ministerial, por mais que se dê a ela o caráter de “profissão”,
pertence a Deus e ao seu povo, a igreja. “Ninguém toma para si honra, senão quando chamado
por Deus como aconteceu com Arão” (Hebreus 5.4). A igreja, por ser simbolicamente o
corpo que congrega o povo e que permite a comunhão espiritual entre irmãos, permite a
fluidez do ministério, o que se dá pelo cuidado pastoral. É a igreja, e somente por meio dela
e para ela, que o ministério acontece efetivamente.
68
Com efeito, a dedicação ao estudo da Bíblia na língua maternal e nos idiomas
originais dá solidez à educação teológica, amplia a qualidade da formação ministerial e evita
diversas falácias e fragilidades de cunho acadêmico, doutrinário e confessional. É por isso
que o eixo da Bíblia, linguagem e exegese deve ser um componente que não poderá faltar na
organização curricular do curso de teologia. Assim, o que se deseja enfatizar é que o ensino
da teologia é indissociável da Bíblia, e esta, com o grego, o hebraico e as metodologias e
técnicas exegéticas.
De fato, o eixo Bíblia, linguagens e exegese, devido à sua importância espiritual, técnica
e metodológica, não poderia ficar de fora deste PPT e da organização curricular aqui proposta
e delineada. O estudante de teologia, o teólogo já formado, o pregador, hermeneuta e exegeta
comprometidos com a igreja, o ministério e a fé cristã, têm o desafio de crer, compreender,
interpretar, viver, ensinar com a fidelidade máxima requerida pelo autor da Bíblia, Deus.
Nessas importantes tarefas, faz-se necessário lançar mão de linguagens distintas e a exegese
para mediar a Palavra Revelada e dialogar com as pessoas e a cultura.
69
Nessa perspectiva, o pastoreio deve ser um dos eixos que articula e serve de “guia”
para o processo de formação teológico ministerial. Portanto, quem se sentir vocacionado ao
ministério, não importa qual seja, se envolverá com o pastoreio e com o ministério pastoral,
isto é, com o cuidado e a proteção do rebanho. Quem cuida de pessoas na igreja de Deus,
exerce o ministério pastoral, e quem quiser ser pastor, de verdade, deve aprender a ser servo
de Cristo, servo do povo e servo da igreja.
O último componente do terceiro eixo da organização curricular contempla o
importante e complexo conceito espiritualidade. Esse componente é contemplado no
eixo porque a missão da escola teológica, no aqui e no agora, não é apenas transmitir
conhecimentos, informar, conformar a um padrão acadêmico e nem formar alunos que
são enviados. A mais importante missão de escola teológica é preparar e formar homens e
mulheres comprometidos com o Reino, o evangelho, a igreja e a obra que Deus a ela confiou.
Com essa incumbência não pode faltar à educação teológico-ministerial a
espiritualidade e também professores e líderes espirituais. “A verdadeira liderança espiritual
tira as pessoas de onde estão para levá-las até onde Deus quer que estejam” (BLACKABY &
BLACKABY, 2011, p. 39). Sendo assim, a teologia e o ensino teológico podem e devem incluir
em seus projetos de formação a espiritualidade, o que pode ser praticada com as disciplinas
espirituais. A interdependência entre teologia, estudo da Bíblia e espiritualidade produz
uma visão equilibrada de Deus, da vida, do mundo e da igreja.
A espiritualidade é um conceito-chave para quem estuda, pensa teologicamente e
almeja “fazer teologia”. Estuda, pensa e “faz teologia”, em primeiro lugar, deve se voltar para
a Palavra de Deus, ler e recitar, obedecê-las e, em seguida, pensar sobre elas. Estas ações
é parte do processo de fazer teologia e são fundamentais para o cultivo da espiritualidade.
Vale destacar, entretanto, espiritualidade e razão e razão e espiritualidade não se excluem
necessariamente, e isto, tanto para professor quanto para os alunos.
Nesse sentido, há uma interdependência entre missiologia, pastoreio e espiritualidade,
tanto quanto há entre teologia e experiência com Deus. Essa interdependência entre esses
elementos contribui para a produção de uma visão equilibrada e coerente de Deus, da vida
e do mundo. Sobre a espiritualidade, sua relação com a teologia e sua aplicabilidade nos
estudos teológicos, George (1992), faz a seguinte consideração: a espiritualidade é o pensar
correto sobre Deus e também o louvor digno e aceitável a Deus. Por isso, a teologia aliada
à espiritualidade é a ciência de viver para o Criador e sustentador de todas as coisas, Deus.
70
a educação teológico-ministerial pode e deve apropriar das orientações e contribuições da
UNESCO, principalmente a ênfase dada num modelo de educação integral.
A educação proposta pela UNESCO, colabora para a coesão social, no sentido de formar
sujeitos capazes de adaptarem-se às transformações sociais. É preciso que as habilidades e
capacidades dos estudantes sejam flexíveis, em que os quatro princípios, conforme DELORS
(2012), o “aprender a conhecer”, “aprender a fazer”, “aprender a viver juntos” e “aprender a
ser” são indispensáveis para a adaptação dos sujeitos à sociedade e também aos diferentes
tipos de ministérios e de igreja. A ênfase numa educação integral já é pensada na educação
religiosa idealizada pela CBB. Por isso, mesmo em se tratando da educação religiosa, a
contribuição do PDER é muito significativa.
A educação integral elaborada a partir da antropologia bíblica indica a
construção de um processo educacional que considere o ser humano como
um todo, não apenas em seu aspecto cognitivo (SABER), que poderá apenas
privilegiar a memória, mas também será necessário dar-lhe oportunidade
para construir o conhecimento refletindo sobre ele (REFLETIR). Além
disso, será necessário considerar que o ser humano convertido ao evangelho
é desafiado a desenvolver e utilizar os seus dons, por isso precisará ser
capacitado a servir no reino de Deus (FAZER). A vida cristã afeta todo o ser,
portanto a vida mental e emocional deverá ser transformada e aperfeiçoada
pela efetivação do evangelho em sua vida (SENTIR). Desde o Éden o
ser humano foi criado para o relacionamento que também precisará ser
atendido no desenvolvimento da vida cristã (CONVIVER/ SERVIR) e, desde
que o Evangelho deve promover uma radical transformação na vida, será
necessário que o cristão seja atendido no aperfeiçoamento de seu caráter
(SER) (PDERB, 2010, p. 17).
71
Esses pilares são as bases para uma educação ao longo de toda a vida. Servem de
orientação para as instituições de ensino teológico a implementarem uma metodologia
inovadora baseada no desenvolvimento de competências e de valores que privilegiam um
desenvolvimento integral da pessoa, capacitando-a para atuar de forma criativa, solidária,
responsável e eficaz na igreja, na denominação e na sociedade.
Nesse contexto, vale ressaltar que não se aprende a ser cristão sozinho e nem a ser
ministro isoladamente e sem a cooperação de outros seres humanos. Na formação teológico-
ministerial, a cooperação, a interatividade e a religação entre saberes e conhecimentos
podem ser incorporadas dentro e fora da sala de aula. Nesse aspecto, o trabalho do professor
e dos alunos nos vários tempos e espaços educativos deve, tanto quantitativa, quanto
qualitativamente, favorecer a aprendizagem e a compreensão de que os conteúdos, os
saberes e os conhecimentos teológicos-ministeriais estão relacionados e vinculados.
Assim considerada, a formação teológico-ministerial deverá eliminar a concepção
compartimentada, fatiada e mecanicista do conhecimento teológico e alicerçar-se numa
visão e numa prática que oportuniza a comunicação, o diálogo e a pertinência entre os
diferentes saberes da formação teológico-ministerial. Com efeito, esse alicerce e essa prática
irão contribuir para que a matriz curricular dos cursos de teologia seja mais aberta, flexível e
contextual, e a formação teológico-ministerial mais dialógica, relacional, vinculada à prática
ministerial e profundamente enriquecida pelos preceitos da Palavra de Deus.
72
“aprender a conhecer” é um princípio importantíssimo no campo da teológica e da formação
ministerial, pois além da menção e da ênfase à busca pelo conhecimento, é preciso querer e
desejar aprender.
Aprendentes humanos podem, agora, situar-se no interior de ecologias
cognitivas nas quais a morfogênese do conhecimento passa a acontecer sob a
forma daquilo que Pierre Lévy denomina inteligência coletiva. A construção
do conhecimento já não é mais produto unilateral de seres humanos isolados,
mas de uma vasta cooperação cognitiva distribuída, da qual participam
aprendentes humanos e sistemas cognitivos artificiais (ASSMANN, 2000, p.
11).
74
Mais do que nunca a educação parecer ter, um papel essencial, conferir a todos
os seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento
e imaginação de que necessitam para desenvolver seus talentos (...) A
educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito
e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade e
espiritualidade. Aprender a ser para melhor desenvolver sua personalidade
e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de
discernimento e responsabilidade pessoal (DELORS, 2012, p. 100-101).
76
um campo de possibilidades. É aquilo que temos a intenção de fazer, de realizar. Essas
possiblidades são desveladas e se revelam na própria ação de educar para ministério cristão.
Por isso, compreende-se que a ação de um projeto pedagógico de teologia ou de um projeto
educação teológico-ministerial é um ato estético, uma mediação e um exercício de criação,
intencionalidades e responsabilidades, pois o mesmo envolve toda uma denominação, uma
coletividade de pessoas e um conjunto de igrejas e instituições.
O PPT da CBB, devido a esta sua natureza, por mais ousado, contextual, contemporâneo
e futurístico que seja, sempre estará marcado pela historicidade e temporalidade daqueles que
o elaboraram. Assim, o PPT tem um caráter histórico, situado e provisório, devendo sempre
ser revisado, avaliado e reconfigurado. Daí a importância de que o projeto seja constantemente
avaliado, revisado, repensado e reconstruído permanentemente. Isso significa que o PPT é
passível de ajustes e que está aberto às dinâmicas internas da denominação, dos diferentes
ministérios da igreja e também da sociedade.
Isto posto, a CBB deverá se organizar e estabelecer um período de tempo para que
o PPT seja submetido à uma avaliação, revisão e atualização. Esse processo de avaliação
deve ser dinâmico, reflexivo e objetivo e quem o executar precisa fazê-lo com liberdade e
autonomia. Contudo, a lógica adotada, desde o planejamento inicial, é a da participação de
pessoas e das instituições teológicas. A metodologia a ser utilizada em todas as etapas do
processo de avaliação requer o envolvimento coletivo daqueles que forem escolhidos para
participar deste procedimento avaliativo.
Considerando que este PPT é um documento que reflete os ideários da denominação
batista para a formação teológico-ministerial no Brasil, sua avaliação deverá ocorrer num
interregno de cinco em cinco anos, ou em qualquer momento que a CBB desejar. Para
implementar o processo de avaliação a CBB poderá eleger um Grupo de Trabalho ou deixar
esta responsabilidade e este encargo com a ABIBET.
O foco de todo o processo avaliativo, no entanto, é a reafirmação da Bíblia como
Palavra de Deus, e como princípio de fé e prática, a manutenção da unidade teológico-
ministerial e a consolidação de uma visão formativa que unifique teoria e prática, estudo e
piedade, devoção e reflexão, discurso e vida, e ainda, erudição e pregação. Com efeito, em
cada ciclo avaliativo do PPT, os resultados deverão sinalizar e indicar os passos e as trilhas
para se alcançar uma educação teológico-ministerial de qualidade acadêmica e de excelência
didático-pedagógica.
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77
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Diversidade. Brasília: UNESCO, IBE, SESI e UNB, 2002.
80
8. PERFIL DO VOCACIONADO
A – Introdução
1. A Comissão recebeu a incumbência de elaborar o Perfil do Vocacionado/Líder que os
seminários batistas devem formar, o que nos levou a buscar fundamentos para a elaboração
de nosso trabalho, como temos a explanação no item B a seguir.
2. Em princípio considerou-se a formação geral do egresso (concluinte) nos cursos de
formação teológica e ministerial, entendendo que o trabalho poderá ser ampliado no futuro
acrescentando-se estudos para o estabelecimento do perfil de egressos de outras áreas de
atuação, tais como Educação Religiosa, Missões/Evangelização, Capelania, Atuação Social,
etc. Mesmo considerando os cursos de formação teológica e ministerial, não se partiu do
pressuposto que o perfil deveria apenas contemplar a formação pastoral, mesmo porque,
no Novo Testamento temos diversos dons de serviços e ministérios. Assim, o levantamento
de dados, a seguir descrito, deixou em aberto este item, daí incluirmos a palavra ‘líder” em
conexão com a palavra “vocacionado”, assim, o documento terá maior alcance.
3. Mas também considerou o fato de que os egressos das instituições atuarão na vivência
eclesiástica e denominacional. Neste caso abriu-se um espaço para a participação ampla
do público batista com uma consulta pública por meio do preenchimento livre de um
formulário com três itens nos seguintes termos, que são explanados nos fundamentos de
nosso trabalho no item B a seguir:
Ao se formar, o que podemos esperar que o aluno:
1. SEJA, em termos pessoais (no sentimento/afeição, caráter, vida devocional/piedosa) e
no relacionamento. (Aqui temos incluídos os verbos SER - SENTIR - CONVIVER)
2. CONHEÇA (isto é, qual o conhecimento necessário para o serviço na igreja, na
denominação e o conhecimento necessário do mundo em que vive para preparar a
igreja a viver de modo efetivo e influenciador?) - temos aqui o VERBO CONHECER/
REFLETIR
3. FAÇA, em termos de experiência para o serviço na igreja e denominação. (Aqui temos
o verbo FAZER)
4. Como poderá ser observado no item B sobre fundamentos, tentamos simplificar a
coleta de dados em apenas estes três verbos, que estamos chamando de “verbos de
ação pedagógica”. Considerando o campo das significações contidas nestes três verbos,
veremos que é possível desdobrá-los em mais dois verbos, totalizando cinco verbos de ação
pedagógica e formativa. Para resumir e tornar este relatório mais compreensível, não vamos,
por exemplo, explanar os significados mais profundos que cada verbo traz dentro do que
poderemos chamar de campo semântico, ficando isso para artigos avulsos que podem ser
publicados em outra ocasião.
5. O convite para a participação na consulta pela internet foi amplamente divulgado pelas
redes sociais e pelo Jornal Batista.
6. Tivemos a participação efetiva de 351 respondentes, que abrangeram as seguintes
distribuições:
Verbos Sugestões
Ser 1588
Fazer 1263
Saber 1428
Totalizando 4279
7. Como é possível observar, o trabalho da Comissão foi árduo e considerou avaliar cada
item de resposta (totalizando 4.279 itens) para fazer a consolidação em itens indicadores de
demandas apontadas pelos participantes.
8. Além disso, a Comissão recebeu outros documentos para levar em conta como “Dimensão
vocacional da CBB’, encaminhado pelo Presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB) no
momento da atribuição das atividades para a Comissão, bem como o documento aprovado
82
pela Assembleia da CBB na cidade de Belém em abril passado, intitulado “Projeto Pedagógico
de Teologia da CBB”.
9. Este relatório procura apresentar em forma objetiva as apurações da consolidação indicada
no item anterior e as conclusões de seus membros a partir de sua experiência e considerando
os documentos enviados.
B - Fundamentos
1. O processo de formação educacional requer em princípio que uma instituição de ensino
tenha diante de si alguns referenciais que serão necessários e úteis para que possam ser
utilizados para saber, ao longo de uma jornada de estudos, conseguiu conquistar alvos
desejados e planejados.
2. Entre estes referenciais se encontra o que tem sido chamado de “perfil do egresso”, isto
é, um conjunto de componentes estabelecidos no sistema educacional que se esperam
encontrar na vida do aluno e aluna formados pela instituição. No campo da educação temos
também a expressão muito utilizada no passado para descrever isso denominada PERFIL
DE SAÍDA.
3. O perfil do egresso, por sua vez traz informações significativas para que se estabeleçam
“objetivos educacionais” que possam dar indicativos seguros para a elaboração de uma
matriz curricular, que, em geral, se define como um conjunto de conteúdos distribuídos em
disciplinas a serem ministradas num curso.
4. Se estamos focalizando a pessoa do egresso dos cursos de formação teológica e ministerial,
temos de considerar a natureza desse egresso como pessoa nos seus mais variados aspectos,
de modo a alcançar o aluno como pessoa, como agente histórico de transformação por
meio de sua ação no mundo, na igreja, denominação, vida pessoal e familiar. Então, aqui
entram as discussões sobre o alcance do ensino/aprendizagem em relação ao próprio aluno
como pessoa. Neste ponto, já existem pesquisas que demonstram que o ensino deve ir
além da formação acadêmica e da transmissão de conteúdos. A título de exemplo é possível
citar estudos coordenados por Jacques Delors que depois foram adotados pela UNESCO,
conhecidos como “Os 4 pilares da educação” que figuram no livro-relatório intitulado
‘Educação – um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão Internacional
sobre Educação para o Século XXI”, publicado originalmente em 1996. No capítulo 4 desta
obra temos a descrição dos 4 pilares da educação, com breves explicações (p. 31):
• Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente ampla,
com a possibilidade de estudar, em profundidade, um número reduzido de assuntos,
ou seja: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela
educação ao longo da vida.
• Aprender a fazer, a fim de adquirir não só uma qualificação profissional, mas, de
uma maneira mais abrangente, a competência que torna a pessoa apta a enfrentar
numerosas situações e a trabalhar em equipe. Além disso, aprender a fazer no âmbito
das diversas experiências sociais ou de trabalho, oferecidas aos jovens e adolescentes,
seja espontaneamente na sequência do contexto local ou nacional, seja formalmente,
graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho
• Aprender a conviver, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das
interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se para gerenciar conflitos
– no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
• Aprender a ser, para desenvolver, o melhor possível, a personalidade e estar em
condições de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e
responsabilidade pessoal. Com essa finalidade, a educação deve levar em consideração
todas as potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético,
capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.
5. Como é possível observar, temos aqui bom avanço na compreensão do processo
educacional, alcançando diversos aspectos da vida do aluno, trazendo à instituição
educacional amplificação em seu papel formativo. Mas, partindo da concepção cristã da
83
educação e possível ampliar ainda mais a compreensão do processo educacional que vai
interferir diretamente na formação dos egressos de quaisquer cursos, seja ele no campo da
formação teológica, seja no campo da educação religiosa ocorrida no âmbito eclesiástico e
familiar, seja mesmo na educação em geral.
6. Temos, assim, alguns detalhes adicionais a considerar de modo a alcançar o que é
possível chamar de PEDAGOGIA INTEGRAL, pois busca alcançar o indivíduo de forma
mais abrangente possível em seus diversos aspectos:
• Aprender a CONHECER: a partir do modo batista de pensar em que temos de
herança da Reforma Protestante o princípio do “sacerdócio de todos os crentes”,
em que todos os crentes tem acesso direto a Deus, que nos conduz ao conceito
da “competência da alma”, em que todo crente tendo acesso a Deus tem também
acesso à possibilidade do seu conhecimento, de sua vontade, que associado ao livre
exame das Escrituras nos conduz à liberdade de consciência e expressão, princípios
fundamentais de nosso modo de ser. Isso tudo nos leva a ampliar a compreensão
incluindo o verbo REFLETIR, isto é, a formação educacional deve contemplar o
CONHECER/REFLETIR, de modo que o egresso possa ser abastecido com
ferramentas interpretativas adequadas para que sua fé possa ser não apenas
aprendida, mas também apreendida, objeto de reflexão pessoal sadia, centralizada e
a partir da Bíblia, seu manual de fé e prática, referencial para estabelecer a precisão
de suas reflexões teológicas, mas também para estabelecer crescente diálogo a
respeito de suas descobertas ocorridas na aprendizagem. Isso nos leva não apenas
à transmissão, mas também à construção do conhecimento
• Aprender a FAZER, que envolve a formação no âmbito da prática para que o aluno
possa atuarl operacionalmente de forma esperada. No âmbito operacional geral
temos a formação profissional, muitas vezes chamada de formação profissiográfica.
No âmbito da formação teológica isso nos leva ao desenvolvimento ministerial, ao
desenvolvimento dos dons e talentos que Deus tem concedido ao aluno para que
possa ser útil ao reino de Deus, à igreja, ao povo de Deus, à denominação, à sociedade
em que vive e ministra. o verbo FAZER possui, portanto, práticas e conteúdos
educacionais que visam dar ao aluno condições necessárias ao exercício ministerial
com eficiência, mas também eficácia. Temos aqui também a diversidade de dons
e talentos que necessitam ser considerados, além da presença de atividades que
tenham como objetivo a formação prática do aluno, incluindo estágios, mentoria,
etc.
• Aprender a CONVIVER, que envolve não apenas a compreensão do outro,
mas também a aprendizagem em gestão de conflitos, sensibilização às carências
humanas.
• Aprender a SENTIR, levando em consideração os dois grandes mandamentos
ensinados pelo Mestre dos mestres – Jesus – temos também três níveis de
relacionamentos: a pessoa relacionando-se com Deus; a pessoa relacionando-se
consigo mesma desenvolvendo autoimagem equilibrada e sadia; que projetará no
relacionamento com o próximo. Isso nos leva à adição de mais este verbo do que
poderíamos chamar de “ação pedagógica”. Em outras palavras, como é possível
atuar no âmbito da convivência, gerindo conflitos, tendo resiliência diante de
pressões naturais da vida, da atuação no trabalho, sem estar preparado emocional
e mentalmente para atuar de modo efetivo e construtivo?
• Aprender a SER, que envolverá a formação pessoal, do caráter, de valores
compatíveis com a ética cristã.
7. No diagrama a seguir fica mais fácil compreender a extensibilidade desta abordagem
conectando o indivíduo com a sua vida, com o reino de Deus e com sua atuação neste
reino, na igreja e no mundo.
84
A vontade de A missão da A missão da O desenvolvimento
Deus igreja pessoa da pessoa
Transversalidade
8. Tudo isto está diretamente voltado a atender as demandas do que podemos chamar
de “linha de frente” ou “chão da igreja” focalizando o preparo de pessoas, homens e
mulheres, para que atuem como líderes-servos instrumentos de Deus de modo a levar
a igreja ao cumprimento da missão que Deus lhe tem destinado. Temos aqui, portanto,
um ideal que é perguntar à igreja o que ela precisa. Claro que nem sempre a igreja em
si poderá ter consciência de tudo o que necessita, por isso é necessário também este
trabalho ter o suporte reflexivo que envolve demandas que levem em consideração
situações advindas do ambiente em que a própria igreja e crentes estão envolvidos, e,
mais ainda, as tendências que estão formando novos cenários que trarão mais exigências
para o exercício da vida cristã saudável e, até mesmo, colocando em risco o exercício
sadio da fé, como se tem percebido no presente momento.
9. Assim, é possível responder, ainda que de forma representativa, o que hoje a igreja
e líderes demandam e o que o futuro poderá demandar no preparo de vocacionados/
líderes, de modo a dar suporte às instituições prepararem não apenas a matriz curricular
de um curso de formação teológica e ministerial, mas também seu processo educacional,
que vai, portanto, além da própria matriz curricular, que é parte e não todo processo
educacional. Exemplificando, como ocorrerá o processo de ensino? Quais estratégias
didáticas produzirão melhores resultados para que os objetivos almejados possam ser
alcançados com elevado nível de eficiência? Como será o processo de seleção docente?
O processo de avaliação docente e discente? Em que ambiente ou ambientes deverá
ocorrer o processo de ensino? Qual a abrangência do processo em relação ao docente
(veja verbos de ação pedagógica acima)? Etc. Veja que a extensibilidade do tema é bem
ampla.
10. Considerando os verbos de ação pedagógica mencionados, será necessário levar em
conta a sua aplicação de modo “transversal” nas disciplinas para que estejam presentes
em praticamente todas as disciplinas com o objetivo de que o aluno seja atendido de
forma integral. Aqui estamos fazendo uma ampliação do conceito de transversalidade,
que normalmente abrange a discussão de temas que alcançam transversalmente a
educação. No caso desta proposta a transversalidade deixa de se relacionar com temas
transversais e passa a ter função operacional de tornar presente na ação pedagógica
das disciplinas a presença dos respectivos verbos. Assim, quando se vai ensinar uma
85
disciplina, tal como História da Igreja, a pergunta na construção do Plano de Ensino
não seria apenas “o que o estudante deve conhecer sobre História da Igreja? Deverá ir
mais longe em seu alcance, envolvendo também a leitura reflexiva/analítica da História,
bem como, considerar situações históricas que possam contribuir com o ministério
(FAZER), com a vida relacional (CONVIVER), emocional, mental (SENTIR) e com a
formação/transformação do seu caráter (SER). O mesmo exercício será aplicável às
demais disciplinas.
É possível explicar tudo isso a partir do diagrama a seguir, que descreve a educação
orientada por objetivos educacionais, em vez de simplesmente por conteúdos,
programas e estrutura:
Estudante em
sua integralidade
Discentes
Igrejas/
Objetivos
denominação Perfil do
educacionais que Processo
Indicadores gerais egresso
apontam para o educacional
(consulta pública)
perfil do egresso
Igrejas/líderes
Outras fontes
o
Filosofia/Teologia çã
na
cristã de educação.
omi
Ambiente cultural. den
jas/
nas igre
atuar
Egressos retornam para
PROCESSO EDUCACIONAL
12. Como se pode observar, partindo da fonte ou “linha de frente” onde o egresso vai
atuar é possível obter de imediato o perfil do próprio egresso e os principais indicadores
para a elaboração dos objetivos educacionais que serão a métrica para a construção da
matriz curricular, mas também do processo de ensino com todos os seus componentes,
inclusive a avaliação do próprio egresso quando estiver atuando para se possa mensurar
o quanto do processo de ensino/aprendizagem foi alcançado na prática.
13. Mas também é necessário considerar outros fatores na elaboração do perfil do
egresso que também enriquecerão a construção dos objetivos educacionais e de suas
ações consequentes. Entre estes fatores estão a Filosofia/Teologia Cristã de Educação,
o ambiente em que a igreja e denominação estão inseridos, bem como as tendências
e cenários que estão sendo construídos nesse ambiente, de modo que o egresso esteja
preparado para atuar em busca de caminhos bíblicos e sadios para os crentes, a igreja
e denominação sejam relevantes, atuantes, testificadores do evangelho e continuem
num estilo cristão de vida apesar das pressões ideológicas e sociais que sempre surgem
na dinâmica cultural na linha do tempo, que exigirão o fornecimento de ferramentas
conceituais e práticas para que o egresso possa assim estar preparado para atender essas
demandas.
86
C. Perfil do Vocacionado/Líder egresso das instituições teológicas e
ministeriais batistas no Brasil
87
CONHECER/ • sobre os dons de serviços e espirituais
REFLETIR • suficientemente a língua portuguesa
• como elaborar projetos socais
temos aqui a • os recursos de tecnologia, mídia e comunicação
aprendizagem
• os princípios éticos para nortear a vida cristã
de verdades
conceituais • a história de missões e a importância da mesma
do campo de • os princípios do relacionamento discipulador
estudos bíblicos, • a importância e os princípios da mentoria
teológicos e • sobre planejamento estratégico
saberes auxiliares • os princípios bíblicos de gestão financeira pessoal
(Filosofia, • os princípios bíblicos de aconselhamento
Sociologia, • os princípios bíblicos e técnicas de gestão de pessoas e mediação de
Psicologia, etc) e
conflitos
de ferramentas;
da construção do • os princípios bíblicos sobre a família
conhecimento, • as diferenças entre as gerações e saber como trabalhar com cada uma
da capacidade de • a importância e fundamentos da Educação na Igreja e a didática para
análise e reflexão colocá-la em prática
• ferramentas para capacitar os líderes e membros da sua igreja
• modelos de plantação e crescimento de igrejas, especialmente Igreja
Multiplicadora
• as correntes teológicas que influenciam a vida e a prática eclesiástica
• as seitas e heresias que ameaçam a sã doutrina.
• a defesa dos valores bíblicos em cenários divergentes
• técnicas para a tomada de decisões
Além disso:
• a necessidade de atualizar-se constantemente (formação continuada)
• conhecer as prioridades de Deus para a vida conforme Efésios 5.16-
6.20, para priorizar o seu relacionamento primeiro com Deus, consigo
mesmo, com seu matrimônio, com sua família, com seu trabalho de
modo a estar preparado para a batalha espiritual
• conheça profundamente Eclesiologia de modo a evitar a adoção de
“modelos prontos de igrejas”, mas que saiba aprender com outras
experiências como contextualiza-las à realidade da comunidade em que
estiver atuando
FAZER • Leve a igreja a cumprir a missão que lhe foi dada por Deus
• Tenha habilidade na administração eclesiástica
temos aqui • Promova planejamento estratégico integrado da igreja para médio e
oportunidade longo prazo
para a aquisição
• Desenvolva madura supervisão e avaliação das atividades da igreja e
de habilidades
práticas para de seus setores
o exercício • Tenha habilidade de trabalhar em equipe, delegando autoridade e
ministerial responsabilidade aos líderes da igreja, sabendo trabalhar e motivar as
diversificado diversas gerações a partir de suas características próprias
e também • Tenha habilidade na comunicação pelos diversos meios virtuais
compatível com os ou não
dons e talentos do • Continue seus estudos e aperfeiçoamento, além dos estudos teológicos
estudante
e ministeriais, para maior capacitação, melhorando a sua contribuição
para a expansão Reino de Deus
• Tenha habilidade em utilizar recursos da Internet e mídias virtuais/
sociais inclusive para seu preparo, capacitação continuada e pesquisa
para preparo de mensagens, palestras, etc.
• Faça discipulado promovendo a integração na igreja
• Faça do ensino bíblico a sua prioridade
• Tenha compromisso e responsabilidade com o serviço cristão
88
FAZER • Alimentar a consciência inovadora mas comprometida com as Sagradas
Escrituras
temos aqui • Tenha espírito contagiante e persuasivo na comunicação da Palavra de
oportunidade Deus tendo certeza de que fala da parte de Deus
para a aquisição
• Atue como formador de opinião
de habilidades
práticas para • Uma pessoa comprometida com a área educacional da igreja
o exercício • Esteja preparado para pregar contextualizadamente a Palavra de Deus
ministerial inspirando os ouvintes diante dos desafios do mundo de hoje, com
diversificado fidelidade, criatividade e empregando a boa técnica, conhecimento da
e também Bíblia e autoridade do Espírito
compatível com os • Busque ter um mentor, alguém mais experiente com quem possa dialogar
dons e talentos do e compartilhar seus desafios, limitações e preocupações especialmente
estudante
nas fases iniciais do ministério
• Valorize a mentoria e a experiência de outros líderes, procurando
aprender com aqueles que possuem maior maturidade, fazendo o
mesmo com os novos estudantes de Teologia e ministérios diversos,
dando oportunidade para futuros estudantes de teologia e outras áreas
a desenvolverem seu ministério e vida
• Preparar a liderança para viver o sacerdócio pessoal nutrindo
responsabilidade em sua vida pessoal diante do reino de Deus e em sua
vivência cotidiana
• Fazer om que as pessoas se sintam parte da Grande Comissão que é
fazer discípulos maduros e sadios
• Preparado para transformar cada liderado em cuidador do seu próximo,
expressando sensibilidade às suas carências, mas também promovendo
o seu crescimento pessoal, espiritual, devocional e um próximo
comprometido com o reino de Deus
• Desenvolva amizade sadia com os amigos de ministério
• Faça leitura habitual de biografias de grandes homens e mulheres de
Deus
• Faça sempre o máximo possível para cumprir, com competência, sua
missão como líder
• Estimule e promova o desenvolvimento continuado de novos líderes
• Promova a comunhão entre os membros da igreja, estimulando
pequenos grupos e comunhão familiar
• Leve as pessoas amarem a Deus, a Cristo e a igreja
• Faça aconselhamento
• Tenha habilidade em curar feridas pessoais e relacionais
• Faça batismos, ministração da ceia
• Estimule o preparo de novos convertidos a conhecerem a Bíblia, sua
doutrina e a serem fieis participantes da vida da igreja e denominação
• Faça contribuições financeiras na igreja, sendo exemplo
• Preste relatório de suas atividades aos seus líderes e igreja
• Esteja preparado a atuar na denominação de forma madura, sem
politicagem
• Desenvolva um plano de visitação aos membros da igreja (enfermos ou
não) e envolva nesta atividade os que tem dons para isso
• Estimule atuação da igreja nos diversos aspectos do trabalho de capelania
• Estimule sua igreja a participar e ser intercessora da obra missionária
• Estimule continuamente o despertamento dos dons e vocações
• Faça de sua igreja um refúgio para os sedentos
• Busque dar à igreja conhecimento sobre a obra denominacional
• Estimule a sua igreja a ser participante da obra cooperativa
denominacional
89
FAZER • Estimule a educação religiosa por meio dos lares Faça da sede de
sua igreja um espaço para uso da comunidade por meio de projetos
temos aqui relevantes e facilitadores
oportunidade • Busque o crescimento da igreja com maturidade e em seus mais
para a aquisição
variados aspectos
de habilidades
práticas para • Estimule a educação aplicada às mais variadas fases da vida, apoiando
o exercício o seu desenvolvimento, procurando estar contextualizado com cada
ministerial uma dessas gerações
diversificado • Esteja atento aos desenvolvimentos de estratégias adotadas por outras
e também igrejas, compatíveis com os princípios bíblicos, procurando aprender
compatível com os a aplicá-las de modo contextual ao seu contexto eclesiástico local
dons e talentos do • Estimule na igreja o desenvolvimento de projetos sociais
estudante
• Faça uso de tecnologias para melhorar o seu rendimento pessoal/
ministerial e da própria igreja
• Exercer seu ministério em obediência, fidelidade e comunhão com
os demais irmãos, respeitando colegas de ministérios
CONVIVER • Possua as seguintes características gerais de convivência:
◦ amorosidade
aqui estão as ◦ afeição/sensibilidade ao próximo
características ◦ tolerante com as diferenças
pessoais e
◦ compaixão
ministeriais
que facilitam a ◦ cordialidade, respeitabilidade tendo relacionamento afável com
convivência com todos, sem exceção
pessoas e suas ◦ gentileza
diferenças, com a ◦ correto em seus procedimentos e no trato com a família,
gestão de conflitos considerando esposa e filhos como servos do Senhor
◦ imparcial
◦ pessoa não arrogante, nem “política”
• Cidadão consciente de seus deveres civis e religiosos
• Valorize e fortaleça a própria família, procurando liderá-la com
prioridade e sabedoria
• Faça a diferença na vida das pessoas próximas, da igreja e da comunidade
ao seu redor
• Ter sua vida como fonte de amor e piedade, tendo habilidade em curar
feridas pessoais e relacionais
• Leal aos seus colegas ministros no trato e no julgamento
• Não constrangedor, manipulador e dominador
• Mediador
• Acolhedor
• Reservado, preservando sua família
• Guardião de confidências
• Pessoa de palavra, sendo transparente e saudável em seus
relacionamentos
• Ter o hábito da escuta atenta e sensível para atuar no aconselhamento
e ajuda aos outros
• Tenha vida ilibada nos seus relacionamentos e negócios
• Apaixonado pela salvação e desenvolvimento de vidas
90
• Ter consciência de a si mesmo, seu perfil de personalidade
SENTIR • Ter consciência de suas tendências/preferências inatas
• Ter consciência de suas limitações – seus pontos fortes e seus
temos aqui pontos fracos
conteúdos pessoais
• Possuir autoimagem e temperamento equilibrados
e internos ideais
indicadores da • Aprender a resiliência
personalidade do • Aprender a evitar o burnout, sabendo separar e viver equilibradamente
aluno que sejam seus diversos papéis, como em sua vida pessoal, matrimonial, familiar
compatíveis e ministerial
com o seu papel • Ter cuidado com sua a saúde em seu âmbito integral (física, psicológica,
e exercício mental e espiritual)
ministerial de • Ter saúde emocional e mental estável
modo a estar
• Estar preparado psicologicamente para o exercício ministerial, para
preparado a
enfrentar situações que não venha se decepcionar, abandonando tudo posteriormente,
complexas com mas também para atuar como mediador de conflitos e gerenciá-los
elevados padrões positivamente, evitando co-transferências e envolvimento pessoal
emocionais • Ter capacidade em lidar com os desafios pessoais, familiares e ministeriais
e resiliência, • Ter capacidade em lidar com seus impulsos de modo a evitar envolvimento
conhecendo sexual incompatível com a ética cristã, bem como, desenvolvendo
suas limitações mansidão e comunicação saudável de modo a não estimular amarguras
emocionais,
e sentimentos negativos com quem convive e trabalha
mentais e físicas
• Estar preparado emocionalmente para atuar de forma madura em
momentos de tensão e emergenciais
SER • Personalidade que demonstre pelo menos as seguintes características:
◦ humildade
aqui estão as ◦ paciente
características ◦ sentimento de líder-servo
mais profundas
◦ fidelidade
ligadas ao
caráter e à vida ◦ conselheiro
íntima do aluno ◦ integridade/irrepreensibilidade/transparência de caráter/
que necessitam confiável
projetar modelos ◦ prudente
ideais e exemplos ◦ simples
vivenciais diante ◦ organizado
do mundo em ◦ equilibrado financeiramente
que vive, seu
◦ sem vícios
matrimônio, sua
família, igreja e ◦ zeloso de boas obras
denominação ◦ ético
◦ coerente
◦ responsável e cumpridor de seus deveres
◦ ousadia
• Ensinável tendo um projeto de aperfeiçoamento contínuo, especialmente
nas áreas de sua atuação e interesse
• Mordomo, equilibrado e comedido em suas finanças
• Disposto a “fazer tendas” em caso de atuar em pequenas igrejas
sem condições ideais de sustento. Neste caso cuidando para dosar
dedicação entre a vida pessoal, matrimonial/familiar, profissional e
ministerial de modo a evitar prejuízos com sua saúde e eficiência em
todas estas áreas.
• Não seja ganancioso e apegado ao dinheiro nem a bens terrenos, não
prisioneiro de vícios
• Consciente em cuidar de sua saúde nas dimensões, física, mental,
espiritual, ecológica, psicológica, ambiental
• Convicto do seu chamado ministerial
91
SER • Firme em suas convicções, rejeitando propostas de acordo com o
interesse do momento
aqui estão as • Cultivador da dignidade em seu nome
características • Verdadeiro, justo, imparcial de uma só palavra
mais profundas
• Consagrado e temente a Deus
ligadas ao
caráter e à vida • Comprometido com o reino de Deus, com a família, com a igreja e com
íntima do aluno a denominação
que necessitam • Pessoa piedosa mantendo a disciplina diária da meditação e leitura da
projetar modelos Palavra de Deus, oração, confissão e adoração, sem o compromisso de
ideais e exemplos preparo de sermões para a pregação.
vivenciais diante • Sensível ao Espirito Santo e as necessidades espirituais das pessoas
do mundo em • Proativo
que vive, seu
• Seja uma pessoa que vive os ensinos do grande Mestre Jesus, praticante
matrimônio, sua
família, igreja e da Palavra de Deus
denominação • Faça atividades físicas regulares
3. A partir disso e considerando a fonte principal – Bíblia – e outras fontes, conforme temos
no diagrama do item B.11, poderemos desenhar um ponto de partida de objetivos educacionais
essenciais esperados de um curso de formação ministerial que influenciarão a construção do
sistema educacional e, consequentemente da matriz curricular. Assim, espera-se que uma
instituição de formação ministerial tenha os seguintes objetivos gerais:
• Desenvolver o conhecimento que leve em consideração a sua formação com qualidade
no conhecimento de disciplinas relacionadas à formação teológica e ministerial de modo
a abranger o aluno de forma integral no tripé Bíblia/Teologia/Ciências auxiliares –
formação ministerial prática – vida pessoal;
• Desenvolvimento de atitude reflexiva e analítica para que o aluno aprenda a construir
conhecimento e experiências para o estabelecimento de suas convicções teológicas, bíblicas,
éticas, ministeriais, sociais, etc, fornecendo recursos e ferramentas adequadas para isso;
• Fornecer espaço e oportunidades no sistema educacional para que o aluno desenvolva
ministério eficiente e eficaz, oferecendo estágios supervisionados ministeriais práticos
e atividades complementares que venham a contribuir para o preparo do egresso para
atuar de forma mais efetiva e experiente no exercício ministerial;
• Ter ambiente fértil para estimular convivência sadia no ambiente de ensino/aprendizagem;
• Estimular o amadurecimento pessoal do aluno em sua vida espiritual, de piedade,
mental e emocional;
• Promover o desenvolvimento de atitudes que considerem a convivência e o relacionamento
na vida familiar, social, eclesiástica e denominacional, por meio de relacionamentos sadios;
• Promover o desenvolvimento de sentimentos e atitudes de modo a gerar um estado de
vida estável emocionalmente, com autoimagem e temperamento equilibrados, estando o
aluno preparado psicologicamente para a realidade e desafios ministeriais e seja pessoa
equilibrada com características comportamentais exemplares desenvolvendo atitudes
compatíveis com o perfil de liderança cristã.
• Desenvolver ambiente discipular e não apenas acadêmico, de modo que docentes possam
ser discipuladores de discentes e, assim, esta estratégia possa ser adotada como estilo de
vida no ministério do egresso.
D. CONCLUSÃO
1. Espera-se que este documento seja um norteador das instituições de formação teológica e
ministerial de modo a que os dados aqui apresentados possam ser indicadores mais claros e
uniformes da formação de vocacionados e líderes.
2. Procuramos desenvolver o perfil do vocacionado e líder que serão preparados pelas
instituições de ensino teológico e ministerial por meio de características do que podemos
92
chamar de PERFIL DE SAÍDA distribuídas entre verbos de ação pedagógica de modo a melhor
explicitar o trabalho educacional e o estabelecimento mais detalhado de objetivos a serem
alcançados por estas instituições por meio de seus cursos, adotando-se o que chamamos de
“Pedagogia Integral”.
3. Considerando a amplitude das demandas obtidas na consulta e as descobertas que a
Comissão apresentou no estudo deste tema, serão necessários alguns procedimentos e/
ou protocolos que venham a levar a concretização efetiva e eficaz da formação almejada,
garantindo-se qualidade e a extensão disso às igrejas e denominação. Assim, antes do(a)
candidato(a) ser encaminhado para uma instituição batista de formação teológica e
ministerial haverá necessidade de seu preparo prévio. Isto se justifica tendo em vista o
volume de indicadores, de forma a lhe proporcionar condições preliminares suficientes
para que consiga obter melhor preparo e acompanhe com facilidade a sua formação. Este
preparo prévio deverá abranger não apenas prática ministerial, mas também conhecimentos
preliminares que serão objeto de aprofundamento no curso e, ainda mais, preparação que
inclua sua vida pessoal em sua formação devocional, piedosa, relacional, emocional, etc.
Tomando-se como exemplo o que tem sido praticado neste sentido na Igreja Batista do
Bacacheri, Curitiba, PR, é possível sugerir alguns critérios:
• Ao se apresentar como vocacionado/líder, é chamado para um relacionamento
discipulador com um dos pastores ou um líder que é discipulador, no caso de igrejas
pequenas esta tarefa ficará por conta do seu pastor ou líder experiente e maduro.
Neste relacionamento ele será desafiado a crescer no seu relacionamento com Deus e
mentoreado ministerialmente.
• O(a) candidato(a) é desafiado a iniciar a ingressar num processo de formação de
líderes com duração entre 1 a 2 anos, a depender do número de disciplinas em nível
panorâmico e introdutório (pois o aprofundamento ocorrerá em sua formação na
instituição que for estudar) que se deseja ministrar: por exemplo, Introdução Bíblica,
Novo e Antigo Testamentos, Aconselhamento, Princípios de Liderança, Introdução à
Teologia Sistemática, Resolução de conflitos, Evangelização, Discipulado, etc.
• Tendo condições, o(a) candidato(a) assume, concomitantemente ou no devido
tempo, a liderança de um pequeno grupo, com o objetivo de frutificar e desenvolver a
habilidade de cuidar de pessoas, resolução de conflitos, etc.
• O(a) candidato(a) será envolvido em um grupo de vocacionados/líderes para participar
de viagens missionárias e atividades ministeriais sendo sempre desafiado(a) a assumir
posição de liderança, para demonstrar o nível de desenvolvimento como líder.
• Quando o pastor da igreja e/ou liderança observar que o(a) candidato(a) estiver
gerando frutos, então estará apto para ser recomendado à instituição batista de
formação teológica e ministerial, observando-se que durante este processo será
acompanhado pelo pastor ou supervisor em ministério buscando crescimento no
CONHECER/REFLETIR, FAZER, SENTIR, CONVIVER e SER.
Obs.: A comissão está ciente de quem em igrejas menores essa prática exigirá delas e de seu
pastor atenção especial e cuidadosa para que esse preparo prévio seja realizado e que isso exigirá até
mesmo a criação de estrutura para esse fim, dentro das condições existentes, mesmo que essa fase
de preparo prévio seja realizada pelo pastor e líderes mais experientes. A seguir temos um diagrama
deste fluxo de preparo prévio, envio, ingresso na instituição, relacionamento escola igreja durante
a formação do(a) candidato(a) e o seu retorno ao ambiente eclesiástico e mesmo denominacional:
93
Instituição de formação numa relação escola/igreja
promovendo estágios e mentoria na formação do
vocacionado/líder
Ambiente eclesiástico
94
Curriculares Nacionais para os cursos de bacharelado em Teologia), durante o curso, deverá
o aluno formado passar, em um período aproximado de 2 anos, por um processo de mentoria
supervisionado por uma pessoa que exerce o ministério pastoral há pelo menos 5 anos, antes
de ser levado à ordenação ao ministério, se for este o caso. E, neste processo intermediário,
poderia estar na atuação ministerial de forma provisória, como que um ministro licenciado
ou nomenclatura alternativa. A Comissão acredita que com estas providências será possível
obter maior qualidade na formação do vocacionado e líder. O estágio, acima indicado, deverá
contemplar diversas oportunidades ministeriais de forma a dar oportunidade ao egresso
experimentar e conhecer na prática diversos campos de atuação, servindo tanto para aqueles
que vão atuar no ministério pastoral, quanto em outros ministérios.
7. O item anterior tem como referência os indicadores que apontaram para a necessidade
de mentoreamento do novo ministro, especialmente para a sua formação pessoal,
espiritual, devocional, mas também ministerial, por um processo discipular. Claro que a
comissão tem consciência de que, no momento, poderá não ser possível garantir que esta
recomendação possa ser integralmente concretizável, uma vez que não há possibilidade
de se conhecer quantos pastores e líderes que, de fato, possuem condições para realizar o
mentoreamento discipular.
8. Do ponto de vista da prática pedagógica, a partir deste documento será possível estabelecer
taxonomia para a concretização dos objetivos educacionais gerais indicados e, a partir daí
estabelecer não apenas uma matriz curricular básica para um curso de formação teológica
e ministerial, mas como já foi mencionado, uma revisão no sistema educacional nesta tão
importante área da qual depende o futuro das igrejas locais e da denominação, pois formando
vocacionados e líderes com qualidade e com objetivos claros, isso refletirá a médio e longo
prazo em nosso ambiente na mesma proporção.
A Comissão
95
9. MATRIZ CURRICULAR
97
10. ANEXOS
A seguir, serão apresentados em anexo os seguintes documentos: Diretrizes curriculares
de Teologia (MEC), orientações sobre revistas acadêmicas, Carta credencial para
representantes nas assembleias da ABIBET e termo de adesão ao trabalho voluntário.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
100
extensão, maior exposição a situações reais) e de resoluções de situaçõesproblema, aliando
o conhecimento adquirido à capacidade do egresso de propor alternativas, isto é, de ser
proativo na busca de formas inovadoras de ação social.
§ 8º Os cursos deverão oferecer condições para que os alunos desenvolvam conhecimentos
e práticas utilizando recursos sempre atualizados, além da constante renovação de
conhecimentos teórico-práticos na área, mediante a capacitação permanente dos docentes e
possibilidades de participação destes e dos discentes em fóruns acadêmicos e profissionais,
considerando que a atualização dos recursos estimula atividades de iniciação científica e de
extensão no âmbito da graduação.
§ 9º Os cursos deverão proporcionar a garantia de autonomia do aluno, em face do seu
próprio processo de aprendizagem e produção de conhecimento e de integração entre as
diversas áreas das ciências humanas e com outros campos do saber.
§ 10. A integração entre egressos e estudantes para a troca de experiências deverá ser
encorajada, assim como formas de acompanhamento e avaliação da inserção na ação social.
§ 11. Com base no princípio de educação continuada, as Instituições de Educação Superior
poderão incluir, no projeto pedagógico do curso, previsão e oferta de cursos de pós-
graduação (nos níveis de lato sensu e stricto sensu), de acordo com as efetivas demandas do
desempenho profissional e social, com o objetivo de aprimorar a qualificação para o ensino
da área em nível superior, em programas nacionais, e de ampliar o campo das pesquisas na
área da Teologia.
Art. 4º - O egresso de curso de graduação em Teologia deverá ter como base formativa os
fundamentos constitutivos da construção do fenômeno humano e religioso sob a ótica da
contribuição teológica considerando o ser humano em todas as suas dimensões.
101
direitos inalienáveis do ser humano e contribuindo para a construção permanente de uma
sociedade mais justa e harmônica;
XII - perceber as dinâmicas socioculturais, tendo em vista a interpretação das demandas
dos diversos tipos de organizações sociais e religiosas e dos diferentes públicos;
XIII - compreender as problemáticas contemporâneas decorrentes da globalização, das
tecnologias do desenvolvimento sustentável, necessárias ao planejamento das ações sociais.
102
§ 2º O eixo de formação fundamental deverá contemplar conteúdos de formação básica que
caracterizam o curso de graduação em Teologia, no qual deverão ser ministradas disciplinas
relacionadas ao estudo:
I - das narrativas e textos sagrados ou oficiais que podem ser tidos como fontes da Teologia,
segundo a Tradição própria;
II - das línguas das fontes da Teologia;
III - das normas ou regras de interpretação das referidas fontes;
IV - do desenvolvimento da Tradição;
V - do método, dos temas e das correntes teológicas construídas ao longo da história e
contemporaneamente;
VI - da natureza da Tradição religiosa e de sua história, inclusive códigos legais ou
assemelhados.
§ 3º O eixo de formação interdisciplinar deverá contemplar conteúdos de cultura geral e de
formação ética e humanística e prever disciplinas baseadas essencialmente em conhecimentos
das humanidades, filosofia e ciências sociais, com foco na ética e nas questões da sociedade
contemporânea, em especial nas questões ligadas aos temas dos direitos humanos, educação
étnico-racial, educação indígena, educação ambiental e sustentabilidade.
§ 4º Podem ser agregados, ao eixo de formação interdisciplinar, conteúdos gerais de
formação em história, direito, antropologia, psicologia e de outras áreas do conhecimento
ou campos do saber, conforme o projeto de formação definido pela Instituição de
Educação Superior.
§ 5º O eixo de formação teórico-prática deverá contemplar conteúdos de domínios conexos
que são importantes para a construção do perfil e das competências pretendidas de acordo
com o projeto de formação definido pela Instituição.
§ 6º O eixo de formação teórico-prática deverá contemplar conteúdos formativos que têm
a função de ampliar a formação do egresso concedendo-lhe condições para a aquisição de
atitudes pretendidas com o curso e dentro da natureza própria de sua formação considerada
na respectiva Tradição, de forma que o egresso seja preparado para desenvolver seu papel
diante da sociedade em busca de uma cidadania participativa e responsável.
§ 7º O eixo de formação complementar terá como objetivo possibilitar ao aluno reconhecer
e testar habilidades, conhecimentos e competências, inclusive fora do ambiente acadêmico,
incluindo a prática de estudos e atividades independentes, transversais, opcionais, de
interdisciplinaridade, especialmente nas ações de extensão junto à comunidade.
§ 8º As atividades a que se refere o eixo de formação complementar, como a participação
em seminários extracurriculares, estágios, palestras, conferências, grupos de pesquisa
e eventos de caráter inter-religioso de promoção da cidadania e de respeito aos direitos
humanos, devem prever acompanhamento, orientação e avaliação de docentes do curso
segundo critérios regulamentados no âmbito de cada Instituição de Educação Superior.
103
organizações não-governamentais, escolas, atendimento religioso e aconselhamento,
comitês de ética e bioética, instituições de mediação, órgãos governamentais e outros.
§ 2º O estágio supervisionado será de, no mínimo, 200 (duzentas) horas de atividades
regulamentadas pelos colegiados acadêmicos da Instituição, em consonância com a Lei nº
11.788/2008, e deverá:
I - reunir um conjunto de atividades de formação, programado e diretamente supervisionado
por membros do corpo docente da Instituição, com formação em Teologia, e procurará
assegurar a consolidação e a articulação das competências estabelecidas;
II - assegurar o contato do formando com situações, contextos e instituições, permitindo
que conhecimentos, habilidades e atitudes se concretizem em ações profissionais, sendo
recomendável que suas atividades sejam distribuídas ao longo do curso; e
III - contar com medidas efetivas de orientação e avaliação tanto por parte das Instituições
de Educação Superior quanto por parte das instituições concedentes.
§ 3º A Instituição de Educação Superior poderá reconhecer e aproveitar, como atividade de
estágio supervisionado, atividades realizadas pelo aluno em instituições, desde que contribuam
para o desenvolvimento das habilidades e competências previstas no projeto de curso.
Art. 10. - Os cursos deverão considerar, para efeito de complementação de carga horária,
atividades complementares, realizadas dentro ou fora da Instituição de Educação Superior, no
mínimo de 200 (duzentas) horas.
§ 1º As atividades complementares terão como objetivo possibilitar ao aluno reconhecer e testar
habilidades, conhecimentos e competências, inclusive fora do ambiente acadêmico, incluindo a
prática de estudos e atividades independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade,
especialmente nas relações com a sociedade e nas ações de extensão junto à comunidade.
§ 2º As atividades complementares poderão incluir projetos de iniciação científica e de
extensão, publicações, participação em cursos, oficinas, seminários extracurriculares, palestras,
conferências, grupos de pesquisa e eventos de caráter interreligioso de promoção da cidadania e
de respeito aos direitos humanos.
§ 3º As atividades complementares deverão prever acompanhamento, orientação e avaliação de
docentes do curso segundo critérios regulamentados no âmbito de cada Instituição.
Art. 12 - A carga horária total do curso de graduação em Teologia será de, no mínimo, 2.900
(duas mil e novecentas) horas, assim distribuídas:
I - 2.500 (duas mil e quinhentas) horas, no mínimo, para as atividades didáticas – de
cunho teórico e prático, tanto as obrigatórias como as optativas, excluídas as atividades
104
complementares – dos eixos de formação fundamental, de formação interdisciplinar e de
formação teórico-prática, sendo, pelo menos, 1.900 (mil e novecentas) horas nos eixos de
formação fundamental e de formação teórico-prática – que inclui a carga de 100 (cem) horas
destinadas ao Trabalho de Conclusão de Curso –, e, no mínimo, 600 (seiscentas) horas no eixo
de formação interdisciplinar;
II - 200 (duzentas) horas, no mínimo, para atividades complementares; e III - 200 (duzentas)
horas, no mínimo, para estágio supervisionado.
Parágrafo único. As durações mínima e máxima do curso ficarão a critério da Instituição
de Educação Superior, que levará em conta, na integralização, as diferentes possibilidades de
formação específica.
Art. 15 - Após 1 (um) ano da publicação desta Resolução ficam revogados os efeitos do Parecer
CNE/CES nº 63/2004, que dispõe sobre a regulamentação e o reconhecimento civil de cursos
teológicos livres realizados antes do Parecer CNE/CES nº 241/1999, não sendo mais permitidos o
aproveitamento de estudos e a convalidação de títulos de cursos livres de Teologia, após esse período.
Art. 16 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se todas as
disposições contrárias.
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REVISTAS ACADÊMICAS
ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Objetivos: é extremamente importante a instituição ter a sua revista acadêmica, por pelo
menos os seguintes motivos:
• Produção acadêmica: cada docente e cada instituição necessitam produzir
academicamente e para isso precisam de uma revista na qual possam publicar as
suas produções;
• Marketing da instituição: a revista servirá também como divulgação da instituição;
• Espaço de debate teológico: precisamos de espaços para debater assuntos pertinentes
à teologia, à denominação e à prática ministerial;
• Construção da identidade: uma revista serve como veículo de transmissão de conceitos
e valores de uma denominação e por isso contribui para a formação da identidade
denominacional.
2. Tipos de revista: entre outros, pelo menos duas diferentes classificações podem ser
dadas para as revistas:
a) Magazine x Acadêmica: existem revistas no formato “magazine” que contam
com textos menores de uma ou duas páginas. Mas aqui estamos falando de revistas acadêmicas,
que compreendem discussões mais amplas, com textos maiores (15 a 20 páginas), com rigor
metodológico quanto a produção e fundamentação.
b) Impressa ou On line: uma revista acadêmica pode ser publicada no formato
impresso, ou on line, ou ainda em ambos os formatos. O ideal será quando puder ser publicado
nos dois formatos simultaneamente. No caso do formato impresso, não vale a pena pensar
em tirar os custos, cobrando assinatura. O retorno é muito pequeno e dificilmente os custos
serão recuperados. É preferível imprimir em grande quantidade e distribuir gratuitamente,
para todas as instituições teológicas e seminários e ganhar nas permutas/trocas com outras
revistas. Isto aumenta o seu acerco de periódicos de sua instituição. No formato on line,
a vantagem é o alcance da revista. Recomenda-se disponibilizar gratuitamente os artigos.
“Não vale a pena escrever para não ser lido...”
3. ISSN: A revista precisa ser registrada oficialmente, criando um número de ISSN para ela.
Este registro deve ser feito no site do IBICT (veja instruções no link: http://www.ibict.br/
informacao-para-ciencia-tecnologia-e-inovacao%20/centro-brasileiro-do-issn). Há algum
tempo atrás era necessário pagar uma taxa para o registro deste número de ISSN, mas agora
é gratuito. Se fizer a publicação nas duas opções (impressa e online), precisa-se criar dois
números de ISSN. O conteúdo é exatamente o mesmo, mas precisa dois registros.
4. Alguns passos para a criação de uma revista:
• Definir um editor da revista: será a pessoa responsável por todo o processo. Tem
que ser alguém que “vista a camisa”, porque senão a revista “morre na praia”.
• Criar um Conselho Editorial: colocar pelo menos umas 10 pessoas, com maior
titulação possível, com maior diversidade possível de instituições e se possível colocar
algum docente estrangeiro também. Esta comissão terá a função de olhar para a
revista com um todo, fazendo sugestões e avaliações gerais.
• Criar uma Comissão Científica: sugere-se pelo menos uns 10 professores (com
melhor titulação possível e instituições diversificadas), que terão a função de
pareceristas dos artigos da revista. É bom que cada artigo seja avaliado por duas
pessoas. Você pode estabelecer os critérios de avaliação e padrão que quer para que
o artigo seja aprovado.
• Designar revisor de português dos artigos e diagramador da revista.
• Definir parâmetros para a revista e manter uma regularidade. Por exemplo: publicar
sempre 6 artigos e 2 resenhas, ou 8 artigos e 3 resenhas.
• Definir a frequência da publicação. O ideal seria a cada 6 meses.
• Convidar autores para escrever artigos. Ninguém vai submeter textos até que não
se tenha uma boa avaliação da revista. Os autores devem ser de diversas instituições.
Coloque não mais de 30% de autores da própria instituição. Se possível, publique
artigos de autores estrangeiros.
• Resenhas é bom que sejam de livros bem recentes. Ninguém lerá uma resenha de
um livro que já está há anos no mercado.
• Criar as normas de publicação (como os artigos e resenhas deverão ser apresentados).
5. Parcerias: No caso de revista impressa, faça parceria com alguém que queira fazer uma
propaganda no final da revista. É possível conseguir boa parte do custo de impressão através
de parcerias.
7. Avaliação: As revistas acadêmicas são avaliadas pela CAPES e recebem uma classificação
(Qualis) que fica entre A1, A2, A3 e A4 (padrão internacional), B1, B2, B3 e B4 (padrão
nacional) e C (não classificada). Os critérios são definidos por cada área do conhecimento.
Os critérios para a Teologia, podem ser encontrados no site da Capes.
claiton@batistapioneira.edu.br
107
(TIMBRE DA INSTITUIÇÃO, CONSTANDO NOME, CNPJ e ENDEREÇO)
______________________________________________________________
CREDENCIAL
Rua José Higino, 416, Edifício 14, Sala 226, Tijuca – Rio de Janeiro / RJ
Viemos por meio desta credencial indicar como representante(s) para a Assembleia
Geral Ordinária da ABIBET, a realizar-se no dia ___/___/_____, às ___:___h, o(s)
seguinte(s) nome(s):
________________________________________
(Representante legal estatutário da Instituição filiada)
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LOGOTIPO E DADOS DA INSTITUIÇÃO
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada,
prestada por pessoa física à entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de
fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos
ou de assistência social, inclusive mutualidade.
Parágrafo único - O serviço voluntário não gera vínculo empregatício nem obrigação de
natureza trabalhista, previdenciária ou afim.
Art. 2º - O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre
a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o
objeto e as condições do seu serviço.
Art. 3º - O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que
comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias.
Parágrafo único - As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas
pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.
Brasília, 18 de fevereiro de 1998; 177 da Independência e 110 da República.
Fernando Henrique Cardoso- Presidente da República
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DECRETO Nº 7.107, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2010.
Promulga o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e a Santa
Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, firmado na Cidade do
Vaticano, em 13 de novembro de 2008.
Art. 16º - Dado o caráter peculiar religioso e beneficente da Igreja Católica e de suas instituições:
I -O vínculo entre os ministros ordenados ou fiéis consagrados mediante votos e as Dioceses
ou Institutos Religiosos e equiparados é de caráter religioso e portanto, observado o disposto
na legislação trabalhista brasileira, não gera, por si mesmo, vínculo empregatício, a não ser
que seja provado o desvirtuamento da instituição eclesiástica.
II -As tarefas de índole apostólica, pastoral, litúrgica, catequética, assistencial, de promoção
humana e semelhantes poderão ser realizadas a título voluntário, observado o disposto na
legislação trabalhista brasileira.
______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) Voluntário(a) Instituição de Ensino Teológico (sem fins lucrativos)
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