Manual Da ABIBET-1

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MANUAL DA

ABIBET

Associação Brasileira de Instituições


Batistas de Ensino Teológico
© 2024
M294 Manual da ABIBET / organizadores Claiton André Kunz, Anderson
Carlos Guimarães Cavalcanti. – Rio de Janeiro: ABIBET; Ijuí:
Faculdade Batista Pioneira, 2024. –
112 p.: il.
ISBN: 978-85-61118-75-4
1. ABIBET. 2. Teologia. 3. Estatuto. 4. Regimento. 5. Projeto
pedagógico. 6. Associação Brasileira de Instituições Batistas de
Ensino Teológico. I. Kunz, Claiton André. II. Cavalcanti, Anderson
Carlos Guimarães. III. Título.
CDU: 2
2 (035)
2 (05)

Aline Morales dos Santos Theobald


CRB10/1879

Copyright © 2024 ABIBET

Organização – Claiton André Kunz e Anderson Carlos Guimarães Cavalcanti


Revisão – Claiton André Kunz e Anderson Carlos Guimarães Cavalcanti
Capa – Cléber Mateus de Moraes Ribas
Diagramação – Cléber Mateus de Moraes Ribas

Primeira edição – Janeiro de 2024

Diretoria
Presidente: Claiton André Kunz
Vice-presidente: Jader Teruel
Secretário: Linaldo de Souza Guerra
Vice-secretário: Wanderley Lima Moreira
Diretor Executivo: Anderson Carlos Guimarães Cavalcanti

Rua José Higino, 416 – Edifício 14 – Sala 226


Tijuca – Rio de Janeiro / RJ
www.abibet.org.br
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................4

2. ABIBET – QUEM SOMOS............................................................................ 5


2.1 Objetivos, Visão, Missão e Valores.....................................................................................5
2.2 Histórico.............................................................................................................................5
2.3 Instituições Associadas..................................................................................................... 8

3. ESTATUTO ................................................................................................10

4. REGIMENTO INTERNO............................................................................. 17

5. CÓDIGO DE ÉTICA.................................................................................... 25

6. INGRESSO E PERMANÊNCIA NA ABIBET................................................ 29


6.1 Regulamento para Ingresso e Permanência na ABIBET................................................ 29
6.2 Modelos de documentos para Ingresso e Permanência na ABIBET............................... 31
Pedido de Filiação à ABIBET.................................................................................................32
Orientações para Visita in Loco.............................................................................................34
Roteiro de Visita in Loco........................................................................................................35
Termo de Conhecimento e Compromisso............................................................................. 38
Termo de Responsabilidade.................................................................................................. 39
Termo de Aceitação do Código de Ética................................................................................ 40

7. PROJETO PEDAGÓGICO DE TEOLOGIA (CBB)..........................................41

8. PERFIL DO VOCACIONADO (CBB)............................................................81

9. MATRIZ CURRICULAR............................................................................. 96
9.1 Sugestão de Matriz Curricular para Curso de Teologia.................................................. 96
9.2 Sugestão de Matriz Complementar para egressos de instituições não batistas..............97

10. ANEXOS.................................................................................................. 98
Diretrizes Curriculares de Teologia (MEC)........................................................................... 99
Orientações sobre revistas acadêmicas................................................................................106
Carta Credencial para representantes nas assembleias da ABIBET...................................108
Termo de Adesão ao Trabalho Voluntário...........................................................................109
1. APRESENTAÇÃO
Um dos principais objetivos da Associação Brasileira de Instituições Batistas de
Ensino Teológico é estimular a cooperação mútua entre as instituições associadas. Com isso
em mente, foi preparado o Manual da ABIBET, para auxiliar nesta tarefa de cooperação,
reunindo todos os documentos pertinentes à Associação.
Desta forma, foram reunidos o Estatuto, Regimento Interno, Código de Ética e diversos
documentos sobre o ingresso e permanência de instituições na ABIBET. Foram juntados
também documentos orientadores às instituições como o “Projeto Pedagógico de Teologia”
aprovado pela Convenção Batista Brasileira, o Perfil do Vocacionado e as sugestões de Matriz
Curricular para cursos de Teologia e Matriz Complementar para egressos de instituições
não batistas. Finalmente, outros documentos úteis ao bom funcionamento das instituições
associadas foram acrescentados.
O Manual da ABIBET é resultado de vários anos de trabalho e da colaboração de
inúmeros líderes das instituições associadas. Sem mencionar nomes, para não deixar
ninguém de fora, queremos agradecer a todos aqueles que cooperaram de alguma forma. O
resultado não seria o mesmo sem a sua preciosa participação.
Não podemos nos esquecer de nossa visão como associação, que é “promover a
qualidade e a contínua expansão do ensino teológico e ministerial, através das instituições
associadas”. Temos uma nobre tarefa diante de nós. O Brasil Batista carece de um enorme
número de obreiros, preparados com excelência acadêmica, profundo conhecimento bíblico
e teológico, inúmeras habilidades ministeriais e uma apaixonada visão missionária. Não
podemos nos esquecer e nem nos eximir deste trabalho.
Que todos os envolvidos nessa missão possam desenvolver a sua tarefa com dedicação
e responsabilidade, e ao mesmo tempo com ânimo e forças vindas do Senhor da Seara.
Sabemos que a tarefa da educação teológica não é simples e nem fácil, mas é possível e é
gratificante. Que o Senhor nos conceda a alegria de servi-Lo, preparando e servindo aos
vocacionados que Ele confiar em nossas mãos.
“Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam
sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês
não será inútil” (1Co 15.58).
Que Deus abençoe a cada um de vocês.

Dr. Claiton André Kunz


Presidente da ABIBET
2. ABIBET: QUEM SOMOS

2.1 Objetivos, Visão, Missão e Valores

OBJETIVOS
- Estimular a cooperação mútua entre as instituições filiadas;
- Promover a realização de conferências, simpósios e outros tipos de reunião em que
estudem temas relacionados com a educação teológica;
- Manter as instituições filiadas informadas a respeito da situação da educação teológica no
Brasil e no mundo;
- Informar as instituições filiadas quanto a concessão de bolsas de estudos para
professores e alunos;
- Fornecer certificados de filiação às instituições associadas;
- Promover estatísticas do trabalho de educação teológica batista no Brasil;
- Promover a produção de literatura teológica.

VISÃO
“Promover a qualidade e a contínua expansão do ensino teológico e ministerial, através das
instituições associadas”.

MISSÃO
“Fortalecer a cooperação entre as associadas, a pesquisa e a contínua melhoria na qualidade
do ensino teológico e ministerial batista do Brasil, contribuindo para a excelência na
formação acadêmica, o crescimento das igrejas e fortalecimento da denominação”.

VALORES
“A autoridade da Bíblia como a inerrante Palavra de Deus;
Identidade, fidelidade e cooperação denominacional;
Desenvolvimento do senso crítico, da pesquisa e da extensão;
Formação continuada;
Unidade teológica na pluralidade acadêmica institucional; e
Excelência no serviço às igrejas”.

2.2 Histórico
Nos dias 28 de abril a 1º de maio de 1967 ocorreu na cidade de Salvador, Bahia, a
1ª Conferência de Educação Teológica, no templo da Igreja Batista 2 de Julho, presidida
pelo Dr. David Mein, Reitor do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil em
Recife/PE. Durante os trabalhos desta conferência sentiu-se a necessidade de se criar
“um órgão que englobasse todas as instituições Batistas de ensino teológico no Brasil”.
Uma comissão já havia preparado o estatuto para a entidade ser criada. Faltava, agora
escolher o nome. Depois de várias sugestões pensou-se em ANEBET.
Ficou decidido que antes da finalização da constituição da ANEBET se fizesse uma
consulta por escrito às instituições teológicas batistas do Brasil, através de uma proposta
do Dr. Werner Kaschel. Feitas as consultas, concluiu-se que a entidade deveria ser
chamada Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET),
que foi finalmente organizada no dia 16 de abril de 1970, às 14 horas, no Rio de Janeiro,
no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil com a finalidade básica de congregar
todas as instituições de ensino teológico dentro do âmbito batista do Brasil.

As instituições fundadoras da ABIBET foram:


• Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (Rio de Janeiro / RJ);
• Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (Recife / PE);
• Seminário Teológico Batista Equatorial (Belém / PA);
• Faculdade Teológica Batista de São Paulo (São Paulo / SP);
• Seminário de Educadoras Cristãs (Recife / PE);
• Instituto Batista de Educação Religiosa (Rio de Janeiro / RJ);
• Instituto Bíblico Batista A. D. Deter (Curitiba / PR);
• Seminário Teológico Batista Fluminense (Campos / RJ);
• Seminário Teológico Batista Mineiro (Belo Horizonte / MG).

Foram presidentes de ABIBET:


• João Filson Soren (1970 a 1971);
• Ronald Rutter (1971 a 1972);
• David Malta Nascimento (1972 a 1975);
• Ebenézer Soares Ferreira (1975 a 1978);
• Loyd Moon (1978 a 1980);
• David Malta Nascimento (1980 a 1984);
• Werner Kaschel (1984 a 1989);
• Bruno Seitz (1989 a 1993);
• Isaltino Gomes Coelho Filho (1993 a 1999);
• Lourenço Stelio Rega (1999 a 2003);
• Edson Martins (2004 a 2005);
• Sérgio Nogueira (2005 a 2010);
• Jaziel Martins Guerreiro (2011 a 2014);
• Vanedson Ximenes dos Santos (2015 a 2018);
• Claiton André Kunz (2019 a 2024).

Foram secretários-executivos da ABIBET:


• David Mein (1970 a 1984);
• Ebenézer Soares Ferreira (1984 a 2010);
• Walmir Vieira (2010 a 2011);
• Sérgio Nogueira (Janeiro de 2011 a 2012);
• Charles Ferreira Henriques (2013 a 2015);
• Anderson Carlos Guimarães Cavalcanti (2015 a ...).

Os seminários se reuniam num evento chamado de Conferência, para discutir questões


pertinentes ao ambiente da educação teológica no Brasil e no mundo. Foram realizadas 24
Conferências Teológicas:
1. SALVADOR / BA (28 de abril a 1º de maio de 1967);
2. BRASÍLIA / DF (29 a 31 de maio de 1974);

6
3. RIO BONITO / RJ (24 a 27 de outubro de 1976);
4. RAVENA / MG (13 a 16 de julho de 1982);
5. RIO BONITO / RJ (07 a 10 de outubro de 1985);
6. BRASÍLIA / DF (06 a 09 de outubro de 1986);
7. RECIFE / PE (12 a 15 de outubro de 1987);
8. NITERÓI / RJ (09 a 12 de outubro de 1990);
9. CURITIBA / PR (08 a 12 de outubro de 1991);
10. RECIFE / PE (13 a 16 de outubro de 1992);
11. CALDAS NOVAS / GO (10 a 13 de outubro de 1994);
12. GUARAPARI / ES (09 a 12 de outubro de 1996);
13. MANAUS / AM (outubro de 1998);
14. FORTALEZA / CE (outubro de 2000);
15. RECIFE / PE (09 a 11 de outubro de 2002);
16. ARACRUZ / ES (outubro de 2004);
17. CURITIBA / PR (11 a 14 de outubro de 2006);
18. MACAÉ / RJ (22 a 24 de outubro de 2008);
19. BRASÍLIA / DF (outubro de 2010);
20. RECIFE / PE (10 a 12 de outubro de 2012);
21. BELO HORIZONTE / MG (06 a 08 de outubro de 2014);
22. RECIFE / PE (09 a 11 de novembro de 2016);
23. ARACAJU / SE (12 a 14 de setembro de 2018);
24. RECIFE / PE (13 a 15 de setembro de 2022).

Além das Conferências, em 2002 decide-se realizar, nos anos ímpares, o Congresso
Brasileiro de Reflexão Teológica:
1. RIO DE JANEIRO / RJ (15 a 18 de outubro de 2003): “O desafio de ser cristão no
mundo contemporâneo”;
2. BELO HORIZONTE / MG (12 a 15 de outubro de 2005): “O cristão em tempos de mudanças”;
3. VITÓRIA / ES (10 a 12 de outubro de 2007): “Paradigmas bíblicos e educação teológica”;
4. NITERÓI / RJ (14 a 16 de outubro de 2009): “Os desafios teológicos atuais”;
5. CAMPO GRANDE / MS (outubro de 2011): “Teologia e ecologia”;
6. GOIANIA / GO (08 a 10 de outubro de 2013): “Cultura contemporânea, novos cenários
e o futuro da igreja”;
7. RIO DE JANEIRO – RJ (14 a 16 de outubro de 2015): “Teologia e missão”;
8. IJUÍ / RS (15 a 17 de novembro de 2017): “As Cinco Solas da Reforma Protestante”;
9. CAMPO GRANDE / MS (11 a 13 de setembro de 2019): “Pastoreando futuros pastores:
a importância do cuidado mútuo nos Seminários Batistas”;
10. ONLINE (08 e 09 de novembro de 2021): Juntamente com o 1o Congresso Brasileiro
Missiológico da ABIBET em parceria com a JMM - Tema: “Missão: núcleo de
sustentação da Formação Teológica”.
11. CAMPOS DE GOYTACAZES (12 a 14 de setembro de 2023): “Mentoria Ministerial”.

A partir de 2021, iniciou-se também a realização de Congressos Missiológicos,


em parceria com as juntas missionárias, no formato on line, possibilitando a participação de
centenas de docentes e discentes das instituições associadas:
1º Congresso Missiológico da ABIBET (08 e 09 de novembro de 2021): “Missão:
núcleo de sustentação da Formação Teológica”.
2º Congresso Missiológico da ABIBET (30 e 31 de maio de 2022): “Discipular as nações”.
3º Congresso Missiológico da ABIBET (29 e 30 de maio de 2023): “Excelência na
Grande Comissão”.

7
Anualmente, a ABIBET realiza sua Assembleia na mesma ocasião em que a Convenção
Batista Brasileira também realiza a sua Assembleia Ordinária.

2.3 Instituições Associadas à ABIBET (atualização Jan/2024)


Nº INSTITUIÇÃO REGIÃO
1 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO TOCANTINS NORTE
2 FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA EQUATORIAL NORTE
3 FACULDADE SEM. TEOLÓGICO BATISTA DO NORTE DO BRASIL NORDESTE
4 SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ NORDESTE
5 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO CEARÁ NORDESTE
6 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO NORDESTE NORDESTE
7 INSTITUTO TEOLÓGICO BATISTA DE ENSINO SUPERIOR NORDESTE
8 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA POTIGUAR NORDESTE
9 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE TERESINA NORDESTE
10 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA EM SÃO LUÍS NORDESTE
11 INSTITUTO BETEL DO BRASIL NORDESTE
12 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA SERGIPANO NORDESTE
13 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE ALAGOAS NORDESTE
14 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA SUL MARANHENSE NORDESTE
15 FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE BRASÍLIA CENTRO OESTE
16 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO MATO GROSSO CENTRO OESTE
17 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA ANA WOLLERMAN CENTRO OESTE
18 SEMINÁRIO BATISTA SUL MATO-GROSSENSE CENTRO OESTE
19 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA GOIANO CENTRO OESTE
20 FACULDADE BATISTA DO RIO DE JANEIRO (STBSB) SUDESTE
21 CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO E MISSÕES SUDESTE
22 FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE CAMPINAS SUDESTE
23 FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE SÃO PAULO SUDESTE
24 CENTRO DE EDUC. TEOLÓGICA BATISTA DO ESPÍRITO SANTO SUDESTE
25 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA MINEIRO SUDESTE
26 FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE OSASCO E ADJACÊNCIAS SUDESTE
27 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA GONÇALENSE SUDESTE
28 SEMINÁRIO BATISTA JOHN HUSS SUDESTE
29 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE NITERÓI SUDESTE
30 SEMINÁRIO TEOLÓGICA BATISTA DO LITORAL PAULISTA SUDESTE
31 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA BELFORROXENSE SUDESTE
32 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO ESTADO DE SÃO PAULO SUDESTE
33 FACULDADE BATISTA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SUDESTE
34 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DAS AGULHAS NEGRAS SUDESTE
35 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA BETEL SUDESTE
36 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO NOROESTE FLUMINENSE SUDESTE
37 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO GRANDE ABC SUDESTE

8
38 CENTRO BATISTA DE EDUCAÇÃO, SERVIÇO E PESQUISA SUDESTE
39 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE NOVA IGUAÇU SUDESTE
40 SEMINÁRIO BÍBLICO BATISTA DO BROOKLIN (FEBAT/SEBAP) SUDESTE
41 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA NORTE CAXIENSE SUDESTE
42 FACULDADES BATISTA DO PARANÁ SUL
43 FACULDADE BATISTA PIONEIRA SUL

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3. ESTATUTO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
INSTITUIÇÕES BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO
CAPÍTULO I
DA DENOMINAÇÃO, SEDE E FINS

Art. 1° A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES BATISTAS DE ENSINO


TEOLÓGICO, doravante neste Estatuto denominada ABIBET, é uma organização civil
de natureza religiosa com fins não econômicos, com prazo de duração indeterminado,
constituída de instituições batistas de ensino teológico e ministerial, sediadas no Brasil,
com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro, RJ, localizada na Rua José Higino, 416, Prédio
14, Sala 206, Tijuca, Rio de Janeiro / RJ, CEP 20510-412, podendo reunir-se em qualquer
parte do território nacional, sendo regida por este estatuto e legislação pertinente.
Parágrafo Único. A ABIBET reconhece e proclama Jesus Cristo como único Salvador
e Senhor, aceita a Bíblia Sagrada como única regra de fé e prática e adota a Declaração
Doutrinária da Convenção Batista Brasileira.

Art. 2° A ABIBET tem por finalidades:


I - viabilizar a mútua cooperação e compartilhar informações do interesse entre as
associadas, estimulando a fraternidade e a solidariedade;
II - promover eventos culturais, a realização de conferências, simpósios e outros tipos de
reuniões em que se estudem temas relacionados com a educação teológica e ministerial;
III - manter as associadas informadas a respeito da situação da educação teológica e
ministerial no Brasil e da legislação pertinente;
IV - promover estatísticas relativas à educação teológica e ministerial batista no Brasil;
V - estabelecer padrões de qualidade para os cursos na área teológica e ministerial
e concedê-los às associadas que os solicitarem e que se enquadrem nos critérios dos
padrões de qualidade estabelecidos em regimento próprio aprovado pela Assembleia
da ABIBET;
VI - produzir e publicar livros, jornais, revistas, apostilas e outras publicações;
VII - produzir e gravar em qualquer tipo de mídia, bem como efetuar sua posterior
distribuição e comercialização, visando aplicar nas suas finalidades.

CAPÍTULO II
DAS INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS, DOS SEUS DIREITOS E DEVERES

Art. 3º A ABIBET é constituída por instituições Batistas de ensino teológico e ministerial,


doravante denominadas Associadas.
Art. 4º São 03 (três) as categorias das associadas da ABIBET:
I – PIONEIRAS - Fundadoras da ABIBET;
II – EFETIVAS - Cujas mantenedoras sejam a Convenção Batista Brasileira, doravante
denominada CBB, uma Convenção Estadual, uma Associação Regional de Igrejas ou Igrejas
Batistas da CBB;
III – CONVIDADAS - Aquelas cujos mantenedores sejam membros de uma igreja Batista
da Convenção Batista Brasileira, Convenção Estadual ou Associação Regional de Igrejas
Batistas, Igrejas Batistas da CBB, e que tenham alguma atividade afim à formação teológica
e ministerial, com direito a voz nas assembleias.
Parágrafo Único. As Pioneiras e Efetivas terão direito de voz e voto nas assembleias da
ABIBET.

Art. 5° Para ser associada à ABIBET, a Instituição deverá satisfazer os seguintes requisitos:
I - ser instituição de ensino teológico e ministerial, com personalidade jurídica, desde que
ela ou sua mantenedora esteja ligada à Convenção Batista Brasileira, Convenção Estadual,
Associação Regional de Igrejas Batistas ou igreja batista da CBB, ou cujo mantenedor atenda
o estabelecido do inciso III, do art. 4°;
II - declarar formalmente que aceita as Sagradas Escrituras como única regra de fé e prática,
assumindo compromisso de fidelidade à Declaração Doutrinária da Convenção Batista
Brasileira;
III - apoiar todas as atividades da ABIBET, inclusive financeiramente, para que ela atinja
seus objetivos, realize seus propósitos e cumpra suas finalidades;
IV - pedir sua filiação por escrito, anexando os documentos próprios na forma do Regimento;
V - declarar que conhece e acata os termos do Estatuto da ABIBET;
VI - ser aceita em Assembleia Geral Ordinária;
VII - estar presente na assembleia em que sua filiação for solicitada.

Art. 6º São direitos das associadas:


I - ser representadas nas Assembleias Gerais da ABIBET, por meio de delegados por elas
nomeados, podendo esses votarem e ser votados, para as funções ou cargos da ABIBET, nos
termos deste Estatuto;
II - participar dos eventos e programas promovidos pela ABIBET;
III - colocar em seus formulários e em propagandas a expressão “Instituição filiada
à ABIBET”, em conjunto com o logotipo da ABIBET;
IV - colocar em seus formulários e em propagandas a indicação do padrão de qualidade
indicado pela ABIBET.

Art. 7º A representação de que trata o inciso I, do artigo 6º, dar-se-á de forma que cada
Associada terá direito de representar-se nas Assembleias Gerais da ABIBET com até 03 (três)
delegados por ser associada e mais 01 (um) para cada 200 (duzentos) alunos matriculados
em seus cursos regulares.
§ 1° A condição de delegado de associada da ABIBET é privativa de membros de igreja Batista
filiada à CBB, Convenção Estadual ou Associação Regional de Igrejas Batistas;
§ 2° A indicação dos delegados das associadas dar-se-á por meio de credencial, em papel
timbrado, devidamente assinado por seu representante legal.

Art. 8º São deveres das Associadas:


I - fazer-se representar através dos seus delegados nas convocações oficiais da ABIBET, na
forma deste Estatuto ou justificar suas ausências;
II - zelar pelo bom nome da ABIBET, divulgando-a e prestigiando-a em suas realizações;
III - fazer válidas para si e para outras associadas as normas deste Estatuto e do Regimento
e as deliberações tomadas pela ABIBET em suas Assembleias Gerais;

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IV - cooperar, por todos os meios, para o fiel cumprimento das finalidades e programas da
ABIBET;
V - contribuir regularmente com o plano de sustento financeiro adotado pela ABIBET para
o cumprimento das suas finalidades.

CAPÍTULO III
DO DESLIGAMENTO DE ASSOCIADAS

Art. 9º A condição de associada será perdida nos seguintes casos:


I - a pedido da associada;
II - deixar de ser mantida ou de ser uma instituição vinculada à Convenção Batista Brasileira,
Convenção Estadual, Associação Regional de Igrejas Batistas, Igrejas Batistas da CBB ou seu
mantenedor deixar de ser membro de igreja Batista da CBB;
III - não contribuir financeiramente com a ABIBET, no período contínuo de 02 (dois) anos;
IV - não enviar delegados em 4 (quatro) encontros consecutivos da ABIBET;
V - por deliberação da assembleia.

Art. 10. O desligamento da associada será decidido em Assembleia Geral, devendo a


proposta de exclusão receber, no mínimo, 3/4 (três quartos) dos votos das associadas
presentes à Assembleia.

Art. 11. A Assembleia deliberará sobre a exclusão da associada após:


I - apreciar fundamentado em parecer por escrito, de Comissão Especial formada por 03 (três)
associadas da ABIBET, comprovando a existência de Justa Causa para exclusão da associada
em exame;
II - conceder amplo direito de defesa e o contraditório à Associada, cuja exclusão estiver sendo
apreciada;
Parágrafo único. Nenhum direito terá, a qualquer título, a Associada que for desligada
da ABIBET.

CAPÍTULO IV
DAS ASSEMBLEIAS

Art. 12. A Assembleia Geral, órgão soberano da ABIBET, constituída dos delegados
credenciados pelas associadas, ocorrerá de forma ordinária e extraordinária.

Art. 13. A Assembleia Geral da ABIBET reunir-se-á ordinariamente 2 (duas) vezes ao ano e
extraordinariamente, quando necessário.
§ 1º A Assembleia Geral Ordinária reunir-se-á em data e local estabelecidos pela Assembleia
Geral Ordinária anterior.
§ 2º A Assembleia Geral Extraordinária reunir-se-á quando necessário, podendo ser convocada:
I - pela Diretoria;
II - por 1/5 (um quinto) das associadas.
§ 3° As assembleias da ABIBET serão convocadas pelo presidente, ou por seu substituto
legal, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo constar na convocação a
matéria a ser apreciada;
§ 4° A ABIBET promoverá ampla divulgação de suas assembleias por meio de todas as
mídias possíveis.

Art. 14. São atribuições da Assembleia Geral:


I - Ordinária:
a) eleger a Diretoria da ABIBET;

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b) eleger os membros para renovação anual dos órgãos da ABIBET;
c) apreciar os relatórios anuais da ABIBET;
d) aprovar o orçamento anual da ABIBET;
e) apreciar os relatórios anuais da Diretoria e de demais órgãos administrativos;
f) aceitar filiação de instituições, mediante solicitação devidamente instruída nos termos
estatutários e regimentais;
g) aprovar calendário e o plano de trabalhos anuais;
h) desligar instituições nos termos estatutários e regimentais;
i) tomar outras decisões que envolvam aspectos administrativos, omissos neste Estatuto.
II - Extraordinária:
a) destituir administradores;
b) reformar Estatuto e Regimento Interno da ABIBET;
c) deliberar sobre a dissolução da ABIBET;
d) alienar, bem como onerar total ou parcialmente, o patrimônio da ABIBET.

Art. 15. O quórum para aprovação das matérias nas Assembleias Gerais é de 1/5 (um
quinto) das associadas presentes, respeitadas as disposições contrárias estabelecidas
neste estatuto.

Art. 16. Salvo exceção expressa neste Estatuto, as deliberações das Assembleias Gerais
serão por aclamação, sem prejuízo de eventuais votações simbólicas, a juízo da Presidência.

Art. 17. A Assembleia Geral Extraordinária será instalada em primeira convocação com
maioria absoluta de suas associadas ou, em segunda convocação, após 15 (quinze) minutos,
com o mínimo de 1/3 (um terço), ou, ainda, em terceira convocação, decorridos mais 15
(quinze) minutos, com o mínimo de 1/5 (um quinto) das associadas.

Art. 18. No caso de alienação de bens imóveis, exoneração de membros da Diretoria e


administradores, as decisões serão tomadas pelo voto favorável de 2/3 (dois terços) das
associadas presentes.

Art. 19. A Assembleia Geral da ABIBET poderá ser realizada em qualquer parte do
território nacional.

Art. 20. Quando necessário, poderá haver mudança de local, data e orador da Assembleia Geral.

Art. 21. A Assembleia Geral Ordinária convocada poderá ser adiada ou até mesmo
suprimida pela Diretoria, em decisão favorável de 2/3 (dois terços) de seus membros
presentes, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo as associadas serem
informadas por escrito dos motivos justificadores.
Parágrafo único. Na ocorrência do fato previsto neste artigo, todos os mandatos serão
prorrogados até a Assembleia Geral Ordinária seguinte, a qual se dará em prazo nunca
superior a 1 (um) ano.

Art. 22. Com a ressalva do quórum especial, estabelecido neste Estatuto, as deliberações da
Assembleia Geral serão tomadas pelo voto da maioria dos delegados das associadas presentes.

Art. 23. Nas Assembleias Gerais Solenes, para posse de sua diretoria, inaugurações,
homenagens, ou outras solenidades que não exijam decisões de natureza administrativa,
não será exigido quórum.

13
CAPÍTULO V
DA DIRETORIA

Art. 24. A Diretoria da ABIBET será composta de 01 (um) Presidente, 01 (um) Vice-Presidente
e 02 (dois) Secretários, podendo ser a eleição por escrutínio secreto, a critério da Assembleia,
em sua penúltima sessão, em que conste eleição da Diretoria como assunto da convocação,
dentre os delegados presentes à referida sessão e civilmente capazes na forma da lei.
§ 1º A Diretoria eleita da ABIBET cumprirá mandato de 2 (dois) anos, podendo ser seus
membros reeleitos para mais um mandato.
§ 2º O mandato da Diretoria vigorará até a posse da nova Diretoria eleita.
§ 3º Na composição da Diretoria, uma Associada somente terá direito a um assento.
§ 4º A Diretoria da ABIBET será empossada na última sessão da assembleia em que for eleita.

Art. 25. Caberá à Diretoria dirigir a Assembleia Geral da ABIBET.

Art. 26. Os membros da Diretoria da ABIBET não recebem remuneração, nem participam
da receita ou do patrimônio, a qualquer título, a não ser para o reembolso de despesas
efetuadas a serviço da ABIBET, devidamente comprovadas.

Art. 27. Serão vedados para a eleição de cargos da Diretoria e do Conselho Fiscal:
I - o Diretor Executivo da ABIBET;
II - delegado cuja associada que representa esteja inadimplente com a ABIBET;
III - prestadores de serviços, proprietários e sócios de empresas prestadoras de serviços
para a ABIBET;
IV - pessoas que tenham algum litígio judicial com a ABIBET, Convenção Batista Brasileira e
suas Organizações, bem como, Convenção Estadual e Associação Regional de Igrejas Batistas.

Art. 28. A ABIBET poderá eleger presidentes eméritos em caráter vitalício, observados os
seguintes critérios:
I - ter sido Presidente ou Vice-presidente da ABIBET;
II - ter idade igual ou superior a 70 (setenta) anos;
III - ter o nome apresentado mediante parecer da Diretoria.

Art. 29. São atribuições do Presidente:


I - cumprir e fazer cumprir o Estatuto e Regimento da ABIBET;
II - convocar e presidir as Assembleias da ABIBET e as reuniões da Diretoria;
III - representar a ABIBET em juízo e fora dele, fazendo pronunciamentos públicos
quando necessários;
IV - abrir, movimentar e encerrar contas bancárias conjuntas, na modalidade não
solidária, com o Diretor Executivo;
V - exercer as demais funções inerentes ao cargo.

Art. 30. São atribuições do Vice-Presidente:


I - substituir o Presidente nos seus impedimentos legais ou ocasionais;
II - auxiliar a mesa sempre que solicitado.

Art. 31. São atribuições do Primeiro Secretário:


I - lavrar as atas das sessões, assinando-as com o Presidente;
II - arquivar as cópias dos relatórios, pareceres e outros documentos apreciados pela
Assembleia;
III - substituir o Vice-Presidente nos seus impedimentos legais ou ocasionais.

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Art. 32. São atribuições do Segundo Secretário:
I - ler a matéria do expediente e a ordem do dia de cada sessão;
II - executar outras tarefas afins quando solicitado pelo Presidente;
III - substituir o Primeiro Secretário nos seus impedimentos legais ou ocasionais.

CAPÍTULO VI
DO DIRETOR EXECUTIVO

Art. 33. A ABIBET terá um Diretor Executivo, que poderá ser remunerado, escolhido pela
Diretoria, com as seguintes atribuições:
I - coordenar as atividades da ABIBET;
II - manter atualizada a contabilidade e os registros dos bens patrimoniais da ABIBET, bem
como toda a documentação contábil, fiscal e de pessoal;
III - abrir, movimentar e encerrar contas bancárias conjuntas da ABIBET, na modalidade
não solidária, com o presidente;
IV - planejar, coordenar e executar com a diretoria, as assembleias, conferências, congressos
e outras reuniões;
V - supervisionar a área de comunicação da ABIBET;
VI - prestar relatórios periódicos de suas atividades à Diretoria e às Assembleias Gerais;
VII - exercer a função de tesoureiro da ABIBET.

Art. 34. O mandato do Diretor Executivo será avaliado a cada 4 (quatro) anos, ou a qualquer
tempo, por motivo justificado, com vistas à permanência ou não no cargo.

CAPÍTULO VII
DO CONSELHO FISCAL

Art. 35. A ABIBET terá um CONSELHO FISCAL constituído por 3 (três) membros, eleitos
pela Assembleia Geral, entre os delegados presentes, com renovação anual do seu terço, com
as seguintes atribuições:
I - fiscalizar todas as contas da ABIBET;
II - examinar os livros contábeis e acompanhar o cumprimento dos orçamentos de todos os
níveis e áreas da ABIBET;
III - apresentar às Assembleias Gerais da ABIBET pareceres sobre as prestações de contas e
os balanços;
IV - fazer as recomendações necessárias à diretoria e à Assembleia Geral, visando corrigir
situações que possam comprometer a ABIBET, no cumprimento de suas finalidades.
§ 1º É vedado, a qualquer empregado da ABIBET e às pessoas que nela exerçam funções na
Diretoria e Diretoria Executiva, fazer parte do Conselho Fiscal;
§ 2º O Conselho Fiscal, para o desempenho de suas atribuições, poderá utilizar serviços
profissionais de terceiros especializados, que serão pagos pela ABIBET.

Art. 36. Pelo exercício do cargo, nenhum membro do Conselho Fiscal receberá qualquer
remuneração.

CAPÍTULO VIII
DA OUVIDORIA

Art. 37. A ABIBET contará com uma ouvidoria, com a finalidade de ouvir, analisar e dar
parecer à Diretoria sobre os assuntos a ela enviados.

Art. 38. A Ouvidoria será composta por um ouvidor indicado pela Diretoria, com mandato
de 2 (dois) anos, não coincidindo com o mandato da Diretoria e não cabendo reeleição.

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CAPÍTULO IX
DAS FONTES DE RECURSOS

Art. 39. As fontes de recursos da ABIBET serão constituídas de:


I - contribuições das Associadas, conforme valores definidos em Assembleia Geral;
II - contribuições voluntárias de pessoas físicas ou jurídicas;
III - vendas de livros, fitas de vídeos e outras mídias, compatíveis com sua missão;
IV - receitas provenientes de convênios com instituições privadas ou públicas;
V - outras receitas não discriminadas, desde que compatíveis com os valores cristãos.

Art. 40. As contribuições, doações e todas as demais receitas entregues à ABIBET integram
o seu patrimônio e serão aplicadas nos seus objetivos, dentro do território nacional.

CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 41. A ABIBET tem legitimidade para ingressar em juízo como autora, assistente, opoente,
terceira interessada ou substituta processual das Associadas na hipótese de inobservância
do presente estatuto.

Art. 42. A ABIBET terá seu Regimento Interno aprovado em Assembleia Geral Extraordinária,
devendo observar este Estatuto.

Art. 43. Para dissolução da ABIBET serão necessárias 02 (duas) Assembleias Gerais
Extraordinárias consecutivas, com intervalo mínimo de 90 (noventa) dias e quórum de, pelo
menos, 2/3 (dois terços) das Associadas representadas, votando favoravelmente, em cada
uma, a maioria absoluta dos delegados inscritos.

Art. 44. No caso de ser aprovada a dissolução, o patrimônio líquido será destinado à
Convenção Batista Brasileira, ou a outra organização da mesma fé e ordem existente no
território nacional, a critério da Assembleia que a dissolver.

Art. 45. O presente Estatuto poderá ser reformado em Assembleia Geral Extraordinária,
convocada especialmente para este fim, mediante votação favorável de 2/3 (dois terços) dos
delegados presentes à Assembleia, devendo constar da convocação a expressão: “Reforma
de Estatuto”.
Parágrafo Único. São irrevogáveis os dispositivos que tratam da fidelidade aos princípios
cristãos Batistas e observância à Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira.

Art. 46. Sendo a ABIBET uma organização auxiliar da Convenção Batista Brasileira, além
das normas específicas deste estatuto, fica estabelecido:
I - que respeitará a letra e espírito do Estatuto da CBB;
II - que a organização segue as diretrizes gerais e a orientação programática da CBB, devendo
apresentar-lhe relatórios de suas atividades, balanços financeiro e patrimonial;
III - que qualquer reforma feita no estatuto só entrará em vigor depois de aprovada pela
CBB, em assembleia geral, mediante prévio parecer do Conselho Geral da CBB;
IV - que é vedado o uso do nome da ABIBET em fianças e avais.

Art. 47. Os casos omissos serão decididos pela Assembleia Geral.

Aprovado em Ijuí / RS, no dia 17 de novembro de 2017.


Registrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
do Rio de Janeiro, no dia 26 de setembro de 2018.

16
4. REGIMENTO INTERNO
CAPÍTULO I – DA ABIBET
SEÇÃO I – DA DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1° - Este Regimento Interno da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino


Teológico, doravante denominada ABIBET, tem por objetivos definir a sua estrutura,
descrever as suas atividades e regulamentar o seu funcionamento.

Art. 2º - A ABIBET é uma organização auxiliar à Convenção Batista Brasileira, doravante


Convenção, sendo constituída de Instituições Batistas de Ensino Teológico e Ministerial,
sediadas no Brasil.

SEÇÃO II – DA ASSOCIAÇÃO À ABIBET

Art. 3° - Qualquer Instituição Batista Brasileira de Ensino Teológico e Ministerial, doravante


Instituição, sediada no Brasil, que desejar associar-se, deverá fazer seu pedido à Assembleia
Geral, através da diretoria da ABIBET, preenchendo o formulário que lhe será fornecido,
com os seguintes requisitos:
I - Nome, endereço da sede, data de fundação;
II - Cópias das atas das Assembleias Gerais que autorizam o pedido de associação da
Instituição à ABIBET e de eleição de sua atual diretoria;
III - Cópia do Estatuto, devidamente registrado, e do cartão de inscrição no CNPJ - Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica, devidamente autenticado;
IV - Declaração formal em que a Instituição aceita as Sagradas Escrituras como única regra
de fé e prática e reconhece como fiel a Declaração Doutrinária da Convenção;
V - Declaração de funcionamento:
a) Se Curso livre, apresentar declaração da instituição mantenedora;
b) Se Graduação, juntar cópias autenticadas, dos atos de autorização e/ou de
reconhecimento, do Ministério da Educação – MEC, do respectivo curso, e o ato de
credenciamento da Mantenedora;
c) Número de alunos de seus cursos regulares, na data do pedido de associação;
VI - Declaração de que conhece e aceita os termos do Estatuto, Regimento Interno e Código
de Ética da ABIBET;
VII - Compromisso de apoio moral, espiritual, programático e financeiro à ABIBET, para
que ela atinja seus objetivos, realize seus propósitos e cumpra as suas finalidades;
VIII - Informação de que a Instituição está vinculada à Convenção, Convenção estadual,
regional, associação regional de Igrejas Batistas, Igreja Batista filiada, ou tenha como
mantenedor membro de Igreja Batista filiado à Convenção.
§ 1º - A Diretoria da ABIBET dará ciência à Assembleia Geral de todos os pedidos de
filiação recebidos.
§ 2° - A Associação de uma Instituição só poderá ser apreciada pela Assembleia Geral,
mediante parecer favorável da Diretoria, ouvida a diretoria executiva da ABIBET.
§ 3° - A diretoria da ABIBET, através de sua diretoria executiva, manterá atualizada a relação
das Instituições, doravante denominadas associadas.
§ 4º - A ABIBET, através de sua diretoria, visando a um melhor acompanhamento de seu
quadro associativo, poderá requerer de associada informações documentadas do regular
funcionamento da Instituição associada.

Art. 4º - Cumprindo o procedimento de filiação estabelecido no Estatuto e presente


Regimento Interno, a diretoria encaminhará, com parecer favorável, o pedido da Instituição
à Assembleia Geral da ABIBET, para apreciação e aprovação.
Parágrafo Único - A Instituição pleiteante deverá estar presente na Assembleia Geral da
ABIBET que apreciar e decidir sobre seu pedido, com representante legal, o qual tomará na
oportunidade ciência da decisão.

Art. 5º - Tendo seu pleito aprovado pela Assembleia Geral, a Instituição, doravante
denominada Associada, passará a compor o quadro associativo da ABIBET.

SEÇÃO III – DOS DIREITOS E DEVERES DAS ASSOCIADAS

Art. 6º - São direitos das associadas:


I - Ser representadas nas Assembleias Gerais da ABIBET, por meio de delegados por elas
nomeados, podendo esses votarem e ser votados, para as funções ou cargos da ABIBET, nos
termos deste Regimento;
II - Participar dos eventos e programas promovidos pela ABIBET;
III - Colocar em seus formulários e em propagandas a expressão “Instituição associada à
ABIBET”, em conjunto com o logotipo da ABIBET;
IV - Colocar em seus formulários e em propagandas a indicação do padrão de qualidade
indicado pela ABIBET.

Art. 7º - A representação de que trata o inciso I, do artigo 6º, dar-se-á de forma que cada
Associada terá direito de representar-se nas Assembleias Gerais da ABIBET com até 03 (três)
delegados por ser associada e mais 01 (um) para cada 200 (duzentos) alunos matriculados
em seus cursos regulares.
§ 1° - A condição de delegado de associada da ABIBET é privativa de membros de Igreja
Batista filiada à CBB, Convenção Estadual ou Associação Regional de Igrejas Batistas;
§ 2° - A indicação dos delegados das associadas dar-se-á por meio de credencial, em papel
timbrado, devidamente assinado por seu representante legal.

Art. 8º - São deveres das Associadas:


I - Fazer-se representar através dos seus delegados nas convocações oficiais da ABIBET, na
forma deste Estatuto, ou justificar suas ausências;
II - Zelar pelo bom nome da ABIBET, divulgando-a e prestigiando-a em suas realizações;
III - Fazer válidas para si e para outras associadas as normas do Estatuto e deste Regimento
e as deliberações tomadas pela ABIBET em suas Assembleias Gerais;
IV - Cooperar, por todos os meios, para o fiel cumprimento das finalidades e programas
da ABIBET;
V - Contribuir regularmente com o plano de sustento financeiro adotado pela ABIBET, para
o cumprimento das suas finalidades.

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SEÇÃO IV – DO DESLIGAMENTO DA ASSOCIADA

Art. 9º - A condição de associada será perdida nos casos definidos nos dispositivos
estatuários que seguem:
I - A pedido da associada;
II - Deixar de ser mantida ou de ser uma instituição vinculada à Convenção Batista
Brasileira, Convenção Estadual, Associação Regional de Igrejas Batistas, Igrejas Batistas
da CBB ou seu mantenedor deixar de ser membro de igreja Batista da CBB;
III - Não contribuir financeiramente com a ABIBET, no período contínuo de 02 (dois) anos;
IV - Não enviar delegados em 4 (quatro) Assembleias consecutivas da ABIBET;
V - Por deliberação da assembleia.

Art. 10 - O desligamento da associada será decidido em Assembleia Geral, devendo a


proposta de exclusão receber, no mínimo, 3/4 (três quartos) dos votos das associadas
presentes à Assembleia.

Art. 11 - A Assembleia deliberará sobre a exclusão da associada após:


I - Apreciar fundamentado em parecer por escrito, de Comissão Especial formada por 03
(três) associadas da ABIBET, comprovando a existência de Justa Causa para exclusão da
associada em exame;
II - Conceder amplo direito de defesa e o contraditório à Associada, cuja exclusão estiver
sendo apreciada;
Parágrafo único - Nenhum direito terá, a qualquer título, a Associada que for desligada
da ABIBET.

CAPÍTULO II – DAS ASSEMBLEIAS


SEÇÃO I – DO DELEGADO

Art. 12 - A Assembleia Geral, poder supremo da ABIBET, é constituída dos delegados


das associadas, em conformidade com o estipulado no Estatuto Social e o presente
Regimento Interno e mediante o preenchimento de formulário próprio fornecido pela
diretoria executiva.
§ 1° - Pela inscrição, o delegado receberá o material informativo, bem como o cartão de
identificação, à vista do qual lhe serão assegurados todos os direitos.
§ 2° - O delegado só poderá ser credenciado por uma associada, com a qual mantém
vínculo funcional, observado ser maior de 16 (dezesseis) anos, obedecidas as disposições
estabelecidas pelo Código Civil Brasileiro.
§ 3º - Para indicação de delegados à Assembleia Geral da ABIBET, nos termos do
caput, a associada deverá ter atualizado seu cadastro de número de alunos junto à
diretoria executiva.
§ 4° - O formulário de indicação dos delegados será devidamente assinado pelo
representante legal da associada.

Art. 13 - Caberá à diretoria executiva tomar as providências necessárias, relativas ao


trabalho de inscrição dos delegados, notadamente quanto ao local, pessoal e material.

SEÇÃO II – DO FINANCIAMENTO

Art. 14 - Para fazer face às despesas de preparo, promoção, material e uso de equipamentos
e local, com a realização das Assembleias Gerais, cada delegado pagará sua inscrição,
cujo valor será fixado, previamente, pela diretoria da ABIBET.

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Art. 15 - Os custos para publicação no Livro da assembleia anual da Convenção, que
será o da Assembleia anual da ABIBET, poderão ser cobertos por veiculação de mídias
de interessados, compatíveis com princípios batistas.

Art. 16 - O controle do movimento financeiro das Assembleias Gerais será feito pela
diretoria executiva da ABIBET.

CAPÍTULO III – DA DIRETORIA


SEÇÃO I – DA MESA

Art. 17 - A Mesa da Assembleia Geral será composta pela diretoria da ABIBET, dirigida
pelo presidente.
§ 1º - Nos impedimentos do presidente, caberá aos vice-presidente presidir à sessão.
§ 2º - Em caso de impedimento também do vice-presidente, caberá aos secretários por
ordem de eleição presidir a Mesa.
§ 3º - Para participar das discussões de qualquer assunto novo ou já em debate, o
mensageiro, de pé, se dirigirá à Mesa, pedindo a devida autorização.
§ 4º - Concedida pela Mesa a autorização, o delegado poderá, então, dirigir-se ao plenário.
§ 5º - Para participar da discussão de qualquer assunto em debate, o membro da Mesa será
substituído, na forma deste regimento, até que o assunto seja votado ou retirado da pauta,
permanecendo o impedimento, caso a matéria volte à plenária, nas sessões subsequentes.

SEÇÃO II – DA ELEIÇÃO

Art. 18 - A eleição da Diretoria da ABIBET, composta de 01 (um) Presidente, 01 (um) Vice-


Presidente e 02 (dois) Secretários, para cumprir mandato de 02 (dois) anos, podendo seus
membros serem reeleitos por mais um mandato, vigorando até a posse da nova diretoria
eleita.
§ 1º - Só os delegados presentes, civilmente capazes na forma da lei, devidamente inscritos,
e representando Associada adimplente com a ABIBET, poderão votar e ser votados;
§ 2º - Na composição da Diretoria, uma Associada somente terá direito a um assento;
§ 3º - A eleição poderá ser por escrutínio secreto.

Art. 19 - Na eleição da diretoria da ABIBET, o presidente será eleito por maioria absoluta
e a dos demais membros por maioria simples.
§ 1° - Na eleição para presidente será observado o seguinte procedimento:
I - Declarado pela Mesa aberto o processo de eleição, haverá um período, de até 05 (cinco)
minutos, para a indicação de delegados ao cargo de Presidente, vedada a promoção de
candidato;
II - Encerrada a indicação de nomes para Presidente, os delegados votarão;
III - Caso a eleição seja por escrutínio secreto, a Mesa nomeará Comissão Escrutinadora
composta de 03 (três) membros, a quem caberá distribuir as cédulas de votação ao
plenário;
IV - Procedida a votação, a Comissão Escrutinadora recolherá as cédulas, e de imediato
procederá à contagem dos votos;
V - Encerrada a contagem, a Comissão Escrutinadora informará à Mesa o resultado, a
quem caberá anunciar à assembleia o resultado da eleição;
VI - Caso a eleição para presidente da ABIBET seja por votação por aclamação, a mesma
Comissão Escrutinadora procederá à contagem dos votos, informando à Mesa os totais,
cabendo a esta informar ao plenário o resultado da eleição;
VII - A votação por aclamação se dará pela identificação do voto do delegado, através de
levantar a mão ou pela exibição do crachá de inscrição;

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VIII - Na hipótese de nenhum candidato a presidente ter alcançado a maioria absoluta de
votos, haverá novo escrutínio, concorrendo apenas os 02 (dois) mais votados, observados
os mesmos procedimentos;
IX - Para os demais cargos da diretoria, o procedimento será o já estabelecido.
§ 2° - Proclamando eleito o Presidente, haverá um período de até 05 (cinco) minutos, para
indicação de delegados a vice-presidente e a 1º e 2º secretários. Encerradas as indicações,
os delegados votarão, preenchendo a cédula com 03(três) nomes, cuja eleição se dará por
maioria simples de votos, ou seja, a metade mais um dos votos dos delegados votantes.
§ 3° - Os casos de empate serão resolvidos em favor do mais idoso.
§ 4° - Para efeito de identificação, a critério da Mesa, os delegados candidatos poderão ser
apresentados, com sucintas informações sobre a atuação denominacional de cada um.
§ 5° - As apurações poderão ser feitas no recinto do plenário, podendo ser assistidas ou
fiscalizadas por qualquer delegado.
§ 6° - Caso a Comissão escrutinadora proceda à contagem de votos em outro local, os
trabalhos da Assembleia Geral terão prosseguimento normalmente durante as apurações.
§ 7° - Os relatórios da Comissão Escrutinadora, apresentados à Mesa, incluirão os
resultados de todos os escrutínios.

SEÇÃO III – DO PRESIDENTE

Art. 20 - Compete ao Presidente, além das atribuições previstas no art. 29 do Estatuto:


I - Abrir, presidir e encerrar as sessões da Assembleia Geral, manter a ordem e cumprir este Regimento;
II - Conceder ou negar a palavra, observadas as normas regimentais;
III - Interromper os oradores quando se afastarem das questões em debate, na abordagem
de matéria vencida ou que esteja fora de ordem e fizerem uso de linguagem inconveniente;
IV - Consultar o plenário quanto à conveniência de ser a discussão encerrada, por se haver
alongado demasiadamente;
V - Encaminhar à comissão especial, qualquer assunto considerado grave ou de discussão
inconveniente para estudo e apresentação de relatório posterior;
VI - Suspender a sessão em caso de perturbação da ordem ou por questões técnicas;
VII - Resolver todas as questões de ordem ou arguições de que o Regimento está sendo descumprido;
VIII - Submeter à discussão e votação as propostas acolhidas;
IX - Assinar as atas com o Secretário;
X - Autorizar, pessoalmente ou por meio do Diretor-Executivo, a fixação ou distribuição de
impressos e material de propaganda, no recinto da Assembleia Geral.

SEÇÃO IV – DO VICE-PRESIDENTE

Art. 21 - É atribuição do Vice-presidente substituir o Presidente em suas ausências e


impedimentos, auxiliando a Mesa sempre que solicitado.

SEÇÃO V – DOS SECRETÁRIOS

Art. 22 - São atribuições do primeiro secretário:


I - Ser o responsável pela lavratura das atas das sessões;
II - Encaminhar à diretoria executiva, para guarda e arquivo, as atas, relatórios, pareceres e
outros documentos da assembleia geral.

Art. 23 - São atribuições do Segundo Secretário:


I - Ler a matéria do expediente em cada sessão e executar outras tarefas afins, quando
solicitado pelo Presidente;
II - Substituir o primeiro secretário nos seus impedimentos.

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Art. 24 - As atas das Assembleias Gerais poderão ser apreciadas e aprovadas na mesma
Assembleia ou, no máximo, na Assembleia seguinte.

SEÇÃO VI – DOS PRESIDENTES EMÉRITOS

Art. 25 - A ABIBET poderá eleger Presidentes Eméritos em caráter vitalício, observados os


seguintes critérios:
I - Ter sido Presidente ou Vice-presidente da ABIBET;
II - Ter idade igual ou superior a 70 anos.

CAPÍTULO V – DAS COMISSÕES NAS ASSEMBLEIAS


SEÇÃO I – DA PARTE GERAL

Art. 26 - Durante a realização da assembleia, poderão funcionar as Comissões Especiais


que seguem, constituídas de 03 (três) membros cada, eleitas pela mesa diretora:
I - Comissão Escrutinadora;
II - Assuntos Especiais.

Art. 27 - O quórum para funcionamento de qualquer Comissão é de maioria absoluta


dos seus membros.

Art. 28 - Não poderão ser indicados para quaisquer das comissões mencionadas neste
capítulo os membros da diretoria da ABIBET, diretoria executiva e empregados.

Art. 29 - Caberá ao Presidente da ABIBET indicar substituto, em plenário, para qualquer


membro de Comissão impossibilitado de nela continuar.

SEÇÃO II – DA COMISSÃO ESCRUTINADORA

Art. 30 - A Comissão Escrutinadora, composta de 03 (três) membros, tem por finalidade


contar os votos dos delegados, quando da eleição da Diretoria Administrativa da ABIBET ou
quando solicitado pelo Presidente.

SEÇÃO III – DOS RELATÓRIOS

Art. 31 - Em cada Assembleia Geral Ordinária, a Diretoria Executiva apresentará relatórios,


deles constando obrigatoriamente:
I – As Atividades realizadas;
II - Informações quanto ao cumprimento dado às determinações da Assembleia Geral do
último ano e dos anos anteriores porventura pendentes;
III - Informações resumidas sobre a execução operacional das atividades fins, com
demonstrativo por área de atuação, os métodos empregados, as metas realizadas e os
recursos financeiros utilizados;
IV – Planejamento Estratégico;
V – Demonstrações Financeiras;
VI – Caso possua, relação de imóveis próprios e sua regularidade da titularidade, localização
e situação de utilização; declaração afirmando ter entregue ao Conselho Fiscal da CBB as
Certidões da Organização diante das Fazendas Federal, Estadual, Municipal, Previdência
Social, FGTS e processuais;
V – Outras Informações.

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CAPÍTULO VI – DO DIRETOR-EXECUTIVO E SUAS ATRIBUIÇÕES

Art. 32 - Compete ao diretor-Executivo, além das atribuições previstas no art. 17 do Estatuto:


I - Coordenar as atividades executivas da diretoria, assessorá-la no desempenho de suas
funções, bem como promover os fins da ABIBET, na forma do Estatuto e deste Regimento,
executando as decisões emanadas da Assembleia e diretoria e que a ele, Diretor Executivo,
forem atribuídas;
II - Coordenar e gerenciar, as atividades executivas da ABIBET;
III - Elaborar o planejamento estratégico, juntamente com a diretoria da ABIBET;
IV - Organizar e submeter a Diretoria, em forma de manual operacional, a estrutura
interna da ABIBET;
V - Administrar os serviços de escritório, tendo sob sua responsabilidade o patrimônio, a
documentação e os arquivos da ABIBET;
VI - Prestar relatórios de suas atividades a diretoria e preparar a minuta do relatório anual a
ser submetido à Assembleia Geral;
VII - Assinar, juntamente com o Presidente ou seu substituto legal, os títulos de
responsabilidade financeira, em nome da ABIBET;
VIII - Elaborar, em conjunto com o Presidente, a ordem do dia das reuniões da diretoria;
IX - Superintender durante as Assembleias Gerais:
a) O serviço de arrolamento de Delegados;
b) A administração das verbas;
c) A publicação em cada Assembleia Geral da ABIBET;
d) A documentação referente a cada Assembleia Geral, recebida da Mesa;
e) A fixação ou distribuição de impressos e material de propaganda, no recinto da
Assembleia Geral.

Art. 33 - O Diretor-Executivo será avaliado a cada 04 (quatro) anos ou a qualquer tempo,


por motivo justificado, com vistas a sua permanência ou não no cargo que ocupa.
Parágrafo Único - A avaliação que trata o caput será feita mediante parecer por escrito da
diretoria da ABIBET, que será encaminhado à Assembleia Geral para deliberação.

CAPÍTULO VII – DO CONSELHO FISCAL

Art. 34 - O Conselho Fiscal é o órgão responsável pela fiscalização econômico-financeira e


patrimonial do Conselho Geral e das organizações executivas e/ou auxiliares.
§ 1° - O Conselho Fiscal será constituído de 03 (três) membros e mais 1 (um) suplente,
eleitos pala Assembleia Geral da ABIBET.
§ 2° - Os membros do Conselho Fiscal terão mandato de 03 (três) anos e será renovado pela
terça parte em cada Assembleia Geral Ordinária.
§ 3° - O Conselho Fiscal prestará relatórios diretamente à Assembleia Geral.

Art. 35 - O Conselho Fiscal terá as seguintes atribuições:


I - Fiscalizar os atos e fatos do administrador – Diretor Executivo, verificando o cumprimento
de seus deveres legais e estatutários, avaliando a situação econômico-financeira;
II - Encaminhar os respectivos relatórios da fiscalização efetuada, à Diretoria da ABIBET
para conhecimento;
III - Apresentar à Assembleia Geral o resultado da fiscalização efetuada;
IV - Acompanhar o processo de auditoria independente, credenciada no Conselho Regional
de Contabilidade e na Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
Parágrafo Único – Caso a ABIBET venha auferir receita bruta anual até R$ 200.000,00
(duzentos mil reais), ficará dispensada de contratar auditoria independente para ter seus
relatórios apreciados pelo Conselho Fiscal, sendo este valor atualizado anualmente pelo INPC.

23
Art. 36 - A diretoria Executiva atenderá às solicitações do Conselho Fiscal, pondo à sua
disposição todos os livros contábeis, documentos e balanços, em tempo hábil.

Art. 37 - Nenhum membro do Conselho Fiscal receberá remuneração, devendo ser


reembolsado pelas despesas feitas no exercício da sua função.

Art. 38 - O parecer do Conselho Fiscal deve ser elaborado numa linguagem acessível ao
plenário, contendo, indispensavelmente, os seguintes itens:
I - Considerações preliminares;
II - Recomendações, devidamente justificadas, para apreciação da Assembleia Geral;
III - Sugestões a serem encaminhadas à ABIBET.

CAPÍTULO VIII – DA OUVIDORIA

Art. 39 - A ABIBET contará com uma Ouvidoria, com a finalidade de ouvir, analisar e dar
parecer à Diretoria sobre os assuntos a ela enviados.
Parágrafo Único - São requisitos para exercer a Ouvidoria:
I - Pertencer aos quadros de uma Associada;
II - Ter formação Teológica ou Ministerial;
III - A Associada a que pertence estar adimplente com a ABIBET.

CAPÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40 - Qualquer proposta feita em plenário que resultar em despesas não previstas só
poderá ser acatada se nela estiver, claramente, indicada a fonte dos recursos necessários
para sua execução.
Parágrafo Único - Caso não seja possível fazer essa explicitação no momento, se a proposta
for julgada relevante, o assunto poderá ser encaminhado à diretoria para estudos.

Art. 41 - As normas do Manual de Regras Parlamentares da Convenção Batista Brasileira


integram este regimento.

Art. 42 - O presente Regimento entrará em vigor na data de sua aprovação pela ABIBET e
só poderá ser reformado em Assembleia Geral Ordinária, de cuja convocação conste o item
Reforma do Regimento Interno.

Aprovado em Natal, no dia 24 de abril de 2019.

24
5. CÓDIGO DE ÉTICA

Apresentação
Este Código de Ética estabelece os preceitos básicos de conduta das Instituições filiadas
à Associação Brasileira das Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET), e devem
ser observados e divulgados. As ações das Instituições Batistas de Ensino Teológico (IBET)
devem ser exemplo de ética cristã e conduta para todos com quem se relacionam. Desse
modo, devemos observar as disposições das Leis vigentes, do Estatuto e Regimento Interno
e deste Código na forma que se segue.

CAPÍTULO I
Dos objetivos e abrangência

Art. 1º - O Código de Ética da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico


(ABIBET), tem por objetivo estruturar os princípios e valores que norteiam as ações e os
compromissos de conduta institucionais, nas relações entre as instituições filiadas, bem como nas
relações entre essas instituições e a ABIBET. Com efeito, busca-se, por meio deste documento:
I. Estabelecer um mecanismo de fortalecimento institucional e de princípios éticos efetivos que
representem os valores preconizados pela ABIBET em seus documentos;
II. Orientar a conduta das Instituições Batistas de Ensino Teológico (IBET) filiadas, de seus
gestores, docentes, discentes e demais colaboradores;
III. Conferir certificação de conduta para as IBET devidamente credenciadas que atenderem aos
requisitos contidos nesse Código;
IV. Tornar públicas as regras éticas de conduta das IBET, para que a sociedade possa reconhecer
a integridade e a lisura de suas atividades, bem como a qualidade do ensino ministrado;
V. Preservar a imagem, o nome, a marca e a reputação das IBET portadoras da certificação respectiva;
VI. Garantir o respeito aos preceitos constitucionais; e
VII. Difundir e consolidar a cultura da defesa do respeito mútuo entre as IBET no Brasil.
Art. 2º - Este Código de Ética é de observância obrigatória a todas as instituições filiadas, a
diretoria da ABIBET, o diretor executivo, o Conselho Fiscal, e todas as demais comissões, sejam
de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
direta ou indiretamente.

CAPÍTULO II
A ABIBET e a Sociedade

Art. 3º - Este Código de Ética se pauta, em suas relações com a sociedade, tanto secular
quanto eclesiástica, pelo mais elevado padrão ético, bem como pelos princípios e valores
fundamentais orientadores deste Código de Ética, assumindo o compromisso de regular tais
relações por meio de procedimentos imparciais, isonômicos, transparentes, idôneos e em
conformidade com a legislação pertinente.

CAPÍTULO III
A ABIBET e o Poder Público

Art. 4º - A ABIBET e as Instituições Filiadas buscarão desencorajar e prevenir quaisquer


tipos de corrupções, plágios ou outras fraudes. Caberá, também, ao Comitê de Ética da
ABIBET mediar quaisquer conflitos entre os interesses privados das instituições que
ultrapassarem os limites da legislação vigente. Não seremos coniventes com quaisquer atos
lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, ou a qualquer outra instituição ou
indivíduos com os quais a ABIBET mantenha vínculo.
Art. 5º - A atuação da ABIBET se pautará pelo respeito aos projetos e às políticas
governamentais vigentes, desde que estes não contrariem os valores norteadores e
historicamente afirmados pela ética cristã, buscando a prestação de serviços de forma
responsável e respeitosa com o interesse público.

CAPÍTULO IV
A ABIBET e a CBB

Art. 6º - A ABIBET de manterá leal a Convenção Batista Brasileira, apoiando sua missão e
cooperando com suas organizações, jamais trazendo prejuízos, seja em atos ou palavras, ao
bom relacionamento e ao decoro.

CAPÍTULO V
A ABIBET e as Instituições Filiadas

Art. 7º - A diretoria da ABIBET deverá:


I. Não fazer uso do mandato para auferir benefícios pessoais ou para exercer atos que prejudiquem
os interesses da ABIBET;
II. Abster-se de divulgar informações de maneira sensacionalista, promocional ou inverídica;
III. Não divulgar ou comentar fatos cuja veracidade e procedência não tenham sido confirmadas
ou identificadas;
IV. Preservar o sigilo das informações a que tem acesso no exercício ou em função de sua posição
na diretoria da ABIBET.  
Art. 8º - Os representantes de instituições filiadas devem abster-se de valer-se de sua posição
funcional ou acadêmica para obter vantagens pessoais indevidas e devem também abster-se de
patrocinar interesses ou valores estranhos à missão da ABIBET
Art. 9º - As instituições filiadas não deverão apresentar como seus representantes junto à
ABIBET, pessoas com qualificação funcional ou acadêmica que não possuam nem utilizar títulos
acadêmicos e/ou eclesiásticos que possam induzir a erro;
Art. 10º - A ABIBET atuará permanentemente na prevenção e repressão ao surgimento
e manutenção de práticas que possam resultar em vantagens ou benefícios pessoais que
caracterizem conflito de interesse para as instituições, bem como participação em práticas
claramente ilegais, desleais ou contrárias aos princípios éticos.
Parágrafo único. A ABIBET deve nortear suas ações com intuito de preservar o bom
relacionamento entre as instituições filiadas, pautando sempre no compromisso da cooperação
mútua e preservando sempre o princípio da equidade.
Art. 11 - Nas relações entre as instituições filiadas, devem ser garantidos o intercâmbio de ideias
e opiniões, sem preconceitos ou discriminações entre as partes envolvidas, e o direito à liberdade
de expressão dentro de normas de cordialidade e sem quaisquer formas de desrespeito.

26
CAPÍTULO VI
Das Vedações

Art. 12 - É vedado às filiadas:


I. Atentar contra a ética, a moral, a honestidade e o decoro;
II. Fazer de sua conduta instrumento de domínio, pressão ou menosprezo a qualquer órgão
ou entidade;
III. Usar de artifícios para adiar ou dificultar o exercício regular do direito de qualquer pessoa
ou instituição, causando-lhe dano moral ou material;
IV. Alterar ou deturpar o teor de qualquer documento;
V. Permitir ou concorrer para que interesses particulares escusos prevaleçam sobre o
interesse comunitário;
VI. Aproveitar-se de sua condição econômica, seja em nível nacional ou regional, para
prejudicar instituições coirmãs.

CAPÍTULO VII
Do Comitê de Ética

Art. 13 - O Comitê de Ética, órgão da ABIBET, compõe-se de 3 (três) membros e 2 (dois)


suplentes, eleitos pela Assembleia Geral da ABIBET, vinculados à diferentes instituições
associadas, com mandato de 2 (dois) anos, renováveis por uma única vez.
§ 1º - O presidente da ABIBET escolherá um dos membros como coordenador, o qual terá
direito ao voto de desempate.
§ 2º - As decisões serão sempre tomadas por maioria simples.
§ 3º - No caso de alguma demanda envolver uma das associadas da qual um dos membros
do Comitê de Ética for representante, este membro será declarado impedido de atuar neste
caso específico.
Art. 14 - Cabem ao Comitê de Ética as seguintes atribuições:
I. Fixar o seu Regimento, que deverá ser aprovado pela Assembleia Geral da ABIBET;
II. Receber representação ou consulta com relação às práticas das instituições signatárias,
apurá-las de acordo com os princípios estabelecidos neste Código e informar à presidência
da ABIBET seus pareceres;
III. Sugerir a mudança de dispositivos deste Código à Assembleia Geral da ABIBET; e
IV. Executar outras atividades e atribuições determinadas pela ABIBET.

CAPÍTULO VIII
Representações e Arbitragem

Art. 15 - Quaisquer violações aos preceitos e normas estabelecidas neste Código de Ética deverão
ser denunciadas, acompanhadas da devida documentação em suporte, à diretoria da ABIBET.
I. Após recebimento, a representação será encaminhada ao Conselho de Ética da ABIBET,
que a apreciará e emitirá um parecer, depois de ouvir as partes envolvidas e analisar as
alegações e documentos apresentados por ambas as partes.
II. Por iniciativa de qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá ser dirigida Representação
escrita e identificada ao coordenador do Comitê de Ética, para que seja apurada a existência
de transgressão ao Código de Ética, praticada por instituição de ensino teológico signatária
do referido Código.
§ 1º - As representações anônimas ou que não contiverem a identificação detalhada do
representante serão imediatamente desconsideradas.
§ 2º - Da representação deverá constar uma exposição detalhada do fato constitutivo do
abuso, com todas as suas características, de modo que o representado possa entender o
pedido e defender-se, como de direito.

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§ 3º - A iniciativa da representação é do representado ou, se por motivo de saúde, encontrar-
se impossibilitado de fazê-lo, de seu representante legal.
I. Prescreverá o direito de queixa ou representação se o representado não o exercer dentro
do prazo de até 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da ocorrência geradora da queixa
ou representação.
II. A notória intenção de prejudicar uma instituição coirmã, manifestada no caso de
representação sem o necessário fundamento, será objeto de censura pública contra o seu
autor, se assim decidir o Comitê de Ética.
III. Recebida a representação, o coordenador designará um relator para decidir sobre a sua
aceitação ou não.
Parágrafo Único – Aceita a representação, o relator dará início à fase de instrução, sendo
obedecido, tanto quanto possível, o sistema de rodízio.

Aprovado em Natal, no dia 24 de abril de 2019.

28
6. INGRESSO E PERMANÊNCIA NA ABIBET

6.1 Regulamento para ingresso e permanência na ABIBET

6.1.1. Exigências para ingresso


Para que uma instituição seja recebida como Associada da ABIBET, deverão ser observados
e seguidos os seguintes passos:
1. Manifestar o desejo da instituição associar-se, através do preenchimento do formulário
digital de Pedido de Filiação, cujo modelo será fornecido pela ABIBET, que inclui
informações referentes à instituição interessada, como nome, endereço, dados de
contato, diretor, coordenador, histórico da instituição, organograma, estrutura física,
lista de cursos, número de alunos, matriz curricular, lista de professores com a respectiva
titulação, entre outros.
2. A instituição deve emitir documento digital, declarando formalmente que aceita
as Escrituras Sagradas como única regra de fé e prática, subscrevendo a Declaração
Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, demonstrando a sua identificação e fidelidade
aos princípios batistas.
3. A instituição deverá comprovar vínculo, direto ou através da sua mantenedora, à
Convenção Batista Brasileira, à uma Convenção Estadual, à uma Associação Regional de
Igrejas Batistas ou à uma Igreja Batista da Convenção Batista Brasileira.
4. Fornecer cópia digital dos documentos legais da instituição:
• Estatuto devidamente registrado no Cartório ou órgão governamental equivalente
• Cartão do CNPJ atualizado
• Inscrição na Prefeitura local
• Cédula de Identidade e CPF do Diretor da Instituição
5. Fornecer Certidões Negativas de Débito, em formato digital, das seguintes áreas:
• Fazenda Federal
• Trabalhista
• Fazenda Estadual
• Fazenda Municipal
6. Se a instituição for credenciada e tem cursos oficializados pelo MEC, anexar cópias
digitais das respectivas Portarias publicadas no Diário Oficial da União.
7. Assinar termos de conhecimento, responsabilidade e aceitação, em formato digital:
• Termo de conhecimento: do Estatuto da ABIBET e do papel da ABIBET, que
orienta as filiadas a cumprirem as exigências legais, e que se compromete em
aceitar as normas estatutárias e regimentais e as decisões oriundas das assembleias
da Associação.
• Termo de responsabilidade: em participar ativamente das atividades da ABIBET
e manter em dia seus compromissos financeiros com a ABIBET conforme decisões
em Assembleia; e de que a ABIBET não é solidária às práticas da instituição, nem a
instituição às da ABIBET em termos de responsabilidade legal; também que mantém
em dia o registro trabalhista de funcionários do corpo técnico-administrativo
e docente da instituição, assumindo inteira e irrevogável responsabilidade pelos
encargos legais, tributários, trabalhistas, previdenciários, fiscais, para-fiscais.
• Termo de aceitação: do Código de Ética da ABIBET.
8. Obedecer a nomenclatura permitida na legislação geral da educação, não utilizando
indevidamente para a sua designação e de seus cursos termos restritos às instituições
credenciadas pelo Poder Público, tais como, Faculdade, Universidade, Bacharel,
Especialização, Pós-graduação Lato Sensu ou Stricto Sensu, Mestrado, Doutorado, Curso
Superior, Ensino Superior ou seus correlatos.
9. Após o cumprimento destas exigências, a Diretoria da ABIBET designará uma
comissão, para efetuar visita “in loco” à instituição para avaliar as condições de
oferta do ensino, verificando a veracidade das informações enviadas pela instituição.
A instituição ficará responsável pelas despesas de viagem e hospedagem da comissão
visitadora. Esta comissão emitirá um parecer técnico que servirá de subsídio para a
aceitação da instituição pela assembleia.
10. Na Assembleia seguinte, o pedido de associação será apresentado ao plenário, que
subsidiado pelo parecer da comissão avaliadora, decidirá sobre a recepção da instituição
como associada. Para que o pedido seja apresentado à assembleia, a instituição deverá se
fazer presente com, pelo menos, um representante.

6.1.2. Exigências para permanência


Para que uma instituição filiada à ABIBET permaneça com o status de “associada”, deverão
ser observados e seguidos os seguintes passos:
1. Apresentar a cada quinquênio a seguinte lista de documentos, em formato digital:
• Formulário de recadastramento fornecido pela Associação.
• Documento declarando formalmente que aceita as Escrituras Sagradas como única
regra de fé e prática, subscrevendo a Declaração Doutrinária da Convenção Batista
Brasileira, demonstrando a sua identificação e fidelidade aos princípios batistas.
• Documento que comprove a continuidade de vínculo, direto ou através da sua
mantenedora, à Convenção Batista Brasileira, à uma Convenção Estadual, à uma
Associação Regional de Igrejas Batistas ou à uma Igreja Batista da Convenção
Batista Brasileira.
• Cópia dos documentos legais da instituição:
◦ Estatuto registrado (última versão)
◦ Cartão do CNPJ Atualizado
◦ Inscrição na Prefeitura local
◦ Cédula de Identidade e CPF do Diretor da Instituição
• Certidões negativas de débito:
◦ Fazenda Federal
◦ Trabalhista
◦ Fazenda Estadual
◦ Fazenda Municipal
◦ Se a instituição for credenciada e tem cursos oficializados pelo MEC,
anexar cópias das Portarias publicadas no Diário Oficial da União no
quinquênio atual.
2. Independente da data de filiação da instituição, os quinquênios acima citados
compreendem sempre anos terminados com dígitos 0 e 5 (2025, 2030, 2035, 2040, etc).

30
3. Se a instituição não atualizar o cadastro ou não entregar os documentos acima citados,
o processo resultará em desligamento automático da Associada na primeira assembleia do
ano seguinte ao quinquênio.
4. A permanência da Associada também está condicionada ao pagamento regular das suas
anuidades, bem como da frequência às assembleias, congressos e conferências, conforme
disposto no Estatuto e Regimento Interno da ABIBET.
5. Uma vez que a instituição tenha sido desligada, somente será aceita novamente após 2
anos, cumprindo todas as exigências normais de ingresso à ABIBET.

Atualizado e aprovado na Assembleia da ABIBET em Campos de Goytacazes,


em 13 de setembro de 2023.

6.2 Modelos de documentos para ingresso e permanência na


ABIBET
A seguir serão apresentados modelos de documentos para o uso no processo de
afiliação. Dentre os modelos estão o pedido de filiação, orientações e roteiro para visita in
loco para fins de afiliação e termos de conhecimento e compromisso, de responsabilidade e
aceitação do código de ética.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES
BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO
Rua José Higino, 416 – Edifício 14 – Sala 226 – Tijuca
Rio de Janeiro / RJ - CNPJ: 02.191.726/0001-84

PEDIDO DE FILIAÇÃO
Nome da Instituição:______________________________________________

Endereço completo:_______________________________________________

______________________________________________________________

Telefone Fixo:____________________ _Telefone Celular:__________________

E-mail: ___________________________ Site:_________________________

Diretor: ________________________________________________________

Telefone Diretor:___________________ Email:_________________________

Coordenador Acadêmico:__________________________________________

Telefone Coordenador: ____________________ Email:___________________

Instalações: _______ Salas de aula; _______ banheiros; ______ Setor Administrativo;


( ) Cantina; ( ) Biblioteca; ( ) área Convivência; ( ) Capela.

Biblioteca: _______ Livros. Pessoa Responsável: ______________________

Instituição Organizada em: _______________ _Mantenedor(a):____________

______________________________________________________________

Estatuto Registrado? _______________ CPNJ: _________________________

Cursos Oferecidos (com número de alunos em cada curso): _______________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

Número de funcionários administrativos:__________ _Registrados?________

Valor das mensalidades:___________________________________________

Comprometemo-nos a manter a anuidade da Associação: _________________

Anexar:

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1. Cópia do Estatuto registrado
2. Estrutura curricular do(s) curso(s)
3. Pequeno histórico dos motivos que levaram a organização da Instituição (lauda)
4. Relação dos professores, disciplinas ministradas e formação
5. Currículo do Diretor e do Coordenador Acadêmico
6. Juntar algumas fotos do prédio e estrutura da Instituição.

Data: _________/ __________ / __________

Responsável pelo preenchimento dos dados: ________________________________

______________________________________________________________

_______________________________________________________
Assinatura do Representante da Instituição

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BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO
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ORIENTAÇÕES PARA A VISITA IN LOCO PARA FINS DE AFILIAÇÃO

Para facilitar o trabalho do avaliador, durante a visita in loco, solicitamos que a


instituição tome as seguintes providências:

1. Disponibilizar uma sala de trabalho que possa ser utilizada pelo avaliador;

2. Agendar horário de entrevista com:


• Diretor(a) da instituição
• Coordenador(a) do curso
• Representante da denominação / mantenedora

3. Preparar os seguintes documentos:


• Estatuto da instituição (mantenedora)
• Regimento interno da instituição
• Organograma da instituição
• Cartão do CNPJ atualizado da mantenedora e/ou mantida
• Alvará de funcionamento da instituição
• Certidões negativas da Receita Federal, Previdência Social e Justiça do Trabalho
• Lista de professores, constando titulação, área de formação, denominação
eclesiástica, carga horária dedicada e forma de vínculo empregatícia
• Lista dos demais funcionários, constando área de atuação, carga horária e forma
de vínculo
• Declaração de fé da instituição
• Declaração de visão, missão e valores
• Portarias do Ministério da Educação, em caso instituição credenciada
• Relação de cursos e quantidades de alunos por curso
• Matriz curricular do curso de teologia
• Orçamento e demonstração contábil da instituição

4. Proporcionar o acesso a todas as instalações da instituição

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES
BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO
Rua José Higino, 416 – Edifício 14 – Sala 226 – Tijuca
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ROTEIRO DE VISITA IN LOCO PARA FINS DE AFILIAÇÃO

1. ASPECTOS DENOMINACIONAIS

1.1 Vínculo com os Batistas


• A instituição possui vínculo com a Convenção Batista Brasileira, Convenção Estadual,
Associação de Igrejas ou Igreja Local?
• Como está esta relação?
• Há algum documento comprobatório deste vínculo ou parceria?

1.2 Declaração Doutrinária da CBB


• A instituição subscreve a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira?
• Ou a instituição possui alguma declaração de fé própria? Neste caso, ela está de acordo
com a Declaração Doutrinária da CBB?

2. ASPECTOS LEGAIS

2.1 Mantenedora
• Quem é a mantenedora da instituição?
• Qual o CNPJ da mantenedora?
• Qual a situação legal da pessoa jurídica? Está devidamente ativa?
• A mantenedora possui estatuto? Está devidamente registrado?
• A situação diante da Justiça do Trabalho, Receita Federal, Previdência, etc, está em
dia?

2.2 Mantida (Instituição)


• A instituição possui CNPJ próprio (filial)? Ou utiliza o CNPJ da mantenedora?
• A instituição possui regimento interno?
• A instituição possui alvará de funcionamento do local onde se encontra?
• A situação diante da Justiça do Trabalho, Receita Federal, Previdência, etc, está em
dia?

2.3 Credenciamento no MEC


• A instituição possui credenciamento no Ministério da Educação?
• O curso de teologia está autorizado ou reconhecido pelo MEC?
• Em caso de não estar credenciada, a instituição toma o devido cuidado de não utilizar
nomenclaturas (bacharelado, curso de graduação, pós-graduação, mestrado) de
atribuição exclusiva do Ministério da Educação?

3. ASPECTOS ADMINISTRATIVOS

3.1 Organização
• A instituição possui uma declaração de visão, missão e valores?
• A instituição possui um organograma de funcionamento?
• A instituição evidencia seu funcionamento de acordo com o organograma apresentado?

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3.2 Direção
• Quem é o(a) diretor(a) da instituição?
• Qual a titulação do(a) diretor(a)? Em que área do conhecimento?
• Qual a duração do mandato do(a) diretor(a)?
• Como acontece a sucessão da direção da instituição?

3.3 Coordenadores
• A instituição possui coordenadores de área?
• Quais e em que áreas atuam?
• Possuem formação na sua área de atuação?

3.4 Funcionários
• Quantos e quais funcionários trabalham na instituição?
• Qual o tipo de registro dos funcionários?
• Os funcionários existentes atendem suficientemente as demandas da instituição?

3.5 Viabilidade Financeira


• Quais são as fontes de receitas da instituição?
• A instituição apresenta viabilidade financeira e equilíbrio entre suas receitas e
despesas?
• Em caso de alguma contingência financeira, a quem a instituição recorre?

4. ASPECTOS ACADÊMICOS

4.1 Coordenador do Curso


• Quem é o coordenador do curso da instituição?
• Qual a titulação e área de titulação do(a) coordenador(a)?
• Quanto tempo de experiência o(a) coordenador(a) tem na função e na área de teologia?
• Qual a carga horária que o(a) coordenador(a) dedica à sua função?

4.2 Docentes
• Quantos docentes a instituição possui?
• Qual a titulação dos docentes? Quantos doutores, mestres, especialistas,
graduados...
• Os docentes possuem titulação reconhecida pelo Ministério da Educação?
• Os docentes possuem formação na área de teologia? Qual a porcentagem de professores
com formação específica em teologia?
• Os docentes possuem vínculo com a denominação batista? Qual a porcentagem de
professores batistas na instituição?
• Qual a forma de vínculo empregatício dos docentes da instituição?
• A carga horária dos professores é compatível com as necessidades do curso?

4.3 Matriz Curricular


• A instituição possui uma matriz curricular definida para o seu curso?
• A matriz curricular contempla devidamente a área de teologia?
• A matriz curricular contempla devidamente o preparo bíblico do estudante?
• A matriz curricular contempla devidamente a formação pastoral e missionária?
• A matriz curricular contempla o vínculo com a confissão de fé batista?
• A matriz curricular contempla a relação entre teoria e prática através de estágio
supervisionado no decorrer do curso?
• A matriz curricular contempla a elaboração de um trabalho de conclusão de curso?

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4.4 Outros Cursos
• Além do curso de formação em teologia, a instituição possui outros cursos?
• Quais? Em que área? Em que nível (extensão, pós, EaD, etc)?

4.5 Discentes
• Quantos estudantes a instituição possui em cada curso?
• Qual a porcentagem de estudantes concluintes em relação aos ingressantes?
• Os estudantes provêm apenas de igrejas batistas ou de outras denominações?
• Qual a proporção de estudantes da denominação e de outras igrejas?

4.6 Produção Acadêmica


• Os docentes e discentes são incentivados à produção literária (livros, artigos, resenhas)?
• A instituição possui algum periódico próprio para publicações?
• O periódico está atualizado? Qual a sua periodicidade? Qual o meio de publicação?

5. ASPECTOS ESTRUTURAIS

5.1 Estrutura Física


• A estrutura física da instituição é própria, alugada ou cedida?
• A estrutura física está devidamente legalizada (averbação, habite-se, bombeiros, etc)?
• Qual a área total (terreno e construções) da instituição?

5.2 Ambientes
• Quantas salas de aula a instituição possui?
• As salas apresentam condições mínimas em termos de espaço, iluminação, mobília, etc?
• A instituição possui ambientes adequados para suas atividades (auditório, secretaria,
sala de direção, sala de coordenação, sala de professores, sanitários, etc)?
• A instituição possui seus espaços físicos adaptados adequadamente para pessoas
portadoras de necessidades especiais?

5.3 Biblioteca
• A instituição possui biblioteca disponível aos seus docentes e discentes?
• Qual a quantidade de livros e outros materiais disponíveis no acervo?
• O acervo disponível é compatível com o curso de teologia e a matriz curricular?
• Qual a forma de acesso dos estudantes ao acervo? O acervo está informatizado?
• A instituição possui um plano de expansão do acervo da biblioteca?
• A instituição possui bibliotecário(a) responsável pelas atividades técnicas?

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NOME DA INSTITUIÇÃO
Logo da
Rua Xxxxxx, 000, Bairro – Cidade / UF
instituição
CNPJ: 00.000.000/0000-00

TERMO DE CONHECIMENTO E COMPROMISSO

A Direção, Corpo Docente e Corpo Técnico-Administrativo do(a) [NOME DA


INSTITUIÇÃO], inscrito(a) no CNPJ sob o nº [00.000.000/0000-00], com sede na
[ENDEREÇO COMPLETO], declara para os devidos fins que têm conhecimento do Estatuto
da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET),
bem como do seu papel, e compromete-se a aceitar as normas estatutárias e regimentais
da Associação, bem como todas as decisões oriundas de suas assembleias ordinárias e
extraordinárias.
Outrossim, declaramos ter ciência de que o descumprimento do compromisso ora
assumido resultará no desligamento da instituição do rol de afiliadas à ABIBET (Art. 7º,
inciso III, do Estatuto).

Cidade, UF, ___ de __________ de ________.

___________________________________________
Representante Legal da Instituição
CPF do representante legal

Carimbo da
Instituição

38
NOME DA INSTITUIÇÃO
Logo da
instituição Rua Xxxxxx, 000, Bairro – Cidade / UF
CNPJ: 00.000.000/0000-00

TERMO DE RESPONSABILIDADE

A Direção, Corpo Docente e Corpo Técnico-Administrativo do(a) [NOME DA


INSTITUIÇÃO], inscrito(a) no CNPJ sob o nº [00.000.000/0000-00], com sede na
[ENDEREÇO COMPLETO], declara para os devidos fins que têm conhecimento da taxa
de anuidade para com a Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino
Teológico (ABIBET), e compromete-se a manter em dia a referida taxa, viabilizando o
bom funcionamento das finalidades da Associação, estando ciente de que o descumprimento
poderá resultar no desligamento da instituição do rol de afiliadas à ABIBET (cf. Art. 7º,
inciso VI, do Estatuto).
Outrossim, comprometemo-nos a participar regularmente das atividades da
ABIBET, sejam elas assembleias, conferências, congressos, fóruns, etc, contribuindo para a
execução dos objetivos e das finalidades da Associação. Também assumimos o compromisso
de manter atualizados os dados cadastrais de nossa instituição junto à Associação.

Cidade, UF, ___ de __________ de ________.

___________________________________________
Representante Legal da Instituição
CPF do representante legal

Carimbo da
Instituição

39
NOME DA INSTITUIÇÃO
Logo da
instituição Rua Xxxxxx, 000, Bairro – Cidade / UF
CNPJ: 00.000.000/0000-00

TERMO DE ACEITAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA

A Direção, Corpo Docente e Corpo Técnico-Administrativo do(a) [NOME DA


INSTITUIÇÃO], inscrito(a) no CNPJ sob o nº [00.000.000/0000-00], com sede na
[ENDEREÇO COMPLETO], declara para os devidos fins que têm conhecimento do Código
de Ética da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico
(ABIBET) e que se compromete a aceitar os princípios deste código, bem como a zelar por
sua aplicação na Associação.
Outrossim, declaramos ter ciência de que o descumprimento deste compromisso
ora assumido resultará no desligamento da instituição do rol de afiliadas à ABIBET (Art. 7º,
inciso III, do Estatuto).

Cidade, UF, ___ de __________ de ________.

___________________________________________
Representante Legal da Instituição
CPF do representante legal

Carimbo da
Instituição

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7. PROJETO PEDAGÓGICO DE TEOLOGIA DA
CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA (PPT-CBB)
Grupo de Trabalho
Pr. Vanedson Ximenes (Relator)
Pr. Reinaldo Arruda Pereira (Vice-relator)
Pr. Claiton André Kunz
Pr. Jaziel Guerreiro Martins
Pr. Luiz Alberto Sayão
Prof. Valseni Pereira Braga

Aprovado na 10ª Sessão da 97ª Assembleia da CBB


em 23 de abril de 2017, em Belém / PA

Prefácio

A Convenção Batista Brasileira (CBB) desde seu início esteve consciente da


necessidade e importância da Educação Teológica e Ministerial tanto que, em sua primeira
Assembleia em junho de 1907, foi criado organismo para administrar a formação teológica
dos vocacionados ao ministério da Palavra. Ao longo de todo o tempo, nossa filosofia tem
dedicado um capítulo para definir e orientar esta direção, como demostrado a seguir:
A Educação Teológica e Ministerial visa à formação especializada de pessoas
vocacionadas, que dedicaram suas vidas à obra do Senhor, na igreja, na denominação e no
mundo. Deve ser cristocêntrica e bibliocêntrica e oferecer aos vocacionados a oportunidade de
aperfeiçoamento de suas atitudes, habilidades e ações, inspiradas no exemplo de Jesus Cristo.
A Convenção incumbe-se de estabelecer as normas e diretrizes das instituições
teológicas a ela vinculadas, zelando pela excelência da qualidade de ensino e do seu produto.

Diretrizes
Estabelecer como objetivo do Programa de Educação Teológica e Ministerial a visão
acadêmica de estímulo à pesquisa e aprofundamento intelectual; participação na vida
denominacional; interesse prático; fidelidade à Bíblia e às doutrinas e princípios dos Batistas.
Promover e estimular o ensino teológico, tendo em vista o preparo dos obreiros,
respeitada a diversidade de dons e vocações.
Diante da diversidade de dons e vocações, oferecer gratificação para pastores,
evangelistas, músicos, educadores religiosos, docentes e habilitações para ministérios de
áreas diversas, com o fim de atender às necessidades das igrejas, da obra missionária e das
instituições denominacionais.
Por reconhecer a importância da Educação Teológica e Ministerial e a necessidade
de seu desenvolvimento, estimular e apoiar o surgimento de projetos, programas e a
constituição de fundos que visem à formação de docentes, mestres e doutores capazes de
atender à variada demanda do magistério teológico, ministérios especiais e produção de
literatura no campo teológico e ministerial.
Incentivar pastores e igrejas a serem cuidadosos na recomendação de candidatos aos
seminários; a se envolverem em programas de apoio, sustento, educação e treinamento de
vocacionados; a cultivarem o compartilhamento do discipulado, visando à formação de um
ministério forte e dedicado ao trabalho cristão.
Estimular as instituições teológicas, os pastores e as igrejas a que desenvolvam
e realizem programas de estágios, visando à formação prática do estudante, a partir de
experiências concretas nos diversos ministérios das igrejas e dos pastores.

Ministérios
A Bíblia apresenta ministérios variados. A Convenção, em consequência, incumbe-se
de desenvolver programas que confrontem pessoas com a chamada de Deus e as eduquem,
treinem e reciclem para que se dediquem a esses ministérios, incentivando as igrejas ao seu
aproveitamento.

Diretrizes
Incentivar as igrejas a:
a) Reconhecerem o valor do ministério pastoral e outros para sua edificação e crescimento;
b) Sustentarem dignamente seus ministérios;
c) Valorizarem o ideal de um ministério de dedicação integral;
d) Manterem bom relacionamento com seus pastores;
e) Preservarem a ética do ministério pastoral e outros ministérios.
Motivar as igrejas para que participem do sustento dos vocacionados, de sua educação,
de sua preparação e do seu treinamento prático.
Reconhecer que a vocação é dada por Deus, para o cumprimento de seu propósito
eterno na história, ser cumprido pela igreja e que a formação do ministério existe em função
da igreja, em face das necessidades do mundo.
Reconhecer o ministério de crente, também chamado para servir na obra cristã e, por
essa razão, incentivar e apoiar programas de ensino, de discipulado e treinamento para sua
capacitação em todas as áreas do serviço cristão.
Considerando que vivemos um tempo de novos desafios e novas tecnologias,
considerando o desenvolvimento das metodologias de ensino, a Convenção elaborou dentro
da sua filosofia, por meio de um grupo de trabalho, este Projeto Pedagógico para ser seguido
por todas nossas instituições de ensino ministerial.

Sócrates Oliveira de Souza


Diretor Executivo

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1. Apresentação

“Não estamos propondo um novo caminho; o que propomos é


um jeito novo de caminhar” (Thiago de Mello).

A Teologia, a educação ministerial, os estudos teológicos e a formação pastoral são


indissociáveis da Bíblia, a Palavra de Deus, da Vida e da igreja. São também inseparáveis
às necessidades do tempo presente, do contexto em que vivemos e de uma visão ampla e
prospectiva do futuro. E essa indissociabilidade alimentou os sonhos, despertou a volição e
sustentou os desejos da Diretoria da Convenção Batista Brasileira (CBB) e de sua liderança
executiva no quadriênio 2014/2017, para que se elaborasse um Projeto Pedagógico de
Teologia (PPT). O que era sonho e desejo foi se transformando em realidade com suas
letras, palavras, linhas, frases e parágrafos, o que sintetiza concepções, ideias, princípios,
fundamentos e diretrizes para formação teológico-ministerial no Brasil Batista.
O Projeto Pedagógico de Teologia da Convenção Batista Brasileira (PPT-CBB)
foi uma proposta do presidente da CBB, o Pr. Vanderlei Batista Marins. A construção
e a elaboração deste projeto foram pautadas em discussões em grupos, reuniões do
Conselho da CBB1 , Congressos2 e encontros3 organizados pela ABIBET em diferentes
reuniões do Brasil. Nas muitas reuniões e nos diversos encontros que foram realizados,
diferentes disciplinas, temas, problemas e “teses” pertinentes à formação teológico-
ministerial foram pensados, tratados e geraram importantes subsídios para a elaboração
deste projeto.
A ideia geradora deste projeto, no entanto, surgiu inicialmente pela recomendação
da CBB feita à ABIBET, em outubro de 2015, concernente à elaboração de uma matriz
curricular para a teologia. O que a CBB buscava era, tão somente, a confecção e/ou
a proposição de uma matriz curricular para o curso de teologia que refletisse clara e
coerentemente os ideais, a identidade e a linha teológica para a formação ministerial dos
batistas brasileiros.
A recomendação da CBB foi aceita pela ABIBET e sua diretoria, capitaneada pelo
presidente, o Pr. Vanedson Ximenes, começou a agir, munir esforços e a agregar pessoas,
no sentido de construir o que fora recomendado: elaborar uma matriz curricular. Após
a realização de algumas reuniões e muitas discussões, diálogos e debates, constatou-
se que os desafios que envolviam a educação teológico-ministerial eram maiores e iam
além da elaboração de uma matriz curricular.
Diante deste importante impasse, algumas perguntas surgiram. O que fazer? Que
caminho trilhar? Qual o papel e a contribuição da ABIBET para a educação teológico-
ministerial? O que a teologia e a formação teológico-ministerial batista realmente precisa?
Para a CBB, ter uma matriz é importante, mas sua elaboração será suficiente para gerar
coesão e alinhamento na formação teológico-ministerial? A partir dessa problematização
oriundas de perguntas de difíceis respostas e um amplo processo de discussão e diálogo
a respeito delas e do que elas envolviam, que é o ensino teológico, houve o consenso na
comissão teológica sobre a necessidade de se dar um passo maior e mais complexo, mas
também processual e, por ser consultivo e democrático, mais demorado, que foi o de
construir e sistematizar um Projeto Pedagógico de Teologia para a CBB.
A decisão de elaborar um projeto pedagógico e não apenas uma matriz curricular
foi uma escolha difícil, complicada, carregada de temores e também “prolixa” de sonhos,
desejos, perspectiva, “promessas” e esperança. No momento da tomada de decisão, a
1
Reunião realizada no Rio de Janeiro, em 03 de março, em 06 de junho, e 26 de outubro de 2016; em Vitó-
ria, ES, nos dias 08 e 09 de julho de 2016.
2
Congresso Teológico realizado no Rio de Janeiro, de 17 a 19 de outubro de 2015, e em Recife, de 08 a 11
novembro de 2016.
3
Encontro no Rio de Janeiro, dias 27 a 29 de junho, em Curitiba 17 e 18 de agosto de 2016;

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certeza que se tinha era a do grande desafio que surgia. Mas, com o passar do tempo a
escolha de se construir um PPT mostro-se necessária, acertada, sábia, prudente e de caráter
estratégico tanto para a CBB, quanto para a educação e o ensino teológico-ministerial.
Durante toda a caminhada de trabalho, discussão, reflexão e elaboração do
PPT, a preocupação central no que se refere ao ensino-aprendizagem, foi a qualidade
organizativa, pedagógica e acadêmica do curso de teologia. No que tange ao vocacionado
e egresso do curso, o ponto crucial é a formação integral, com ênfase no “aprender a
fazer, conhecer, conviver e ser”, o que poderá, por um lado, ampliar os horizontes da
formação teológica-ministerial e, por outro, reafirmar o entrelaçamento entre teologia,
ministério e educação para o desenvolvimento de habilidades e competências.
No que concerne aos seminários e faculdades a preocupação principal foi a
consideração e o respeito à sua autonomia e valorização do contexto regional peculiar
que possuem, o que deve ser preservado e respeitado sempre. Salienta-se, nesse aspecto,
a importância de se pensar e de trabalhar com a flexibilidade curricular e a diversidade
de projetos de curso de teologia.
Cientes de que a ideia de flexibilização e de diversidade, o que é muito caro
para os batistas, PPT vincula-se à necessidade de conceder maior plasticidade, maior
maleabilidade, ao que se quer flexionar, destituindo-o da “rigidez tradicional”. Contudo,
é viável, prudente e salutar que os seminários e faculdades batistas, por mais livres e
autônomos que sejam, e tenham flexibilidade curricular, busquem uma aproximação e
um alinhamento com aquilo que é marco identitário dos batistas brasileiros.
No que tange à identidade batista, a preocupação principal foi referente à educação
teológico-ministerial, que deve ser planejada, organizada e desenvolvida em sintonia
com a igreja e a prática eclesial e ministerial. Em consonância com essa preocupação,
destaca-se a centralidade da Bíblia, revelação de Deus em linguagem humana, fonte de
conhecimento e de verdades espirituais e suprema autoridade em assuntos de fé.
Toda essa preocupação possibilitou a que se pensasse na ideia de um PPT que
contemplasse e explicitasse a filosofia de educação da CBB, princípios, diretrizes
educativas, eixos formativos e uma matriz curricular nos cursos de teologia, a qual é
comum e necessária a todo projeto pedagógico. Contudo, é preciso esclarecer que
todos os componentes do PPT são apenas sugestões, orientações, encaminhamentos e
referências que podem contribuir para uma maior aproximação e/ou um alinhamento
teológico-educativo-curricular para os batistas brasileiros.
O PPT, nessa perspectiva, é um documento que foi pensado e construído para
orientar e servir de norte e de referência para a educação teológico-ministerial batista.
Mesmo assim, pensa-se o PPT como um documento aberto, histórico, passível de revisão
e reconfiguração e que se situa num horizonte de possibilidades em relação ao que a CBB
almeja e pretende com educação teológico-ministerial. Nesse sentido, o PPT assume uma
dimensão política e uma dimensão prática, já que o mesmo pressupõe uma aproximação
educacional, um alinhamento teológico e um diálogo e uma interação com as instituições
de ensino e sua realidade regional.
Para os batistas brasileiros, ter um Projeto Pedagógico de Teologia (PPT-CBB)
pensado, elaborado, construído, sistematizado e aprovado pelo Conselho da Convenção
é uma grande vitória. O PPT é também um marco institucional, uma ação cuidadosa
e estratégica da Convenção, uma possibilidade de coesão, alinhamento e unidade na
formação teológico-ministerial e um sonho que está se tornando uma realidade.
O PTT-CBB é, portanto, uma carta de navegação, uma bússola que indica o rumo a
seguir e uma construção coletiva que requer uma revisão e modificação. O PPT é também
uma “carta” de intenção em que os batistas apresentam sua identidade teológica, mostram
o que pensam e querem da educação teológico-ministerial e estabelecem os passos para
se chegar onde desejam.

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A razão para a construção do PPT e a proposta de educação teológico-ministerial
aqui apresentada tem a ver com nossa vivência e experiência no ensino teológico e uma
profunda convicção de fé: teologia é diálogo, encontro, conversa e conhecimento de Deus.
Nesse sentido, a teologia é também o pensamento teológico, conforme afirma Ferreira
(2014:9), só consegue respirar em uma atmosfera de diálogo com Deus e a oração é
determinante para a teologia que o estudante vocacionado produzirá.

2. Contextualização do projeto

“As Escrituras não foram dadas para aumentar nosso


conhecimento, mas para mudar nossa vida” (D. L. Moody).

O Projeto Pedagógico de Teologia (PPT) da Convenção Batista Brasileira é resultado de


uma construção coletiva, processo que envolveu vários professores, diretores de faculdades e
seminários, pastores e líderes da denominação. Sua elaboração foi feita por várias mãos, com
diferentes pessoas que têm diversificadas experiências acadêmicas, e em diferentes tempos
e espaços. O PPT é muito mais do que um documento técnico-burocrático. Na verdade, o
PPT se constitui num marco político-pedagógico, numa baliza teológica da CBB no campo
da formação pastoral.
O PPT é um instrumento teórico-metodológico, político, filosófico e pedagógico da
Convenção Batista Brasileira para a educação teológico-ministerial no Brasil. A finalidade
deste documento, intitulado PPT, é nortear as diferentes e diversas propostas educativas no
campo formação teológico-pastoral para os Batistas Brasileiros. Entretanto, não podemos
deixar de considerar que este projeto foi pensado para a denominação batista e que, conforme
assevera Santos (2011), desde o século XVII, os batistas organizam-se como comunidades e
instituições diferenciadas e plantadas nos princípios democráticos.
O PPT é um documento estratégico para a educação teológica batista, e no que tange
ao ministério pastoral, diz respeito à construção de um cenário favorável no futuro. Sua meta
é a melhoria da qualidade do ensino, da aprendizagem, bem como da formação teológico-
ministerial. Esta meta exige mais dinamicidade, abrangência, profundidade e articulação,
tanto com a confissão de fé batista, quanto com o contexto de transformação que acontece
na educação, na sociedade, na denominação e no pastorado.
Os projetos, o plano e o currículo, muito mais que documentos técnico-burocráticos,
devem ser considerados instrumentos de ação política e pedagógica que garantam “uma
formação global e crítica para os envolvidos no processo, como forma de capacitá-
los para o exercício da cidadania, a formação profissional e o pleno desenvolvimento
pessoal” (Veiga: 2004, p.16).
O PPT busca informar, elucidar e consolidar as diretrizes da Convenção Batista
Brasileira (CBB) para a elaboração dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Teologia (PPCT).
Nesse sentido, o PPT servirá de guia, bússola e de orientação para a construção e a proposição
de um documento específico de cada instituição, que é o Projeto Pedagógico do Curso de
Teologia. O projeto pedagógico é um elemento de referência para a caminhada educacional
de uma instituição e dos agentes educativos que fazem parte dela.
O projeto pedagógico é a explicitação e a tentativa de tradução dos sonhos que se tem
para educação. É um documento que traduz os mais sinceros desenhos de “para onde ir” e
“quais as maneiras adequadas de chegar lá. O projeto pedagógico, de acordo com Vasconcellos
(2012), é o plano global da instituição que pode ser entendido como uma sistematização,
nunca definitiva, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada e que define claramente o
tipo de ação educativa que se pretende realizar.
Nessa direção, o projeto pedagógico de teologia (PPT) é um instrumento teórico
metodológico que visa auxiliar a CBB no enfrentamento dos desafios da formação teológico-
ministerial. Além desse importante aspecto, o PPT traz diretrizes para as faculdades e

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seminários e busca re-significar a ação de educar e de preparar ministros para o aqui e o agora,
mas também para o futuro. Como o próprio nome diz, projetar significa lançar-se à frente,
colocar-se em movimento com coragem, esperança e promessas de muitas possibilidades.

2.1. Realidade da educação teológica no Brasil batista


Ao pensar na educação teológica no Brasil, faz-se necessário e urgente que nossa
atenção seja voltada para uma profunda reflexão a respeito de sua natureza, identidade,
organização e diversificação de propostas de formação ministerial. Essa reflexão deve ser
feita também sobre as ações educativas, o que acontece na sala de aula e a respeito dos
compromissos das instituições e da equipe docente e gestora. Essa reflexão é oportuna,
pois, vivemos um momento de transição, transformação e reestruturação da educação e dos
seminários e faculdades de teologia a partir da oficialização do ensino teológico no Brasil.
Há de se considerar também na educação teológica no Brasil batista três outros
importantes aspectos, que são: a oficialização do ensino teológico, cursos de teologia
na modalidade presencial e em EAD e a manutenção de seminários e cursos livres. Vale
salientar, no entanto, que independentemente da forma em que é desenvolvida, a educação
teológica compartilha os mesmos aportes teórico-metodológicos e mesmo os fundamentos
pedagógicos das demais áreas da educação.
Junto à oficialização do ensino teológico, alguns seminários das convenções estaduais,
que antes eram os encarregados de preparar teologicamente os pastores e ministros,
buscaram e estão buscando o credenciamento no MEC, inserindo-se no contexto do ensino
superior e das IES. Em vários estados do Brasil, muitos seminários se organizaram, segundo
a legislação oficial, se credenciaram e buscaram autorização de funcionamento como
faculdade no MEC, e tornaram-se faculdades de teologia.
Assim, a existência de cursos de bacharel em teologia autorizados e reconhecidos pelo
MEC já é uma realidade patente, incontestável e irreversível. Essa condição da teologia e
do ensino teológico-ministerial se efetiva tanto em cursos presenciais, quanto em cursos na
modalidade EAD, com a mediação da Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC’s).
Sobre esse aspecto, esclarece-se:
O afluxo recente da modalidade a distância tem se constituído uma opção
atraente, porém, custosa. (...) Resta saber se essa forma massiva de oferta do
curso atende às condições peculiares de cada localidade e, no caso da teologia,
se não cria uma uniformização afastada da confessionalidade... (SANCHES,
2013, p. 191-192).

Já que o ensino da teologia, na modalidade EAD, é também um fato e uma


realidade. Épreciso haver uma estratégia de formação consolidada entre a instituição
teológica, o aluno vocacionado, a igreja e a ordem dos pastores. Essa estratégia deve
ser pautada na mentoria permanente e num acompanhamento rigoroso do estudante
aspirante ao ministério. Além dessa importante estratégia, o ensino teológico na versão
EAD, segundo Pallof e Pratt (2002), exige-se uma nova pedagogia que implica numa
forma diferenciada do ensino presencial.
Por outro lado, há convenções estaduais que optaram em manter seus seminários
e os cursos livres de teologia. Tal decisão tem sido tomada por haver o entendimento de
que o MEC estaria interferindo na composição curricular e nos conteúdos teológicos,
desrespeitando a tradição de fé, a liberdade religiosa e a confessionalidade da instituição.
Além desse entendimento, havia e ainda há temor e preocupação de que o ensino teológico
oficializado e o curso de teologia reconhecido pelo MEC, perderia o foco ministerial e
assumiria uma cor secularizada.
Esse temor e essa preocupação por mais legítimos que possam ser, não tem
fundamento legal. As exigências acadêmicas e organizacionais preconizadas na legislação

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pertinente não apontam nesta direção. Portanto, vale destacar, que o ensino teológico
só será secularizado e sem viés ministerial, se a IES e seu corpo diretor, assim desejar e
planejar. O MEC e legislação do ensino superior não interferem na “cor” ideológica do
curso de teologia.
Neste complicado momento que vivemos, existe um outro grande desafio em
nossas instituições de ensino teológico, que é o reduzido número de alunos por sala de
aula e uma pequena receita financeira mensal. A dificuldade financeira é uma realidade
que atinge os seminários e as faculdades e está presente em todos os estados brasileiros. O
reduzido número de alunos e a dificuldade financeira ocorrem por causa da concorrência
crescente e desleal, aumento do custo por aluno, nível elevado de inadimplência e a crise
econômica que atravessa o nosso país. Além disso, há a impossibilidade de se poder
cobrar um valor justo por este ensino.
A maioria das instituições teológicas, sejam aquelas de curso livre, sejam as de
curso autorizado e reconhecido, com sua receita oriunda das mensalidades de alunos,
não consegue cobrir suas despesas com pessoal e os encargos sociais. Esta situação
é um impedimento para que se faça os investimentos necessários nas melhorias do
patrimônio, biblioteca, infraestrutura tecnológica e no aperfeiçoamento do corpo
docente. A dificuldade financeira, o pouco investimento na educação teológica e
professores despreparados realçam em não só a falta de qualidade no ensino, mas
também a superficialidade, inconsistências e falta de solidez bíblico-teológica.
No Brasil, a teologia, a educação teológica, o pensamento teológico-religioso e a
prática ministerial navegam por “mares” turbulentos e bravios. Cada um desses elementos
é “balançado” pelos fortes “ventos” da contemporaneidade. Neste contexto, a teologia e
a educação teológico-ministerial, especificamente, encontram-se postergada à condição
de um produto supérfluo, sendo vistas como desnecessárias. O pensamento teológico-
religioso e a prática ministerial de igrejas e denominações, por sua vez, passam a ser
desenvolvidos de acordo com a lógica do mercado, o atendimento de desejos individuais
e a mercantilização da fé.
A lógica mercadológica sob a qual a esfera da religião opera produz, entre
outras coisas, o aumento da importância das necessidades e desejos das
pessoas na definição dos modelos de práticas e discursos religiosos a serem
oferecidos no mercado. Ao mesmo tempo, demanda das organizações
religiosas maior flexibilidade em termos de mudança de seus “produtos”
no sentido de adequá-los da melhor maneira possível para a satisfação da
demanda religiosa dos indivíduos (GUERRA, 2003, p. 1).

Com esta condição e realidade, a teologia e a educação teológica no Brasil têm diante
de si duas importantes tarefas. A primeira dessas tarefas é vencer o descaso para com a
teologia, criar atrativos diferenciados para motivar novos alunos e superar os reducionismos
e o superficialismo bíblico-teológico existentes no preparo dos que são vocacionados ao
ministério. De fato, com este cenário, os seminários e as faculdades não conseguem e não
conseguirão viver sozinhos; ambos precisam estar na agenda de preocupação, planejamento
e investimento da denominação.
A segunda tarefa da teologia e da educação teológica é de atualização e de renovação e
de trajar “roupas novas” do atual momento histórico, sem perder ou mesmo trair sua vocação
de fidelidade à Bíblia, à Jesus Cristo, a igreja e à Declaração de fé batista. Essa importante
tarefa, define o tipo de formação teológico-ministerial que queremos, que é a de preparar
ministros focados em pessoas e não em coisas, tarefas e estrutura. Essa é a formação que
desejamos, pois como afirma Dias (2005), a igreja, na terra, é germe do Reino de Deus. Ela
congrega pessoas do Reino e tais pessoas não são patrimônio da igreja local.
Para os batistas brasileiros, no entanto, apesar de uma realidade que apresenta
muitos desafios, novas demandas e dificuldades, a educação teológica alcança uma posição

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de destaque. Nesse sentido, os batistas compreendem que a educação teológica tem um
caráter estratégico para a unidade da denominação, tanto quanto para o seu fortalecimento
e crescimento. Para tanto, é preciso munir esforços, criar sinergia e fazer os investimentos
que forem precisos e necessários neste mister.
Assim, é imperioso que as faculdades e seminários conquistem qualidade acadêmico-
organizacional, excelência pedagógica, corpo docente preparado e equilibrado, discentes
motivados e um ambiente escolar estruturado, de modo a propiciar um ensino e um preparo
ministerial qualitativos e de excelência. A CBB deverá buscar, a partir de uma liderança,
agregar e alinhar os ideários da educação teológica por ela propostos e ainda aproximação,
diálogo e compartilhamento maior entre as instituições de ensino teológico.
Considerando toda esta realidade, é importante reconhecer que o futuro e a
sobrevivência das instituições de ensino teológico Batista no Brasil dependerão da ampliação
da visão e do reposicionamento da educação teológico-ministerial na agenda de prioridade
da nossa denominação. É necessário que a denominação assuma e estabeleça, o mais urgente
possível, o papel e a função estratégica que a educação teológica naturalmente possui para
a continuidade de sua identidade denominacional, solidificação da doutrina e formação de
líderes comprometidos com o ministério, a igreja, a Bíblia e o Reino de Deus.
Assim, a demanda que se tem é que as faculdades e seminários sejam comprometidos
e contextualizados com uma educação de excelência, e que trabalhem no sentido de garantir
uma formação de líderes pautada na Bíblia e no que há de mais moderno no processo de
educar. Só assim, o futuro da denominação e igrejas será assegurado. Portanto, é preciso um
alinhamento teológico, uma sugestão de matriz curricular de referência e uma aproximação
maior entre as instituições teológicas, com um total apoio da convenção, igrejas e pastores.

2.2. Finalidade
O Projeto Pedagógico de Teologia (PPT) é um documento que contém princípios,
orientações e diretrizes para a educação teológica no Brasil batista. Por isso, ele é indissociável
da CBB, das igrejas e da necessidade que temos de estabelecermos rumos claramente
definidos para a formação teológico-ministerial. O PPT é, portanto, um documento que se
constitui como referencial, explicitando a missão, valores, objetivos, visão, metas, concepções
pedagógicas etc., cuja função é amparar a tomada de decisão a respeito dos caminhos que
serão trilhados pela educação teológica entre os batistas brasileiros.
O Projeto pedagógico de teologia é uma ação intencional, portanto pensada,
discutida, refletida e planejada, com um sentido explícito e com um compromisso definido
coletivamente. Por isso, esse projeto de educação teológica é também um projeto político,
pois está intimamente articulado à missão educacional dos batistas, às demandas das igrejas
em termos de formação de obreiros e aos objetivos das instituições encarregadas de educar,
formar e preparar vocacionados para o ministério em sua multiforme.
A CBB, diante dos desafios que se apresentam na atualidade, nos cursos de
bacharelados e na modalidade livre, vem promovendo e visa promover uma formação
teológico-ministerial, que se destaca pela reflexão teológica, bíblica, cristã, ética e humana,
bem como pelo exercício contextualizado e reflexivo a respeito dos ministérios. A proposta
dessa formação está atrelada, de forma indissociável, às condições que possibilitem o
desenvolvimento de uma pessoa livre para servir, reflexiva, comprometida com o evangelho,
a igreja e a sociedade. Nesse sentido, busca-se que o egresso dos cursos de teologia seja
agente ativo e transformador, atuando na liderança de comunidades cristãs, de instituições
vinculadas à denominação e da comunidade civil.
Assim, a finalidade deste projeto é articular as demandas apresentadas pelas igrejas e
pela CBB, no que se refere à educação teológica, que deve ser fundamentalmente ministerial.
É também criar sinergia entre instituições educativas, anseios denominacionais, unidade e
identidade teológica e qualidade acadêmico-pedagógicas entre os diferentes cursos existentes.

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Tendo em vista os aspectos salientados, o PPT tem as seguintes finalidades:
• Explicitar e apontar caminhos e estratégias coerentes e viáveis para a educação
teológico-ministerial para os batistas brasileiros;
• Servir de orientação às instituições de ensino teológico no processo de discussão,
construção, elaboração e definição do seu Projeto pedagógico do Curso de teologia;
• Sinalizar trajetos, caminhos e percursos relacionados à organização do trabalho
acadêmico-pedagógico das instituições para a consecução da excelência do fazer
educativo;
• Indicar o perfil desejado e as principais características e competências exigidas dos
docentes que atuarão como professores na educação teológico-ministerial;
• Delinear a missão e os principais compromissos das instituições de educação teológica
no que tange à formação e preparo dos vocacionados, que é oferecer sólida formação
bíblica, com ênfase na identidade batista e com foco no ministério eclesial-cristão;
• Promover, em obediência à missão de testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo, a
formação teológico-ministerial numa perspectiva cristã, caracterizada pela identidade
histórica e princípios batistas.
Considerando a finalidade e sua relação com as diretrizes educacionais, a concepção
pedagógica e o contexto em que se insere a proposta de educação teológico ministerial
explicitada no PPT-CBB, não nega e nem se desconsidera o instituído pelas escolas teológicas
nos diferentes estados do Brasil. Porém, este PPT-CBB tem a finalidade de confrontar
esse instituído com o instituinte e com as novas possibilidades que a educação teológico-
ministerial está trazendo.
E o que ela traz é não somente a missão e o desafio de se ter uma Escola Teológica,
Seminário ou Faculdade que atua na ministração de aulas. Ao contrário, é a abertura para
uma atuação criativa, transformadora, contextual, fundamentada bíblica e teologicamente,
no sentido de alcançar uma qualidade no ato de educar, preparar e formar ministros aptos,
competentes e comprometidos com as nossas igrejas.

2.3. Justificativa
Para os batistas brasileiros, a educação no âmbito geral, nos níveis infantil,
fundamental e médio, desde sempre foi um assunto presente e de estimada importância.
Com a educação teológico-ministerial na “modalidade livre”, o que é de longa tradição,
não foi e não é diferente. Nos últimos anos, no entanto, mesmo com a regulamentação
da área de estudos teológicos pelo MEC, conforme PARECER Nº: CES 241/99, a teologia
continua em pauta como um assunto e uma temática importantíssima e estratégica para
os batistas brasileiros.
A primeira, foi estratégica para uma política de formação dos filhos de missionários,
bem como para a inclusão de alunos que não podiam estudar nas escolas públicas e/ou
romanas. A segunda foi e ainda é estratégica, pois se trata da formação de vocacionados
para a liderança denominacional e para os ministérios da igreja, a qual pela sua natureza,
demanda da CBB, uma atenção toda especial. Tal demanda diz respeito aos interesses da
denominação, a identidade dos cursos, aos parâmetros doutrinários e à missão prioritária
das instituições de ensino teológico, faculdades e seminários.
Por ser a educação teológico-ministerial um processo que envolve diferentes atores,
contextos e instituições, o PPT-CBB) foi pensado como um guia, uma bússola, um mapa
e uma trilha para as nossas casas de ensino teológico. Essa educação, por ser teológica,
ministerial e processual, requer reflexão, revisão e atualização constante, sem desconsiderar
sua missão primeira: formar e preparar vocacionados para os ministérios da igreja. Nisso,
reside a justificativa para este projeto.
Tendo em vista que a ênfase deste projeto é a educação teológica, sua organização,
missão, finalidades, filosofia, concepção e natureza, ela continua estratégica e fundamental

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para os batistas brasileiros. É por causa deste posicionamento estratégico da educação
teológico-ministerial que a CBB está se dedicando, unindo esforços e capitaneando a
construção do Projeto Pedagógico de Teologia (PPT-CBB).
O presente PPT-CBB, encontra sua justificativa no contexto e na situação que se
encontra a sociedade contemporânea, que caminha para a derrocada e o esfacelamento dos
valores mais caros da família, da sociedade, da religião e da espiritualidade. Justifica-se,
dessa forma, o PPT-CBB, porque devido a estes fatores, a sociedade contemporânea vem
solicitando e exigindo uma educação centrada em valores e em princípios perenes, o que
em conjunto fortalecem a formação ministerial, dignificam o ser humano e ajudam a dar
sentido à vida.
O PPT é justificado ainda pela proposta de educação que se almeja desenvolver e
alcançar: essencialmente bíblica, teológica, ministerial, axiológica e comprometida com a
confissão de fé batista. Justifica-se, assim, o PPT-CBB, porque a concepção de educação
que foi pensada e concebida é um tipo de educação que seja, ao mesmo tempo, contextual,
transformadora, regada de valores bíblicos, cristãos e éticos e fortemente comprometida
com sua atividade a fim de formar ministros e pastores para as igrejas.
Como salientado, a natureza processual da educação faz deste PPT-CBB um mapa e
uma bússola para a formação teológico-ministerial no Brasil batista. Em outra direção, este
projeto, ainda que provisório e aberto a revisões, pode ser tomado como um instrumento de
trabalho para a realização da missão e dos ideais da CBB e das igrejas a ela vinculadas. Por
isso, o presente PPT-CBB tem função articuladora, identificadora, retroalimentadora e ética
entre o que cremos, pensamos e queremos na educação teológico-ministerial.

2.4. Eixos de construção do PPT


O processo de discussão, construção e elaboração de um projeto pedagógico requer
clareza para onde se deseja ir e como se pretende chegar lá. Esse processo é intencional
e estabelece o que se deseja fazer, implementar e realizar. Com o Projeto pedagógico de
teologia (PPT), lançamo-nos para diante, tomando-se por base o que temos, avaliando,
revisando, dando novos sentidos e buscando o possível.
Para que o PPT fosse pensado, construído, tecido e sistematizado alguns eixos foram
estabelecidos, o que foi fundamental para se alcançar êxito durante as reuniões e encontros
realizados. Considerando que o PPT busca um rumo, uma direção e uma referência para a
educação teológico-ministerial batista, o que requer clareza, solidez, sensibilidade, lucidez,
ponderação, análise e uma dose grande de humildade, quatro eixos sustentaram todo o
trabalho que foi realizado.
Os três eixos estabelecidos foram úteis à equipe em todas as etapas de elaboração
do PPT. Certamente, eles serão frutíferos e proveitosos para os seminários e faculdades,
quando da elaboração e/ou atualização de seus projetos de curso. Serão úteis também
para a organização do trabalho docente dentro e fora da sala de aula, uma vez que uma das
principais forças da educação teológico-ministerial é a sua capacidade de agregar pessoas,
professores e projetos de cunho formativo-espiritual. Os eixos de construção do PPT são:

2.4.1. Construção coletiva

Refere-se ao trabalho em grupo e ao “modus faciendi” de todas as fases de elaboração


do PPT, o que requer reflexão, pensamento crítico e também cooperação e consideração
profunda pelo outro e pelo que ele pensa. A construção coletiva expressa-se no compromisso
e na vontade política de pensar e sonhar junto, compartilhar e trabalhar coletivamente na
elaboração e sistematização do PPT. A nova LDB (Lei 9394/96) defende a colaboração, o
trabalho em equipe e a construção de um PPP participativo e colaborativo, originado no seio da
coletividade acadêmica, dando identidade às instituições envolvidas e ao curso que se propõe.

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A construção coletiva de um PPT propiciou relevantes e significativos aprendizados:
fazer junto é mais trabalhoso e requer paciência. Aprendemos que trabalhar coletivamente
não acontece repentinamente e que é preciso superar nosso próprio individualismo.
Aprendemos que a construção coletiva de um projeto significa trabalhar em equipe, formular
objetivos interpessoais, organizacionais e institucionais. Aprendemos que uma construção
coletiva de um PPT implica em correr e assumir grandes riscos.
Com a construção coletiva do PPT e estes aprendizados, constatamos que precisamos
ampliar a vivência e a prática coletiva e democrática em nossas igrejas, seminários,
faculdades e demais instituições. Constatamos a urgente necessidade de eliminarmos as
“relações” competitivas existentes entre as instituições de ensino teológico para o bem da
obra de formação ministerial.
O eixo de construção coletiva de um PPT assenta-se também em bases democrático-
participativas das pessoas envolvidas. Fortalece a ação grupal, sem desconsiderar o indivíduo,
e concede a oportunidade para que cada um contribua com seus talentos e habilidades, dentro
de suas áreas de competência e expertise. De fato, o PPT é resultado de uma construção
coletiva, e todos fizeram parte dela, lendo, analisando, escrevendo, revisando e discutindo;
demonstraram o comprometimento significativo com a obra da educação teológica e um
forte sentimento de pertença com as pessoas envolvidas.

2.4.2. Interação com as instituições de ensino teológico

Nenhum projeto de educação, por melhor que seja, não se efetiva sem o aval e o
respaldo das instituições encarregadas em educar e formar pessoas. Com o ensino teológico
não é diferente. Assim, a interação com os seminários e as faculdades, o que se efetivou por
contato virtual, visitas in locu, discussão em plenárias de encontros e congressos, foram
determinantes para todo o processo de construção do PPT.
Sendo assim, o segundo eixo adotado na construção do PPT foi a interação com pastores,
líderes denominacionais, missionários, professores, coordenadores de curso e diretores de
instituições de ensino teológico. Esse eixo foi estabelecido porque se acredita que a educação
teológico-ministerial precisa superar a concepção fechada, centralizadora, burocrática e sem
qualquer interação com outros que podem contribuir com seu aprimoramento.
Tendo em vista que o PPT é um documento que explicita e aponta caminhos para
a educação teológico-ministerial desejada pela CBB, o eixo da interação contribuiu
positivamente servir como meio de sondagem os interesses e demandas de pessoas e
instituições. Mas, não apenas isso. Servir também apontar caminhos e possibilidades,
estimular compromissos formativos das instituições com a CBB e a educação teológica, e
ainda sinalizar para a necessidade de aproximação, diálogo, intercâmbio, troca de experiência
na obra batista da educação teológica.

2.4.3. Pertinência entre disciplinas, conhecimentos e saberes teológicos

Uma das exigências atuais e importantes da educação e do ensino superior,


em qualquer área e campo de formação humana, envolve a transdisciplinaridade,
a interdisciplinaridade, a multidisciplinaridade e uma formação sintonizada com a
realidade social mais ampla. Essa exigência é afeita à educação teológico-ministerial
e pode ser considerada na perspectiva da pertinência entre as disciplinas, os
conhecimentos e saberes teológicos com o ministério. Daí a importância da definição e
da postulação deste terceiro eixo no processo de construção do projeto pedagógico de
teologia (PPT-CBB).
A pertinência entre disciplinas, conhecimentos e saberes teológicos com o
ministério tornou-se fundamental na construção do PPT e na proposição de uma matriz
curricular do curso de teologia. Portanto, se a meta e o propósito das instituições de
ensino teológico filiadas à CBB, é educar com excelência, amplitude, profundidade, e

51
desenvolver um trabalho pedagógico que globalizador, é preciso partir da pertinência
entre as disciplinas, conhecimentos e saberes com o ministério.
Em conformidade com os princípios da multidisciplinaridade, interdisciplinaridade
e da transdisciplinaridade, a pertinência entre os componentes do PPT e da organização
curricular, expressa os pressupostos teológicos, filosóficos, sociológicos, epistemológicos
e didático-metodológicos da educação teológico-ministerial. Os grandes desafios da
educação contemporânea, conforme Chaves (2005), são humanísticos, tecnológicos,
científicos e metodológicos e todos eles têm quase sempre caráter de pertinência, de
inter, trans e multidisciplinaridade.
Especificamente sobre a interdisciplinaridade, Luck ressalta que:
A interdisciplinaridade é o processo de integração e engajamento de
educadores, num trabalho conjunto, de interação das disciplinas do currículo
escolar entre si e com a realidade, de modo a superar a fragmentação do
ensino, objetivando a formação integral dos alunos, a fim de que exerçam
a cidadania, mediante uma visão global de mundo e com capacidade para
enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade. (LUCK,
2001, p. 64)

A ideia inter, trans e multidisciplinaridade apoia e sustenta as ações de


pertinência entre disciplinas, conhecimentos e saberes teológicos com o ministério. Por
isso, a significância foi colocada como um eixo de sustentação de toda a construção e
sistematicidade do PPT. Sem ideia de pertinência o PPT e cada um dos elementos que o
compõem, estariam isolados e sem conexão uns com os outros. Nessa direção, a pertinência
foi e deverá continuar sendo uma demanda, um desafio e uma estratégia valiosa para a
educação teológico-ministerial. Na prática, essa pertinência diz respeito à ligação, junção,
conexão e encadeamento entre o que propomos no PPT, a forma que selecionamos as
disciplinas e os conhecimentos teológicos e a maneira que ensinamos em sala de aula.
A pertinência entre disciplinas, conhecimentos e saberes teológicos com o
ministério é uma concepção, uma estratégia e um conceito que corrobora para uma prática
interdisciplinar e transdisciplinar na educação teológico-ministerial. Ela auxilia também
para que se possa eliminar dicotomias, parcializações, disjunções e dissociações entre os
diversos elementos do PPT, e o mais importante, do fazer educativo dos docentes e da
educação que as instituições teológicas oferecem.
Diante da necessidade maior de pertinência entre disciplinas, conhecimentos e
saberes teológicos, o maior desafio da educação teológico-ministerial na atualidade é a
necessidade de intercambiar teoria e prática, formação acadêmica e formação espiritual e
estudo e piedade. Em consonância a este grande desafio, há uma demanda emergente de
superação de disciplinas isoladas e de conhecimentos e saberes teológicos fragmentados,
fatiados, separados e sem qualquer pertinência com o ministério.
Disciplinas acadêmicas, conhecimentos e saberes teológicos separados, fatiados e
dissociados dos preceitos bíblicos, da teologia, da igreja e do ministério, mas também
de outras áreas e campos de formação, não oferecem mais respostas para a educação
teológico-ministerial. Assim, como é característico e necessário a nós, seres humanos, que
a verdade e o amor andem juntos. Na educação teológico-ministerial, as disciplinas, o
conhecimento e os saberes teológicos não podem mais ser fatiados, compartimentados e
fragmentados.

3. Aspectos legais (seminários e faculdades)


O Projeto Pedagógico de Teologia da CBB (PPT-CBB) é fruto de uma iniciativa
das igrejas, dos organismos convencionais e da liderança denominacional. Como tal, este
projeto converge para os interesses, desejos e necessidades das igrejas batistas e da educação
teológico-ministerial. Contudo, não se pensa e nem almeja que este projeto seja pensado e

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colocado como uma proposta fechada, pronta e acabada, não discutível, inesgotável e sem
qualquer possibilidade considerações, revisões e alterações.
Pelo contrário, sabe-se que este projeto apresenta lagunas e vários limites. Tais
condições são típicas, tanto da educação e da pedagogia, quanto da teologia e da formação
teológico-ministerial. Na verdade, os limites e as fraquezas de um projeto dizem respeito à
nossa condição de humanidade, por mais bem-intencionados que sejamos.
No que se refere ao Projeto Pedagógico, especificamente, houve e ainda há uma busca
permanente, que é a integração e a harmonização de uma proposta que contemple os cursos
de Teologia dos seminários e das faculdades. Os cursos dos seminários são de natureza “livre”
no que tange à avaliação e fiscalização de órgãos públicos e são tutelados pela CBB, pelas
convenções estaduais ou por alguma igreja. Esses cursos, devido à legislação preconizada
pelo MEC, não recebem a nomenclatura de bacharel. Já os cursos de teologia das faculdades
são autorizados e reconhecidos única e exclusivamente pelo MEC, que também os avalia, e
os denomina de bacharelado.
Considerando esta condição, ou seja, as duas formas organizacionais e operativas
da formação teológico-ministerial na CBB, muitos foram os desafios encontrados. Nem
sempre foi fácil conciliar apropriadamente os cursos de teologia de natureza livre e os
cursos reconhecidos pelo órgão público, o MEC. Apesar do enorme desafio, o que se tornou
imperativo em todo o processo de reflexão da educação teológica e do trabalho de elaboração
deste projeto, foi a missão que temos pela frente: oferecer a formação bíblico-teológica de
qualidade e o preparo ministerial a vocacionados que sejam comprometidos com o Reino, a
Igreja e a denominação.
Destaca-se, nessa perspectiva, que ambos os cursos, os de natureza de “livre” e os
bacharelados, que são reconhecidos pelo MEC, precisam assumir que estão a serviço das
igrejas e da denominação batista. Deve ficar claro, nesse sentido, que ambos formam egressos
para os diversos ministérios na igreja, e precisa ser esta a ênfase e a missão educativa de cada
um deles. Nossas escolas de educação teológica optam e educam com uma visão ministerial.
Em outra perspectiva, no que tange aos cursos em teologia “livre”, faz-se necessário
primar pela competência e qualidade dos docentes, melhoria e ampliação do espaço das
aulas, pelo acervo da biblioteca disponibilizada à comunidade acadêmica e ainda pela gestão
e organização acadêmica. Nesse sentido, se esta estrutura faz parte dos seminários, não serão
inferiores e nem demérito no trabalho que realizam e na formação que oferecem.

4. A CBB e a Teologia
Uma denominação forte, relevante, contextualizada e vívida coloca em relevo a obra
da educação teológica. Para tanto, em consonância com educação teológica, a denominação
deve conceder à igreja o lugar de prioritário, ter clareza de sua missão, visão e valores,
amadurecer teologicamente e olhar continuamente para o passado. Se olhar para o passado é
indispensável, esse olhar não pode ser um artifício para que a denominação fuja dos desafios
do tempo presente e das responsabilidades do seu futuro. Afinal, militar no Reino de Deus
implica interpretar os “sinais dos tempos”, ser parte de um tempo revisionário e sabiamente
enfrentar o horizonte do amanhã.
Nisso, também, afirmamos a centralidade da Bíblia. A metodologia (as
práticas eclesiásticas), assim como a identidade, doutrina e vida da igreja,
têm de brotar das Escrituras. Como a igreja é um dos temas centrais na Bíblia,
a Bíblia tem de ser central na determinação de sua identidade e prática.
(...) Estamos comprometidos com a autoridade da Escritura, inclusive na
eclesiologia (MULHOLLAND, 2004, p. 17).

Passado, presente e futuro são parte inerente de uma mesma “mistura”, tal qual
acontece como a própria vida, a teologia e a denominação batista. São três dimensões da

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temporalidade humana que requerem de nós constantes interpretações, revisões e tomada
de posição, sem abrirmos mão dos fundamentos da nossa fé e da suprema autoridade da
Bíblia em assuntos de fé e prática.
Vivemos novas formas de fazer a vida e de interpretá-la. Diante deste fato, como
afirma Homi Bhabha (2013, p. 27) é preciso “residir no além” sem perder o presente e buscar
redescrever nossa contemporaneidade. O “além” é um espaço de intervenção no aqui e no
agora, e no que diz respeito aos batistas brasileiros, a ação principal é a colocação estratégica
e privilegiada da educação na pauta denominacional.
É de aceitação ampla que a educação teológica tem um caráter estratégico para
o crescimento denominacional e das igrejas. (...) Ter seminários eficientes e
eficazes, com sustento suficiente para as pesquisas e treinamento adequado
de obreiros, é uma das garantias para o futuro de uma denominação e das
igrejas (REGA, s/d, p. 1,5).

Uma denominação vigorosa, proeminente e que se destaca no cenário religioso


evangélico, olha para o passado, vive significativamente o presente, sonha e projeta o futuro,
considerando e priorizando a teologia, bem como o que se pensa, crê e ensina a respeito
dela. Nessa perspectiva, a teologia tem se tornado assunto prioritário e estratégico para a
denominação batistas. Será preciso que a denominação batista estabeleça e assuma o mais
urgente possível o papel e a função estratégica que a educação teológica naturalmente possui
para a manutenção de sua identidade e o aperfeiçoamento de sua missão” (REGA, s/d, p. 02).
É por isso que a CBB, por diferentes fatores e perspectivas nos últimos tempos, vem
colocando a teologia e suas interfaces, como uma de suas mais importantes preocupações. Com
um interesse especial de que a formação teológico-ministerial seja Bíblica e Cristocêntrica,
em primeiro lugar, a CBB tem a exigência de que a teologia indique novos caminhos para a
igreja, ajude a reinventar a vida do jeito de Deus e, ao mesmo tempo, acompanhe a igreja na
missão de transformar integralmente as pessoas pelo seguimento de Jesus.
Daí a importância da teologia e da formação teológica para os diferentes e diversos
ministérios eclesiais. Ambas são necessárias e imprescindíveis para os batistas brasileiros.
Com efeito, as duas devem estar a serviço do Reino de Deus, da igreja, da denominação
e daqueles que são chamados por Deus ao ministério. Estar a serviço, no entanto, não
suporta e nem significa qualquer tipo de reducionismo, pois como afirma Peterson (2006), o
ministério não é um “trabalho” de suprir necessidades religiosas das pessoas e nem satisfazer
a necessidade de clientes rápida e eficientemente.
Nessa empreitada atual no campo da teologia, os batistas brasileiros reconhecem
que o momento e o contexto em que vivemos é de profundas transformações na sociedade,
cultura, ciência, instituições sociais e no modo de viver do ser humano contemporâneo. Neste
contexto, é urgente e fundamental reafirmar o lugar da igreja e redescobrir o ministério
pastoral, pois como declara Mayhue (1998), o caráter, a revelação e a vontade de Deus não
mudaram, apesar das mudanças profundas no tempo e na cultura.
Diante disso e também das muitas interrogações e inquietações que têm surgido, os
batistas brasileiros reconhecem que a teologia, a elaboração teológica e a formação ministerial
precisam considerar a Bíblia como Palavra de Deus e princípio de fé e de conduta. Essa
consideração deve ser central na teologia, no fazer teológico e na formação ministerial, o que
requer uma postura serena e equilibrada. A manutenção dessa postura é o grande desafio
teológico do século XXI.
A igreja nada é sem a Palavra de Deus. Isso posto, a teologia, a elaboração teológica e a
formação ministerial que os batistas pensam, constroem e desejam incorporar e desenvolver
estão abertas ao futuro. Essa abertura ao futuro significa fundamentalmente que estamos
inseridos no presente, que não temos medo do diverso e do desconhecido e que buscamos
aproveitar as boas oportunidades que Deus nos dá. Uma destas oportunidades se encontra,
por um lado, no reconhecimento dos cursos de bacharelado em teologia e, de outro, na

54
abrangência da teologia, da elaboração teológica e da formação ministerial, que é para a
igreja e para todo ser humano e o ser humano todo.
O referencial de todo o processo que envolve a teologia, a elaboração teológica e
a formação ministerial deve ser, de fato, a Bíblia, que é a Palavra de Deus em linguagem
humana. É isso que a igreja e a denominação esperam da educação teológico-ministerial.
Assim, faz sentido a afirmação de João Carlos Lopes: “Para que a educação teológica seja
serva da igreja no sentido diaconal, é necessário que seja desprovida de orgulho intelectual,
tentação real para quem dedica considerável quantidade de tempo em reflexão acadêmica”
(LOPES, 2011, p. 32).
Finalmente, não há como desconsiderar a relação indissociável entre a teologia e
os diversos tipos de ministérios existentes. A teologia tem sua fonte última na Bíblia, a
Palavra de Deus. O ministério, por sua vez, em toda a sua abrangência, também tem sua
fonte última, que é o Cristo, o Filho de Deus. Devido à relação entre teologia e ministério
e à fonte última de ambos, torna-se imperativo à denominação “...repensar o sistema
educacional teológico batista no Brasil através da busca de novos paradigmas, a até mesmo
descobri-los” (REGA, 2001, p.13).
A sinalização feita por Rega a respeito da busca de novos paradigmas é essencial para
o campo teológico. Nas demais ciências, a emergência de novos paradigmas se processa
quase que “naturalmente” e na teologia, na prática teológica e na formação ministerial
não pode ser diferente. Sendo esta uma necessidade imperiosa da educação teológico-
ministerial, um paradigma...
...exprime, portanto, uma constelação geral, um padrão básico, um esquema
fundamental, um modelo global, segundo o qual a teologia percebe-se a
sim mesma, as pessoas, a sociedade, o mundo e sobretudo sua relação com
Deus. Um paradigma revela um conjunto de convicções, concepções, valores,
procedimentos e técnicas que são levados em conta pelos membros de
determinada comunidade teológica. Acontece uma mudança de paradigma
quando se dá uma irrupção de muitos sinais inovadores, muitos fatores e
elementos para os quais o paradigma em curso não dá conta (LIBANIO,
1996, p. 35).

Nessa direção, devemos levar em conta os aspectos metodológicos, pedagógicos,


curriculares, epistemológicos, exegéticos, hermenêuticos e interdisciplinares no ensino
teológico-ministerial em nossas faculdades e seminários. A teologia, de acordo com
Mendonça (2008), constitui preferencialmente uma forma de ver a realidade e tem como
pressuposto uma revelação absoluta, um princípio axiomático da consciência de Deus.
A noção, a questão e a busca de novos paradigmas perpassam não só as formas de
interpretarmos a Bíblia, os textos dos grandes teólogos e as postulações de fé da batista.
Influenciam a maneira que fazemos e elaboramos teologia, interpretamos a vida e ainda a
própria forma de vivermos como igreja, pastores e denominação. A teologia que queremos
e que devemos colocar em pauta na formação teológico-ministerial é aquela que, ao mesmo
tempo, está enraizada em nossa identidade e arraigada na nossa confessionalidade.
A identidade e a confessionalidade batistas passam a ter três sentidos recíprocos:
o da cooperação interinstitucional no processo de formação teológico-ministerial; o da fé
assumida e professada, e ainda o da fé sistematizada, que, só tem sentido de ser produzida
e socializada, se focalizar a igreja, aperfeiçoamento do ministério, a edificação espiritual
do povo de Deus e o crescimento da denominação. A teologia mantém uma relação íntima,
direta e conjugada com a igreja, a vocação e o chamado, o ministério, a prática eclesial e o
cotidiano de todos nós.
Por causa dessa tão relevante relação, cabe à denominação batista e, principalmente,
às igrejas zelar pela obra da educação teológico-ministerial. O zelo da denominação e das
igrejas está em não permitir que a teologia “caia” em um academicismo reprodutivista e

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superficial, num teologismo ou ainda um secularismo teológico. Sobre isso, Coelho Filho
(2012:02), assevera que “...Nossa formação de obreiros alega ter conteúdo religioso, mas
sua forma é secular. (...) e que secularização ronda a educação teológica, por causa do nosso
estilo secularizante de vida”.
Além da perspectiva do zelo teológico que devemos ter, Rega (2001: 35) assinala e
indica a necessidade de adotarmos um modelo integral de educação teológica em que todas
as dimensões dos vocacionados sejam objetos da formação ministerial. A verdadeira teologia
situa-se na fé, sem desprezar a razão, e é por isso, que ela, a teologia, não pode apenas um
discurso ou um sistema elitizado e alheio às necessidades da igreja. A teologia, de um lado, deve
ficar livre de qualquer forma de esclerose professoral e institucional e, de outro, dos interesses
pessoais e da tutela do mercado editorial e do mercantilismo de segmentos religiosos.

4.1. Missão, visão e valores da CBB para a educação teológico-ministerial

4.1.1. Missão

Servir às igrejas, associações, convenções e instituições batistas de ensino teológico


com um projeto de educação ministerial fundamentado na Bíblia e na declaração doutrinária
da CBB, contribuindo para a excelência acadêmica, a formação ética cristã dos estudantes,
o crescimento saudável das igrejas, fortalecimento da denominação e o cumprimento da
Grande Comissão.

4.1.2. Visão

Ser uma denominação que é referência na educação teológico-ministerial e que, por


meio de faculdades e seminários, adota uma teologia bíblico-cristã na formação de ministros
e líderes das igrejas batistas.

4.1.3. Valores

• Autoridade da Bíblia como princípio de vida, fé, prática e serviço;


• Exclusividade de Jesus Cristo, revelação máxima de Deus, para salvação do pecador;
• Conhecimento teológico a serviço da vida, da igreja e dos ministérios;
• Formação teológico-ministerial permanente e continuada;
• Excelência e integridade acadêmica;
• Unidade teológica na diversidade acadêmico-institucional;
• Missões como parte central da “Grande Comissão” e da formação ministerial;
• Ética como norte principal do relacionamento interpessoal e institucional;
• Transparência e lisura nas tratativas de assuntos denominacionais.

4.2. A CBB e sua Filosofia de educação teológico-ministerial


Os batistas brasileiros sempre tiveram um interesse pela formação educacional,
religiosa e cultural do ser humano. A presença dos batistas em solo brasileiro está associada
à educação, escola e ao ensino. Para Garcia (2011), as escolas confessionais chegaram junto
com os missionários que aqui aportaram e o ensino teológico foi e é parte integrante dessa
importante herança educacional.
Pode-se, então, afirmar que a educação é, de fato, um elemento constituidor da
história dos batistas no Brasil, sendo possível declarar e asseverar que este importante
bem simbólico “...é uma marca visível do povo batista” (SOUZA, 2010, p. 63). É por isso
que os batistas brasileiros, na definição dos princípios gerais de sua filosofia e política de
educação teológico-ministerial, de modo especial, recorrem à sua rica tradição teológica,

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filosófica e pedagógica, o que se caracteriza pela liberdade de consciência e ativa cooperação
entre as suas igrejas.
No que tange à filosofia de educação da CBB, faz-se necessário reafirmar a existência
de uma estreita relação entre a educação religiosa e a educação teológica, bem como entre
a declaração de fé deste organismo denominacional. Tanto a educação religiosa, quanto a
filosofia da educação teológica ao serem desenvolvidas são perpassadas e costuradas pela
convicção de que a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus. Devido a esta convicção, a filosofia da
educação teológico-ministerial adotada pela CBB deve ser respaldada na Bíblia.
No contexto denominacional batista, a educação teológica deve, além da formação
do pensamento teológico, capacitar os membros da igreja vocacionados e chamados,
preparando-os adequadamente para o ministério. Faz-se necessário novos métodos de
ensino, currículo mais flexível e uma visão mais ampla do ministério e da educação, os quais
não podem ser fragmentados e compartimentados.
Neste contexto, as Instituições de educação teológica, sejam os seminários, sejam as
faculdades, não devem se dar por satisfeitas com a repetição, transmissão, e/ou produção
de conhecimentos e saberes apenas. Essas instituições, devem priorizar a capacitação e o
preparo dos vocacionados que a elas se dirigem para o exercício do ministério nas mais
diversas áreas de atuação na igreja e no Reino de Deus. Ressalta-se, nessa direção, que a
educação teológica e a formação de liderança ministerial são vitais para a vida da igreja,
para a denominação e para o desenvolvimento e crescimento da obra batista nas diferentes
regiões do nosso extenso Brasil.
O chamado para o ministério sempre envolveu e ainda envolve uma experiência
pessoal com Deus e uma formação teológica, que é preparo acadêmico, bíblico e espiritual.
Esse chamado divino adquire um caráter de comprometimento para o serviço cristão. O
chamado é especial e, segundo Dreher (2015), é uma incumbência dada por Deus, que é
lei para o ministro, pois ele foi separado e chamado para o serviço às pessoas e não para o
domínio delas.
Considerando estes importantes aspectos, a CBB em sua filosofia para a educação
teológica e ministerial declara e afirma:
A Filosofia da Convenção Batista Brasileira tem seu fundamento na Bíblia
Sagrada, o livro da revelação divina. Foi constituída a partir da Declaração
Doutrinária por ela adotada nos Princípios Distintivos dos Batistas, no Pacto
das Igrejas Batistas do Brasil e na Missão e Propósito das igrejas cooperantes, e
reconhece ser correta e condizente a metodologia de ação prática consagrada
no Estatuto da Convenção (SOUZA, 2010, p. 80).

Em se considerando o contexto sociocultural, mas também o religioso, denominacional


e eclesial no Brasil e no mundo, faz todo sentido declarar: sim, precisamos da educação
teológica que forme e prepare ministros, teólogos e líderes comprometidos com a Palavra de
Deus, que dediquem, respeitem e amem a igreja do Senhor Jesus, que é o seu Corpo. No que
se refere ao ministério e à igreja, a teologia e a nossa confissão de fé são importantíssimas.
Mas, não se pode esquecer que a Bíblia, a Palavra de Deus, e Jesus Cristo, são o critério
absoluto para todas as coisas.
Precisamos de verdadeiros ministros, que chamados e capacitados sirvam a igreja, a
denominação e o Reino de Deus com zelo, piedade, consagração, humildade e amor. Sobre
o chamado ao ministério Dreher afirma: “Quem chama os ministros é Deus. Ele instituiu o
ministério e chama pessoas para o seu exercício” (DREHER, 2015, p. 127). Sim, precisamos de
ministros, teólogos e líderes que preservem as doutrinas e os princípios, conforme defendidos
e ensinados pelos batistas e que estejam aptos para dar continuidade na Missão da Igreja.
Tomando-se por base os diversos e abrangentes desafios que temos como batistas,
a partir de nossa história, reconhecendo os nossos princípios, devemos reafirmar nosso
inegociável compromisso com Cristo e com uma filosofia de educação teológica e ministerial

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proposta pela CBB. Portanto, apresentamos a seguir, mesmo que literalmente, os elementos
que compõem a filosofia e as diretrizes da CBB4 para a obra da educação teológico-ministerial.

4.2.1. A educação teológica e ministerial5

“A educação teológica e ministerial visa à formação especializada de pessoas


vocacionadas, para dedicarem suas vidas à obra do Senhor, na igreja, na denominação e no
mundo. Deve ser cristocêntrica e bibliocêntrica e oferecer aos vocacionados a oportunidade de
aperfeiçoamento de suas atitudes, habilidades e ações, inspiradas no exemplo de Jesus Cristo.
A Convenção incumbe-se de estabelecer as normas e diretrizes das instituições
teológicas a ela vinculadas, zelando pela excelência da qualidade de ensino e do seu produto”.

4.2.2. Diretrizes da CBB

Estabelecer como objetivo do programa de Educação Teológica e Ministerial a visão


acadêmica de estímulo à pesquisa e aprofundamento intelectual; participação na vida
denominacional; interesse prático; e fidelidade à Bíblia e às doutrinas e princípios dos batistas.
Promover e estimular o ensino teológico, tendo em vista o preparo dos obreiros,
respeitada a diversidade de dons e vocações.
Diante da diversidade de dons e vocações, oferecer gratificação para pastores,
evangelistas, músicos, educadores religiosos, docentes e habilitações para ministérios de
áreas diversas, com o fim de atender às necessidades das igrejas, da obra missionária e das
instituições denominacionais.
Por reconhecer a importância da Educação Teológica e Ministerial e a necessidade
de seu desenvolvimento, estimular e apoiar o surgimento de projetos, programas e a
constituição de fundos que visem à formação de docentes, mestres e doutores capazes de
atender à variada demanda do magistério teológico, ministérios especiais e produção de
literatura no campo teológico e ministerial.
Incentivar pastores e igrejas a serem cuidadosos na recomendação de candidatos aos
seminários; a se envolverem em programas de apoio, sustento, educação e treinamento de
vocacionados; a cultivarem o compartilhamento do discipulado, visando à formação de um
ministério forte e dedicado ao trabalho cristão.
Estimular as instituições teológicas, os pastores e as igrejas a que desenvolvam
e realizem programas de estágios, visando à formação prática do estudante, a partir de
experiências concretas nos diversos ministérios das igrejas e dos pastores”.
A CBB, na definição de sua filosofia de educação teológico-ministerial, não exime da
necessidade de uma reflexão, interpretação e sistematização criativa e corajosa da fé, do
cristianismo e do próprio texto bíblico. Não se isenta também de recorrer à rica tradição
teológica, filosófica, exegética e pedagógica que marcou a história dos batistas e, de modo
geral, do protestantismo. Contudo, como alerta Coelho Filho (2002, p. 13), “A educação
teológica falhará se não formar pessoas cheias de Cristo, empolgadas com ele, mais
entusiasmadas pelo seu evangelho que por outros aspectos”.
Nesse sentido, a CBB reconhece, especifica e afirma que a teologia que se ensina nas
escolas teológicas é construída sobre o único, imutável e absoluto fundamento, que é Cristo,
o Filho de Deus. Assim, essa teologia deve estar a serviço do ministério e da igreja, pois
ela é um “patrimônio” não só dos acadêmicos, mas de todos os crentes batistas. Por isso, a
filosofia de educação teológico-ministerial proposta pela CBB está associada e articulada à
filosofia de ministério pastoral. As duas são essencialmente bíblicas, teológicas, práticas e
destinadas a quem servem à igreja.
4
Considerando que o texto é transcrito na íntegra, conforme documento oficial da CBB, optamos por este
colocá-lo neste formato, o que possibilita uma melhor organização textual e uma fluidez na leitura.
5
Filosofia da Convenção Batista Brasileira. Retirado do Site: http://www.batistas.com/portal-antigo/index.
php?option=com_content&view=article&id=13&Itemid=13&showall=1. Acesso em 02 de janeiro de 2017.

58
A educação teológica, a formação e o preparo ministerial exigem uma filosofia de
ministério para o tempo que estamos vivendo. A filosofia de ministério, por sua vez, deve
refletir o chamado e a autoridade espiritual do vocacionado e espelhar as demandas bíblicas
do serviço cristão ao Reino de Deus e ao próximo. A filosofia de ministério precisa ter sua
base na Bíblia e na prática da fé e da teologia. A educação teológico-ministerial sempre esteve
ligada à demanda da igreja, do ministério, do serviço cristão e da prática religiosa. Já que
toda a prática é a prática de alguma teoria, faz-se necessário articular clara e profundamente
a base teológica da prática ministerial.
A teologia cristã, e isso lhe é específico, é uma fala sobre Deus e tal qual afirmou Karl
Barth “...a teologia é obra humana, ela não é obra divina. Ela é serviço prestado à Palavra, ela
não é a própria Palavra de Deus” (BARTH, 1996, p. 196). É por isso que, quando necessário,
não pode haver impedimentos para que o pensar e fazer teológicos e pedagógicos, sejam
articulados às reflexões construtivas e às críticas criativas, bem como aos desafios do tempo
presente.
Essa é a visão e a filosofia da CBB a respeito da educação teológica e ministerial.
É também um de seus mais importantes compromissos e preocupações, pois é uma obra
estratégica para o agora e para o futuro das igrejas, do ministério e da denominação. “Nesse
sentido constantemente está sendo feito um apelo à consciência denominacional para
que a obra educacional venha a ser contemplada com a presença marcante na agenda das
preocupações, planejamento global e investimento denominacional” (REGA, s/d, p. 05).

4.3. Concepção político-pedagógica


A proposta pedagógica do curso de formação teológico-ministerial dos seminários e
faculdades da denominação seguem a filosofia e as diretrizes educacionais, pedagógicas e
teológicas propugnadas pela CBB. Já o curso de teologia das faculdades batistas vinculadas
à CBB e/ou às convenções estaduais seguirão a filosofia e as diretrizes educacionais,
pedagógicas e teológicas. Por outro lado, deve ainda se nortear e cumprir as determinações
legais demandadas pelo MEC e demais instâncias legais.
O curso de teologia ligado a CBB, cuja missão precípua é a formação teológico-
ministerial nas instituições teológicas que levam o nome batista, deve se orientar pelo
estatuto epistemológico da teologia. Com esta orientação, busca-se estudar, em primeiro
lugar, Deus conforme revelado nas Escrituras Sagradas, e em segundo, sua relação com a
obra criada e tudo o mais enquanto a Ele tangenciado, especialmente, seu relacionamento,
propósito e alvo para o ser humano.
No que se refere à concepção político-pedagógica explicita-se a necessidade de se
levar em consideração o vértice dos fundamentos, conceitos, princípios e visão que regem a
educação de nível superior, os quais guardam entre si uma relação necessária de coerência,
conexão e dependência. Isto posto, ressalta-se que a educação teológica é compreendida, de
forma geral, a partir da sua intersecção dialógica com as ciências humanas, principalmente,
com a pedagogia, o que abre a possibilidade e o horizonte interdisciplinar e transversal no
ensino teológico.
Na perspectiva assinalada, o projeto pedagógico de Teologia da CBB descreve
e desenha pontos que concorrem para o compromisso com a formação ministerial, bem
como para a construção de ações educativo-acadêmicas e de práticas didático-pedagógicas
das instituições que a representam neste importante processo. Nesse sentido, a educação
teológico-ministerial, tanto quanto os cursos de teologia com a identidade batista, devem
privilegiar não só o processo de formação, mas também os resultados junto aos alunos,
igrejas e a própria denominação.
Considerando o fato de que a educação teológica não está desvinculada das
representações, sociais, religiosas e denominacionais, o que integram o universo cultural e
simbólico da realidade, afirma-se que essa educação tem características próprias, que está

59
a serviço das igrejas e da denominação, ou seja, a serviço da formação teológico-ministerial
em suas múltiplas formas e variedades. Nesta direção, para alcançar estes objetivos, torna-
se relevante adotar os princípios da ação-reflexão-ação, da aprendizagem significativa, a
integração entre o ser, saber, fazer e o conviver.
Por isso, todo o planejamento pedagógico, os processos relativos ao ensino-
aprendizagem e as ações e trabalho do professor devem fundamentar-se nas teorias da
educação e da aprendizagem e na concepção de que o conhecimento é uma construção
inacabada. Além disso, o aluno e também todo o ser humano, precisa ser considerado
como um sujeito histórico, um ser relacional e um aprendiz que precisa da graça e da
misericórdia de Deus.
Com efeito, para o curso de teologia, objeto deste projeto, adota-se o conceito
de matriz curricular, componentes pedagógicos, um conjunto de atividades, ações e
de experiências de aprendizado, em lugar de uma “grade de disciplinas”. Com isso, a
ideia principal é trabalhar com a flexibilidade curricular, a inovação didática a partir
de metodologias ativas e um processo participativo do aluno para o desenvolvimento e
incorporação de competências e habilidades.
Para alcançar os pleitos da concepção político-pedagógicas nas instituições de
ensino teológico e nos cursos de teologia, a CBB adota o princípio da excelência acadêmica,
a qualidade nas atividades de ensino e aprendizagem por parte de professores e alunos e
uma gestão administrativo-financeira equilibrada e sustentável. Busca-se, na verdade, uma
formação teológico-ministerial voltada especialmente para o preparo de vocacionados para
os ministérios da igreja.
Neste aspecto, a ênfase da ação educativa no campo da formação teológico ministerial
recai na dinâmica da relação entre docentes, discente, conhecimento e tecnologia e numa
teoria-prática pedagógica, contextualizada, flexível, coletivizada, inovadora. A relação
entre teologia e ministério e, tal como assinala Saviani (2010)6 deve sempre haver uma
relação estreita entre teoria e prática que é a mais fundamental da pedagogia. Portanto,
uma teoria-prática sempre em revisão, construção e reconfiguração, e que possibilite ao
estudante, alcançar bons resultados em sua trajetória escolar, mas também crescer na fé, no
conhecimento de Deus e no seu preparo ministerial.
Vale destacar que a educação teológico-ministerial requer a utilização das diferentes
abordagens e teorias, retirando o que há de mais relevante e útil em cada uma delas.
Nesse sentido, a organização do trabalho e das ações educativas, deve apropriar-se
dos elementos mais significativos da Educação. O foco, no entanto, é possibilitar a
aprendizagem por meio da re-significação das experiências, acreditar na potencialidade
do vocacionado e organizar o trabalho pedagógico no sentido da formação integral e
total do ser humano e não apenas do estudante.
Finalmente, cabe ressaltar e afirmar que o curso de teologia pensado, configurado
e amparado pelos ideais batistas, tem como ponto de partida e como fundamento
teológico último as Sagradas Escrituras. Além deste fundamento, que é de natureza
teológica e espiritual, a educação teológico-ministerial exige outros campos do
conhecimento humano.

4.4. Perfil docente do Curso de Teologia


Nos últimos anos, muitos foram os acontecimentos que marcaram e alteraram
a educação teológica em nosso país. Dentre eles, podemos destacar: a autorização e o
reconhecimento do curso de teologia, a transição dos seminários para faculdades, a
valorização de docentes com titulação reconhecida pela CAPES, expansão do número de
instituições e de igrejas que atuam no ensino teológico, a crise de sustentabilidade financeira
dos educandários, entre outros.
6
Schmied-Kowarzik (1983, p. 10), citado por Saviani.

60
A partir desta compreensão e entendimento, docência nas instituições de ensino
teológico era vista como uma ocupação secundária ou periférica em relação ao ministério
pastoral. Estas considerações nos encaminham a refletir mais profundamente a respeito do
professor de teologia nos seminários e nas faculdades que militam na educação teológica e
no perfil dos professores. Assim, diante da atual conjuntura da denominação, das igrejas e da
educação teológico-ministerial, precisamos avançar e reconhecer a especificidade teológica,
bíblica, pedagógica e epistemológica da profissão docente e seu relevante papel na formação
ministerial-pastoral.
A docência no curso de formação teológico-ministerial comporta especificidades que
a distingue das demais ações que envolvem o ofício de professores. Assim, além da formação
em teologia, do compromisso com a ética do Reino de Deus, que deve ser inegociável, da
pertença religiosa em uma igreja como membro e de um engajamento ministerial, espera-se
que o docente de teologia aprimore a dimensão didático-pedagógica.
Portanto, os docentes escolhidos para trabalhar no curso de teologia e na formação
ministerial batista requer prudência, cuidado, zelo, oração e muita dependência de Deus.
Dessa forma, se quisermos conquistar e/ou manter qualidade acadêmica em nossos cursos
de teologia, o caminho é alinhar a qualidade desejada à filosofia de educação teológica da
CBB, à nossa confessionalidade e a uma formação preferencialmente de caráter ministerial.
Por consequente, nesta importante missão e empreitada de formação teológico-
ministerial, faz-se necessário explicitar o desejado e idealizado perfil dos docentes. Espera-
se que o mesmo apresente o seguinte perfil:
• Assumir, defender e proclamar a Bíblia como Palavra e Revelação de Deus, única e
absoluta verdade capaz de libertar o ser humano perdido e escravizado pelo pecado;
• Estar filiado a uma igreja evangélica como membro, participar efetivamente das
atividades e programas propostos e ainda cultivar regularmente a mordomia cristã;
• Respeitar, quando de outra confissão religiosa, dentro da sala de aula e nos demais
espaços institucionais, os princípios, as doutrinas e a declaração de fé dos batistas;
• Vivenciar a solidariedade acadêmico-pedagógica com seus pares e com os alunos na
ambiência da sala de aula e fora dela, ajudando no que for preciso para o aprimoramento
da prática educativa e da aprendizagem;
• Ter uma sólida formação bíblica e teológica e ainda estar em contínuo aperfeiçoamento
didático-pedagógico, técnico-prático e acadêmico em sua área de atuação;
• Verticalizar, sempre que possível, a sua formação acadêmico-teológica e ministerial em
cursos de especialização, mestrado e doutorado;
• Realizar pesquisas, produzir e organizar textos acadêmico-científicos nos diferentes
campos da teologia e outros ministérios, publicando-os em revistas especializadas;
• Manter uma conduta, uma postura e um comportamento que condizem com a ética
cristã na igreja, família, sociedade, trabalho e demais espaços de convivência e atuação;
• Integrar o ensino e a prática, a piedade e o academicismo, a fé e a cultura e a
reflexão e a ação;
• Cultivar o espírito de curiosidade, criatividade e criticidade diante da vida, do
conhecimento, dos problemas que surgem e do trabalho na docência, sem perder a
flexibilidade, a tolerância e o respeito com quem pensa diferente e a amabilidade
com o próximo;
• Preparar e planejar as aulas antecipadamente e ministrá-las com zelo, organização,
compromisso, prudência e criatividade;
• Ser pontual no início e término das aulas, bem como na entrega dos documentos
acadêmicos solicitados pela instituição teológica;
• Orientar e apoiar os educandos, quando necessário, para o compromisso com a vida
acadêmica, a vida cristã, a igreja local e o serviço cristão;
• Comprometer-se, quando de outra confissão religiosa a ensinar estritamente dentro
dos princípios, da doutrina e declaração de fé dos batistas.

61
5. Organização didático-pedagógica
A organização didático-pedagógica de um Curso de Teologia, livre ou Bacharelado,
chancelado pela CBB tem um princípio e um eixo articulador, que são a formação teológico-
ministerial fundamentada na Bíblia e a prática pastoral na igreja. Esse princípio e esse eixo
são alicerces que devem orientar a construção do currículo, a escolha das disciplinas, a
seleção de conhecimento e conteúdos e ainda a metodologia mais adequada no processo
ensino-aprendizagem.
A organização didático-pedagógico, nesta perspectiva, não é impeditiva para a
afirmação da nossa confessionalidade. De igual modo, a confessionalidade não bloqueia e
nem impede o caráter acadêmico, reflexivo e criativo da educação teológica e da formação
pastoral. Nesse sentido, confessionalidade, piedade, vida cristã, reflexão e estudos teológicos
podem ser tecidos em diálogo frutífero e numa integração harmoniosa.
Considerando essa integralidade que deve acontecer no Curso de Teologia, a organização
didático-pedagógica, por meio do trabalho em sala de aula, buscará incrementar e desenvolver
habilidades e competências, o que deve fazer parte do perfil de formação do aluno. Daí a
importância da formação pastoral ser pautada no exercício da reflexão teológica, na vontade
de aprender, no compromisso ético, na capacidade de liderar e trabalhar em equipe e na
proposição e consolidação de projetos ministeriais que envolvam a comunidade de fé.

5.1. Vocação do curso de teologia


O Curso de Teologia é pensado, organizado e ofertado pelas Instituições educacionais
batistas (Faculdades e Seminários) deve estar em permanente sintonia com a realidade das
igrejas, da denominação e do exercício pastoral nas diferentes regiões do país. Daí porque
sua vocação específica liga-se às áreas da Teologia, bem como a diversos campos de atuação
ministerial, com enfoque em disciplinas, conhecimentos, conteúdos e práticas que guardam
vinculação com o ministério cristão.
A vocação do Curso de Teologia, que é chancelado pela CBB, não está separada da
natureza do campo de conhecimento teológico, dos objetivos do curso, do perfil do aluno
que se deseja formar, da educação teológico-ministerial e do pastoreio de igrejas. Por tudo
isso, a vocação deste curso é oferecer sólida formação teológico-ministerial aos membros
das igrejas batistas chamados e separados por Deus para a obra do ministério.
Neste sentido, faz parte da vocação do curso de teologia preparar e formar homens
e mulheres, capacitando-os para servirem às suas igrejas locais e à denominação como
pastores-servos e/ou ministros-servos. Assim, é parte integrante da vocação do curso de
teologia o compromisso com as Escrituras Sagradas, o educar com qualidade e o servir
academicamente para honrar e glorificar a Deus.

5.2. Objetivos
• Capacitar os discentes a pensar teologicamente a respeito da relação existente entre
as Escrituras Sagradas, Revelação de Deus, e a práxis vivida pela igreja em meio aos
desafios da vida, do mundo e da sociedade contemporânea;
• Propiciar o estudo da Bíblia no idioma pátrio e nas línguas originais, por meios de
métodos e estratégias apropriados, para sua aplicação exegética e no ensino, pregação,
doutrina e produção de textos eclesiais e acadêmico-científicos;
• Possibilitar o estudo rigoroso dos diferentes aspectos, temas e áreas da teologia-
ministerial em sua área de alcance, tais como o sistemático, histórico, bíblico e prático,
bem como o rigor metodológico para o estudo exegético das Escrituras do Antigo e
Novo Testamentos, com ênfase nas línguas bíblicas: grego e hebraico;
• Desenvolver a reflexão teológica à luz da Bíblia, Palavra de Deus, tendo em vista a
capacitação da igreja para responder aos desafios da fé cristã em tempo de rápidas

62
e profundas transformações religiosas, tecnológicas, econômicas, políticas e
socioculturais;
• Preparar vocacionados para os ministérios na e da Igreja para que, orientados pela
Bíblia, pelo Espírito Santo de Deus e pela fé em Jesus Cristo, possam intervir criativa,
ética e positivamente nos espaços eclesiásticos, denominacionais, comunitários e
públicos em geral;
• Favorecer aos alunos vocacionados aos ministérios o acesso ao conhecimento adequado
da teologia e ciências afins, possibilitando ao mesmo a equilibrada articulação entre
piedade e estudo, reflexão e ação, fé e cultura, competência teológica e compromisso
pastoral, diaconia social e diaconia eclesial e entre igreja e denominação;
• Equipar “...santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo
de Cristo”, preparando-os para o exercício de seus múltiplos ministérios nas
circunstâncias próprias da realidade das igrejas filiadas à CBB.
• Despertar e reafirmar com o Reino de Deus, a igreja, a denominação e ainda espírito
missionário cultural e transcultural, de acordo com o IDE de Jesus;
• Servir de base e fundamento a uma vocação pastoral e teológico-ministerial,
estimulando os vocacionados a realizarem formação continuada de Teologia em seus
múltiplos aspectos e dimensões em cursos de especialização, mestrado e doutorado.
• Sintonizar e informatizar, sempre que possível, por meio de recursos tecnológicos,
o jeito de se pensar, organizar, praticar e ofertar a educação teológico-ministerial,
conforme demandas e necessidades do nosso tempo.

5.3. Perfil do Egresso


O conceito de “egresso” no âmbito educacional, segundo Ferreira (2004), é um indivíduo que
cumpriu a matriz curricular de um curso de graduação ou pós-graduação e obteve a titulação
na área de competência do curso. O termo “egresso”, contido na legislação educacional,
tem sido usado para referir-se a uma pessoa que efetivamente concluiu os estudos, recebeu
o diploma e está apto a ingressar no mercado de trabalho (BRASIL, 1996). Portanto,
“egresso” é uma terminologia utilizada para referir-se exclusivamente aos alunos formados
e diplomados por uma instituição.
O perfil do “egresso” ou do “profissional” formado num curso de teologia resulta
da concepção do curso, dos objetivos, da matriz curricular construída, da metodologia de
ensino, da união entre teoria e prática e da interação entre ensino, pesquisa e extensão. Além
disso, o perfil do “egresso” deriva principalmente das atividades ministeriais realizadas na
igreja no decorrer da trajetória de formação.
Entende-se por perfil profissiográfico os espaços sociais nos quais o “egresso” do curso
de Teologia das diferentes Instituições educacionais da CBB (Faculdades e Seminários)
poderá atuar. Assim considerado, é possível consolidar o perfil do egresso, identificando-o,
seja como um profissional, seja como vocacionado ao ministério e ao pastorado, como um
indivíduo competente, com habilidades e atitudes proativas no serviço cristão, no pastoreio
e nas atividades teológicas que envolvem a igreja e a sociedade em geral.
Assim, o egresso do Curso de Teologia poderá atuar como pastor e/ou ministro,
numa visão ampla do trabalho pastoral e ministerial, na qual comportam, entre outros, as
seguintes atuações:
• Preparar e realizar, apropriada e competentemente, pregações, celebrações de cultos
e a ministração das ordenanças e demais atos litúrgicos quando solicitado;
• Elaborar, implementar e executar projetos que possibilitem a promoção do ser
humano e sua dignidade, a difusão do evangelho e a expansão do Reino de Deus;
• Produzir e/ou incentivar a elaboração de estratégias metodológicas e pedagógicas,
litúrgicas e comunicacionais, visando o ensino, evangelização, discipulado e demais
recursos que sejam fundamentais na vida e na missão da igreja;

63
• Pregar o evangelho, ensinar e instruir bíblica e doutrinariamente o povo de Deus,
assim como animá-lo na perseverança da fé nos momentos de dor e consolar os
aflitos e doentes;
• Desenvolver e possuir atitudes e estratégias de estudo próprias, de modo a lidar
com mais facilidade com novas tecnologias da aprendizagem e da comunicação,
colocando-as ao serviço do ministério e da igreja;
• Assumir o compromisso com o ministério, conjugando conhecimento, ação e vida cristã
piedosa, mediante a disciplina pessoal de leitura bíblica e adequada prática pastoral;
• Dialogar com outras tradições religiosas e grupos sociais em temas voltados para
cidadania, dos direitos e da promoção humanos, com vistas a uma sociedade mais
justa, ética, pacífica e convivencial;
• Realizar pesquisa no campo da teologia bíblica, prática e sistemática e áreas afins,
produzindo textos e conhecimentos que orientem e ajudem nas possíveis soluções de
problemas da sociedade, vida humana, teologia, igreja e denominação;
• Utilizar, de forma criativa, construtiva, crítica e reflexiva, o instrumental teológico
bíblico-exegético adquirido, integrando-o à produção de saberes e conhecimentos inter
e metadisciplinares, de modo a fundamentar a práxis religiosa, pastoral e ministerial;
• “Compreender a construção do fenômeno humano sob a óptica da contribuição
teológica, considerando o ser humano como ente holístico e refletir criticamente
sobre a questão do sentido da presença do humano nesta vida”7.

5.4. Competências e habilidades na educação Teológico-Ministerial


Os Seminários e as faculdades de teologia representam um contexto do desenvolvimento
pessoal dos vocacionados, promovendo a integração e o alinhamento bíblico, devocional,
ministerial, eclesial, bem como religioso, social e afetivo do aluno. Estas instituições, na
verdade, são estratégicas e atuam com a educação estratégica, pois atuam na formação de
pastores e líderes da denominação batista.
Nessa perspectiva, os seminários e a faculdades de teologia constituem um importante
suporte para a formação e o desenvolvimento de líderes do presente e de projeção futura
das igrejas e da própria denominação, favorecendo o preparo ministerial dos vocacionados.
Favorecem também a transição entre preparo acadêmico-teológico, vivo exame conciliar e
ao engajamento ministerial em uma igreja batista. É por isso que o curso de teologia deve
primar por uma formação teológica focada no incremento de competências e habilidades.
O mundo do trabalho, a igreja, o relacionamento humano e o ministério pastoral, como
a própria vida e tudo que nos cerca, tornaram-se muito mais complexos. Vive-se a cada dia
mais inundado de imagens, textos e informações novas e que rapidamente são substituídas
por outras. Neste contexto, se há cinquenta anos atrás os conhecimentos adquiridos em um
curso de teologia poderiam ser suficientes por décadas para o exercício do pastorado e do
ministério, nos dias de hoje isso não é mais um fato verdadeiro e uma realidade.
Nos dias atuais, alguns dos conhecimentos específicos conquistados num curso de
teologia se tornam “ultrapassados” muito rapidamente. O conhecimento produzido pela
humanidade cresce a passos cada vez mais acelerados. A esfera do trabalho e as profissões
se tornam cada vez mais especializadas. Contudo, as especializações são úteis para o
mundo do trabalho cada vez mais por menos tempo. Retornar aos espaços de formação e
atualizar os conhecimentos e competências se tornam necessário em intervalos de tempo
cada vez menores.
Essa condição, reforça a ideia e a necessidade de que o curso de teologia dos seminários
e faculdades batistas deem ênfase ao desenvolvimento de competências e habilidades,
considerando-as do ponto de vista do pastoreio e do ministério. Nesse novo tempo, o espaço
7
Diretrizes curriculares para os cursos de Teologia. MEC. Minuta v. 1.4. Março de 2010, p. 09. http://portal.
mec.gov.br/index.php. Acesso em 16 de dezembro de 2016.

64
de formação teológica, o desenvolvimento de competências e habilidades múltiplas se
constituem em requisitos essenciais da formação ministerial-pastoral.
Nessa direção, ao se enfatizar o estudo da teologia a partir da competência e das
habilidades, de acordo com Anita Abed8, está se falando de uma mudança de cultura, de
compreensão de vida, do que a gente acredita que é o ser humano, o conhecimento, a
aprendizagem. Além disso, está explicitando-se sobre qual é o verdadeiro papel de uma
instituição de formação teológica.

5.4.1. As competências

A competência designa, segundo Perrenoud (2000, p. 15), a capacidade de mobilizar


diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação. Exercitá-la envolve
operações mentais complexas que permitem determinar e realizar uma ação própria à
situação. “Competência é apresentada como sendo uma capacidade de agir eficazmente em
um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles”
(DELL’ACQUA, 2009, p. 265). A principal ideia a respeito da relação entre competência e
conhecimento é que ambos são uma construção.
Assim, pode-se afirmar que a construção de competência está atrelada fortemente
à formação de esquema de mobilização de conhecimentos com discernimento em prol de
uma ação eficaz. Nesse sentido, a competência implica uma mobilização dos conhecimentos
e esquemas que se possui para desenvolver respostas inéditas, criativas, eficazes para
problemas novos. Por isso, a competência envolve, de uma só vez, esquemas de percepção,
pensamento, avaliação e ação.
As competências e as habilidades são inseparáveis da ação. Separadas e em
conjunto, elas exigem domínio de conhecimentos. Sobre a competência, Medeiros,
propõe a seguinte definição:
Competência é uma relação social dialética afetiva/cognitiva/performativa,
fundada em informações, capacidades, saberes, saberes-fazeres,
conhecimentos, habilidades, atitudes e aptidões, que se configura através de
um sujeito (individual ou coletivo), sob a forma de representações e ações
inovadoras, diante de situações inéditas ou do inédito que se apresenta em
situações rotineiras (MEDEIROS, 2006, p. 175).

Ressaltar-se, dessa forma, significa mostrar que a competência não é desenvolvida


isoladamente pelo aluno. Na sua concepção, o trabalho, a parceria e a participação do
professor são necessárias e fundamentais. É por isso que o desenvolvimento e a conquista
efetiva de competências que se constituem num “...conjunto integrado e estruturado de
saberes – saberes-fazer, saberes-ser e saberes-transformar-se” (GONÇALVES, 2000, p. 2).
A aprendizagem da teologia e do ministério é acima de tudo algo relacional.

5.4.2. As habilidades

Em complemento às competências e conhecimentos específicos da teologia e da ação


ministerial, existem múltiplas habilidades que precisam ser desenvolvidas e estimuladas. As
habilidades devem ser desenvolvidas durante o curso de teologia, pois ao serem buscadas e
conquistadas pelo aluno, consolidam as competências.
Assim, a competência estaria constituída por várias habilidades. Entretanto, uma
habilidade não “pertence” a determinada competência, uma vez que uma mesma habilidade
pode contribuir para competências diferentes. Por habilidade, Goldberg (1974:21 – 60),
entende ser a capacidade de saber fazer alguma coisa através de ações ordenadas e com
finalidades dirigidas para a realização de um objetivo.
8
Porvir. Educação para o século 21. Série Diálogos - O Futuro se Aprende: sobre habilidades socioemocio-
nais. porvir.org/especiais/socioemocionais. Acesso em 16 de dezembro de 2016.

65
Entre as habilidades, podem-se destacar algumas delas: capacidade de comunicação
oral e escrita, capacidade para lidar com situações novas e desconhecidas, capacidade
de liderança e de trabalhar em equipe, capacidade de lidar com situações complexas e
o enfrentamento de situações problemas. Assim, o curso de teologia dos seminários e
faculdades batistas, tem o propósito de garantir, ao mesmo tempo, o desenvolvimento das
seguintes competências e habilidades:
• “Ler e compreender textos teológicos, demonstrando capacidade para crítica,
reflexão, análise, interpretação e comentário de textos teóricos, segundo os mais
rigorosos procedimentos hermenêuticos”;9
• “Utilizar adequadamente conceitos teológicos aliados às situações do cotidiano,
desenvolvendo capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência cotidianas
para o ambiente de trabalho, revelando-se profissional participativo e criativo”;10
• “Capacidade de relacionar o exercício da reflexão teológica com a promoção integral
da cidadania e com o respeito à pessoa”;11
• Usar os conhecimentos teóricos e práticos que o capacite para exercer o ministério na
igreja, bem como presença e atuação pública significativa na sociedade, interferindo
positiva e construtivamente na sociedade numa perspectiva de transformação,
valorização e promoção do ser humano;
• Implantar projetos comunitários e desenvolver ações individuais e coletivas que
visem a vivência prática dos valores cristãos para o benefício do bem-comum;
• Propor, elaborar e desenvolver projetos de pesquisa no campo da teologia e da
prática ministerial dentro das exigências do rigor acadêmico e dos princípios éticos
da nossa confessionalidade;
• Interpretar a Bíblia e analisar textos teológicos, de acordo com os rigorosos
procedimentos da hermenêutica e exegética;
• Utilizar as TIC’s (Tecnologia da Informação e da Comunicação), colocando-as a
serviço da igreja, do ministério e da teologia, para ampliar o processo de difusão da
mensagem do evangelho e para a melhoria da educação religiosa;
• Liderar pessoas, trabalhar em equipe e comunicar eficaz e significativamente na
dimensão interpessoal e intergrupal, para alcançar relacionamentos saudáveis,
bem como os objetivos, metas e propósitos organizacionais;
• Identificar as reais necessidades das igrejas e organizações, propor e consolidar de
projetos e ações que contribuam para dirimir e/ou solucionar as necessidades existentes;
• Planejar e promover, em parceria com educadores, práticas e ações educativas
em escolas e igrejas em suas especificidades, tendo em vista as características dos
educandos, o contexto de cada organização e realidade existencial e histórico-
cultural do país.

6. A organização curricular
O PPT foi pensado, construído e sistematizado com vistas a atender às exigências
da CBB a respeito da educação teológico-ministerial. Assim, em todas as etapas, tanto
de concepção, discussão e sistematização o lema adotado foi diálogo, compartilhamento,
flexibilidade, revisão, reconfiguração e abertura para o novo e o ainda não pensado. Com a
adoção desse lema, que é também uma visão de educação, o PPT, cada uma de suas partes
e aquilo que nelas foi tecido e textualizado, passaram por um amplo processo criação,
recriação, reflexão, discussão, revisão e nova sistematização.
9
Diretrizes curriculares para os cursos de Teologia. MEC. Minuta v. 1.4. Março de 2010, p. 09. http://portal.
mec.gov.br/index.php. Acesso em 16 de dezembro de 2016
10
Diretrizes curriculares para os cursos de Teologia. MEC. Minuta v. 1.4. Março de 2010, p. 10. http://portal.
mec.gov.br/index.php. Acesso em 16 de dezembro de 2016.
11
Diretrizes curriculares para os cursos de Teologia. MEC. Minuta v. 1.4. Março de 2010, p. 10. http://portal.
mec.gov.br/index.php. Acesso em 16 de dezembro de 2016

66
Considerando essa tratativa no decorrer de todo o processo de construção do PPT,
a melhor estratégia e o mais vantajoso dos caminhos foi pensar a organização curricular
a partir de três grandes eixos. Portanto, a organização curricular propugnada neste PPT,
mesmo sua especificidade, assume uma perspectiva que é diretamente ligada à compreensão
de que a educação que a CBB deseja é exclusivamente para o preparo teológico-ministerial
dos que são vocacionados por Deus. Com esta compreensão, afirma-se que a construção do
conhecimento teológico deve emergir diretamente da tradição batista e sua confessionalidade.
Por isso, objetivando atender as exigências da CBB quanto à educação teológico-
ministerial, consolidar conceitos fundamentais do campo eclesial-religioso e, ao mesmo
tempo, dar flexibilidade ao currículo e ao fazer pedagógico, a ideia foi criar e propor eixos
para a organização curricular. Os eixos da organização curricular juntamente com os demais
componentes do PPT é que permitirão adequação e viabilidade territorial, contextual,
histórica, pedagógica e teologal da educação que foi e ainda é pensada, sonhada, construída
e desejada.

6.1. Eixos da organização curricular


Os eixos são elementos essenciais na estruturação do curso e principalmente da
organização curricular. Os eixos propostos são ideias-força que direcionam e comandam
as diferentes áreas e campos da formação teológico-ministerial. Cada eixo da organização
curricular cumpre sua finalidade ao contemplar disciplinas e conhecimentos que dão
substância, consolidação e solidez a uma área desejada no curso de teologia.
Tendo em vista que o PPT é um documento orientador e que poderá referenciar a
construção de projetos de curso nas instituições de ensino teológico, os eixos que foram
propostos e delineados são elementos estruturados das áreas de formação teológico-
ministerial. Assim, a partir de 03 eixos de organização curricular, a ideia é que o ensino
teológico aconteça de forma integrada, em diálogo não só com a teologia e outras áreas de
conhecimento, mas também com as igrejas e a própria denominação.

6.1.1. Eixo 01: Vocação, igreja e ministério

A característica, a natureza, a especificidade e o principal diferencial de um curso de


teologia encontram-se nos conceitos de vocação, o que está associado à ideia de chamada
feita por Deus às pessoas, a igreja e ao ministério. A vocação, a igreja e o ministério são, na
verdade, três dimensões importantíssimas da educação teológico-ministerial e não poderiam
ficar separados ou mesmo excluídos no processo de discussão, construção e sistematização
do PPT. Por isso, esses três elementos ou dimensões, estão presentes no PPT, e devem
receber um destaque especial no cotidiano da formação e do preparo teológico daqueles que
foram chamados por Deus para o ministério.
A vocação, a igreja e o ministério são revestidos de um “véu misterioso”, o que é
próprio, intrínseco e inseparável da teologia, da experiência de fé e da vida espiritual. Esse
“véu misterioso” que reveste esses elementos precisa ser considerado na educação teológica,
pois, em última análise, é o “mistério” do próprio Deus ou dos conhecimentos a respeito dos
“mistérios” de Deus. Todo saber teológico, segundo Libanio e Murad (2011), tem seu mistério,
exigindo uma atitude de fé, reverência e sabedoria para penetrar no mundo da teologia.
Um projeto pedagógico, cuja finalidade precípua é a formação teológico-ministerial,
precisa ter raízes “fincadas” na Bíblia, ser respaldado na teologia e na confissão de fé e ainda
integrar e dar centralidade à vocação, à igreja e ao ministério. Sem a integralização desses
elementos, o PPT e a formação-teológico-ministerial que se deseja, perderão seu sentido,
finalidade, propósito e também o nexo com Deus, o Evangelho, a piedade, a religiosidade e
a vida comunitária. A teologia tem seu sentido assegurado e ampliado quando é pensada,
ensinada e vivida para transformar vidas.

67
Assim, proposta e a postulação deste primeiro eixo, que é a integração e a conectividade
entre vocação, igreja e ministério num só eixo, e na construção do PPT, reafirmam a
característica, a natureza, a especificidade e o que diferencia o estudo da teologia, seja o
curso livre, seja o reconhecido, dos demais cursos e áreas de formação humano-profissional.
Nesse sentido, a colocação do eixo vocação, igreja e ministério faz, tanto do PPT, quanto do
curso de teologia, uma espécie de “ferramenta” especial no preparo de ministros para a obra
no Reino de Deus.
Nessa perspectiva, o PPT e o curso de teologia, como uma “ferramenta”, tornam-
se um adequado e poderoso instrumento de Deus e da CBB para preparar servos para a
igreja e para o ministério. Os egressos de um curso de teologia devem se tornar teólogos,
ministros, e como tais, conforme Ferreira (2014), precisam ser dedicados e hábeis servos
da igreja. Com a integração da vocação, da igreja e do ministério, o PPT, o curso de teologia
e a educação teológico-ministerial formarão ministros e líderes que vão servir ao Reino e à
igreja, cuidando de gente, pregando a Palavra com verdade e sabedoria, fazendo missões e
atuando para a expansão do Reino.
O fato é que a vocação ministerial, por mais que se dê a ela o caráter de “profissão”,
pertence a Deus e ao seu povo, a igreja. “Ninguém toma para si honra, senão quando chamado
por Deus como aconteceu com Arão” (Hebreus 5.4). A igreja, por ser simbolicamente o
corpo que congrega o povo e que permite a comunhão espiritual entre irmãos, permite a
fluidez do ministério, o que se dá pelo cuidado pastoral. É a igreja, e somente por meio dela
e para ela, que o ministério acontece efetivamente.

6.1.2. Eixo 02: Bíblia, linguagens e exegese

O segundo eixo da organização curricular é formado por três importantes componentes.


O primeiro é a Bíblia, que é a boa, suficiente e eterna Palavra de Deus. Essa base indica
que o curso de teologia tem um alicerce, o qual se reveste de um caráter absoluto, que são
as Escrituras Sagradas. Daí a importância de se estudar o Antigo e o Novo Testamento.
Esse alicerce, por sua vez, é consolidado pedagógica, didática e academicamente pelo estudo
direto e exclusivo da Bíblia, mesmo que sua organização se dê em disciplinas, áreas, campos
e temas acadêmicos.
Com esta ênfase, o eixo Bíblia, linguagens e exegese toma a direção clara de reafirmar
a Bíblia como princípio de fé e prática. Contudo, busca dar também um tratamento literário,
linguístico e discursivo aos textos bíblicos a partir das línguas originais e dos estudos
hermenêutico-exegéticos. Já que um dos eixos do trabalho pedagógico e da formação
teológico-ministerial se pauta no princípio da indissociabilidade nos componentes do eixo,
podem fazer parte do eixo curricular o estudo das línguas originais em que a Bíblia foi
produzida, os diferentes textos e as distintas linguagens.
A leitura devocional da Bíblia e seu o estudo hermenêutico-exegético, sistemático
e metódico são indispensáveis ao estudante de teologia e ao seu preparo para a obra do
ministério. Mas, a leitura e o estudo da Bíblia para se tornarem eficazes e aprofundados
exigem um conhecimento dos idiomas originais e os métodos da exegese, o que facilita o
trabalho hermenêutico, exegético e sistemático. A leitura e o estudo da Bíblia, na perspectiva
de devoção e da exegese, não têm um fim em si mesmos, e exigem a apropriação de diferentes
linguagens e metodologias que possibilitem a sua comunicação eficaz.
Na formação-teológico-ministerial, na pregação e no ensino da Palavra a busca pelo
sentido dos textos bíblicos é necessária, salutar e fundamental. Porém, alguns intérpretes,
segundo Carson (2008:13) buscam soluções hermenêuticas atraentes, que aparentam certo
requinte e autenticidade, mas carregam em si os mais diversos erros e argumentos sem
embasamento. Os erros e argumentos oriundos desse tipo de interpretação, para Carson,
se apresentam como perigosas ciladas que podem causar o fracasso hermenêutico, pois
tropeçam em armadilhas gramaticais, lógicas, históricas, de vocabulário e de pressupostos

68
Com efeito, a dedicação ao estudo da Bíblia na língua maternal e nos idiomas
originais dá solidez à educação teológica, amplia a qualidade da formação ministerial e evita
diversas falácias e fragilidades de cunho acadêmico, doutrinário e confessional. É por isso
que o eixo da Bíblia, linguagem e exegese deve ser um componente que não poderá faltar na
organização curricular do curso de teologia. Assim, o que se deseja enfatizar é que o ensino
da teologia é indissociável da Bíblia, e esta, com o grego, o hebraico e as metodologias e
técnicas exegéticas.
De fato, o eixo Bíblia, linguagens e exegese, devido à sua importância espiritual, técnica
e metodológica, não poderia ficar de fora deste PPT e da organização curricular aqui proposta
e delineada. O estudante de teologia, o teólogo já formado, o pregador, hermeneuta e exegeta
comprometidos com a igreja, o ministério e a fé cristã, têm o desafio de crer, compreender,
interpretar, viver, ensinar com a fidelidade máxima requerida pelo autor da Bíblia, Deus.
Nessas importantes tarefas, faz-se necessário lançar mão de linguagens distintas e a exegese
para mediar a Palavra Revelada e dialogar com as pessoas e a cultura.

6.1.3. Eixo 03: Missiologia, pastoreio e espiritualidade

O terceiro eixo da organização curricular contempla três elementos ou conceitos


essenciais e importantes na educação teológico-ministerial: a missiologia, o pastoreio e a
espiritualidade. Esses três conceitos que compõem esse eixo são históricos para os batistas
brasileiros da CBB e sempre fizeram parte permanente do processo de formação teológico-
ministerial e da vivência das igrejas e da denominação. Nesse sentido, pode-se declarar que
os batistas brasileiros da CBB sempre tiveram um enorme apreço e um grande interesse, e
ainda têm, pela obra missionária, pelo pastoreio do rebanho de Deus e pela espiritualidade
saudável e marcadamente orientada pela Bíblia.
Os componentes deste terceiro eixo indicam que a educação teológico-ministerial
concebida, organizada e planejada pelos batistas brasileiros tem como base comum a
formação missiológica, que, na prática, se traduz no cumprimento da missão de evangelizar,
testemunhar, ensinar, fazer novos discípulos e cuidar de todos e de cada um deles. O que
se almeja com esta base comum missiológica, na verdade, é que os cursos de educação
teológico-ministerial tenham um forte componente missionário e uma ênfase em missões.
Em Paulo, especialmente nas narrativas da primeira viagem missionária (Atos
13), o tema que dá sentido aos textos é o crescimento na Palavra de Deus. Em Atos 14,
há a associação entre pregação evangelística da Palavra, empenho pastoral do apóstolo e o
cuidado que é dispensado ao rebanho, seja pelo discipulado, seja pela organização e ensino
na comunidade de fé. Isso demonstra que missiologia e pastoreio passam a andar juntos na
vivência ministerial de Paulo. É por isso que o conceito de pastoreio está presente num dos
eixos da organização curricular.
Sem qualquer tipo de supervalorização do conceito pastoreio e da prática de
pastorear, por um lado, diminuição ou reducionismo de outras dimensões ministeriais da
igreja, por outro, o pastoreio, como serviço e cuidado, constitui-se numa das dimensões mais
importantes da educação teológico-ministerial. Por isso, o pastoreio é um conceito chave
neste terceiro eixo e, consequentemente, da educação teológico-ministerial e formação de
vocacionados. Nesse sentido, pode-se entender que, para Paulo, não havia nenhum tipo de
dualismo que tornasse o pastoreio uma ação ministerial distinta da missão da igreja e da
teologia e vice-versa.
Sendo assim, a ideia de pastoreio é central na Bíblia e deve ser também no curso de
teologia. Por isso, o pastoreio é colocado neste terceiro eixo, já que nas Escrituras Sagradas,
a ideia de pastoreio pode ser vista como conceito bíblico-teológico e uma prática que revela
cuidado. O conceito de pastoreio, tanto quanto as práticas pastorais, encontram-se no ser
divino, segundo Silva (2004, p. 164), a face do Deus-pastor, que se revela em proteção,
assistência e cuidado do rebanho, figurado no povo de Israel.

69
Nessa perspectiva, o pastoreio deve ser um dos eixos que articula e serve de “guia”
para o processo de formação teológico ministerial. Portanto, quem se sentir vocacionado ao
ministério, não importa qual seja, se envolverá com o pastoreio e com o ministério pastoral,
isto é, com o cuidado e a proteção do rebanho. Quem cuida de pessoas na igreja de Deus,
exerce o ministério pastoral, e quem quiser ser pastor, de verdade, deve aprender a ser servo
de Cristo, servo do povo e servo da igreja.
O último componente do terceiro eixo da organização curricular contempla o
importante e complexo conceito espiritualidade. Esse componente é contemplado no
eixo porque a missão da escola teológica, no aqui e no agora, não é apenas transmitir
conhecimentos, informar, conformar a um padrão acadêmico e nem formar alunos que
são enviados. A mais importante missão de escola teológica é preparar e formar homens e
mulheres comprometidos com o Reino, o evangelho, a igreja e a obra que Deus a ela confiou.
Com essa incumbência não pode faltar à educação teológico-ministerial a
espiritualidade e também professores e líderes espirituais. “A verdadeira liderança espiritual
tira as pessoas de onde estão para levá-las até onde Deus quer que estejam” (BLACKABY &
BLACKABY, 2011, p. 39). Sendo assim, a teologia e o ensino teológico podem e devem incluir
em seus projetos de formação a espiritualidade, o que pode ser praticada com as disciplinas
espirituais. A interdependência entre teologia, estudo da Bíblia e espiritualidade produz
uma visão equilibrada de Deus, da vida, do mundo e da igreja.
A espiritualidade é um conceito-chave para quem estuda, pensa teologicamente e
almeja “fazer teologia”. Estuda, pensa e “faz teologia”, em primeiro lugar, deve se voltar para
a Palavra de Deus, ler e recitar, obedecê-las e, em seguida, pensar sobre elas. Estas ações
é parte do processo de fazer teologia e são fundamentais para o cultivo da espiritualidade.
Vale destacar, entretanto, espiritualidade e razão e razão e espiritualidade não se excluem
necessariamente, e isto, tanto para professor quanto para os alunos.
Nesse sentido, há uma interdependência entre missiologia, pastoreio e espiritualidade,
tanto quanto há entre teologia e experiência com Deus. Essa interdependência entre esses
elementos contribui para a produção de uma visão equilibrada e coerente de Deus, da vida
e do mundo. Sobre a espiritualidade, sua relação com a teologia e sua aplicabilidade nos
estudos teológicos, George (1992), faz a seguinte consideração: a espiritualidade é o pensar
correto sobre Deus e também o louvor digno e aceitável a Deus. Por isso, a teologia aliada
à espiritualidade é a ciência de viver para o Criador e sustentador de todas as coisas, Deus.

6.2. Pilares norteadores na composição do curso


A educação teológico-ministerial é um processo de formação complexo como qualquer
outra modalidade educativa. Esse processo de formação nos segmentos evangélicos é
desenvolvido especificamente em instituições de ensino vinculadas às denominações, pois
trata de instrução e preparo para o labor teológico, pastoral e ministerial. Nessa perspectiva,
a educação teológico-ministerial é feita a partir de princípios e valores cristãos e com uma
visão exclusivamente bíblica.
Tal peculiaridade, no entanto, não pode eliminar as contribuições de teorias
pedagógicas, de pressupostos metodológicos, de políticas educacionais e das recomendações
e orientações de agências internacionais, como a UNESCO. Esta agência, ao longo de sua
existência, tem atuado para o estabelecimento de consensos em torno de temas fundamentais
da humanidade. O lema dessa agência é a promoção da paz e sua principal missão é trabalhar
para consolidar a solidariedade intelectual e moral da humanidade (UNESCO, 2007),
solidariedade esta que é pertinente à formação teológico-ministerial.
O lema e a missão assumidos pela UNESCO colocam a educação como uma de suas
prioridades e um tema de principal ocupação, pois é um assunto de maior relevância nas
diferentes sociedades. Nesse sentido, a educação teológica não pode assumir uma posição de
indiferença em relação às contribuições trazidas por esta agência internacional. Na verdade,

70
a educação teológico-ministerial pode e deve apropriar das orientações e contribuições da
UNESCO, principalmente a ênfase dada num modelo de educação integral.
A educação proposta pela UNESCO, colabora para a coesão social, no sentido de formar
sujeitos capazes de adaptarem-se às transformações sociais. É preciso que as habilidades e
capacidades dos estudantes sejam flexíveis, em que os quatro princípios, conforme DELORS
(2012), o “aprender a conhecer”, “aprender a fazer”, “aprender a viver juntos” e “aprender a
ser” são indispensáveis para a adaptação dos sujeitos à sociedade e também aos diferentes
tipos de ministérios e de igreja. A ênfase numa educação integral já é pensada na educação
religiosa idealizada pela CBB. Por isso, mesmo em se tratando da educação religiosa, a
contribuição do PDER é muito significativa.
A educação integral elaborada a partir da antropologia bíblica indica a
construção de um processo educacional que considere o ser humano como
um todo, não apenas em seu aspecto cognitivo (SABER), que poderá apenas
privilegiar a memória, mas também será necessário dar-lhe oportunidade
para construir o conhecimento refletindo sobre ele (REFLETIR). Além
disso, será necessário considerar que o ser humano convertido ao evangelho
é desafiado a desenvolver e utilizar os seus dons, por isso precisará ser
capacitado a servir no reino de Deus (FAZER). A vida cristã afeta todo o ser,
portanto a vida mental e emocional deverá ser transformada e aperfeiçoada
pela efetivação do evangelho em sua vida (SENTIR). Desde o Éden o
ser humano foi criado para o relacionamento que também precisará ser
atendido no desenvolvimento da vida cristã (CONVIVER/ SERVIR) e, desde
que o Evangelho deve promover uma radical transformação na vida, será
necessário que o cristão seja atendido no aperfeiçoamento de seu caráter
(SER) (PDERB, 2010, p. 17).

Portanto, de um modelo de educação integral e da integralidade formativa, a educação


teológico-ministerial não pode se esquivar. Na contemporaneidade é inadmissível focar
apenas um aspecto do indivíduo na formação teológica e no preparo ministerial, já que o
trabalho de cuidar e pastorear pessoas exige ministros integralmente maduras.
A educação teológico-ministerial deve ocorrer de forma singular, prezando pelo
desenvolvimento integral do indivíduo vocacionado. Daí a importância de que esta formação
esteja também relacionada com os pilares da educação propugnada pela UNESCO, os quais
são aqui concebidos e pensados como princípios norteadores na composição do Projeto
de curso de teologia. “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo
complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar
através dele” (DELORS, 2012, p. 89).
Nessa direção, mesmo idealmente, todos os cursos de teologia vinculados à CBB ou
a uma de suas convenções estaduais, que pretendem desenvolver uma educação teológico-
ministerial integral devem considerar os princípios norteadores propostos pela UNESCO.
Esses pilares ou princípios no processo pedagógico não podem ser pensados e/ou praticados
separadamente, já que são imbricadas e constituem-se em profunda interação, objetivando
uma formação holística do indivíduo.
De acordo com Pietrocola (2010), os quatro pilares postulados pela UNESCO estão
imbricados entre si e vão contribuir para a formação integral humanista do estudante, e isso
em qualquer campo de conhecimento e formação. Esses pilares ou princípios, conforme
Delores (2012), são os seguintes: “Aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a ser e
aprender a conviver”.
Para Pietrocola (2010, p. 4-5), o aprender a conhecer (indica o interesse a abertura
para o conhecimento); o aprender a fazer (diz respeito à coragem de execução, de correr riscos
e, até mesmo, de errar buscando acertar); o aprender a ser (explicita o papel do cidadão e o
sentido da vida); e o aprender a conviver (traz o desafio da convivência, do respeito a todos
e da fraternidade como caminho do entendimento).

71
Esses pilares são as bases para uma educação ao longo de toda a vida. Servem de
orientação para as instituições de ensino teológico a implementarem uma metodologia
inovadora baseada no desenvolvimento de competências e de valores que privilegiam um
desenvolvimento integral da pessoa, capacitando-a para atuar de forma criativa, solidária,
responsável e eficaz na igreja, na denominação e na sociedade.
Nesse contexto, vale ressaltar que não se aprende a ser cristão sozinho e nem a ser
ministro isoladamente e sem a cooperação de outros seres humanos. Na formação teológico-
ministerial, a cooperação, a interatividade e a religação entre saberes e conhecimentos
podem ser incorporadas dentro e fora da sala de aula. Nesse aspecto, o trabalho do professor
e dos alunos nos vários tempos e espaços educativos deve, tanto quantitativa, quanto
qualitativamente, favorecer a aprendizagem e a compreensão de que os conteúdos, os
saberes e os conhecimentos teológicos-ministeriais estão relacionados e vinculados.
Assim considerada, a formação teológico-ministerial deverá eliminar a concepção
compartimentada, fatiada e mecanicista do conhecimento teológico e alicerçar-se numa
visão e numa prática que oportuniza a comunicação, o diálogo e a pertinência entre os
diferentes saberes da formação teológico-ministerial. Com efeito, esse alicerce e essa prática
irão contribuir para que a matriz curricular dos cursos de teologia seja mais aberta, flexível e
contextual, e a formação teológico-ministerial mais dialógica, relacional, vinculada à prática
ministerial e profundamente enriquecida pelos preceitos da Palavra de Deus.

6.2.1. Aprender a conhecer

O conhecimento bíblico e os saberes teológicos e ministeriais são fontes inesgotáveis.


Diferentemente da Bíblia, que é a revelação de Deus a seres humanos escolhidos para este
fim no passado, o conhecimento bíblico e os saberes teológicos e ministeriais são históricos
e, portanto, não são absolutos e estão abertos à construção. Por ser pertinente e ter como
referência a Bíblia, que é um texto revelado e inquestionável, o conhecimento bíblico-
teológico e ministerial possui uma natureza inacabada. Como o conhecimento humano é
múltiplo, diverso e evolui infinitamente, torna-se cada vez mais inútil tentar conhecer tudo.
É esta condição do conhecimento que dá importância ao princípio do “aprender a
conhecer”, pois o conhecimento que é relativo a Bíblia e às coisas espirituais e ministeriais
não se encerra num curso de preparação para o ministério. Assim, o princípio do “Aprender a
conhecer” no campo da formação ministerial é fundamental e é caracterizado pelo interesse
e pela a busca de conhecimento e de saberes, e sua construção, o que deve durar a vida toda.
Segundo Sacristán (2015) é preciso ler muito, fazê-lo reflexivamente, entrelaçar leituras,
entrar irrestritamente no mundo escrito e ter prazer com tudo isto são e continuarão sendo
um desafio para a educação formal. E o alicerce para a educação permanente.
Num tempo em que se caracteriza pela velocidade em que se produz e se multiplica
o conhecimento humano, não é mais viável que o vocacionado ao ministério deixe de
lado o “aprender a conhecer”. Isto é uma condição “sine qua non” para o aumento do
conhecimento, aprimoramento intelectual, ampliação da visão de mundo e fundamentação
teórico-conceitual para quem vai se engajar no ministério e trabalhar com a igreja.
A tendência para prolongar a escolaridade e o tempo livre deveria levar os
adultos a apreciar, cada vez mais, as alegrias do conhecimento e da pesquisa
individual. O aumento dos saberes, que permitem compreender melhor o
ambiente sob os seus diversos aspectos, favorece o despertar da curiosidade
intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante
a aquisição de autonomia a capacidade de discernir (DELORS, 2012, p. 74).

O processo que envolve o “aprender para conhecer” pressupõe, antes de tudo,


a capacidade do estudante e posteriormente do ministro de “aprender a aprender”, já
aquele tem a ver com o exercício do pensamento, da memória e da atenção concentrada. O

72
“aprender a conhecer” é um princípio importantíssimo no campo da teológica e da formação
ministerial, pois além da menção e da ênfase à busca pelo conhecimento, é preciso querer e
desejar aprender.
Aprendentes humanos podem, agora, situar-se no interior de ecologias
cognitivas nas quais a morfogênese do conhecimento passa a acontecer sob a
forma daquilo que Pierre Lévy denomina inteligência coletiva. A construção
do conhecimento já não é mais produto unilateral de seres humanos isolados,
mas de uma vasta cooperação cognitiva distribuída, da qual participam
aprendentes humanos e sistemas cognitivos artificiais (ASSMANN, 2000, p.
11).

O “aprender a conhecer”, por ser um pilar e um princípio, indica que a aprendizagem


deve ser encarada como um meio e uma finalidade da vida e do trabalho ministerial. Sinaliza
que a educação e a formação têm um âmbito pessoal e que devem ser pensadas e planejadas
para todas as fases da vida e no ministério. Indica ainda que o ministro, aquele que está
envolvido com a igreja e com o cuidado de pessoas, tem interesse em continuar aprendendo,
tem abertura para o conhecimento novo e novos saberes que são significativos à tarefa
ministerial.

6.2.2. Aprender a fazer

O “aprender a fazer”, embora seja indissociável do primeiro pilar, o “aprender a


conhecer”, refere-se direta e exclusivamente à dimensão do trabalho e da profissão. Em
se tratando da educação teológico-ministerial, o “aprender a fazer” e sua dimensão dizem
respeito ao trabalho ministerial e à atuação numa comunidade de fé, a igreja. Isso significa
que o vocacionado, desde o início de sua formação teológico-ministerial, está ampliando a sua
aprendizagem e que está colocando em prática na comunidade de fé os seus conhecimentos.
No que tange ao processo de formação, o “aprender a fazer” visa orientar o estudante
vocacionado a colocar em prática os seus conhecimentos e fazendo as adaptações necessárias
dos conhecimentos, dos saberes e das metodologias à realidade da igreja e do ministério. Por
isso, o “aprender a fazer” nos fala tanto das associações que precisam ser feitas, quanto da
prática, das habilidades, das experiências.
Sendo assim, “aprender a fazer” implica em ir além do conhecimento teórico e entrar
no campo prático. “... aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação
profissional, mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a
enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe” (DELORS, 2012, p. 93). O que se
quer enfatizar é que não se forma e nem se prepara ministros e obreiros para a igreja e para
os ministérios cristãos sem o efetivo engajamento no ofício ministerial. O pilar do “aprender
a fazer” se mostra pela capacidade que o vocacionado tem em articular, de modo contínuo,
o que estuda e aprende com a realidade eclesial e espiritual.
O primeiro e principal dever ou ofício de um obreiro na igreja, que é a essência do
trabalho ministerial, é apascentar o rebanho mediante a diligente pregação da Palavra. A
prática e o exercício do ministério ocorrem e se desenvolvem no pastorear, no aconselhar,
no cuidar, no discipular das pessoas, o que se dá por meio da pregação ou do ensino da
Palavra, e não de outro modo qualquer. A prática de apascentar as ovelhas é a essência do
ofício e do “aprender a fazer” de um ministro do evangelho. “Fiel é a Palavra: se alguém
aspira ao episcopado, excelente obra deseja” (I Timóteo 3.1).
O princípio ou pilar do “aprender a fazer” reforça a ideia de que o estudante precisa
aprender a usar construtivamente sua visão crítica, a compreender o contexto em que está
situado e agir ativamente sobre o mesmo, fazendo-se autor de sua história numa relação
de obediência, termos e dependência de Deus. Só assim, o estudante e também o ministro,
conseguirá desenvolver a empatia, cultivar um sentimento de solidariedade e agir construtiva
e ativamente para transformar o espaço em que atua. No que tange às instituições educativas,
73
Sacristán (2015) destaca que elas precisam voltar suas temáticas de estudo para os problemas
da vida cotidiana, próxima, estabelecendo uma conexão entre o conhecer e o transformar.

6.2.3. Aprender a viver juntos

No terceiro pilar da educação do XXI, chama-se a atenção para o principal objetivo da


Educação e este não é o de somente transmitir conhecimentos, mas criar um espírito para
toda a vida, onde ensinar é viver em transformações consigo próprio e com os outros. Nessa
perspectiva, a educação que assume o “aprender a viver juntos” como uma de suas metas,
segundo Delors (2012:13), busca desenvolver o conhecimento a respeito dos outros, de sua
história, tradições e espiritualidade, e tudo isso, de forma interdependente.
O princípio do “aprender a viver juntos” é essencial à vida da humanidade e das
diferentes sociedades. Dessa forma, como vivemos numa sociedade interativa, comunicacional
e translocal, em que o acesso às coisas e situações que envolvem o outro com suas diferenças,
é rápido e constante, a convivência e o respeito ao próximo tornam-se necessários.

As mudanças registradas nas tecnologias da informação e nos processos de


produção, o impacto produzido pelas migrações em massa e pelas grandes
transformações econômicas, sociais e políticas, a expansão dos limites do
saber humano, requerem o desenvolvimento de novas atitudes e a aquisição
de novos conhecimentos. Neste mundo crescentemente interrelacionado e
complexo, onde a diferença requer respeito e a mistura de culturas demanda
compreensão e aceitação, aprender a viver juntos constitui uma exigência
inevitável para um futuro promissor (TIANA, 2002, p. 69).

O pilar do “aprender a viver juntos”, por envolver a ideia de respeito e convivência


com o diferente e com aquele que pensa diferente, não poderá faltar à formação teológico-
ministerial. Não pode faltar porque a convivência requer respeito, amor e aceitação completa
do próximo, o que constitui em valores essenciais à educação dos futuros ministros. Além
disso, a convivência é uma ideia e um valor inseparável da prática da cidadania.
Sobre esse aspecto, pode-se afirmar que no processo de educação teológico-ministerial
do vocacionado deve-se considerar “a sua vida relacional dentro e fora da igreja” (PDER,
2010, p. 21-22), que é onde acontece a convivência. A noção de cidadania é inseparável
deste respeito entre iguais e do exercício da fraternidade, que é um ótimo caminho para
a compreensão e entendimento do outro. Onde há cidadania, qualquer encontro entre
desconhecidos é, antes de mais nada, um encontro entre cidadãos, principalmente daquele
que tem compromisso com a dupla cidadania, a deste mundo e a celestial.

6.2.4. Aprender a ser

É praticamente impossível “aprender a ser”, quando não se é partícipe ativo do


“aprender a conhecer”, do “aprender a fazer” e do “aprender a conviver”.
O pilar do “aprender a ser” é integrador dos demais, e como tal, articular as três
aprendizagens anteriores. O “aprender a ser” caracteriza-se pela elaboração de pensamentos
autônomos e críticos que contribuam na formulação própria de juízos de valor, formando assim
um cidadão, um ser humano, um ministro em processo de maturação permanente, reflexivo
e também sensível e imaginativo e ser preparado para “...elaborar pensamentos autônomos e
críticos e para poder formular seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si
mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida” (DELORES, 2012, p. 99).
Nessa direção, reconhece-se que a educação teológico-ministerial só será integral
e integralizada, se priorizar o “aprender a ser”, tanto a partir de um compromisso com a
qualidade da formação, quanto com um pacto com o desenvolvimento total do estudante
vocacionado.

74
Mais do que nunca a educação parecer ter, um papel essencial, conferir a todos
os seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento
e imaginação de que necessitam para desenvolver seus talentos (...) A
educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito
e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade e
espiritualidade. Aprender a ser para melhor desenvolver sua personalidade
e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de
discernimento e responsabilidade pessoal (DELORS, 2012, p. 100-101).

O que se enfatiza, na verdade, com o princípio da formação integral e com o pilar do


“aprender a ser” é que na educação teológico-ministerial, “Não basta reunir o Homo sapiens
e o Homo faber, é ainda preciso que ele se sinta em harmonia com os outros e consigo
próprio: Homo concors” (FAURE, 1972, p. 40). Nesse sentido, que nenhuma faculdade ou
seminário batista perca o seu foco que é oferecer à igreja e também à denominação um
obreiro capacitado para toda boa obra, que tenha habilidade para pensar teologicamente e
competência para ensinar e pregar a Verdade divina, com clareza, profundidade, exatidão,
criatividade comunicativa e compromisso com o evangelho.
De fato, se os estudantes vocacionados, em sua maioria, vão se tornar ministros
nas igrejas e vão atuar no cuidado de pessoas, a educação teológico-ministerial não pode
negligenciar o potencial dos mesmos e educá-los para o princípio do “aprender a ser”.
Portanto, a compreensão que se tem é que o pilar do “aprender a ser” tem a ver diretamente
com o aprender a ser ministro do evangelho, e ambos fazem parte dos fundamentos da
educação. Por isso, essas duas aprendizagens carregam o princípio de fé, já que devem
ultrapassar os “muros” da escola e o espaço sala de aula.
Assim, o pilar do “aprender a ser” na educação teológico-ministerial refere-
se fundamentalmente ao desenvolvimento integral da pessoa que foi vocacionada por
Deus, que já está envolvida com o trabalho ministerial desde o início de sua formação na
igreja e na escola teológica. A educação e aprendizagem ministerial precisa ser integral,
não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo, mas também
integrativa, realçando a totalidade e a complexidade do trabalho ministerial. A este
respeito, Rega afirma:
... o ministro deve perfeito e habilitado – 2 Timóteo 3.17; Efésios 4.15 - 16. Aqui
pensamos no aluno como pessoa, como ser. Neste caso o projeto não deve
considerar o aluno com a intenção de torna-lo mão de obra útil ao ministério,
mas alguém que seja instrumentalizado ao trabalho e também que conheça o
conteúdo básico da fé, ou mesma que consiga refletir. A preocupação é com
o aluno quanto a tornar-se pessoa. (...) Se o aluno é um todo, não poderemos
pensar em apenas parte dele. Vamos lembrar que o Evangelho é integrador
da vida (REGA, 2001, p. 26).

A educação teológico-ministerial que é relevante, atual, contemporânea e


contextualizada não abre mão da Bíblia, que é a Palavra de Deus, cuja prioridade é também o
Ser em todas as suas dimensões. Tendo em vista o caráter permanente, aplicável e atualizável
da Verdade escriturística, a educação teológico-ministerial deve ser aprimorada e preparada
objetivando ler, reler e compreender o tempo presente. Nessa nova condição de epocalidade,
a teologia e as instituições de ensino teológico precisam buscar condições para ancorar a
preparação do obreiro do futuro, o que requer uma estratégia diferenciada de formação.
Já que vivemos uma nova epocalidade, cuja característica preponderante é a
tecnologia, a informação, a interatividade comunicacional, a principal regra a ser adotada
pelo ser humano passa pelo mundo digital. Essas características certamente já estão
interferindo e irão interferir ainda mais na formação teológico-ministerial. Diante deste
quadro mutacional, o “aprender a ser” deve ser prioridade e parte integrante, pois esse
pilar diz respeito ao desenvolvimento daquilo que é mais relevante para o ser humano, a
75
igreja e a sociedade: que é o caráter e a maturidade ética e ministerial para enfrentar os
desafios dessa nova sociedade.
Cabe ressaltar finalmente, que num mundo, num tempo e numa epocalidade em que se
valoriza mais o TER do que o SER, a competição mais do que a cooperação e a solidariedade
e a individualidade mais do que a coletividade, a educação teológico-ministerial tem uma
importante contribuição a dar para a sociedade e para o ser humano em geral. E essa
contribuição se embasa nos princípios e valores bíblicos, aqueles que ajudam a tornar a
criatura num verdadeiro ser humano. Uma pessoa cooperativa, responsável, ética, solidária
e fraternal, fruto de uma transformação realizada pelo Evangelho e pelo poder de Deus.
Nessa perspectiva, compreende-se que o “aprender a ser” diz respeito à vida e à
formação para a vida; diz respeito aos valores e os princípios fundamentais que a Bíblia,
a igreja e a família ensinam e defendem. Refere-se ao desenvolvimento não só da razão,
cognição e intelecto, mas também da sensibilidade, inteligência emocional, criatividade
e responsabilidade, sabedoria bíblica e discernimento espiritual. Afinal, uma educação
teológico-ministerial sintonizada com a Palavra de Deus coloca junto com o “aprender a
ser” todas as dimensões essenciais da pessoa humana, na completude de sua riqueza, na
complexidade de suas expressões e nos compromissos que dignificam e dão sentido à vida.

7. Avaliação do projeto pedagógico


A educação, em qualquer modalidade, pressupõe duas ações fundamentais, as quais
são revestidas de intencionalidades: a construção do projeto pedagógico e a sua avaliação.
A primeira ação deve ser coletiva, prévia e antecedente; a segunda, deve ser processual,
posterior e consequente. A primeira ação refere-se ao processo de discussão, reflexão,
construção e elaboração do projeto pedagógico da instituição. A segunda, diz respeito à
avaliação do que foi pensado, discutido, planejado e sonhado.
As duas ações salientadas acima reforçam a ideia que a educação não se efetiva com
qualidade sem a construção de um projeto pedagógico e sem a instauração de um processo
avaliativo que seja permanente. Sendo assim, a avaliação é parte integrante da educação,
tanto quanto o é do projeto pedagógico e de todo o planejamento educativo de uma instituição.
A avaliação é um procedimento e um processo inerente tanto ao projeto pedagógico
quanto à educação. Portanto, todo e qualquer projeto pedagógico, por princípio, estabelece
um processo permanente de avaliação, reflexão e discussão. Portanto, todo projeto
pedagógico e toda ação educacional, por princípio, exigem um processo permanente de
avaliação, reflexão e reconstrução.
A avaliação é um processo de reflexão sistemática, metódica, organizada e
intencional. Em outras palavras, a avaliação é um momento de autoeducação: um pensar
a própria instituição, sobre o que se tem feito ou deixado de fazer. A avalição é, de fato,
um processo comum que acontece na educação e um procedimento que reforça a ideia de
revisar conceitos, diagnosticar pontos fracos e fortes, verificar o que ficou faltando no que foi
desejado e planejado e apontar novos rumos.
A avaliação, segundo Vasconcellos (2012), deve ser feita para se conhecer a realidade
e localizar as necessidades, confrontando o real com o ideal. A avaliação, no entender de
Luckesi (2011) tem uma tarefa de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético
do avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos e superar obstáculos.
Em geral, a avaliação de um projeto pedagógico acontece pela necessidade de analisar
os caminhos trilhados, os pontos positivos desenvolvidos, a adesão das instituições que
militaram na educação teológica e a busca de caminhos para se adaptar à realidade e às
demandas dos novos tempos. A avaliação do projeto pedagógico e de todas as fases de sua
implementação são importantes e se constitui como um grande desafio na educação e ensino
teológico-ministerial.
Como todo tipo de projeto educativo, o Projeto Pedagógico de Teologia (PPT) é

76
um campo de possibilidades. É aquilo que temos a intenção de fazer, de realizar. Essas
possiblidades são desveladas e se revelam na própria ação de educar para ministério cristão.
Por isso, compreende-se que a ação de um projeto pedagógico de teologia ou de um projeto
educação teológico-ministerial é um ato estético, uma mediação e um exercício de criação,
intencionalidades e responsabilidades, pois o mesmo envolve toda uma denominação, uma
coletividade de pessoas e um conjunto de igrejas e instituições.
O PPT da CBB, devido a esta sua natureza, por mais ousado, contextual, contemporâneo
e futurístico que seja, sempre estará marcado pela historicidade e temporalidade daqueles que
o elaboraram. Assim, o PPT tem um caráter histórico, situado e provisório, devendo sempre
ser revisado, avaliado e reconfigurado. Daí a importância de que o projeto seja constantemente
avaliado, revisado, repensado e reconstruído permanentemente. Isso significa que o PPT é
passível de ajustes e que está aberto às dinâmicas internas da denominação, dos diferentes
ministérios da igreja e também da sociedade.
Isto posto, a CBB deverá se organizar e estabelecer um período de tempo para que
o PPT seja submetido à uma avaliação, revisão e atualização. Esse processo de avaliação
deve ser dinâmico, reflexivo e objetivo e quem o executar precisa fazê-lo com liberdade e
autonomia. Contudo, a lógica adotada, desde o planejamento inicial, é a da participação de
pessoas e das instituições teológicas. A metodologia a ser utilizada em todas as etapas do
processo de avaliação requer o envolvimento coletivo daqueles que forem escolhidos para
participar deste procedimento avaliativo.
Considerando que este PPT é um documento que reflete os ideários da denominação
batista para a formação teológico-ministerial no Brasil, sua avaliação deverá ocorrer num
interregno de cinco em cinco anos, ou em qualquer momento que a CBB desejar. Para
implementar o processo de avaliação a CBB poderá eleger um Grupo de Trabalho ou deixar
esta responsabilidade e este encargo com a ABIBET.
O foco de todo o processo avaliativo, no entanto, é a reafirmação da Bíblia como
Palavra de Deus, e como princípio de fé e prática, a manutenção da unidade teológico-
ministerial e a consolidação de uma visão formativa que unifique teoria e prática, estudo e
piedade, devoção e reflexão, discurso e vida, e ainda, erudição e pregação. Com efeito, em
cada ciclo avaliativo do PPT, os resultados deverão sinalizar e indicar os passos e as trilhas
para se alcançar uma educação teológico-ministerial de qualidade acadêmica e de excelência
didático-pedagógica.

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80
8. PERFIL DO VOCACIONADO

CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA


Conselho Geral
Comissão para sugerir o Perfil do Vocacionado/Líder
que os seminários batistas devem formar
Versão 1.4

Relatório aprovado pelo Conselho Geral da CBB, em sua reunião Ordinária


no dia 08/11/2017, como sugestão para igrejas e instituições batistas de
formação teológica e ministerial.

A – Introdução
1. A Comissão recebeu a incumbência de elaborar o Perfil do Vocacionado/Líder que os
seminários batistas devem formar, o que nos levou a buscar fundamentos para a elaboração
de nosso trabalho, como temos a explanação no item B a seguir.
2. Em princípio considerou-se a formação geral do egresso (concluinte) nos cursos de
formação teológica e ministerial, entendendo que o trabalho poderá ser ampliado no futuro
acrescentando-se estudos para o estabelecimento do perfil de egressos de outras áreas de
atuação, tais como Educação Religiosa, Missões/Evangelização, Capelania, Atuação Social,
etc. Mesmo considerando os cursos de formação teológica e ministerial, não se partiu do
pressuposto que o perfil deveria apenas contemplar a formação pastoral, mesmo porque,
no Novo Testamento temos diversos dons de serviços e ministérios. Assim, o levantamento
de dados, a seguir descrito, deixou em aberto este item, daí incluirmos a palavra ‘líder” em
conexão com a palavra “vocacionado”, assim, o documento terá maior alcance.
3. Mas também considerou o fato de que os egressos das instituições atuarão na vivência
eclesiástica e denominacional. Neste caso abriu-se um espaço para a participação ampla
do público batista com uma consulta pública por meio do preenchimento livre de um
formulário com três itens nos seguintes termos, que são explanados nos fundamentos de
nosso trabalho no item B a seguir:
Ao se formar, o que podemos esperar que o aluno:
1. SEJA, em termos pessoais (no sentimento/afeição, caráter, vida devocional/piedosa) e
no relacionamento. (Aqui temos incluídos os verbos SER - SENTIR - CONVIVER)
2. CONHEÇA (isto é, qual o conhecimento necessário para o serviço na igreja, na
denominação e o conhecimento necessário do mundo em que vive para preparar a
igreja a viver de modo efetivo e influenciador?) - temos aqui o VERBO CONHECER/
REFLETIR
3. FAÇA, em termos de experiência para o serviço na igreja e denominação. (Aqui temos
o verbo FAZER)
4. Como poderá ser observado no item B sobre fundamentos, tentamos simplificar a
coleta de dados em apenas estes três verbos, que estamos chamando de “verbos de
ação pedagógica”. Considerando o campo das significações contidas nestes três verbos,
veremos que é possível desdobrá-los em mais dois verbos, totalizando cinco verbos de ação
pedagógica e formativa. Para resumir e tornar este relatório mais compreensível, não vamos,
por exemplo, explanar os significados mais profundos que cada verbo traz dentro do que
poderemos chamar de campo semântico, ficando isso para artigos avulsos que podem ser
publicados em outra ocasião.
5. O convite para a participação na consulta pela internet foi amplamente divulgado pelas
redes sociais e pelo Jornal Batista.
6. Tivemos a participação efetiva de 351 respondentes, que abrangeram as seguintes
distribuições:

Participantes por Estado da Federação Participantes por função

AC 01 PA 11 Apenas membro da igreja 36


AL 03 PB 07 Conselheiro 03
AM 02 PE 15
AP 03 PI 05 Diácono 04
BA 23 PR 11 Educador 28
CE 03 RJ 82
DF 07 RN 03 Educadora 01
ES 27 RO 02 Estudante de Teologia 12
GO 02 RS 08 Evangelista 03
MA 10 SC 05
MG 36 SE 01 Líder de Ministério 23
MS 06 SP 72 Ministro de Música 01
MT 05 TO 01
Missionário 14
Total 351
Pastor 167
Pastor-auxiliar 48
Professor de Escola Bíblica 11
Total 351

Itens sugeridos pelos participantes avaliados pela Comissão

Verbos Sugestões
Ser 1588
Fazer 1263
Saber 1428
Totalizando 4279

7. Como é possível observar, o trabalho da Comissão foi árduo e considerou avaliar cada
item de resposta (totalizando 4.279 itens) para fazer a consolidação em itens indicadores de
demandas apontadas pelos participantes.
8. Além disso, a Comissão recebeu outros documentos para levar em conta como “Dimensão
vocacional da CBB’, encaminhado pelo Presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB) no
momento da atribuição das atividades para a Comissão, bem como o documento aprovado

82
pela Assembleia da CBB na cidade de Belém em abril passado, intitulado “Projeto Pedagógico
de Teologia da CBB”.
9. Este relatório procura apresentar em forma objetiva as apurações da consolidação indicada
no item anterior e as conclusões de seus membros a partir de sua experiência e considerando
os documentos enviados.
B - Fundamentos
1. O processo de formação educacional requer em princípio que uma instituição de ensino
tenha diante de si alguns referenciais que serão necessários e úteis para que possam ser
utilizados para saber, ao longo de uma jornada de estudos, conseguiu conquistar alvos
desejados e planejados.
2. Entre estes referenciais se encontra o que tem sido chamado de “perfil do egresso”, isto
é, um conjunto de componentes estabelecidos no sistema educacional que se esperam
encontrar na vida do aluno e aluna formados pela instituição. No campo da educação temos
também a expressão muito utilizada no passado para descrever isso denominada PERFIL
DE SAÍDA.
3. O perfil do egresso, por sua vez traz informações significativas para que se estabeleçam
“objetivos educacionais” que possam dar indicativos seguros para a elaboração de uma
matriz curricular, que, em geral, se define como um conjunto de conteúdos distribuídos em
disciplinas a serem ministradas num curso.
4. Se estamos focalizando a pessoa do egresso dos cursos de formação teológica e ministerial,
temos de considerar a natureza desse egresso como pessoa nos seus mais variados aspectos,
de modo a alcançar o aluno como pessoa, como agente histórico de transformação por
meio de sua ação no mundo, na igreja, denominação, vida pessoal e familiar. Então, aqui
entram as discussões sobre o alcance do ensino/aprendizagem em relação ao próprio aluno
como pessoa. Neste ponto, já existem pesquisas que demonstram que o ensino deve ir
além da formação acadêmica e da transmissão de conteúdos. A título de exemplo é possível
citar estudos coordenados por Jacques Delors que depois foram adotados pela UNESCO,
conhecidos como “Os 4 pilares da educação” que figuram no livro-relatório intitulado
‘Educação – um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão Internacional
sobre Educação para o Século XXI”, publicado originalmente em 1996. No capítulo 4 desta
obra temos a descrição dos 4 pilares da educação, com breves explicações (p. 31):
• Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente ampla,
com a possibilidade de estudar, em profundidade, um número reduzido de assuntos,
ou seja: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela
educação ao longo da vida.
• Aprender a fazer, a fim de adquirir não só uma qualificação profissional, mas, de
uma maneira mais abrangente, a competência que torna a pessoa apta a enfrentar
numerosas situações e a trabalhar em equipe. Além disso, aprender a fazer no âmbito
das diversas experiências sociais ou de trabalho, oferecidas aos jovens e adolescentes,
seja espontaneamente na sequência do contexto local ou nacional, seja formalmente,
graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho
• Aprender a conviver, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das
interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se para gerenciar conflitos
– no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
• Aprender a ser, para desenvolver, o melhor possível, a personalidade e estar em
condições de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e
responsabilidade pessoal. Com essa finalidade, a educação deve levar em consideração
todas as potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético,
capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.
5. Como é possível observar, temos aqui bom avanço na compreensão do processo
educacional, alcançando diversos aspectos da vida do aluno, trazendo à instituição
educacional amplificação em seu papel formativo. Mas, partindo da concepção cristã da

83
educação e possível ampliar ainda mais a compreensão do processo educacional que vai
interferir diretamente na formação dos egressos de quaisquer cursos, seja ele no campo da
formação teológica, seja no campo da educação religiosa ocorrida no âmbito eclesiástico e
familiar, seja mesmo na educação em geral.
6. Temos, assim, alguns detalhes adicionais a considerar de modo a alcançar o que é
possível chamar de PEDAGOGIA INTEGRAL, pois busca alcançar o indivíduo de forma
mais abrangente possível em seus diversos aspectos:
• Aprender a CONHECER: a partir do modo batista de pensar em que temos de
herança da Reforma Protestante o princípio do “sacerdócio de todos os crentes”,
em que todos os crentes tem acesso direto a Deus, que nos conduz ao conceito
da “competência da alma”, em que todo crente tendo acesso a Deus tem também
acesso à possibilidade do seu conhecimento, de sua vontade, que associado ao livre
exame das Escrituras nos conduz à liberdade de consciência e expressão, princípios
fundamentais de nosso modo de ser. Isso tudo nos leva a ampliar a compreensão
incluindo o verbo REFLETIR, isto é, a formação educacional deve contemplar o
CONHECER/REFLETIR, de modo que o egresso possa ser abastecido com
ferramentas interpretativas adequadas para que sua fé possa ser não apenas
aprendida, mas também apreendida, objeto de reflexão pessoal sadia, centralizada e
a partir da Bíblia, seu manual de fé e prática, referencial para estabelecer a precisão
de suas reflexões teológicas, mas também para estabelecer crescente diálogo a
respeito de suas descobertas ocorridas na aprendizagem. Isso nos leva não apenas
à transmissão, mas também à construção do conhecimento
• Aprender a FAZER, que envolve a formação no âmbito da prática para que o aluno
possa atuarl operacionalmente de forma esperada. No âmbito operacional geral
temos a formação profissional, muitas vezes chamada de formação profissiográfica.
No âmbito da formação teológica isso nos leva ao desenvolvimento ministerial, ao
desenvolvimento dos dons e talentos que Deus tem concedido ao aluno para que
possa ser útil ao reino de Deus, à igreja, ao povo de Deus, à denominação, à sociedade
em que vive e ministra. o verbo FAZER possui, portanto, práticas e conteúdos
educacionais que visam dar ao aluno condições necessárias ao exercício ministerial
com eficiência, mas também eficácia. Temos aqui também a diversidade de dons
e talentos que necessitam ser considerados, além da presença de atividades que
tenham como objetivo a formação prática do aluno, incluindo estágios, mentoria,
etc.
• Aprender a CONVIVER, que envolve não apenas a compreensão do outro,
mas também a aprendizagem em gestão de conflitos, sensibilização às carências
humanas.
• Aprender a SENTIR, levando em consideração os dois grandes mandamentos
ensinados pelo Mestre dos mestres – Jesus – temos também três níveis de
relacionamentos: a pessoa relacionando-se com Deus; a pessoa relacionando-se
consigo mesma desenvolvendo autoimagem equilibrada e sadia; que projetará no
relacionamento com o próximo. Isso nos leva à adição de mais este verbo do que
poderíamos chamar de “ação pedagógica”. Em outras palavras, como é possível
atuar no âmbito da convivência, gerindo conflitos, tendo resiliência diante de
pressões naturais da vida, da atuação no trabalho, sem estar preparado emocional
e mentalmente para atuar de modo efetivo e construtivo?
• Aprender a SER, que envolverá a formação pessoal, do caráter, de valores
compatíveis com a ética cristã.
7. No diagrama a seguir fica mais fácil compreender a extensibilidade desta abordagem
conectando o indivíduo com a sua vida, com o reino de Deus e com sua atuação neste
reino, na igreja e no mundo.

84
A vontade de A missão da A missão da O desenvolvimento
Deus igreja pessoa da pessoa

Capacitação na Capacitação para Capacitação para Capacitação para


compreensão da a vida o trabalho no a vida pessoal
Palavra de Deus comunitária Reino de Deus equilibrida

Compreensão Compreensão Compreensão Compreensão


teológica e social funcional e ontológica e
exegética ministerial existencial

Saber/refletir Conviver Fazer Ser/Servir

Transversalidade

Formação teórico/acadêmica, mas também prática/ministerial, na vida


emocional, na vida relacional e no caráter.
por: Lourenço Stelio Rega (adaptado)

8. Tudo isto está diretamente voltado a atender as demandas do que podemos chamar
de “linha de frente” ou “chão da igreja” focalizando o preparo de pessoas, homens e
mulheres, para que atuem como líderes-servos instrumentos de Deus de modo a levar
a igreja ao cumprimento da missão que Deus lhe tem destinado. Temos aqui, portanto,
um ideal que é perguntar à igreja o que ela precisa. Claro que nem sempre a igreja em
si poderá ter consciência de tudo o que necessita, por isso é necessário também este
trabalho ter o suporte reflexivo que envolve demandas que levem em consideração
situações advindas do ambiente em que a própria igreja e crentes estão envolvidos, e,
mais ainda, as tendências que estão formando novos cenários que trarão mais exigências
para o exercício da vida cristã saudável e, até mesmo, colocando em risco o exercício
sadio da fé, como se tem percebido no presente momento.
9. Assim, é possível responder, ainda que de forma representativa, o que hoje a igreja
e líderes demandam e o que o futuro poderá demandar no preparo de vocacionados/
líderes, de modo a dar suporte às instituições prepararem não apenas a matriz curricular
de um curso de formação teológica e ministerial, mas também seu processo educacional,
que vai, portanto, além da própria matriz curricular, que é parte e não todo processo
educacional. Exemplificando, como ocorrerá o processo de ensino? Quais estratégias
didáticas produzirão melhores resultados para que os objetivos almejados possam ser
alcançados com elevado nível de eficiência? Como será o processo de seleção docente?
O processo de avaliação docente e discente? Em que ambiente ou ambientes deverá
ocorrer o processo de ensino? Qual a abrangência do processo em relação ao docente
(veja verbos de ação pedagógica acima)? Etc. Veja que a extensibilidade do tema é bem
ampla.
10. Considerando os verbos de ação pedagógica mencionados, será necessário levar em
conta a sua aplicação de modo “transversal” nas disciplinas para que estejam presentes
em praticamente todas as disciplinas com o objetivo de que o aluno seja atendido de
forma integral. Aqui estamos fazendo uma ampliação do conceito de transversalidade,
que normalmente abrange a discussão de temas que alcançam transversalmente a
educação. No caso desta proposta a transversalidade deixa de se relacionar com temas
transversais e passa a ter função operacional de tornar presente na ação pedagógica
das disciplinas a presença dos respectivos verbos. Assim, quando se vai ensinar uma

85
disciplina, tal como História da Igreja, a pergunta na construção do Plano de Ensino
não seria apenas “o que o estudante deve conhecer sobre História da Igreja? Deverá ir
mais longe em seu alcance, envolvendo também a leitura reflexiva/analítica da História,
bem como, considerar situações históricas que possam contribuir com o ministério
(FAZER), com a vida relacional (CONVIVER), emocional, mental (SENTIR) e com a
formação/transformação do seu caráter (SER). O mesmo exercício será aplicável às
demais disciplinas.
É possível explicar tudo isso a partir do diagrama a seguir, que descreve a educação
orientada por objetivos educacionais, em vez de simplesmente por conteúdos,
programas e estrutura:

Estudante em
sua integralidade

Bíblia como fonte


de verdade/ponto
de partida

Discentes
Igrejas/
Objetivos
denominação Perfil do
educacionais que Processo
Indicadores gerais egresso
apontam para o educacional
(consulta pública)
perfil do egresso
Igrejas/líderes

Outras fontes
o
Filosofia/Teologia çã
na
cristã de educação.
omi
Ambiente cultural. den
jas/
nas igre
atuar
Egressos retornam para

PROCESSO EDUCACIONAL

Fundamentos/estrutura educacional, currículo, conteúdo, avaliação,


critérios de seleção docente, ambiente de ensino, etc.

12. Como se pode observar, partindo da fonte ou “linha de frente” onde o egresso vai
atuar é possível obter de imediato o perfil do próprio egresso e os principais indicadores
para a elaboração dos objetivos educacionais que serão a métrica para a construção da
matriz curricular, mas também do processo de ensino com todos os seus componentes,
inclusive a avaliação do próprio egresso quando estiver atuando para se possa mensurar
o quanto do processo de ensino/aprendizagem foi alcançado na prática.
13. Mas também é necessário considerar outros fatores na elaboração do perfil do
egresso que também enriquecerão a construção dos objetivos educacionais e de suas
ações consequentes. Entre estes fatores estão a Filosofia/Teologia Cristã de Educação,
o ambiente em que a igreja e denominação estão inseridos, bem como as tendências
e cenários que estão sendo construídos nesse ambiente, de modo que o egresso esteja
preparado para atuar em busca de caminhos bíblicos e sadios para os crentes, a igreja
e denominação sejam relevantes, atuantes, testificadores do evangelho e continuem
num estilo cristão de vida apesar das pressões ideológicas e sociais que sempre surgem
na dinâmica cultural na linha do tempo, que exigirão o fornecimento de ferramentas
conceituais e práticas para que o egresso possa assim estar preparado para atender essas
demandas.

86
C. Perfil do Vocacionado/Líder egresso das instituições teológicas e
ministeriais batistas no Brasil

1. Consideraremos os fundamentos descritos no item anterior (A), de modo a conseguir


descrever com mais detalhes o perfil necessário para o egresso dos cursos de formação
teológica e ministerial. O mesmo caminho poderá ser seguido para outras áreas de formação,
como Educação Religiosa, Missões, etc.
2. Características gerais do perfil dimensionadas a partir dos verbos de ação pedagógica,
sem ser uma listagem em sequência de prioridades. Neste momento, também evitamos
entrar em discussões teóricas sobre diferenças entre atitudes, habilidades e competências,
deixando isso para ocasião própria. Além disso, é possível que uma característica constante
numa classe verbal possa também parecer pertencer à outra, demonstrando a interrelação
entre elas.

VERBOS Características da formação/perfil


CONHECER/ QUE CONHEÇA:
REFLETIR • pessoal e intimamente a Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo
• profundamente as Escrituras Sagradas
temos aqui a • as regras da correta interpretação bíblica
aprendizagem
de verdades • as línguas originais e a ferramentas de exegese bíblica
conceituais • os princípios da pregação expositiva das Escrituras
do campo de • o conceito de Reino de Deus
estudos bíblicos, • a missão plena da igreja
teológicos e • o ser humano e as implicações de sua natureza decaída
saberes auxiliares • Teologia Sistemática
(Filosofia, • a História do Cristianismo
Sociologia, • a História dos Batistas e da nossa Convenção
Psicologia, etc) e
de ferramentas; • a Teologia e os princípios batistas
da construção do • o modo batista de pensar considerando o livre exame das Escrituras
conhecimento, • a estrutura da denominação e sua dinâmica de funcionamento
da capacidade de • as juntas missionárias da denominação
análise e reflexão • a estrutura da igreja local e sua dinâmica de funcionamento
• a área administrativa da igreja (secretaria, contabilidade, jurídica,
tributária, etc)
• a história da sua igreja local
• os seus membros, suas necessidades e suas potencialidades
• a comunidade em que está inserido e as necessidades das pessoas
• áreas afins (Filosofia, Psicologia, Sociologia, etc), a importância da
interdisciplinaridade e a utilização do conhecimento fornecido por
estas áreas para a atuação ministerial e a compreensão do mundo, do
cenário cultural em que está envolvido (“espírito da sua época”) e as
tendências que estão formando novos cenários culturais e ideológicos
que influenciarão o modo cristão de vida, bem como as demandas
sociais e seus desafios
• a realidade das pessoas, das gerações, da cultura, do país e do mundo
• as notícias atualizadas da sua localidade, do seu país e do mundo
• as práticas pastorais, suas funções, suas demandas e seus desafios
• os princípios de gestão eclesiástica
• os estatutos, regimentos, regras parlamentares, etc
• os princípios de liderança e serviço, incluindo a gestão de pequenos grupos
• sobre música e liturgia
• o Código de Ética dos Pastores

87
CONHECER/ • sobre os dons de serviços e espirituais
REFLETIR • suficientemente a língua portuguesa
• como elaborar projetos socais
temos aqui a • os recursos de tecnologia, mídia e comunicação
aprendizagem
• os princípios éticos para nortear a vida cristã
de verdades
conceituais • a história de missões e a importância da mesma
do campo de • os princípios do relacionamento discipulador
estudos bíblicos, • a importância e os princípios da mentoria
teológicos e • sobre planejamento estratégico
saberes auxiliares • os princípios bíblicos de gestão financeira pessoal
(Filosofia, • os princípios bíblicos de aconselhamento
Sociologia, • os princípios bíblicos e técnicas de gestão de pessoas e mediação de
Psicologia, etc) e
conflitos
de ferramentas;
da construção do • os princípios bíblicos sobre a família
conhecimento, • as diferenças entre as gerações e saber como trabalhar com cada uma
da capacidade de • a importância e fundamentos da Educação na Igreja e a didática para
análise e reflexão colocá-la em prática
• ferramentas para capacitar os líderes e membros da sua igreja
• modelos de plantação e crescimento de igrejas, especialmente Igreja
Multiplicadora
• as correntes teológicas que influenciam a vida e a prática eclesiástica
• as seitas e heresias que ameaçam a sã doutrina.
• a defesa dos valores bíblicos em cenários divergentes
• técnicas para a tomada de decisões
Além disso:
• a necessidade de atualizar-se constantemente (formação continuada)
• conhecer as prioridades de Deus para a vida conforme Efésios 5.16-
6.20, para priorizar o seu relacionamento primeiro com Deus, consigo
mesmo, com seu matrimônio, com sua família, com seu trabalho de
modo a estar preparado para a batalha espiritual
• conheça profundamente Eclesiologia de modo a evitar a adoção de
“modelos prontos de igrejas”, mas que saiba aprender com outras
experiências como contextualiza-las à realidade da comunidade em que
estiver atuando
FAZER • Leve a igreja a cumprir a missão que lhe foi dada por Deus
• Tenha habilidade na administração eclesiástica
temos aqui • Promova planejamento estratégico integrado da igreja para médio e
oportunidade longo prazo
para a aquisição
• Desenvolva madura supervisão e avaliação das atividades da igreja e
de habilidades
práticas para de seus setores
o exercício • Tenha habilidade de trabalhar em equipe, delegando autoridade e
ministerial responsabilidade aos líderes da igreja, sabendo trabalhar e motivar as
diversificado diversas gerações a partir de suas características próprias
e também • Tenha habilidade na comunicação pelos diversos meios virtuais
compatível com os ou não
dons e talentos do • Continue seus estudos e aperfeiçoamento, além dos estudos teológicos
estudante
e ministeriais, para maior capacitação, melhorando a sua contribuição
para a expansão Reino de Deus
• Tenha habilidade em utilizar recursos da Internet e mídias virtuais/
sociais inclusive para seu preparo, capacitação continuada e pesquisa
para preparo de mensagens, palestras, etc.
• Faça discipulado promovendo a integração na igreja
• Faça do ensino bíblico a sua prioridade
• Tenha compromisso e responsabilidade com o serviço cristão

88
FAZER • Alimentar a consciência inovadora mas comprometida com as Sagradas
Escrituras
temos aqui • Tenha espírito contagiante e persuasivo na comunicação da Palavra de
oportunidade Deus tendo certeza de que fala da parte de Deus
para a aquisição
• Atue como formador de opinião
de habilidades
práticas para • Uma pessoa comprometida com a área educacional da igreja
o exercício • Esteja preparado para pregar contextualizadamente a Palavra de Deus
ministerial inspirando os ouvintes diante dos desafios do mundo de hoje, com
diversificado fidelidade, criatividade e empregando a boa técnica, conhecimento da
e também Bíblia e autoridade do Espírito
compatível com os • Busque ter um mentor, alguém mais experiente com quem possa dialogar
dons e talentos do e compartilhar seus desafios, limitações e preocupações especialmente
estudante
nas fases iniciais do ministério
• Valorize a mentoria e a experiência de outros líderes, procurando
aprender com aqueles que possuem maior maturidade, fazendo o
mesmo com os novos estudantes de Teologia e ministérios diversos,
dando oportunidade para futuros estudantes de teologia e outras áreas
a desenvolverem seu ministério e vida
• Preparar a liderança para viver o sacerdócio pessoal nutrindo
responsabilidade em sua vida pessoal diante do reino de Deus e em sua
vivência cotidiana
• Fazer om que as pessoas se sintam parte da Grande Comissão que é
fazer discípulos maduros e sadios
• Preparado para transformar cada liderado em cuidador do seu próximo,
expressando sensibilidade às suas carências, mas também promovendo
o seu crescimento pessoal, espiritual, devocional e um próximo
comprometido com o reino de Deus
• Desenvolva amizade sadia com os amigos de ministério
• Faça leitura habitual de biografias de grandes homens e mulheres de
Deus
• Faça sempre o máximo possível para cumprir, com competência, sua
missão como líder
• Estimule e promova o desenvolvimento continuado de novos líderes
• Promova a comunhão entre os membros da igreja, estimulando
pequenos grupos e comunhão familiar
• Leve as pessoas amarem a Deus, a Cristo e a igreja
• Faça aconselhamento
• Tenha habilidade em curar feridas pessoais e relacionais
• Faça batismos, ministração da ceia
• Estimule o preparo de novos convertidos a conhecerem a Bíblia, sua
doutrina e a serem fieis participantes da vida da igreja e denominação
• Faça contribuições financeiras na igreja, sendo exemplo
• Preste relatório de suas atividades aos seus líderes e igreja
• Esteja preparado a atuar na denominação de forma madura, sem
politicagem
• Desenvolva um plano de visitação aos membros da igreja (enfermos ou
não) e envolva nesta atividade os que tem dons para isso
• Estimule atuação da igreja nos diversos aspectos do trabalho de capelania
• Estimule sua igreja a participar e ser intercessora da obra missionária
• Estimule continuamente o despertamento dos dons e vocações
• Faça de sua igreja um refúgio para os sedentos
• Busque dar à igreja conhecimento sobre a obra denominacional
• Estimule a sua igreja a ser participante da obra cooperativa
denominacional

89
FAZER • Estimule a educação religiosa por meio dos lares Faça da sede de
sua igreja um espaço para uso da comunidade por meio de projetos
temos aqui relevantes e facilitadores
oportunidade • Busque o crescimento da igreja com maturidade e em seus mais
para a aquisição
variados aspectos
de habilidades
práticas para • Estimule a educação aplicada às mais variadas fases da vida, apoiando
o exercício o seu desenvolvimento, procurando estar contextualizado com cada
ministerial uma dessas gerações
diversificado • Esteja atento aos desenvolvimentos de estratégias adotadas por outras
e também igrejas, compatíveis com os princípios bíblicos, procurando aprender
compatível com os a aplicá-las de modo contextual ao seu contexto eclesiástico local
dons e talentos do • Estimule na igreja o desenvolvimento de projetos sociais
estudante
• Faça uso de tecnologias para melhorar o seu rendimento pessoal/
ministerial e da própria igreja
• Exercer seu ministério em obediência, fidelidade e comunhão com
os demais irmãos, respeitando colegas de ministérios
CONVIVER • Possua as seguintes características gerais de convivência:
◦ amorosidade
aqui estão as ◦ afeição/sensibilidade ao próximo
características ◦ tolerante com as diferenças
pessoais e
◦ compaixão
ministeriais
que facilitam a ◦ cordialidade, respeitabilidade tendo relacionamento afável com
convivência com todos, sem exceção
pessoas e suas ◦ gentileza
diferenças, com a ◦ correto em seus procedimentos e no trato com a família,
gestão de conflitos considerando esposa e filhos como servos do Senhor
◦ imparcial
◦ pessoa não arrogante, nem “política”
• Cidadão consciente de seus deveres civis e religiosos
• Valorize e fortaleça a própria família, procurando liderá-la com
prioridade e sabedoria
• Faça a diferença na vida das pessoas próximas, da igreja e da comunidade
ao seu redor
• Ter sua vida como fonte de amor e piedade, tendo habilidade em curar
feridas pessoais e relacionais
• Leal aos seus colegas ministros no trato e no julgamento
• Não constrangedor, manipulador e dominador
• Mediador
• Acolhedor
• Reservado, preservando sua família
• Guardião de confidências
• Pessoa de palavra, sendo transparente e saudável em seus
relacionamentos
• Ter o hábito da escuta atenta e sensível para atuar no aconselhamento
e ajuda aos outros
• Tenha vida ilibada nos seus relacionamentos e negócios
• Apaixonado pela salvação e desenvolvimento de vidas

90
• Ter consciência de a si mesmo, seu perfil de personalidade
SENTIR • Ter consciência de suas tendências/preferências inatas
• Ter consciência de suas limitações – seus pontos fortes e seus
temos aqui pontos fracos
conteúdos pessoais
• Possuir autoimagem e temperamento equilibrados
e internos ideais
indicadores da • Aprender a resiliência
personalidade do • Aprender a evitar o burnout, sabendo separar e viver equilibradamente
aluno que sejam seus diversos papéis, como em sua vida pessoal, matrimonial, familiar
compatíveis e ministerial
com o seu papel • Ter cuidado com sua a saúde em seu âmbito integral (física, psicológica,
e exercício mental e espiritual)
ministerial de • Ter saúde emocional e mental estável
modo a estar
• Estar preparado psicologicamente para o exercício ministerial, para
preparado a
enfrentar situações que não venha se decepcionar, abandonando tudo posteriormente,
complexas com mas também para atuar como mediador de conflitos e gerenciá-los
elevados padrões positivamente, evitando co-transferências e envolvimento pessoal
emocionais • Ter capacidade em lidar com os desafios pessoais, familiares e ministeriais
e resiliência, • Ter capacidade em lidar com seus impulsos de modo a evitar envolvimento
conhecendo sexual incompatível com a ética cristã, bem como, desenvolvendo
suas limitações mansidão e comunicação saudável de modo a não estimular amarguras
emocionais,
e sentimentos negativos com quem convive e trabalha
mentais e físicas
• Estar preparado emocionalmente para atuar de forma madura em
momentos de tensão e emergenciais
SER • Personalidade que demonstre pelo menos as seguintes características:
◦ humildade
aqui estão as ◦ paciente
características ◦ sentimento de líder-servo
mais profundas
◦ fidelidade
ligadas ao
caráter e à vida ◦ conselheiro
íntima do aluno ◦ integridade/irrepreensibilidade/transparência de caráter/
que necessitam confiável
projetar modelos ◦ prudente
ideais e exemplos ◦ simples
vivenciais diante ◦ organizado
do mundo em ◦ equilibrado financeiramente
que vive, seu
◦ sem vícios
matrimônio, sua
família, igreja e ◦ zeloso de boas obras
denominação ◦ ético
◦ coerente
◦ responsável e cumpridor de seus deveres
◦ ousadia
• Ensinável tendo um projeto de aperfeiçoamento contínuo, especialmente
nas áreas de sua atuação e interesse
• Mordomo, equilibrado e comedido em suas finanças
• Disposto a “fazer tendas” em caso de atuar em pequenas igrejas
sem condições ideais de sustento. Neste caso cuidando para dosar
dedicação entre a vida pessoal, matrimonial/familiar, profissional e
ministerial de modo a evitar prejuízos com sua saúde e eficiência em
todas estas áreas.
• Não seja ganancioso e apegado ao dinheiro nem a bens terrenos, não
prisioneiro de vícios
• Consciente em cuidar de sua saúde nas dimensões, física, mental,
espiritual, ecológica, psicológica, ambiental
• Convicto do seu chamado ministerial

91
SER • Firme em suas convicções, rejeitando propostas de acordo com o
interesse do momento
aqui estão as • Cultivador da dignidade em seu nome
características • Verdadeiro, justo, imparcial de uma só palavra
mais profundas
• Consagrado e temente a Deus
ligadas ao
caráter e à vida • Comprometido com o reino de Deus, com a família, com a igreja e com
íntima do aluno a denominação
que necessitam • Pessoa piedosa mantendo a disciplina diária da meditação e leitura da
projetar modelos Palavra de Deus, oração, confissão e adoração, sem o compromisso de
ideais e exemplos preparo de sermões para a pregação.
vivenciais diante • Sensível ao Espirito Santo e as necessidades espirituais das pessoas
do mundo em • Proativo
que vive, seu
• Seja uma pessoa que vive os ensinos do grande Mestre Jesus, praticante
matrimônio, sua
família, igreja e da Palavra de Deus
denominação • Faça atividades físicas regulares

3. A partir disso e considerando a fonte principal – Bíblia – e outras fontes, conforme temos
no diagrama do item B.11, poderemos desenhar um ponto de partida de objetivos educacionais
essenciais esperados de um curso de formação ministerial que influenciarão a construção do
sistema educacional e, consequentemente da matriz curricular. Assim, espera-se que uma
instituição de formação ministerial tenha os seguintes objetivos gerais:
• Desenvolver o conhecimento que leve em consideração a sua formação com qualidade
no conhecimento de disciplinas relacionadas à formação teológica e ministerial de modo
a abranger o aluno de forma integral no tripé Bíblia/Teologia/Ciências auxiliares –
formação ministerial prática – vida pessoal;
• Desenvolvimento de atitude reflexiva e analítica para que o aluno aprenda a construir
conhecimento e experiências para o estabelecimento de suas convicções teológicas, bíblicas,
éticas, ministeriais, sociais, etc, fornecendo recursos e ferramentas adequadas para isso;
• Fornecer espaço e oportunidades no sistema educacional para que o aluno desenvolva
ministério eficiente e eficaz, oferecendo estágios supervisionados ministeriais práticos
e atividades complementares que venham a contribuir para o preparo do egresso para
atuar de forma mais efetiva e experiente no exercício ministerial;
• Ter ambiente fértil para estimular convivência sadia no ambiente de ensino/aprendizagem;
• Estimular o amadurecimento pessoal do aluno em sua vida espiritual, de piedade,
mental e emocional;
• Promover o desenvolvimento de atitudes que considerem a convivência e o relacionamento
na vida familiar, social, eclesiástica e denominacional, por meio de relacionamentos sadios;
• Promover o desenvolvimento de sentimentos e atitudes de modo a gerar um estado de
vida estável emocionalmente, com autoimagem e temperamento equilibrados, estando o
aluno preparado psicologicamente para a realidade e desafios ministeriais e seja pessoa
equilibrada com características comportamentais exemplares desenvolvendo atitudes
compatíveis com o perfil de liderança cristã.
• Desenvolver ambiente discipular e não apenas acadêmico, de modo que docentes possam
ser discipuladores de discentes e, assim, esta estratégia possa ser adotada como estilo de
vida no ministério do egresso.

D. CONCLUSÃO

1. Espera-se que este documento seja um norteador das instituições de formação teológica e
ministerial de modo a que os dados aqui apresentados possam ser indicadores mais claros e
uniformes da formação de vocacionados e líderes.
2. Procuramos desenvolver o perfil do vocacionado e líder que serão preparados pelas
instituições de ensino teológico e ministerial por meio de características do que podemos

92
chamar de PERFIL DE SAÍDA distribuídas entre verbos de ação pedagógica de modo a melhor
explicitar o trabalho educacional e o estabelecimento mais detalhado de objetivos a serem
alcançados por estas instituições por meio de seus cursos, adotando-se o que chamamos de
“Pedagogia Integral”.
3. Considerando a amplitude das demandas obtidas na consulta e as descobertas que a
Comissão apresentou no estudo deste tema, serão necessários alguns procedimentos e/
ou protocolos que venham a levar a concretização efetiva e eficaz da formação almejada,
garantindo-se qualidade e a extensão disso às igrejas e denominação. Assim, antes do(a)
candidato(a) ser encaminhado para uma instituição batista de formação teológica e
ministerial haverá necessidade de seu preparo prévio. Isto se justifica tendo em vista o
volume de indicadores, de forma a lhe proporcionar condições preliminares suficientes
para que consiga obter melhor preparo e acompanhe com facilidade a sua formação. Este
preparo prévio deverá abranger não apenas prática ministerial, mas também conhecimentos
preliminares que serão objeto de aprofundamento no curso e, ainda mais, preparação que
inclua sua vida pessoal em sua formação devocional, piedosa, relacional, emocional, etc.
Tomando-se como exemplo o que tem sido praticado neste sentido na Igreja Batista do
Bacacheri, Curitiba, PR, é possível sugerir alguns critérios:
• Ao se apresentar como vocacionado/líder, é chamado para um relacionamento
discipulador com um dos pastores ou um líder que é discipulador, no caso de igrejas
pequenas esta tarefa ficará por conta do seu pastor ou líder experiente e maduro.
Neste relacionamento ele será desafiado a crescer no seu relacionamento com Deus e
mentoreado ministerialmente.
• O(a) candidato(a) é desafiado a iniciar a ingressar num processo de formação de
líderes com duração entre 1 a 2 anos, a depender do número de disciplinas em nível
panorâmico e introdutório (pois o aprofundamento ocorrerá em sua formação na
instituição que for estudar) que se deseja ministrar: por exemplo, Introdução Bíblica,
Novo e Antigo Testamentos, Aconselhamento, Princípios de Liderança, Introdução à
Teologia Sistemática, Resolução de conflitos, Evangelização, Discipulado, etc.
• Tendo condições, o(a) candidato(a) assume, concomitantemente ou no devido
tempo, a liderança de um pequeno grupo, com o objetivo de frutificar e desenvolver a
habilidade de cuidar de pessoas, resolução de conflitos, etc.
• O(a) candidato(a) será envolvido em um grupo de vocacionados/líderes para participar
de viagens missionárias e atividades ministeriais sendo sempre desafiado(a) a assumir
posição de liderança, para demonstrar o nível de desenvolvimento como líder.
• Quando o pastor da igreja e/ou liderança observar que o(a) candidato(a) estiver
gerando frutos, então estará apto para ser recomendado à instituição batista de
formação teológica e ministerial, observando-se que durante este processo será
acompanhado pelo pastor ou supervisor em ministério buscando crescimento no
CONHECER/REFLETIR, FAZER, SENTIR, CONVIVER e SER.
Obs.: A comissão está ciente de quem em igrejas menores essa prática exigirá delas e de seu
pastor atenção especial e cuidadosa para que esse preparo prévio seja realizado e que isso exigirá até
mesmo a criação de estrutura para esse fim, dentro das condições existentes, mesmo que essa fase
de preparo prévio seja realizada pelo pastor e líderes mais experientes. A seguir temos um diagrama
deste fluxo de preparo prévio, envio, ingresso na instituição, relacionamento escola igreja durante
a formação do(a) candidato(a) e o seu retorno ao ambiente eclesiástico e mesmo denominacional:

93
Instituição de formação numa relação escola/igreja
promovendo estágios e mentoria na formação do
vocacionado/líder

Ambiente eclesiástico

Igreja local Instituição de formação


teológica e ministerial
Vocacionados/líder
Preparo prévio do Discente
vocacionado/líder

Egressos retornam preparados


para atuar nas igrejas,
denominação, etc.

4. Consequentemente a isso, temos de ampliar a ação formativa do aluno e obter da Convenção


o estudo de uma forma mais profunda para a condução de vocacionados e líderes ao ingresso
no ministério e, se for no ministério pastoral, consequentemente no quadro de filiados da
respectiva Ordem de Pastores Batistas, que necessitaria ter critérios mais rigorosos para os
procedimentos de ordenação ao pastorado e a respectiva filiação.
5. Considerando que um curso de formação teológica e ministerial leva cerca de 4 anos para
sua conclusão, não haverá tempo suficiente para que se alcance o atendimento de todos os
itens que compõem o perfil indicado neste documento para quem aspira o ministério. O que
se pode conseguir é uma formação geral, à semelhança de um curso de Medicina, que, em sua
constituição básica forma clínicos gerais, que, depois de formados, passam por um período de
residência para que tenham a sua experiência prática aprofundada, além de ter a oportunidade
de escolher sua especialização. Explicando melhor, a formação teológica e ministerial será
naturalmente generalista, tendo em vista o volume de indicadores considerados e ainda mais
que, embora não figure no relatório, o número de igrejas batistas no Brasil em maior conta
soma de 50 a 150 membros, portanto igrejas que não possuem recursos humanos e humanos
com recursos para a dinamização adequada do seu trabalho e dinâmica interna, daí quem
liderará estas igrejas terá de ter visão generalista (como de um clínico geral) e, ao mesmo
tempo, ter a visão de formar liderança, desenvolver o crescimento destas igrejas e até mesmo
trabalhar em tempo parcial, “fazendo tendas”. Então o estágio supervisionado ministerial vai
oportunizar não apenas a prática, mas destacar áreas compatíveis com dons e talentos dos
alunos. Além disso, o período de mentoria após a formatura, enriquecerá mais ainda isso.
6. Sendo assim, a Comissão entende que, além da presença de estágio prático-ministerial,
com no mínimo 200 horas de duração (para seguir ideia semelhante presente nas Diretrizes

94
Curriculares Nacionais para os cursos de bacharelado em Teologia), durante o curso, deverá
o aluno formado passar, em um período aproximado de 2 anos, por um processo de mentoria
supervisionado por uma pessoa que exerce o ministério pastoral há pelo menos 5 anos, antes
de ser levado à ordenação ao ministério, se for este o caso. E, neste processo intermediário,
poderia estar na atuação ministerial de forma provisória, como que um ministro licenciado
ou nomenclatura alternativa. A Comissão acredita que com estas providências será possível
obter maior qualidade na formação do vocacionado e líder. O estágio, acima indicado, deverá
contemplar diversas oportunidades ministeriais de forma a dar oportunidade ao egresso
experimentar e conhecer na prática diversos campos de atuação, servindo tanto para aqueles
que vão atuar no ministério pastoral, quanto em outros ministérios.
7. O item anterior tem como referência os indicadores que apontaram para a necessidade
de mentoreamento do novo ministro, especialmente para a sua formação pessoal,
espiritual, devocional, mas também ministerial, por um processo discipular. Claro que a
comissão tem consciência de que, no momento, poderá não ser possível garantir que esta
recomendação possa ser integralmente concretizável, uma vez que não há possibilidade
de se conhecer quantos pastores e líderes que, de fato, possuem condições para realizar o
mentoreamento discipular.
8. Do ponto de vista da prática pedagógica, a partir deste documento será possível estabelecer
taxonomia para a concretização dos objetivos educacionais gerais indicados e, a partir daí
estabelecer não apenas uma matriz curricular básica para um curso de formação teológica
e ministerial, mas como já foi mencionado, uma revisão no sistema educacional nesta tão
importante área da qual depende o futuro das igrejas locais e da denominação, pois formando
vocacionados e líderes com qualidade e com objetivos claros, isso refletirá a médio e longo
prazo em nosso ambiente na mesma proporção.

A Comissão

Dr. Claiton André Kunz, RS


Pr. Josué Valandro Jr., CC
Dra. Rosalee Crespo Istoe, RJ
Eng. Valseni Braga, MG
Dr. Lourenço Stelio Rega, SP, Relator

95
9. MATRIZ CURRICULAR

9.1 Sugestão de matriz curricular para curso de Teologia


CRÉD 1° PERÍODO CRÉD 2° PERÍODO
04 Didática e Ensino 04 Antigo Testamento I
04 Hermenêutica 02 Discipulado
02 História e Geografia Bíblica 04 Português Instrumental
02 Introdução à Teologia 04 Homilética
02 Introdução Bíblica 04 Novo Testamento I
02 Metodologia Científica 02 Técnicas de expressão vocal
04 Teologia e Prática do Evangelismo
CRÉD 3° PERÍODO CRÉD 4° PERÍODO
04 Antigo Testamento II 04 Antigo Testamento III
04 Batistas (História, Teologia, 04 História do Cristianismo
Estrutrutura)
04 Hebraico Fundamental 04 História e Teologia de Missões
04 Novo Testamento II 04 Grego Fundamental
04 Educação Cristã na Igreja 04 Novo Testamento III
Estágio Supervisionado Estágio Supervisionado
CRÉD 5° PERÍODO CRÉD 6° PERÍODO
04 Aconselhamento Pastoral 02 Comunicação e Igreja
04 História da Teologia 02 Culto Cristão / Música na Igreja
02 Introdução à Psicologia (p/ Teologia) 04 Liderança e Gestão (Projetos e Pessoas)
02 Plantação de Igrejas 02 Projeto de Pesquisa (p/ TCC)
02 Pregação Expositiva 04 Exegese Bíblica (AT e NT)
04 Teologia Sistemática I 04 Teologia Sistemática II
02 Eletivas 02 Eletivas
Estágio Supervisionado Estágio Supervisionado
CRÉD 7° PERÍODO CRÉD 8° PERÍODO
04 Teologia Bíblica (AT e NT) 04 Administração Eclesiástica
02 Religiões Mundiais 02 Princípios de Crescimento de Igreja
02 Introdução à Filosofia (p/ Teologia) 04 Ética Cristã
02 Supervisão de Pesquisa (TCC) 02 Movimentos Religiosos
Contemporâneos
04 Teologia do Ministério Pastoral 02 Introdução à Sociologia (p/ Teologia)
04 Teologia Sistemática III 04 Teologia Sistemática IV
02 Eletivas 02 Eletivas
Estágio Supervisionado Estágio Supervisionado

SUGESTÕES DE DISCIPLINAS ELETIVAS


02 Aconselhamento em casos de crise 02 Mediação e Resolução de Conflitos
02 Antropologia Missiológica 02 Ministério com Famílias / Gerações
02 Direitos Humanos 02 Missões e Projetos Sociais
02 Estratégias Missionárias 02 Missões Transculturais
02 Libras 02 Fenomenologia/Sociologia da Religião

Observação: a distribuição por período pode ser modificada conforme as


circunstâncias de cada instituição.

9.2 Sugestão de matriz complementar para egressos de


instituições não batistas
CRÉD 1° PERÍODO CRÉD 2° PERÍODO
04 Batistas (História/Teologia/Estrutura) 02 Aconselhamento Pastoral
02 Educação Cristã 02 Administração Eclesiástica
04 Hermenêutica 04 História e Teologia de Missões
02 Liderança e Gestão (Pessoas e 04 Teologia Bíblica (AT e NT)
Projetos)
04 Plantação e Crescimento de Igrejas 04 Teologia do Ministério Pastoral
04 Pregação Expositiva 04 Teologia Sistemática (Pneumat. e
Eclesiol.)

Observação: que o curso anterior tenha um mínimo de 2400 horas e a


complementação seja de 400 horas.

97
10. ANEXOS
A seguir, serão apresentados em anexo os seguintes documentos: Diretrizes curriculares
de Teologia (MEC), orientações sobre revistas acadêmicas, Carta credencial para
representantes nas assembleias da ABIBET e termo de adesão ao trabalho voluntário.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR

RESOLUÇÃO N° 4, DE 16 DE SETEMBRO DE 2016 (*)

Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais


para o curso de graduação em Teologia e dá
outras providências

O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de


Educação, no uso de suas atribuições legais, conferidas no art. 9º, § 2º, alínea “c”, da
Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131, de 24
de novembro de 1995, tendo em vista as diretrizes e princípios fixados pelos Pareceres
CNE/CES nos 583/2001 e 67/2003, e com fundamento no Parecer CNE/CES nº 60/2014,
homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU
de 8 de setembro de 2016, resolve:

Art. 1º - A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o


curso de graduação em Teologia, bacharelado, que deverão ser observadas pelas Instituições
de Educação Superior (IES) em sua organização curricular.

Art. 2º - A organização de cursos de graduação em Teologia, resguardadas as Diretrizes


Curriculares Nacionais e os Pareceres desta Câmara, deverá ser elaborada com claro
estabelecimento de componentes curriculares, os quais abrangerão: projeto pedagógico e
matriz curricular, linhas de formação, articulação teórico-prática, processos de atualização,
carga horária total, trabalhos de conclusão de curso, descrição de competências gerais e
específicas, habilidades e perfil desejado para o futuro profissional, conteúdos curriculares,
estágio curricular supervisionado, acompanhamento e avaliação, e atividades complementares,
sem prejuízo de outros aspectos que tornem consistente o projeto pedagógico.

Art. 3º - O projeto pedagógico do curso de graduação em Teologia, além da clara concepção


do curso, com suas peculiaridades, seu currículo pleno e sua operacionalização, deverá
incluir, sem prejuízos de outros, os seguintes aspectos:
I - objetivos gerais do curso, contextualizado à sua inserção institucional, política, geográfica
e social;
II - condições objetivas de oferta e a vocação do curso;
II - formas de realização da interdisciplinaridade;
IV - adequação às disposições das diretrizes gerais nacionais de direitos humanos, educação
ambiental, educação étnico-racial e indígena;
V - modos de integração entre teoria e prática;
VI - formas de avaliação do ensino e da aprendizagem;
VII - modos da integração entre graduação e pós-graduação, quando houver;
VIII - incentivo à pesquisa, como necessário prolongamento da atividade de ensino e como
instrumento para a iniciação científica;
IX - regulamentação das atividades relacionadas com o Trabalho de Conclusão de Curso, em
diferentes modalidades, atendendo às normas da Instituição de Educação Superior;
X - concepção e composição das atividades de estágio curricular supervisionado em
diferentes formas e condições de realização, observados seus respectivos regulamentos;
XI - concepção e composição das atividades complementares.
§ 1º - A proposta pedagógica para os cursos de graduação em Teologia deverá buscar a formação
integral e adequada do estudante por meio de articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão.
§ 2º - A estrutura do curso de graduação em Teologia assegurará:
I - a articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão, garantindo ensino crítico, reflexivo
e criativo que leve em consideração o perfil almejado, estimulando o aluno a participar
ativamente de todas as atividades acadêmicas e práticas do curso;
II - a visão de educar para a cidadania, a participação plena na sociedade e o respeito à diversidade;
III - a implementação de metodologia no processo ensinar-aprender que estimule o aluno a
refletir sobre a realidade cotidiana e a aprender a aprender;
IV - a definição de metodologias pedagógico-didáticas que articulem o saber, o saber refletir,
o saber fazer, o saber sentir, o saber conviver e o saber ser visando a conhecer o campo
teológico, a refletir construindo suas articulações e ponderações da Tradição que estuda,
a elaborar a sua efetiva articulação entre o conhecimento teórico e a sua ação concreta no
mundo, a construir sua afetividade de modo a poder cumprir o seu papel como egresso, a viver
junto em comunidade e a buscar atributos indispensáveis à formação de sua personalidade
de modo a participar ativamente na construção da realidade em que vive;
V - o estímulo às dinâmicas de trabalho em grupos, por favorecer a discussão coletiva e as
relações interpessoais;
VI - a valorização das dimensões éticas e humanísticas, desenvolvendo no aluno atitudes e
valores voltados para o exercício de seu papel na sua comunidade, na sociedade em geral e
também orientados para a cidadania e para a solidariedade.
VII - a garantia de oferta de disciplinas e atividades didáticas optativas, de livre escolha do aluno.
§ 3º O curso deverá estabelecer ações pedagógicas visando ao desenvolvimento de condutas
e atitudes com responsabilidade social e terá por princípios:
I - consideração para os aspectos sociais, culturais na interação com diferentes públicos e no
planejamento e nas ações sociais;
II - reflexão e crítica junto com os processos sociais, produzindo conhecimentos e práticas
adequadas às mudanças e demandas, sem perder a ênfase nos interesses da sociedade;
III - preocupação com a formação humanística, crítica e ética e com a formação
multidisciplinar.
§ 4º Em seus projetos pedagógicos, as Instituições de Educação Superior ofertantes poderão
definir linhas de formação específicas, apresentando uma identidade mais precisa e marcada
para o egresso de curso de graduação em Teologia.
§ 5º As Instituições de Educação Superior podem adotar linhas de formação condizentes com
suas demandas sociais, sua fundamentação religiosa e inserção regional e local, observando-
se estas Diretrizes.
§ 6º A pesquisa será considerada elemento constitutivo e fundamental do currículo, uma vez
que possibilita aos cursos buscar o equilíbrio entre teoria e prática e estabelece uma conexão
com as disciplinas que tratam da operacionalidade das funções do estudo da Teologia,
voltadas ao conhecimento e à análise da atividade religiosa.
§ 7º A pesquisa poderá lançar mão de mecanismos ativos no processo ensino-aprendizagem
(estudos bibliográficos e literários, trabalhos de campo, formação de equipes, atividades de

100
extensão, maior exposição a situações reais) e de resoluções de situaçõesproblema, aliando
o conhecimento adquirido à capacidade do egresso de propor alternativas, isto é, de ser
proativo na busca de formas inovadoras de ação social.
§ 8º Os cursos deverão oferecer condições para que os alunos desenvolvam conhecimentos
e práticas utilizando recursos sempre atualizados, além da constante renovação de
conhecimentos teórico-práticos na área, mediante a capacitação permanente dos docentes e
possibilidades de participação destes e dos discentes em fóruns acadêmicos e profissionais,
considerando que a atualização dos recursos estimula atividades de iniciação científica e de
extensão no âmbito da graduação.
§ 9º Os cursos deverão proporcionar a garantia de autonomia do aluno, em face do seu
próprio processo de aprendizagem e produção de conhecimento e de integração entre as
diversas áreas das ciências humanas e com outros campos do saber.
§ 10. A integração entre egressos e estudantes para a troca de experiências deverá ser
encorajada, assim como formas de acompanhamento e avaliação da inserção na ação social.
§ 11. Com base no princípio de educação continuada, as Instituições de Educação Superior
poderão incluir, no projeto pedagógico do curso, previsão e oferta de cursos de pós-
graduação (nos níveis de lato sensu e stricto sensu), de acordo com as efetivas demandas do
desempenho profissional e social, com o objetivo de aprimorar a qualificação para o ensino
da área em nível superior, em programas nacionais, e de ampliar o campo das pesquisas na
área da Teologia.

Art. 4º - O egresso de curso de graduação em Teologia deverá ter como base formativa os
fundamentos constitutivos da construção do fenômeno humano e religioso sob a ótica da
contribuição teológica considerando o ser humano em todas as suas dimensões.

Art. 5º - Considerando o disposto no art. 205 da Constituição da República Federativa do


Brasil de 1988, em que se prevê como objetivo da Educação o pleno desenvolvimento da
pessoa, a formação para a convivência cidadã e a qualificação adequada para o trabalho, e
o espírito que subjaz ao art. 43 da LDB, no que diz respeito à Educação Superior, um curso
de graduação em Teologia visa formar pessoas que tenham a capacidade de:
I - compreender os conceitos pertinentes ao campo específico do saber teológico, segundo
sua Tradição, e estabelecer as devidas correlações entre estes e as situações práticas da
vida;
I - integrar várias áreas do conhecimento teológico, para elaborar modelos, analisar
questões e interpretar dados em harmonia com o objeto teológico de seu estudo;
III - compreender a construção do fenômeno humano e religioso sob a ótica da contribuição
teológica, considerando o ser humano em todas as suas dimensões, e refletir criticamente
sobre a questão do sentido da vida;
IV - analisar, refletir, compreender e descrever criticamente os fenômenos religiosos,
articulando a religião e outras manifestações culturais, apontando a diversidade dos
fenômenos religiosos em relação ao processo histórico-social;
V - promover a reflexão, a pesquisa, o ensino e a divulgação do saber teológico;
VI - compreender a dimensão da transcendência como capacidade humana de ir além dos
limites que se experimentam na existência;
- exercer presença pública, interferindo construtivamente na sociedade na VII perspectiva
da transformação da realidade e na valorização e promoção do ser humano;
VIII - assessorar e participar de instituições confessionais, interconfessionais, educacionais,
assistenciais e promocionais, tanto na perspectiva teórica, quanto na prática;
IX - elaborar e desenvolver projetos de pesquisa dentro das exigências acadêmicas;
X - prosseguir em sua formação teológica na perspectiva da educação continuada;
XI - participar de comitês e conselhos interdisciplinares, como os comitês Ambientais e de
Bioética, Ética em Pesquisa, Juntas de Conciliação, entre outros, promovendo a defesa dos

101
direitos inalienáveis do ser humano e contribuindo para a construção permanente de uma
sociedade mais justa e harmônica;
XII - perceber as dinâmicas socioculturais, tendo em vista a interpretação das demandas
dos diversos tipos de organizações sociais e religiosas e dos diferentes públicos;
XIII - compreender as problemáticas contemporâneas decorrentes da globalização, das
tecnologias do desenvolvimento sustentável, necessárias ao planejamento das ações sociais.

Art. 6º - O curso de graduação em Teologia deverá possibilitar formação profissional que


revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:
I - Gerais:
a) articular de forma interdisciplinar as interfaces existentes nas diferentes áreas das ciências
humanas, da Teologia e de outros campos do saber, promovendo a integração teórico-prática;
b) atuar em consonância com os princípios éticos de ação para a cidadania, considerando
as questões contemporâneas sobre temas ligados aos direitos humanos, meio ambiente,
educação étnico-racial, educação indígena e sustentabilidade; e
c) produzir conhecimento científico no campo da Teologia e na área das ciências humanas.
- II - Específicas:
a) alcançar relevante conhecimento da respectiva Tradição religiosa, seja dos textos e
narrativas fundantes, seja do desenvolvimento histórico da respectiva Tradição e das
diferentes interpretações e correntes teológicas que se dão no interior de seu campo;
b) interpretar narrativas, textos históricos e tradições em seu contexto, assim como sua
hermenêutica, pelo domínio de instrumentos analíticos;
c) desenvolver espírito científico e pensamento reflexivo;
d) adquirir senso de reflexão crítica e de cooperação que permita o desenvolvimento do
saber teológico e das práticas religiosas dentro de sua própria Tradição;
e) empregar adequadamente os conceitos teológicos aliados às situações do cotidiano,
revelando-se profissional participativo e criativo;
f) articular o saber especificamente teológico com os saberes das outras ciências, de
forma interdisciplinar;
g) agir proativamente na promoção do diálogo, do respeito e da colaboração em relação às
outras tradições religiosas e aos que não creem;
h) tomar consciência das implicações éticas do seu exercício profissional e da sua
responsabilidade social;
i) atuar de modo participativo e criativo junto a diferentes grupos culturais e sociais,
promovendo a inclusão social, a reflexão ética, o respeito à pessoa e aos direitos humanos;
j) integrar grupos de reflexão e ação multidisciplinares e inter-religiosos; e
k) desenvolver trabalhos em equipe e implementar projetos em organizações da sociedade.
Parágrafo único. O projeto pedagógico do curso deverá demonstrar claramente como o
conjunto das atividades acadêmicas previstas garantirá o desenvolvimento das competências
e habilidades esperadas, tendo em vista o perfil desejado, assegurando-se a coexistência
de relações entre teoria e prática, como forma de fortalecer o conjunto dos elementos
fundamentais para a capacidade do egresso de propor formas criativas de atuação junto à
sociedade.

Art. 7º - Os conteúdos curriculares do curso de graduação em Teologia deverão ser


organizados em quatro grandes eixos temáticos complementares entre si:
I - Eixo de formação fundamental;
II - Eixo de formação interdisciplinar;
III - Eixo de formação teórico-prática; e IV - Eixo de formação complementar.
§ 1º Será indicado para cada eixo um conjunto de conteúdos básicos que podem ser
contemplados em diversas atividades didáticas, tais como disciplinas, oficinas, atividades,
discussões temáticas e seminários.

102
§ 2º O eixo de formação fundamental deverá contemplar conteúdos de formação básica que
caracterizam o curso de graduação em Teologia, no qual deverão ser ministradas disciplinas
relacionadas ao estudo:
I - das narrativas e textos sagrados ou oficiais que podem ser tidos como fontes da Teologia,
segundo a Tradição própria;
II - das línguas das fontes da Teologia;
III - das normas ou regras de interpretação das referidas fontes;
IV - do desenvolvimento da Tradição;
V - do método, dos temas e das correntes teológicas construídas ao longo da história e
contemporaneamente;
VI - da natureza da Tradição religiosa e de sua história, inclusive códigos legais ou
assemelhados.
§ 3º O eixo de formação interdisciplinar deverá contemplar conteúdos de cultura geral e de
formação ética e humanística e prever disciplinas baseadas essencialmente em conhecimentos
das humanidades, filosofia e ciências sociais, com foco na ética e nas questões da sociedade
contemporânea, em especial nas questões ligadas aos temas dos direitos humanos, educação
étnico-racial, educação indígena, educação ambiental e sustentabilidade.
§ 4º Podem ser agregados, ao eixo de formação interdisciplinar, conteúdos gerais de
formação em história, direito, antropologia, psicologia e de outras áreas do conhecimento
ou campos do saber, conforme o projeto de formação definido pela Instituição de
Educação Superior.
§ 5º O eixo de formação teórico-prática deverá contemplar conteúdos de domínios conexos
que são importantes para a construção do perfil e das competências pretendidas de acordo
com o projeto de formação definido pela Instituição.
§ 6º O eixo de formação teórico-prática deverá contemplar conteúdos formativos que têm
a função de ampliar a formação do egresso concedendo-lhe condições para a aquisição de
atitudes pretendidas com o curso e dentro da natureza própria de sua formação considerada
na respectiva Tradição, de forma que o egresso seja preparado para desenvolver seu papel
diante da sociedade em busca de uma cidadania participativa e responsável.
§ 7º O eixo de formação complementar terá como objetivo possibilitar ao aluno reconhecer
e testar habilidades, conhecimentos e competências, inclusive fora do ambiente acadêmico,
incluindo a prática de estudos e atividades independentes, transversais, opcionais, de
interdisciplinaridade, especialmente nas ações de extensão junto à comunidade.
§ 8º As atividades a que se refere o eixo de formação complementar, como a participação
em seminários extracurriculares, estágios, palestras, conferências, grupos de pesquisa
e eventos de caráter inter-religioso de promoção da cidadania e de respeito aos direitos
humanos, devem prever acompanhamento, orientação e avaliação de docentes do curso
segundo critérios regulamentados no âmbito de cada Instituição de Educação Superior.

Art. 8º - A Instituição de Educação Superior deverá criar e manter espaços catalisadores


e organizadores das atividades práticas do curso, que deverão servir como elemento de
integração entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão e com as práticas da ação
social do profissional.
Parágrafo único. É fundamental que a Instituição conte também com espaços,
equipamentos e softwares indispensáveis para a execução de diversas atividades voltadas
à realização de pesquisas bibliográficas, pesquisas quantitativas e qualitativas, garantida,
obviamente, a constante atualização desses recursos tecnológicos.

Art. 9º - O estágio supervisionado deverá ser componente curricular obrigatório do curso,


previsto em seu projeto pedagógico.
§ 1º O curso poderá desenvolver o estágio supervisionado como atividade de experiência
social, executada interna ou externamente à IES, junto às comunidades religiosas,

103
organizações não-governamentais, escolas, atendimento religioso e aconselhamento,
comitês de ética e bioética, instituições de mediação, órgãos governamentais e outros.
§ 2º O estágio supervisionado será de, no mínimo, 200 (duzentas) horas de atividades
regulamentadas pelos colegiados acadêmicos da Instituição, em consonância com a Lei nº
11.788/2008, e deverá:
I - reunir um conjunto de atividades de formação, programado e diretamente supervisionado
por membros do corpo docente da Instituição, com formação em Teologia, e procurará
assegurar a consolidação e a articulação das competências estabelecidas;
II - assegurar o contato do formando com situações, contextos e instituições, permitindo
que conhecimentos, habilidades e atitudes se concretizem em ações profissionais, sendo
recomendável que suas atividades sejam distribuídas ao longo do curso; e
III - contar com medidas efetivas de orientação e avaliação tanto por parte das Instituições
de Educação Superior quanto por parte das instituições concedentes.
§ 3º A Instituição de Educação Superior poderá reconhecer e aproveitar, como atividade de
estágio supervisionado, atividades realizadas pelo aluno em instituições, desde que contribuam
para o desenvolvimento das habilidades e competências previstas no projeto de curso.

Art. 10. - Os cursos deverão considerar, para efeito de complementação de carga horária,
atividades complementares, realizadas dentro ou fora da Instituição de Educação Superior, no
mínimo de 200 (duzentas) horas.
§ 1º As atividades complementares terão como objetivo possibilitar ao aluno reconhecer e testar
habilidades, conhecimentos e competências, inclusive fora do ambiente acadêmico, incluindo a
prática de estudos e atividades independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade,
especialmente nas relações com a sociedade e nas ações de extensão junto à comunidade.
§ 2º As atividades complementares poderão incluir projetos de iniciação científica e de
extensão, publicações, participação em cursos, oficinas, seminários extracurriculares, palestras,
conferências, grupos de pesquisa e eventos de caráter interreligioso de promoção da cidadania e
de respeito aos direitos humanos.
§ 3º As atividades complementares deverão prever acompanhamento, orientação e avaliação de
docentes do curso segundo critérios regulamentados no âmbito de cada Instituição.

Art. 11 - O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) será componente curricular obrigatório e


será realizado a partir do penúltimo ano de integralização do curso, centrado em determinada
área teórico-prática ou de formação profissional, como atividade de síntese e integração de
conhecimento e consolidação das técnicas de pesquisa, observados os seguintes preceitos:
I I - deverá ter carga horária mínima de 100 (cem) horas em duas modalidades:
a) trabalho monográfico, individual, podendo versar sobre tema específico de Teologia ou
estudos do campo teológico, de modo mais amplo; ou
b) trabalho específico de Teologia aplicado a organizações religiosas, organizações do terceiro
setor e afins, elaborado individualmente ou em grupo, acompanhado de fundamentação, reflexão
teórica e intervenção documentada;
II II - o TCC deverá ser orientado por docente do curso e avaliado por docentes e/ou profissionais,
conforme resolução específica da Instituição de Educação Superior.
Parágrafo único. A Instituição deverá constituir regulamentação própria para o Trabalho
de Conclusão de Curso, aprovada pelo colegiado acadêmico competente, contendo,
obrigatoriamente, critérios, procedimentos e mecanismo de avaliação, além das diretrizes e
técnicas relacionadas com sua elaboração.

Art. 12 - A carga horária total do curso de graduação em Teologia será de, no mínimo, 2.900
(duas mil e novecentas) horas, assim distribuídas:
I - 2.500 (duas mil e quinhentas) horas, no mínimo, para as atividades didáticas – de
cunho teórico e prático, tanto as obrigatórias como as optativas, excluídas as atividades

104
complementares – dos eixos de formação fundamental, de formação interdisciplinar e de
formação teórico-prática, sendo, pelo menos, 1.900 (mil e novecentas) horas nos eixos de
formação fundamental e de formação teórico-prática – que inclui a carga de 100 (cem) horas
destinadas ao Trabalho de Conclusão de Curso –, e, no mínimo, 600 (seiscentas) horas no eixo
de formação interdisciplinar;
II - 200 (duzentas) horas, no mínimo, para atividades complementares; e III - 200 (duzentas)
horas, no mínimo, para estágio supervisionado.
Parágrafo único. As durações mínima e máxima do curso ficarão a critério da Instituição
de Educação Superior, que levará em conta, na integralização, as diferentes possibilidades de
formação específica.

Art. 13 - Além do atendimento às normas vigentes de avaliação de cursos previstas na Lei nº


10.861/2004 – Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) –, o curso
deve contemplar os seguintes parâmetros de qualidade:
I - perfil do corpo docente que agrega experiência prático-profissional à experiência acadêmica;
II - incentivo à produção científica e de publicações, contribuindo para o incremento dos indicadores
de desenvolvimento da educação e das ciências;
III - divulgação e socialização da produção científica de professores e de alunos, bem como a
promoção de grupos de pesquisa em Teologia ou áreas afins, inclusive em redes nacionais e
internacionais;
IV - investimento institucional para a qualificação dos professores, por meio de programas de
capacitação em cursos de aperfeiçoamento e em programas de pós-graduação lato e stricto sensu;
V - estabelecimento de políticas de capacitação docente e de planos de carreira;
VI - infraestrutura adequada para operação do curso em sua plenitude, compatível com a supervisão
docente nas atividades didáticas;
VII - contribuição do curso para o desenvolvimento local e social e de cidadania no contexto da
Instituição, bem como avaliações periódicas da absorção do egresso pelas organizações sociais;
VIII - manutenção e atualização permanente dos espaços de aprendizagem e pesquisa, com apoio
de funcionários técnicos devidamente capacitados;
IX - atividades de pesquisa e extensão que promovam o aprofundamento do conhecimento na
área de Teologia, bem como do relacionamento da Instituição de Educação Superior com os vários
setores da sociedade;
X - condições adequadas ao acompanhamento de estágios; e
XI - suprimento permanente de títulos atualizados (livros, periódicos e mídias
digitais) nas bibliotecas e acesso a bases de dados científicas.

Art. 14 - As Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Teologia deverão ser


implantadas pelas Instituições de Educação Superior, obrigatoriamente, no prazo máximo de 2
(dois) anos, aos alunos ingressantes, a partir da publicação desta Resolução.
Parágrafo único. As Instituições de Educação Superior poderão optar pela aplicação das
Diretrizes Curriculares Nacionais aos demais alunos do período ou ano subsequente à publicação
desta Resolução.

Art. 15 - Após 1 (um) ano da publicação desta Resolução ficam revogados os efeitos do Parecer
CNE/CES nº 63/2004, que dispõe sobre a regulamentação e o reconhecimento civil de cursos
teológicos livres realizados antes do Parecer CNE/CES nº 241/1999, não sendo mais permitidos o
aproveitamento de estudos e a convalidação de títulos de cursos livres de Teologia, após esse período.

Art. 16 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se todas as
disposições contrárias.

LUIZ ROBERTO LIZA CURI

105
REVISTAS ACADÊMICAS
ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Objetivos: é extremamente importante a instituição ter a sua revista acadêmica, por pelo
menos os seguintes motivos:
• Produção acadêmica: cada docente e cada instituição necessitam produzir
academicamente e para isso precisam de uma revista na qual possam publicar as
suas produções;
• Marketing da instituição: a revista servirá também como divulgação da instituição;
• Espaço de debate teológico: precisamos de espaços para debater assuntos pertinentes
à teologia, à denominação e à prática ministerial;
• Construção da identidade: uma revista serve como veículo de transmissão de conceitos
e valores de uma denominação e por isso contribui para a formação da identidade
denominacional.
2. Tipos de revista: entre outros, pelo menos duas diferentes classificações podem ser
dadas para as revistas:
a) Magazine x Acadêmica: existem revistas no formato “magazine” que contam
com textos menores de uma ou duas páginas. Mas aqui estamos falando de revistas acadêmicas,
que compreendem discussões mais amplas, com textos maiores (15 a 20 páginas), com rigor
metodológico quanto a produção e fundamentação.
b) Impressa ou On line: uma revista acadêmica pode ser publicada no formato
impresso, ou on line, ou ainda em ambos os formatos. O ideal será quando puder ser publicado
nos dois formatos simultaneamente. No caso do formato impresso, não vale a pena pensar
em tirar os custos, cobrando assinatura. O retorno é muito pequeno e dificilmente os custos
serão recuperados. É preferível imprimir em grande quantidade e distribuir gratuitamente,
para todas as instituições teológicas e seminários e ganhar nas permutas/trocas com outras
revistas. Isto aumenta o seu acerco de periódicos de sua instituição. No formato on line,
a vantagem é o alcance da revista. Recomenda-se disponibilizar gratuitamente os artigos.
“Não vale a pena escrever para não ser lido...”

3. ISSN: A revista precisa ser registrada oficialmente, criando um número de ISSN para ela.
Este registro deve ser feito no site do IBICT (veja instruções no link: http://www.ibict.br/
informacao-para-ciencia-tecnologia-e-inovacao%20/centro-brasileiro-do-issn). Há algum
tempo atrás era necessário pagar uma taxa para o registro deste número de ISSN, mas agora
é gratuito. Se fizer a publicação nas duas opções (impressa e online), precisa-se criar dois
números de ISSN. O conteúdo é exatamente o mesmo, mas precisa dois registros.
4. Alguns passos para a criação de uma revista:
• Definir um editor da revista: será a pessoa responsável por todo o processo. Tem
que ser alguém que “vista a camisa”, porque senão a revista “morre na praia”.
• Criar um Conselho Editorial: colocar pelo menos umas 10 pessoas, com maior
titulação possível, com maior diversidade possível de instituições e se possível colocar
algum docente estrangeiro também. Esta comissão terá a função de olhar para a
revista com um todo, fazendo sugestões e avaliações gerais.
• Criar uma Comissão Científica: sugere-se pelo menos uns 10 professores (com
melhor titulação possível e instituições diversificadas), que terão a função de
pareceristas dos artigos da revista. É bom que cada artigo seja avaliado por duas
pessoas. Você pode estabelecer os critérios de avaliação e padrão que quer para que
o artigo seja aprovado.
• Designar revisor de português dos artigos e diagramador da revista.
• Definir parâmetros para a revista e manter uma regularidade. Por exemplo: publicar
sempre 6 artigos e 2 resenhas, ou 8 artigos e 3 resenhas.
• Definir a frequência da publicação. O ideal seria a cada 6 meses.
• Convidar autores para escrever artigos. Ninguém vai submeter textos até que não
se tenha uma boa avaliação da revista. Os autores devem ser de diversas instituições.
Coloque não mais de 30% de autores da própria instituição. Se possível, publique
artigos de autores estrangeiros.
• Resenhas é bom que sejam de livros bem recentes. Ninguém lerá uma resenha de
um livro que já está há anos no mercado.
• Criar as normas de publicação (como os artigos e resenhas deverão ser apresentados).
5. Parcerias: No caso de revista impressa, faça parceria com alguém que queira fazer uma
propaganda no final da revista. É possível conseguir boa parte do custo de impressão através
de parcerias.

6. Revista Eletrônica: No caso da revista eletrônica, há uma plataforma pronta, disponível


e gratuita. Veja os dados em: http://www.ibict.br/pesquisa-desenvolvimento-tecnologico-
e-inovacao/sistema-eletronico-de-editoracao-de-revistas-seer.

7. Avaliação: As revistas acadêmicas são avaliadas pela CAPES e recebem uma classificação
(Qualis) que fica entre A1, A2, A3 e A4 (padrão internacional), B1, B2, B3 e B4 (padrão
nacional) e C (não classificada). Os critérios são definidos por cada área do conhecimento.
Os critérios para a Teologia, podem ser encontrados no site da Capes.

Qualquer dúvida, estamos à disposição para auxiliar.

Dr. Claiton André Kunz

claiton@batistapioneira.edu.br

107
(TIMBRE DA INSTITUIÇÃO, CONSTANDO NOME, CNPJ e ENDEREÇO)
______________________________________________________________

CREDENCIAL

À Diretoria da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino


Teológico

Rua José Higino, 416, Edifício 14, Sala 226, Tijuca – Rio de Janeiro / RJ

Viemos por meio desta credencial indicar como representante(s) para a Assembleia
Geral Ordinária da ABIBET, a realizar-se no dia ___/___/_____, às ___:___h, o(s)
seguinte(s) nome(s):

Nº Nome Função na Instituição

____________ (Cidade / UF), ______ de _____________ de ____

________________________________________
(Representante legal estatutário da Instituição filiada)

108
LOGOTIPO E DADOS DA INSTITUIÇÃO

TERMO DE ADESÃO AO TRABALHO VOLUNTÁRIO

_________________________, ______________________, ______________,


Nome do(a) Voluntário(a) (Nacionalidade) (Estado Civil)

residente e domiciliado(a) no(a) ________________________________, ________,


(Rua/Avenida) (nº)
______________, __________________, _____________________, _______
(Complemento) (Bairro) (Cidade) (UF)

portador(a) do CPF n.º ______________________________________


(Nº do CPF)

carteira de identidade nº __________________________, __________/________,


(Nº do RG) (Órgão Expedidor) (UF)

pelo presente instrumento, formaliza adesão e compromisso em prestar, a contento, serviço


voluntário, nos termos da Lei n° 9.608, 18 de fevereiro de 1988, transcrita abaixo, que tem por
objeto a ______________________________________ de atividades educativas
no _________________________________________________ definidas em
Resolução da diretoria do ____________, cônscio de que fará jus ao ressarcimento das
despesas, quando necessária, com transporte e alimentação decorrentes da prestação do
referenciado serviço e que tal serviço não será remunerado e não gerará vínculo empregatício,
nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.

LEI DO VOLUNTARIADO Nº 9.608, de 18 DE FEVEREIRO DE 1998.


Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada,
prestada por pessoa física à entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de
fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos
ou de assistência social, inclusive mutualidade.
Parágrafo único - O serviço voluntário não gera vínculo empregatício nem obrigação de
natureza trabalhista, previdenciária ou afim.
Art. 2º - O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre
a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o
objeto e as condições do seu serviço.
Art. 3º - O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que
comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias.
Parágrafo único - As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas
pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.
Brasília, 18 de fevereiro de 1998; 177 da Independência e 110 da República.
Fernando Henrique Cardoso- Presidente da República

109
DECRETO Nº 7.107, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2010.
Promulga o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e a Santa
Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, firmado na Cidade do
Vaticano, em 13 de novembro de 2008.
Art. 16º - Dado o caráter peculiar religioso e beneficente da Igreja Católica e de suas instituições:
I -O vínculo entre os ministros ordenados ou fiéis consagrados mediante votos e as Dioceses
ou Institutos Religiosos e equiparados é de caráter religioso e portanto, observado o disposto
na legislação trabalhista brasileira, não gera, por si mesmo, vínculo empregatício, a não ser
que seja provado o desvirtuamento da instituição eclesiástica.
II -As tarefas de índole apostólica, pastoral, litúrgica, catequética, assistencial, de promoção
humana e semelhantes poderão ser realizadas a título voluntário, observado o disposto na
legislação trabalhista brasileira.

________________________ - _____, ______ de _______________ de 20____.


(Local) (UF)

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) Voluntário(a) Instituição de Ensino Teológico (sem fins lucrativos)

110

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