Citações Literatura
Citações Literatura
Citações Literatura
“a razão
está em que o sentido de uma obra (ou de um texto) não pode fazer-se
sozinho; o
autor nunca produz mais do que presunções de sentido, formas, por assim
dizer,
e é o mundo que as preenche” (BARTHES, 2007b, p. 14).
A literatura cria o seu próprio universo, semanticamente autônomo
em relação ao mundo em que vive o autor, com seus seres ficcionais,
seu ambiente imaginário, seu código ideológico, sua própria verdade:
pessoas metamorfoseadas em animais, animais que falam a linguagem
humana, tapetes voadores, cidades fantásticas, amores incríveis,
situações paradoxais, sentimentos contraditórios etc. (D’ONOFRIO,
2006, p. 19).
“O gênero, como
taxinomia, permite ao profissional classificar as obras, mas sua pertinência
teórica não é essa: é o de funcionar como um esquema de recepção, uma
competência do leitor, confirmada e/ou contestada por todo texto novo num
processo dinâmico” (COMPAGNON, 2012, p. 155).
Ela deve inevitavelmente ser de caráter virtual, pois ela não pode
reduzir-se nem à realidade do texto nem à subjetividade do leitor, e é
dessa virtualidade que ela deriva seu dinamismo. Como o leitor passa
por diversos pontos de vista oferecidos pelo texto e relaciona suas
visões e esquemas, ele põe a obra em movimento, e se põe ele próprio
em movimento (ISER, 1985, p. 9).
“A obra de
arte, por não ser relacionada diretamente com um referente do mundo
exterior,
não é verdadeira, mas possui a equivalência da verdade, a verossimilhança,
que
é característica indicadora do poder ser do poder acontecer” (D’ONOFRIO,
2006,
p. 20).
Formalismo:
Estruturalismo:
Pós estruturalismo
O sujeito que muito prometia e que agora trabalha em um escritório.
Ele não faz nada de diferente, voltando para casa, se deitando e
esperando a hora do jantar fumando, se deitando de novo e dormindo
até o outro dia. Domingo, ele se levanta bem tarde e se põe à janela
observando a chuva ou o sol, os transeuntes ou o silêncio. Assim o ano
todo. Ele espera. Espera morrer. Para que servem as promessas, já que
de qualquer maneira [...] (CAMUS, 2007, p. 26).
Considera-se que o Autor nutre o livro, quer dizer que existe antes
dele, pensa, sofre, vive por ele; está para a sua obra na mesma relação
de antecedência que um pai para com o filho. Bem ao contrário, o
escritor moderno nasce ao mesmo tempo que seu texto, [...] todo texto
é escrito eternamente aqui e agora (BARTHES, 1988, p. 68).
O lugar – ou melhor, o ter lugar – não está, pois, nem no texto nem no
autor (ou no leitor): está no gesto no qual autor e leitor se põem em
jogo no texto e, ao mesmo tempo, infinitamente fogem disso. O autor
não é mais que a testemunha, o fiador da própria falta na obra em
que foi jogado; e o leitor não pode deixar de soletrar o testemunho,
não pode, por sua vez, deixar de transformar-se em fiador do próprio
inexausto ato de jogar de não se ser suficiente (AGAMBEN, 2007, p.
63).
Longe de ser apenas uma nova técnica, um novo meio para transmissão
de conteúdos preexistentes, a hipermídia é, na realidade, uma nova
linguagem [...]. Toda nova linguagem traz consigo novos modos de
pensar, agir, sentir [...]. A hipermídia significa uma síntese inaudita
das matrizes da linguagem e pensamento sonoro, visual e verbal com
todos os seus desdobramentos e misturas possíveis (SANTAELLA,
2001, p. 392).
Se leio com prazer esta frase, esta história ou esta palavra, é porque
foram escritas no prazer (este prazer não está em contradição com
as queixas do escritor). Mas e o contrário? Escrever no prazer me
assegura – a mim, escritor – o prazer do meu leitor? De modo algum.
Esse leitor é mister que eu o procure (que eu o ‘drague’) sem saber onde
ele está. (BARTHES, 1987, p. 9 – grifo original).