Doce Garota IV - Caramelws, Stacye

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Table of Contents

Dedicató ria
Playlist
Gatilhos
Pró logo - Cameron Styles
Rebecca Styles
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Epílogo
Os Herdeiros da Supremacia Styles
A Teoria dos Sonhos
Carta da Autora
Entã o, adeus?
Conheça Mais da Supremacia Styles
Copyright © 2024 Stacye Caramelws
EDITORA FRUTO PROIBIDO
É proibida a reproduçã o total e parcial desta obra de qualquer forma ou
quaisquer meios eletrô nicos, mecâ nico e processo xerográ fico, sem a
permissã o da autora. (Lei 9.610/98)
Essa é uma obra de ficçã o. Os nomes, personagens, lugares e
acontecimentos descritos na obra sã o produtos da imaginaçã o da
autora. Qualquer semelhança com nomes e acontecimentos reais é mera
coincidência.

REVISÃO:
Gabriella Revisõ es
CAPA|
DIAGRAMAÇÃO:
Larissa Chagas
Lchagasdesign
ILUSTRAÇOES:
Edu Brasil
Mery Arts
Camila
SUMÁ RIO

Dedicató ria
Playlist
Gatilhos
Pró logo - Cameron Styles
Rebecca Styles
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Epílogo
Os Herdeiros da Supremacia Styles
A Teoria dos Sonhos
Carta da Autora
Entã o, adeus?
Conheça Mais da Supremacia Styles
Dedicatória
A você, que aguardou ansiosamente o momento
em que poderia cruzar as pernas durante a leitura.
Playlist
Gatilhos

Este livro aborda assuntos como violência física, verbal e grá fica,
assassinato, uso de drogas ilícitas (com e sem consentimento), consumo
de á lcool por menores, porte de armas, destruiçã o de propriedade,
sequestro, citaçã o de tentativa de suicídio e mençã o dos crimes de:
pedofilia, assédio e lutas ilegais.
Se quaisquer dos citados acima for perturbador ou um possível gatilho,
sugiro que nã o dê sequência a sua leitura e priorize a si mesmo e a sua
saú de mental.

Contém cenas de sexo explícito.


Livro não recomendado para menores de 18 anos!
Essa é a ú ltima parte da nossa histó ria como casal principal e, se você se
dispô s a prosseguir com a leitura apó s ver todos os gatilhos contidos,
nó s, Cameron e Rebecca, declaramos você como parte da sociedade da
Supremacia Styles.
Bem-vindo ao caos!

_______________________
Cameron William Styles
Presidente
Dono da Supremacia
______________________
Rebecca Styles
Vice-presidente
Dona de Cameron
Cameron e Rebecca estavam destinados a ficarem juntos há
décadas que sempre levavam a tragédias.
Mas o que um dia foi tristeza e dolorosas perdas passou a ser
sonhos conectados pela ligação de almas entre a nerd
diabética e o capitão do time, que eram inimigos de infância.
E eles se tornaram o início da Supremacia Styles.
Saiba que eu morreria por você.
Amor, eu morreria por você.
A distâ ncia e o tempo entre nó s nunca
vã o me fazer mudar de ideia, pois, amor…
Eu morreria por você.
Eu mentiria por você.
É sério: eu mataria por você, meu amor.
Nã o é nada demais: eu morreria por você.
Die For You – The Weeknd
Prólogo - Cameron Styles

Oslo, Noruega
Casa de Campo da Monarquia da Noruega
9 de janeiro, sá bado, 14:55
Era o dia do meu casamento e eu nã o poderia estar mais ansioso.
Ela seria minha, totalmente minha.
Eu me encarei no espelho, vestindo um terno azul-escuro para
que o modista fizesse os ú ltimos ajustes no paletó , e ele começou a falar
onde precisaria fazê-los, mas minha mente nã o focava nada que nã o
fosse a minha noiva.
Nã o sabia se era possível, mas a cada dia que passava ela ficava
ainda mais linda.
Essa semana havia sido de longe a pior para mim; um selinho me
fazia querer explodir, mas nã o de qualquer forma: explodir dentro dela,
com ela, depois dela, que seja!
E isso me deixava louco.
Era impossível explicar como venci os mais sombrios dos meus
desejos de prensá -la contra a parede ou jogá -la no sofá e amá -la de todas
as formas imagináveis no escritó rio.
—… O que achou? — questionou o homem, arrancando-me de
meus pensamentos.
— Ó timo — eu me apressei em dizer.
Olhei o reló gio em meu pulso, vendo que marcava quinze horas.
Em três horas começaria a cerimô nia. Papai e avô William me olharam,
segurando a risada.
— Licença — tio Miles, irmã o de minha mã e, pediu ao entrar na
sala —, um bando de garotos chegou e estã o exigindo a sua presença.
Estiquei minhas costas e sorri.
— Pode recebê-los, pai? — pedi.
Ele concordou e seguiu Miles para fora da sala.
Rebecca estava em uma casa pró xima a de campo. Eu, os meus
tios e os dela nos arrumaríamos aqui, mas os meninos do time haviam
planejado uma surpresa para minha noiva, o que foi recomendado por
Natalie, para que a noiva nã o ficasse com a maquiagem borrada logo na
entrada da cerimô nia.
Eu sabia que, além dos nossos convidados, ela almejava ter um
determinado grupo de garotos presente e nã o me limitei apenas em
trazer o time, mas Neji, Lana, Calleb e Jace, em um combinado com o rei
Erick.
Depois de trocar de roupa, desci as escadas.
— Eles vã o se casar! — Peter anunciou.
Os outros começaram a gritar e falar alto e juntos.
Eles se aproximaram de mim e começaram a pular como se fosse
a comemoraçã o de uma vitó ria. E, para mim, era.
— Irmã o, estou muito feliz por vocês — Peter declarou.
— Aquele drama todo para no final vocês se casarem e nã o
surpreenderem a ninguém — Josh provocou, bagunçando meu cabelo.
— O que a capitã fez para mudar suas ideias absurdas de nã o se
casar com ela? — Eric questionou.
— Trancou ele em um quarto e veio para a Noruega — Andrew
anunciou.
O time de imediato ficou em silêncio, olhando para mim em busca
de uma resposta.
— Sério? — Peter questionou.
Balancei a cabeça concordando, mesmo que contra a minha
vontade.
Peter olhou Josh, em seguida o time todo trocou olhares e
explodiram em risadas altas.
— Caralho, a capitã é demais! — disse Eric.
— Orgulho da minha irmã zinha — Peter afirmou.
— Espero que Calleb nã o saiba disso — Josh se prontificou
enquanto limpava os olhos por ter rido demais.
— E como você saiu do quarto? — Adam questionou, rindo.
— E ela ainda roubou as chaves dele — Andrew acrescentou.
O time voltou a gargalhar, nem mesmo meu pai e avô
conseguiram resistir.
Acabei rindo também, agora era engraçado me lembrar da minha
mulher agindo daquela forma, e nunca duvidei de que ela fosse capaz de
fazer algo parecido.
— Certo, certo — falei em voz alta. — Prestem atençã o, caralho!
— ordenei, todos ficaram em silêncio e me olharam. — Hoje é o dia do
meu casamento, terá bebidas, muitas bebidas, e vocês quando ficam
bêbados brigam muito entre si. — Eu os olhei seriamente — Nã o quero
saber de brigas… hoje — acrescentei. — Estamos entendidos?
— Sim, capitã o — todos concordaram.
Eu me aproximei de Adam, Eric e Brian, que eram os maiores do
time e os que mais brigavam, principalmente entre si.
— Estamos entendidos? — repeti, encarando-os.
— Sim, capitã o — disseram em uníssono.
— Ó timo, agora preciso falar com pessoas piores que vocês —
comentei.
— Como isso é possível? Quem sã o? — Peter quis saber.
Eu o olhei.
— Meus tios e os de Rebecca — disse, olhando papai, que acabou
rindo.
Saí da sala em que estávamos e segui para outra.
Fumaça de charutos e o alto falató rio inundavam o lugar. Todos
bebiam alguma coisa, fosse whisky, conhaque, vodca ou outras bebidas.
— Chegou o noivo! — Dave, tio de Rebecca, anunciou.
Eles começaram a me saudar com animaçã o e, à medida que me
abraçavam, bagunçavam meu cabelo, brincando comigo de alguma
forma.
— Preciso falar com vocês — avisei, abaixando a mú sica do Guns
N' Roses que estava tocando, assim tendo a atençã o de todos. — Hoje é
meu casamento e nã o quero saber de confusã o, brigas ou coisas do tipo.
Isso vale até para depois que eu e Rebecca nã o estivermos mais aqui. A
monarquia está de olho em nó s.
— Nã o somos crianças — meu tio materno Frederick protestou,
levantando-se com o charuto em mã os.
— Deixe o garoto falar, seu idiota! — Dickson, o tio materno mais
velho, o interrompeu.
— Se os irmã os de sua mã e se comportarem, nã o teremos
problemas — Rolland, irmã o de meu pai, alertou, sendo seguido pelas
concordâ ncias dos meus outros tios paternos.
— É o casamento da minha sobrinha e afilhada, se vocês sã o
crianças demais para estarem aqui, talvez devessem ir embora —
Benjamin, tio paterno de Rebecca, comentou sarcasticamente.
Suspirei. Minha futura esposa era exatamente assim.
Os tios de Rebecca se envolveram quando tio Thomas começou a
discutir com Benjamin. Passei as mã os nos cabelos, a ponto de explodir.
Thomas foi para cima de Benjamin, que lhe deu um soco. Marcus
e William me olhavam a espera de uma reaçã o, assim como meu pai e
meu sogro, que deixaram claro que o que eu decidisse seria a palavra
final, talvez porque era o meu dia e o de minha noiva.
Marcus estendeu uma arma para mim, como se tivesse lido os
meus pensamentos. Peguei a arma de sua mã o e disparei três tiros em
garrafas de bebidas diferentes, que explodiram na mesma hora, fazendo
barulhos que ultrapassavam os da confusã o.
Todos me olharam com olhos arregalados.
— Qualquer que seja a confusã o entre vocês, independentemente
de ter algum conflito mal resolvido, que se foda! É meu casamento,
porra!
— Eles que…
— E nenhum — continuei — problema pode chegar até minha
noiva. Se vocês nã o podem deixar a confusã o de lado pelo menos por
hoje, estã o convidados a se retirar. Nada pode dar errado hoje, nada!
Devolvi a arma para Marcus e, impacientemente, saí da sala.
Rebecca Styles
Em suas últimas horas como senhorita Malik…
Uma conversa de mã e e filha e outra de pai e filha tinham me
distraído um pouco, mas eu estava nervosa.
Muito nervosa.
Nã o era medo ou vergonha.
Pelo contrá rio, eu queria vê-lo, queria dizer sim, queria ouvir
seus votos, falar os meus e, enfim, tê-lo como meu marido.
E, para ser sincera, estava tudo perfeito, mas ainda sentia a falta
de algumas pessoas.
Suspirei, estando estranhamente sozinha em uma sala, com
algumas coisas em meus cabelos para fazer o penteado. A maquiagem
seria feita em breve, pelo que fui avisada.
— Senhorita Nogueira Malik, temos uma surpresa — Natalie
anunciou, entrando.
— Temos? — questionei, virando-me para olhá -la e a vendo com
Nicolly e Astrid.
Astrid ergueu uma venda, com um sorriso maroto nos lá bios.
— Eu odeio vocês.
— E o problema é todo seu — Nicolly rebateu.
Eu me levantei, rendendo-me logo, porque retrucar só me faria
perder tempo.
A venda foi colocada e eu caminhei de acordo com os
direcionamentos de Natalie e Nicolly, que estavam uma de cada lado
meu.
Uma porta foi aberta, mas tudo estava em silêncio. Tive a certeza
de que entrei na sala.
— Pronta? — Astrid quem questionou.
— Ora, pelo amor de Deus, o que há de tã o importan…
A venda foi desamarrada e eu os vi.
Sem acreditar.
E se nã o fosse pelos gritos e abraços, eu ainda estaria parada.
Eles estavam lá .
Peter, Josh, Adam, Brian, Eric, Calleb, Neji, Jace e Lana.
Os meninos do time pularam em mim com tanta animaçã o, que
os demais tiveram que esperar.
— Eu nã o acredito, eu nã o acredito! — afirmei, abraçando-os.
Abracei Peter e Josh novamente e comecei a rir quando vi que
estavam usando robes pink. Eles se viraram e vi que estava escrito
“Amigo dos Noivos” nas costas. Abracei os outros, vendo que também
usavam robes.
— Nã o perderíamos isso por nada — Peter anunciou.
— Com certeza, nã o. Mas vamos nos arrumar em outra sala, só
queríamos te ver antes para nã o borrar a maquiagem — Josh disse,
abraçando-me outra vez.
— Ordens de Natalie — Lana afirmou.
— E ela estava certa — admiti, limpando os olhos outra vez. —
Agora sim, tudo está perfeito.
01 - Cameron
Capítulo 01 - Cameron Styles
Em meia hora chegamos à casa de campo da realeza, mas nã o pude ver
como estava a decoraçã o do casamento pois a mesma regra de Rebecca
se aplicava para mim.
Nã o via a hora de abraçar Rebecca como minha esposa, beijá -la
como minha mulher, tocá -la… Meu coraçã o disparou e minhas mã os
suaram só de pensar em tocar cada parte de seu corpo, beijar os lugares
que mais desejava beijar, saciar a minha vontade dela. Eu precisava dela,
do seu corpo, do seu toque e… Como precisava.
Estava em abstinência dela e isso me deixava louco.
— Querido? — mamã e chamou, abrindo um pouco a porta.
Eu me dei conta de que estava parado diante do espelho,
totalmente imó vel.
— Te chamei três vezes, nã o me ouviu?
— Quer a verdade? — brinquei, olhando-a através do espelho.
— A poucos minutos do seu casamento? Prefiro nã o saber o que
te impediu de me ouvir, pelo bem da minha alma — ela brincou de volta.
Eu me juntei a ela nas risadas, mas logo meu corpo ficou tenso e ansioso.
— Como se sente estando prestes a casar?
— Um pouco nervoso — admiti.
Mamã e me fez olhar para ela, puxando levemente meu queixo
com os dedos.
— Vocês se sairã o muito bem — afirmou, porque já havíamos
tido nossa conversa. — Está pronto? Sua noiva está perfeita! — Mamã e
disse animada, e seus olhos marejaram.
— Eu te amo, mã e. Obrigado por tudo. — Eu a abracei mais uma
vez e a ouvi fungar.
— E eu te amo, filho. Sabe que, sempre que precisar, pode me
chamar. — Ela me olhou e arrumou minha gravata. — Mas se vocês
brigarem, tratem de se resolver, e nada de envolver as famílias.
— Ah, mã e — comecei, aos risos —, acredito que teremos ó timas
formas de nos resolvermos.
— Garoto, seu abusado! — ela me acusou, aos risos.
Beijei seu rosto, me olhei uma ú ltima vez no espelho e estendi o
braço para ela.
Mamã e respirou fundo, enlaçou o braço no meu e seguimos porta
afora.
Descemos as escadas e meus tios aplaudiram quando me viram.
— Senhores Styles — Violet, assistente de Astrid, nos chamou. —
É hora de vocês entrarem.
Concordei, balançando a cabeça, e mamã e me olhou.
— Pronto?
— Nunca me senti tã o pronto — afirmei a vendo sorrir.
As enormes portas se abriram, e pude ver a decoraçã o do salã o. O
casamento nã o pô de ser ao ar livre devido ao frio rigoroso da Noruega.
As cores seguiam no azul claro e escuro em uma harmonia
incrível, até mesmo os integrantes da banda contratada usavam azul.
Estava espetacular, majestoso e glorioso.
Nã o fazia ideia de como esconderam tudo de minha noiva, mas
Astrid havia conseguido. Nossas famílias me olhavam juntamente com o
time, que pareciam crianças animadas tentando se conter e estavam tã o
felizes que parecia ser o dia deles, mas percebi que Peter e Josh nã o
estavam ali.
Paramos para as fotos e eu sorri imaginando a entrada da futura
senhora Styles.
E foi pensando nisso que parei em meu lugar, ao lado do
celebrante. Depois disso, as demais entradas se passaram rapidamente.
Primeiro, meu pai e minha sogra. Em seguida, Elliot com Natalie, que
segurava as lá grimas e sorria sem parar; ela estava linda. Apó s eles,
vieram Nicholas e Felicity, parecia que ele já havia chorado antes de
entrar. Nicolly e Carter entraram sorridentes. Astrid e Andrew eram
majestosos, se posso dizer; ela estava radiante com o casamento que
havia planejado.
Uma explosã o de risadas foi ouvida quando Peter e Josh (eu devia
ter suspeitado), entraram como floristas, com uma mú sica animada
tocada pela banda.
Eles estavam quase saltitando de animaçã o. Peter fez questã o de
jogar flores em cima de Calleb, em provocaçã o, e Josh em Lana com a
mesma intençã o.
Foi impossível nã o rir, mas logo fiquei tenso. Meu coraçã o
começou a bater tã o aceleradamente que alguém pró ximo poderia ouvir.
Ela estava vindo. A minha noiva.
Tentei controlar minha respiraçã o, mas tinha me tornado incapaz
daquilo.
Esperei ansiosamente por esse momento e aqui estávamos nó s,
tã o perto de mudarmos nossas vidas.
Limpei o canto dos olhos e respirei fundo.
A mú sica Kiss Me do Ed Sheeran, na versã o instrumental,
começou e todos se levantaram.
As portas se abriram. Quando ela apareceu, me faltou ar, e eu nã o
sabia mais como respirar, como falar, como sentir qualquer coisa que
nã o fosse venerá -la.
Nã o conseguia ver ninguém além dela.
Ao me olhar, ela sorriu com os olhos marejados.
Tentei segurar ao má ximo as lá grimas e falhei.
Ela estava linda, perfeita, deslumbrante e radiante.
Minha noiva, minha futura esposa.
Eu me deixei chorar, nã o me importava com mais nada. Era
apenas eu e ela.
Um sorriso se misturou à s lá grimas de felicidade e realizaçã o.
Os meninos do time choravam, assim como Andrew, Carter,
Nicholas e Elliot.
Natalie era sustentada por Elliot, caso contrá rio teria desabado
de chorar.
Os novos primos de Rebecca choravam, assim como seus tios e os
meus.
Ela parou pró ximo de mim com Owen, que beijou sua testa,
pegou a mã o dela e a entregou para mim, para ser minha. Toquei sua
mã o e a beijei, fechando os olhos em uma tentativa de me controlar, e
precisei de pelo menos cinco segundos imó vel.
— Ainda sou o quarterback insuportável? — sussurrei, fungando,
e ela sorriu.
— Sempre. O meu quarterback insuportável — ela afirmou,
sorrindo, e passou os dedos em meus olhos molhados pelas lá grimas.
O celebrante começou apó s Rebecca entregar o buque a Natalie.
Depois de todo o ritual da cerimô nia, chegou o momento que me
tirou o sono de ontem para hoje: os votos.
Nã o tinha conseguido escrever muita coisa, e o que escrevi, sabia
de cor. Rebecca nã o parecia ter escrito nada também.
— Posso começar? — questionou baixinho, olhando para mim.
— Claro, amor.
Ela sorriu, pegando o microfone, respirou fundo e se virou,
ficando de frente para mim.
— É meio irô nico a forma que vou começar a falar, mas… eu nã o
pretendia me casar — ela iniciou, fazendo todos rirem. —
Principalmente com Cameron William Styles, o teimoso, à s vezes
egocêntrico, capitã o do time e reizinho de Liberty. — Rimos juntos. — E
é tã o irô nico pensar em nossa histó ria. Lembra quando fui dormir na
sua casa com Natalie e você sujou meu rosto com chantily enquanto eu
dormia? — Gargalhei com a lembrança. — E como vingança, coloquei
tanta pimenta no seu suco de uva que você até passou mal, e eu fiquei
bem arrependida.
— Mas nã o pediu desculpas — relembrei, fazendo-a rir.
— E pensar que depois de anos, quando nos reencontramos,
ainda tentávamos manter as implicaçõ es e o falso ó dio aceso, porque era
a ú nica forma de conseguirmos falar sem deixarmos estampados os
nossos sentimentos. Mesmo você sendo teimoso e adorando uma
confusã o — Meus olhos marejaram, apesar do meu sorriso —, eu nã o
me arrependo, Cameron, de nada que fiz para que essa relaçã o desse
certo. Dos sofrimentos, das brigas, das lá grimas, porque o amor nã o é só
flores, é um sentimento que à s vezes pode doer. Mas eu, Rebecca Malik,
nã o apagaria nenhum momento de nossas vidas. Eu te amo hoje,
amanhã , depois e até o fim, porque eu nã o me vejo sem você. Uma vez
você me deu um colar de chave que guardo até hoje, mas quem abriu o
caminho para mim foi você. Um caminho de amor, de carinho, de
cuidado, de leveza e tantas outras coisas maravilhosas. Você, Cameron, é
a minha chave. O amor da minha vida.
Limpei o rosto outra vez e beijei sua mã o.
— Eu te amo — sussurrei, pegando o microfone.
Respirei fundo para me recompor, nã o entendendo quando foi
que fiquei tã o emotivo.
— Eu escrevi diversas vezes o que parecia bom de falar, mas
nenhuma palavra escrita foi o suficiente. Sempre soube que te amava, de
alguma forma sabia, mesmo indo parar no hospital por ter tomado suco
com pimenta ou você quase quebrando meu nariz depois de eu ter
falado que meninas nã o jogavam futebol. — Todo o lugar foi invadido
por altas risadas. — Mas tive a certeza quando te reencontrei. Foi
assustador começar a sonhar com a minha inimiga de infâ ncia, mas nã o
tã o assustador quanto o sentimento de saudade e necessidade que senti
de você. Eu tinha uma falsa certeza de que sabia o que era me apaixonar
por alguém, mas quando começamos a namorar, mesmo que de mentira
— Ela sorriu — entendi que nunca tinha me apaixonado. Você é, e
sempre será , meu primeiro e ú nico amor, a mulher mais incrível do
universo. Posso prometer inú meras vezes que vou te amar, cuidar de
você, te proteger e, mesmo assim, nã o será um terço do que de fato vou
fazer. Eu te amo, futura senhora Styles, hoje e para sempre. E vou te
amar todos os dias, até quando você quiser quebrar uma garrafa na
minha cabeça ou me usar de alvo para tiros. — Os meninos e,
principalmente, os familiares de Rebecca gargalharam. — Você, Rebecca,
foi a chave da minha vida em uma situaçã o complicada demais, sempre
será minha chave e terá a chave do meu coraçã o, porque ele foi feito para
você e para ninguém mais.
Ouvimos os aplausos quando nos abraçamos, beijei seu rosto e
sequei suas lá grimas.
— As alianças, por favor — o celebrante pediu.
Uma mú sica de agentes começou a tocar e nos viramos para ver
como seria a entrada. Isaac e Ryan, de ternos pretos, entraram como os
seguranças de Natasha, que estava de vestido branco. Os três usavam
ó culos escuros. Os meninos abaixaram os ó culos no meio da passarela,
observando cada convidado, e caminharam até nó s. Isaac parou na
frente de Natasha, abrindo os braços para que ela colocasse a maleta
preta em cima enquanto Ryan se mantinha na posiçã o de segurança.
Natasha me entregou a caixinha com as alianças, que entreguei ao
celebrante, e os três saíram ao som da mú sica e das risadas.
Todos, em concordâ ncia, acompanharam a oraçã o do celebrante,
que segurava as alianças em um ato simbó lico, as quais me entregou em
seguida.
— Você, Cameron William Styles, promete, diante de Deus e
destas testemunhas, receber Rebecca Nogueira Malik como sua legítima
esposa, para viver com ela, conforme as leis de Deus sobre o casamento?
— Sim, prometo — disse, olhando-a nos olhos.
— Promete amá -la, honrá -la, cuidar dela na saú de ou na doença,
na riqueza ou na pobreza, e manter-se fiel a ela até que a morte os
separe?
— Sim, prometo.
Ele pediu para que eu repetisse suas palavras, que foram:
— Ao colocar essa aliança em seu dedo, uso-a como símbolo de
nossa uniã o. Nossos coraçõ es tornam-se ú nicos, assim como nossa vida.
Você agora é participante de todos os meus bens e parte da minha
caminhada. — E coloquei a aliança em seu dedo anelar da mã o
esquerda.
Ele olhou Rebecca e entregou a aliança. Ela tocou minha mã o,
piscando algumas vezes para nã o chorar.
— Você, Rebecca Nogueira Malik, promete, diante de Deus e
destas testemunhas, receber Cameron William Styles como seu legítimo
esposo, para viver com ele, conforme as leis de Deus sobre o casamento?
— Sim, prometo — disse, fitando-me e sorrindo.
— Promete amá -lo, honrá -lo, cuidar dele na saú de ou na doença,
na riqueza ou na pobreza, e manter-se fiel a ele até que a morte os
separe?
— Sim, prometo.
E foi a vez de Rebecca repetir as palavras:
— Ao colocar essa aliança em seu dedo, uso-a como símbolo de
nossa uniã o. Nossos coraçõ es tornam-se ú nicos, assim como nossa vida.
Você agora é participante de todos os meus bens e parte da minha
caminhada. — E colocou a aliança em meu dedo.
— Eu, perante a lei de Deus e do homem, vos declaro casados.
Pode beijar a noiva.
Envolvi meu braço em sua cintura, inclinei-a para baixo e a beijei
enquanto ouvia, literalmente, fogos de artificio.
Casados, finalmente casados.
— Aeeee, amarraram o capitã o! — Peter anunciou e o time
todo gritou, fazendo todos rirem alto.
— Só a nossa capitã para fazer um milagre desses — Josh
completou, e eles se levantaram, dando um grito de guerra improvisado.
Foi impossível nã o cair na risada.
Assinamos o contrato de casamento e nossas testemunhas
fizeram o mesmo. Saímos com os convidados jogando pétalas azuis e o
time gritando elogios.
— Por aqui — Violet pediu quando chegamos no fim da passarela
e nos guiou até uma sala decorada para as fotos dos noivos. — Astrid
pediu um local para as fotos dos noivos, mas depois vocês tirarã o fotos
no local da cerimô nia, com as famílias, amigos e padrinhos, para depois
poderem aproveitar a festa, a pedido da princesa.
Rebecca, minha esposa, abriu um sorriso.
— Que ó tima ideia — comentou.
— Sim, depois poderemos ficar à vontade e aproveitar a festa —
eu disse.
Todas as fotos foram feitas depois do combinado com a equipe
organizadora das fotos e todos os nossos convidados aceitaram a
organizaçã o para tirar as fotos antes de começarem a beber e comer, e
foi mais rá pido do que esperávamos.
— Minha esposa. — Estendi a mã o para Rebecca, que estava
sentada apó s a ú ltima foto tirada, que foi com os meninos do time.
— Meu esposo. — Ela sorriu e selou nossos lá bios.
Seguimos com Violet, que nos interrompeu, para o terceiro salã o,
que era maior que o da cerimô nia, onde estava acontecendo a festa.
As cores eram as mesmas de toda a decoraçã o, e tínhamos
lugares específicos para nó s. A mú sica alta já tocava e os convidados
estavam comendo e bebendo.
O time fez a maior bagunça quando chegamos, mesmo sendo os
ú ltimos a nos verem.
— Você está linda, capitã — Josh elogiou e a abraçou.
— Eu amo vocês! — Calleb nos abraçou em conjunto.
— Eu desejo toda a felicidade para vocês, estou muito feliz
porque você trouxe de volta o Cameron que conheci há um bom tempo
— Lana disse, abraçando Rebecca e me abraçando em seguida.
Amávamos cada pessoa de Liberty que estava ali, mas era difícil
dizer mais que um obrigado a todos. Exceto quando Peter se aproximou.
— Nã o sei como explicar o quanto estou feliz por vocês — ele
iniciou, abraçando-me e, quando olhou para Rebecca, começou a chorar
enquanto dizia algumas coisas para ela.
— Agora você é uma Styles, sua traíra — Isaac chegou acusando e
me olhou. — Você fez isso, maluco. — E deu um soco leve em minha
barriga.
— Um tapa e eu te desmonto, garoto — eu disse, dando um tapa
em sua cabeça.
— Vocês dois nã o param nunca — Rebecca disse, rindo e
abraçando o irmã o.
— A noiva vai jogar o buquê — Natalie anunciou, gritando, e
puxou Rebecca até o centro do salã o.
As solteiras se juntaram atrá s de Rebecca e os meninos, a maioria
sendo namorados das que estavam atrá s do buque, se aproximaram de
mim.
Olhamos para a minha esposa e, quando ela jogou o buquê, foi
direto para as mã os de Astrid, que olhou Andrew. Tirei minha gravata e a
coloquei em volta de seu pescoço, o que foi necessá rio para todos
gritarem sem parar e o time pular em Andrew.
Quando ele conseguiu sair do meio da bagunça dos meninos, foi
na direçã o de Astrid e a beijou. Rebecca voltou para mim, sorrindo.
— Acho que eles serã o os pró ximos — comentou em tom de
brincadeira e me abraçou de lado.
— Tenho a mesma sensaçã o. — Passei os dedos em seu rosto.
Paramos para comer, cortamos o bolo, tomamos champanhe com
os braços entrelaçados e depois paramos na pista de dança quando
começou a mú sica da Beyoncé que eu e o time dançamos na entrada do
ú ltimo jogo que Rebecca viu antes de ir para Stanford.
O DJ anunciou a dança dos noivos.
Começou a mú sica Perfect no instrumental, e começamos a
dançar. É ramos apenas nó s. Poderia ficar aqui para sempre, admirando-
a, adorando-a. Minha esposa era perfeita!
Capítulo 02 - Cameron Styles

Eu e Rebecca dançamos por horas com nossos familiares e amigos.


Ela estava feliz de uma forma linda e encantadora.
Fiquei alguns segundos observando os convidados se divertindo,
mas meus olhos se desviaram para a minha esposa — e como era
incrível chamá -la assim —, que vinha se aproximando segurando a barra
do vestido com as mã os.
Ela parou em minha frente e meus olhos desceram de seus lá bios
até seus seios, que estavam bem desenhados em seu vestido de noiva.
Abri um sorriso e passei a língua nos lá bios ao imaginar tudo o que
poderíamos fazer agora. Rebecca ergueu meu rosto com os dedos em
meu queixo.
— É melhor eu nã o saber no que você está pensando —
comentou e parou ao meu lado para observar os convidados.
Eu a puxei pela cintura e aproximei os lá bios de sua orelha.
— Nã o vejo a hora de afundar meu rosto nos seus seios e em
você, meu amor — sussurrei e ela se arrepiou antes de eu terminar de
falar.
— Cameron! — repreendeu com a voz trêmula e me olhou.
— Ah, minha esposa, eu nã o tenho a menor intençã o de poupar
minhas palavras quanto a tudo o que quero fazer com você quando
estivermos a só s — afirmei e beijei seu rosto.
Eu a coloquei a minha frente, nã o confiava nas reaçõ es do meu
pró prio corpo e nã o seria bom que alguém notasse o quanto desejo estar
a só s com Rebecca.
— Seu safado — acusou em voz baixa.
— E eu ainda nem comecei — eu disse, como se fosse um
segredo, e suas bochechas ficaram rosadas.
Ela ficou me olhando por segundos, com um misto de vergonha e
curiosidade.
Respirei fundo, lembrando-me de que, mesmo em um lugar
quase escondido, ainda estávamos na festa de nosso casamento.
— Nã o está com frio com esse vestido? — perguntei, passando as
mã os em seus braços, pois o vestido tinha mangas cumpridas e finas.
— Agora que paramos de dançar, estou — respondeu,
acariciando meus cabelos. — A que horas será nosso voo?
— Meia-noite. Sairemos daqui à s onze e meia, o aeroporto nã o é
longe — expliquei apertando levemente sua cintura.
— E que horas sã o?
Olhei o reló gio para em seguida a olhar.
— Dez e quarenta.
— Vou tirar esse vestido agora e comer algo antes de viajar.
— Se quiser eu tiro para você.
Rebecca me olhou um pouco surpresa. Ela abriu a boca para falar,
reconsiderou sua fala e sorriu.
— Acho que vou precisar de ajuda de qualquer forma —
comentou, olhando para mim, e dessa vez quem perdeu a fala foi eu. —
Se for incô modo, meu esposo, peço para uma das meninas me ajudarem.
— De jeito nenhum! — protestei, e ela sorriu.
— Amor, calma — pediu aos risos quando comecei a andar em
direçã o à s escadas, a puxando pela cintura.
Ela parecia estar se divertindo com a situaçã o e, como prova, sua
gargalhada era deliciosa e escandalosa de ouvir.
— Um minuto — pediu, sentando-se no ú ltimo degrau da escada
—, esses saltos estã o me machucando.
Eu me ajoelhei diante dela e a ajudei a desabotoar as sandá lias
para tirá -las em seguida.
— Dançou esse tempo todo com isso?
— Sim, senhor Styles.
Meus lá bios tremeram em um sorriso. Agora ela era uma Styles
também, a minha Styles.
Peguei as sandá lias pelas alças e subimos as escadas.
— Nossos tios estã o aproveitando a festa, tem certeza de que
quer perder seu tempo comigo me arrumando?
— Nã o perco tempo com você, para começo de conversa. E,
sinceramente, nã o vejo a hora de ir embora — afirmei, beijando seu
rosto, e a senti sorrir.
— Vem. — Ela me puxou para um dos quartos do enorme
corredor.
As luzes se acenderam, fechei a porta e ela se sentou em uma
cadeira estofada de frente para o espelho. Tirou a tiara, que parecia uma
coroa, e fez uma careta.
— Nã o vou conseguir viajar com todas essas coisas — Ela disse,
apontando para o pró prio cabelo com uma expressã o engraçada em seu
rosto.
— Se ficasse com os cabelos soltos, ficaria linda da mesma forma
— disse, tirando cuidadosamente os grampos de seus cabelos.
Ela sorriu e, apó s instantes me olhando, puxou minha mã o e a
beijou com calma.
— Eu te amo, meu esposo — disse, levantando-se, e selou nossos
lá bios.
Ela se afastou e pegou um roupã o de banho.
— Eu te amo, minha esposa.
Eu a puxei para mim e enchi seu rosto de beijos.
— Preciso tirar esse vestido — relembrou, virando-se de costas.
Passei os dedos no fecho do vestido e subi até sua nuca, fazendo
seu corpo se arrepiar.
— Você está com medo? — perguntei em um sussurro e beijei
levemente a parte de trá s de sua orelha.
Ela suspirou devagar antes de dizer:
— Nã o exatamente, mas… um pouco ansiosa e com medo de fazer
alguma coisa errada — admitiu, parecendo envergonhada em confessar
que me queria.
— Nã o há coisas erradas, amor, é sua primeira vez — eu a
relembrei, e ela abaixou o olhar.
Abri um sorriso.
Queria todos os desejos de Rebecca, provar tudo dela, fazê-la
conhecer um lado que nã o sabia existir, ver todas as suas vontades se
tornarem atos, vê-la ousada.
Abri o fecho de seu vestido, descendo o zíper com calma, e me
deparei com seu espartilho branco. Levantei meu olhar para o teto do
quarto, pedindo autocontrole para nã o a tomar em meus braços.
Desci as mangas do vestido em seus braços, louco para virá -la de
frente para mim e vê-la. Quando as mangas desceram totalmente, puxei
a saia pesada do vestido, livrando-a dele. Rebecca puxou o roupã o,
segurando-o na frente do espartilho. Deixei o vestido em cima de uma
poltrona e a puxei pela cintura quando ela estava prestes a ir até o
banheiro.
— Nã o me diga que você pretende tirar isso sozinha — eu disse
aos risos e beijei a curva de seu pescoço.
— Sei o que está tentando fazer, senhor Styles, e nã o é justo que
me veja depois de tirar minhas roupas sendo que nã o vai me deixar te
ver também — afirmou com a voz carregada de provocaçã o.
Afastei seus cabelos dos ombros e apertei seu pescoço.
— Seu erro é pensar que preciso tirar sua roupa para fazer
alguma coisa.
Seus lá bios tremeram, assim como todo o seu corpo.
Eu a virei de costas para mim e desci os dedos até as cordinhas
que amarravam o espartilho.
Desamarrei o primeiro nó e, em seguida, afrouxei a peça. Dei um
passo para trá s e Rebecca aproveitou esse espaço para segurar o
espartilho com um braço só na altura de seus seios enquanto, com a
outra mã o, arrumava o roupã o em seu corpo, soltando o espartilho
apenas quando fechou o roupã o.
Ela se virou para mim, fazendo questã o de deixar um pouco do
roupã o aberto, mas ainda nã o havia dito nada.
Eu me aproximei novamente dela e ela tentou nã o me olhar. Suas
bochechas estavam coradas e, porra, ela ficava linda envergonhada.
Levantei seu rosto pelo queixo e selei nossos lá bios. Ela me deu
passagem para começar a beijá -la, nossas línguas se massageavam com
desejo, voracidade e paixã o. E meu corpo, que reagia facilmente a ela,
começou a dar indícios de excitaçã o.
Eu a tomei em meus braços, dando passos para frente, empurrei
tudo o que estava na cabeceira e a sentei ali. Fiquei entre suas pernas e
pressionei meu corpo no dela, fazendo-a arfar. Afundei meus dedos em
seus cabelos, puxando os fios devagarinho. Ela puxou minha camisa
social para fora da calça e, por instantes, afastei nossos lá bios para
observá -la. Ela estava excitada e as maçã s de seu rosto estavam
vermelhas, provando que eu estava certo. E eu, caralho, sentia meu pau
doer por estar tã o duro. Era difícil controlar a vontade de arrancar essa
porra de roupã o e me afundar dentro dela.
Sua perna subiu até a minha cintura, deixando nossos corpos
ainda mais colados. Passei os dedos em suas coxas, apertando-as e a
beijei novamente. Comecei a descer meus lá bios em seu pescoço,
enquanto minha mã o saía de sua cintura e começava a subir por seu
corpo. Nã o consegui conter o sorriso quando minha mã o chegou ao seu
seio direito e o apertei, aproximando meus lá bios dos dela e começando
a massagear seu seio, ouvindo sua respiraçã o pesada.
— Amor…
Ela moveu o corpo para frente e para trá s, como se precisasse se
esfregar para conter seu desejo. Coloquei minha mã o por dentro de seu
roupã o e a senti, perfeitamente, em minha mã o.
— Você é perfeita, Rebecca Styles — eu disse, roçando o nariz em
seu pescoço e a fazendo inclinar a cabeça para trá s, me dando ainda
mais espaço.
Mexi minha cintura, e seus lá bios se abriram, soltando a
respiraçã o. Suas unhas arranharam minhas costas e comecei a duvidar
da minha capacidade de parar.
Beijei sua clavícula, abrindo ainda mais seu roupã o. Ela estava
entregue a mim e nã o tinha a menor chance de eu nã o aproveitar. O
roupã o escorregou por seus ombros e me deu aquela visã o incrível de
seus seios implorando por atençã o. Eu nã o sabia mais se era realidade
ou mais um dos meus sonhos com ela.
Passei a mã o em seus seios até seu abdô men e ela fechou os
olhos.
Desci a mã o até sua calcinha e deslizei os dedos ainda por cima
do tecido.
Ela fechou as pernas, colocou uma mã o contra a boca e, com a
outra, segurou meu braço.
— Nã o podemos fazer isso aqui — disse, com a voz falha.
— Sim, meu amor, podemos.
Eu a puxei pela cintura e passei os lá bios em seus seios, para logo
tomá -los na boca. Rebecca apertou minha camisa, soltando um gemido
baixo, e fechou os olhos. Era uma visã o incrível e eu senti meu pau
começar a latejar.
Movimentei minha língua lentamente pelo seio direito enquanto
massageava o outro com a mã o. Ela apoiou uma das mã os na mesa e se
inclinou para frente, puxando meus cabelos com a mã o desocupada.
Passei meus lá bios para o outro seio e levantei meu olhar, vendo-a
morder o lá bio e apertar a madeira da cabeceira em que estava sentada.
— Amor… precisamos… — E nã o conseguiu terminar.
Seus lá bios soltaram um gemido que ela abafou com a mã o, e eu
precisava de mais.
Entã o, eu a peguei no colo e me sentei no sofá .
— Sente-se de costas — exigi, e ela arregalou os olhos.
— Mas…
Eu a encarei e ela abaixou o olhar. Envergonhada, excitada e
minha.
Ela se sentou de costas em meu colo. Coloquei seus cabelos para
o lado e beijei seu ombro. Puxei seu corpo para mais perto e a ouvi
prender a respiraçã o.
Passei os lá bios em seu pescoço e me recostei no sofá , trazendo-a
junto. Ela deitou a cabeça em meu ombro. Mexi a cintura, provocando os
seus movimentos, e ela seguiu o ritmo, mexendo-se em cima da minha
rigidez.
Cruzei o caminho de sua cintura até entre a quentura de suas
coxas e, com a outra mã o, massageei seu seio esquerdo, revezando com
o direito.
E, caralho, eu nunca quis tanto estar dentro dela.
— Tente nã o gritar, minha esposa, as paredes nã o sã o à prova de
som — alertei.
— Cameron, o que voc…
Deslizei minha mã o para dentro de sua calcinha e a senti
encharcada e pulsando.
— Ahn… meu… — E nã o concluiu.
Suas palavras se transformaram em gemidos baixos, porque nã o
podíamos fazer barulho.
Mexi minha cintura outra vez, e ela estava tã o molhada que meu
dedo entrou facilmente dentro dela.
Eu estava no paraíso!
Uma de suas mã os foi diretamente para a sua boca, para abafar o
gemido, e a outra apertou o meu braço.
Comecei a esfregar meu pau em sua bunda, e ela apoiou todo o
peso de seu corpo em mim, totalmente entregue. Sem precisar de um
pedido, ela começou a se mexer em minha mã o e penetrei outro dedo
nela.
— Se mexe mais, amor — sussurrei em seu ouvido.
Ela firmou os pés no chã o e rebolou deliciosamente a cintura. E
seria ainda mais delicioso quando ela fizesse isso comigo afundado nela.
Mas que porra! As aulas de dança fizeram um bem do caralho
para ela… e para mim.
Eu estava pingando de suor, de vontade, de desejo. Mas nã o
conseguia parar.
Fechei o braço em sua cintura e comecei a estimular seu clitó ris
em movimentos circulares com a outra mã o.
— Cam… Cam…
Tapei sua boca com a mã o e comecei a acelerar os movimentos de
meus dedos.
Ela ficou na ponta dos pés, se abriu um pouco mais e, quando
estremeceu, fechou as pernas com rapidez. Eu a penetrei novamente
com os dedos, fazendo com que ela se inclinasse para frente e tremesse.
Seu gemido parecia ter sido guardado exatamente para aquele
momento, e qualquer pessoa poderia ter ouvido se nã o fosse abafado
pela minha mã o.
Rebecca era perfeita. A mulher da minha vida. A minha ruína e a
minha fortaleza.
Ela era tudo.
Sua mã o segurou a minha enquanto seu corpo ainda tremia em
reaçã o a tudo o que sentira.
— Eu nã o fazia ideia… — sussurrou.
Eu a virei para mim e ela estava linda.
Seus olhos verdes brilhavam, seus lá bios estavam rosados, e as
bochechas, coradas. E eu adoraria vê-la assim sempre que atingisse o
á pice.
Ela sorriu e me beijou, envolvendo os braços ao redor de meus
ombros.
— Eu deveria fazer alguma coisa ao seu favor, nã o? — questionou
com ar maroto.
Passei a mã o em sua coxa e envolvi sua cintura com o braço.
— Seria uma vergonha para mim, qualquer coisa que fizer vai
acabar comigo. — Deslizei o nariz em seu pescoço e ela mordeu os
lá bios. — Estar dentro de você vai ser mais do que o suficiente.
Pude ouvi-la sorrindo.
— Podemos antecipar a nossa partida?
Eu a afastei apenas o necessá rio para olhá -la, curioso e surpreso.
— Está falando sério? — perguntei, sentindo-me no céu por vê-la
tã o segura.
— Sim — disse, envolvendo os dois braços em meus ombros e me
dando um beijo. — Eu sabia que te queria, mas nã o fazia ideia de que era
tanto, eu… — Ela roçou o nariz no meu. — Quero ir embora logo, com
você — sussurrou.
A gente se olhou por alguns instantes. Eu estava hipnotizado e
moveria o mundo para irmos dali direto para a Suíça.
— Se arrume, meu amor, e depois coma alguma coisa antes de
viajarmos. Te farei gastar muita energia — ameacei e ela arregalou os
olhos.
Dei-lhe outro beijo. Parecia torturante ter que deixá -la por alguns
minutos.
— Eu. Te. Amo — ela disse, me dando um beijo a cada palavra. —
Mas agora, saia do meu quarto. Você quase tirou minha roupa toda com
um beijo — acusou, levantando-se e fechando o roupã o.
— Dá pró xima vez vai dar certo — afirmei, convencido.
Ela me olhou por inteiro, pensando em algo e, quando tomou
coragem, disse:
— Saia ou eu quem vou tirar suas roupas — ameaçou.
Sem reaçã o, ela me empurrou para fora do quarto e bateu a
porta.
E, sorrindo feito um idiota, de pau duro e casado, caminhei
apressadamente para o quarto antes que alguém me visse.
Capítulo 03 - Cameron Styles

Depois de sair do banho, me secar, trocar minhas roupas e deixar a


mochila arrumada, voltei para festa e pedi para Finn verificar se estava
tudo pronto para a nossa partida.
Enquanto nossos convidados pareciam ter chegado agora para a
festa, eu particularmente estava contando os segundos para a minha
presença ali terminar.
— Olha só quem apareceu — ouvi Josh anunciar.
— Vocês já vã o? Quero me despedir da minha irmã zinha antes —
Peter comentou.
Prendi o rosto de Peter em meus dedos e o aproximei de mim,
analisando-o e vendo algo muito estranho, do tipo que nã o via há anos:
Peter totalmente só brio em uma festa.
— Você nã o bebeu? — questionei, incrédulo, soltando-o.
Ele riu, relaxando os ombros.
— Nã o, hoje nã o. Andrew nã o me disse nada, mas sei que ficou
apreensivo em me apresentar para a família da mulher dele, quer dizer,
a princesa da Noruega. — Ele os olhou. — E sei que esse medo é meio
que um trauma das festas que íamos antes. Decidi nã o beber hoje,
mesmo que agora eu saiba meu limite.
— É muito gentil da sua parte — a voz doce de Rebecca disse
antes de mim.
Eu me virei e a vi com um casaco creme, uma blusa de tecido
grosso e calça brancas, que aparentemente a esquentariam até o
aeroporto, e uma bota de cano baixo branca de salto. Seus cabelos
estavam soltos, e ela estava simplesmente linda.
— Você tinha perguntado, e aqui está minha esposa — eu disse,
estendendo a mã o para ela, que aceitou se aproximando de nó s.
— Agora tudo para ele vai ser minha esposa, assim como ele
falava o tempo todo da noiva dele — Andrew ironizou, aproximando-se
com o braço envolto na cintura de Astrid.
— Quando você noivar, vamos ver se nã o fará o mesmo —
Rebecca disparou, aos risos.
— Com certeza vai fazer, vai me ligar só para falar isso — afirmei.
— Vocês já estã o de partida? — Astrid questionou e, pela
primeira vez, ela nã o pediu licença para interromper uma conversa.
— Vamos comer alguma coisa antes, mas em breve estamos indo
— Rebecca respondeu.
— Há algo que eu possa fazer por vocês? — ela questionou,
olhando para minha esposa, que sorriu discordando.
— Tem sim — anunciei e olhei para Andrew, voltando minha
atençã o para ela em seguida. — Se case logo com ele, está cheio de
inveja. — Apertei a bochecha de Andrew, que me deu um tapa na mã o.
— Eu vou, se preparem, que em breve vocês serã o nossos
padrinhos — Astrid disse, sorrindo.
— Como quiser, alteza — prometi, fazendo uma reverência.
Rebecca a reverenciou, entrando na brincadeira, e Peter e Josh
também a reverenciaram, provavelmente acreditando que era
necessá rio.
— Agora, se me derem licença, preciso comer — disse minha
esposa e, sem esperar uma resposta, saiu andando em direçã o à s
comidas do buffet, puxando-me junto.
Comemos ouvindo as bagunças de nossas famílias, e até mesmo o
rei participava da festa, mas bebendo moderadamente. E eu
simplesmente nã o conseguia parar de olhar o reló gio e os minutos que
iam devagar, muito devagar.
— Amor? — Rebecca tocou minha coxa, fazendo com que eu
parasse de tremer a perna.
Eu a olhei e, em seguida, olhei meu pai a minha frente.
— Você nã o disfarça, e isso porque só faltam minutos para você
sair daqui — papai observou, aos risos. — O seu aviã o está pronto, o
piloto me avisou que, se quiser ir agora, ele está no seu aguardo.
Olhei para Rebecca, que sorriu concordando, e eu quase me
ajoelhei e agradeci a Deus.
Eu me levantei junto a ela e começamos a nos despedir dos
convidados. O time me jogou para o alto, fazendo todos rirem alto, e
depois disso tentei voltar à s despedidas, como uma pessoa normal.
— Eu te amo, querida, aproveite ao má ximo! — Ouvi minha sogra
dizer a Rebecca, ambas ao meu lado, e ela me olhou. — E você também,
querido — desejou, abraçando-me.
Em seguida veio meu sogro, depois meus pais, e minha irmã foi a
ú ltima.
— Traga minha amiga inteira de volta — pediu.
— Nã o prometo nada — respondi, vendo-a rir.
— Meu Deus, Natalie — Rebecca murmurou, cobrindo o rosto
com a mã o.
— E você. — Ela puxou a mã o de Rebecca do rosto. — Traga meu
irmã o inteiro de volta, ok? Te amo.
— Você fala que a ama e para mim deseja apenas uma boa
viagem? — protestei.
— Exatamente, você aprende rá pido mesmo — debochou,
beijando meu rosto e o de Rebecca e, entã o, voltando para os braços de
Elliot.
Entrei no carro e nunca estive tã o feliz em ir embora de uma
festa.
Em menos de quinze minutos, chegamos ao aeroporto particular
da monarquia onde estava o meu aviã o. Abri a porta para minha esposa
sair do carro, meus seguranças pegaram nossas malas e as levaram para
o aviã o.
Olhei Rebecca, que observava o enorme aviã o preto com o nome
Supremacia Styles escrito em prata.
— Cameron, esse aviã o é seu? — questionou, surpresa.
— Nosso — eu a corrigi.
— Jesus.
Ela ficou minutos observando, parecendo desacreditada.
— Supremacia Styles? — indagou, fitando-me. Eu a puxei pela
cintura.
— Pensava nesse nome para a minha marca. Gosto de C.W. Styles,
mas você agora é uma Styles, nossos filhos serã o e nã o vejo nome
melhor que esse.
Seus olhos marejaram à medida que seus lá bios abriam um
sorriso.
— É perfeito — disse, com a voz falhada.
— E nosso — afirmei, beijando o topo de sua cabeça.
— Senhor e senhora Styles — ouvi o piloto chamar.
— Olá , Carlos, essa é a minha esposa — eu a apresentei, tentando
conter a felicidade em me referir a Rebecca como minha esposa.
— Um prazer conhecê-la. — Ele acenou com a cabeça. — O aviã o
está pronto para a viagem. Todas as checagens foram feitas por três
técnicos diferentes, inclusive o do rei Erick.
— Obrigado, Carlos — eu o agradeci, e subimos as escadas.
Os seguranças vieram depois do piloto.
— Meu Deus — ela disse, surpresa, ao entrar.
Caminhamos para o fundo do aviã o, abri a porta com minha
digital, e os olhos dela se arregalaram de surpresa e admiraçã o.
— Só me chamem se for um caso extremamente necessá rio, ao
contrá rio disso, nã o — avisei os seguranças, olhando especificamente
para Rodrigo, o chefe da minha segurança.
— Sim, senhor — respondeu em nome de todos.
— Decolaremos em cinco minutos — avisou o piloto.
Apenas concordei e fechei a porta. Rebecca analisava cada parte
do lugar, mostrando-se maravilhada com tudo o que via.
— Gostou?
— Está brincando? Eu amei! — disse, sorrindo, e se sentou na
poltrona.
— Vamos decolar agora, coloque o cinto, amor — pedi, sentando-
me ao seu lado.
Prendi meu cinto e verifiquei se o dela estava certo, mesmo
sabendo que nã o precisava, e ela riu enquanto me observava.
Nos minutos de turbulência, Rebecca segurou minha mã o. Ela a
apertava com firmeza, prendendo a respiraçã o e fechando os olhos.
Quando a turbulência passou, ela respirou fundo e abriu os olhos.
— O que foi isso, amor?
— Odeio turbulências — comentou, dando de ombros.
— Sim, acredito que isso seja normal — comecei a dizer, soltando
meu cinto —, mas isso parece ser mais do que odiar turbulências.
Ela suspirou, concordando, e soltou o pró prio cinto. Entã o, tirou
as botas e me olhou.
— Sabotaram uma viagem em que eu estava com meu pai e meu
avô Marcus. E o piloto precisou fazer um pouso forçado. Eu tinha dez
anos quando isso aconteceu, e toda vez que tem alguma turbulência eu
fico dessa forma, mas viajar nã o é problema, só o começo e o final —
explicou.
— Esse aviã o está em perfeitas condiçõ es, nã o se preocupe com
isso — tentei confortá -la. Peguei sua mã o e a beijei.
— Nã o estou preocupada, é só uma parte ruim que ainda nã o
superei. — Ela se levantou e abriu a cortina da janela. Em seguida,
abaixou-se e ficou observando a noite.
Eu me juntei a ela depois de tirar minha blusa de frio e meu tênis.
— Antes eu nã o entendia o que tinha acontecido, acreditei que
era uma falha do aviã o ou coisa do tipo e me convenci disso. Hoje sei que
nã o foi uma coincidência ruim, meu pai e avô foram da má fia e os dois
estavam no aviã o, entã o para os inimigos era uma ó tima oportunidade
para matá -los, mesmo que isso levasse junto pessoas que nã o sabiam o
que estava acontecendo.
Afastei seus cabelos da nuca.
— Ainda pensa muito nisso? — questionei, acariciando seus
cabelos depois de afundar os dedos neles.
— Na verdade, nã o. — Ela riu, selando nossos lá bios. — E nem
quero pensar agora — afirmou, me dando outro selinho.
Eu a puxei para o meu colo e a olhei por instantes.
— Quero deixar uma coisa bem clara entre nó s — falei, e ela me
olhou, franzindo o cenho. — Qualquer mínima coisa que eu faça que te
deixar desconfortável, quero que me fale. Nã o terei problemas em te
ouvir. Nã o é porque você é minha esposa que precisa aceitar tudo o que
eu quiser. Nã o precisa fazer quando nã o tiver vontade, você jamais
precisará se sujeitar a isso.
Em resposta, ela sorriu e acariciou meu rosto.
— Acha mesmo que teria me casado com você se acreditasse que
faria algo contra a minha vontade? — Ela balançou a cabeça
negativamente, sem tirar o sorriso do rosto. — Amor, eu confio em você
e sei que qualquer coisa que me deixar mal, poderei falar.
Meu corpo relaxou ao ouvi-la, e eu a beijei com calma e ternura.
— Eu te amo — sussurrei com os lá bios quase colados aos dela.
— E eu te amo — sussurrou de volta e me beijou.
Mordi seu lá bio inferior e a puxei ainda mais para mim. Meu
corpo iria entrar em erupçã o, eu sentia isso se aproximando, e quando
ela se mexeu em cima do meu colo, precisei afastar nossos lá bios para
respirar.
Eu a tirei de meu colo, levantei-me e a puxei para que se
levantasse também. Entã o a virei de costas e tirei seu casaco, jogando-o
em uma das poltronas que nã o usaríamos. Passei os lá bios em seu
pescoço até chegar em sua orelha.
Caminhamos até as nossas poltronas, apertei o botã o que fazia a
poltrona se abrir e se inclinar para trá s, e ela sorriu quando a virei de
frente para mim.
— Sente-se — pedi, mas minha voz saiu mais como uma ordem.
Ela me olhou um pouco surpresa, mas fez o que pedi e ficou me
olhando curiosa. Me sentei ao lado dela e a beijei, fazendo com que se
deitasse. Rebecca me puxava para si com as mã os em minha cintura.
Desci a mã o em seu corpo e, quando ia arrancar a parte da blusa que
estava dentro de sua calça, ela segurou minha mã o.
— Amor…? Nã o faremos nada agora — ela alegou, olhando em
meus olhos.
Apertei sua coxa.
— Nã o?
— Nã o. — Ela suspirou. — Vai estragar a surpresa — acrescentou
apressadamente.
Suas bochechas coraram. Tã o aparentemente tímida.
— A surpresa — repeti, e ela sorriu.
Passei a língua nos lá bios e me recostei na poltrona.
— Caralho, Rebecca — protestei, colocando o casaco por cima de
meu colo.
Ela me deu um selinho, ainda com um sorrisinho nos lá bios, e
olhou na direçã o do casaco, que cobria meu pau duro apenas por
imaginar a “surpresa” dela.
Eu a observei e seus olhos estavam em chamas, de uma forma
que ainda nã o havia visto. E era lindo. Porra, eu a queria de uma forma
assustadora.
Quando ela passou a língua nos lá bios, apertei involuntariamente
o casaco.
Passei os dedos em sua bochecha até sua boca.
— Você nã o está facilitando — afirmei, e ela me olhou. — Me
olhando dessa forma… Estou pensando em muita coisa, senhora Styles
— afirmei.
— Eu também — sussurrou.
Deslizei o polegar em seus lá bios e eles se entreabriram. Quando
entrou em sua boca, ela o chupou e segurou meu braço, afastando-me.
Rebecca nã o me olhou, as maçã s de seu rosto pareciam queimar
de tã o vermelhas que estavam. Segurei sua mandíbula entre os meus
dedos e virei seu rosto para que me olhasse.
— Você vai aprender rá pido.
— Vou me empenhar para isso — rebateu, e eu a puxei pelo
pescoço.
— E eu vou adorar conferir se está mesmo se empenhando.
Por segundos, fiquei a olhando, com milhares das coisas mais
perversas, libertinas e prazerosas se passando em minha mente.
— Descanse um pouco, amor, porque isso vai ser a ú ltima coisa
que você vai fazer quando chegarmos — alertei.
Capítulo 04 - Cameron Styles
Zurique, Suíça
Mansã o Suíça dos Styles
A nossa mansã o na Suíça era em um lugar calmo que nos deixava ver
diversas á rvores, um riacho e a neblina. Do jeito que eu sabia que
Rebecca gostaria, principalmente por nã o ser tã o longe da propriedade
de sua família.
Andamos pela casa para que ela conhecesse cada ponto daqui,
exceto nosso quarto, que seria o ú ltimo lugar da casa que ela veria.
— E aqui é o meu escritó rio — expliquei, abrindo a porta.
Ela entrou, olhou o lugar e me encarou.
— Você tem um desse em Palo Alto?
Eu me aproximei dela.
— Tenho. Em nossa casa, na frente do meu escritó rio, tem uma
sala vazia, pensei que gostaria de ter um escritó rio para si também.
Ela sorriu.
— Provavelmente sim. Eu amei esse lugar — disse, caminhando
até a janela. — É tã o tranquilo.
Eu abracei por trá s.
— Mas falta me mostrar um lugar, nã o? — ela perguntou.
— E qual seria? — brinquei, mordendo o ló bulo de sua orelha.
Ela se virou de frente para mim com um sorriso maroto nos
lá bios.
— Minha sala de pole dance — rebateu, e eu fiquei segundos sem
conseguir processar uma frase para ser dita.
— Podemos providenciar isso agora mesmo! — consegui dizer e
ela riu.
— Tem certeza de que é isso o que quer fazer agora?
— Com certeza nã o.
Com o braço em sua cintura, eu a trouxe até nosso quarto no
andar de cima. Entramos e ela sorriu observando o lugar, até pararmos
perto da cama.
— É lindo — declarou, animada, e me olhou.
— Você precisa que eu saia por um tempo? — questionei,
tentando deixá -la o mais confortável possível.
— Nã o, nã o preciso.
Eu a olhei por instantes. Surpreso e feliz pra caralho.
Aproximei-me dela e passei as mã os em seus cabelos, colocando-
os para trá s, e em seguida subi até sua nuca. Puxei seu cabelo e beijei seu
pescoço. Deslizei o nariz, sentindo seu cheio, a ouvi arfar e parei em sua
orelha.
— Você tem certeza disso?
— Sim, totalmente.
Acariciei seu rosto.
Ainda nã o acreditava que faria isso. Faria dela minha e entregaria
tudo de mim a ela.
Tirei seus ó culos, deixando-os na cô moda, e ela me deu um beijo
rá pido.
Desci as mã os por seu casaco, fazendo-a tirá -lo, puxei a barra da
blusa que estava por dentro de sua calça e ela sorriu.
— Eu gostaria de poder fazer isso sozinha — afirmou, e eu franzi
o cenho.
— Nã o acha que faço isso melhor? — brinquei.
— Bem, sim — admitiu. — Mas dessa vez quero fazer isso.
Lancei um olhar desconfiado em sua direçã o.
— Se vire de costas.
— Por favor, nã o faça isso comigo — implorei, passando a mã o
em sua cintura.
Ela me afastou.
— Quanto mais demorar para me obedecer…
— Ok, ok — eu disse, levantando meus braços e me virando.
Perfeito. Ela nã o estava tensa.
Ainda de costas, decidi tirar meu casaco, jogando-o em um canto
que nã o me importava, e tirei o par de tênis.
— Pode se virar.
Meu coraçã o disparou quando me virei, minhas mã os suaram e
tudo em mim implorou para tê-la. Apertei o volume em minha calça que
estava me incomodando e a olhei por instantes.
Ela estava divina de vinho, incrível e deliciosamente perfeita, mas
inferno, quem foi que colocou na cabeça dela que usar a porra de um
corset seria uma boa ideia para hoje?
Seus olhos emitiam timidez devido ao meu olhar.
— Você é minha! — recordei e me apressei para estar pró ximo o
suficiente para tomá -la em meus braços.
Eu a beijei da forma que sempre quis, em cada dia que a beijava e
parava, que precisava parar. Finalmente a beijei como minha esposa.
Afundei meus dedos em seus cabelos enquanto fechava o outro
braço em sua cintura, deixando seu corpo colado ao meu, fazendo-a
sentir o quanto a queria. Suas mã os seguraram a barra de minha
camiseta e a tiraram com rapidez, e ela voltou a me beijar com
voracidade, jogando os braços por cima de meus ombros.
Afastei nossos lá bios e beijei seu ombro e a curva de seu pescoço.
— Rebecca, você é perfeita! — aleguei.
Ela passou a mã o em meu abdô men e desceu até a barra de
minha calça, devagar e receosa.
Porra, ela seria ó tima.
— Eu amei a surpresa, amor — afirmei, afastando sua mã o de
mim. — E talvez eu compre um novo desse depois.
— Cameron, o que…
Mas suas palavras nã o foram rá pidas o suficiente para evitar que
eu segurasse o decote do maldito corset e o rasgasse ao meio. Joguei-o
para longe, parando apenas para observar seus lindos seios, e a peguei
no colo.
— Assim está melhor — disse, colocando-a com calma em nossa
cama, e ela sorriu, passando os dedos em meu rosto.
Beijei seus lá bios lentamente e comecei a descer por sua
clavícula, seus seios e seu abdô men, até embaixo de seu umbigo. Porém,
por mais que eu quisesse logo sentir seu gosto, ainda queria provocá -la.
Parei novamente em cima dela.
— Você nã o faz ideia de quantas vezes quis tocar seus seios —
sussurrei, apertando o esquerdo, massageando-o, e logo dando atençã o
para o direito. — E te sentir excitada…
Passeei com os dedos em seu abdô men, até chegar na barra de
sua calcinha. Ela mexeu o quadril, e eu sorri por vê-la tã o desejosa que
nã o conseguia fazer outra coisa que nã o fosse apertar meus ombros e
respirar de forma descompassada.
Deslizei entre suas coxas e esfreguei o tecido fino de sua calcinha.
— Cameron… — murmurou.
Eu a encarei, determinado a ver cada reaçã o que aparecesse em
seu rosto. Beijei-a devagar e enfiei a mã o por dentro de sua calcinha,
sentindo-a molhada quando toquei seu clitó ris, e, ao deslizar para a sua
entrada, senti-a encharcada. Movimentei meu dedo e parei. Mas
Rebecca, para a minha surpresa, mexeu novamente o quadril,
esfregando-se em meus dedos.
— Eu serei o ú nico homem em quem você vai se esfregar dessa
forma quando estiver excitada, está me entendendo? — questionei, com
a voz rouca de tanto desejo.
Com seus olhos suplicantes, as bochechas coradas e a respiraçã o
descontrolada, ela se manteve me encarando.
— Entendeu? — repeti, e ela balançou a cabeça. — Entã o diga —
exigi, afundando dois dedos dentro dela.
Ela puxou a respiraçã o com força.
— Sim… — gemeu, estufando o peito.
— Ó timo.
Comecei a acariciá -la com movimentos circulares, intercalando
com as penetraçõ es, e gemi a tocando.
— Você é tã o gostosa — murmurei, chupando seu seio direito
enquanto movimentava a mã o lentamente em seu clitó ris.
Sua boceta estava tã o molhada, e ela tã o aberta para mim, que
meus dedos praticamente deslizavam. Gemi, esfregando meu pau
endurecido em sua coxa.
Ela mexeu a cintura e eu passei a chupar o outro seio, fazendo
círculos no bico com a língua e o deixando ainda mais rígido.
Desci mais os lá bios em seu abdô men, finalmente chegando onde
queria.
Tirei a parte de baixo de sua lingerie e mordi o lá bio, sem
conseguir conter o sorriso. Deslizei o nariz em suas coxas e as agarrei
com meus braços.
Rebecca prendeu a respiraçã o e contraiu o abdô men quando
passei a ponta da língua em seu clitó ris. Eu a ouvi gemer alto, e ela
apertou o lençol. Percorri minha língua em sua entrada e ela arqueou as
costas, puxando meu cabelo, e eu apertei mais meus braços em suas
coxas, chupando seu clitó ris como se estivesse beijando sua boca e
sentindo meu pau latejar.
Soltei sua coxa direita e entrelacei nossos dedos, sentindo-a
apertar os meus.
— Cam… — chamou, com a respiraçã o cortada, em um sussurro e
como se fosse perder o ar a qualquer momento. — Eu quero você…
Afastei meus lá bios dela e a cobri com o meu corpo rapidamente.
Rebecca desabotoou minha calça e me ajudou a tirá -la com
rapidez. Fiquei ajoelhado na cama enquanto ela estava sentada. Eu me
livrei da cueca e ela me olhou, totalmente nu e molhado, querendo-a
como nunca pensei ser possível.
Seus lá bios se abriram um pouco em surpresa, o que me fez
sorrir.
Peguei sua mã o e a direcionei para o meu pau. Com a mã o por
cima da dela, a auxiliei nos movimentos devagar de vai e vem, e ela me
seguia de forma cuidadosa e com as bochechas avermelhadas.
Ela continuou ainda lentamente, eu me apoiei em meus braços e
gemi contra os seus lá bios. E ela sorriu, me deixando louco. Apertei seu
pescoço e fiquei por cima dela, fazendo-a parar de me masturbar.
— Amor… você é… enorme — sussurrou a ú ltima palavra.
Sorri, passando os dedos em seus cabelos. Entã o, passei a glande
por seu clitó ris, ouvindo-a soltar um gemido baixo. Passei lentamente
em sua entrada e ela estremeceu.
Ela estremeceu e apertou minhas costas.
Voltei a me esfregar entre seu clitó ris e sua entrada. Ela se
contorceu, fechou os olhos e, caralho, mordeu os lá bios sorrindo como a
safada que eu desejava ver por meses.
Nã o conseguia pensar direito, e as provocaçõ es nã o faziam mais
sentido.
— Você pode me pedir para parar em qualquer momento que
quiser — eu a avisei, puxando cuidadosamente um de seus braços para
que ficasse ao redor de meus ombros.
Ela concordou, balançando a cabeça, e selou nossos lá bios.
Afundei os dedos em seus cabelos, fazendo-a manter os olhos em
mim, e me encaixei devagar. Ela puxou a respiraçã o.
Avancei e ela arqueou as costas para frente, se abrindo mais,
entã o fui mais um pouco e senti suas unhas se afundando em minhas
costas, enquanto seu peito subia e descia com a respiraçã o
descontrolada.
— Amor…
— Continue — pediu. — Continue.
Selei nossos lá bios e apertei o lençol, receoso de deixá -la
marcada se a apertasse nesse momento. Colei nossas testas e me afundei
um pouco mais, mais e mais até que a penetrei por completo, sentindo-a
apertar meu pau da forma mais deliciosa existente.
— Ahn… caralho… — gemi, afundando meu rosto na curva de seu
pescoço e os pelos de sua nuca se arrepiaram.
Senti calafrios percorrendo minha pele.
Aquilo era incrível. Era delicioso, e ela me apertava de uma forma
que me deixava senti-la perfeitamente.
— Tudo bem?
Sua respiraçã o falhou um pouco.
— Sim — sussurrou, ofegante.
Meu corpo pegava fogo, querendo-a com ainda mais urgência. Eu
me sentia completamente ligado a ela, com a minha alma.
E, ao contrá rio do meu maior medo de machucá -la, Rebecca
sorriu enquanto me olhava e passou a língua nos lá bios.
Afastei um pouco minha cintura e dei uma estocada devagar e
com cuidado, para começar a me mexer. Rebecca entreabriu os lá bios e
jogou a cabeça para trá s quando comecei a rebolar com um pouco mais
de rapidez, preenchendo cada espaço dela.
— Cam… — Eu a ouvi gemer.
Apertei seu pescoço e a beijei. Mas quando ela começou a mexer
a cintura, vindo de encontro à minha um pouco sem jeito, nã o consegui
respirar e afastei nossas bocas.
Eu me sentia crescendo ainda mais, querendo-a ainda mais, de
uma forma viciante, enlouquecedora e, porra, ela era muito gostosa.
Comecei a ir mais rá pido, eu queria consumi-la por inteiro. Seus
olhos estavam cheios de paixã o, desejo, luxo e tesã o. Ela mordia os
lá bios enquanto seu corpo deslizava na cama e sorria com prazer.
Suas unhas arranharam minhas costas e eu me senti à beira da
destruiçã o.
Mas eu queria vê-la. Afastei nossos lá bios, ainda ficando pró ximo
dos dela para observá -la chegar ao á pice. Também estava pró ximo, mas
nã o podia antes dela. Desci meus dedos até seu clitó ris, estimulando-o
sem parar os movimentos de meu quadril.
Ela me olhou com os olhos arregalados e flamejantes e levantou o
quadril, chegando ao orgasmo. Envolvi meu braço em sua cintura,
puxando-a para baixo, pressionei-a com força em meu pau, e me
empurrei ainda mais dentro dela, explodindo de uma forma
devastadora, que me tirou toda a minha força. E ela gemeu alto.
Caralho!
Eu estava no paraíso.
Nunca, em toda a minha vida, um orgasmo havia sido daquela
forma.
— Eu nunca, nunca, nunca senti nada tã o bom assim em toda a
minha vida — assumi, tentando recuperar meu fô lego.
— Eu… — Ela sorriu, estremecendo embaixo de mim, e nã o
terminou seja lá o que ia falar.
Meu corpo estava fervendo. Eu me sentia tonto, desnorteado e na
porra de um paraíso que necessitava há mais tempo do que conseguia
me recordar.
Tirei forças de onde nã o tinha para me deitar ao seu lado, pois se
relaxasse mais um instante, eu a esmagaria com meu peso.
Consegui puxá -la para um abraço e, entã o, minha capacidade de
me mexer acabou, como se um caminhã o tivesse passado por cima de
mim. Mas, ao contrá rio de mim, ela se levantou com uma energia
impressionante e correu para o banheiro, pegando o robe no meio do
caminho.
Minha mente exigia que eu me levantasse e a seguisse. Que
caralhos aconteceu?
Mas eu nã o conseguia, precisava de alguns minutos… talvez
horas.
Foram tantas vezes parando durante o beijo, desejando-a, nã o
conseguindo dormir, acordando duro, indo dormir duro, ficando duro
em qualquer momento ao pensar nela e, depois de todo esse tempo, eu
tinha entregado um pouco de mim a ela.
Eu me esforcei para nã o dormir, porém, me levantar estava além
da minha capacidade.
Ela saiu do banheiro, pegou duas latas de á gua do frigobar e se
deitou na cama.
— Me desculpe, amor, devia ser mais cuidadoso com você, eu
quem devia pegar sua á gua, mas… nã o consigo me mexer muito —
admiti, inclinando-me um pouco no travesseiro e aceitando a á gua que
me trouxe.
Ela gargalhou e se deitou em meu peitoral, depois de tirar a ú nica
roupa que vestia.
— Você se segurou por muito tempo — observou, com um
sorrisinho apaixonado, mas sua voz era cansada.
— Sempre te respeitei e faria tudo de novo, mas… era foda —
confessei, passando os dedos em seus cabelos, ainda que minha vontade
fosse descansar. — Por que correu para o banheiro?
— Porque você gozou dentro e eu estava… — ela torceu o nariz
em uma careta — vazando.
Nã o consegui evitar a gargalhada ao ouvi-la.
— Você é um idiota — acusou.
Eu me deitei totalmente na cama e a puxei.
— Acho que nosso filho vem antes do que a monarquia quer —
eu disse, brincalhã o.
Ela me abraçou e balançou a cabeça negativamente, sem conter a
risada.
— Amor? — chamou, passando o nariz em meu rosto. — É
sempre bom assim?
— Sim, e só vai melhorar — eu disse baixinho. — Eu te amo,
minha esposa.
— Eu te amo, meu esposo — eu a ouvi sussurrar, pouco antes de
cair no melhor sono da minha vida, ainda sorrindo.

Domingo, 04:22
O frio da ausência do corpo de Rebecca me fez acordar
instantaneamente. Ela estava sentada com os pés para fora da cama,
prendendo um lençol sobre o corpo.
— Amor — eu a chamei, abrindo os olhos por completo, e passei
os dedos em suas costas nuas —, está tudo bem?
— Sim, sim, nã o queria te acordar — murmurou, levantando-se,
mas se sentou novamente.
— Está passando mal? — Eu me sentei, preocupado.
— Nã o consigo ficar em pé direito — ela disse, aos risos. —
Minhas pernas estã o um pouco bambas — comentou, virando-se para
me olhar — e acho que a culpa é sua — acusou. — Nã o ficaram assim na
hora, mas agora…
Sorri, concordando, e a puxei para selar nossos lá bios.
Eu estava sorridente, e nã o tinha como nã o ficar: eu havia me
casado com a mulher mais incrível do mundo, e nossa primeira vez foi
espetacular; tã o espetacular que, quando saí da cama e me levantei,
minhas pernas tremeram antes de se firmarem bem no chã o. Coloquei o
meu roupã o preto e me aproximei dela.
— Ei, nã o se preocupe. — Ela se levantou e firmou as pernas no
chã o depois de alguns segundos. — Vou tomar banho e comer alguma
coisa, estou faminta e muito bem.
— Fui descuidado com você — admiti, caminhando até ela, e
acariciei sua nuca.
— Do que está falando? — questionou, afastando-se para colocar
o robe.
— Eu simplesmente adormeci, nã o perguntei se você estava bem
ou se te machuquei. Me desculpe, eu quase nã o conseguia lembrar qual
era meu nome.
— Me machucar? — Ela me abraçou pela cintura.
— Sim. — Suspirei. — Doeu? Foi bom? Eu…
— Cam. — Ela sorriu. — Foi perfeito. A médica com que passei na
Noruega disse que nã o era para doer, poderia causar desconforto e seria
normal se eu sangrasse, mas, nã o sei, eu estava tã o à vontade… E,
sinceramente, depois do que aconteceu na casa de campo da realeza, eu
só conseguia pensar no quanto queria mais de você. Mas a resposta é:
nã o, nã o doeu.
— E como você está se sentindo?
— É um pouco estranho, porque foi algo totalmente novo e eu
estou dolorida, só que… nunca pensei que pudesse ser tã o gostoso.
Suas bochechas coraram, e ela abaixou a cabeça.
— Nunca, em hipó tese alguma, deixe de ser safada comigo por
vergonha — exigi. — Você é minha e eu quero tudo de você. Suas
fantasias, seus desejos, suas vontades, seus luxos, seu tesã o, tudo —
falei, e ela olhou em meus olhos. — E que nenhum homem pense em
tocar em você ou falar de você, porque eu juro que vou matar qualquer
filho da puta que sonhar com a minha mulher.
E sim, aquilo era uma promessa. Eu colocaria fogo no homem que
pensasse em fazer algo com ela. Destruiria qualquer um e iria até o
inferno por essa mulher!
— Nada disso será necessá rio, meu amor — afirmou. — E todas
as minhas fantasias, desejos e vontades, nã o vou te contar.
Franzi o cenho, mas ela continuou:
— Faremos tudo juntos.
— Gosto disso — admiti, beijando-a.
— Só que, agora, vou tomar um banho.
— E eu vou junto.
Ela sorriu, soltando-se de mim, e concordou, demonstrando sua
satisfaçã o ao me ouvir. Entrou no banheiro e, depois de alguns minutos,
saiu.
— Estou enchendo a banheira, acha que dá tempo de fazermos
algo para comer?
— Sim, claro. A banheira desliga sozinha depois que enche no
limite certo, e mantém a á gua aquecida.
— Ó timo, porque estou com fome. — Ela arrumou o robe e me
olhou. — Você nã o?
— Estou. Preciso comer agora pra te comer depois — afirmei,
seguindo-a.
— Cretino, safado e sem vergonha — xingou enquanto andava,
com aquela bunda deliciosa rebolando em minha frente.
Eu a abracei pela cintura enquanto caminhávamos até a cozinha.
Nã o queria soltá -la por nada, mas acabei cedendo quando começamos a
preparar nossos mistos quente.
— Jesus — murmurei quando me sentei ao lado dela e puxei sua
cadeira para ficar colada à minha. — Eu quero você o tempo todo —
afirmei, beijando sua bochecha.
Ela riu e beijou meu ombro.
— Soube que atirou em copos de vidro hoje antes da cerimô nia e
quase desconvidou nossos tios — ela iniciou, e eu comecei a tossir.
— Quem foi o desgraçado que te contou?
— Meu tio Dave, depois de cinco caipirinhas — explicou.
— Desculpe, Dave nã o é um desgraçado.
— Ele nã o resiste a uma fofoca — ela disse de forma brincalhona
enquanto terminava de comer.
— Nossos tios sã o teimosos e adoram confusã o. Thomas e
Benjamin discutem por qualquer coisa, mas eles se comportaram.
Ela ficou me olhando por alguns segundos e riu.
— Do que está rindo, senhora Styles?
— Fiquei confusa se você estava descrevendo nossos tios ou você
mesmo — explicou.
— Engraçadinha — resmunguei, apertando suas bochechas.
— Idiota — disse, dando um tapa em minha mã o.
— Gostosa. — Ela tentou se manter séria, mas começou a rir. —
Amor, estou muito feliz por você ter ido até o fim com o que seu coraçã o
mais desejava, com o seu propó sito — mudei de assunto; ela sorriu e
beijou minha bochecha.
— Eu também estou muito feliz, e saber que você me esperou
durante todo esse tempo, que se segurou mais do que imaginava… —
Rimos, e ela colocou a mã o em cima da minha. — Isso deixou tudo ainda
mais perfeito. — Ela beijou minha mã o.
Beijei sua testa e ela sorriu, com os olhos brilhando de felicidade.
— Mas agora — ela disse, levantando-se — devíamos subir, nã o
acha?
— Com toda a certeza do mundo.
Colocamos os pratos e copos na pia, eu a puxei pela cintura e
subimos. Seguimos direto para a banheira e a deixamos pronta para
nosso banho.
Entrei primeiro, para ajudá -la a entrar sem correr o risco de
escorregar. Olhei seu corpo por instantes, hipnotizado com sua beleza.
Passei as mã os em suas curvas antes de me sentar na banheira.
Ela prendeu os cabelos, fazendo um coque que deixava mechas soltas, e
se sentou entre as minhas pernas, de costas para mim.
— Eu queria ter feito isso inú meras vezes com você — comentou,
passando as unhas em meus braços.
— Sério? — Passei o nariz em sua nuca, sentindo-a se arrepiar.
— Sim. — Ela sorriu e apoiou suas costas em meu peitoral — Mas
viver isso nã o chega nem perto da imaginaçã o.
— Realmente, nã o chega nem perto — admiti, beijando sua nuca.
— Nã o tenho palavras para explicar o quanto te amo, o quanto sou louco
por você. Você é a melhor coisa que aconteceu em minha vida — disse,
apertando meu abraço.
Ela virou a cabeça para me olhar e selou nossos lá bios. Logo, todo
o seu corpo estava de frente e ela se sentou em meu colo, com uma
perna de cada lado.
— Você é tã o lindo — disse, acariciando meu rosto. — Nunca vou
me cansar de te admirar.
Ela passou os dedos em meus lá bios, contornando-os.
Seus olhos estavam atentos, e ela mexeu a cintura, fazendo-me
sorrir e entreabrir os lá bios. Seu olhar era carregado de malicia, suas
unhas arranharam minha nuca, e novamente ela se mexeu, sem desviar
os olhos de mim.
— Porra, Rebecca — sussurrei quando ela foi para frente e para
trá s em cima do meu pau enrijecido, e dei um tapa em sua bunda.
Ela me beijou, seus dedos se afundaram em meus cabelos, e seu
corpo se impulsionou um pouco para a frente, colando os seios contra o
meu peitoral.
Sempre soube que iria querê-la o tempo todo, ainda mais do que
quando ficávamos só nos beijos. Era diferente e uma realizaçã o fora do
normal estarmos nesse nível de intimidade.
Ela se arrumou em meu colo, fazendo com que eu sentisse sua
entrada.
— Ai, meu Deus — murmurei, com os lá bios pró ximos dos dela.
Seus lá bios começaram a descer em meu pescoço, e ela
movimentou a cintura de forma lenta e torturante outra vez.
— Você vai acabar comigo, Rebecca Styles — afirmei, com a
respiraçã o pesada.
Apertei sua bunda com força, pressionando-a contra o meu
corpo, e mesmo assim ela nã o parou de se esfregar, totalmente colada
em mim.
Eu a segurei pela cintura e deslizei para dentro dela, sentindo o
calor da excitaçã o tomar conta de todo o meu corpo, me deixando
quente e com mais desejo ainda.
— Rebola pra mim — sussurrei em seu ouvido, e ela estremeceu.
Ela começou a rebolar o quadril, devagarinho no começo. Dei
tapas em sua bunda e a agarrei, começando a fazê-la se movimentar um
pouco mais rá pido, de uma forma que ficasse ainda mais gostoso para
nó s.
— Você é deliciosa — eu disse, passando os lá bios em sua
clavícula.
Enquanto ela se empenhava em rebolar em mim, e seria apenas
em mim para sempre, comecei a massagear seus seios lentamente com a
língua.
Quando desci a mã o até seu clitó ris, ela gemeu e abriu mais as
pernas, me deixando ir mais fundo. Seus movimentos passaram a ser de
vai e vem, e comecei a me mexer junto com ela. Envolvi sua cintura com
meus braços, vendo a imagem gloriosa de Rebecca em cima de mim, tã o
poderosa e sedutora.
Em questã o de segundos, eu a levantei e a deitei na borda larga
da banheira, que formava um degrau, e comecei a ir mais rá pido e fundo
dentro dela, rebolando a cintura e a preenchendo. Eu a vi revirar os
olhos de prazer e apertar minha cintura quando atingiu o clímax.
Eu saí dela, ainda me esfregando em sua boceta, e cheguei ao
á pice, vendo o líquido escorrer em seu abdô men. Entã o, eu me deitei ao
seu lado.
— Caralho, amor…
Ela sorriu e se levantou para se limpar. Decidi tomar um banho
decente sob o chuveiro, porque se ela se sentasse no meu colo outra vez,
depois de nos recuperarmos…
Acabei rindo e me levantei para esvaziar a banheira.
Que sensaçã o incrível querer alguém o tempo todo. E amar
Rebecca, o sexo com ela, era tudo incrível pra caralho, do tipo que, se
nã o precisá ssemos do descanso e de energias a serem repostas,
poderíamos fazer isso sem pausas.
Desci os degraus da banheira e ela me olhou confusa.
— Vamos tomar banho nos chuveiros. Você sentada no meu colo
outra vez nã o vai dar certo.
— Meu Deus, Cameron — disse, aos risos.
Tomamos nosso banho e, sem pensar em se secar ou secar seus
cabelos, Rebecca se deitou na cama.
— Você está bem, meu amor?
— Estou exausta, e minhas pernas estã o ainda mais doloridas.
Meu ú ltimo resquício de forças foi embora durante o banho.
Passei os dedos em seu rosto. Ela estava com os olhos cansados, e
eu nã o podia culpá -la. Para uma primeira vez, Rebecca havia sido
incrível. Podia nã o saber o que fazer, mas se empenhou ao má ximo.
— Vou medir sua glicemia — eu a avisei.
— Ok — resmungou, com os olhos fechados.
Com cuidado, verifiquei como estava sua glicemia para que ela
pudesse dormir tranquilamente. Limpei o dedo no qual fiz o furo e
guardei as coisas, pois a diabete estava controlada.
Entã o, acariciei seu rosto e a observei. Com os segundos se
passando, ela adormeceu.
Sorri e tirei o roupã o molhado de seu corpo, arrumei-a na cama e,
depois de me secar, sequei seus cabelos. Ela abriu os olhos devagar,
quase os deixando fechados. Estava com uma carinha linda de
apaixonada e cansada. As bochechas coradas e o sorrisinho nos lá bios a
deixava ainda mais deslumbrante.
— Obrigada, amor — disse, com a voz fraca.
— Descanse, bê — pedi, beijando seu rosto.
Eu me deitei ao seu lado e a abracei. Beijei sua testa e apertei o
botã o que desligava as luzes.
E, sorrindo, com o meu mundo em meus braços, eu adormeci
prometendo a mim mesmo que ninguém, absolutamente ninguém além
de mim, tocaria na minha esposa. E eu a amaria com tudo de mim, com a
minha alma, a cada dia até o fim de nossas vidas.
Tudo sobre a supremacia Styles
O último sábado, 09, foi marcado pelo casamento da aluna de
Stanford, Rebecca Malik, que se tornou a mais nova senhora Styles.
Podemos dizer que seu casamento foi a nível de nobreza, sendo
feito na casa de campo da monarquia norueguesa, em Oslo, através de
uma provável amizade entre eles e os monarcas.
Em breve, teremos o casal Styles, Cameron e Rebecca, presentes no
campus. Muitos dizem que Cameron será o próximo capitão do time, e
contamos com isso, depois de tantas conquistas e títulos como capitão dos
Warriors, em Liberty, Los Angeles.
Será a primeira vez que teremos um casal jovem bilionário em
Stanford. Mal podemos esperar para desejarmos as boas-vindas a
Cameron e um ótimo retorno a Rebecca.
Por Rita Fletcher.
Segunda-feira, à s 10:21.
Capítulo 05 - Rebecca Styles

Eu me lembrava de Cameron secando os meus cabelos e tirando o meu


roupã o molhado, e entã o, exausta, adormeci. E acordar despida e
abraçada com ele era perfeito, incrível e tudo o que eu mais queria para
a minha vida.
Todas as promessas de Cameron durante o nosso namoro e
noivado haviam sido cumpridas, mas a forma como ele me quis, que fez
eu me sentir amada, desejada, linda e gloriosa, era além do imaginável,
além das promessas.
Já havia ficado excitada inú meras vezes, mas nã o como ele me
deixou depois da cerimô nia do nosso casamento e aqui. Eu nã o me
reconhecia, tinha passado a imaginar coisas nunca imaginadas antes, a
desejá -lo da forma mais safada possível e queria tudo dele… em mim.
E tive.
E queria mais, muito mais.
Cameron me abraçava de uma forma que tive que me soltar com
muita calma e mesmo assim ele se mexeu resmungando algo
incompreensível e voltou a dormir. Devia estar muito exausto para ter
adormecido novamente, pois sempre que eu acordava, ele achava que
algo estava acontecendo.
Quando consegui sair da cama, tomei meu banho, coloquei uma
lingerie azul clara e meu robe preto. Medi minha glicemia e acabei rindo
por ver que estava controlada, acredito que por ter feito esforço físico e
dançado muito na noite anterior.
Abri a porta da sacada com cuidado depois de pegar uma lata de
á gua e me sentei em um pufe grande e macio. A cobertura era toda de
vidro temperado transparente, do teto ao chã o, nos protegendo do frio
cortante da Suíça nessa época do ano.
Observei a neblina, as á rvores e pequenas montanhas. O céu azul
tinha poucas nuvens. E sorri, feito uma boba.
Eu era uma Styles, casada com o amor da minha vida. Minha
primeira vez tinha sido com ele e foi perfeita. Eu estava completamente
entregue e o queria ainda mais do que em qualquer outro momento.
Olhei a sacada e vi os armá rios de madeira, tirei de dentro um
cobertor branco e me deitei no enorme pufe, apenas pensando em toda
a minha histó ria com Cameron, o meu esposo.
Nã o ficaríamos nunca mais só nos beijos e aquilo me deixava
mais feliz do que eu pensava que ficaria. Seria eu e ele. Tivemos
problemas e ainda teríamos, mas seria eu e ele.
Ouvi o barulho da porta automá tica e olhei naquela direçã o.
Ele abriu um sorriso sem mostrar os dentes, mas era lindo,
sereno e parecia descansado como nunca vi antes, nem mesmo durante
nosso relacionamento.
— Bom dia, minha esposa — disse, sentando-se ao meu lado e
selando nossos lá bios.
— Bom dia, meu esposo — respondi, retribuindo seus beijos. —
Dormiu bem?
— O melhor sono de toda a minha existência — afirmou,
apertando minha cintura por baixo do cobertor. — E você?
— Muito bem, estava exausta — coloquei as costas da mã o direita
na cabeça, inclinando-me um pouco para trá s enquanto seus braços me
envolviam, dramatizando a situaçã o e ele riu alto.
— Percebi — brincou, passando o nariz em minha bochecha.
— A culpa foi toda sua.
— Eu sei e fico muito feliz por isso — rebateu, sorrindo, e entã o
me puxou pelo pescoço e me beijou.
— Amor… — Eu o afastei e ele franziu o cenho. — Precisamos
conversar sobre uma coisinha.
Cameron me olhou assustado e depois desviou o olhar para
nenhum ponto em específico, como se tentasse resolver o cá lculo mais
difícil de toda a sua vida e quisesse se lembrar de algo que fez.
— Fiz algo de errado?
Sorri, fitando-o, e ele prendeu minhas bochechas em seus dedos,
balançando meu rosto para o lado devagar.
— Para de me olhar desse jeito, senhora Styles, e trate de me
responder antes que eu tenha um ataque do coraçã o — suplicou como
uma criança quando parou de apertar minhas bochechas.
— Escute. — Eu me sentei no pufe. Ele passou a mã o em minha
coxa e nã o perdeu tempo em deslizar para a minha bunda, por baixo do
robe, dando um apertã o. — Amor! — chamei, vendo que ele nã o
prestava atençã o no que eu iria falar.
— Você me desconcentra, a culpa nã o é minha! — acusou.
— Entã o a culpa é minha? — questionei, desacreditada, e ele
abriu um sorriso malicioso.
— Sim, sempre — respondeu, como se fosse ó bvio.
Revirei os olhos e ele me puxou pelo pescoço quando virei o
rosto, seus lá bios vieram de encontro aos meus, iniciando um beijo lento
e delicioso que fazia todos os meus sentidos se perderem em meio ao
enorme desejo que sentia dele.
Um de seus braços envolveu minha cintura enquanto a mã o
desocupada subia mais em minhas coxas, até parar entre elas. Precisei
segurar seu braço.
— Amor, calma — pedi, tentando segurar a risada e ele afastou a
mã o dentre as minhas coxas.
— Precisamos tomar café, claro…
— Cameron, me deixe falar — disse, olhando em seus olhos e o
puxando novamente para mim, pelo roupã o. — Nã o é isso, quero dizer,
precisamos tomar café, claro. — Entrelacei nossos dedos. — Mas é que…
— Dei uma pausa para organizar meus pensamentos.
Nunca tínhamos falado de nada assim, era tudo tã o novo para
mim, para nó s, que eu nã o sabia por onde começar.
— Você está me deixando preocupado — comentou, olhando
para mim com atençã o e acariciando meu rosto, falando sério dessa vez.
— Só estou um pouco tensa, porque nunca precisamos conversar
sobre essas coisas — admiti, e ele franziu o cenho. — Eu sei que
precisamos ter um filho em dois anos, sei que nã o temos tanto tempo
assim para planejamentos, mas queria aproveitar esse ano com você,
entende? Só eu e você… — ele concordou, mas ainda assim parecia
confuso. Bufei e acabei rindo. — Nã o nos cuidamos ontem, amor —
expliquei claramente, e sua expressã o era indefinida, um misto de
confusã o em que ele parecia tentar lembrar e confirmar se o que falei
era verdade.
— É verdade — concordou. — Mas você nã o pareceu tã o
preocupada.
— Comecei a tomar remédio antes porque passei com uma
ginecologista na Noruega, uma a serviço do palá cio. Mesmo assim, acho
melhor tomarmos cuidado.
— Tudo bem, meu amor, você está certa — disse, sorrindo e me
beijando. — Mas esse seu remédio nã o pode te prejudicar com a
diabetes?
— Nã o, amor, nã o prejudica — respondi, me levantando. —
Vamos tomar café — disse, caminhando a sua frente.
— Tentei tomar meu café da manhã , mas você nã o deixou. Na
verdade, era um chazinho — replicou, dando um forte tapa em minha
bunda.
Eu me virei, disparando um tapa em seu braço.
— Cameron! — repreendi, vendo-o gargalhar e me puxar pela
cintura.
— Se eu falar que é brincadeira, estarei mentindo — admitiu,
selando nossos lá bios.
— Você é um sem-vergonha, senhor. — Fiquei de costas para ele
em provocaçã o. Como resposta, Cameron deu beijinhos em meu
pescoço, fazendo com que eu andasse abraçada com ele.
Parei e me virei abruptamente em sua direçã o.
— Está sem cueca?
Ele puxou minha mã o, colocando-a por dentro de seu roupã o e
me deixando senti-lo.
— Seu cretino, descarado — eu o xinguei.
— Nã o me xingue amor, assim fico excitado — provocou, subindo
as mã os em minha nuca. — É apenas para facilitar nossas vidas.
— Ah, é claro — concordei, acariciando-o devagar.
Seus lá bios se entreabriram contra os meus e eu nã o resisti em
passar a língua nos dele, provocando-o.
— Amor…
Fechei a mã o ao redor de seu pau, como ele tinha me feito fazer
ontem, e fiz um movimento de vai e vem. Ele apoiou as costas na parede
e eu parei, ficando apenas com nossos rostos pró ximos.
Ele segurou minha mã o e a tirou de lá .
— Você é uma vigarista, Rebecca, sei que vai apenas me provocar
e nã o me deixar terminar com isso.
Cameron me girou ao me puxar pelo braço e me fez andar
sentindo as cutucadas contra a minha bunda. Quando comecei a rir, ele
me pressionou ainda mais.
A sacada era maior do que eu imaginava e dava a volta no nosso
quarto. Descemos uma pequena escada de cinco degraus e me deparei
com uma mesa posta com o nosso café da manhã .
A vista dali era perfeita, com a maior parte verde e suas
montanhas distantes.
— Meu Deus — murmurei, atô nita. — Que visã o linda e perfeita!
— elogiei, animada.
— Realmente, é linda e perfeita — concordou com ar apaixonado.
Quando o olhei, entendi que ele nã o falava da paisagem.
Seus olhos estavam fixos em mim, devorando-me e quase me
consumindo sem ao menos me tocar. Com poucos passos, ele se
aproximou sem desviar o olhar e me beijou devagar, afundando os dedos
em meus cabelos e me fazendo encostar o corpo contra a parede de
vidro.
— Eu te amo, Rebecca Styles — sussurrou, com os lá bios
pró ximos dos meus.
— E eu te amo, Cameron Styles — afirmei, sorrindo e o beijando.
Ele puxou uma cadeira para mim e nos sentamos um ao lado do
outro. Entã o, começamos a nos servir e a conversar sobre quando
viemos para a Suíça na infâ ncia.
—… essa casa comprei depois que você foi para Stanford,
precisava ocupar minha mente e transformei essa ocupaçã o em dinheiro
— Cameron disse enquanto voltávamos para o início da sacada, onde
tinha um sofá -cama e o enorme pufe.
— E como foi que você fez isso sendo que gastou nessa mansã o?
Ele sorriu e se levantou como se fosse fazer uma apresentaçã o,
mas era completamente informal considerando que meu esposo usava
um roupã o branco, estava sem cueca, com os pés descalços e os cabelos
ú midos e bagunçados. Só que isso tudo o deixava absurdamente lindo,
atraente e gostoso.
— Bom — iniciou, gesticulando com as mã os. — Essa mansã o foi
comprada, passou por dois meses de reformas sem pausas e depois
deixei que a alugassem. — Franzi o cenho; ele nã o me deixou iniciar a
pergunta e começou a respondê-la. — Alugo para algumas famílias que
meus parentes conhecem, mas nã o sã o todos os quartos que ficam
disponíveis. No nosso e dos nossos filhos só entram para limpar, e o
escritó rio fica trancado. Em resumo, apenas o ú ltimo andar fica
disponível, esse e o debaixo nã o.
— Serã o quantos quartos para os nossos filhos?
Ele gelou.
— Quantos você quer ter? — rebateu meu questionamento,
sentando-se no sofá -cama e parando de me olhar.
— Quantos quartos, amor?
Ele coçou a nuca, recostando-se, e colocou o cobertor por cima de
seu colo; mesmo com o aquecedor ligado e as paredes nos protegendo, o
ambiente era um pouco frio.
— Nã o quero estipular quantidade, quero que aconteça
naturalmente — comentou, olhando para mim.
— Amor. — Eu me sentei ao seu lado e puxei um pouco do
cobertor. — Você sabe que falar quantos filhos quer ter nã o é ditar uma
regra, certo? Nã o tem problema nenhum me falar dos seus sonhos, e
nem todo o planejamento dá certo, mas podemos contar um ao outro
sobre o que queremos.
— E quantos você quer ter?
Eu o olhei, incrédula, e ele sorriu de forma marota.
— Nunca parei para pensar nisso e nunca quis também, isso foi
mudar depois que começamos a falar de noivado.
Um sorriso se abriu em seu rosto e ele me puxou para envolver
seus braços ao meu redor.
— Também nã o queria ter filhos, nem me casar. Para mim, a vida
iria ser uma eterna curtiçã o — disse, mais para si do que para mim, e
entã o voltou a me olhar. — Até você voltar.
Ele me puxou para um selinho, depois deu outro e outro, mas o
interrompi.
— Quantos quartos, Cam? — questionei com os lá bios ainda
grudados nos dele.
— Você é bem insistente quando quer — reclamou, afastando-se
um pouco, mas sem me soltar, e tirou os cabelos de meu rosto. — Seis.
— Seis quartos?! — perguntei, surpresa.
— Mas é só um sonho, pode ser quantos você quiser — ele disse,
sem conseguir conter a risada pela expressã o que tive.
— Eu sei, amor, eu sei. Mas seis filhos… — pensei um pouco e
acabei sorrindo. — Ainda bem que cuidamos de um time de garotos.
Temos prá tica com crianças, desde que o pai delas nã o seja o primeiro a
incentivar brigas — adverti, e ele gargalhou.
— Ei! — protestou. — Incentivo apenas quando estou certo.
— Todas as vezes? — provoquei.
— Sim, em todas estou do lado certo — retrucou — ou ainda tem
dú vidas?
— Tenho dú vidas.
Cameron quase nã o esperou que eu completasse minha fala e me
puxou pelo pescoço, deixando nossos rostos pró ximos.
— Está muito engraçadinha. — Ele apertou meu pescoço um
pouco mais, me fazendo arfar.
— É ? E você vai fazer o quê? — questionei em tom desafiador,
mesmo estando perto de perder o ar.
— Eu vou… — Ele parou de falar quando me sentei em seu colo, e
abriu um sorriso malicioso.
— Você vai? — Sorri também, fazendo com que ele se inclinasse
para trá s e se deitasse no sofá . Ele mordeu o lá bio inferior.
Mas antes que se deitasse por completo, virou-se, trocando
nossas posiçõ es, de forma que seu colar de Konoha se balançava no ar,
quase encostando em meu rosto. Sorri, puxando-o pelo colar, e o beijei.
— Você é ainda mais linda do que eu imaginava — sussurrou,
abrindo meu robe e envolvendo minha cintura com um de seus braços.
— Ainda mais linda do que era em meus sonhos. — Seus lá bios
desceram em meu pescoço enquanto a outra mã o se afundava em meus
cabelos. — Você é perfeita — afirmou, soltando minha cintura e
acariciando um de meus seios.
Nossos lá bios se moviam lentamente, e meu corpo queimava
cada vez mais. Abri seu roupã o, sem quebrar o beijo, e passei os dedos
em sua cintura, subindo até suas costas e o arranhando devagar. Ele
tirou meu robe e o jogou de lado, sorrindo enquanto encarava meu
corpo.
— Caralho — murmurou, e eu o puxei, sorrindo, para que me
beijasse.
Seus lá bios nã o se desgrudaram dos meus enquanto seus dedos
deslizavam em meu abdô men até meu clitó ris. Inclinei o tronco para
frente quando ele mexeu o dedo com uma lentidã o que tirava todo o
meu fô lego. Eu me esfreguei nele, sem conter o gemido enquanto sua
língua se movimentava calmamente dentro de minha boca.
Afastei nossos lá bios quando senti dois dedos deslizarem para
dentro de mim. Meu corpo pegava fogo, e mexi meu quadril para sentir
seus dedos. Minha respiraçã o estava descontrolada, meu coraçã o,
disparado, e meu corpo, tã o quente que eu me sentia suar.
Ele ficou com os lá bios pró ximos dos meus, olhando-me
atentamente com um sorriso safado. Quando veio para me beijar,
precisei virar o rosto, nã o por nã o querer seus beijos, mas sim porque
nã o conseguia beijá -lo, nã o tinha forças, nã o conseguia raciocinar
direito.
Cameron tirou seus dedos de dentro de mim e acariciou meu
clitó ris, me fazendo gritar. Seus lá bios desceram em meus seios,
revezando as carícias entre eles com a língua. Apertei seu roupã o.
— Cameron… — Ele me fitou com os olhos semicerrados,
pressionando sua cintura contra minha coxa e me deixando sentir o
quanto estava duro.
Seus dedos se mexeram tã o lentamente, que eu senti pontadas de
prazer percorrendo todo o meu corpo e me deixando encharcada.
— Gostosa — murmurou, esfregando pau em minha coxa. — Me
diga o que você quer e eu farei — provocou, ainda movimentando
lentamente sua mã o.
Arranquei resquícios de forças para conseguir falar com
determinaçã o.
— Eu quero você, agora — afirmei. — Agora! — implorei com
urgência e apertei seu braço. — Dentro de mim, Cameron.
Ele sorriu e nã o esperou que eu dissesse mais alguma coisa.
Tirou de dentro do bolso do roupã o um preservativo, arrancou a ú nica
roupa que vestia e começou a se esfregar entre as minhas pernas, por
cima do tecido fino de minha calcinha.
— Seria um pecado tirar uma lingerie tã o bonita assim —
sussurrou, passando os lá bios em meu pescoço.
Entã o, ele puxou minha calcinha para o lado e se afundou dentro
de mim com tudo, me fazendo gemer e me inclinar para frente. Ele
sorriu, ficando imó vel, apenas me observando e me deixando sentir seu
pau latejar.
— Cam, nã o me torture assim — supliquei, e ele mexeu a cintura
devagar.
Rebolei meu quadril, pressionando-me contra ele, e ele gemeu
baixo, movimentando sua cintura um pouco mais rá pido.
Nunca havia pensado que o ver por cima de mim, com as
bochechas coradas, os olhos azuis cintilantes de prazer e jogando a
cabeça para trá s sem conseguir conter os gemidos seria tã o fascinante
de ver. Ele se movia de forma que me deixava totalmente preenchida e
atingia pontos que me deixavam louca.
— Se toque, amor — pediu —, eu quero ver.
Ele pegou minha mã o e levou até entre minhas coxas.
— Se toque — insistiu.
Mordi meu lá bio inferior e mexi minha mã o, receosa e sentindo
Cameron ir cada vez mais fundo.
— Você vai sentir o quanto é bom — disse, com os olhos
carregados de paixã o e puxou meu cabelo.
Esfreguei meu dedo contra a pulsaçã o entre minhas pernas e fiz
um movimento circular, atingindo um ponto que me fez estremecer.
Cameron passou a ir mais fundo e eu acelerei meus dedos. Estava
encharcada e explorando um prazer que desconhecia.
Mexi minha mã o mais rá pido e envolvi meu outro braço ao redor
dos ombros de Cameron. Com a forma como eu me tocava, eu sentia que
sabia o que deveria fazer, como deveria chegar ao á pice. Senti que eu
podia me conhecer, que podia sentir tudo.
— Ahn, Cameron, eu… eu…
Meu coraçã o parecia que sairia do peito. Aquela sensaçã o era
incrível. Deslizei minha mã o em mim novamente e comecei a mexer
minha cintura, indo mais de encontro a ele, sentindo o quã o grande ele
era.
Afundei os dedos em seu cabelo quando cheguei ao á pice. Meus
sentidos estavam aguçados, meu coraçã o parecia bater perto de meu
ouvido, estava zonza. Mas Cameron nã o parou.
Sua mã o apertou meu pescoço e ele veio ainda mais fundo dentro
de mim. E aquela sensaçã o quente dominou meu corpo pela segunda
vez, ainda mais forte, me consumindo por completo e me fazendo mexer
o quadril descontroladamente.
— Rebecca, porra!
Cameron gemeu contra os meus lá bios e meu corpo todo se
arrepiou.
Ele tombou do meu lado, me deixando ouvir sua respiraçã o
descompassada.
Olhei para o céu nublado e sorri, sentindo-me a mulher mais
incrível do mundo.
Depois de segundos sem se mexer, ele se levantou,
completamente nu, e entrou na casa, ainda com a respiraçã o ofegante.
Em questã o de minutos ele voltou, me entregou uma lata de á gua e se
deitou ao meu lado.
— Você é perfeita — declarou e eu sorri, ainda zonza.
Minhas pernas e minhas mã os estavam trêmulas. Pisquei
algumas vezes e me arrumei no sofá , tentando respirar com
normalidade. Apoiei minha cabeça no encosto e tomei um pouco d’á gua.
— Isso foi maravilhoso — admiti, sentindo seus braços me
puxarem para si e seus dedos afundarem em meus cabelos com cuidado
e carinho. — Eu te amo — disse, fitando-o nos olhos, e ele selou nossos
lá bios.
— E eu te amo muito, minha princesa — afirmou, me dando
vá rios selinhos.
Seu corpo estremeceu quando acariciei sua cintura, e nó s dois
rimos juntos pelo efeito que ainda percorria nossos corpos.
Cameron olhou o reló gio, beijou o topo de minha cabeça e saiu.
Porém, em questã o de minutos, retornou com os nossos celulares em
mã os. Ele olhava algo no aparelho dele.
— Quem é Rita Fletcher? — questionou e se sentou ao meu lado.
— Ela é da família da fundadora do jornal USA Today. A mã e dela
é a atual dona e ela tem um espaço para notícias na revista, blog,
Instagram e todos os outros meios deles. Ela fala sobre Stanford e
sempre tem alguma fofoca sobre alunos. Ela nã o cita nomes, mas levanta
o boato e todos comentam. Porém, ultimamente ela nã o tinha muito o
que falar e começou com as notícias sobre Palo Alto em geral.
— Stanford permite que ela fale sobre as coisas de dentro da
universidade? — Cameron questionou.
— Sim, ela se formou em Jornalismo e Letras para se tornar
editora e a futura dona do USA Today, que possivelmente será herdeira.
O presidente de Stanford ama as matérias dela e a família patrocina a
universidade. Entã o, ela pode, pela influência. Mas como soube dela?
— Entramos para o assunto do momento nesse jornal graças a
ela e chegou a outros jornais. — Ele me entregou o celular dele e me
mostrou a matéria. Suspirei audivelmente.
— Ela falou de mim algumas vezes pela proteçã o de Georgia e
quando tinha acabado de chegar, mas… — Pensei um pouco. — Se
formos um assunto que rende seguidores para ela, ela nã o vai parar.
— Ela publicará apenas o que nó s quisermos. Nã o tem como
proibirmos, visto que sou uma imagem pú blica, já que minha família e
eu estamos no ranking de milioná rios, mas as publicaçõ es dela estã o
sendo monitoradas pela sua madrinha, ela te enviou mensagem — disse
e me entregou meu celular.
Abri a mensagem:
Madrinha:
Aproveite sua lua de mel e não se preocupe com Rita Fletcher.
Estamos a monitorando e, se vermos alguma matéria que ultrapasse o
limite, derrubaremos.
Quando chegarem em Palo Alto, conversaremos. Abraços.
Eu a respondi e deixei meu celular de lado.
— Podemos ficar em paz agora, ela nã o terá coisas para falar de
nó s — afirmei.
Ele sorriu, balançou a cabeça em concordâ ncia, deixou o celular
de lado e me puxou para um abraço, beijando minha cabeça enquanto
me apertava.
— Eu vou precisar de uma ajudinha sua — comecei, depois de
tomar coragem.
Ele me olhou com os olhos cheios de curiosidade e uma certa
satisfaçã o em ver que eu precisava dele. Eu me arrumei melhor no sofá ,
sem sair de seus braços, ainda sentindo meu corpo cansado.
— O que seria?
— A forma da seringa e a quantidade que tomo da minha
medicaçã o mudaram. — Ele me olhava com toda a atençã o possível. —
Eu consigo aplicar sozinha quando é para tomar na barriga ou nas coxas,
mas nos braços nã o. Da primeira vez que tentei aplicar sozinha nos
braços, as agulhas entortaram e me machucaram — comentei, rindo,
tentando ver graça na situaçã o, quando na verdade chorei por ser
diabética e estar passando por aquilo.
Cameron me analisou e nã o sorriu ao me ouvir, nã o com aquele
assunto. Sua resposta foi carícias em meu rosto.
— E você precisa de ajuda quando for aplicar nos braços?
Concordei, balançando a cabeça, um pouco envergonhada
mesmo, sem saber ao certo o motivo.
— Quando aplico, por exemplo, só na barriga ou na coxa, dó i
muito, pois fico indo sempre no mesmo ponto, entã o preciso revezar,
como a doutora me disse. Felicity está se formando em enfermagem,
entã o sempre que eu precisava, ela me ajudava. Mas agora que nã o moro
mais na mesma casa que ela e Nic, nã o será mais possível. — Pensei um
pouco. — É fá cil, mas se for…
— Eu nã o tenho nenhuma objeçã o em te ajudar, meu amor,
absolutamente nenhuma.
Sorri, olhando para ele. Cameron estava muito tranquilo,
relaxado, radiante e feliz.
— Você continua aplicando todos os dias ou isso também
mudou?
— Também mudou, nã o sei se Alec te contou enquanto
trabalhava pra você… — Ele riu. — … mas faço aulas de dança, corria
com Nicholas e à s vezes usava a academia que tinha na casa de Palo Alto.
— Sem uma instrutora?
— Alec e Ned eram meus instrutores — expliquei. — Gostava da
academia que Nicholas frequentava e íamos juntos, mas paramos depois
que…
Quando me dei conta do que falaria, parei e encontrei seus olhos
pegando fogo, nã o de desejo como há alguns minutos, mas de raiva.
— Depois do quê?
— Deixa, isso já passou.
— Depois do quê, amor? — perguntou com um pouco mais de
firmeza em sua voz, deixando claro que nã o mudaria o rumo da
conversa.
— Depois que os amigos de Matteo começaram a fazer no mesmo
horá rio que a gente e ficaram provocando os meninos que estavam
comigo, os xingando ou comentando alguma coisa de mim.
— Em algum momento esses filhos da puta deixaram vocês em
paz?
Eu o olhei por instantes e suspirei.
— Quando estava longe, por causa da luta e dos desfiles. Mas
enquanto estou lá , nã o sei, eles sempre acham um jeito de nos deixar
mal — admiti. — Podemos parar com esse assunto? Nã o quero acabar
com a minha lua de mel pensando nisso, em Stanford você vai acabar
vendo como funciona — disse, deitando-me em seu peitoral e o
abraçando pela cintura.
— Tudo bem, minha esposa — disse, beijando o topo de minha
cabeça. — Entã o deixa eu ver se entendi direito. — Eu o olhei. — Com
você fazendo exercícios e dança, além de ficar uma gostosa, sua
medicaçã o diminuiu?
Acabei rindo pelas suas palavras e selei nossos lá bios.
— Tem dias que nã o preciso tomar. A alimentaçã o certa e os
exercícios me ajudam demais, mesmo que seja só uma hora de esteira.
— E você nã o tem ficado com muita coisa na mente? Fazendo
milhares de coisas ao mesmo tempo? — questionou, acariciando meu
rosto até afundar os dedos em meus cabelos.
— Na verdade, nã o. Nos dias em que nã o tenho energia para
nada, eu desacelero. Mas acredito que agora terei uma pequena
mudança em minha rotina, uma vez que estou casada — afirmei,
sorrindo.
— Seus exercícios nã o vã o mudar — alertou, levantando-se com
uma animaçã o surpreendente. — Pelo contrá rio, vã o ficar ainda
melhores. Hoje vamos malhar juntos.
Eu o puxei pelo braço.
— Nã o, por favor, nã o — pedi, abraçando seus ombros, e ele
sorriu, arrumando-se entre minhas pernas.
— Sim, com certeza, sim. Pelo menos uma hora de esteira para
você nã o precisar tomar muito de sua medicaçã o.
— Nã o vou.
Ele apertou minha cintura e me olhou com um sorrisinho bobo.
— Vai, sim.
— Quem faz exercício na lua de mel? — perguntei, indignada.
— Eu e você.
— Só um hétero top para querer isso — rebati, e ele me olhou
ofendido.
— Que merda de hétero top, Rebecca? — perguntou, com o
sotaque engraçado ao dizer aquilo. — Nicholas me explicou o que isso
significa — avisou, e eu dei de ombros.
— Você é um — acusei. — Hétero top.
— Para de me chamar assim!
Revirei os olhos e suas mã os me apertaram um pouco mais.
— Vamos fazer um acordo, só dessa vez. Nas pró ximas, você vai
por livre e espontâ nea vontade.
— Que acordo?
— Eu faço o que você quiser hoje se malhar comigo depois do
almoço — afirmou, olhando para mim à espera de uma resposta.
— Feito — aceitei. — Vamos dançar as mú sicas do One Direction
e do Justin Bieber. Você vai aprender algumas dancinhas.
— Vamos ouvir os mortos?
— Cameron — eu disse com desâ nimo —, nã o teve graça —
reclamei, fingindo estar emburrada e o empurrei para que se afastasse.
Ele gargalhou e me puxou, fazendo com que eu ficasse por cima
de seu corpo.
— Tudo bem, eu danço com você, mas nã o pode contar para
ninguém — sussurrou, como se fosse um segredo.
— Amor, todos já te viram dançando Single Ladies e Dança do
Créu, e nã o existe nada mais absurdo que a Dança do Créu.
Ele gargalhou.
— Exagerei muito no ano novo?
— Eu achei incrível — elogiei, vendo-o sorrir e me puxar para um
beijo.
Capítulo 06 - Rebecca Styles

Fui diretamente para o andar dos quartos indisponíveis enquanto meu


esposo verificava se a academia poderia ser usada.
Cameron parecia ter uma sequência, três à direita e três à
esquerda.
Entrei no primeiro quarto à direita e as lá grimas desceram por
meu rosto quando fiz meu pedido silencioso para que nenhum de meus
filhos nascessem com os mesmos problemas de saú de que eu, que todos
tivessem a ó tima saú de de Cameron. Pensar nos meus filhos nascendo
com uma doença sem cura e que à s vezes dó i tanto me partiria o
coraçã o.
Depois de me recompor, saí do quarto e me deparei com
Cameron à minha espera na porta do terceiro quarto à esquerda.
— Por que estava chorando, meu amor? — questionou e, assim
que me aproximei, ele me abraçou.
— Incrível como nada passa diante dos seus olhos — comentei,
envolvendo meus braços em sua cintura.
— Quando o assunto é você, nã o mesmo — confirmou, e eu sorri.
— Estava falando algumas coisas para Deus sobre os nossos
filhos. — Ele sorriu, concordando, e selou nossos lá bios. — Mas agora,
estou pronta para malhar e depois ver você dançando One Direction.
Ele riu, virando-se e balançando a bunda em minha direçã o. Dei
um tapinha, entrando na brincadeira, e descemos para a academia.
Fizemos os alongamentos, e ele decidiu me acompanhar na
esteira.
— Amor, eu sei que seu treino é pesado, nã o precisa se prender a
mim.
— Senhora Rebecca, meu treino é, sim, muito pesado, mas eu
estou inteiramente quebrado por sua causa, entã o vou me limitar a
cá rdio!
Gargalhei ao ouvi-lo.
— Quanta delicadeza — ironizei.
Ele sorriu, aumentando a velocidade da esteira dele e da minha,
sem nem mesmo perguntar se eu queria.
Aumentei a dele em resposta, e ele aumentou a minha, mas
acabou ficando em um ritmo que eu aguentava durante uma hora.
Depois de estarmos suados e chegarmos ao limite na corrida,
diminuímos o ritmo, ficando apenas na caminhada.
— Quais foram os tipos de luta que você fez?
— Boxe, Jiu-jitsu e Karatê — respondeu. — Aposto que te venço
no Karatê.
Franzi o cenho.
— Aposto que nã o — rebati, no mesmo tom desafiador.
— Com certeza venço — retrucou, com o tom carregado de
egocentrismo.
— E o que você apost…
— Você por cima — respondeu, antes que eu finalizasse a
pergunta.
Eu o encarei incrédula, e ele me olhou com superioridade, o
queixo erguido de forma arrogante.
— Feito — aceitei.
— Feito — confirmou.
No primeiro round, Cameron quem venceu. No segundo, eu
consegui vencê-lo.
— Mas o seu nã o valeu — Cameron reclamou.
— Reclamando só porque perdeu? Nã o chore, senhor Styles, seus
seguranças irã o te ouvir — provoquei, e ele tentou me golpear, mas
consegui desviar.
— Você se acha muito, Rebecca Styles — disse, desviando do meu
golpe.
— Eu nã o era assim, acho que foi aquilo que me aconteceu na
Noruega que me deixou assim — comentei, dramatizando como se algo
muito grave tivesse acontecido, aproveitando o momento.
E Cameron simplesmente parou.
— O que te aconteceu na Noruega?
E foi o momento em que eu consegui derrubá -lo e ganhar o
terceiro round. Era a ú nica forma de vencê-lo e, ainda assim, quase nã o
consegui.
— Eu me tornei uma Styles, e nã o existe um Styles que nã o se
ache — disse, saindo de cima dele.
— Você roubou! — acusou, levantando-se e me puxando.
— Você nã o disse nada sobre regras, achei que era um vale-tudo
— afirmei com sarcasmo. — Você por cima — eu o provoquei e saí
andando, mas parei quando ele soltou uma risada alta e sarcá stica quase
maléfica. — Por que está rindo?
— Nã o vou por cima, eu vou por trá s — disparou tranquilamente.
— Você nã o disse nada sobre regras nessa aposta, achei que era vale-
tudo.
— Seu safado! — acusei.
— Sem chorar, garotinha, seus seguranças irã o te ouvir —
provocou, mas nã o consegui evitar a risada.
— Besta — xinguei, virando-me e começando a caminhar para a
saída.
— Gostosa. — E me deu um tapa forte na bunda enquanto eu
andava. — E vai ficar ainda mais quando eu te colocar de quatro.
— Garoto, você precisa de limites — eu disse, encarando-o, e ele
riu, balançando a cabeça negativamente.
— Nada disso, eu preciso é de você — afirmou, logo colocando as
mã os em minha cintura, me fazendo caminhar para fora da academia.
Tomamos nosso banho juntos, vestimos nossos roupõ es e
seguimos para a sacada do quarto, onde a mesa de café da tarde estava
posta. Nó s nos sentamos e começamos a comer; Cameron devorava o
que via pela frente e foi impossível conter a risada.
— Parece que você voltou de um jejum de quarenta dias —
brinquei, mordendo um pedaço de pã o de queijo.
— Fico faminto depois de me exercitar com você — insinuou. —
Você nã o?
— Nã o assim. — Apontei para ele, que fez uma careta. — Mas fico
com muita fome, muita sede e parece que toda minha energia vai
embora.
— Se sua energia foi embora, acho melhor descansarmos.
— Tentando se livrar das dancinhas, senhor Cameron?
Ele riu como uma criança marota.
— Deu certo?
— Nã o, nã o deu — retruquei. — Amor, o que aconteceu com seu
cachorrinho? O Floki? Faz tempo que nã o o vejo.
— Ele se apaixonou pelo meu avô William — ele riu, recostando-
se no sofá . — Papai o levou para lá para ficar um fim de semana e ele nã o
quis voltar mais, ficou chorando na volta, nã o queria comer e nem
brincar. Entã o o deixamos morando com meu avô , porque ele tem treze
cachorros que fazem companhia para Floki.
— Com a Kurama foi quase a mesma coisa, ela se apegou
totalmente à minha mã e, principalmente depois que me mudei.
Eu me encostei no sofá , trazendo comigo a tigela de porcelana
branca com uvas verdes e lhe ofereci uma quando ele se sentou no sofá
também.
Cameron me puxou e me olhou por segundos.
— Quero que uma coisa fique bem clara de agora em diante —
iniciou. — Você nã o vai se calar diante de nada que te fizerem. As
meninas de Liberty foram infantis e imaturas, e entendo que toda a
cobrança dos seus pais em cima de você te prejudicou muito e te fez
recuar, mas isso precisa acabar. Você nã o pode esconder as coisas por
nã o querer conflito. Elas passaram do limite inú meras vezes e você
aguentou calada.
Eu o olhei por alguns instantes.
— Stanford é diferente de Liberty, ninguém quer disputar por
uma coroa idiota ou criam rivalidade por causa de popularidade. Cada
um se importa com a pró pria vida, nenhuma garota me tratou mal — me
prontifiquei.
— Sabe que nã o estou falando das garotas, estou falando de você
tentar amenizar situaçõ es porque nã o quer lidar com elas nem quer que
eu resolva do meu jeito — rebateu.
Soltei um suspiro audível.
— Contei ao meu pai sobre as perseguiçõ es de Matteo e as coisas
mudaram, mas tem outras coisas que nã o tem o que fazer. Ele nã o pode
ser expulso sem uma boa explicaçã o — eu disse, esperando que essa
conversa chegasse ao fim.
— Entã o arranjaremos uma explicaçã o — retorquiu.
Fiquei em silêncio. Nã o porque discordava ou estava irritada, mas
por saber que Cameron era uma pessoa melhor que Matteo e nã o
entraria em uma briga para perder.
E Matteo era um assediador e abusador nojento, e nã o tinha
problemas diretos comigo, era com Cameron. Eu era usada para afetar
Cameron, sabia disso. Porém, a situaçã o com as outras meninas era pelo
cará ter repugnante de Matteo.
Ele ser expulso seria um favor para as calouras e as veteranas que
foram ou seriam assediadas, senã o abusadas, com o assunto sempre
mantido em segredo.
— Sua segurança será redobrada e sei que ficará brava por me
envolver em confusã o, mas nã o estou disposto a mudar de opiniã o. Sei
de coisas terríveis que ele já fez com outras meninas, e ainda tem a
forma com que ele trata Felicity.
— Nã o pretendo mudar sua opiniã o, muito menos te impedir —
eu disse, e ele me olhou com desconfiança. — Faça o que precisa ser
feito, amor.
Ele franziu a expressã o, confuso.
— Até pouco tempo eu jurava que você diria outra coisa —
observou.
— Matteo vai ter alguém maior que ele para entrar em uma briga.
Comigo era esse o objetivo: te atingir. E, bom, se ele plantou isso, que
colha as consequências. — Cameron abriu um sorriso. — Só nã o seja
preso — adverti.
— Tem minha palavra de que você possivelmente irá me buscar
na delegacia — rebateu e eu o empurrei pelos ombros.
— Se depender de mim, vai ficar na delegacia — eu o provoquei,
levantando-me, e caminhei até a mesa do café para pegar mais uvas.
Ele me seguiu, colocou as mã os em minha cintura e me virou de
frente para ele.
— Tem uma coisa que eu gostaria de saber — iniciei, virando-me
para ele ao retornar para o sofá — desde a nossa separaçã o.
— Sobre o quê?
— Você.
Eu me sentei, deixando a tigela entre nó s para que ele as pegasse
também.
— No dia no meu aniversá rio, Andrew foi para Palo Alto junto
com o time e disse que você foi atrá s dele quando terminou comigo. —
Pensei um pouco. — Ele me disse que fez o que você pediu. — Ele
abaixou o olhar. — O que você pediu?
— Becca…
— Nã o — retruquei. — Nã o é justo. Você quer que eu te conte
tudo de mim, te peço que faça o mesmo e nã o se esconda — pedi,
entrelaçando os nossos dedos e beijei sua mã o.
Ele ficou instantes acariciando minha mã o, para entã o falar:
— Pedi que me batesse, até eu nã o sentir nada que nã o fosse a
dor física — confessou e eu senti meu coraçã o se apertar dentro do
peito.
— Cam…
— E ele fez, porque sabia que se nã o fizesse, outra pessoa faria.
Pedi, porque era o ú nico que nã o se importaria com ninguém falando
coisas ruins sobre ele ou se o odiassem. Elliot nã o teria conseguido, mas
Andrew conseguiu.
Uma lá grima silenciosa desceu por meu rosto ao imaginar um
pouco de como foi para Cameron ter me deixado.
— Amor… — sussurrei. — Que outra pessoa faria isso?
— Antes de você chegar em Los Angeles eu participava de lutas
ilegais com pessoas mais velhas e mais experientes que eu, é por isso
que sei me defender, entrar em uma briga e sair ileso, porque adquiri
prá tica, mas apanhei ao ponto de ficar desacordado e… — Ele abaixou o
olhar e eu acariciei sua mã o. — Quase matei um cara espancado porque
ele mexeu com Natalie, e eu só sentia raiva o tempo todo… Se nã o fosse
por Elliot daquela vez… — Soltei a respiraçã o devagar, para que ele nã o
percebesse o quanto aquilo me deixou surpresa. — Eu nã o me
importava, minha vida poderia acabar que eu ficaria feliz — explicou. —
Naquela época — acrescentou.
Engoli em seco, nã o querendo chorar, porque isso o faria parar de
falar como sempre.
— Seus pais nunca notaram isso ou ficaram sabendo sobre esse
cara?
— Quando o cara soube com quem tinha mexido, nã o quis
denunciar. Minha ficha é limpa por causa do sobrenome. Quando bati
nos homofó bicos que espancaram Josh, fiquei preso por algumas horas,
mas todos os registros sumiram, igual a todas as vezes em que cometi
alguma coisa.
Ele me olhou, vendo a surpresa em meu rosto.
— Já fiquei preso quatro vezes, contando com essa — explicou.
— O pai de Andrew me tirou nas três vezes, e o seu pai na ú ltima. Por
agressã o e destruiçã o de propriedade.
— Jesus… — murmurei.
— E meus pais souberam que eu ia a lutas ilegais. Tentaram me
proibir e, entã o, comecei a fugir. Eles nã o conseguiam me controlar em
nada; eu bebia, me drogava e apanhava de lutadores mais velhos porque
eu sabia que eles nã o teriam dó de mim.
Coloquei a tigela na mesinha de centro e o abracei, fazendo-o
deitar a cabeça em meus seios.
— Eu sinto muito que você tenha passado por tudo isso sozinho,
amor — disse, acariciando seus cabelos.
— Sou muito feliz agora — afirmou, levantando o olhar para
mim. — Muito. É uma vida que eu achava que nã o merecia nunca.
— Meu amor, você merece tanta coisa boa, tanta felicidade, e nã o
faz ideia — rebati, passando os dedos em seu rosto e beijei seus lá bios.
— Sempre mereceu.
Ele me abraçou pela cintura.
— Antes de começar a sonhar com você, eu tentei… tentei acabar
com essa dor e raiva que eu sentia.
— Você tentou? — perguntei, assustada por entender o que ele
estava falando.
— Só tinha um jeito… Natalie chegou na hora. — Ele soltou a
respiraçã o. — Só eu e ela sabemos disso, e agora você. E se os sonhos
nã o começassem, se você nã o tivesse aparecido ou desistido de nó s, eu
teria desistido, nã o por sua culpa, mas porque a raiva e dor estavam
voltando e eu nã o queria tudo aquilo de novo…
— Nã o diga isso. — Eu o abracei mais forte e nã o consegui
segurar as lá grimas. — Eu nã o sei o que faria se te perdesse — disse
baixinho.
— Você é minha luz, Rebecca — afirmou, acariciando minha
cintura.
Fiquei segundos em silêncio, preparando-me para falar em voz
alta e sem chorar.
— Cameron, você quem me salvou — consegui dizer.
Ele me encarou e me soltou sem se afastar, apenas para me olhar
direito.
— Como? — perguntou, parecendo nã o acreditar no que ouvia.
— Depois de Turner, nã o conseguia ficar perto de nenhum
homem que nã o fosse meu pai ou meus avô s. Nicholas deve ter te
contado que eu gritava toda noite, tinha me tornado uma pessoa
totalmente diferente do que sou, ele me mudou da pior forma possível.
Nã o me sentia corajosa para nada, por isso nã o rebatia as meninas e
fugia dos meninos calada, mas entã o… você precisou de ajuda com as
notas, depois apostou uma aula com o time, me respeitou, se aproximou
de mim aos poucos e quando fui ver, já estávamos aos beijos.
Ele sorriu e beijou minha mã o.
— Um beijo muito gostoso por sinal.
Mostrei a língua em provocaçã o e sorri logo em seguida.
— Comecei a me conhecer e me entender depois de você, e ainda
faço isso todos os dias. Mas entendi que mereço cuidado, proteçã o e
defesa graças a você e aos meninos do time — afirmei e abri um sorriso.
— Você me salvou de ser uma pessoa que nã o sou. Eu seria medrosa por
muito tempo, afastaria as pessoas de mim e sinceramente, acho que nã o
conseguiria ser feliz devido ao medo que sentia de tudo — admiti.
Cameron limpou os olhos e me abraçou.
— Meu amor, eu te amo tanto e fico feliz sabendo de tudo isso —
alegou. — E eu pretendo te dar tudo o que puder nesse mundo.
— Você já tem me dado muito.
— Mas quero te dar mais. — Ele envolveu o braço ao redor de
meus ombros e aproximou os lá bios de minha orelha. — Principalmente
pau e á gua.
— Seu cretino — xinguei, dando-lhe um tapa e o empurrando.
Entã o, iniciamos uma luta de mentirinha.
Suas palavras acabaram com o clima emotivo no qual estávamos,
mas, sinceramente, depois de tudo o que ele passou, vê-lo fazendo
gracinhas o tempo todo era a coisa mais incrível do universo.
Ele me puxou pelo braço, me fez deitar, cobriu meu corpo com o
dele e nã o perdeu tempo em me beijar.
— Nã o pense que vamos ir até o final desse beijo.
— Você está quase nua e eu também, me convença de que nã o
vamos — desafiou.
Apertei sua cintura.
— Você vai dançar comigo, Cameron William Styles, nã o pense
que vai se livrar.
— Podemos fazer isso depois — sugeriu.
— Nã o — troquei nossas posiçõ es, ficando por cima. — Nã o e
nã o.
Saí de seu colo.
— E eu gostaria de tomar um vinho, tenho certeza de que tem
algum nessa mansã o — comentei enquanto passava da sacada para
dentro do quarto.
Eu o ouvi bufar quando entrou.
— Nã o vou buscar vinho para você — provocou.
— Bom, sendo assim, eu mesma vou — conclui, colocando
minhas pantufas.
— Maldita — resmungou.
— Cameron! — eu o repreendi, mas nó s dois rimos.
— Já venho, sua chata e gostosa — disse, emburrado, e me beijou
antes de sair.
Parei na frente da TV, colocando no aplicativo do YouTube, e
procurei a mú sica que queria. Quando ele retornou ao quarto, com duas
taças e duas garrafas de vinho, olhou para a TV e fez uma careta.
— Nã o vou dançar — afirmou, colocando as taças e uma garrafa
na mesinha e a outra no frigobar, e se jogou no sofá .
Eu o puxei pelas mã os, fazendo-o se levantar em um impulso.
— Vai, sim — insisti, vendo-o bufar.
Coloquei o clipe de One Way Or Another, que era uma das minhas
favoritas e comecei a dançar envolta de Cameron, depois de encher
minha taça. Mas nã o consegui segurar as gargalhadas quando ele
começou a imitar a coreografia no refrã o.
Depois de algumas mú sicas e duas garrafas de vinho vazias,
começamos a cantar e dançar — sem nenhum ritmo específico — a
mú sica Drag Me Down e Cameron soltou a voz, mostrando que sabia a
letra da mú sica toda. Quando o Harry atingiu uma nota alta no clipe,
Cameron o acompanhou.
— Meu Deus! — eu disse, animada, batendo palmas, e pulei em
cima dele, abraçando-o. — Sua voz é linda, perfeita e maravilhosa —
afirmei, beijando seu rosto a cada palavra.
Ele sorria feito criança recebendo meus beijos.
— Agora eu quem escolho as mú sicas — anunciou, pegando o
controle que estava em cima do sofá .
— Jesus — murmurei.
Mas ele colocou Baby do Justin Bieber, e o melhor foi ele tentando
deixar o cabelo de lado, como era o penteado do Justin no clipe.
Cameron se sentou no sofá , declarando que nã o dançaria mais
quando a mú sica Hips Don't Lie da Shakira começou, e eu decidi
provocá -lo, dançando enquanto ele me observava.
Eu me sentia poderosa, excitada e quente com a forma que ele me
encarava.
Sentei-me em seu colo, com uma perna de cada lado, e passei
meus lá bios nos dele, fingindo que ia beijá -lo.
— Já cansou? — questionei, virando-me para olhá -lo.
Ele riu e afundou os dedos em meus cabelos.
— Nã o, nem um pouco.
Virei o rosto, impedindo-o de me beijar e, em resposta, ele puxou
meu cabelo com um pouco mais de força. Com a outra mã o, segurou o
meu pescoço e selou nossos lá bios.
Desci as mã os na corda que amarrava seu roupã o e a desamarrei.
Passei os dedos em seu pau e delicadamente fiz círculos em sua glande,
sentindo-a ú mida. Abri um sorriso contra os seus lá bios e beijei seu
pescoço. Eu o segurei com uma das mã os e o esfreguei contra o meu
clitó ris e minha entrada molhada, gemendo em seu ouvido.
Mexi minha cintura, ainda o esfregando contra mim e ameacei
encaixá -lo. Ele gemeu, envolvendo minha cintura com seus braços, e
puxou meu cabelo.
— Quero que faça comigo o que imaginava quando me via de
costas, empinada pra você — sussurrei e mordi o ló bulo de sua orelha.
Ele me segurou pelo pescoço, fazendo com que eu o encarasse.
Senti um leve tapa contra minha bochecha e sorri mordendo o
lá bio.
Com um braço ao meu redor, Cameron se levantou e me trouxe
para trá s do sofá .
— Se segure no sofá — mandou.
Desci de seu colo e ele me virou, colocou a mã o em minhas costas
e me empurrou, fazendo-me ficar apoiada no sofá . Cameron arrancou
meu roupã o e o jogou em algum canto. Seus dedos subiram em minhas
costas, ele enrolou meu cabelo em seu pulso, e senti dois de seus dedos
entrarem em mim.
— Ah! Cameron… — gemi, surpresa.
— Você está tã o excitada — disse com satisfaçã o, e movimentou
os dedos, me massageando de forma deliciosa e enlouquecedora. —
Você é deliciosa!
Ele puxou meu cabelo e deu tapas em minha bunda. Em questã o
de segundos, começou a me penetrar de forma lenta e torturante,
permitindo que eu o sentisse duro e pulsante, até ele se estocar de uma
vez com força, com tudo, e eu agarrei uma almofada, tentando abafar
meu gemido.
Cameron começou a mexer a cintura enquanto puxava meu
cabelo e estimulava meu clitó ris. Meus seios deslizavam contra o sofá e
eu sentia o pau dele pulsando dentro de mim. Ele se mexia de forma
selvagem e parou de puxar meu cabelo para distribuir tapas em minha
bunda, que me faziam gritar de prazer.
— Cam, nã o pare, nã o…!
Ele agarrou meus dois braços, prendendo-os para trá s, e segurou
meus punhos com uma mã o só . Seu outro braço envolveu minha cintura
e me levantou um pouco, deixando-me na ponta dos pés. Aquela
sensaçã o eufó rica de que o á pice estava perto passou a dominar meu
corpo e eu me sentia desesperada. Estava tã o excitada que queria me
esfregar nele ou me tocar. E ouvi-lo gemer me enlouquecia.
Comecei a me mexer indo contra a sua pélvis, ouvindo o barulho
que nossos corpos faziam ao se encontrarem. Eu me forcei a ir mais
rá pido e me esfregar nele, até senti-lo ir tã o fundo, tã o duro e forte que
atingia a sensibilidade que distribuía prazer por todo o meu corpo e me
fazia gemer pelo orgasmo.
Mas Cameron nã o parou, deu outras estocadas até chegar ao
á pice e, ao sair de mim, esfregou o pau em meu clitó ris, fazendo com que
eu me contorcesse. Soltei meus pulsos de seu agarre para conseguir me
apoiar e nã o cair.
Nossas respiraçõ es eram tã o ofegantes que se tornaram audíveis.
Eu nã o conseguia me mexer e me endireitar; isso era simples, mas
parecia difícil e doloroso.
— Amor…
Minhas pernas bambearam e Cameron interrompeu sua fala para
me segurar. Ele sorriu e me pegou no colo, levando-me até a cama e me
colocando sobre o colchã o com cuidado, como se nã o tivesse acabado de
me colocar de quatro e acabado comigo. Em seguida, beijou meu rosto.
Eu me deitei na cama enquanto ele caminhava para dentro do
banheiro; envolvi-me com a coberta e suspirei apaixonada, sentindo-me
cada vez mais entregue a Cameron.
Era ó timo estar com ele. Eu podia ser a maior safada do mundo e
assim que o tesã o passasse um pouquinho, ele seria a pessoa mais
carinhosa comigo. Me dava colo para me sentar, mas também para
chorar. O ombro para me apoiar de todas as formas imagináveis e,
mesmo sendo selvagem, era cuidadoso e carinhoso.
Cameron saiu do banheiro, trocou a mú sica que estava tocando
no YouTube para um filme em algum canal, pegou nossas garrafinhas de
á gua e voltou para a cama. Ele me entregou a garrafinha, me olhou e
acariciou meu cabelo.
— A primeira vez que te vi bebendo vinho, você ficou assanhada
e me deixou desesperado. — Ele riu e beijou meus lá bios.
— A primeira vez que bebi vinho com você, você fugiu de mim,
mas agora, fico muito feliz que tenha ficado — afirmei e bebi um gole de
á gua.
— Eu nã o vou a lugar algum, senhora Styles — prometeu.
— Nã o mesmo. Se cogitar fazer isso, te tranco no quarto de novo
— ameacei.
— Sua safada — resmungou, avançando para cima de mim e me
beijando.
— Quero saber uma coisa — comentei.
— Sim, vamos descansar um pouco e eu te quero de novo —
respondeu, beijando meu pescoço.
— Nã o — rebati, fazendo-o me olhar. — Você parece preparado
em qualquer momento, a camisinha simplesmente aparece — observei.
— Como?
— Simples. Tem camisinha por toda a casa, em lugares
específicos que destravo com a minha digital. No quarto mesmo, tem em
todos os cantos que eu já me imaginei fazendo amor com você —
explicou.
— Cameron, você é inexplicável.
— E louco por você.
Capítulo 07 - Rebecca Styles

Quase três semanas depois do nosso casamento, eu já tinha aprendido a


cavalgar de algumas formas, feito oral em Cameron e descoberto que era
boa nisso, a julgar pelos gemidos e o desespero dele. Além disso,
discussõ es e provocaçõ es tinham ó timos resultado.
Ficamos a primeira semana toda dentro do quarto, saindo apenas
para fazermos as refeiçõ es do almoço, porque as outras fazíamos na
sacada, mas na segunda semana saímos para explorar a mansã o e
Cameron me apresentou cada canto que ele tinha camisinhas guardadas.
Passeamos pela Suíça algumas vezes, e em todas Cameron falava
sobre a histó ria que conhecia e eu me apaixonava cada vez mais por ele.
Eu estava conhecendo mais um lado do meu marido, o que
acordava e tomava banho cantando bem alto, como se nada no universo
pudesse deixá -lo triste.
E tínhamos dois combinados em nosso casamento: nã o deixar
ninguém se deitar ou se sentar na nossa cama, a nã o ser nossos filhos; e
nunca ir dormir sem dar um selinho e dizer “eu te amo”, mesmo quando
brigarmos.
Nessa terceira semana, nã o tínhamos feito exercícios por eu estar
no meu período menstrual ou, como Cameron chamava: sinal vermelho.
Ele me mimou desde o primeiro dia em que percebeu que eu
estava de TPM, assistiu a filmes comigo, me deixou chorar, fez
massagens, dormiu do meu lado enquanto eu lia, trouxe chocolates e
teve todo o cuidado ao me ajudar a tomar minhas medicaçõ es.
E, pela centésima vez, me dei conta de que o meu marido era o
homem da minha vida.

Observei cada foto da minha família no Brasil e, sem perceber, as


lá grimas desceram por meu rosto.
Seria o aniversá rio dos gêmeos na sexta-feira e de Isaac no
sá bado, e eles comemorariam os três no mesmo dia, mas eu ainda nã o
tinha tomado coragem para falar com Cameron desde o dia que minha
mã e me ligou para saber como estávamos e eu chorei explicando que
nã o sabia o que fazer.
Estávamos em lua de mel e eu sabia que podia falar a Cameron
tudo o que me deixava aflita, mas… era nossa lua de mel. Nã o queria que
ele achasse que nã o era algo importante para mim, porque era, e muito,
mas… seria o primeiro aninho dos gêmeos e eu nunca passei um
aniversá rio de Isaac longe dele.
A porta do quarto se abriu, porque Cameron estava voltando de
uma pequena reuniã o com os nossos seguranças, e fui pega de surpresa
pela sua aproximaçã o. Eu me escondi com o edredom, para que desse
tempo de eu disfarçar os olhos inchados e o nariz avermelhado pelo
choro.
— Rebecca — chamou e, ao julgar pelo tom, parecia ser sério.
Coloquei a cabeça para fora e o olhei, curiosa.
— Por que você parece bravo? — perguntei, estando já com o
rosto limpo.
— Porque estou. Quero que me dê um bom motivo para nã o ter
me contado que quer ir para o Brasil. — Ele me encarou com
interrogaçã o nos olhos. — Entrei no quarto enquanto você falava com a
minha sogra, no domingo, e ouvi você chorar e falar que nã o sabia como
conversar comigo sobre isso. Amor, que tipo de marido você pensa que
sou para ficar bravo quando você quiser estar com a sua família?
Funguei e limpei os olhos.
— Nã o é isso, eu só nã o queria parecer que nã o me importo com
a nossa lua de mel. Nã o pensei que você ficaria bravo, nã o foi nada disso.
Ele entrelaçou nossos dedos e beijou minha mã o.
— Passamos disso, minha princesa, nã o temos motivos para
escondermos nossos sentimentos e vontades um do outro. Você quer
que eu me esforce para mudar isso, entã o peço que faça o mesmo —
disse, acariciando meus cabelos e eu soltei a respiraçã o.
— Me desculpe — pedi, e ele se sentou na cama para me abraçar.
— Por que nã o falou antes? Você ouviu tudo no domingo.
— Primeiro porque eu me senti mal por nã o ter me lembrado da
data do aniversá rio de Isaac; dos gêmeos eu nã o sabia. Segundo, você
estava sensível, e eu, irritado. Nã o achei que seria bom conversarmos
naquele momento, e como você acordou chorosa, decidi esperar.
— Como você consegue ser perfeito o tempo todo?
— É um dom — disse, convencido, e eu acabei rindo.
— Você tem certeza de que quer ir para o Brasil?
— Sim, amor. Nosso voo será hoje à s oito.
— Ai, meu Deus. Preciso arrumar minhas malas — afirmei,
agitada, e ele riu.
— Só algumas coisas, amor. Nossos funcioná rios em Palo Alto
separaram algumas roupas de verã o, nã o precisa se preocupar. Nosso
pessoal manda para a nossa casa o que ficar aqui — explicou. — Mas por
favor, leve o pote de ouro.
— Pote de ouro?
— Se aquela malinha com as suas lingeries nã o é um pote de
ouro, eu sinceramente nã o sei o que é.
Dei um tapa em seu braço e ele me beijou.
— A malinha tem senha, como descobriu? — perguntei.
— Nã o duvide da capacidade de um homem viciado por sua
esposa — rebateu.
Abri um sorrido ao ouvi-lo, dei-lhe um selinho e caminhei para o
closet para separar algumas coisas que iria levar para o Brasil.
Depois de algumas horas, jantamos e seguimos para o aviã o.
Assim que chegamos ao alto céu, entrei no banheiro e coloquei um
vestidinho azul-claro que daria para usar com tênis quando pisá ssemos
em solo brasileiro.
Cameron me olhou quando saí e passeou com os olhos pelo meu
corpo todo.
— Quando é que o sinal vermelho acaba? — questionou quando
me sentei. — Daqui a uma semana?
— Uma semana? — repeti, confusa.
— Sim — respondeu como se fosse ó bvio. — Natalie ficava uma
semana de choro, muito estresse, com dor, falando que me amava e
depois que me odiava.
Gargalhei ao ouvi-lo.
— E você chorou por algumas coisas e reclamou de dor nas
pernas. Achei que seria bem pior.
— E por qual motivo você achou que seria pior?
— Porque eu convivi com duas mulheres. — Ele riu. — E Natalie
é uma experiência de se levar para a vida toda.
— Acho que nã o mudo muito de humor.
— Já é estressada e se acha a dona da razã o por natureza?
Eu o olhei furiosa, ele gargalhou apertando minha cintura e
beijou minha bochecha.
— Mas eu te amo exatamente assim — afirmou, dando vá rios
beijinhos em meu rosto.
Eu o empurrei e vesti minha meia que chegava até a batata da
perna, a qual eu usaria só até chegar no Brasil. Entã o, eu me cobri com
uma manta fina.
— O que estava dizendo era que fico um pouco mais emotiva que
o normal e com o corpo doendo, mas nã o sinto có licas com frequência —
expliquei, inclinando a minha poltrona para trá s.
— E até quando você fica assim?
Eu o olhei incrédula.
— É só com isso que você se importa?
— Sim — respondeu, como se estivesse claro, e me olhou. — Nã o!
Nã o?
A expressã o dele era uma graça, e eu nã o consegui manter a
postura de incrédula.
— Três dias, no má ximo quatro, senhor Styles, e já estou no final
do ciclo deste mês. Nã o faço a menor ideia do motivo que te deixa tã o
interessado nisso — ironizei.
— Oh, grandioso Deus, muito obrigado por essa bençã o, meu
Deus — Cameron disse, juntando as mã os como em uma oraçã o.
Revirei os olhos e ele sorriu.
— Você devia colocar outras roupas, vai ficar com muito calor
quando chegarmos no Brasil.
— Vou colocar um short daqueles finos que você arranca toda vez
que me vê usando — provocou.
— Faça isso e eu vou andar sem calcinha sempre que estiver de
vestido — ameacei.
— Você nã o é nem louca de pensar em fazer isso — rebateu.
— Me teste e você verá .
— Sua chata! — protestou.
— Se você nã o fosse gostoso, nã o estaríamos debatendo esse
assunto — aleguei, ouvindo-o gargalhar.
Capítulo 08 - Rebecca Styles
Santa Catarina, Brasil
Quarta-feira, 08:15
A caminho da Mansã o da família Nogueira
Estar no Brasil, depois de mais de um ano longe, era uma sensaçã o
nostá lgica e incrível. Sair de um país frio para um quente nã o foi
problema para mim, mas Cameron, assim que saiu do aviã o e ficou trinta
minutos longe do ar-condicionado, começou a ficar com o rosto
avermelhado enquanto falava com os seguranças.
Já estava no carro quando ele entrou, e o suor escorria em sua
testa. Ele nã o disse nada e se recostou no banco, ofegante, e fechou os
olhos, parecendo exausto.
— Amor, está sentindo alguma coisa?
— Nã o, amor, estou bem — disse devagar e sem abrir os olhos.
O motorista questionou se podia dar partida para o hotel e, na
ausência de uma resposta de Cameron, que pareceu nã o ter ouvido a
pergunta, eu respondi:
— Nã o, nos leve para a casa dos meus pais.
— Nã o, amor — Cameron retrucou lentamente. — Vai estragar a
surpresa.
— Surpresa vai ser a gente nã o aparecer porque você passou mal
de calor. Na casa deles vou conseguir cuidar de você melhor do que no
hotel.
Olhei para o motorista, informei o endereço e Cameron nã o
rebateu minhas palavras, coisa que raramente acontecia.
— Pode, por favor, colocar a temperatura do ar-condicionado em
18ºC? Ele ainda está muito quente.
— Claro, senhora Styles.
Puxei uma toalhinha de rosto que tinha deixado na bolsa. Eu já
sabia que isso ia acontecer; quando Carter, tio Paulo, Nicolly e Jeff
vieram ao país pela primeira vez, tiveram a mesma reaçã o ao calor.
Peguei uma das quatro garrafinhas de á gua gelada que tinham na
bolsa térmica, despejei um pouco na toalha e passei em seu rosto.
Ele abriu os olhos e um sorrisinho fraco.
— Você está pegando fogo — comentei, descendo a toalha em sua
nuca.
— É porque você está por perto — rebateu, me fazendo rir.
O motorista tentou se conter, mas acabou deixando escapar uma
risadinha.
— Você nã o perde uma — respondi, e ele abriu novamente os
olhos ao me ouvir.
— Toda oportunidade de enaltecer minha esposa, eu preciso
aproveitar.
Sorri, passando os dedos em seus cabelos ú midos pela á gua
gelada que eu tinha passado, e deixei a toalhinha ali. Peguei outra, que
seria minha se eu precisasse, molhei-a e coloquei por dentro de sua
camisa.
— Isso é bom — resmungou.
— Beba um pouco de á gua — pedi, entregando-lhe outra
garrafinha.
Cameron bebeu um gole d’á gua e encostou a cabeça no banco do
carro depois de me devolver a garrafinha. Parecia cansado, seu rosto
ainda estava avermelhado e seus olhos fechados, mas mesmo estando
nesse estado, manteve seu braço ao redor de minha cintura.
Depois de quase uma hora e meia, o motorista desacelerou um
pouco e Cameron acordou.
— Estamos chegando, senhora Styles, devo manter a velocidade
ou acelerar?
— Mantenha — Cameron respondeu antes de mim.
— Está melhor, amor? — questionei o olhando.
— Nunca fiquei ruim — ele disse, abrindo um sorrisinho leve.
Mas seus olhos ainda pareciam cansados, e eu temia que sua
pressã o abaixasse.
— Pode acelerar — pedi ao motorista, que concordou.
As crianças vieram correndo na direçã o do carro e, quando
Cameron se preparou para sair, eu o segurei pelo braço.
— Fique aqui, você vai ficar pior se sair.
— Mas amor…
— Cameron, por favor, nã o retruque.
Ele bufou e se arrumou no carro. Beijei seus lá bios e ele sorriu,
deixando desaparecer sua irritaçã o.
Ao sair do carro, o primeiro a pular em mim foi Isaac, que quase
me derrubou no chã o. Ele estava enorme; toda a minha família era alta e
Isaac agora era do mesmo tamanho que eu. Franzi o cenho, nã o me
dando conta de ter reparado nisso na cerimô nia do meu casamento,
talvez pela correria e todas as coisas que estavam acontecendo.
— Eu sabia! — anunciou, animado. — Falei para mã e que tinha
certeza de que vocês viriam, tinha certeza! — exclamou.
Nã o demorou para que minha família viesse para fora,
provavelmente avisados pelos seguranças ou outros funcioná rios. As
altas conversas começaram, todos querendo me abraçar e perguntar
como eu estava ou sobre Cameron. Contudo, por mais que eu os amasse,
nã o tinha tempo para isso agora.
Assobiei juntando os dedos na boca, como meu avô John me
ensinou para chamar cavalos na fazenda dele. Ele foi o primeiro a rir,
mas todos ficaram em silêncio.
De longe, vi minha sogra acompanhada de Natalie, Elliot e meu
sogro, que estava com Luke no colo. Natasha e Ryan já tinham pulado em
mim pouco antes de Nicholas os empurrarem, com cuidado e
provocaçã o, e me abraçar. Louis, que estava no colo de Felicity, pulou no
meu e acabei ficando com ele, pois envolveu os braços ao redor de meu
pescoço e deitou a cabeça em meu ombro.
— Eu amo vocês e vocês sabem disso, mas meu marido… —
Mamã e e minhas avó s sorriram, e eu tentei nã o me desconcentrar. — …
está passando mal por causa do calor. E por isso viemos direto para cá .
Iremos conversar depois, mas agora, por favor, preciso cuidar dele.
Antes que eu terminasse de falar, Nicholas e Elliot foram direto
para o carro, com Natalie e minha sogra.
— Vamos, Lou — mamã e chamou o garotinho, fazendo có cegas
leves nele, que foi para seus braços com facilidade depois de beijar meu
rosto. — Leve-o para a piscina coberta. Natalie, William, Arthur e Luke
passaram mal quando chegaram por conta do clima, mas ficaram bem
rapidamente, e seu esposo também ficará . — Ela abriu um sorriso
orgulhoso.
Eu a beijei no rosto, feliz em revê-la, principalmente estando no
Brasil.
— Estou feliz por estar aqui — afirmei, cantarolando.
— E nó s estamos felizes pela sua chegada. Agora vá cuidar do seu
marido — mamã e disse, sorrindo.
Eu me aproximei dos meninos que estavam levando Cameron
para dentro da casa. Ele andava com o braço envolto na mã e, abraçando-
a e ao mesmo tempo se apoiando. Quando me aproximei, mesmo com o
olhar baixo e cansado, ele me estendeu o braço desocupado.
— Natalie, me ajude a fazer algo para eles comerem — minha
sogra a chamou, e ela concordou.
— Estou feliz que estejam aqui — Natalie disse, beijando nossas
bochechas para em seguida ser puxada pela mã e, e as duas saíram
correndo como melhores amigas atrasadas para algo.
Elliot e Nicholas nos acompanharam até onde ficava a piscina
coberta, e eu nã o consegui deixar de sorrir ao ver a praia, que ficava tã o
perto que era possível vê-la através do vidro.
— Pede para Felicity trazer o aparelho de pressã o, Nic? — pedi, e
ele saiu.
— Eu quero me deitar — Cameron resmungou.
— Posso ajudar em mais algo? — questionou Elliot.
— Se puder pedir para alguém trazer duas toalhas, por favor —
disse, fitando-o, e ele concordou antes de sair, fazendo um aceno de
soldado recebendo ordens de um general. — Você precisa entrar na
piscina, vai se sentir melhor — afirmei, olhando para Cameron.
Saí de seus braços e parei a sua frente. Entã o, puxei a barra de
sua camisa para cima, tirando-a, e ele sorriu.
— Adoraria estar fazendo isso se estivesse me sentindo bem —
reclamou, fazendo bico, e eu coloquei sua camisa em um banco.
— Nem pense em fazer isso aqui — eu disse, desamarrando seu
short.
— E por que nã o? — questionou, tirando os sapatos. Ele se
sentou no banco para tirar as meias e puxou o short, livrando-se dele.
— Câ meras.
Tirei meu tênis e Cameron se jogou na piscina. Quando voltou
para a superfície, soltou a respiraçã o devagar e com alívio.
Eu me sentei na borda da piscina, deixando meus pés e um pouco
das minhas pernas sentirem a á gua refrescante, e ele ficou entre elas.
— Como se sente agora?
— Aliviado, estava com muito calor — admitiu. — Me sinto
refrescado agora, nã o sei o que aconteceu — brincou.
— Meu Deus, como nã o pensei nisso! Eu sei o motivo disso —
disse, fingindo espanto, e ele franziu o cenho.
— E qual seria?
— Nã o está claro? Você ficou melhor assim que entrou na á gua.
— Fiz um suspense e ele pareceu ainda mais confuso. — Você é uma
sereia!
Ele jogou á gua em mim enquanto eu ria de sua expressã o
incrédula.
— Entra comigo? — pediu, e eu balancei a cabeça negativamente.
— Ainda está no vermelho? — Neguei novamente, porque quando tomei
banho, antes de sairmos do aviã o, meu ciclo havia de fato acabado, e seu
rosto se iluminou de uma forma engraçada. — Por favor, entra agora —
disse, subindo as mã os por minhas coxas.
— Amor! — exclamei segurando suas mã os — Nã o podemos.
Primeiro que vai vir gente para cá daqui a pouco, segundo que as
câ meras sã o monitoradas por meu pai e meu avô Marcus, e você nã o vai
querer o resultado desse risco.
Ele bufou apertando minhas coxas.
— Para que ter câ mera aqui? — reclamou.
— Porque as crianças à s vezes vem para cá , e se tiver invasã o e
começar por aqui, eles vã o saber. Mas é muito estranho você reclamar
disso sendo que faria o mesmo — minha fala mudou sua expressã o de
irritado para um sorriso maroto.
— Tem razã o. — Ele deu de ombros. — Esse é o vidro espelhado,
certo? As pessoas lá de fora nã o conseguem nos ver.
— Exato — confirmei.
— Entã o se desligarmos as câ meras, a gente…
— Amor, nã o! Fora de cogitaçã o.
Ele fez bico, mas acabou sorrindo e deitou a cabeça em minha
coxa.
— Podemos entrar de olhos abertos? Por favor, me digam que
nã o estã o pelados — ouvi a voz de Natalie e a risada alta de Eliza.
— Por mim, estaríamos — Cameron disse e elas entraram na ala
de piscinas. — Mas aqui tem câ meras.
— Vocês dois nã o têm filtro nenhum — minha sogra disse.
Ela deixou a bandeja com lanches naturais, tigelas com frutas
cortadas e dois garfos, e Natalie deixou uma bandeja com uma jarra de
limonada e dois copos.
— Vocês nã o precisavam ter todo esse trabalho.
— Tudo pelos meu filho e minha nova filha — Eliza disse, dando
um beijinho em minha testa. Entã o, abaixou-se um pouco mais e
acariciou o rosto molhado de Cameron.
— Obrigado, mã ezona — Cameron disse, beijando a mã o da mã e
para em seguida deixar novamente as mã os em minhas coxas.
— Estamos indo — disse Natalie, puxando Eliza para que se
levantasse.
— Se alimentem e qualquer coisa nos chamem — Eliza afirmou,
aumentando o tom de sua voz enquanto Natalie a carregava para fora.
— Eles sabem se cuidar, mã ezinha, pelo amor de Deus — Natalie
replicou aos risos e ambas saíram.
As bandejas eram de madeira e com pezinhos, por isso nã o nos
incomodamos de deixá -las no chã o, ao meu lado. Levei um pedaço de
melã o com um garfo até os lá bios de Cameron, que aceitou. Ouvimos
passos se aproximando, e pela porta entraram Felicity e Nicholas, ela
com o aparelho de medir a pressã o e ele com as toalhas e dois roupõ es.
— Oi, Fê. — Sorri, fitando-a, e Cameron acenou para ela.
— Oi, casal. — Ela sorriu também.
— Eu estou novinho em folha, nã o preciso medir a pressã o —
Cameron se prontificou, com a cabeça ainda apoiada em minha coxa.
— Sim, você precisa — rebati, segurando-o pelo queixo.
— Nã o, nã o preciso. Eu estou bem.
— Se está tã o bem, deixe-nos confirmar para termos certeza. —
Ele abriu a boca para falar e eu o cortei: — Sem discussã o, Cameron.
Ele bufou, saindo da piscina, e balançou a cabeça, fazendo cair
á gua em mim propositalmente.
— Sem discussã o.
— Ok, crianças, eu quero ir para a praia logo e vocês nã o estã o
ajudando — Nicholas reclamou, tacando as toalhas em Cameron e me
entregando os roupõ es com delicadeza.
— Nã o joga assim, eu estava passando mal, seu insensível —
Cameron reclamou o olhando.
Nicholas mostrou o dedo do meio em resposta e Cameron o
respondeu mostrando os dois dedos do meio.
— Parem vocês dois — pedi, puxando as mã os de Cameron e
escondendo seus gestos.
Ele riu, selando nossos lá bios, e foi se secar. Entã o, estendeu o
braço para Felicity, que se abaixou, sentando-se no chã o. Eu me virei,
ficando de frente para ela e ao lado de Cameron, que colocou a mã o
desocupada em minha cintura. Nicholas se manteve de pé.
Meu coraçã o se aqueceu em ver meu primo olhando Felicity
completamente apaixonado e entregue. Ele estava se permitindo pela
primeira vez desde o término de seu ú ltimo namoro, que o destruiu. E
ele estava feliz, porque se tudo desse certo, ela se tornaria uma Nogueira
e nã o carregaria o fracasso do pai e irmã o, além de estar feliz como
aparentava.
— Tia Olivia pediu para avisar que o quarto de vocês é o segundo
a direita — Nicholas disse. — E as coisas de vocês estã o lá .
— Ah, sim, claro. Obrigada Nic.
— Sente dor de cabeça? — Felicity perguntou, como se Cameron
fosse seu paciente, e foi engraçado de uma forma que nó s quatro rimos.
— Sim, acho que é pela fome.
— Sua pressã o arterial está um pouco baixa. Você vai comer
agora, e se a dor de cabeça for por isso mesmo, vai ficar bem logo. Mas
como passou mal pela alta temperatura daqui, é melhor que evite ficar
em lugares muito quentes pelo menos hoje, que você acabou de chegar.
Beba muita á gua, descanse da viagem e deixe sua pele hidratada — ela
disse, olhando para mim quando viu que ele nã o faria nada do que havia
sido indicado. — Consegue fazer isso?
Acabamos rindo. Era mais fá cil Cameron cuidar de mim e se
atentar a todos os detalhes do que cuidar de si mesmo.
— Darei um jeito.
— Sei que vai. — Ela sorriu e se levantou, com Nicholas a
puxando pelas mã os. — Hoje à noite você já estará melhor e prontinho
para ir para a praia — relembrou.
— Eu posso fazer exercícios físicos? — Cameron questionou
dando um beijo na curva de meu pescoço.
— Depende muito, se for…
— Fê, ele está te zoando, nã o responda — eu a interrompi, depois
de perceber que ela ia explicar a Cameron.
— Acho que isso é um “Vã o embora, vocês estã o atrapalhando” —
Nicholas deduziu.
— Demorou para entender — Cameron disparou.
— Ai, meu Deus, Cameron — eu disse, aos risos.
Nicholas saiu puxando Felicity antes que voltá ssemos nossa
atençã o a eles.
— Precisamos comer, meu príncipe.
— Estou tentando — afirmou, me apertando um pouco mais, e
beijou minhas costas.
Eu me virei, dando vá rios tapas nele, que ria sem parar e segurou
minhas mã os.
— É brincadeira! — ele falou, e eu dei um ú ltimo tapa, fazendo-o
rir. — Nã o me bata, ainda nã o estou totalmente bem.
— Agora você diz isso, seu fingindo.
Ele deu de ombros e começou a comer. Depois se secou, colocou o
roupã o e levamos as coisas para a cozinha. Passamos pela sala, vendo
nossas famílias na praia, as crianças construindo castelos de areia ou se
enterrando nela, os homens jogando futebol, as mulheres no vô lei,
nossas avó s estavam com as crianças menores, e Meredith estava
embaixo de um guarda-sol com Luke. Os tios de Cameron nã o haviam
vindo, apenas seus avó s, seus pais e minha família toda.
— Se quiser ir com eles, amor, tudo bem, eu vou descansar um
pouco — Cameron disse me olhando.
— Nada disso, ficarei com você.
— Mas eles sã o sua família, sei que estava com saudades —
rebateu, pegando as roupas de minhas mã os.
— Você é minha família e eu nã o vou te deixar — afirmei, nã o
deixando qualquer espaço para ser contrariada.
Ele sorriu, concordando, e subimos para o nosso quarto.
As janelas estavam fechadas, e o ar-condicionado, ligado. Assim, o
cô modo estava em ó tima temperatura para Cameron, enquanto para
mim estava um pouco frio.
Cameron foi para o banho primeiro. Fechei as cortinas e, mesmo
nã o gostando muito, abaixei mais a temperatura do ar-condicionado. Ao
sair do banheiro, ele se jogou na cama, sem se secar ou tirar a toalha
molhada de sua cintura.
— Se arrume na cama, amor — pedi e tirei a toalha de sua
cintura, começando a secar seu corpo.
— Que sensaçã o horrível — comentou, deitando-se direito.
— Amorzinho, vou tomar banho e já venho ficar com você, me
chame se precisar.
Tomei meu banho e depois de vestida, saí do banheiro,
encontrando Cameron dormindo deitado de bruços. Aproveitei a
situaçã o para pegar um hidratante corporal e passar em suas costas,
braços e ombros.
— Isso é bom — murmurou, com um sorrisinho nos lá bios.
— Se vire para eu passar na frente, amor — pedi, e ele fez isso
com um pouco de lentidã o.
Cameron, depois da nossa primeira vez, nã o tinha um fio de
vergonha em ficar completamente nu em minha frente, e depois de três
semanas com ele dormindo pelado, eu tinha me acostumado, mas nã o
conseguia fazer o mesmo; com exceçã o da nossa primeira vez, eu
precisava de pelo menos uma blusa dele para dormir.
Passei o hidratante em seu peitoral, abdô men e nas laterais de
suas costas.
Ele sorriu me olhando, mas nã o um sorriso qualquer, e sim um
com o olhar carregado de admiraçã o, carinho, paixã o e amor. Cameron
se sentou na cama, pegando o hidratante de minhas mã os com calma.
— Deixa passar nas suas pernas, amor.
— Depois — ele respondeu, olhando para mim e acariciando meu
rosto. — Como você está ? Chegamos aqui e eu nã o sei se você está bem,
se sua glicemia está controlada ou se você fica mal com o calor.
Sorri, deitando-me na palma de sua mã o e passeei com os dedos
em seu braço.
— Eu estou bem, amor, e o fato de eu ser diabética nã o significa
que você nã o possa passar mal — afirmei, puxando um tom de
brincadeira, mas quando olhei em seus olhos pude ver que era
exatamente o contrá rio que ele pensava. — Amor, você sabe que nã o
precisa ser forte o tempo todo por causa de mim, certo?
Ele soltou a respiraçã o. Eu me arrumei em sua frente e acariciei
seu rosto.
— Meu amor, somos casados, mas somos individuais. Eu sempre
vou cuidar de você e sei que você vai cuidar de mim, mas nã o podemos
deixar nossa saú de de lado por achar que o outro nã o vai ficar bem. —
Entrelacei nossos dedos. — Carregar o peso juntos também faz parte do
casamento, mas nã o é só um segurar o peso e o outro deixar tudo para
lá . E quando digo que somos individuais, quero dizer que eu preciso
cuidar da minha saú de e você dá sua. Você nã o pode se deixar de lado e
me colocar acima da sua saú de.
— Mas eu estou bem — disse, piscando algumas vezes.
— Totalmente bem, é o que quero dizer.
— E eu estou — retrucou novamente, teimando.
— Bom — fingi acreditar em suas palavras —, podemos tomar
um sol agora, entã o, lá fora deve estar uma delícia de calor — afirmei, e
o ouvi gemer de desespero.
— Por favor, nã o — suplicou, e eu o olhei.
— Por que nã o?
Ele fez uma careta e afundou o rosto no travesseiro.
— Beba á gua, você precisa ficar bem hidratado — recomendei,
deitando-me.
Puxei uma manta fina para cima de mim, pois já sentia o frio do
ar-condicionado perfurando minha pele, e me arrumei no travesseiro.
Cameron nã o se cobriu, mas me abraçou do mesmo jeito.
Passado trinta e cinco minutos, seus braços estavam gelados, ele
se mexeu um pouco, se arrumou debaixo da manta e me enlaçou em seu
abraço.
Capítulo 09 - Rebecca Styles

Passei a mã o ao meu lado direto da cama em busca de Cameron, mas


estava vazio.
Depois de alguns minutos, eu me levantei, troquei minhas roupas
e desci as escadas.
Quando cheguei na cozinha, encontrei minha sogra observando a
paisagem pelas portas de vidro. Eu me aproximei para ver o que a fazia
sorrir, Cameron conversava com Nicholas — algo que parecia particular.
Meu marido estava com Luke em seus braços enquanto Nic segurava
Louis.
O sol estava quase se pondo e nã o estava abafado como quando
chegamos.
Era ó timo ver Cameron daquela forma, com os pés na areia, uma
bermuda de linho fino azul-escuro e sem camisa.
— Ah, oi, querida — Eliza disse assim que me viu.
— Oi, sogrinha. — Eu a abracei.
— Cameron disse que você acordaria em breve e pediu que
fritassem dois filés de frango para você. As coisas estã o no forno, vou
temperar a salada.
— Ah, nã o se preocupe, eu mesma faço…
Entã o, ela me lançou um olhar que dizia que isso nã o era uma
opçã o. Nã o tive opçã o senã o me render e, aos risos, respondi:
— Tudo bem!
Preparamos meu almoço, quase janta, e eu me sentei no banco da
bancada. Ela se sentou ao meu lado assim que terminou de preparar o
suco de laranja para nó s.
— Sentiu muito a falta de Cameron?
Ela sorriu me olhando e concordou.
— Sim, muito. Nunca fiquei mais de três dias longe dos meus
filhos. Mesmo quando Cameron morou com William, eu ia visitá -lo de
dois em dois dias, à s vezes todos os dias. — Ela o olhou do lado de fora e
voltou o olhar para mim. — Mas agora é diferente. Quando ele estava
com William, eu sabia que nã o estava emocional e psicologicamente
bem; por consequência, seu físico também estava mal. Agora, tudo nele
parece bem.
Eu o fitei enquanto comia minha salada.
— Tudo nele? — questionei.
— Sim, a forma dele de andar é mais leve e ele parece estar com a
alma descansada. Ele estava quebrado e tentava esconder, mas eu sabia.
E agora, ele nã o precisa falar, está irradiando felicidade. Você faz muito
bem para ele.
— E ele me faz muito bem — falei, e ela sorriu.
Minha sogra começou a falar sobre sempre ter nos apoiado,
desde que o namoro falso começou. e terminou dizendo que ficava feliz
por conseguir ver Cameron voltando a ser o garoto animado que era,
que nã o via mais o olhar frio e perdido que ele carregava.
— Agora vá ficar com seu marido, ele deve ter olhado no mínimo
quinze vezes para ver se você está indo ficar com ele.
— Sim, senhora — disse aos risos.
Depois de lavar meu prato e copo, segui na direçã o de Cameron.
Felicity agora estava com Luke em seus braços e Nicholas permanecia
com Louis.
— Finalmente! Achei que nã o viria nunca — Cameron reclamou
assim que me sentei entre suas pernas.
— Estava conversando com a minha sogra, nã o reclame.
Ele sorriu, abraçando minha cintura e beijando meu ombro, mas
ao fazer isso, Louis se jogou em meu colo.
Eu o peguei, e ele me abraçou pelo pescoço, dando um tapinha
em Cameron, como se isso fosse fazê-lo se afastar.
— Que isso, garotinho? — Cameron brincou, fazendo có cegas em
Louis, que se remexeu em meu colo.
— Prima. — Olhei para Nicholas, que havia me chamado. — Eu
estava falando com Cameron sobre amanhã ; tia Olivia queria que eu
saísse com Isaac para distraí-lo, mas tenho certeza de que se eu o
chamar, ele vai desconfiar.
Nicholas ficou me olhando.
— Acredito que Isaac vai desconfiar mesmo — comentei.
— Sim… — Ele continuou me fitando. — Você sabe o que eu
quero dizer.
— Sei, mas acho muito mais divertido quando você pede, ao invés
de esperar que eu me ofereça. — Apertei suas bochechas, ouvindo
Cameron e Felicity rirem baixo.
— Rebecca…
— Vamos, Nic, você consegue! — eu o incentivei.
Ele bufou e revirou os olhos.
— Pode fazer isso no meu lugar? — Gesticulei com a mã o para
que ele continuasse. — Por favor — disse contra a vontade.
— Ah, claro, sem problema nenhum — respondi aos risos, e Louis
pulou para o colo dele. — Mas vou precisar do jipe hoje.
— Eu sabia! — afirmou, convencido.
— A nã o ser que você nã o queira sair só com Felicity amanhã —
eu ameacei. — Pode começar a pensar em uma desculpa para a minha
mã e.
Ele me olhou, incrédulo.
— Como sabe disso?
— Ah, Nic, pelo amor de Deus, eu te conheço a minha vida inteira.
Você quer dar um perdido na família toda com a Fê, acha mesmo que
esse papo de “Isaac vai desconfiar” funcionaria comigo? Você consegue
convencer qualquer pessoa de fazer o que você quer — rebati, e ele riu.
— Nã o consigo convencer você.
— E nem vai, quero a chave do jipe. — Estendi a mã o na direçã o
dele.
— Cara, por que se casou com ela? — ele questionou, olhando
Cameron. — Ah é, ela te trancou no pró prio quarto — ironizou,
gargalhando.
— Idiota — Cameron riu, empurrando-o pelos ombros.
Nicholas me entregou a chave do jipe.
— Vou falar com Isaac — anunciei, levantando-me.
Limpei a areia de meu short e Cameron fez questã o de me ajudar,
mais especificamente batendo em minha bunda. Dei um tapa em sua
mã o e ele riu.
— E você vem comigo — acrescentei.
Cameron se levantou quando estendi as mã os para ele.
— Seus safados — Nicholas disse em voz alta.
— Seu intrometido — rebati e, sem esperar uma resposta, saí
andando com Cameron. — Vou te mostrar um lugar, em meia hora
estarei no quarto.
— Que lugar?
— Meia hora — repeti, selando nossos lá bios quando entramos
na cozinha.
Eu me afastei para me encontrar com Isaac, mas Cameron me
puxou pela cintura.
— Senhora Styles — murmurou e beijou meus lá bios.
— Amor…
— Eu quero você — sussurrou, beijando meu pescoço.
— Em meia hora, confie em mim — pedi, me soltando de seus
braços.
Cameron concordou, mesmo estando contrariado, e subiu para o
andar dos quartos. Encontrei Isaac com meus pais e meus irmã os na sala
de jogos brincando. Fiquei instantes os observando, feliz por aquilo.
— Becca! — Isaac anunciou, correndo em minha direçã o, e me
abraçou.
Os gêmeos vieram em minha direçã o desengonçadamente e
abraçaram minhas pernas. Fiz o que pude para abraçar os três e eles me
soltaram, voltando para os meus pais, enquanto Isaac me abraçou pelos
ombros e caminhou comigo.
Segui na direçã o dos meus pais e finalmente abracei meu pai,
algo que eu nã o tinha conseguido fazer desde o momento em que
cheguei.
— Oi, pai!
— Oi, caramelinho — ele respondeu, beijando meu rosto.
Sorrimos juntos. — Como está ?
— Estou bem e vocês? As crianças reagiram bem à chegada ao
Brasil? — questionei depois de abraçar minha mã e.
— Ficaram enjoados, mas nã o passaram mal — explicou mamã e.
— E Cameron?
— Agora está bem — repliquei aos risos, e olhei Isaac. —
Amanhã você fica mais velho, criança, e vamos sair.
Seu rosto se iluminou com um sorriso.
— Cameron vai?
Fiz expressã o de incrédula e ofendida.
— Ele é mais importante que eu, é?
— Sim — Isaac respondeu.
Baguncei seu cabelo, vendo meus pais rirem e os gêmeos
gargalharem pela bagunça que fiz nos cabelos de Isaac.
— Sim, Cameron vai.
— E podemos levar Ryan, Jeff, Joshua e os gêmeos? —
questionou, animado.
— Ryan, Joshua e Jeff sim, mas os gêmeos, bom… — Pensei um
pouco, mas antes que pudesse responder, ele voltou a falar.
— Por favor, Becca, faz tempo que a gente nã o sai com eles e será
o aniversá rio deles também. Queria sair igual daquela vez nas férias,
Cameron vai e vai ser ainda mais legal e…
— Filho, é um pedido um pouco exagerado — meu pai disse.
— Por favor! — Ele voltou os olhos para mim. — Eles ficaram te
chamando desde quando você viajou para a Suíça… — Ele parou de falar
repentinamente, cobrindo a boca com a mã o. — Eu nã o devia ter falado
isso. — Seus olhos foram na direçã o de mamã e e papai — Prometi que
nã o diria, me desculpem, eu nã o queria. — Sua respiraçã o começou a
ficar acelerada.
— Filho… — Papai pegou na mã o dele. — Respire comigo,
devagar.
— Mas eu…
— Nã o estamos bravos, respire fundo — pediu, sem soltar sua
mã o.
Fiquei instantes observando papai acalmá -lo. Isaac tendia a ficar
extremamente nervoso quando falava algo que achava nã o devia; sua
hiperatividade o deixava ainda mais agitado e ele começava a se culpar.
Ver que meus pais estavam tratando dessas situaçõ es da melhor forma
fez meus olhos se encherem d’á gua e eu abracei os gêmeos, trazendo-os
para o meu colo.
Depois de acalmado, Isaac disse:
— Nã o precisa levar eles, Becca, desculpe. — Ele olhou para o
chã o.
Abri um sorriso.
— Vamos levá -los, sim, é bom que Cameron vai repensando o que
ele quer. — brinquei. Meus pais franziram o cenho, e o olhar Isaac se
levantou com dú vida. — Ele quer ter seis filhos.
— Seis filhos? — Isaac gritou enquanto mamã e abria um sorriso
e papai me olhava impressionado.
— Shh, é segredo — brinquei, fitando-o.
— Ele é doido — Isaac afirmou.
— Acho uma ó tima ideia — mamã e disse.
— Mais para a frente, sou muito novo para ser avô — papai
completou aos risos.
— Mas Elo nã o poderá ir dessa vez — mamã e disse. — Ela teve
um pouco de insolaçã o hoje, acho melhor nã o arriscarmos nem a
deixarmos exposta ao sol pelo menos até amanhã .
Olhamos para Isaac, que balançou a cabeça em concordâ ncia.
Depois de alguns minutos, subi para o quarto, deparando-me com
a porta fechada. Eu a abri devagar, vendo que Cameron conversava com
Natalie no sofá do quarto, com ele deitado no colo dela falando sem
parar e ela rindo de tudo, porque sempre ria de tudo.
Tentei fechar a porta e deixá -los conversando, mas nada passava
batido diante dos olhos dele.
— Amor! — gritou.
— Nã o precisa anunciar para a casa toda — resmunguei
entrando no quarto, e ele fez uma careta.
— Preciso sim.
— Nã o, nã o precisa — rebati.
— Preciso si…
— Ah, pelo amor de Deus, vocês nã o mudam nunca? — Natalie
explodiu, empurrando Cameron de seu colo. Eu e ele nos olhamos e
começamos a rir. — Vou deixá -los a só s. — Ela beijou meu rosto e saiu
do quarto.
— Para onde vamos? — Cameron questionou.
— Hoje para a cabana, amanhã para um parque aquá tico. — Ele
sorriu me olhando. — É … — Eu me sentei ao lado dele, vendo-o franzir o
cenho. — Isaac me fez um pedido.
— E você aparentemente aceitou.
— Sim, mas é bom que você já vai treinando.
— O que você fez, mulher?
Achei graça de sua fala, e logo o respondi:
— Ele pediu para levar Ryan, Joshua, Jeff e Louis.
Joshua tinha doze anos e era primo de Cameron, mas veio com os
meus sogros por ser o melhor amigo de Ryan.
— Por mim, está ó timo. Só nã o levarei Luke, porque ele ainda é
muito novinho.
— Você nã o tem nenhuma objeçã o?
— Por que eu teria? Se quero ter seis filhos, sair com cinco
crianças nã o pode ser um problema.
— Jesus — murmurei, e ele sorriu.
Beijei seus lá bios.
— Vamos? — perguntei, levantando-me.
— Claro, minha esposa.
Saímos com duas mochilas e uma cesta cheia de coisas para
comermos.
— Por que vamos de jipe e nã o em outro carro?
— Porque esse jipe era do meu avô Marcus, e ele deixou para que
eu e Nic dirigíssemos. Ele fica aqui no Brasil, e sempre que venho para
cá , eu e Nicholas revezamos em usá -lo. Vovô ainda nã o nos deixou levar
para Los Angeles, porque sabe que vamos brigar por ele.
Cameron gargalhou e balançou a cabeça negativamente.
— Podemos comprar um — sugeriu.
— Nenhum jipe é o do vovô Marcus — expliquei com
empolgaçã o.
Seguimos para a cabana, e Cameron ficou instantes olhando cada
cantinho.
— Vovô Marcus construiu quatro cabanas aqui. Aquela… —
Apontei para uma mais distante da minha. —… era de tio Benjamin, as
outras duas que passamos era uma de tio Pedro e outra de tio Dave, e
esta era do meu pai. Uma para cada filho, na sequência em que eles iam
nascendo. Agora ficaram para os netos.
— Entã o essa é sua e de seus irmã os — deduziu, entrando no
quarto.
— Sim, e vovô reformou para colocar mais dois quartos para
Louis e Eloise.
— É uma ideia muito boa, acho que vou copiá -lo — comentou.
— Seis cabanas em nosso quintal, é o que pensa em fazer? —
perguntei, sorrindo.
— Nã o parece incrível?
— Sim, parece — afirmei, sorrindo, e abri a janela de madeira. —
A visã o daqui é incrível.
Ele sorriu concordando e afundou os dedos devagar em meus
cabelos. Seu corpo me empurrou contra a parede e seu braço envolveu
minha cintura.
— Você nã o tem noçã o do quanto eu quero você. — Cameron
roçou a ponta do nariz em meu pescoço.
Passei os dedos em suas costas e seus lá bios desceram em meu
pescoço. Eu o empurrei para a cama e me sentei em seu colo. Joguei o
cabelo para o lado e ele me olhou, completamente hipnotizado e duro.
— Caralho — sussurrou, afundando os dedos em meus cabelos.
Sorri enquanto o olhava e o beijei outra vez. Ele baixou as alças
do meu vestido e seus lá bios passaram em meu pescoço e, em seguida,
pelo meu ombro direito. Me mexi em seu colo, sentindo sua rigidez, e ele
agarrou meus seios, massageando-os por cima do vestido. Peguei suas
mã os e as coloquei em minha bunda, por baixo de minha roupa.
— Você gosta de me assistir, nã o é? — perguntei, passando os
lá bios em seu pescoço.
Ele sorriu e balançou a cabeça positivamente.
Saí de seu colo e tirei o shortinho que usava. Desamarrei o short
dele e ele o tirou junto com a cueca. Eu me sentei em seu colo
novamente e puxei sua blusa para cima, a jogando em um canto
qualquer. Inclinei meu corpo para trá s e me apoiei no colchã o com uma
mã o, deslizando a outra por meus seios e meu abdô men. Enfiei minha
mã o por baixo do vestido e por dentro de minha calcinha.
Cameron agarrou minhas coxas e gemeu quando afundei dois
dedos dentro de mim, roçando em mim seu pau descoberto. Comecei a
rebolar a cintura, gemendo seu nome enquanto ele apertava minha
bunda, me pressionando mais contra sua excitaçã o.
— Rebecca… Rebecca… — suplicava com os lá bios em meu
pescoço. — Eu… eu quero você, amor — implorou, em um sussurro
ofegante.
Quando eu ia tirar o vestido, Cameron agarrou a parte de cima e o
rasgou até o final, puxando-o para trá s e me fazendo tirá -lo, jogando-o
para o lado em seguida. Ele estava desesperado ao ponto de destruir
minha calcinha e, por isso, se livrou dela. Entã o, eu me encaixei em cima
dele.
— Porra… — sussurrou, e eu sorri.
Cameron apertava minha cintura cada vez mais forte enquanto
eu rebolava. Seus dedos subiram em minhas costas, me fazendo colar os
seios em seu peitoral, e sua mã o puxou meus cabelos.
— Você é… perfeita… meu amor… — sua voz falhou.
Minha respiraçã o ofegante se juntou à dele. Ele tentou trocar
nossas posiçõ es, porque sempre queria ficar sobre mim, mas eu queria
vê-lo.
— Hoje nã o — sussurrei.
— Mas… amor… eu… eu nã o estou me aguentando — admitiu,
parecendo desesperado.
Apoiei as mã os na cama, inclinando meu quadril para frente e o
sentindo maior dentro de mim. Comecei a me mexer mais rá pido, com
Cameron me puxando mais para si, e agarrei o lençol, sentindo-me
completamente preenchida de uma forma deliciosa.
— Amor… Rebecca… — Cameron chamou, como se implorasse
por algo.
Suas mã os me puxaram ainda mais, fazendo com que nossos
corpos se colassem totalmente quando chegamos ao orgasmo. Eu tremi
em cima dele, gemendo em seu ouvido. Encarei Cameron e me senti a
mulher mais linda e espetacular do universo quando o vi sem conseguir
se conter. Seus cabelos estavam bagunçados, os olhos fechados, o rosto e
corpo avermelhados, e a cabeça jogada para trá s.
Ele aproximou os lá bios dos meus, com mechas do meu cabelo
enrolando em seus dedos. Fechou os olhos, ainda respirando com
dificuldade, e depois de alguns instantes, olhou em meus olhos.
— Você se superou, senhora Styles — sussurrou com a voz
cansada, e envolveu o braço desocupado em minha cintura.
— A prá tica leva à perfeiçã o, senhor Styles — afirmei, abraçando
seus ombros.
Cameron inclinou o corpo, deitando-me na cama e ficando por
cima de mim. Ele saiu devagar do encaixe de meu corpo, mas
permaneceu entre minhas pernas.
— Devíamos praticar outra vez — rebateu, fazendo-me rir.
— Você nã o perde uma — observei, e ele sorriu.
Eu o empurrei à s pressas e corri para o banheiro me limpar.
Quando saí, cruzei os braços e ele gargalhou.
— Se eu nã o tomasse remédio, Cameron William Styles, o que
seria de nó s?
— Pare de tomar e vamos contar com a fé — desafiou, e eu
mostrei a língua para ele, deitando-me na cama em seguida. — Nunca
me senti tã o perto de ser consumido como me sinto por você — ele
sussurrou, e eu o abracei pela cintura, fitando-o. — Sabe o que é tudo em
você pertencer a uma pessoa? Todos os meus sonhos, desejos, vontades
sã o por você, meu corpo, meu coraçã o e minha alma… eu sou
completamente seu.
Sorri e beijei seu peitoral.
— É uma loucura — confirmei. — Nã o sei explicar, me sinto
independente e feliz comigo mesma, e ao mesmo tempo que me sinto
sua por completo.
— É exatamente assim que me sinto — disse, acariciando meu
rosto devagar.
Ficamos instantes aproveitando a presença um do outro,
trocando carícias em silêncio.
— Amor — eu o chamei, desviando meu olhar da paisagem que
vinha da janela aberta e o virando para ele.
— Sim?
— Você disse que o que sente comigo, nunca sentiu com ninguém
— comecei, e ele abraçou minha cintura. — E na nossa primeira vez,
você disse que nunca tinha sentido nada parecido. Sua primeira vez nã o
foi boa? Nada especial?
Ele pensou um pouco.
— Foi superespecial — disse, dando de ombros, e enrolou uma
mecha de meu cabelo em seu dedo. — Você sabe que foi com Alice — ele
falou, e eu concordei. — De início eu nã o queria, nã o fazia questã o, mas
ela começou a me pressionar e à s vezes falava que a escola toda riria de
mim em saber que o capitã o do time era virgem… — Ele se sentou ao
meu lado com o lençol o cobrindo até a cintura.
— E por pressã o, você cedeu — deduzi.
— Eu nã o tinha muito a perder — respondeu, olhando para um
ponto específico como se estivesse se lembrando daquele dia. — Em
uma festa na casa dela, acabou acontecendo, mas eu tinha bebido tanto
que devo ter durado doze segundos.
— Uau, doze segundos é… — comecei, com expressã o de
impressionada, e ele gargalhou. — Impressionante — brinquei.
— Eu sei, eu sei — disse, fingindo convencimento.
— E como você se sentiu depois?
— Bebi o dobro do que tinha bebido antes, me senti péssimo…
usado.
Franzi o cenho e ele acariciou meu rosto.
— Sempre achei que os garotos só queriam sexo. Que nã o
ligavam para quem, onde ou quando, só queriam que acontecesse e fim
— admiti. — Você gostava dela na época?
— Eu me convencia que sim, isso fazia eu me sentir menos pior.
— Ele deu de ombros.
— Sinto muito — disse, sem saber se era a coisa certa a se dizer.
— Hoje em dia nã o importa — comentou, deitando-se na cama, e
me puxou para me deitar com ele.
— Você bebeu até ficar bêbado antes de acontecer?
— Bebi justamente para ter mais coragem e nã o desistir quando
a hora chegasse — disse, olhando para o teto.
— Amor, isso é horrível — comentei, sentindo um embrulho no
estô mago.
— É , eu sei. Mas quando foi com você, foi totalmente diferente. —
Apoiei a cabeça em minhas mã os, que estavam em seu peitoral, para
conseguir olhá -lo. Ele sorriu, passando os dedos em meu rosto. — Eu
nunca tinha feito amor antes.
Automaticamente abri um sorriso. Mesmo tendo a ideia de que
isso era verdade, ainda assim era uma surpresa ouvi-lo declarar em voz
alta.
— Nã o sei o que dizer — admiti, e ele riu, concordando.
— Surpreendente, nã o?
— Muito — eu disse, levantando-me da cama puxando um dos
lençó is para cobrir meu corpo. Usando um braço para segurar o tecido,
parei de pé em sua frente. — Senhoras e senhores, eu, Rebecca Styles, fui
a primeira com quem Cameron Styles fez amor! — E fiz uma reverência,
como em um teatro no fim de uma peça.
Ele aplaudiu, sorrindo. Aproveitei para ir ao banheiro e, na volta,
joguei o lençol em Cameron, coloquei uma camisa dele e uma calcinha.
Eu me joguei na cama, vendo que seus olhos nã o desgrudavam de mim.
— Tenho outra pergunta. — Ele acenou para que eu continuasse.
— Você parou de sonhar comigo?
— Depois que noivamos, sim.
— Eu também — afirmei. — Durante o tempo em que estávamos
separados, eu sonhava sempre com você. Quando terminamos também.
— Era insuportável. Mas quando estávamos juntos, eu sonhava
pouquíssimo.
Pensei um pouco.
— Definitivamente nossas almas nã o queriam se separar —
brinquei.
— E fico muito feliz com isso, mas nã o entendi o motivo de você
ter colocado essas roupas, sendo que vou tirá -las — afirmou, afundando
o rosto em meus seios.
Capítulo 10 - Rebecca Styles

O parque aquá tico era a quase uma hora da mansã o e os meninos nã o


paravam quietos de tanta animaçã o enquanto guardavam as coisas no
porta-malas do carro.
— A que horas devemos estar aqui? — perguntei à minha mã e,
que me entregou as coisas de Louis.
— À s seis.
— Certo, time, olhem para mim — Cameron começou, e os
meninos pararam em sua frente. — Preciso que vocês fiquem juntos
hoje e saiam em duplas, mas nunca sozinhos, e avisem eu ou minha
esposa.
— Minha esposa — Joshua cantarolou, provocando Cameron.
— Ela é nossa — Jeff rebateu.
— Nem foden…
— Cameron! — adverti, e ele me olhou como uma criança
encrencada, ao passo que os meninos caíram na risada.
— Aproveite, filha — mamã e desejou. Entã o ela me abraçou e
voltou para a casa.
— Continuando, quero entregar vocês inteiros para os pais de
vocês, entã o colaborem e nã o teremos problemas. Combinado, time?
— Combinado! — gritaram juntos.
Ele arrumou Louis na cadeirinha e os meninos entraram no carro
de sete lugares. Louis estava animado e tentava conversar com os
meninos que brincavam com ele à medida em que falavam alto.
Durante o percurso, eu e Cameron nos olhávamos aos risos com
as conversas dos meninos. Seus dedos estavam entrelaçados nos meus e
quando ele precisava soltar minha mã o, a deixava em cima de sua coxa.
Tomamos nosso café da manhã na padaria e seguimos para o
parque aquá tico.
Os olhos de Isaac brilharam, e a primeira coisa que ele fez
quando saiu do carro, foi pular em mim e me abraçar.
— Você é a melhor irmã do universo — afirmou, me levantando
no ar.
— Menino, você vai me matar — ele riu, e eu retribui o abraço. —
Eu te amo, feliz aniversá rio, e nã o coloque fogo nesse lugar.
— Aqui tem á gua. Qualquer coisa, estaremos protegidos —
rebateu, o que me fez rir.
Ele correu para junto dos meninos que olhavam a entrada do
parque e conversavam animados. Eu me virei para Cameron, que
colocava o chapeuzinho em Louis com cuidado. Era a coisa mais linda
vê-lo cuidando do bebê.
— Meninos — chamei, e eles me olharam —, venham pregar as
mochilas.
Abri o porta-malas e cada um pegou a sua.
— Precisa de ajuda com alguma coisa do Lou? — Jeff questionou.
— Nã o, mas obrigada.
Ele sorriu e seguiu os meninos.
Cameron veio na minha direçã o depois de pegar Louis no colo,
com a alça da nossa bolsa jogada em seu ombro. Tentei pegá -la, mas ele
simplesmente nã o deixou.
— Podemos ir, senhora Styles?
— Podemos, senhor Styles — disse, pegando a boia e a pequena e
leve bolsa de Louis. Cameron me deu um selinho e abriu um sorriso no
final.
Entramos no parque e os meninos começaram a dizer para onde
queriam ir, todos de uma vez.
— Meninos — eu os chamei, mas eles estavam tã o eufó ricos que
nã o me deram atençã o. — Meninos! — exclamei, e seus olhos se
voltaram para mim. — Sei que estã o animados, mas precisam passar
protetor solar antes de tudo.
Os meninos começaram a se ajudar. Jeff passou primeiro o
protetor solar em Ryan, para depois passar em si mesmo. Passei em suas
costas, lembrando-me de Pollo na infâ ncia, que sempre queria ser ú til e
ajudava sem que alguém pedisse.
Jeff, entã o, ajudou Joshua enquanto Isaac ajudava Cameron com
Louis.
— Sua vez — eu disse ao meu esposo.
— Nã o precisa. — E deu de ombros, em provocaçã o.
— Você é o que mais precisa, garoto — rebati e ele me fez uma
careta.
Passou o protetor em mim quando terminei de passar nele e
começamos a planejar quais seriam nossos pró ximos passos.
— O que acha de eu ficar com Louis e você levar os meninos nos
brinquedos?
— Quer ficar com a parte fá cil, Cameron? — Ele riu dando de
ombros. — Meio a meio.
— Você começa — alegou, o que me fez rir.
— Espertinho — rebati.
Em todos os brinquedos que os meninos queriam ir, nó s fomos.
Independentemente da altura, do medo ou do perigo, e Cameron gritava
o tempo todo para que eu tomasse cuidado.
— Quero ir ao tobogã ! — Jeff disse animado.
— Eu também! — Isaac gritou.
— De jeito nenhum! — Cameron replicou, aproximando-se com
Louis no canguru preso ao seu corpo.
— Vamos, sim — eu disse, animada.
— É perigoso — ele rebateu.
— E divertido — reafirmei, vendo-o me olhar com uma expressã o
incrédula antes de balançar a cabeça negativamente, desistindo.
— Tomem cuidado, por favor.
— Ok, pai — Isaac brincou e Cameron lhe deu um leve tapa na
cabeça.
Ryan e Joshua optaram por nã o ir devido à altura do brinquedo.
Era uma adrenalina incrível, e Isaac quase desmaiou na descida.
Depois do susto, começamos a rir sem parar.
— Eu quase desmaiei! — anunciou, correndo até os meninos.
— Santo Deus — ouvi Cameron dizer, eu e os outros caímos na
risada.
— Rebecca é seu pesadelo, nã o é, Cameron? — Jeff observou aos
risos.
— Ela vai me matar do coraçã o — replicou.
— Hoje é seu teste, e até que você está indo bem — reforcei e
beijei seu rosto.
Almoçamos e foi a vez de Cameron brincar com os meninos,
quando todos estavam descansados. E se eu amava adrenalina, ele
amava o dobro. Jeff, Isaac e Joshua adoravam, mas Ryan, por ser o mais
novo, preferiu ficar comigo e Louis.
— Você queria estar brincando com os meninos? Cameron pode
ir em brinquedos mais tranquilos — sugeri, olhando Ryan enquanto ele
brincava na piscina com Louis, que estava na boia a minha frente.
— Eu gosto de ficar com você. — Ele sorriu me olhando.
— Ah, e eu gosto de ficar com você — afirmei, sorrindo.
— Amor — Cameron chamou, aproximando-se e rindo sem parar.
Os meninos correram em minha direçã o e Isaac estava vermelho como
um tomate.
— Irmã , eu odeio seu marido — protestou, pulando nas costas de
Cameron, que o derrubou na piscina, fazendo Louis gargalhar.
— O que aconteceu? — questionei rindo, sem entender o que
estava acontecendo.
— Becca, toda garota que passava perto da gente ele apontava
para mim e falava “É aniversá rio dele e ele aceita um beijinho de
presente”. Eu te odeio. — Isaac disse jogando á gua na direçã o de
Cameron, que gargalhava.
— Cameron, pelo amor de Deus. — Passei a mã o na testa e
balancei a cabeça negativamente, rindo com eles.
— Pelo menos uma menina deu um selinho nele. — Jeff deu de
ombros e gargalhou, sentando-se dentro da piscina.
— Cala a boca, Jeff! — Isaac protestou.
Joshua nã o conseguia falar de tanto que estava rindo, assim como
Cameron, que nã o tentou se defender.
— Como assim uma menina aceitou? — perguntei, mais
impressionada com o fato de uma garota ter aceitado do que em saber o
que Cameron tinha feito.
Isaac deu de ombros e disse:
— Foi só um selinho, nada demais. — E se sentou na borda da
piscina, com expressã o de cansado.
— Acho que os meninos querem descansar — Cameron
comentou.
— Você tirou toda a energia deles?
— Eles nã o aguentam me acompanhar — afirmou, convencido.
Louis estendeu os bracinhos para Cameron e ele, assim que viu, o
pegou.
Optamos em ficar em uma piscina mais calma e vazia. As pessoas
presentes estavam afastadas. Cameron pediu para que dois seguranças
fossem comprar sorvetes com os meninos e trouxessem milkshake para
nó s.
Nó s nos sentamos dentro da piscina, Cameron com Louis em seu
colo e eu ao seu lado, virada de frente para eles.
— Está na hora de Louis comer — avisei.
Peguei o iogurte de frutas que estava na bolsa térmica junto com
a minha medicaçã o e Louis quase arrancou o iogurte de minha mã o.
— Você vai ser uma ó tima mã e — Cameron disse quando
comecei a dar iogurte a Louis em uma colherzinha. — Os meninos te
amam, falaram o tempo todo que nã o sabiam com quem tinha se
divertido mais, porque você também foi em todos os brinquedos, e teve
o maior cuidado com Ryan.
— E você será um ó timo pai, os meninos nã o vã o parar de falar
de você tã o cedo — afirmei aos risos. — E você é extremamente
cuidadoso com Louis.
O sorriso de Cameron sumiu, dando espaço a apreensã o.
— O que foi?
Seus olhos se levantaram em minha direçã o.
— Acha mesmo que serei um bom pai? Quero dizer, e se eu
acabar fazendo com meu filho o que meu pai fez comigo?
— Amor, você nã o é seu pai — afirmei, dando a ú ltima colherada
a Louis.
— Eu sei, mas… — Suas palavras foram interrompidas pelo choro
de Louis, reclamando por ter acabado o iogurte.
Precisei lhe dar um pedaço de melã o para que ele se acalmasse.
— Tenho certeza de que você vai ser um ó timo pai, Cam, e tem
todo o meu apoio caso queira conversar com um especialista. Mas, se
quer saber, você é uma pessoa linda de coraçã o e cuida tã o bem de quem
ama que nã o tenho dú vidas do pai incrível que você se tornará —
reafirmei e beijei rapidamente seus lá bios.
Antes que pensá ssemos em continuar o assunto, nossa atençã o
foi voltada aos meninos, que correram em nossa direçã o e se sentaram
dentro da piscina rasa.
O segurança, que usava uma camisa regata e short preto com o
logo da Supremacia — a pedido de Cameron, devido ao calor — nos
entregou nossos milkshakes e se afastou. Louis tentou puxar o
milkshake da mã o de Cameron e explodimos em risadas.
— Ah, isso é para ele — Isaac disse, me entregando um geladinho
gourmet. — Mamã e disse que ele pode comer esse.
— Obrigada, aniversariante — agradeci, bagunçando seu cabelo.
E ele sorriu.
— Acho que esse foi o melhor aniversá rio da minha vida — Isaac
comentou, aproximando-se mais de mim até ficar ao meu lado.
— Seu dia ainda nã o acabou, maninho.
Ele deu de ombros e sorriu. Olhamos Cameron brincar com Louis
na á gua depois de deixar seu copo com milkshake no chã o ao nosso lado.
Ele tinha todo o jeito e cuidado com Louis e o pequeno o abraçava pelo
pescoço como se ele fosse seu porto seguro.
E eu sorri, sabendo que ele seria o melhor pai do mundo.
Paramos em uma praia, para vermos o sol se pondo, uma vez que
minha mã e avisou que as coisas ainda nã o estavam prontas.
— Amor — eu o chamei, durante o silêncio que reinava dentro do
carro, com todos adormecidos. — O que achou do dia hoje?
— Incrível. Aqui é lindo, as praias e os lugares, e é acolhedor. —
Ele sorriu. — Quando nã o conseguia entender as palavras de algumas
pessoas, eles tentavam explicar e era cô mico. Isaac quem salvou a gente
e teve alguns funcioná rios que sabiam inglês, mas sério, hoje foi um dia
ó timo e… — Seus olhos vieram na minha direçã o.
— E?
— Tenho mais certeza de que quero ter muitos filhos.
Eu o olhei por instantes. Em seguida, fingindo decepçã o, eu disse:
— Tinha quase certeza de que você desistiria.
— Seu plano maléfico falhou, amorzinho. — Ele apertou minhas
bochechas e deu beijinhos em meu rosto.
— Ah, que tristeza, preciso elaborá -los direito — afirmei,
passando os dedos no queixo como se estivesse pensando nos meus
pró ximos passos.
— Nenhum vai dar certo, garotinha. — Ele bateu os dedos em
minha testa e em resposta afastei sua mã o com um leve tapa. — Se
depender de mim, teremos seis — reafirmou.
Balancei a cabeça negativamente, rindo da sua animaçã o. Recebi
uma mensagem da minha mã e e seguimos para o carro, a fim de
retornarmos para a casa.
Era do conhecimento de Isaac que viemos ao Brasil para
estarmos com ele no dia do seu aniversá rio, mas ele nã o sabia que
mamã e planejara uma festa enorme para ele e os gêmeos, mesmo que
nã o fosse muito difícil imaginar algo assim.
Depois que todos tinham despertado, Cameron pegou Louis da
cadeirinha e entramos na casa.
Minha família era péssima em surpresas, deixaram todas as luzes
apagadas, sendo que nunca ficava tudo apagado. De imediato, Isaac
soube o que estava acontecendo.
— Surpresa! — gritaram em uníssono.
Louis se assustou com o grito e começou a chorar. Olhei para
Cameron, que estava tapando os ouvidos do bebê com todo o cuidado
possível e o acalmou, afastando-se dos convidados.
Isaac, com seu olhar julgador, ficou os olhando com os braços
cruzados.
— O que erramos dessa vez? — papai questionou com o cenho
franzido.
— As luzes, vocês apagaram todas as luzes — Isaac disse como se
fosse ó bvio.
— Vocês sã o péssimos — acusei, olhando-os.
Caímos na risada. Desde os dez anos de Isaac, minha família tenta
surpreendê-lo de alguma forma, mas ele sempre percebe antes.
Mamã e disse que os presentes seriam entregues depois a ele e
aos gêmeos. E ordenou que eu e os meninos subíssemos e tomá ssemos
nosso banho antes de participarmos da festa. Meus tios já estavam na
churrasqueira, pois todo aniversá rio de Isaac era um churrasco, já que a
família toda estava reunida depois das festas de fim de ano.
Eu me aproximei de Cameron, que conversava com Elliot e
Natalie. Vovó Abigail se aproximou junto comigo.
— Com licença — vovó pediu e todos a olharam —, preciso levar
o pequeno para tomar um banho.
Cameron concordou, deu um beijinho na cabeça de Louis e o
entregou com cuidado para vovó .
— Oi, casal — eu disse, abraçando Natalie e, em seguida, Elliot.
— Oi, cunhada capitã — Elliot cumprimentou.
— Oi, irmã — Natalie disse, lançando-me uma piscadela que me
fez sorrir em resposta.
— Precisamos tomar banho — falei, voltando meu olhar a
Cameron, que me puxou pela cintura. — E trocar essas roupas.
— Sabia que se tomarmos banho juntos além de economizar
á gua, ainda vamos nos arrumar mais rá pido? — Cameron rebate.
— Aí, meu Deus, Cameron — Natalie disse rindo.
— Mandou muito bem, cara — Elliot e ele trocaram um toque de
mã o.
— É , cara, vai ser para a sua irmã que ele vai falar isso — rebati, e
Elliot me olhou como se tivesse visto um fantasma.
— Rebecca! — Natalie protestou.
— Acabou com a minha noite — afirmou Cameron, indignado,
enquanto fitava Elliot.
— Eu nã o falei nada, foi ela — Elliot acusou, balançando a cabeça
negativamente. — Sabia que você me odiava desde quando roubou meu
namorado, mas depois dessa, eu tenho certeza — disse, olhando para
mim.
— Nã o roubei, ele veio por livre e espontâ nea…
— Pressã o. — Elliot colocou a mã o na cintura. — Você o prendeu
no pró prio quarto.
— E o forcei a entrar num aviã o e vir atrá s de mim? Supera,
Elliot, ele te trocou por mim — rebati, fingindo afronto.
— Você é uma desaforada — disse Elliot, apontando o dedo na
minha cara enquanto ainda mantinha a outra mã o na cintura.
— O que estamos fazendo das nossas vidas, maninho? — Ouvi
Natalie questionar, e nossos olhares se voltaram para ela, que nos
encarava junto com Cameron.
— Boa pergunta, maninha, boa pergunta — Cameron disse.
— Vamos subir, amor — eu o chamei, entrelaçando nossos dedos.
Nã o podíamos demorar no banho, mas Cameron ignorou isso
com naturalidade quando começou a beijar meu pescoço. E eu
simplesmente aceitei a situaçã o, como se nã o tivemos uma festa de
aniversá rio acontecendo no andar debaixo.
Era impossível resistir a Cameron Styles.
Por ter entrado no banho antes dele, consegui sair primeiro
também. Provei três roupas, mas nenhuma me parecia apropriada.
Quando Cameron saiu, eu estava na quarta roupa: um vestido curto na
cor azul turquesa, cinturado, porém solto abaixo da cintura e de alças
bem finas.
— Olha, amor. — Eu me virei para ele e desci as alças do vestido.
— Eu me queimei.
Ele sorriu, aproximando-se enquanto secava a nuca com a toalha,
e sua expressã o mudou para desapontado.
— O que foi? — Levantei seu rosto pelo queixo.
— Nã o coloquei meu biquíni… — Ele fez bico e eu explodi em
altas risadas. — Nã o ria de mim, nã o fiquei com marquinhas, você nã o
me avisou — protestou.
— Prometo te lembrar na pró xima vez.
— Nã o sabia que era possível, mas você está ainda mais gostosa
— disse, roçando o nariz em meu pescoço e apertando minha bunda.
— Cameron! — Eu me virei de costas, o que facilitou seus beijos
em meu pescoço e suas mã os entre minhas coxas. — Cameron! — eu o
chamei de novo e, dessa vez, afastei nossos corpos. — Vou trocar de
roupa.
— Nã o! Por quê? Está ó timo assim. — Ele tentou me puxar pela
cintura, mas consegui desviar.
— Nã o confio em você.
Ele bufou e cruzou os braços.
— Você está gostosa pra caralho, mas prometo me comportar —
afirmou, descruzando os braços.
Descemos as escadas depois de arrumados, e Cameron estava tã o
familiarizado com os meus parentes que meu avô Marcus o levantou do
chã o, em animaçã o por sua presença.
Isaac gritou ao receber nossos presentes: um skate e uma
guitarra. Ele nos abraçou e saiu correndo para mostrar aos nossos avó s
o que tinha ganhado.
Eu me sentei no sofá na ala de piscinas, observando toda aquela
movimentaçã o da minha família que parecia ainda mais caó tica em solo
brasileiro, e acabei sorrindo por ver que Cameron seguia a mesma
energia que eles.
Ele parou de conversar com Nicholas e se aproximou de mim com
um prato cheio de pedaços de carnes assadas e um copo grande de
caipirinha de morango com cachaça.
— Você vai estar sempre com um copo de caipirinha nas festas?
— Perguntei em provocaçã o.
— Isso é um suquinho, senhora Styles — afirmou.
Peguei um pedaço de carne com um garfo, olhei Nicholas e voltei
para Cameron.
— O que você estava falando com Nicholas? Desde ontem
parecem estar conversando algum assunto sério — observei.
— Ele veio me passar um recado de Gabbe — explicou, arqueei a
sobrancelha e cruzei os braços.
Durante nosso tempo na Suíça, Cameron decidiu abrir o jogo
sobre sua relaçã o com Gabbe, e foi um baque descobrir que ele estava
bêbado e drogado na primeira vez que ficaram, ao ponto de ele acordar
sem lembrar como foi parar na cama dela e ter brigado com Elliot
naquela noite. E mesmo que com a minha insistência para resolvermos
legalmente, Cameron nã o queria voltar nesse assunto, entã o, ninguém
além de mim, Nicholas, Felicity, Elliot e Carter sabíamos do que
aconteceu.
— Nã o me olhe assim — pediu, puxando meu braço para que os
descruzasse. — Nicholas disse que ela se mudou para Londres e que
ainda nã o tem coragem de estar no mesmo ambiente que a gente, mas
que sentia muito e assim que terminasse a mudança com o noivo dela,
gostaria de conversar conosco… Mas… — Ele soltou um suspiro. — Nã o
faço questã o alguma.
— Eu também nã o — concordei. — Sabe muito bem que tipo de
conversa eu gostaria de ter com ela.
— Sua briguenta.
— Uma Styles por completo, eu diria.
Ele gargalhou e me deu um selinho rá pido.
Capítulo 11 - Rebecca Styles

Abri meus olhos devagar, sentindo os dedos de Cameron passeando na


extensã o de meus cabelos, que cobriam meus ombros. A ponta de seus
dedos roçavam minha pele devagar e carinhosamente. Isso depois da
noite intensa que tivemos dentro desse quarto.
Depois da festa de Isaac e dos gêmeos, seguimos para uma casa
onde ficou apenas os casais mais jovens: eu e Cameron; Natalie e Elliot;
Nicholas e Felicity; e Nicolly e Carter. Afinal, meus tios maternos
chegaram atrasados para a festa e a casa ficou muito cheia. Ficamos
conversando por um tempo, e fomos os primeiros a subirmos para o
quarto.
Ele estava encostado na cama enquanto me olhava e um
sorrisinho se abriu quando viu que eu tinha acordado.
— Bom dia, esposa — disse baixinho.
— Bom dia, esposo.
— Dormiu bem? — questionou, sorrindo, apó s selar nossos
lá bios com calma.
Eu o abracei pela cintura, deitando-me em seu peitoral e o beijei.
— Muito bem, estava péssima e destruída. — Ele riu me olhando
e acariciando meu rosto. — Acha que alguém nos ouviu? As paredes nã o
sã o à prova de som como na outra casa.
— Nã o acho, amor, e nã o me importo.
Eu o olhei, incrédula, e acabei rindo.
— Qual é nosso planejamento do dia? — perguntei, saindo de
seus braços e me levantei da cama. — Piscina ou praia?
Voltei meu olhar para ele, que estava boquiaberto olhando minha
bunda.
— Amor…
Franzi o cenho e segui na direçã o do espelho. Um sorriso foi se
formando no rosto de Cameron e quando me olhei, entendi o motivo:
minha bunda estava avermelhada e com as marcas dos tapas que ele
deu.
— Eu nã o acredito!
— Se eu tivesse planejado, nã o teria ficado tã o bonito — afirmou,
gargalhando. — Desculpa, amor, nã o foi minha intençã o.
Eu o olhei, furiosa.
— Nã o foi sua intençã o? Achou que os tapas resultariam no quê?
Ele passou a língua nos lá bios e sorriu, dando de ombros e
desviando o olhar de mim. Começou a mexer na correntinha para logo
colocá -la na boca, e seu olhar veio em minha direçã o novamente. Revirei
os olhos, tentando disfarçar o efeito que ele causava em mim e me
encarei outra vez.
Cameron se levantou e se virou de costas, pegando o short. Abri a
boca, surpresa pelo que vi através do espelho.
— Acho que nada de piscina para nó s hoje — afirmei, virando-me
para ele.
— O quê? Por quê? — questionou, e seu corpo girou, ficando de
frente para mim, enquanto vestia um short.
— Veja você mesmo.
Seus ombros e suas costas estavam arranhados. Ele sorriu se
olhando e me fitou pelo reflexo.
— Eu nã o acredito! — afirmou imitando minha reaçã o.
— Besta. — Eu o empurrei de leve.
— Nada de piscinas, podemos ficar o dia todo no quarto, só eu e
você, assistindo alguma coisa. Mais tarde o pessoal quer sair para tomar
sorvete, o que me diz? — indagou acariciando minha cintura.
— Acho ó timo.
Tomamos um banho e depois comemos nosso café da manhã ,
mesmo sendo quase hora do almoço. Mais tarde, almoçamos também, no
quarto.
Depois de uma tarde totalmente nossa, com direito a skin care,
dancinhas nossas, cantorias e outras coisas, decidimos ver o pô r do sol
pela sacada do quarto em que estávamos.
Ele me abraçou pela cintura e beijou o topo de minha cabeça.
— Pelo amor de Deus, vocês podem nos dar atençã o por um
minuto? — Nicholas gritou e nos inclinamos para baixo, para vê-lo.
— Vocês estã o vivos! — Elliot anunciou. Nó s nos olhamos e
rimos.
— Vamos sair em meia hora, venham logo! — Natalie exigiu e
entrou na casa.
Cameron se arrumou primeiro e avisou que desceria comigo, mas
me trocar na frente dele minutos antes de sairmos nã o era uma boa
ideia, entã o o fiz descer assim que estava pronto. Troquei minhas
roupas, medi minha glicemia e tomei minha medicaçã o. Quando desci as
escadas, Cameron, Elliot e Carter estavam dançando forró , sendo
guiados e ensinados por Nicholas.
— Se estã o todos aqui — Carter disse, pausando a mú sica
quando me aproximei de Nicolly para acariciar sua barriga —, entã o
podemos ir.
— Eu ia falar que queria saber como foi o tempo que vocês
passaram na Suíça, mas, pensando bem, pela ausência e perdido que
vocês têm dado, tenho medo do que vai me falar e prefiro nã o saber —
Nicolly disse enquanto caminhávamos para fora da casa.
— Esse foi o motivo de eu nunca ter perguntado como foi sua
viagem para Paris — afirmei, e ela gargalhou.
— Nã o perguntarei detalhes, mas… — Ela deixou que os meninos
andassem mais à frente. — Como foi?
— Foi… — suspirei. — Perfeito. Se existe uma palavra para
definir, essa palavra é perfeiçã o. Ele foi tã o incrível comigo. Tã o… — Abri
um sorriso quando o olhei. — Perfeito — reafirmei.
Ela me abraçou de lado.
— Fico tã o feliz por vocês — afirmou.
Beijei sua cabeça e ela sorriu. Quando me impulsionei para seguir
na direçã o do pessoal, ela tocou minha mã o.
— Quero te agradecer.
— Me agradecer? — perguntei, confusa.
— Está brincando? Acha que vai ser madrinha da Diana só por
ser minha prima? — Franzi o cenho e ela bufou uma risada. — Quando
descobri a gravidez, você e Cameron cuidaram de mim, eu estava ao
ponto de fazer uma loucura comigo e com Diana, mas você mesmo sendo
dura comigo, ajudou a mim, a ela e Carter. No dia eu fiquei com ó dio… Se
nã o fosse por você… eu… — Ela começou a chorar.
Eu a abracei. Carter franziu o cenho e eu fiz sinal para que ele
ficasse tranquilo.
— Está tudo bem, Nini, você estava desesperada e eu nã o devia
ter sido rude com você, devia ter te entendido. — Levantei seu queixo.
— O que importa é que você fez uma escolha que te deixou feliz agora, e
a Diana está quase aqui. Nã o precisa me agradecer por absolutamente
nada.
Ela me abraçou forte, mesmo que sua barriga nos impedisse um
pouco. Sorrimos juntas, ela limpou as lá grimas que escorriam em
minhas bochechas e eu fiz o mesmo com ela.
— Tudo bem? — ouvi Carter questionar assim que nos
aproximamos.
Cameron me olhou com a mesma dú vida pairando em seu olhar, e
eu acenei com a cabeça, reafirmando que estava tudo bem.
Uma das piores partes de ter diabetes, era que quando a glicose
— o açú car no sangue — começava a subir, a vontade de ir ao banheiro
ficava impossível de conter. Eu sempre evitava exagerar em comer
quando saía, para nã o ficar levantando o tempo todo, mas chegava a um
ponto em que nã o dava para segurar.
Quando saí do banheiro e voltei para a mesa, Cameron me
entregou seu celular aberto em um e-mail:
Prezado senhor Styles,
Minhas sinceras felicitações pelo casamento. Saiba que eu e
Georgia sempre torcemos por vocês e estamos felizes por essa união.
Precisamos conversar, antes do retorno das aulas na universidade
de Stanford. Gostaria de saber se podemos fazer isso na terça-feira, às sete
da noite?
Temos planos para você durante o tempo como universitário.
Se Rebecca estiver de acordo, Georgia pediu que ela o
acompanhasse.
Espero que não seja um problema para vocês. Assim que possível,
nos retorne, por gentileza.
Atenciosamente,
Anthony Lacerda.
O nome de Anthony nã o vinha carregado com o símbolo de
Stanford, era de seu e-mail particular, entã o era um assunto fora do
conhecimento da universidade.
— O que acha de caminharmos pela areia? — sussurrou em meu
ouvido.
Tiramos nossos chinelos, trazendo-os nas mã os, e seguimos na
direçã o da areia, ouvindo o pessoal insinuando que nos veria no dia
seguinte.
— Engraçadinhos! — Cameron disse de volta. — Vamos esperar
vocês onde deixamos os carros — avisou, pois Elliot e Natalie vieram
com a gente.
— Sei o que vai falar — comecei quando paramos pró ximos do
mar, mas nã o o suficiente para molharmos os pés. — E nã o, nã o vou
deixar você ir sozinho e nã o vou aceitar nã o irmos só porque estou com
os meus parentes, você é minha família e eu vou com você.
Ele começou a rir. Com uma das mã os me puxou pela cintura,
acabando com a mínima distâ ncia entre nossos corpos.
— Você está teimando comigo antes que eu dissesse algo? —
perguntou, afastando uma mecha de cabelo de meu rosto.
— Para alguém como Cameron Styles, é necessá rio muita
teimosia.
— Você é a pessoa mais difícil de convencer que eu conheço.
— E é por isso que estamos casados.
Ele sorriu concordando e selou nossos lá bios.
— Podemos aproveitar o resto da nossa tarde, ir ver nossos pais
e sair hoje de noite, o que acha?
— Eu acho melhor sairmos quanto antes, amor, para
descansarmos da viagem e podermos ver tudo — disse, acariciando seu
rosto.
Ele olhou o reló gio e me olhou, entã o voltamos a caminhar.
— Tem certeza de que quer se despedir de sua família assim, tã o
rá pido?
— Amor, eu os verei em Los Angeles — disse aos risos. — Meus
avó s paternos vã o morar perto dos meus pais. Com a idade chegando,
eles querem ficar com os filhos. Teremos tempo, mas no momento, nossa
prioridade é essa conversa e vermos nossa casa e o escritó rio antes das
aulas.
Ele sorriu.
— Tem como te convencer o contrá rio? — indagou quando
chegamos no estacionamento onde estava o nosso carro, pró ximo a
alguns iates, mas nã o havia ninguém presente.
— Você sabe que nã o — repliquei o vendo rir. — Agora me diz, do
que você mais gostou no Brasil? — questionei e ele se recostou no carro.
— Da minha esposa, abençoado seja esse país — afirmou,
puxando-me pela cintura, e me fez abrir um sorriso.
— Estou falando sério. — Ele me apertou um pouco mais forte. —
Aqui em Santa Catarina, no caso, do que gostou?
— Gostei das praias e as pessoas daqui sã o engraçadas. Para
Isaac conseguir um beijinho, eu falava tudo errado — explicou aos risos
—, e os meninos riam bastante. Mas a menina que deu um beijo nele era
de San Diego e estava visitando também, entã o entendeu o que eu quis
dizer.
— Nunca vou superar que você estava presente no primeiro beijo
do meu irmã o e eu nã o — admiti, vendo-o gargalhar.
— Ele é mais meu cunhado do que seu irmã o — provocou.
— Ah, me solta, sem graça — reclamei, tentando empurrá -lo, mas
ele prendeu meu corpo ao dele.
— Nada disso. Pode me convencer a muita coisa, mas a te soltar
nã o.
— Eu te convenço do que eu quiser, sabe disso.
Ele me olhou, como se estivesse ofendido.
— Nã o convence, nã o.
— Ah, nã o? — ironizei passando os dedos em seu abdô men, por
baixo da camisa.
— Nã o — replicou com firmeza.
Beijei sua bochecha e comecei a descer os lá bios para o seu
pescoço, devagar, sentindo-o arfar e apertar minha cintura.
— Rebecca…
Peguei uma de suas mã os e a coloquei em minha nuca,
empurrando seu braço e fazendo seus dedos se afundarem em meus
cabelos. Selei nossos lá bios e o deixei que me beijasse, fui descendo a
mã o que apertava minha cintura para que ficasse em minha bunda e no
momento em que vacilou, me afastei.
— Eu te falei, Styles, posso te convencer do que eu quiser —
afirmei vitoriosamente.
Ele ergueu o braço, vindo com a mã o diretamente em meu
pescoço, mas parou no meio do caminho fechando o punho e olhando
para além de mim. Olhei na mesma direçã o, vendo que o pessoal estava
se aproximando.
Ele se virou de frente para o carro. Parei atrá s dele e beijei seu
ombro.
— Voltamos ao começo, quando você ficava doidinho por mim e
nã o podia fazer nada.
Ele riu de nervoso, com o rosto avermelhado.
— A diferença é que eu posso fazer; nã o agora, mas posso —
ameaçou, olhando em meus olhos.
Ficamos nos olhando por instantes.
— Toda vez esse climã o — Nicholas se aproximou, falando como
se estivesse irritado. Nó s o olhamos e rimos.
Cameron virou-se e me puxou para ficar em sua frente. Era tã o
comum ele me abraçar por trá s, que ninguém perceberia o verdadeiro
motivo, mas estando em sua frente e com o corpo colado ao dele, foi
impossível nã o o sentir e o querer.
— Vamos ir embora hoje — ele disse. — As aulas dos veteranos
voltam um dia antes dos calouros, entã o Rebecca começa na quarta-feira
— explicou, ocultando o jantar entre nó s e Georgia e Anthony.
— Quando vã o partir? — Nicholas perguntou.
— Hoje à noite, as oito — Cameron respondeu. — Vocês sã o
veteranos também, podem vir com a gente, se quiserem — sugeriu.
— Nã o vai ser um problema para vocês? — Felicity questionou.
— Nã o, Fê, problema nenhum — respondi.
Natalie pensou um pouco.
— Você já quer ir também, Nanat? — perguntei.
— Tenho em mente ver nossa casa, quero decorá -la do nosso
jeito antes das aulas começarem na quinta-feira — disse, entrelaçando
os dedos nos de Elliot, que concordou.
— Acho que todos vamos embora hoje, entã o — Cameron
deduziu, entã o olhamos Carter e Nicolly.
— Ah, nã o, iremos depois. Com Diana perto de nascer, quero
viajar com a minha mã e por perto — explicou, Elliot franziu o cenho e,
quando olhei meu esposo, ele estava com a mesma expressã o de dú vida.
— Tia Amora é obstetra — eu disse, e eles sorriram, trocando
olhares, por terem entendido.
— E tem Benjamin também, o irmã o de tio Owen que é médico,
caso eu precise de algo. Vou me sentir mais tranquila com eles —
explicou Nicolly.
— Você está certa — concordei. — Bom, entã o vamos — disse,
observando que o assunto havia acabado.
Despedir-me dos meus irmã os e pais era sempre um grande
problema para mim. Mas, com Isaac, dessa vez, foi um pouco mais fá cil.
Ele estava feliz e animado para começar as aulas agora que tinha
diversos amigos e entendia que eu estava casada, que minha vida agora
era com Cameron, mas que eu jamais deixaria de ser sua irmã . E meus
pais estavam em paz; Eloise era mais ligada a Isaac e parecia nã o sentir
tanto quanto Louis, que nã o queria me soltar e chorou ao me ver partir.
— Ei, amor — Cameron abriu os braços, oferecendo-me conforto
enquanto meus pais entravam em casa com as crianças. — Nó s os
veremos quando estiverem em Los Angeles — prometeu, dando um
apertã ozinho em mim e beijando o topo de minha cabeça.
Entramos no carro e eu limpei meu rosto.
— Quando tivermos um filho, eu vou levá -lo para trabalhar
comigo — aleguei, rindo de mim mesma por estar chorando.
— Vai ser grudada no meu sobrinho — Natalie, que estava no
banco de trá s, comentou em provocaçã o.
— Você também chorou se despedindo de seus irmã os, nã o pode
falar de mim — rebati, ouvindo-o gargalhar.
— Me esqueça, Rebequinha no mel — disparou.
— Ah, merda, nã o lembre Neji disso — implorei, e ela gargalhou.
Chegamos no aviã o e embarcamos.
Durante as turbulências, Cameron ficou ao meu lado, abraçado
comigo. Nã o me sentia amedrontada com a turbulência, mas adorava
ficar agarrada a ele.
Os meninos chamaram Cameron, e as meninas entraram na parte
em que estávamos, no fundo do aviã o; a porta ficou aberta, o que me
possibilitou ver os meninos.
— O que acham que eles estã o conversando? — Natalie
questionou.
Nó s três os olhamos no mesmo instante. Nicholas e Elliot
pareciam estar fazendo perguntas a Cameron e no momento seguinte
ele começava a explicar alguma coisa.
— Nã o faço ideia — Felicity admitiu.
— Bom — comecei, sem tirar meus olhos de Cameron, que à s
vezes me olhava sorrindo —, acho que estã o perguntando alguma coisa
que só Cameron ali sabe responder.
— Sobre a vida de casado, tenho quase certeza — Natalie disse
com convicçã o.
— E por que acha isso? — Felicity questionou.
— Cameron está respondendo todo feliz — começou, olhando
para ele e, em seguida, para nó s.— E ele olha para cá o tempo todo.
Considerando que Elliot e eu queremos nos casar e, sinceramente, Fê…
— Ela a fitou, rindo — Nicholas parece querer muito isso com você, só
pode ser esse o assunto. Tem horas que Nicholas olha para Fê, Elliot olha
para mim e meu irmã o, bom, ele nã o tira os olhos de você para nada. —
Nó s três rimos. — Entã o nos conte também, como é ser casada? —
Natalie questionou, com ansiedade em seu olhar.
— É muito cedo para dizer, mas a gente já passou por tanta coisa
sem estarmos casados que só me faz acreditar que nosso preparató rio
para essa vida foi concluído com êxito. Mas, sendo bem sincera, é muita
responsabilidade ser casada.
— E muito jovem? — Felicity questionou.
— Gosto de ser jovem e casada. Quando nã o estava com Cameron,
imaginava que minha vida com dezoito seria diferente, uma vida de
apenas eu, mas depois de estar com ele, passei a ter planos e tê-lo como
parte de tudo o que sonhei para mim.
— Será que agora eu posso ficar com a minha esposa?
— Toda hora falando minha esposa — Natalie rebateu. — Você
ficou com ela o dia todo! Nã o cansam nã o? — protestou. Felicity, por
outro lado, se levantou em resposta, rindo dos dois.
— Nã o, desaparece! — Cameron respondeu, pegando em suas
mã os e a levantando em um impulso.
E ele simplesmente começou a empurrar Natalie para fora.
— Seu mal edu… — Nã o ouvimos o resto, pois ele fechou a porta
na cara dela.
— Amor! — Eu o chamei rindo e ele me olhou.
— Qual, é? Você tem irmã o mais novo e um primo mais velho,
sabe exatamente que isso é muito mais comum do que parece.
Gargalhei, concordando com suas palavras.
— Você acreditaria se eu dissesse que estou exausto?
Eu o olhei, fingindo surpresa.
— Justamente você? O incansável e insaciável Cameron Styles? —
ironizei aos risos.
— Até mesmo o melhor dos melhores tem limites, ok?
— Você se acha demais — rebati quando ele se sentou ao meu
lado e apertou o botã o para que a poltrona virasse um leito.
— E sua chatice nã o tem limites, nã o me deixa em paz nunca —
replicou em provocaçã o.
— Sinto muito em dizer, mas é até que a morte nos separe —
afirmei.
— Nisso concordamos.
Capítulo 12 - Rebecca Styles

A frente de nossa mansã o dizia, ou melhor, gritava a vida luxuosa que


teríamos. Para entrarmos, foi necessá rio que eu fizesse minha
identificaçã o facial com alguns seguranças, para depois abrirem os
enormes portõ es pretos com o símbolo prata da Supremacia no centro
alto do portã o, que se partia ao meio quando abria.
Passamos, ainda de carro, por uma passarela enorme que ficava
entre dois longos campos de mato, e tinham á rvores e algumas
plantaçõ es mais ao fundo de ambos os lados. Era enorme e, como nunca
subi as colinas de Palo Alto, nã o imaginava que era dessa forma.
Cameron me apresentou para alguns funcioná rios; os da cozinha
e outros seguranças eu conheceria depois.
Estava um pouco assustada enquanto observava cada cô modo da
casa, com medo fracassar como esposa, futuramente mã e e socia dos
negó cios de Cameron.
— Amor, está tudo bem? Tem algo que já queira mudar? —
Cameron questionou, estando ainda em seu escritó rio.
Respirei fundo.
— Estou um pouco assustada — admiti. — Há coisas que quero
acrescentar, mas estou com medo.
— Medo de acrescentar algo em nossa casa? — questionou
inocentemente confuso.
Achei graça e sorri, me acalmando um pouco.
— Medo de na primeira decoraçã o sair horrível, se eu nã o
conseguir fazer algo tã o simples, como vou…
— Meu amorzinho. — Ele passou os dedos em meus cabelos e
subiu a mã o em minha nuca. — Temos tempo, e se algo nã o ficar bom,
podemos mudar. E se nã o ficar bom, mudaremos outra vez. Você me
disse que só tínhamos dezoito anos, que nã o precisávamos fazer tudo de
uma vez, mas disse isso a si mesma?
— Estou tentando — admiti, vendo-o sorrir, como sempre sorria
quando me via sendo sincera com os meus sentimentos.
— Acabamos de chegar, depois que comermos e descansarmos,
veremos isso. Nã o precisa ser tudo agora. Nosso quarto, eu deixei neutro
para ser mudado depois. O ponto é… — Ele pensou um pouco e me
olhou. — A responsabilidade de casados nã o é fá cil, mas queríamos isso
e vamos conseguir, desde que a gente viva um dia apó s o outro e nã o
cinco dias em um.
Sorri, concordando, e ele colou nossas testas. Selei nossos lá bios
e o abracei.
— Você é tã o bom para mim — admiti, passando os dedos em
seus cabelos.
— E você é perfeita para mim — afirmou, apertando-me pela
cintura. — Vamos para o quarto?
O nosso quarto era o ú ltimo do corredor e, como imaginava, era
enorme. As paredes eram cremes, e as roupas de cama, brancas. Nã o
tinha decoraçã o. Havia dois closets e uma salinha vazia com portas de
correr abertas. Sorri quando entrei.
— No que está pensando, moça? — Cameron questionou,
abraçando-me por trá s.
— Tem planos para essa sala? — Eu o olhei de lado.
— Na verdade, nã o. Pensei que gostaria de fazer algo para você.
Eu me virei para ele, sorrindo.
— Nã o sei se estará de acordo comigo, mas… Aqui é o lugar
perfeito para uma sala de pole dance, nã o acha?
Ele abriu um sorriso animado e malicioso.
— Vou providenciar agora — replicou, soltando-me para ir falar
com alguém, mas o puxei pelo braço.
— Iremos descansar, senhor, descansar. O que vale para mim, vale
para você.
— Você vai descansar e eu vou depois.
— O que disse hétero top? — rebati em provocaçã o, e ele me
olhou, incrédulo.
— Você é insuportável, garotinha — disse, dando um tapinha em
minha testa.
— Vamos descansar!
— Menina chata, teimosa, insistente e…
— Sua esposa. — Selei nossos lá bios e ele sorriu.
— Você sabia que as esposas precisam obedecer aos maridos? Eu
que mando.
Dei um tapa em seu braço.
— Nã o conte com isso, Styles — afirmei, soltando-me de seus
braços.
— Anteontem você me obedeceu — rebateu, puxando-me pela
cintura.
Eu o olhei nos olhos, levantando o queixo de forma arrogante.
— Está se gabando demais, nã o terá isso novamente tã o cedo —
ameacei, e ele sorriu para mim, como se aceitasse um desafio.
— Com certeza terei — afirmou com convicçã o e me virou de
costas para ele —, porque vou te convencer, como sempre consigo —
sussurrou passando os lá bios em meu pescoço e me deixando arrepiada.
— Entã o melhore suas tá ticas, Styles, nã o estou nada convencida
— rebati com firmeza.
Ele ficou tã o surpreso que parou com os beijos. Consegui sair de
seus braços e, sem olhar para trá s, caminhei para o banheiro.
— Sinto falta de quando você perdia a fala, eu criei uma
monstrinha — disparou, fingindo frustraçã o.
— Ah, você está tã o derrotado que me deixa com pena —
provoquei.
Cameron começou a correr atrá s de mim e só parou quando me
pegou e me jogou na cama.
— O que disse, mocinha?
— Você me ouviu, mocinho.
Ele sorriu e, com calma, selou nossos lá bios. Mas estávamos tã o
cansados que nã o passou disso.

Cameron nã o estava ao meu lado quando acordei. Eu me levantei


da cama e vi que na mesinha de centro em frente ao sofá do quarto havia
uma bandeja com frutas, biscoitos e achocolatado para que eu comesse,
e assim o fiz. Saí do quarto, e Finn, o segurança, estava em frente à porta.
— Senhora Styles — ele cumprimentou.
— Finn, pode me chamar de Rebecca — disse aos risos. — Você é
segurança e amigo de Cameron pelo que sei, nã o precisa dessa
formalidade, já te dissemos isso antes — argumentei.
Ele riu e concordou, explicando:
— Desculpe, é o costume.
— Tudo bem. Onde Cameron está ?
— Está na academia, pediu para eu acompanhá -la até lá .
— Eu diria que nã o precisa, mas ainda nã o sei o caminho exato
para a academia — admiti e rimos.
— Ele disse que você diria isso — explicou.
— Podemos?
Ele concordou e começamos a caminhar pela enorme casa. Agora
que me sentia descansada de corpo e mente, conseguia ver as coisas que
gostaria de mudar. Passei pelo corredor de quartos, seis principais e
fechados, e percebi que sã o principais por conta de as portas serem
diferentes das outras, iguais a nossa.
Acabei rindo de mim mesma. Eu só podia estar louca de cogitar
ter mesmo seis filhos.
Chegamos na academia conversando sobre a mansã o; Finn disse
que todos os funcioná rios sabiam os caminhos para cada cô modo, por
questã o de segurança e para nã o se perderem.
— Obrigada, Finn — eu o agradeci antes de entrar na academia.
Cameron estava socando o saco de pancadas e eu o observei por
segundos.
— Eu sei, nã o devia estar fazendo isso, mas nã o consigo evitar —
justificou-se antes de dar outro soco forte.
— Amor, nã o vejo problema algum você descontar alguma coisa
em um esporte que gosta, só nã o concordo em chegar ao ponto de se
machucar — expliquei, e ele parou me olhando. — O que está te
incomodan…
— O que acha que Anthony quer de mim?
— Te aconselhar sobre a faculdade. — Ele me olhou indicando
que esperava mais do que essa fala. — E um capitã o decente para o time.
Comecei a abrir suas luvas de box e as tirei. Olhei suas mã os e
estavam avermelhadas, mas nã o machucadas.
— Tome um banho, vou pedir algo para comermos e te contarei
coisas que fiquei sabendo e a pró pria Felicity confirmou.
Ele concordou, dando um rá pido beijinho em meus lá bios, e subiu
para o quarto enquanto eu fui para a cozinha.
A cozinheira me olhou surpresa quando entrei.
— Senhora Styles — cumprimentou, aproximando-se. — Sinto
muito, eu quem devia ir ao seu encontro para perguntar que horas vocês
desejam jantar, a senhora nã o devia estar entrando aqui.
Outros seis funcioná rios, inclusive uma garota que parecia ter
minha idade, me olharam com a mesma expressã o surpresa.
— Muita calma, senhora… — Eu a olhei, na espera de que
dissesse seu nome.
— Sou a cozinheira Sandra, e essa é minha filha, Marjorie. — A
garota que parecia ser a mais nova dentre os funcioná rios se aproximou,
timidamente. — Meu filho Rodrigo é o chefe da segurança,
trabalhávamos para os pais de Camer… do senhor Styles, mas ele optou
em nos trazer para cá .
— E vocês gostam de estar aqui?
— É claro, senhora — Sandra disse, um pouco apavorada.
— Você conhece meu esposo há muito tempo?
— Sim, senhora. Desde os seus treze anos, alguns anos antes de a
senhora e sua família se mudarem; infelizmente nã o consegui conhecê-
los. Minha irmã é a cozinheira principal da família; através dela, minha
família conseguiu emprego depois que meu marido faleceu.
— Sinto muito — disse com sinceridade.
— Está tudo bem, senhora, nã o se incomode.
— Sandra… — Peguei em suas mã os com delicadeza. — Pode me
chamar de Rebecca e você conhece Cameron há tempo demais para ficar
chamando-o de senhor. Conhecendo a peça, ele deve odiar quando o
chama assim.
Ela sorriu, concordando.
— É muita gentileza de sua parte — ela disse, admirada. — Sabia
que o garoto faria a escolha certa.
Ela pediu que a filha voltasse ao trabalho e voltou a atençã o para
mim novamente.
— Pode servir o jantar em trinta minutos? — perguntei, e ela
concordou de imediato.
— Como desejar, com licença.
— Sandra — eu a chamei antes que ela saísse, e caminhei para
um canto da cozinha. — Desculpe a pergunta, mas qual é a idade de
Marjorie?
— Dezenove anos.
— Ela faz algum curso na faculdade?
Sandra sorriu, surpresa.
— Ah, senhora — lamentou-se —, estudos sã o caros e ela
infelizmente nã o passou em nenhuma universidade, ou simplesmente
nã o a aceitaram por nã o estudar em uma escola tã o boa assim.
— Compreendo.
— Se me der licença, voltarei ao trabalho.
Acenei em concordâ ncia e dei uma ú ltima olhada em Marjorie,
que por algum motivo, chamou minha atençã o de uma forma positiva.
Parecia serena, simples e confiável.
Eu me sentei no sofá da enorme sala, olhando para nenhum
ponto em específico.
— Amor? — Cameron chamou, e eu o olhei. — Te chamei duas
vezes, aconteceu algo?
— Vem, sente-se comigo — pedi, puxando-o pelas mã os. — Tem
uma garota na cozinha que tem nossa idade.
— A filha de Sandra?
Concordei.
— Isso. Você a conhece bem?
— Sandra com certeza nã o contou, mas deve saber que eu te
contaria. O pai dela nã o é o mesmo que o de Rodrigo; ele nã o foi um
homem bom, foi assassinado depois de tentar roubar uma família rica na
Espanha, infelizmente isso a perseguiu de forma que algumas faculdades
nã o a aceitaram em Los Angeles. Conversei com meus pais, Stanford
pode ser uma boa oportunidade para ela, já que Polly limpou qualquer
evidência que pudesse prejudicá -la, minha mã e organizou tudo.
— E o que ela quer fazer?
— Gastronomia.
— Ela quer continuar trabalhando na cozinha? Ou quer entrar
em outro ramo?
— Ela quer ser cozinheira oficial dos Styles, de nó s, um dia. Seu
avô foi cozinheiro do meu avô , mas ele era o profissional mesmo,
escolhia todas as comidas dos eventos de nossa família; sua tia também
é profissional, ela apenas dá ordens e sai para organizar as comidas de
eventos da minha família, entã o…
— Ela quer seguir os passos do avô — eu disse, sorrindo.
— E nã o vejo motivos para nã o ajudar; minha mã e pediu isso,
tem um carinho grande por eles.
— Nã o vejo problema nenhum com isso também.
Cameron sorriu me ouvindo.
O jantar estava pronto e seguimos para a sala de jantar. Era
engraçado toda essa formalidade depois de todos os jantares com
churrascos que minha família fez.
Quando vieram para nos servir, Cameron fez um sinal para que
parasse.
— Nã o se preocupe com isso, Joseph. Está dispensado.
O homem apenas concordou e se retirou apó s pedir licença.
Nó s nos servimos e Cameron começou:
— Estou ansioso para ouvir o que tem a me dizer.
— Duas vezes ao ano tem uma festa extremamente conhecida em
Stanford, a W.E. Party.
— W.E.?
— Abreviaçã o de bem-vindos — expliquei, e ele acenou para que
eu continuasse. — Acontece em fevereiro e em agosto. Matteo começou
com isso no meio do ano retrasado, ele diz que é uma festa para receber
os calouros, mas na verdade é uma armadilha.
— Armadilha — repetiu —, acho que entendi o que quer dizer.
— Para as meninas, tem uma regra: nenhuma garota caloura sai
da festa sem ser beijada, mas elas nã o sabem disso, ficam sabendo na
hora da festa. — Fiz uma careta enojada. — E para os garotos, de alguma
forma eles descobrem quem se inscreve para o teste de capitã o do time
e dã o uma surra como aviso; isso mantém Matteo com o status e posto
dele.
Cameron nã o pareceu surpreso.
— E ninguém faz nada? A direçã o da universidade por exemplo?
— Infelizmente, mesmo com o Anthony e Georgia falando, nã o há
muito o que eles possam fazer. Assim como a nossa casa, a de Matteo é
fora do campus. Providências sã o tomadas quando tem alguma acusaçã o
de estupro por algum aluno, mesmo que tenha acontecido fora de
Stanford, tem uma rede de apoio para qualquer pessoa que seja vítima
de algo assim. Para os meninos, eles vã o diretamente na delegacia e a
universidade dá suporte, mas nã o muito. De toda forma, quase nunca
alguém tem coragem de falar; os meninos ficam com medo, e as
meninas, apavoradas. Ninguém fala nada, é basicamente um “O que
acontece na W.E. Party, fica na W.E. Party” — expliquei.
— Aposto que você foi convidada.
— Inú meras vezes, para todas as festas dele e sairia de lá no
mínimo estuprada por ele.
Cameron respirou fundo.
— Ou pelo time dele.
— Amor… — Peguei em sua mã o. — Eu nunca fui a festa alguma.
Nicholas foi uma vez e disse que muitos meninos, dentro do time
mesmo, nã o gostam do que acontece ali e nã o concordam, alguns vã o
para ajudar garotos e garotas a saírem. O time nã o é todo ruim, mas tem
pessoas que sim, sã o péssimas e maldosas. Se puder falar com os
Warriors, avisá -los disso, será ó timo. Felicity foi a segunda a me avisar
depois de Nic, Matteo nunca deixou que ela fosse a essa festa e ela quis
saber o motivo, entã o me ajudou e contamos para o má ximo de calouros
que conseguimos. Mas é inevitável.
Ele acariciou minha bochecha.
— Me conforta saber que você nunca foi para esse lugar, o que
poderia te acontecer…
— Eu sei, eu sei. Fico pensando nas pessoas que nã o
conseguimos avisar e acabaram nesse lugar.
— Quando será essa festa? — Cameron questionou.
— Na sexta-feira — expliquei, e ele apenas concordou.
— Entendo — ele disse, um pouco pensativo.
— Já consigo pensar em como quero que nossa casa fique, se
você estiver de acordo — comecei, na intençã o de mudar o assunto.
Ele sorriu, levantou-se e estendeu a mã o para mim.
Subimos as escadas até o andar dos quartos e depois, mais
escadas, essa sendo mais escondida. Chegamos na varanda e eu abri um
sorriso pela linda vista. As janelas iam do teto ao chã o, devido ao frio
que fazia nessa época do ano, mas havia um longo espaço aberto, para,
acredito, ficarmos em épocas mais quentes.
Daqui eu conseguia ver as colinas e a cidade. Na parte coberta
havia sofá s no canto, na cor cinza, com uma mesinha no centro de
madeira, um sofá entre a á rea de sofá s, e a mesa de jantar preta, com dez
lugares de cadeiras estofadas da mesma cor.
— Essas casinhas padronizadas sã o para o quê? — questionei
observando, doze casas.
— Dos funcioná rios. Dei a opçã o morarem aqui ou em outro
lugar; eles nã o sabem muito sobre nossa segurança, mas em Palo Alto,
aqui é o lugar mais seguro que existe. — Concordei, olhando-o. — A casa
maior é de Rodrigo, o chefe da segurança. Ali é um mercadinho para eles
pegarem coisas bá sicas sempre que precisarem, pensei em entregar
cestas, mas em uma conversa com Sandra e Rodrigo, eles concordaram
que um mercadinho era melhor, porque eles fazem as mesmas refeiçõ es
que nó s, comem do mesmo que a gente, porque assim conseguem fazem
uma quantidade que nã o desperdice e dê para todos comerem. Quero
que os nossos funcioná rios fiquem felizes em trabalhar com a gente.
Enfim… — continuou e eu nã o consegui disfarçar minha surpresa. —
Embaixo do mercado está a central de segurança.
— Cameron, como tudo isso… Quero dizer, surreal, nível nobreza
— admiti e ele sorriu.
— Bom, a essa altura você já deve imaginar que os negó cios com
doces do meu pai é mais para disfarçar os milhares de negó cios que
nossa família tem. Investimos em tudo que nos beneficia, somos donos
de marcas famosas e essas coisas, mas nã o ficamos na frente, deixamos a
administraçã o para pessoas que confiamos. Todo esse envolvimento
com a má fia, Antonella ser sua madrinha e nó s termos ligaçõ es com a
realeza, penso que algumas coisas sã o melhores assim. Quando
chegarmos na empresa, você vai entender um pouco mais. Eu sabia que
se comprasse essa casa com o dinheiro do meu bisavô mafioso você iria
me matar. — Gargalhei, concordando. — Entã o nã o, nada disso foi com
toda a herança que ele me deixou.
— E o que fez com a herança?
— Parte da fortuna foi roubada da família de Antonella; o que era
dela, meu avô William devolveu. Acho que se eu nã o tivesse casado com
você, ela teria me matado, independentemente de qualquer coisa. — Ele
deu de ombros como se aquilo fosse natural. — Mas a outra parte, por
incrível que pareça, é totalmente legal e dele, foi através de negó cios
legalizados. Nã o fiz nada, está guardado, queria que minha esposa e eu
concordá ssemos em fazer algo com esse dinheiro que, querendo ou nã o,
é meu.
Eu o olhei por instantes, sem saber o que dizer.
— Nã o preciso desse dinheiro; mesmo que seja muito, eu tenho o
meu. Poderíamos ficar sem trabalhar e ainda assim teríamos fortuna,
bens e imó veis para cada filho.
Sorri enquanto o olhava.
— Quero saber o que acontece nas empresas que carregarem
meu nome e o do meu esposo, mas o dinheiro que Charles te deixou,
vamos deixar onde está por enquanto, o que acha?
— Acho ó timo.
Ele sorriu e selou nossos lá bios. Nó s nos sentamos e eu comecei a
falar os planos que tinha para a nossa mansã o, onde viveríamos por
alguns bons anos de nossas vidas.
Capítulo 13 - Rebecca Styles

Depois do jantar com direito a muita conversa e felicitaçõ es pelo nosso


casamento, Georgia e Anthony entraram no assunto que eu acreditava
ser o motivo do convite.
—… o que está achando de Stanford até agora, Rebecca? —
Georgia questionou.
— Gosto de estudar lá — admiti.
— Só tem uma falha grave na questã o de segurança aos calouros
e até mesmo de minha esposa — Cameron disparou, e Anthony o olhou
surpreso e interessado.
Anthony olhou para Georgia e os dois balançaram a cabeça
levemente concordando com algo que seus olhos falaram um ao outro.
Cameron pô s a mã o sobre a minha, talvez para me acalmar ou por ser
algo comum entre nó s, mas de qualquer forma, me tranquilizava.
— Acredito que vocês saibam que eu e Anthony nã o podemos ter
favoritos, mas desde que Antonella disse que eu me encantaria pela
afilhada dela, eu soube que era verdade, porque ela nunca disse isso de
ninguém. E você, Cameron, você é um menino de ouro e me lembra
muito o nosso filho, Jackson. Pelo que já vi, é a nossa melhor aposta.
— O que minha esposa quer dizer é que queremos favorecê-los
no que for possível. Cameron, Stanford teve um ó timo capitã o do time e
nã o digo que ele é ó timo apenas por ser nosso filho. Jackson é um
homem incrível, com uma linda família e quis matar Matteo quando
soube o que estava acontecendo com calouros, mas nã o podia fazer mais
nada depois que ingressou em um time de Nova Iorque — Anthony
olhou Cameron com seriedade. — Queremos você como capitã o do time.
— Ó timo, porque eu também quero isso — Cameron disparou
logo de imediato, me fazendo sorrir. Anthony e Georgia sorriram
satisfeitos.
— Entã o, você terá o má ximo do meu apoio. Queremos acabar
com a W.E. Party, mas nã o conseguimos, mesmo levando testemunhas —
disse Anthony.
— Mas, estando fora do campus de Stanford, eu, mesmo sendo
um aluno, nã o serei prejudicado dentro da universidade se fizesse algo a
respeito dessa festa — Cameron deduziu.
— Sim, correto. Mas é um grande risco, considerando que você
será a primeira pessoa que Matteo desconfiará .
— Nã o se eu nã o estiver diretamente ligado — respondeu.
— Podemos tomar providências sem estarmos no local — iniciei,
tendo a atençã o dos três. — Nosso pessoal e os de Antonella nunca sã o
vistos, sã o como fantasmas. E tenho certeza de que vocês sabem dos
meus primos, filhos de Antonella e Polly. — O casal concordou. —
Matteo provocava muito a Alec e Ned, ao ponto de Alec avançar para
cima dele e quase ser proibido de entrar no campus.
— Ela tem mais de um motivo para querer fazer algo a respeito
— Georgia disse.
— Mais de um? — Cameron perguntou.
— Rebecca e os meninos. Isso será suficiente — Anthony
respondeu. — Matteo nã o reagirá bem, os ataques dele em cima de
vocês serã o dos mais diversos, será um desafio, peço que ambos tomem
cuidado. E Cameron… — Ele o olhou. — Se você entrar em uma briga
com Matteo fora do campus, ainda assim implicará na sua vida dentro de
Stanford, por ser o capitã o atual contra o possível capitã o.
— De qualquer forma, estou em busca de conseguir o time e,
acredito que posso falar tanto por mim quanto pela minha esposa,
estamos dispostos a enfrentar os problemas que virã o.
— Esteja nos jogos, sempre que conseguir — Georgia pediu,
olhando para mim, e eu concordei.
— Fico feliz em estarmos todos de acordo. Os testes para capitã o
do time serã o feitos ainda este mês, três fases. Você terá todo o meu
apoio possível, conversarei com o treinador e te darei o má ximo de
privilégios. O time será seu, desde que me aceite como seu conselheiro e
prometa me consultar antes de tomar decisõ es importantes ao que se
referir ao time — Anthony sugeriu.
— Aceito, é claro — Cameron disse.
Eles trocaram um aperto de mã o e Georgia pediu para falar
comigo em particular antes de partirmos.
— Cameron provavelmente vai me odiar por te falar isso, mas
duvido que quando chegar o momento ele vai te contar por vontade
pró pria; quando foi Anthony, ele nã o me contou — disse baixinho, e riu.
— Na ú ltima fase dos testes, o esforço físico será avaliado e ele precisa
entregar o má ximo dele.
— Isso nã o será um problema — afirmei, e ela riu.
— Mas pode ser que ele se esforce demais durante a semana. Em
lutas de box, por exemplo, eles precisam ficar um tempo sem…
Comecei a rir quando me dei conta e ela se juntou a mim,
parando de falar.
— Tem razã o, ele vai odiar. Quanto tempo será necessá rio?
— Duas semanas.
Apenas acenei em concordâ ncia. Duas semanas… será um grande
desafio para mim, e com certeza ele nã o vai me falar nada.
— Eu entendo. Anthony nã o me contou nada, e eu fiquei sabendo
porque a filha do treinador achou estranho um sumiço nosso faltando
uma semana para o teste. Mas é necessá rio, ele precisa de toda energia
acumulada possível, e achei melhor contar com antecedência. Desculpe
falar com tanta indelicadeza, nã o sei de que outra forma poderia falar
algo assim — disse, rindo de si mesma.
— Nã o foi indelicada, obrigada por avisar, ele com certeza nã o o
faria — admiti enquanto voltávamos para os nossos maridos.
— Vocês têm permissã o para andarem no campus de Stanford, se
quiserem — Georgia disse. Eu e Cameron concordamos.
Nó s nos despedimos e pedimos para o motorista nos esperar do
lado de fora da faculdade.
— Senhora Styles, que prazer revê-la. — A voz dele me deu â nsia,
e ele parou em nossa frente, com o braço ao redor de Hilary, a capitã das
líderes de torcida. Cameron apertou minha cintura.
— Nã o posso dizer o mesmo — rebati.
Virei meu rosto para o meu esposo e seu olhar era frio em sem
vida enquanto encarava a garota.
— Cameron! — ela disse com um tom sedutor. — Quanto tempo.
Você mudou — afirmou, olhando-o de cima a baixo, e eu respirei fundo,
sentindo meu corpo formigar.
Cameron me olhou e beijou minha cabeça.
— Vamos embora, amor.
Concordei. Passamos por eles para sairmos de perto, mas Matteo
insistiu em chamar nossa atençã o outra vez. Revirei os olhos em
irritaçã o.
— Você sabe que suas tentativas de conseguir o time nã o darã o
certo nem neste ano e nem nos pró ximos, nã o é? E se tentar, fracassará
todas as vezes — alertou.
Cameron virou um pouco o rosto, abriu um sorriso sarcá stico e,
com o braço ao redor de minha cintura, começou a caminhar campus
afora, deixando Matteo sem uma resposta… por enquanto.
— Amor? — eu o chamei quando entramos no carro e passei a
mã o em sua coxa.
Ele me olhou e passou os dedos em meu rosto.
— Eu te falei dela, quando estávamos em Los Angeles — ele
disse.
Franzi o cenho.
— O quê?
— Hilary, a filha do pastor que mentiu dizendo que eu tinha
abusado dela… — Ele riu, de raiva, e olhou para o céu enquanto passava
os dedos em meus cabelos. — Eu… eu nã o sabia que ela estudava aqui.
Abri os lá bios para falar, mas nada saiu.
Sentia o calor da raiva dominando o meu corpo. Era inacreditável
que aquela garota, justamente ela, estivesse ali. Durante meus meses
estudando em Stanford, nunca me liguei de que ela era a mesma Hilary
que fez aquilo com Cameron, porque nunca nos falamos, exceto quando
veio me desejar boas-vindas, mas nã o me dirigia a palavra.
— Meu amor… — Acariciei sua mã o e ele me olhou.
— Nada do que ela fez importa agora — explicou.
— Amor. — Eu o olhei, com advertência. — Nã o faça isso, sei que
a ver te incomodou.
Seus olhos vieram em minha direçã o e ele deu de ombros,
ficando em silêncio.
Ao chegarmos em casa, vimos Alec e Jasper na sala.
— Alec! — Eu o abracei. — Jasper! — Envolvi meus braços sobre
ele também, logo apó s soltar Alec. — Sentimos muito a falta de vocês no
Brasil.
— Ah, precisávamos de um tempo com nossa mã e — Alec
explicou enquanto Cameron os cumprimentava.
— Viemos conversar — Jasper anunciou. — Sobre Rita Fletcher.
Nossa mã e precisou resolver negó cios.
Nó s quatro rimos e nos sentamos no sofá . Pedi que trouxessem
algumas coisas para comermos, mesmo apó s termos jantado.
— Nã o podemos calá -la por falar de vocês — Alec iniciou. —
Podemos derrubar matérias que possivelmente causarã o problemas,
mas nã o podemos deixá -la calada ou levantaremos suspeitas. Enquanto
as matérias estiverem em aná lise no sistema, podemos derrubá -las.
Algumas podem acabar indo ao ar, mas sairá no seguinte segundo. Ela
jamais saberá sobre a situaçã o de vocês com a monarquia, nada além de
uma boa amizade por conta de vocês terem crescido com Andrew.
— Nossa mã e aconselhou que nã o cometam nada que possa dar
um conteú do a ela, nenhuma polêmica. Deixe que o nosso pessoal e o de
vocês façam o trabalho que puder causar problemas ou matérias
indesejadas — Jasper explicou.
Nó s quatro rimos e Cameron pareceu satisfeito em ouvi-lo.
— Ela nã o vai saber quase nada de vocês, porque nã o tem olhos
dentro daqui e nã o tem contato com nossos amigos; ninguém passará
informaçõ es para ela, mas rumores comprovados e essas coisas podem
acabar se tornando uma matéria — Alec disse.
— Seremos cuidadosos — afirmei, e Cameron balançou a cabeça
em concordâ ncia.
— Só que faremos acontecer muitas confusõ es sem que ela saiba
— ele disse.

Depois de tomar um longo banho, coloquei uma blusa de


Cameron, uma calcinha e me deitei na cama. Ele se manteve olhando a
tevê, parecendo distante.
— Amor, sei que ter visto Hilary te deixou incomodado, nã o
precisa fingir — disse, passando os dedos em seu rosto.
Seus olhos se voltaram para mim e ele soltou um longo suspiro.
— Foi a pior fase da minha vida — iniciou. — Eu era muito feliz,
tinha uma relaçã o boa com o meu pai e depois… parece que ela destruiu
tudo, eu simplesmente desandei e nã o liguei para nada, tudo na minha
vida ficou ruim. Veio ela, depois Alice, as outras garotas, os vícios, tudo
na sequência e agora que eu estou bem…
— Você passou por tudo aquilo sozinho, mas dessa vez você nã o
está . Se acha que ela vai confrontar você e te tirar do sério, é porque
você nã o conhece a esposa que tem.
— Vai bater nela? — provocou.
Eu me levantei energicamente.
— Eu vou socá -la — comecei, dando vá rios socos no ar. — Darei
um chute na cabeça dela! — Chutei o ar — e depois… — Juntei as mã os,
simulando um jutsu. — Mil anos de morte! — afirmei, me referindo a
Naruto.
Cameron explodiu em uma risada deliciosa e eu me joguei em
seus braços.
— Eu te amo, eu te amo e eu te amo — afirmou, dando beijos a
cada “eu te amo” que dizia.
— E eu te amo, te amo e te amo — confirmei, beijando seu rosto.
— Qual é a relaçã o entre ela e Matteo? — ele perguntou.
— A mã e dela tem um caso com o pai dele, desde que o pai de
Hilary faleceu. O pai de Matteo nã o quer um casamento legalizado, mas
eles moram juntos em Los Angeles. E aqui, bom, Matteo e Hilary ficam
juntos, vivendo um clichê.
— Um clichê?
— Sim, eles sã o o casal que o pessoal mais fala. O capitã o e a líder
de torcida. Isso cria uma certa fama para eles em Stanford, porque falam
que nã o estã o juntos, mas todo mundo sabe que sim e querem
informaçõ es. Só que é dentro de uma certa bolha que isso acontece. Sã o
pouquíssimas as pessoas que querem ser amigos deles por causa disso;
universitá rios só querem se formar e ter as pró prias vidas. Mas eles sã o
os que dã o as maiores festas em Stanford, além da W.E. Party. É assim
que eles conseguem calar os alunos: ninguém quer perder o passe livre
para as maiores festas que conhecemos.
— Entã o teremos que mudar isso — Cameron comentou.
— E como pretende fazer isso?
Ele me olhou, como se esperasse por aquela pergunta.
— Nã o te contei nada antes porque precisava ter a conversa que
tivemos com Anthony. No momento em que você saiu com Georgia, ele
me confirmou algumas coisas quanto à viagem dos meninos e sobre os
que ficarã o em Stanford.
— Quem ficará em Stanford?
— Peter, Josh, eu e Elliot. Como te disse, deixaremos a
oportunidade para os meninos que realmente precisam da bolsa para
estarem em Stanford. Eu e eles nã o precisamos. — Balancei a cabeça em
concordâ ncia. — Anthony me disse que conseguiu convencer o
treinador de que os Warriors que vieram para cá poderã o morar fora do
campus, assim como eu e você. Elliot vai morar com Natalie, mas os
outros meninos vã o morar em uma mansã o que… — Ele passou a mã o
na nuca — nó s compramos para eles.
Meus lá bios se entreabriam automaticamente em surpresa.
— Amor, isso é… incrível!
Ele sorriu e soltou a respiraçã o em alívio.
— Por que parece aliviado?
— Eu particularmente achei que você iria ficar brava por nã o ter
de contado — admitiu.
— Bom, eu gostaria que tivesse contado — adverti.
Cameron sorriu e selou nossos lá bios.
— Os meninos terã o um lugar pró prio sempre que chegarem de
viagem, uma casa para eles, Peter e Josh. E de lá sairã o as melhores
festas, sem estupros ou violência com os garotos que quiserem fazer
parte do time — explicou, satisfeito.
Capítulo 14 - Rebecca Styles

Acordei uma hora e meia depois de Cameron, que havia saído as cinco
da manhã para correr e, considerando que as aulas começavam à s oito,
eu teria tempo suficiente para me arrumar.
— Amor? — Ouvi sua voz do outro lado do box, era convidativa e
eu sabia o que viria logo a seguir.
— Nã o vou te deixar entrar — alertei de imediato e ouvi sua
risada.
— Só um pouquinho? Por favor? — pediu. — Eu quero você…
Ri de mim mesma.
Abri a porta do box e ele me olhou por inteira, já estando nu.
— Nã o posso me atrasar — avisei.
Ele sorriu e invadiu o lugar, vindo com os lá bios em direçã o aos
meus e me beijando. Senti a parede fria em minhas costas quando fui
pressionada e a mã o de Cameron desceu entre minhas coxas. Abri um
sorriso o abraçando pelos ombros.
Ele se inclinou um pouco para baixo, sem tirar os olhos de mim,
passou as mã os em minha bunda e em questã o de segundos me
levantou, com as minhas pernas apoiadas na curva entre seu braço e
antebraço. Minhas coxas estavam coladas contra o meu abdô men e o
senti me penetrar com calma.
— Ahn… — suspirei. — Cam…
Nã o conseguia mexer minha cintura pela posiçã o em que estava,
mas o sentia se movendo em vai e vem. Minhas costas deslizavam na
parede enquanto eu arranhava sua nuca e o beijava devagar. Comecei a
fazer o movimento de prende e solta com ele dentro de mim, e ele
gemeu contra os meus lá bios.
— Porra, Rebecca! — disse, com o tesã o deixando sua voz
embargada e rouca.
Mordi seu lá bio, mas precisei afastar nossas bocas quando o senti
crescendo e se mexendo mais rá pido. Eu estava perto, mas, entã o, ele se
afundou em mim e se retirou, deixando o líquido escorrer para o chã o.
Eu o puxei e o beijei, enquanto ele ainda ofegava.
Senti minhas pernas doerem quando ele me colocou no chã o. Ele
sorriu e ficamos abraçados por alguns segundos, até eu me soltar dele e
sair do banheiro.
Eu me sentia um pouco estranha porque nunca tinha acontecido
de apenas Cameron chegar no á pice e eu nã o, mas nã o podia pensar
naquilo agora. Suspirei, um pouco frustrada, rapidamente terminei o
banho, coloquei o roupã o e saí do banheiro.
Peguei o secador, me sentei no pufe grande que tinha na frente do
espelho do meu closet, liguei o aparelho e comecei a secar meus cabelos.
— Amor — Cameron chamou e parou atrá s de mim.
— O que foi? — perguntei, ao vê-lo me encarar seriamente.
— Você gozou?
Liguei o secador, fingindo nã o o ter ouvido.
— Amor. — Eu o ouvi chamar por cima do barulho do secador e,
entã o, ele o tirou da minha mã o, e o desligou. — Rebecca!
— Nã o, amor, nã o. Mas nã o temos tempo para isso, tenho que ir
para a faculdade e está tudo bem — afirmei.
Ele me entregou o secador.
— Nã o está tudo bem. Acha que faço as coisas incompletas? —
questionou, parando em minha frente e se abaixando diante de mim. —
Seque seu cabelo se conseguir — desafiou.
— Cam…
Ele agarrou minhas pernas e me puxou um pouco mais, abrindo-
as.
— Diga-me que nã o quer — disse beijando a parte interna de
minha coxa.
E começou a distribuir beijos nas duas, chegando cada vez mais
pró ximo de minha boceta.
— Amor… — sussurrei, desamarrando meu roupã o.
Ele sorriu, beijando meu clitó ris e passando a língua devagar por
ali, para logo começar a chupar. Mordi o lá bio, sentindo meu corpo todo
estremecer, e gemi quando sua língua me invadiu. Ouvi o barulho do
secador desligado contra o chã o quando meu aperto nã o foi tã o firme.
Apertei meu seio e movi meu quadril contra seus lá bios, me
sentindo molhada. Desci a mã o e puxei seu cabelo, sentindo dois de seus
dedos entrarem em mim. Cameron mexia a língua em movimentos
circulares e enlouquecedores enquanto seus dedos se moviam em vai e
vem. Eu me contorci, apertando o pufe, e arqueei as costas, rebolando
em sua boca.
Olhei para baixo e vi quando sua mã o desocupada foi para o seu
pau, se masturbando.
— Cameron…
Mordi o lá bio, nã o conseguindo resistir, e quando pedi por ele,
gozei em sua boca e ele chupou meu clitó ris sensível. Tentei fechar as
pernas, tremendo, mas ele nã o deixou. Com as mã os apoiadas no pufe,
me empurrei um pouco para cima e ele afastou os lá bios, me deixando
ver o líquido escorrendo do seu pau.
Apoiei a cabeça, me sentindo fraca e trêmula.
Cameron limpou a mã o no roupã o, me beijou e, antes de sair,
disse:
— Nã o se atrase.
Ri pela sua provocaçã o, mas nã o o respondi, porque ainda nã o
conseguia.

Quando olhei o reló gio, percebi nã o conseguiria secar todo o meu


cabelo por um motivo chamado Cameron William Styles. Entã o, uma vez
que estava vestida e havia tomado outro banho rá pido, deixei meu
cabelo ú mido.
Saí do closet e me deparei com Cameron vestindo uma calça jeans
preta. Ele estava sem sapatos, só de meias, e pegou uma blusa branca
que ficava perfeita em seu corpo e ressaltava seus mú sculos definidos
nos braços e no abdô men. Ele a vestiu e eu o olhei, incrédula.
— Você só pode estar brincando comigo — repliquei enquanto
ele colocava o tênis.
Seus olhos se levantaram, vindo em minha direçã o. Seus lá bios
abriram um sorriso cínico e ele se levantou, pegando seu colar de
Konoha.
— Odeio quando usa essa camisa — resmunguei, analisando-o.
Com um sorriso safado nos lá bios, ele beijou a curva de meu
pescoço para, em seguida, aproximar os lá bios de minha orelha.
— Isso porque você acha que eu fico gostoso usando-a —
afirmou vitorioso. — Por que nã o falta hoje? — perguntou, passando os
lá bios em meu pescoço e deslizando a mã o em minha cintura, puxando-
me para si.
— Nã o posso, amor, os alunos do Projeto Inteligência precisam
estar hoje antes de irmos para a sala e começarmos as aulas. Nã o é como
no ensino médio que só começam as matérias na semana seguinte —
expliquei, tentando me manter concentrada, mas Cameron estava
determinado em me fazer mudar de ideia.
Precisei lhe dar uma cotovelada na costela para que se afastasse e
ele riu de forma engraçada, reclamando falsamente de dor.
— Para, seu atentado!
— Ah, coisa chata, sai da minha frente entã o, sua gostosa —
reclamou, apertando minha cintura e me empurrando para o lado.
Em seguida, começou a se arrumar na frente do espelho.
— Seu abusado! — exclamei, dando-lhe um tapa no ombro e ele
riu se encolhendo um pouco.
Ele fingiu me ignorar e colocou o colar em seu pescoço.
— Fique me olhando dessa forma e eu vou te beijar e nã o vou
parar — ameaçou com firmeza, e eu, por algum motivo, engoli em seco.
Quando ele sorriu, soltei a respiraçã o, que nem havia percebido
estar prendendo.
Revirei os olhos e me afastei para arrumar minha mochila. Eu me
preparei para sair do quarto, mas fui puxada pela cintura por Cameron.
— Nã o está se esquecendo de nada? — questionou e eu tentei me
soltar, mesmo sabendo que falharia.
— Nã o.
— Amor. — Ele, com facilidade, me virou de frente e me encarou.
— Rebecca.
— Eu estou bem.
— Você precisa medir sua glicemia, e sem reclamar!
Bufei ao ouvi-lo.
Nunca davam certo as minhas tentativas de nã o medir a glicemia,
porque Cameron, o senhor saudável, sempre me fazia medir. Ele era
extremamente rígido com saú de física e com o seu corpo. Enquanto eu
pensava mais na saú de mental, emocional e no intelectual.
Ele me puxou para me sentar na cama, pegou a bolsinha térmica
onde ficava minha medicaçã o, mas dentro tinha uma outra bolsinha
menor na qual ficava o aparelho de mediçã o. Fiquei o olhando enquanto
fazia todo o procedimento.
— Você ama fazer isso, nã o é?
Ele me olhou.
— Eu amo cuidar de você — afirmou. Passei os dedos em seu
rosto e ele beijou a palma de minha mã o. — Sua glicemia está controlada
— disse, com expressã o impressionada.
— Eu sei, amor. Estamos fazendo academia quase todos os dias,
por isso te disse que estava bem. — Eu me levantei, selando nossos
lá bios. — Precisaremos tomar café no caminho — disse, arrumando as
coisas na bolsinha térmica e a colocando na mochila.
— Vamos fazer academia hoje e você deveria correr comigo —
sugeriu, pegando minha mochila para levá -la enquanto passávamos pelo
corredor.
— Acordar à s cinco da madrugada? Nã o conte comigo para isso
— afirmei, vendo-o rir.
Passamos pelos outros corredores cumprimentando os
funcioná rios, avisamos Sandra que nã o tomaríamos café da manhã em
casa, mas que ela e os outros poderiam tomar, e seguimos para a
garagem.
Paramos na cafeteria e pegamos nossos pedidos.
Ficamos no carro para tomarmos nosso café e observarmos as
pessoas que tinham os olhos voltados para o carro. Elas comentavam
algo e voltavam a olhar. E eu me senti grata pelo vidro fumê.
— Acho que essa será a nossa vida a partir de agora — comentei,
mordendo meu lanche natural.
— A USA Today expô s que somos jovens e bilioná rios. — Ele deu
de ombros e tomou um pouco de seu suplemento. — Bem-vinda à vida
Styles.
Eu o olhei e abri um sorriso.
— Agora que você me deseja boas-vindas?
— As suas boas-vindas foram quando gemi seu nome pela
primeira vez depois do casamento. — Ele se aproximou de mim e beijou
a curva de meu pescoço. — Posso te relembrar se quiser.
Mordi o lá bio, mas entã o me recordei de que nã o podia.
— Terminei meu café — anunciei e saí do carro.
Joguei as embalagens no lixo e me aproximei dele, que estava do
lado de fora. Ele me puxou e selou nossos lá bios.
— Vai ficar só me dando selinho agora? — provoquei e ele
apertou minha cintura.
— Rebecca. — Ele me olhou, ficando com o rosto pró ximo do
meu — Eu vou te jogar dentro desse carro e te levar embora.
Ficamos nos olhando e eu me senti tentada.
— Caralho, toda vez isso — Nicholas reclamou enquanto nos
olhava. — Solta ela, mano. Acho que você nã o sabe, mas ela é minha
prima — disse enquanto me puxava.
— A gente escolhe a esposa, mas nã o escolhe a família —
Cameron rebateu em provocaçã o.
Eu e Felicity rimos juntas os olhando quando eles mostraram a
língua e os dedos do meio um para o outro. Nicholas me olhou por
poucos segundos e pegou em uma mecha de meu cabelo.
— Você nunca veio de cabelo molhado para a faculdade —
começou.
— Eu me atrasei — justifiquei.
— Você nunca se atrasa para a faculdade — rebateu.
Cameron sorriu, encostando-se no carro e cruzando os braços.
— Para de tentar me colocar contra a parede, menino chato —
reclamei, bagunçando seus cabelos, e ele sorriu vitoriosamente.
— Neji já chegou — Felicity disse, e voltamos nossa atençã o para
ela. — Está no campus.
Sorri, concordando. Cameron puxou minha mochila do carro,
acionou a tranca e me abraçou pelos ombros.
— Deborah nã o veio? — questionei, olhando Felicity.
— Nã o — Felicity, que estava de mã o dadas com Nicholas,
respondeu —, ela ainda está na Noruega.
— Acho que ninguém nunca chamou tanta atençã o assim — ouvi
Nicholas dizer, e me voltei para o campus.
Os olhares eram seguidos de comentá rios, murmuraçõ es e
surpresa. Seria uma rotina agora e eu nã o iria me esconder, mesmo
sendo um pouco assustador. Respirei fundo, mas quando Cameron
beijou o topo de minha cabeça, me senti um pouco mais tranquila.
— Rebequinha do mel! — Neji anunciou quando me aproximei.
— Ah, eu te odeio! — exclamei, abraçando-o, e Cameron tirou a
mã o de minha cintura para atrapalhar um abraço.
Neji me abraçou pelos ombros, com o respeito que ele sempre
teve por mim, e cumprimentou Cameron. Em seguida falou com Nicholas
e Felicity que se sentaram nos bancos.
— Trouxe uma coisa da Coreia de presente de casamento, porque
nã o consegui levar para a Noruega, nã o estava pronto na época.
Neji nos entregou uma caixa que Cameron me ajudou a abrir;
dentro tinham dois bonecos juntos, um igual a mim e outro igual a
Cameron com roupas de casamento tradicional coreano — e eu sabia
disso porque Neji mostrou o casamento de uma prima dele.
— Isso é lindo, muito obrigada! — agradeci, dando-lhe um abraço
e Cameron o agradeceu também.
— O pessoal do Projeto Inteligência precisa estar no anfiteatro do
bloco B em dez minutos — Neji avisou.
— Ah, claro — eu disse, mas minha atençã o foi voltada a Hilary.
— Bom dia, senhor e senhora Styles — desejou, com um sorriso
provocativo nos lá bios.
Fechei o punho e Cameron me puxou pela cintura.
— Bloco B — ele disse —, vamos entã o, vocês nã o podem se
atrasar.
— Por que tenho a sensaçã o de que estã o tentando fugir de mim?
— Hilary brincou. — Eu só …
— Nã o pense que eu nã o sei do quã o doente e nojenta você é,
Hilary — disparei e ela franziu o cenho. — Precisa de ajuda para sair de
perto de nó s?
Ela ergueu o queixo com arrogâ ncia e caminhou para a direçã o de
um dos prédios. Cameron estava boquiaberto me olhando, mas um
sorrisinho de orgulho logo se formou em seus lá bios.
— Rebequinha do mel ou Rebequinha do mal? — Neji brincou
fazendo todos rirem, enquanto eu fiz uma careta em resposta.
— Rebequinha do mal, combina mais com essa garota estranha
que Deus me deu como prima — Nicholas disparou e eu o empurrei
pelos ombros.
— Precisamos ir — Neji afirmou me olhando.
— Já te alcanço — prometi, e ele concordou, afastando-se um
pouco juntamente com Nicholas e Felicity.
— Nã o arrume confusã o, senhora Styles — Cameron disse da
mesma forma que eu sempre falava para ele e rimos até eu selar nossos
lá bios.
— Vem me buscar depois da aula?
— É ó bvio! — rebateu, como se meu pedido fosse uma ofensa.
— Certo, te amo — disse, beijando-o e quando me preparei para
me juntar ao pessoal, ele passou o braço em minha cintura.
— Vou entrar com você — explicou, fazendo-me andar com ele.
— Nicholas vai me levar para falar com o treinador, ele quer me ver.
Anthony me avisou ontem à noite antes de irmos embora.
Apenas concordei e seguimos nosso caminho. Cameron me
deixou na porta do anfiteatro e selou nossos lá bios antes de partir. Ter
que me afastar depois de um mês grudada nele foi mais difícil do que eu
esperava, mas teria que me acostumar.
Entrei com Neji no anfiteatro e começamos a subir para
encontrarmos algum lugar bom.
— Oi, Rebecca, bem-vinda de volta — um grupo de garotas disse,
juntas.
— Obrigada — agradeci, um pouco confusa.
— Bom dia — três garotos cumprimentaram a mim e a Neji.
— Bom dia — dissemos juntos.
— Ok, isso é estranho — comentei quando nos sentamos.
— Isso é a vida Styles, senhorita. Ou, devo dizer senhorinha? —
Neji brincou apertando minha bochecha e olhou meu cabelo. — Cabelo
molhado?
— Ah, por favor, você também nã o — supliquei, vendo-o
gargalhar.
— Você está feliz agora, isso é muito bom. Nã o faz ideia de quanto
estou feliz pelo seu casamento.
— Ah — suspirei apaixonada —, eu também estou muito feliz.
Georgia entrou no anfiteatro junto com a presidente do Projeto
Inteligência, Lenna, que começou com as felicitaçõ es dizendo que estava
muito feliz pela conquista de todos terem conseguido se formar com
êxito e que os diretores estavam apoiando muito mais a causa.
— Passarei a palavra para a nossa diretora executiva, Georgia
Lacerda — disse Lenna e aplaudimos.
Com um gesto, Georgia fez com que todos se calassem e foi
simplesmente magnífico.
— Quero primeiramente parabenizar a todos que agora sã o
oficialmente universitá rios — comemoramos e, depois de instantes,
ficamos em silêncio. — Agora, vamos à s mudanças.
Ela explicou que agora teríamos que ter atividades
extracurriculares, uma vez que éramos oficialmente universitá rios.
—… desejo boa sorte a todos!
Ela esperou que os aplausos parassem para falar:
— Neji Mizuki e Rebecca Styles, me acompanhem, por favor. — E
começou a caminhar para a saída.
Chegamos no exato momento em que Georgia se virou em nossa
direçã o, fora do anfiteatro e no meio do corredor.
— Serei breve — ela disse, e começou a caminhar pelo corredor.
— A diretora Helena, de Liberty, sempre falou muito bem de vocês e
quero aproveitá -los em algo que sei que sã o bons.
Ela parou em um dos corredores vazios e nos olhou.
— Neji, quero você no clube de estudos de Stanford, como
capitã o do principal. Ouvi muitas coisas positivas sobre você e, se for de
fato tudo o que falam, te levarei para um patamar que provavelmente
nunca imaginou. Acha que consegue fazer isso?
Neji paralisou e lhe dei um tapinha nas costas para impulsioná -lo.
— Claro, senhora Lacerda, farei o meu melhor — ele disse,
contendo o nervosismo e falando com clareza.
— Nã o espero menos que isso — afirmou Georgia e me olhou. —
E você será a vice dele, quero que organize os planejamentos de estudos
e observe quem é bom em determinadas matérias. Quero um clube de
estudos nunca visto antes, um clube vencedor.
— E você terá — confirmei, fitando-a.
Ela sorriu e se voltou para Neji.
— Preciso falar a só s com Rebecca.
Neji a obedeceu tã o rapidamente que começamos a rir quando
ele virou o corredor.
— Você o deixou apavorado — comentei.
— Nã o foi minha intençã o — disse ainda aos risos e limpou o
canto dos olhos.
— Por que eu e Neji?
— Porque ele é muito inteligente, com grande potencial, e seu
esposo confia nele. Nã o tenho a intençã o de contrariá -lo e ter inimizade
com um Styles — explicou, ficando um pouco mais séria enquanto
falava.
Ela me analisou e começou a andar, a segui.
— De qualquer forma, fico muito feliz que Neji seja o capitã o do
grupo de estudos.
— Sei da sua questã o com a Noruega, Rebecca, era claro que
queria você como presidente do clube, minha filha deixou um grupo
impecável que decaiu muito no ano passado, mas sei que nã o aceitaria.
Estou errada? — Balancei a cabeça em negativa. — Por isso a escolhi
para planejamentos e organizaçõ es, uma coisa que, acredito, será fá cil
para você e nã o tomará tanto seu tempo quanto ser presidente do clube.
Assim como Anthony tem cuidado de Cameron, pretendo fazer o mesmo
por você.
— Continuar fazendo, nã o? Já que cuidava de mim mesmo sem eu
saber.
Ela sorriu.
— Nã o posso negar, porque é verdade.
— Agradeço imensamente, nã o consigo pensar em nenhuma
outra atividade extracurricular para mim que nã o fosse essa — agradeci
quando paramos.
— Mas agora, preciso ir. Você e Neji já sã o presidente e vice-
presidente do grupo de estudos, as informaçõ es serã o enviadas por e-
mail. Se precisar de mim, sabe onde me encontrar. Em quinze minutos
esteja na sua sala — ela disse, como se fossem palavras para a filha dela,
me deu uma ú ltima olhada e saiu.
Caminhei até o campus e vi que Neji estava rodeado por três
garotas. Estava decidida a nã o me aproximar, mas ele pareceu nã o
concordar quando chamou meu nome.
— Rebecca! Ah, com licença meninas, preciso resolver um
assunto urgente — disse, tirando a mã o de uma garota que estava
mexendo em seu cabelo, e praticamente correu na minha direçã o. —
Que tipo de amiga larga o amigo dessa forma?
— Eu achei que você estava gostando da companhia — repliquei
aos risos, e ele fez uma expressã o de entediado.
— Eu te odeio, de verdade.
— Odeia nada, garotinho — disse, dando-lhe uma cotovelada na
costela.
Cameron estava caminhando com Anthony no corredor e
pararam na abertura.
— Dá para acreditar que Georgia estava falando com a gente? —
Neji questionou.
— Você é fã dela?
— Tenho uma paixã ozinha por ela, é diferente — ele se gabou e
eu o olhei desacreditada.
— Neji, ela é quase vinte anos mais velha que você — eu o
relembrei.
— Eu sei, eu sei. Mas ela é tipo, foda demais — explicou, o que me
fez rir.
— Nã o sabia que você gostava de mais velhas — brinquei, e ele
deu de ombros, sorrindo.
— Por que Cameron está bravo?
Eu olhei na mesma direçã o que ele fitava, e vi Cameron com o
dedo indicador e o médio levantados, indicando o nú mero dois, e seus
lá bios exclamaram indignamente as palavras “duas semanas?”. Eu me
recordei do que Georgia havia me dito e comecei a rir.
Anthony o acalmou, eles conversaram um pouco mais e depois se
despediram. Mas quando Cameron começou a caminhar em minha
direçã o, passando os dedos na correntinha, com o rosto avermelhado e
mexendo no cabelo, eu soube que ele nã o estava nada calmo.
— Vou para a sala — Neji avisou, e nã o esperou que eu
retrucasse.
— Tudo bem, amor?
Ele me olhou e forçou um sorriso.
— Claro, minha princesa. Já acabou sua aula?
— Foi só uma conversa com o pessoal que concluiu o Projeto
Inteligência — expliquei, sentando-me no muro do corredor vazio. —
Tenho sete minutos — disse, olhando o reló gio em seu pulso. — Por que
estava bravo conversando com Anthony?
— Nã o estava bravo, estávamos falando sobre o time —
respondeu rapidamente, como se quisesse acabar o assunto.
— Falando o que sobre o time? — questionei, e ele apoiou as
mã os em minhas coxas.
— Nada importante, darei conta.
— Cameron. — Ele me olhou e a animaçã o em seu rosto
desapareceu.
— Você já sabe… — Concordei, balançando a cabeça. — Nã o,
foda-se! Nã o vou ficar duas semanas sem você. Nã o mesmo.
— Amor, duas semanas a gente consegue, ficamos um ano —
argumentei.
— É totalmente diferente agora — disse, cruzando os braços, mas
descruzou e andou de um lado para o outro.
— Mas, amor…
— Antes a gente nunca tinha feito. Agora, olhe o que eles estã o
pedindo! É impossível. — Ele prendeu meu rosto com os dedos e disse
pausadamente: — Nã o. Vou. Ficar. Duas. Semanas. Sem. Você.
— Vamos sim. Dá mesma forma que ficaríamos, se eu precisasse
pedir isso — afirmei, empurrando sua mã o, e ele me olhou, colocou a
mã o no peito e fingiu sentir dor.
— Sim, sim, você está certa. — Ele apertou minhas coxas e
aproximou o rosto do meu. — Mas me fale, é isso que você quer?
— Se… for para você conseguir o time, entã o… — suspirei. —
Sim.
Cameron me apertou um pouco mais e eu agradeci o local
escondido em que estávamos.
— Por mentir na minha cara, hoje eu vou te querer de ladinho. —
Ele abriu um sorriso safado e nã o me deixou falar. — Vamos, hora da sua
aula — disse, puxando-me pelas mã os para descer do muro.
— Cameron…
— Sua aula agora, vamos.
Seguimos para a sala e algumas pessoas já estavam à espera do
professor.
— Boa aula, minha esposa, te vejo em breve.
— Você nã o se livrou da nossa conversa, seu atentado.
Ele sorriu, relaxando os ombros, me observou até estar dentro da
sala e depois que eu tinha escolhido um lugar, me deu uma ú ltima
olhada. Quando se virou para sair, dois garotos do time e que eram
amigos de Matteo passaram, encarando-o. Cameron simplesmente
encarou de volta sem medo, sem nenhum vestígio de que recuaria e com
o queixo erguido de forma arrogante.
Puxei minha mochila, pronta para ir ao encontro dele, mas os
meninos entraram na sala conversando pelos olhos enquanto Cameron
mostrou os dois dedos do meio quando eles estavam de costas. Acabei
rindo daquela cena. Uma garota e um garoto pularam dos assentos atrá s
de mim e se sentaram ao meu lado direito e esquerdo. Cameron nos
olhou, sorriu e saiu com aquele jeito superior dele de andar.
— Espero que nã o se importe em nos sentarmos ao seu lado — a
garota disse, olhando para mim. — Sou Emma, e esse é Jonas.
Eu os olhei de volta, sorrindo sem mostrar os dentes e, com a voz
carregada de humor, questionei:
— E podem me dizer o motivo de meu esposo parecer ter
gostado da aproximaçã o de vocês?
Emma sorriu.
— Trabalhamos para ele, na empresa filial daqui — respondeu
calmamente.
— Mas temos todo o treinamento como seguranças — Jonas
advertiu, provavelmente por ver a dú vida estampada em meu rosto.
— Tenho plena certeza disso, mas… — Pensei um pouco — como
vocês podem estar no segundo semestre da faculdade?
— Na verdade, estamos no quarto. Como você sabe, depois do
primeiro semestre nos outros anos, as turmas sã o misturadas por conta
da grade disciplinar. Antonella conseguiu nos colocar na sua sala — a
garota explicou.
Nã o me surpreendi, nã o com Antonella e meu esposo
trabalhando juntos.
Capítulo 15 - Rebecca Styles

Depois das duas aulas passadas, era quase duas e vinte da tarde, e
finalmente eu iria embora. Encontrei com Neji no corredor das nossas
salas, Emma e Jonas estavam comigo e Emma simplesmente parou de
falar sobre a aula quando viu Neji, que sorria para mim, mas ficou
atô nito ao ver Emma.
Eu nã o tinha amizade alguma com Jonas, principalmente por tê-
lo conhecido agora, mas nos olhamos e rimos um para o outro.
— Acho que ela gostou dele — eu disse baixinho, e Jonas riu
concordando.
— Você acha? Ela está quase babando — Jonas afirmou, tã o baixo
quanto eu.
— Eu estou do lado de vocês — Emma relembrou, e balançou a
cabeça negativamente o que nos fez rir alto.
— Oi, amigo — cumprimentei Neji. — Esse é Jonas — eles se
cumprimentaram, dei um leve empurrã ozinho em Emma para que desse
um passo para frente. — E essa é Emma, meus novos colegas de classe.
— Olá , Emma — Neji estendeu a mã o, e ela pareceu prender a
respiraçã o.
Os dois ficaram se olhando por instantes, mas nossa atençã o foi
voltada para os meninos barulhentos do time de Stanford que estavam
caminhando pelo corredor na direçã o do campus. Emma e Jonas
pararam atrá s de mim quando Matteo se pô s em minha frente, com o
time parando atrá s dele.
— Espero que seu esposo esteja pronto para passar vergonha
com o time de maricas dele — Matteo disse com tom esnobe, e nã o me
deixou falar nada, apenas continuou caminhando com os meninos.
Alguns optaram por nã o o seguir, outros me olharam, abaixaram
o olhar e continuaram o seguindo, mas os fiéis de Matteo nem sequer
olharam para trá s.
Os que nã o seguiram Matteo eram colegas de Nicholas, que
apareceu logo em seguida com outros três garotos, um deles sendo
Manson, que me olhou, olhou minha mã o com a aliança e abaixou o
olhar.
— Nic, o que está acontecendo? — questionei.
Enlacei meu braço do dele e no de Neji para caminharmos
enquanto Jonas fazia amizade com os meninos do time que estavam nos
seguindo, e Emma ficou ao lado de Neji.
— Cameron conversou com o treinador. O treinador soube que a
maioria dos meninos do time Warriors foram aceitos em Stanford.
Parece que eles chegaram em Palo Alto e o treinador quer vê-los. Matteo
ouviu essa parte da conversa e, resumindo, os meninos estã o vindo
agora e Matteo quer arrumar um motivo para que eles sejam chacotas.
Franzi o cenho.
— Matteo planeja fazer alguma coisa?
— Jogar tintas neles e falar para o treinador que é apenas uma
brincadeira de boas-vindas — disse Manson.
— Já avisamos Cameron, nã o se preocupe, assim que soube que
Matteo estava planejando isso, eu o avisei e ele está ciente de tudo.
Balancei a cabeça em concordâ ncia. Pouco depois, Felicity
apareceu correndo no corredor.
— O que vocês estã o fazendo parados? Natalie acabou de me
avisar que eles estã o chegando.
Foi tudo o que disse antes de puxar eu e Nicholas pelos braços e
continuar correndo. Gargalhamos durante o percurso quando Nicholas
tropeçou e quase caiu, mas seguimos até o campus.
O treinador, Anthony e alguns dos conselheiros chegaram,
aproximando-se do time. Mesmo afastada deles, conseguia ouvi-los.
— Por que o time está todo reunido aqui? — o treinador
questionou.
— Queremos receber bem os novatos, sabemos que ali tem bons
jogadores — disse Matteo, e pude ver seus dois amigos rindo com
sarcasmo.
O treinador o olhou desconfiado, mas nã o interveio.
A atençã o de quem estava no campus foi voltada para um ô nibus
luxuoso e preto, com janelas em vidro fumê, que entrou pelos portõ es de
Stanford, seguindo pela passarela onde passavam os carros, motos e
ô nibus que algumas salas usavam para entrar na universidade. À direita
do ô nibus estava o logotipo branco de um leã o dentro de um losango, na
lateral baixa a esquerda estava escrito Supremacia Styles.
O símbolo da nossa família.
Era a cara de Cameron, e os meninos com certeza tinham
adorado. Eu mesma nã o conseguia tirar meus olhos de todo aquele
espetá culo.
O ô nibus parou e as líderes se aproximaram para ver quem sairia.
Logo outras pessoas começaram a se aproximar. Parte do time que
estava com Matteo quase fizeram o mesmo, mas o capitã o deles os
impediu. Quando Nicholas deu um passo para frente, coloquei as costas
de minha mã o contra o seu abdô men, o impedindo.
— Se você avisou Cameron, ele com certeza planejou algo, é
melhor nã o se aproximar agora — alertei, e ele abriu um sorriso.
A porta do ô nibus foi aberta lentamente, deixando o suspense
ainda maior. Os meninos começaram a descer e todos estavam sérios,
com camisetas pretas que carregavam o mesmo símbolo que tinha no
ô nibus, mas era pequeno e na altura do peito, à direita. Meu coraçã o
esquentou ao ver Peter e Josh, ambos estavam ó timos e com o “ego nas
alturas” pela recepçã o calorosa.
O ú ltimo a descer foi Cameron, extremamente confiante e
intimidador. Nã o consegui evitar o sorriso, principalmente quando seus
olhos vieram diretamente para mim e ele me lançou uma piscadela.
Senti meu corpo todo esquentar, até subir em minhas bochechas, como
sempre acontecia desde… o começo de tudo, no estacionamento, quando
tiraram uma foto nossa e eu estava com o casaco dele.
Estava perfeito, esbanjava elegâ ncia e confiança, intimidaria
facilmente qualquer um e me faria cair nos encantos dele mais outras
inú meras vezes.
Ele seguiu para o treinador, que nã o estava muito distante de
mim, e o cumprimentou.
— Esses sã o os Warriors, treinador — Cameron apresentou
enquanto Natalie, Calleb e Lana desciam do ô nibus.
— Bem-vindos a Stanford, garotos, é um prazer recebê-los — o
treinador disse cheio de animaçã o, e Matteo revirou os olhos de
irritaçã o. — Esse é Matteo, o atual capitã o.
Observei Cameron colocar a mã o discretamente no bolso e abrir
um sorriso amigável.
— Matteo, está aqui o meu time de maricas — apresentou.
O treinador olhou Matteo com uma surpresa desagradável e
voltou o olhar para o meu esposo.
— Nã o foi isso o que eu disse, acho que te informaram algo de
errado — Matteo justificou.
— Ah, claro. Desculpe, espero que nã o deixemos que a rivalidade
de querer a liderança do time saia do campo — Cameron disse,
encarando-o.
— Claro que nã o — Matteo disse, com o olhar cínico, e estendeu a
mã o para cumprimentá -lo.
Cameron abriu um sorriso e, quando bateu na mã o de Matteo, pó
rosa explodiu em cima de Matteo, cobrindo-o. Coloquei a mã o sobre a
boca pela surpresa e por começar a rir; o treinador ficou surpreso e
tentou segurar o riso quando se deu conta do que havia acontecido e
Anthony os olhava com satisfaçã o.
— Você está muito fodi…
Cameron deu um passo para frente e interrompeu Matteo,
impedindo-o de continuar falando enquanto tentava limpar a tinta do
rosto.
— A porra da sua homofobia nã o vai nos afetar e nã o vou deixar
que afete a ninguém. Nã o toleramos nenhum tipo de preconceito,
assédio ou abuso sexual — Cameron disse com firmeza e em tom
ameaçador, sem tirar os olhos de Matteo, que vacilou por segundos.
— Nã o pense que as coisas vã o ficar assim — Matteo rebateu.
— Estou contando com isso — garantiu e se afastou.
Cameron ficou um pouco mais distante de todos, e o vi rindo pelo
pouco de tinta rosa que havia caído em seus cabelos. Sua mã o estava
rosa pela bolinha de tinta em pó que havia sido estourada.
— Eu te amo — eu disse aos risos, e jogando meus braços por
cima de seus ombros. — Sua chegada foi espetacular.
— Ah, eu faço o que posso! — respondeu, convencido, e deu de
ombros.
— Capitã ! — os meninos do time gritaram e vieram rapidamente
em minha direçã o, como crianças vendo alguém que gostavam muito.
Eles se empurraram para me abraçar, e eu fui obrigada a assobiar
para que parassem, pois já começaram a discutir.
— Vocês podem nã o brigar agora, crianças? — questionei,
puxando Peter para que parasse de discutir com Eric.
Eles riram, e Cameron me olhou com um sorrisinho bobo nos
lá bios enquanto limpava a mã o em um paninho com a ajuda de Natalie.
Abracei os meninos, e Peter e Josh me puxaram para um segundo
abraço, só que com os dois ao mesmo tempo.
Voltei para Cameron e ele me puxou para um canto no momento
em que setenta por cento do time de Stanford se aproximou dos
meninos, recebendo-os com animaçã o e já começando a conversar sobre
como funcionava a universidade. Algumas das líderes começaram a
rodear Natalie, Calleb e Lana, que se animaram com a recepçã o, mas
Hilary havia saído com Matteo, e eu estava aliviada, porque Natalie a
olhou como se fosse estrangulá -la e eu estava disposta me juntar a ela.
— Eles já conhecem a mansã o deles?
— Ainda nã o, se arrumaram dentro do ô nibus, nã o tiveram
tempo de parar em lugar algum. Quando desembarcaram, o ô nibus
estava esperando.
— Você tem um ô nibus para eles — comentei e passei os dedos
pelo logotipo de sua camiseta. — Ficou muito lindo, amor, a cara dos
Styles.
— Temos que ir aos prédios, faltam poucos detalhes para
inaugurarmos a loja. As mercadorias estã o prontas e quero que veja
antes de tudo — afirmou apertando minha cintura.
— Eu adoraria.
Ele sorriu e selou nossos lá bios.
Um garoto do time veio falar com Cameron, e eu me perdi em
pensamentos.
A marca Supremacia Styles havia sido oficializada. E tínhamos
dois prédios. Um como escritó rio administrativo, contá bil e jurídico, e o
outro, a loja com quatro andares.
O primeiro andar para produtos infantis, femininos de um lado e
do outro, masculinos; o segundo para produtos femininos adultos; o
terceiro para masculinos; e o ú ltimo andar para pagamentos, mas
também tinha um parque de diversõ es com videogames e brinquedos
para crianças, caso quisessem brincar depois de comprar as roupas.
Dentro do parque tinha a ala com pessoas para cuidar de crianças caso
os familiares quisessem fazer as compras e depois buscar os filhos.
A ideia de Cameron era incrivelmente linda. Em todos os andares
tinham banheiros e provadores separados, além de dois provadores por
andar para pessoas com deficiência. Havia também rampas automá ticas
em cada andar que eram grandes o suficiente para, por exemplo, uma
cadeira de rodas, e espaço livre para quem quisesse subir a pé.
— Já pensou em abrir uma hamburgueria perto da loja? —
questionei quando o garoto se afastou, depois dos segundos em que
fiquei pensando em tudo o que ele estava construindo.
Ele me olhou, pensou um pouco e sorriu.
— Eu sabia que estava faltando algo naquela rua — admitiu,
ainda sorrindo. — Mas, agora, precisamos levar os meninos para a casa
deles — afirmou, fazendo-me sorrir.
— Nossa, deixe ela — Natalie reclamou, aproximando-se.
— Nossa, deixe ela mesmo — Calleb concordou.
— Sentimos a falta dela, solte-a — Lana implicou, puxando-me.
Comecei a rir enquanto os olhava.
— Aaaah, eu senti a falta de vocês também! — admiti, abraçando
os três de uma vez, e eles sorriram, retribuindo meu abraço.
— De quem é aquele casarã o? — Peter questionou, apontando
para a nossa mansã o, a qual conseguíamos ver dali.
— Do prefeito da cidade? — Josh indagou olhando para onde
Peter apontou, e todos os meninos olharam também.
— Do presidente da universidade, talvez — Eric deduziu.
— Alguém muito rico, com certeza — disse Brian.
Eu e Cameron nos olhamos.
— Meninos — Cameron chamou, e todos o olharam —, entrem
no ô nibus, temos algo para mostrar a vocês — avisou, e os meninos se
olharam confusos.
— Nã o deveríamos ver nossos quartos? — Adam questionou.
— Entrem no ô nibus — Cameron repetiu.
Eles riram, concordaram e subiram. Durante esse breve tempo,
puxei Natalie, aproveitando que Cameron tinha ido falar com Elliot e
Nicholas.
— Pensou na proposta de Cameron de morar com a gente?
Ela sorriu, para entã o dizer:
— Pensei e mantenho minha resposta: nã o irei. Vocês estã o
casados, aquela casa é para vocês e a família que virá .
— Amiga, você viu o tamanho daquele lugar? — perguntei, e ela
riu.
— Sim, claro, é impossível nã o ver — brincou. — Me diga,
irmã zinha, meu irmã o que pediu para você tentar me convencer?
Dei de ombros e acabei rindo.
— Ele está perturbado com o fato de que a gente vai morar
naquela mansã o e você em uma casa menor — expliquei. — Sabe que
para mim nã o é problema, nã o vou ficar me intrometendo na sua
decisã o, mas Cameron pediu que eu tentasse.
— Injusto seria aceitar morar na casa de vocês depois que ele me
deu um ateliê, reformou-o do jeito que eu queria e me presenteou com
um carro, sem cobrar absolutamente nada. Sei que Cameron quer o
melhor para mim, mas aceitar tudo isso dele fez com que Elliot e eu
brigá ssemos. Elliot nã o reclama da minha vida financeira, mas ele se
sente mal por achar que nã o pode dar uma vida de luxo para mim.
Estamos nos virando juntos, vou me casar com ele um dia, e sei que
vamos alinhar isso, mas a nossa casa foi o pai dele quem deu, nã o posso
e nã o quero deixar de lado esse presente.
Sorri com essa reposta.
— Está falando como uma senhora casada — brinquei, e ela
sorriu.
— Nã o vejo a hora — admitiu.
— Entendo, mas pelo meu marido, eu precisava tentar.
Ela abriu um sorriso e me abraçou.
— Eu amo tanto vocês! — afirmou sorridente e me soltou. — Vou
tentar falar com Cam, mas tente abrir a mente dele antes?
— Sempre — disse aos risos.
— A senhora e senhorita Styles podem parar com a fofoca e
entrar no ô nibus? — Cameron gritou, quase anunciando para a
universidade toda que eu era uma Styles.
Rimos, caminhando rapidamente para o ô nibus. Subimos, e o
meu lugar era na frente, ao lado de Cameron. Os meninos foram o
caminho todo gritando, cantando e brincando.
O ô nibus parou em uma garagem pró pria para ele, onde estavam
os carros que os meninos tinham em Liberty. Descemos primeiro e, à
medida que cada um saía, suas expressõ es ficavam confusas.
— Me sigam — Cameron ordenou e me puxou pela cintura para
caminhar com ele.
Os meninos vieram logo atrá s, como crianças atrá s do pai.
A parte do time que havia ingressado em Stanford era Cameron,
Elliot, Peter, Josh, Eric, Adam, Brian, Cole e Phillipe. Do time oficial,
apenas Dylan e Noah nã o estavam presentes, porque faltava um ano
para se formarem. E os outros foram aceitos em outras universidades.
Cameron os fez andar pela casa toda, conhecendo os quartos, a
sala de jogos, a sala de estar e a de jantar, cozinha e despensa,
lavanderia, academia, e, por fim, a ala de piscinas, onde paramos de
andar.
— Que mansã o do caralho! — Peter exclamou.
— A capitã , filho da puta — Josh o alertou, dando um tapa na
cabeça de Peter, e os meninos deram alguns também, todos caindo na
gargalhada.
— Meninos, vocês vã o machucá -lo, parem — pedi, puxando Peter
para que saísse da sequência de tapas que estava recebendo, e todos
riram, inclusive ele.
E eu sabia que a minha presença era apenas uma desculpa para
eles se estapearem.
— Essa mansã o é de quem? — Eric questionou.
— Nossa — Cameron começou, olhando para eles. — Compramos
para vocês morarem pelo tempo que ficarem em Stanford, como uma
fraternidade. Mas é claro, quem quiser morar no campus…
Os meninos nã o o deixaram terminar e correram em nossa
direçã o, pulando em cima de nó s e gritando as palavras “Viva os
capitã es”. Era uma energia contagiante, eles olharam para Elliot e
Nicholas, que nã o tinham se juntado, os puxaram e voltaram a pular.
— A gente devia fazer uma festa de comemoraçã o — Peter
anunciou, todo animado.
— Uma bem grande, de parar Stanford — Josh completou,
ouvindo as concordâ ncias dos meninos.
— Vocês vã o morar com a gente? — Adam questionou, e todos
nos olharam.
— Nã o, essa casa será de vocês. Eu e minha esposa… — Cameron
foi interrompido pelos suspiros apaixonados e fingidos que os meninos
emitiram. — Seus idiotas. — Eles riram. — Enfim, temos nossa casa.
Elliot e Natalie moraram na casa deles, assim como Nicholas e Felicity.
Olhei Nicholas, que acenou com a cabeça para que eu o seguisse.
— Já venho, Nicholas quer falar comigo — avisei Cameron
enquanto a discussã o sobre quem moraria com quem se iniciava.
Beijei seu rosto apó s vê-lo concordar e me soltar. Eu e Nicholas
seguimos pela entrada da cozinha.
— A casa ficará para os nossos primos — Nicholas iniciou.
— Achei que a compraria — disse, franzindo o cenho.
— E ia, mas… — Ele fez uma pausa carregada de suspense. — É o
nosso ú ltimo ano em Stanford, vou pedir Felicity em casamento e no ano
que vem vamos morar onde ela quiser, entã o…
— Nic, isso é incrível! — exclamei, pulando em seus braços e o
abraçando. — Eu sabia que você ia pular o namoro — afirmei aos risos,
soltando-o.
— Nunca fui muito bom em seguir as tradiçõ es, nã o é? — disse,
rindo e me fazendo concordar. — Ela ainda nã o sabe, mas conversei com
tio Owen e tio Benjamin. Tio Ben já estava procurando uma casa com
Silas para os filhos morarem, entã o concordaram em deixar a casa dos
Nogueiras para eles, já que nossos primos também concordaram.
— Eu imaginava algo assim. Estou muito feliz por vocês —
afirmei, vendo-o sorrir. — Eles chegam quando?
— Hoje à noite — disse enquanto voltávamos para o pessoal.
— Entã o, o que decidiram? — questionei, soltando meu braço do
de Nicholas e voltando para Cameron.
— Depois de muita insistência de Calleb, Lana e Felicity, Neji
aceitou morar com eles — Peter começou. — Por mais que minha
namorada vá ficar mais aqui do que lá — provocou, com ar convencido.
— E ficar no meio desses homens? De jeito nenhum — Lana
retrucou, e os meninos fizeram caretas para ela.
— Certo, certo. Faremos uma festa aqui, amanhã à noite. Mas
hoje, vocês irã o para a nossa casa — Cameron avisou, e os meninos
voltaram a atençã o para ele. — Nicholas pode levá -los?
Franzi o cenho. Nó s nos despedimos dos meninos para que eles
descansassem da viagem e seguimos direto para os prédios, que ficavam
um ao lado do outro. Vimos o escritó rio e seguimos para a loja.
Estava linda, a parte de fora era preta, e a de dentro, bem-
iluminada e convidativa.
— Me diga mais sobre a sua ideia — pediu, sentando-se em uma
cadeira de videogame de carro e me puxando para si depois que vimos
toda a loja.
Eu me sentei em seu colo.
— Bom, tem tudo aqui. Temos momentos de lazer para todos, nã o
só para crianças; e as pessoas podem comprar as roupas delas e depois
irem comer. O que chama muito a atençã o, pelo que vi aqui em Stanford,
é hamburgueria e sorveteria. Teria o pacote completo perto um do outro
— expliquei, como se estivesse apresentando uma proposta para um
chefe.
— Você fica linda de empreendedora — disse, sorrindo, e beijou
meu rosto. — É uma ó tima ideia, vou providenciar. O que acha de
inaugurarmos aqui amanhã ?
Eu o olhei surpresa.
— Acho incrível.
— Vou trazer os meninos aqui antes da faculdade, vou deixá -los
ver e amanhã eles vã o sair falando por Stanford. E eu estava pensando
em… — Ele fez uma pausa e abriu um sorriso malicioso. — Em já deixá -
los anunciando que vai ter uma festa na casa deles, comemorando a
chegada em Stanford, o que vai ajudar a acabar com a W.E. Party.
— Deixa eu ver se entendi — comecei, forçando uma expressã o
de incredulidade. — Você quer usar os nossos negó cios para acabar com
a festa de Matteo? — Ele sorriu, concordando. — É sério, Cameron?
O sorriso iluminado que estava em seu rosto desapareceu.
— Nã o gostou da ideia? — questionou, desanimado.
— Eu amei, amor! — afirmei, e ele sorriu novamente. — Achei
muito inteligente, na verdade, juntou o ú til ao agradável. Mas, me diga,
senhor Styles, desde quando está pensando nisso?
— Desde a conversa com Anthony tenho pensado no que fazer.
Pensei em invadirmos a festa, mas seria burrice invadir o territó rio dele,
entã o vou sabotá -lo sem sair do meu.
— Você fica um gostoso planejando esse tipo de coisa — afirmei e
beijei seus lá bios. — Mas agora, eu preciso muito comer alguma coisa.
Ele se levantou quase no mesmo instante.
— Está esse tempo todo sem comer? Sério, Rebecca?
— Eu comi no intervalo, calma.
Ele me olhou, balançando a cabeça negativamente, e seguiu para
a saída me puxando.
Chegamos em casa e nosso almoço estava pronto, mesmo sendo
mais de três da tarde. Em vez de ficarmos na sala de jantar, optamos por
comer na sacada de nosso quarto; fizemos nossos pratos e os colocamos
em uma bandeja, em outra coloquei a jarra de suco e os copos, pedimos
para os funcioná rios se servirem na mesa posta, e subimos.
O clima estava frio nessa época do ano, em torno de 15ºC, mas,
pela sacada ser coberta, o frio nã o se tornou um problema.
— Nã o está falando com Elliot? — questionei, fitando-o depois de
tomar um gole de suco de uva.
— Discutimos — comentou. — Eu nã o entendo, ele nã o me deixa
cuidar da minha irmã , eles nem se casaram, por que querem morar
juntos? Por que ela escolheu morar com ele e nã o aqui? Ela vai ter tudo o
que precisa e…
— Se eu tivesse aceitado morar com você, mesmo sem estarmos
casados, e Nicholas, por exemplo, ficasse se envolvendo, você gostaria?
— perguntei calmamente, sem tirar os olhos dele.
— Sã o situaçõ es diferentes.
— Por que você tem mais dinheiro?
Ele me olhou, incrédulo.
— Dessa forma soa arrogante — reclamou.
— Talvez possa estar aparentando isso. Amor, Natalie optou em
morar com o homem que ela ama e vai se casar. Nã o devemos nos meter
nisso, independentemente da vida que ela poderia ter aqui. Ela sabe
disso, cresceu nisso, mas optou em ter a vida que é cabível para ela e
Elliot, entende? — eu disse, com o maior cuidado possível, pois era um
assunto delicado. — Vale a pena ficar brigado com o melhor amigo e a
irmã só porque eles nã o querem fazer o que você acha que é melhor?
Ele ficou em silêncio, apenas pensando no que eu tinha dito.
— Nã o quero falar disso agora — admitiu.
— Tudo bem, meu amor — beijei seu rosto e começamos a falar
sobre os planos para o futuro da Supremacia Styles.
Tudo sobre a Supremacia Styles
Na manhã de hoje, o tão conhecido Cameron Styles foi visto no
campus de Stanford junto de sua esposa e, algumas horas depois, com o
seu time, alguns dos antigos Warriors, de Liberty.
A chegada deles rendeu muitos comentários e nuvens rosas.
Cameron decidiu mostrar a Matteo que responderia a suas
provocações à altura de um capitão e que poderia tirar até mesmo o seu
título.
Diante disso, temos perguntas como: quem será o capitão do time
esse ano? Cameron tirará o título de Matteo?
Se preparem, estudantes de Stanford, porque, se posso dizer,
algumas mudanças os aguardam!
Por Rita Fletcher,
Quarta-feira, à s 21:23.
Capítulo 16 - Cameron Styles

Eu nã o poderia estar mais feliz com a vida de casado com Rebecca, era
como se eu tivesse nascido para ter a vida que tenho agora.
Minha mulher era incrível e a cada dia, a cada discussã o ou
desentendimento, aprendíamos a conversar e nos resolver. Eu a amava e
sentia meu amor crescendo a cada instante ao lado dela.
— Amor… — Rebecca me olhou ainda deitada em meu peitoral.
— Agora que estamos recuperados e temos um tempinho antes dos
meninos chegarem… — Ela se sentou na cama, puxando o edredom para
cobrir seus seios, e eu respirei fundo. — Nã o fuja, de novo, dos assuntos
que temos que conversar.
— Eu nã o acho que seja uma pessoa ruim por querer o bem da
minha irmã — afirmei, recostando-me na cama.
— Meu amor — começou calmamente, afastando os cabelos que
grudavam em meu rosto pelo suor —, isso nã o tem nada a ver com ser
uma pessoa ruim. Entendo o que é querer o bem do irmã o, mas Natalie
tem idade, assim como eu e você, para recusar alguma coisa. Olhe para
mim — pediu. Resisti por segundos, mas acabei cedendo. — Ela nã o vai
deixar de ser cuidada e nã o vai te abandonar por morar com Elliot, mas
eles querem a vida deles, e ficarmos nos intrometendo, além de ser
inconveniente, vai fazê-los se afastar da gente.
— Está me chamando de inconveniente?
Ela riu discordando.
— Nã o, nã o mesmo, mas se ficar insistindo depois dela ter falado
que nã o vai se mudar, acabará sendo.
Suspirei audivelmente.
— Sei que Natalie é importante para você e nã o estou julgando
isso, nã o é problema. Estou falando de acordo com o que eu e ela
conversamos. E sabemos que Elliot se esforçará ao má ximo para cuidar
de Natalie. Nã o vamos nos envolver, por favor — pediu, entrelaçando
nossos dedos, e beijou a minha mã o.
Respirei fundo, pensando em tudo o que ela tinha dito. Rebecca
me dava tempo para pensar sem ficar em cima querendo uma resposta
na hora, e eu amava esse espaço. Analisei a situaçã o, e nã o tinha como
discordar. Eu nã o gostaria de outras pessoas tirando a minha
responsabilidade de cuidar da minha esposa e protegê-la.
— Você está certa — admiti depois de minutos em silêncio,
apenas sentindo as carícias dela em meu braço.
— Nã o quero que pense que vou me envolver na sua relaçã o com
os seus irmã os, mas da mesma forma que você me pediu para convencê-
la, ela pediu para tentar explicar que a vida que ela vai levar com Elliot
foi a que ela escolheu — explicou, ainda receosa de ser interpretada
incorretamente.
— Eu sei amor, nã o se preocupe — eu a tranquilizei.
Puxei-a para mim novamente, envolvendo meus braços ao seu
redor.
— Sobre o outro assunto…
— Nã o, por favor, nã o, eu imploro.
— Sim, meu esposo. — Ela me olhou; — Temos que conversar
sobre, hoje é o ú ltimo antes das três semanas de testes.
— Eu tenho energia o suficiente para fazer tudo — argumentei,
mas seu olhar denunciava que nada a faria mudar de ideia, e aquilo era
torturante.
— Muitos falaram… — Ela se soltou de meus braços. — … que a
melhor temporada dos Warriors foi ano passado, em que o capitã o
estava esbanjando todo o seu esforço. E se me lembro bem, no ano
passado nã o tivemos relaçõ es sexuais ou estou errada?
— Por escolha sua, nã o tivemos — relembrei, cerrando os dentes
para falar contra a minha vontade e ela sorriu.
— Pois bem…
— Isso nã o tem nada a ver! — exclamei, desesperado.
Ela suspirou, levantou-se da cama, colocou o roupã o, fechou-o e
cruzou os braços enquanto me encarava.
— Você é atleta, meu pai foi atleta, meus tios e primos sã o e eu
sou capitã de um time de atletas — relembrou, e eu nã o consegui evitar
o sorriso. — Entã o nã o tente me contrariar. Você e eu sabemos que
quando campeonatos de esportes estã o pró ximos, tem um determinado
tempo sem relaçõ es pelo bem do time e do pró prio competidor… — Abri
a boca, pronto para falar. — E nã o me interrompa Cameron William
Styles! Agora sou eu quem estou falando! — ordenou.
E eu me calei, segurando o sorriso e o enorme desejo de arrancar
aquele roupã o, jogá -la na cama e fazê-la perder toda essa postura.
— Você quer o time ou nã o? — questionou.
— Quero, mas…
— E você quer ajudar os meninos ou nã o?
— Sim, amor, mas…
— Quer perder para Matteo? Imagina a vergonha de perder para
um assediador que deu em cima da sua esposa e da sua irmã , tentou
ofender seu time e ainda pode fazer coisa muito pior se você, o tã o
conhecido Cameron Styles, perder para ele.
Meu queixo caiu. Essa mulher… nã o tinha como explicar a minha
esposa.
— Caralho, você é a melhor motivadora que eu já conheci —
admiti.
Ela sorriu fazendo um agradecimento como o de atores de teatro
para a plateia. Eu me apoiei em meus braços na cama e tentei puxá -la,
mas ela se afastou, caminhando até a sala de portas de correr, a que ela
nã o me deixava ver e que tinha dito que seria a sua — e a minha tã o
desejada e sonhada — sala de pole dance.
— Está vendo isso aqui, Cameron? — ela disse, passando as mã os
nas portas da sala, mas sem a abrir. — Combinei com a minha assistente,
que é fiel a mim e nã o a você, para te contar algo. — Eu sorri a ouvindo.
— Essa sala só poderá ficar pronta daqui a duas semanas e meia. Ou
seja, quando acabar a semana de testes, isso aqui… — Ela apontou para
a sala. — E isso aqui… — Ela passou as mã os lentamente em sua cintura
até a lateral de suas coxas, de forma provocativa. —… estarã o ao seu
dispor.
Molhei os lá bios, os mordi enquanto sorria e me levantei
caminhando até ela, estando totalmente despido.
— Senhora Styles, agora sim estou convencido — afirmei,
puxando-a pela cintura, e dei um tapa em sua bunda.
— É estritamente importante que o meu marido consiga o time,
estou me esforçando para esse feito — disse, com cordialidade fingida
em sua voz, enquanto eu beijava seu pescoço.
— Seus esforços sã o muito ú teis e importantes para mim, minha
esposa.
Ela sorriu, selando nossos lá bios.
— Mas, amor, no momento estou sentindo meu corpo todo doer
— confessou, afastando nossas bocas e soltando a respiraçã o. — Se
importa de deixarmos isso para mais tarde?
— Eu me importo de você ainda ficar receosa de achar que vou
ficar bravo por você chegar no limite do seu pró prio corpo — disparei,
incrédulo.
Acariciei seu rosto e a deitei na cama.
— Estou me esforçando — afirmou e abaixou o olhar.
— Eu sei, vejo isso — aleguei e beijei a ponta de seu nariz.
— Mas agora, precisamos tomar banho, você convidou seus
machos para vir aqui — ela relembrou.
— Os nossos machos — corrigi.
— Os nossos machos — confirmou, achando graça, e se levantou
de meu colo para caminhar até o banheiro.
Esperamos a banheira encher. Entrei, pois já estava despido,
peguei em sua mã o para que entrasse e tirei seu roupã o.
Ficamos instantes trocando carícias e eu a abracei, com ela
deitada em meu peito, entre as minhas pernas.
— O que você pretende mostrar para os meninos?
— A mansã o. Eles se provaram leais a mim, nunca quiseram
saber se eu tinha ou nã o dinheiro, mesmo que fosse nítido pelos carros e
festas. Mas confio no time atual, porque nã o esperaram que eu
mostrasse algo para estarem ao meu lado. Os garotos de agora foram os
que mais se preocuparam comigo quando nos separamos, confio neles.
Mas nã o mostraremos os carros, Peter e Josh vã o querer andar em todos.
Ela sorriu em concordâ ncia e beijou meus lá bios. Entã o, ela se
afastou e começou a tomar o seu banho, jogando á gua em mim à s vezes
e passando espumas em seu rosto.
Depois do banho tomado, expliquei a ela como funcionaria a
inauguraçã o no dia seguinte, visto que tinha alinhado as coisas com os
gerentes, que eram meus primos, e eles organizaram tudo com a equipe
de venda, o administrativo, os seguranças e todos os outros
funcioná rios.
Nó s nos vestimos e vi a mensagem, pelo reló gio, de Finn avisando
que os meninos haviam chegado.
Descemos as escadas, chegando até a sala de estar, onde eles
estavam observando o local com expressõ es de surpresa e animaçã o.
— O que acharam? — questionei, e todos voltaram a atençã o
para mim, como sempre faziam.
Eles me olharam por instantes, ficaram em silêncio e
inesperadamente começaram a falar de uma vez, fazendo com que eu e
Rebecca começá ssemos a rir.
— Caralho, isso aqui é de você s! — Peter anunciou e os
meninos voltaram a falar.
— Vou mostrar o lugar, venham — eu os chamei, e Rebecca se
conteve em nã o me acompanhar. — Algum problema?
— Meus primos estã o chegando e quero recebê-los.
— Tudo bem, minha princesa. — Beijei o topo de sua cabeça, ela
sorriu e beijou meu rosto.
— Nã o destrua nossa casa, você fica ainda mais bagunceiro com
os meninos por perto — alertou, e eu fiz uma expressã o marota. — Ai,
meu Deus — ela se queixou aos risos e se desprendeu de mim.
— Vocês vã o querer vir? — questionei, olhando Calleb, Neji e
Lana, que já estavam com a minha esposa.
— Deus me livre, prefiro ir com a Becca depois — Calleb
provocou.
— É que ele nã o gosta de homens — Josh explicou, e foi
impossível contermos as gargalhadas, até mesmo o pró prio Calleb caiu
na risada.
Neji decidiu nos acompanhar e os meninos o receberam como
sempre, na verdade ele tinha se tornado um amigo do time, um grande
amigo principalmente por ter cuidado da minha esposa.
Elliot estava distante, com Brian e Adam, mas sabia que
precisaria conversar com ele.
— Você planeja fazer alguma coisa para sabotarmos a W.E. Party?
— Nicholas questionou em voz baixa, se aproximando.
— Sim, mas nã o existirá “nó s” nisso — aleguei, e ele franziu o
cenho. — Rita Fletcher vai falar de mim e de quem estiver por perto,
sabe disso. — Ele relaxou os ombros e acenou em concordâ ncia.
— Entã o, como será ?
— O time nã o se envolverá em nada. Nã o colocarei em risco a
bolsa dos meninos ou a viagem com o time oficial, muito menos a minha
possível posse como capitã o. Serei cuidadoso, e amanhã você saberá ao
que me refiro.
Ele sorriu e acenou.
— Confio em você.
Trocamos um toque de mã o.
Comecei a apresentar a casa, exceto os quartos dos meus filhos, o
meu e de Rebecca, nossos escritó rios e a garagem.
Eles adoraram a academia e a sala de jogos com o bar que tinha
dentro.
— Cara, isso é muito foda! — Josh disse animado.
— Dá para a gente morar aqui — Peter disse, em tom
provocativo.
— De jeito nenhum! — rebati.
— Você é podre de rico — Adam deduziu e todos me olharam.
— Esse tempo todo? Caralho, como se esconde isso? — Phillipe
brincou.
Eu me sentei no banco do bar e os meninos se sentaram no sofá ,
outros nas cadeiras e me olharam novamente.
— Sim, minha família é rica, assim como eu sou; nã o só pelo
dinheiro deles, mas pelo meu também. A casa de campo que fomos é, na
verdade, minha. — Eles arregalaram os olhos, de surpresa, exceto
Nicholas e Elliot que sabiam. — Em Liberty, alguns dos meninos do time
eram interesseiros e eu sabia no que daria eu falar sobre isso, mas o
time de agora e os primos de Rebecca que vã o chegar daqui a pouco, eu
confio neles. Vocês provaram ser leais a mim e a minha esposa; ela
confia em vocês, isso basta.
Eles estavam sorridentes.
— Porra, isso é demais! — Cole disse.
— Quem sã o os primos de Rebecca? — Brian questionou.
— Conhecemos? — Josh perguntou.
Nicholas balançou a cabeça para que eu contasse.
— A histó ria é complicada, muito complicada, mas nã o
pressionem ninguém para que contem a vocês, estamos entendidos?
Eles gritaram um “sim” coletivo.
Eu e Nicholas explicamos quem era irmã o de quem, mas sem
contar quem eram os pais, porque era algo que deveria partir deles e
nã o de nó s, e o time concordou em nã o entrar no assunto.
Finn apareceu na porta e, enquanto os meninos conversavam, eu
me aproximei dele.
— Os primos da senhora Styles estã o com ela. As bebidas
chegaram e as deixamos no freezer na ala de piscinas que o senhor
solicitou, e a ala da piscina coberta está pronta — explicou.
Eu o olhei e comecei a rir, vendo a confusã o tomar conta de sua
expressã o.
— Nã o precisa me chamar de “senhor”, Finn, e se Rebecca ouvi-lo
a chamando de senhora toda vez, vai brigar com você.
— Ela já brigou — ele disse em tom brincalhã o. — Licença —
pediu, e quando concordei, ele se retirou.
— Time, as bebidas cheg…
— Finalmente, caralho! Vamos beber! — Josh gritou.
Ele e Peter pularam no alto, batendo seus peitorais, e nã o
resistimos à s gargalhadas.
— Podem ir para a ala de piscinas, Finn está aguardando vocês —
avisei, e eles saíram se empurrando quando passaram pela porta. —
Nicholas, está tudo pronto na ala da piscina coberta, fique à vontade,
mas nã o ao ponto de ficar pelado — alertei.
Ele me mostrou o dedo do meio e saiu, deixando-me com Elliot.
Eu me sentei no banco, ao lado dele, e ele começou:
— Nã o quero que pareça que vou ficar entre você e Natalie, ela
sempre será sua irmã e eu valorizo muito a relaçã o de irmã os, mas
entende que me sinto impotente, como futuro marido, quando você dá
tudo a ela? Nã o estou reclamando de presentes, mas a casa… — ele
suspirou — É foda. E porra, eu nã o quero ficar brigado com o meu
melhor amigo.
Eu o olhei por instantes.
— Sei que Natalie sempre foi e sempre será sua prioridade. E
durante o colegial, pelo menos, ela foi sua responsabilidade. Mas agora,
ela tem idade para seguir e decidir sozinha, nã o acha? Natalie é forte,
Cameron, mais do que eu e você sabemos, e acredito que só Rebecca a
conheça tã o bem, porque ainda está me deixando conhecê-la, mas ela é
forte, confie nela para decidir as coisas sozinha e confie em mim, porque
eu vou cuidar dela com a minha vida, e nã o estou aqui falando como seu
melhor amigo, estou falando como o homem que quer se casar com
Natalie.
Percebi que ele prendeu a respiraçã o por instantes.
Era tudo o que eu precisava ouvir.
Meu pai nã o tinha sido tã o bom assim para mim e Natalie; depois,
machucaram os sentimentos dela, e eu nã o queria que aquilo se
repetisse. Só que nã o sentia isso com Natalie e Elliot. E nã o podia mais
ser responsável por ela.
— Cara, isso ficou incrível — afirmei, e ele soltou a respiraçã o. —
Fui responsável durante um tempo, mas sabia que uma hora teria que
parar. Fico feliz que nã o seja só por você, mas por ter certeza de que
agora ela está bem.
— Tudo bem entre a gente? — questionou depois de instantes
em silêncio.
— Claro — confirmei, levantando-me.
— Cameron — chamou antes que eu me virasse para sair da sala
—, falei com seu pai antes de vir a Palo Alto, mas quero falar com você
também… — Ele fez uma breve pausa. — Quero pedir Natalie em
casamento no aniversá rio dela e espero que você esteja de acordo com
isso.
Senti uma sensaçã o estranha. Era claro que aquilo iria acontecer,
mas… caralho.
— Claro que estou de acordo.
Ele sorriu animadamente e me abraçou.
Enquanto descíamos, fiquei pensando se seria aquela mesma
sensaçã o quando eu tivesse uma filha e chegasse esse momento. Porém,
eu com certeza nã o queria pensar nisso agora.
Capítulo 17 - Cameron Styles

Minha chegada junto dos Warriors rendeu diversos comentá rios.


Gostava da sensaçã o de ouvir as pessoas falando que sou o esposo de
Rebecca, que ela é minha esposa e que serei o novo capitã o do time. Mas,
no momento, era satisfató rio ouvir falarem sobre a inauguraçã o da loja
Supremacia Styles e que a festa depois seria a maior de Stanford.
As coisas estavam ficando em seu devido lugar, e Matteo nã o
ficaria calado. Porém, estava tudo planejado para lidarmos com ele.
Matteo era como uma fruta apodrecida, que contaminava tudo ao
seu redor, mas, ao mesmo tempo, era uma fruta com raízes profundas
que precisavam ser arrancadas e transformadas em cinzas. E seria
exatamente o que faríamos: queimaríamos a raiz, a fonte, a sua casa de
estupro e o reduziríamos ao pó .
Desci com os meninos para o intervalo e percebi que alguns do
time de Stanford estavam se enturmando com a gente de forma
espontâ nea. Os meninos falavam animadamente sobre a festa e a
inauguraçã o da loja, e cada vez mais pessoas se aproximavam do nosso
amontoado na mesa do refeitó rio ao ar livre.
As líderes estavam ao lado; elas me olharam e comentaram algo
com Hilary e aquilo me trazia as piores lembranças possíveis, tanto o
que Hilary fez quanto a tudo o que vivi em Liberty.
— Capitã ? — Ouvi Peter chamar e olhei na mesma direçã o que
ele.
Rebecca caminhou igual a um foguete na direçã o de Hilary. Eu me
levantei pronto para tirá -la dali, mas Natalie me barrou.
— Nã o a impeça, nã o dessa vez, porque você faria pior — alertou.
Franzi o cenho e me aproximei apenas o suficiente para ouvir o
que estava acontecendo. Rebecca parecia furiosa quando parou atrá s de
Hilary, que se levantou. Elas se olharam e eu consegui ver que a garota
estava apavorada, de uma forma que nunca havia visto em toda a minha
vida.
— Eu vou te dar uma ú nica oportunidade de contar a verdade —
Rebecca começou, e Hilary levantou o queixo, tentando manter sua
postura arrogante. — E espero que você seja inteligente o suficiente
para aproveitá -la.
— Do que você está falan…
— Ah, Hilary — Rebecca disse com sarcasmo e eu arregalei os
olhos. — Nã o finja — alegou, mais como uma ameaça. — Eu e você
sabemos do que estou falando. Vou te dar duas opçõ es, considerando
que você, além de arrogante, é mentirosa e suja. — Hilary pareceu
perder a fala, mas nã o tanto quando eu. — Ou conta a verdade perante o
boato que você espalhou ou sairemos daqui com advogados…
— Quem voc…
— E — Rebecca falou mais alto —, devo lembrá -la que qualquer
um da minha família adoraria pegar o caso — afirmou calmamente. — O
que você prefere? — Rebecca abriu um sorriso… de ó dio. — Escolha com
sabedoria — debochou.
Hilary abaixou o olhar e percebi que as líderes estavam confusas,
mas ninguém ousava se envolver.
— Conte a verdade para as líderes, agora — Rebecca ordenou,
com uma irritaçã o e raiva na voz que nã o vi nem mesmo quando ela
quebrou a garrafa de Nicolly.
E nã o era o tom que usava quando eu e ela brigávamos, era pura
raiva.
Hilary murmurou alguma coisa que ninguém conseguiu ouvir.
— Mais alto — mandou, encarando-a com os olhos em chamas.
A garota fechou os olhos e soltou a respiraçã o. Ela se virou para
as líderes, olhou para mim e para elas, e, por fim, disse:
— Eu nunca transei com Cameron…
Todos me olharam e eu cruzei os braços; nã o estava incrédulo,
imaginava que algo assim aconteceria, mas nã o imaginava que Rebecca
reagiria daquela forma.
— Na verdade, nó s nos beijamos apenas uma vez.
— E como conseguiu esse beijo? — Rebecca questionou, e ela a
fitou com os olhos cheios d’á gua.
— Rebecca, por fav…
— Como, Hilary? — insistiu.
— Porque eu o pressionei e éramos muito novos — disse, com as
lá grimas descendo de seus olhos. — Mas eu menti, sobre tudo, tudo… —
sussurrou.
— Você é patética! — uma líder gritou.
— E é mentirosa, espero que uma das novatas tire o cargo de
capitã de você! — outra gritou, e as outras concordaram.
— Desde o ano passado você tem mentido sobre ele? É sério?
Você disse que ele quem te beijou e agora nos disse que o pressionou
para conseguir? — outra garota questionou.
— Sabendo que somos totalmente contra isso? Boatos, assédio…
Jesus, Hilary, você é uma grande hipó crita — uma outra disse, como se
lamentasse profundamente por aquilo.
— Mas Hilary convida as novatas para a W.E. Party de Matteo.
Nunca entendi bem por que ela é a líder de vocês, que têm uma política
contra essa festa, mas a tem como capitã — uma garota disse.
Eu e Rebecca nos olhamos, e ela pareceu completamente
surpresa.
— Vocês sã o contra a festa do meu irmã o? — Felicity questionou.
— Sim, é claro! Tentamos avisar as meninas novas, mas nem
sempre a notícia se espalha, e algumas nã o acreditam na gente porque
alguém… — A garota de tranças olhou Hilary. —… diz que nã o há o que
temer.
— Acho que já soubemos o suficiente hoje — uma garota de
cabelos ruivos disse.
— Hannah, eu…
— Vá , Hilary! — a de tranças exigiu.
Eu ainda estava parado, prestando atençã o em tudo, porque nã o
conseguia fazer outra coisa. Hilary pegou suas coisas à s pressas e saiu,
quase correndo.
As meninas se viraram para Rebecca, que agora estava ao meu
lado, e eu automaticamente a abracei.
— Assim que Hilary entrou, você saiu. Nã o entendemos direito o
que estava acontecendo e achávamos que ela era uma boa capitã , mas
nã o fazíamos ideia de nada. — a garota de tranças disse para Felicity e
nos olhou. — Cameron e Rebecca, sentimos muito se pareceu que
apoiávamos o que ela fez. Nó s nunca, jamais, apoiaríamos esse tipo de
coisa.
— Hannah, estamos vendo isso, e é um alívio — Rebecca disse.
— Queria que tivéssemos a oportunidade de falar com você no
ano passado, mas você parecia fechada para isso — comentou, e as
líderes ao redor dela concordaram.
As bochechas da minha esposa coraram.
— Me desculpe por isso — pediu, e Hannah acenou em
concordâ ncia.
— Os meninos vã o fazer uma festa hoje e nã o tem a mínima
possibilidade de assédios ou coisas do tipo. Meu irmã o e minha cunhada
sã o os capitã es deles e eles sã o ó timos — Natalie anunciou, animada.
Acabamos rindo quando ela começou a explicar nã o só a festa,
como a inauguraçã o da loja. Calleb e Lana se aproximaram dela, e
Felicity se manteve com eles, conversando com as meninas como
sentisse falta daquilo.
Eu ainda estava impressionado e só me mexi porque Rebecca me
puxou. Quando chegamos na mesa dos meninos, eles começaram a
aplaudir, e minha esposa sorriu, balançando a cabeça negativamente.
Nó s nos sentamos, mas eu sabia que ela estava incomodada e quase nã o
prestava atençã o nas conversas.
Um comunicado soou nos alto falantes no refeitó rio do campus,
avisando que as pró ximas horas seriam reservadas para a palestra de
boas-vindas.
Encarei Rebecca, pedindo com os olhos para que saíssemos, e ela
sorriu, concordando. Depois de comer seu lanche natural, pegou o pote
de frutas quando se levantou e seguimos, ouvindo as insinuaçõ es dos
meninos aos risos depois que eu peguei nossas mochilas.
— Eu sei, eu sei, fui muito inconsequente. Mas só estava tentando
nã o deixar essa garota se aproveitar de você outra vez. Na primeira, ela
acabou com a sua vida, e agora ela quis usar uma mentira enorme para
tirar proveito de você outra vez! — afirmou indignada. — Tentei ao
má ximo nã o usar os privilégios da nossa família, nem expor na frente de
todo mundo, mas ela estava falando de você como se fosse um objeto e
ainda contando mentiras e mais mentiras… — Ela soltou a respiraçã o,
frustrada. — Nã o fique bravo comigo, por favor — pediu, olhando para
mim quando eu me encostei no carro.
— Nã o estou — disse, puxando-a pela cintura e fazendo com que
nossos corpos se colidissem levemente. — Na verdade, combinou muito
com você nã o ficar calada, e você viu o que fez? Porque nã o ficou com
medo, descobrimos que as líderes daqui sã o pessoas boas, amor. Você
nã o fez nada de errado.
Ela suspirou e abriu um sorriso forçado.
— Se eu nã o tivesse sido tã o fechada, teríamos descoberto que
Hilary ajudava Matteo com essa festa. Algumas coisas poderiam ter sido
diferentes.
— Nã o se culpe, minha princesa, você precisou do seu tempo. —
Beijei o topo de sua cabeça. — Podemos…? — pedi, abrindo a porta do
carro para que ela entrasse.
— Muito bom! — ouvimos a voz de Anthony, e eu revirei os olhos,
estando de costas para ele. — O futuro capitã o do time e a vice-
presidente do grupo de estudos querendo sumir durante uma palestra
onde todos os diretores estarã o.
Rebecca arregalou os olhos e se virou na direçã o da voz. Eu, por
outro lado, acabei rindo.
— Os dois, para o anfiteatro — ordenou, e quando eu ia retrucar,
ele nã o deixou: — Sem reclamaçõ es, senhor Styles.
E nó s, mesmo contra a minha vontade, seguimos para o
anfiteatro.

As horas na inauguraçã o da loja voaram e, como eu suspeitava, os


alunos de Stanford em peso vieram chamando a atençã o de vá rias outras
pessoas e toda vez que passavam pelos meninos do time, eles avisavam
sobre a festa na mansã o. Até o pessoal de Stanford que fizemos amizade
entre ontem e hoje participaram do convite para a festa.
Nã o tivemos a presença indesejável de Matteo e seus amigos, mas
estava com um leve pressentimento de que isso mudaria na festa.
— A inauguraçã o foi um sucesso — Rebecca disse enquanto
colocava o tênis.
Concordei balançando a cabeça e me levantei.
— Você disse que estaria pronta vinte minutos atrá s — reclamei,
colocando as mã os na cintura e parei em sua frente. — A festa já
começou.
— Eu disse, mas eu claramente nã o estou. Sabe por quê? Porque
você me atrasou com seu charmezinho. Pode chorar mais baixo? —
rebateu, levantando-se e ficando de frente comigo.
Passei a língua nos dentes, tentando conter o sorriso.
— Você é uma abusada — afirmei.
— Que você ama — completou, selando nossos lá bios para
caminhar até o espelho.
Eu me sentei na cama.
— Brian e Adam me pediram emprego — comentei rindo, e ela
me olhou pelo reflexo do espelho.
— Josh e Peter me pediram também — ela sorriu enquanto
falava.
— Peter e Josh terã o o lugar deles na Supremacia. Mas, os outros
meninos, depois dos meses de viagem, quero ajudá -los, de verdade —
disse, mexendo na correntinha em meu pescoço, e ela me olhou com os
olhos brilhando.
— Isso será ó timo, amor — concordou, passando gloss nos lá bios
para em seguida se aproximar de mim. — Estou pronta.
Eu me levantei.
— Já está temperada para comer — provoquei, dando um tapa
em sua bunda e recebendo dois em meu braço.
— Você é um idiota.
— Ei — repreendi, como se estivesse ofendido. — Aliá s, um
homem de verdade é aquele que prepara a comida, vou te dar banho
quando chegar.
Ela me olhou furiosa.
— Eu detesto essas brincadeiras — reclamou fingidamente,
tentando segurar a risada.
— Desculpa, esposa — pedi, inocentemente selando nossos
lá bios. Espalhei pelos meus pró prios lá bios os vestígios de gloss que
Rebecca deixou, assim como ela fazia depois de passar.
— Por que você tem que ser assim, garoto? — disse, como se
fosse uma reclamaçã o, e apertou minha bochecha.
— Amor? — Ela me olhou quando chegamos na garagem. —
Todinha sua — afirmei, parando pró ximo da moto preta com dourado e
lhe entregando a chave.
Ela sorriu e a pegou.
Quando seguimos para a casa dos meninos, Rebecca me mostrou
o quã o inconsequente era quando o assunto era radicalidade. Ela nã o
tinha limites. Gostava daquela sensaçã o de adrenalina, de perigo e
controle percorrendo o corpo tanto quanto eu.
A casa dos meninos normalmente ficava em torno de quinze
minutos de distâ ncia, mas se tornou dois. Descemos da moto, tiramos os
capacetes e eu a puxei, colando meus lá bios aos dela.
— Caralho! Você é foda! — admiti, impressionado.
Ela mordeu meu lá bio e se soltou de mim.
Entregamos a chave para um dos seguranças, e seguimos para a
festa.
— Chegaram, caralhooooo! — Josh e Peter gritaram.
A casa estava lotada. Peter correu para o barril de cerveja, Eric e
Adam o seguraram de ponta cabeça e ele começou a beber. Josh pulava
animadamente e eu nunca os vi tã o felizes. Nã o pela bebida, mas porque
podiam ser quem eles eram.
Animados, estranhos e livres.
— Olhem o Josh gritando porque sabe que os dois vã o ficar no
mesmo nível, eu os odeio — ouvi Lana falando enquanto parava ao
nosso lado e Rebecca começou a rir. — Filho da puta! Me deixe ir ajudar
o amor da minha vida — avisou, caminhando até Peter depois que ele
desceu do barril, e começou a rir por estar molhado de bebida.
— Ela já está bêbada? — Rebecca questionou, rindo.
— Começando — afirmei.
Chegamos na ala de piscinas onde os outros estavam. Natalie
estava com Elliot, Calleb, Jace e Luce, que acenaram para nos
aproximarmos.
— Jace e Luce…?
— Incrível, nã o? — Rebecca comentou, animada. — Eu achava
que Luce era lésbica, mas ela é pansexual, e no meu tempo fora de
Liberty, eles… bom, está bem nítido.
— Isso é ó timo — afirmei, olhando para ela.
— Sim, estou muito feliz por eles — Rebecca disse, sorrindo. —
Acho que Alec e Jasper querem falar com você. — Ela franziu o cenho,
olhando para a frente, e eu segui seus olhos, acenando para eles, que
seguiram para o lugar onde conversaríamos.
— Eu quem vou falar com eles.
Ela me analisou por instantes e beijou meus lá bios.
— Nã o conseguimos tirar todos da W.E. Party, nã o é? —
perguntou, desanimada.
— A festa começou agora, ninguém ainda foi vítima,
resolveremos isso agora — expliquei. Ela passou os dedos em meus
braços cobertos pelo casaco pesado de frio.
— Faça o que for necessá rio, mas nã o saia daqui. O que quer que
aconteça, você será a primeira suspeita — alertou e me abraçou. — E
nã o os deixe ir — pediu, se referindo aos primos.
— Nã o deixarei — envolvi sua cintura com meus braços, levantei-
a do chã o e a beijei.
Depois de deixá -la com Natalie e o resto do pessoal, segui ao
encontro de Jasper e Alec, que estavam com os meus seguranças e os
deles na academia dos meninos.
— Como disse mais cedo, os seguranças que participarem do
acontecimento de hoje nã o poderã o ser vistos depois, porque teremos
mais de um crime cometido hoje. — Os seguranças, sem exceçã o,
sorriram ao me ouvir.
Jasper abriu um sorriso satisfeito e Alec cruzou os braços,
parecendo interessado.
— Com a mesma rapidez que eles aparecerem, vã o desaparecer
— Alec confirmou e eu acenei em concordâ ncia.
— O que acontece nessa festa? — Jasper questionou,
provavelmente por Alec nã o ter contato tudo a ele ainda.
— Violência física e sexual, drogas e bebidas sem consentimento
— expliquei. — Os meninos sã o agredidos caso queiram participar dos
testes para capitã o do time e as meninas sã o violentadas por um ou
mais, depois de drogadas. E esses malditos sempre conseguem se safar.
Sã o seis, contando com Matteo, que fazem tudo. O ú nico que faz parte do
time é Matteo, mas os outros sã o de fora e moram com ele.
— Os amigos dele do time nã o fazem parte? — Alec indagou.
— Por incrível que pareça, nã o — respondi.
Finn passou a pasta com a foto dos seis para Jasper e Alec, que
analisaram e repassaram para os seus seguranças, os meus já haviam
visto e conheciam os que eu me referia.
— O que você deseja que seja feito? — Jasper questionou.
— Quero que eles apanhem, como fazem com os garotos, mas
nada de agredi-los no rosto, nã o podemos deixar tã o nítido e será
apenas para dar um susto neles. O segundo passo será desmaiá -los,
como eles fazem com as garotas, e quando acordarem, quero que
estejam totalmente despidos. Destruam a casa deles e joguem todas as
roupas na rua. — Afirmei.
— Eles vã o desconfiar que é você — Alec interveio.
— Essa é a intençã o — confirmei. — Quando isso acontecer, eles
virã o até mim e vocês… — Olhei os seguranças. — Queimem a casa.
Assegurem-se de que nã o terá ninguém dentro e queimem tudo. Tudo!
Quero que a casa se reduza a cinzas, deixando um aviso a Matteo que, se
entrar em nosso caminho… — Olhei para Alec e Jasper. —… ele será o
pró ximo a ser reduzido a nada. E quando os bombeiros ligarem para
ele… — Fechei os olhos, imaginando a casa pegando fogo e Matteo
começando a perder seu poder. — Daí veremos pessoalmente a cara dele
e será épico.
— Cameron Styles, nã o sabia que você gostava de colocar fogo
em propriedades — Jasper disse, com um sorriso maroto de quem faria
qualquer coisa que eu lhe pedisse agora, desde que envolvesse confusã o.
Acabei rindo ao me lembrar de quando eu, Andrew, Peter e Josh
colocamos fogo na casa de um homem velho que seguia Natalie e, como
os bombeiros entraram e viram fotos de meninas novas, já que
chegaram a tempo de recuperar algumas coisas, ele foi descoberto,
preso por pedofilia e morto dentro da cadeia a pedido do meu pai.
— Nã o hesitem! — incentivei.
Os homens se entreolharam, com sorrisos maldosos. E eu sabia
que o grau de violência deles era impensável.
— Será uma honra, senhor Styles — afirmou o chefe da
segurança de Jasper e Alec para hoje.
Olhei meu segurança, que ficaria à frente, acenei e vi todos os
homens saírem da academia.
— Adoraria estar presente e ser eu mesmo a colocar fogo na casa
— admiti.
Nó s três rimos.
— Eu também, mas minha mã e disse que cortaria minhas mã os
— Jasper disse e soltou um longo suspiro.
— Presumo que Rebecca faria o mesmo com você — Alec
comentou enquanto me olhava.
— Entã o você conhece muito bem a sua prima — aleguei e rimos.
Sá bado, 02:33
A festa estava no á pice da animaçã o, mas todos estávamos em
alerta. Os calouros que foram para a festa de Matteo haviam vindo para
cá , nã o tinha ninguém de Stanford ou de qualquer outro lugar na W.E.
Party, porque meu pessoal e o de Antonella haviam protagonizado uma
falsa invasã o, impedindo que Matteo e seus seis amigos estupradores
saíssem.
Eu me virei para a minha esposa enquanto ela se aproximava,
com Natalie e Luce. Jace tinha ficado sob a minha supervisã o e a de Elliot
durante esse tempo. Ele nã o parava de falar sobre como Felicity e
Nicholas o acolheram na mansã o onde morará com Luce.
Rebecca se sentou ao meu lado, onde eu estava com o braço
esticado, e Alec e Ned se aproximaram e se sentaram no sofá . Ela estava
tensa e olhava para a entrada da casa o tempo todo.
— Amor, nã o se preocupe — pedi, olhando para ela, e afundei os
dedos em seus cabelos. — Vai dar tudo certo.
— Sei que vai e nã o estou com medo, estou um pouco tensa
porque Matteo vai fazer de tudo para acabar com você. — Ela suspirou e
eu beijei sua mã o. — Estou feliz que Felicity nã o esteja aqui, faria muito
mal a ela. Ter um irmã o assim faz mal a ela.
— Sim, Nicholas está cuidando dela, nã o o vimos desde ontem,
quando ele saiu para pedi-la em casamento — eu disse aos risos. —
Nicholas fazia festas na casa em que você morava?
Ela me olhou e concordou, mas nã o parecia incomodada.
— Sempre. As festas dele nã o me incomodavam, a gente fechava a
parte de cima da casa e Deborah acabava ficando lá comigo. À s vezes a
gente saía para assistir a um filme com Alec e Ned, porque Neji sempre
ia para as festas, por ser o DJ oficial da gente — disse e olhou, sorrindo,
para Neji nos equipamentos de som onde Emma estava com ele.
— Eles dois…
— Sim, aparentemente, e nã o quero que atrapalhemos em nada
— afirmou, e eu a olhei incrédulo.
— Mas ela está com você para trabalhar e nã o…
— Ela fez um trabalho espetacular ontem e hoje, mesmo com Neji
por perto. Quando está em horá rio de trabalho, fica muito atenta. Ela
tem quase nossa idade, é pedir demais que fique presa ao trabalho o dia
todo — explicou, e eu bufei.
— Se é assim que quer, senhora Styles, nã o vou contrariá -la.
Afinal, ela fica mais com você do que comigo.
— Muito obrigada.
Ela sorriu e selou nossos lá bios.
Quando se afastou, olhou além de mim e eu segui a mesma
direçã o, vendo Brian e Marjorie entrando discretamente na casa. Nó s
nos olhamos e rimos.
— Eu deveria saber que os meninos nã o perderiam tempo —
comentei, aos risos.
Mas ela nã o sorria mais, nã o enquanto olhava Matteo chegando
com seus amigos. Ele parou o carro quase em cima de uma garota, que
teria sido atingida se Jasper nã o a puxasse.
Encarei os garotos que saíram do carro. Estavam suados, mesmo
que estivesse frio em Palo Alto, e ao ponto de matar alguém. Mas, com
eles, havia outros garotos que pareciam mais velhos.
— Já volto — avisei, levantando-me, e ela pegou em minha mã o.
— Lembre-se, primeiro consiga o time, nã o parta para a agressã o
— aconselhou, e eu selei nossos lá bios.
— Pode deixar. — Passei os dedos em seu rosto.
Eu sabia que Georgia tinha conversado com ela; se eu desse
qualquer sinal de que me envolveria em confusã o, poderia manchar o
nome time, o que era uma ameaça para o meu fracasso, mas isso mudava
quando se era capitã o.
Olhei minha esposa, que me fitava apreensiva.
Os meninos do time, sem pedido, ordem ou aviso, se agruparam
atrá s de mim enquanto eu caminhava até Matteo. Jasper começou a
gravar tudo do celular, divertindo-se com as expressõ es irritadas dos
garotos.
A ira fervia nos olhos de Matteo e dos outros cinco. Eles estavam
suados e sujos.
— Você, seu filho da puta, desgraçado! — Matteo gritou e
avançou para cima de mim, que me mantive parado.
— Isso. Emoçã o! — Jasper pediu, como se fosse um diretor de
filmes. — Parta para cima dele, oh, soberano capitã o — esnobou,
fazendo todos gargalharem.
Matteo agarrou Jasper pelo colarinho da blusa e Alec o empurrou.
— Eu nã o faria isso se fosse você, Matteo — aleguei. — Você nã o
vai gostar do resultado de colocar a mã o nesses dois — avisei.
Ele encarou Jasper, que o olhava com um sorriso vitorioso, e o
soltou.
— Vou matar você, Cameron Styles. Você nã o faz ideia do que
cometeu hoje. Está muito fodido — esbravejou, e novamente veio para
cima de mim.
— Estive aqui o tempo todo, nã o foi? — questionei, virando-me
para o pessoal que me rodeava, e todos gritaram em concordâ ncia.
— Você enviou os seus homens! — acusou.
— Meus homens? — perguntei, com sarcasmo. — Se tem tanta
certeza, denuncie.
Ele cuspiu no chã o.
— Você…
— Matteo! — um garoto gritou. — A nossa casa… está pegando
fogo!
— O qu… — Ele se engasgou com as pró prias palavras, se virou
para mim e, quando ia me dar um soco, Alec o socou. — Vocês estã o
fodidos! Todos vocês! — gritou enquanto era puxado pelos seus amigos.
— Vamos bebeeeeeeer! — Jasper gritou, com toda a sua
animaçã o, e beijou a garota que havia salvado de ser atropelada, que
aceitou o beijo aos risos.
A mú sica voltou a ser tocada e a festa voltou ao que estava antes
da chegada esperada de Matteo. Olhei para Alec.
— Eu esperei por muito tempo para socar a cara desse filho da
puta — justificou.
— Mandou muito bem — afirmei.
Trocamos um toque de mã o e eu corri para Rebecca. Ela me
abraçou com força, seus braços jogados ao redor de meus ombros, e
soltou a respiraçã o devagar.
— Ainda nã o me acostumei — admitiu. — E vou sempre me
preocupar.
Passei os dedos em seu rosto e a beijei.
— Quero te levar em um lugar.
Capítulo 18 - Rebecca Styles

Eu ainda me sentia em estado de choque. Sabia de tudo o que havia


acontecido, porque assim que nosso pessoal e o de minha madrinha
saíram rumo à casa de Matteo, Cameron me explicou todo o plano, e
aquilo nã o ficaria sem um troco.
Cameron me trouxe a uma pista de corrida de carros vazia.
Fomos com um carro que algum dos funcioná rios trouxe depois de
levarem a moto. Um dos seguranças nos aguardava do lado de dentro e
abriu o portã o de arames para entrarmos.
As luzes fortes iluminavam a pista, e as arquibancadas estavam
vazias, exceto pela parte em que os seguranças estavam.
Dois carros de corrida se aproximaram de nó s, pararam atrá s da
faixa, e dois seguranças saíram dos bancos do motorista. Finn me
entregou a chave do carro vermelho e Rodrigo entregou a Cameron a do
carro azul. Eu o olhei e ele sorriu.
— Está pronta, senhora Styles?
Abri um sorriso e marchei até o carro, sentindo a animaçã o
tomar conta do meu corpo.
Entrei e Finn se posicionou a frente dos carros, com duas
bandeiras vermelhas em mã os. Assim que as duas foram abaixadas em
um movimento de seus braços, acelerei. Nã o pensei nas consequências
ou coisa do tipo, apenas deixei que a velocidade tomasse conta de tudo.
Acelerei quando vi Cameron passar de mim; meu coraçã o palpitou e eu
podia sentir meus batimentos nos ouvidos.
Cameron era louco e insano, mas eu nã o tinha medo. Queria mais
de mim, amava dirigir daquela forma e nã o me intimidaria. Pisei no
acelerador e fizemos a curva com os carros raspando nas laterais de
proteçã o; derrapamos os pneus de forma audível e meu carro girou na
pista. Antes que eu pudesse bater, freei a poucos centímetros de
distâ ncia das barreiras. Cameron freou na mesma hora, estando mais a
minha frente. Quando me recompus, eu o vi sair do carro e começar a
correr em minha direçã o.
Gargalhei com a euforia, sem conseguir ouvir ou pensar em nada.
Eu amava aquilo.
Antes que ele se aproximasse, acelerei, deixando-o para trá s. Eu o
vi pelo espelho passando a mã o nos cabelos, em um gesto de
preocupaçã o.
Cheguei na linha de chegada e, quando saí do carro, os
seguranças me olhavam impressionados, mas eu nã o queria saber
daquilo.
Queria Cameron, sentia a excitaçã o tomar cada vez mais conta de
mim, de forma que tensionei minhas coxas para me conter.
Ele parou o carro quase em cima de mim e saiu, irritado e com o
rosto avermelhado.
— Mas que po…
Eu o puxei pelo braço, sem deixá -lo terminar de falar. Saímos do
autó dromo, parando no estacionamento deserto, e eu o empurrei contra
o carro. Os seguranças ainda nã o haviam saído, e algo me dizia que nã o
iriam, pelo menos agora.
— Eu quero você — eu disse apressadamente, beijando seu
pescoço. — No carro — acrescentei.
Ele sorriu, apertando minha bunda, de forma que me deixou na
ponta dos pés. Cameron entrou e me puxou para o seu colo, levando o
carro para uma parte ainda mais escura do estacionamento, como se
fosse o caminho para uma entrada especial. Ele abriu a porta e eu pulei
para fora. Quando entrou no banco de trá s, me puxou à s pressas para si
e bateu à porta, travando-a. Empurrei os tênis de meus pés e tirei a
calça. Eu me sentei em seu colo e o beijei, sentindo os bicos dos meus
seios se endurecerem por baixo do sutiã . Cameron arrancou o meu
casaco, e eu, o dele, deixando-o ainda vestido com a blusa de baixo.
Desabotoei sua calça e desci os lá bios por seu pescoço. Enfiei a mã o por
dentro de sua cueca, sentindo-o duro. Eu o massageei devagar e ele
gemeu, puxando alguns fios de meu cabelo. Ele se ergueu para cima e
puxou a calça para baixo com uma mã o enquanto o outro braço estava
envolto em minha cintura. Eu me esfreguei em seu pau, gemendo contra
os seus lá bios, e ele agarrou minha bunda com as duas mã os, apertando-
a com tanta força que senti a ardência. Disparou tapas que com certeza
deixariam marcas, mas eu nã o me importava.
Eu me sentei de costas para ele e me inclinei para a frente, para
pegar uma camisinha no porta-luvas. Senti seus dedos deslizarem em
mim, por cima da calcinha, tã o lentamente que minhas pernas
tremeram. Peguei a camisinha e entreguei a ele.
Ouvi seu rosnado e a embalagem da camisinha sendo aberta
enquanto eu me mexia em vai e vem em seu colo.
Eu estava encharcada, sensível e sentindo meu coraçã o
disparado.
Cameron arrastou minha calcinha para o lado, encaixou-se e me
puxou para baixo devagar. Ele raspou os dentes em meu ombro e gemeu
em meu ouvido quando me sentei por completo nele.
— Caralho… — murmurou.
Comecei a mexer meu quadril, e suas mã os agarraram meus
cabelos, obrigando-me a virar o pescoço. Movi meu braço para trá s,
alcançando sua nuca. Seus lá bios devoraram os meus e ele agarrou meu
pescoço com a mã o que antes estava em meu cabelo. A outra mã o
deslizou em meus seios, dando atençã o para um e depois para o outro.
Devagar, ele cruzou uma linha do meio dos meus seios até meu
abdô men, puxou a calcinha, rasgando o tecido e se livrando dela, e seus
dedos passaram a dar atençã o ao meu clitó ris inchado e pulsante.
— Cameron… Aí, meu… — minha voz falhou e eu comecei a me
mexer mais rá pido.
— Porra, você é gostosa pra caralho! — gemeu, mexendo a
cintura e a mã o.
Eu estava sensível e sentindo o orgasmo cada vez mais perto.
— Cam, eu vou… eu…
— Se apoie nos bancos — ele ordenou.
Eu me apoiei e apertei o estofado, mexendo-me mais rá pido e
com o corpo inclinado para a frente. Cameron começou a me penetrar
com força, com um braço ao redor de minha cintura e a outra mã o me
estimulando. Eu estava completamente sensível e aberta para ele.
Entã o, eu senti o calor do orgasmo devastador me preencher e
rebolei descontroladamente em cima de Cameron, sem conseguir
raciocinar. Meu corpo todo latejava, eu sentia minha pulsaçã o em meus
ouvidos e, quando Cameron se empurrou, dentro de mim, eu vi estrelas
e perdi as forças nas pernas.
Eu me segurei no estofado do banco e saí de cima de Cameron.
Meu corpo estava pesado de forma que tombei no banco.
Abri um sorrisinho. Era devastador, Cameron me consumia, me
fazia completamente dele. Ele se inclinou e beijou minha bochecha.
— Estou impressionado — comentou. — Podemos competir aqui
sempre que quiser — insinuou, fazendo-me rir; e colocou a calça depois
de tirar a camisinha e a jogar no lixo que tinha no carro.
Sorri para ele, mas sua expressã o ficou rígida quando luzes de
uma lanterna pareceram percorrer o carro, em busca de algo. No mesmo
instante, Cameron colocou seu casaco em cima da parte de baixo de meu
corpo, porque estava despido, e meu coraçã o parou.
— Fique aqui e nã o se mexa — pediu.
Ele pegou o meu casaco e colocou por cima do dele, como
segurança. Apertei os casacos, mas, de qualquer forma, eu nã o tinha
forças para me mexer. Eu estava encolhida e sem conseguir ao menos
esticar as pernas.
— Ah, senhor Styles — ouvi a voz grossa.
— Olá , policial — Cameron disse, e suas vozes ficaram distantes.
Consegui me inclinar para ver através da janela embaçada do
carro. Eles estavam longe e, com os casacos em cima de mim, vesti
minha calça, pois Cameron tinha destruído mais uma calcinha minha. Eu
me recostei no banco, sentindo dor e cansaço, e nã o me importava com o
quã o abafado o carro estava. Eu estava tã o sonolenta, que nem mesmo
me preocupava com qual era a conversa que eles estavam tendo do lado
de fora.
E nã o vi quando Cameron voltou ou deu partida rumo a nossa
casa.
Quando abri os olhos, ele estava me carregando nos braços em
nosso quarto.
— Amor…
Ele sorriu ao me ouvir e acariciou meu rosto. Tirou minhas
roupas e me carregou até a banheira.
— Você está exausta — comentou, do lado de fora da banheira,
jogando á gua em cima de meus ombros.
— Foi um dia e tanto hoje — admiti, apoiando meus braços sobre
o degrau da banheira.
Cameron estava vestido apenas com sua cueca box branca, e seus
olhos azuis cintilantes me observavam.
— Você parece tã o feliz — observei, erguendo meus olhos para
ele.
— Você me surpreendeu — disse, em uma explicaçã o simples e
completa.
— O que o policial disse? — perguntei, puxando-o para que
entrasse na banheira.
Ele ficou em pé, tirou a cueca e entrou na banheira enquanto
dizia:
— Que esperava que eu fizesse o time secundá rio de Stanford
voltar a ganhar, porque a ú ltima temporada foi a pior, e que a
Supremacia Styles é muito conhecida.
Meus lá bios se entreabriram.
— Você nã o está falando sério — rebati e ele riu.
— Estou. — Ele me puxou para ficar entre suas pernas. — Aceite,
senhora Styles, temos privilégios agora.
— Como colocar fogo na casa de alguém e sair ileso?
Ele passou o nariz em minha bochecha.
— Foi um vazamento de gá s — alegou. — Bom, pelo menos de
acordo com os bombeiros e policiais.
E abriu um sorriso vitorioso.
TUDO SOBRE A SUPREMACIA STYLES
Na madrugada de sábado, Rita Fletcher escreveu uma matéria sobre o
incêndio na casa de Matteo, mas não foi ao ar, pois, assim que entrou no
sistema de Antonella, foi derrubada.
Capítulo 19 - Cameron Styles

Era quinta-feira, e amanhã seria o ú ltimo dia de teste para capitã o do


time.
A primeira semana havia passado rá pido e Rebecca estava no seu
período menstrual, o que tornou as coisas bem fá ceis. Mas agora, na
ú ltima semana, eu estava quase um Homem-Aranha: subindo pelas
paredes.
Caralho! Era impossível nã o a querer. Depois da primeira vez, eu
estava viciado. Obcecado pela minha mulher e completamente
necessitado, precisando dela para viver. Porra, aquilo me tirava do sério
de uma forma anormal.
Respirei fundo, tentando controlar minha mente.
Olhei para as paredes de vidro da hamburgueria, vendo Matteo
me encarar do lado de fora. Quando ele reparou que eu o vi, seguiu seu
caminho.
Ele nã o havia sido um problema durante essas semanas. Nã o
aparecera na faculdade em nenhum dia e eu sabia que ele estava
planejando alguma coisa.
A construçã o e inauguraçã o da hamburgueria aconteceu
extremamente rá pido. Em duas semanas e meia foi entregue exatamente
do jeito que queríamos. E hoje estávamos na inauguraçã o.
Como Rebecca havia previsto, a noite estava sendo um sucesso e
a maioria dos clientes saiam da loja e vinham para cá . Nossos prédios
foram construídos estrategicamente em uma das avenidas mais
movimentadas do centro de Palo Alto. A distâ ncia da loja para a
hamburgueria era curta, bastava atravessar as duas pistas da avenida,
sendo pró ximas do farol e da faixa de pedestres.
O térreo e primeiro andar da hamburgueria estavam lotados;
uma fila de pessoas esperava para entrar e o estacionamento
subterrâ neo nã o teve espaço o suficiente para todos os carros.
Construímos uma pista grande de boliche dentro da
hamburgueria e, no andar de cima, uma casa de bolinhas com vá rios
obstá culos e uma parte para as crianças menores entrarem com os pais.
Assim, toda a família poderia comer, beber e se divertir.
Rebecca estava na mesa que reservamos para o prefeito da
cidade, o presidente de Stanford e suas famílias. Ela conversava com as
esposas deles enquanto os filhos estavam na pista de boliche ou na casa
de bolinhas.
Manteríamos os poderosos ao nosso lado, claro, e Antonella
estava fazendo o mesmo, pois vi o momento em que Georgia e Anthony
chegaram e foram diretamente para aquela mesa cumprimentá -los, e
logo conseguiram seus lugares.
Rebecca beijou o rosto de Georgia, cumprimentou Anthony e
disse algo para todos na mesa que me pareceu um pedido de licença. Eu
a encarei enquanto ela se aproximava observando a tela do celular.
— Carter está me ligando — avisou e em seguida o atendeu, indo
para as escadas do fundo que levavam para a cobertura.
As rampas elétricas estavam fechadas, pois a cobertura seria só
para pessoas com reserva e convidados.
Eu a puxei para a nossa sala, que nã o era tã o grande comparada à
do escritó rio administrativo e jurídico da Supremacia, mas era
confortável e aconchegante. Acendi a luz com claridade baixa para que
ninguém nos atrapalhasse e me sentei na cadeira atrá s da mesa. Ela se
sentou em meu colo com uma naturalidade com a qual eu sonhava e
colocou o braço em volta de meus ombros.
— Oi, agora consigo te ouvir — ela disse, colocando o celular em
viva-voz.
— Diana nasceu. Eu sou pai! Minha filha nasceu! — anunciou,
animado.
— Sério? Aí, meu Deus e como ela é? Como ela está ? E Nicolly? —
Rebecca questionou euforicamente.
— As duas estã o ó timas. Ela é linda, Becca, linda. Tã o
pequenininha, frá gil e… tã o linda — ele disse, com a voz embargada de
emoçã o, e eu comecei a limpar os olhos pelas lá grimas que insistiram
em sair.
Rebecca sorriu, olhando para mim, e passou os dedos em meus
cabelos.
— Ah, Carter, parabéns! Estou muito feliz por vocês — ela
afirmou, sorridente.
— Parabéns, irmã o, que coisa incrível! — Parabenizei, com a voz
carregada de sinceridade, enquanto abraçava Rebecca pela cintura.
— Muito obrigado. Vocês foram os primeiros para quem eu liguei,
porque sei que vã o entender o pedido que tenho a fazer — ele disse,
parecendo um pouco mais sério agora. — Cameron, foi você quem abriu
meus olhos para isso.
— Certo… — murmurei.
— Nã o vou contar a ninguém sobre o nascimento de Diana, pelo
menos nã o essa semana. Eu e Nicolly conversamos, e ela concordou, mas
pediu que contasse pelo menos para vocês, é claro. Elas receberã o alta
daqui a três dias e quero que ela descanse o má ximo que puder, quero
ficar apenas com ela e minha filha essa semana. Sei que muitos vã o
querer vê-la e isso vai desgastar minha esposa. Ela acabou de ganhar
minha filha e quero que descanse. Vocês podem nã o contar para
ninguém?
— Ah, Carter, isso é totalmente compreensível. Nã o diremos
nada, é a filha de vocês e vocês quem decidem a hora de contar que ela,
finalmente, veio ao mundo — minha esposa disse, sorrindo, em uma voz
calma.
— Eu sabia que vocês entenderiam — ele afirmou, parecendo
sorrir enquanto falava. — Nicolly acordou, mando notícias assim que
puder.
— Claro, cuide bem das minhas meninas — Rebecca pediu.
— Tchau, Carter, se precisar de qualquer coisa, ajudaremos — eu
disse, e ele riu alto.
— Ajudar mais? Se estamos em um hospital tã o bom, é graças a
vocês. Obrigado, padrinhos, vou cuidar mulheres da minha vida — ele
disse, parecendo estar sorrindo, e desligou.
Rebecca me olhou, e eu passei a mã o calmamente em sua coxa.
— Como presente de padrinhos de Diana, sugeri que o parto
fosse em um dos melhores hospitais de Connecticut. Meu tio é dono de
lá , entã o ela teve todo o atendimento privilegiado — expliquei, e ela
sorriu.
— E quando ia me contar isso? — questionou, cruzando os
braços.
— Na verdade, eu achei que Nicolly tinha contado para você —
afirmei, e ela revirou os olhos, fingindo irritaçã o.
— Nã o contou. — Ela deu de ombros. — Você pensa em nã o
contar a ninguém quando for o nosso filho ou filha?
— Nã o acho que vai ser possível esconder isso do time ou de
Antonella — afirmei, rindo. — Mas nã o acho que seja bom receber
visitas logo depois de ter o bebê. Além dele ser bem novinho, você vai
estar com as suas debilitaçõ es e em período de recuperaçã o. E,
sinceramente, quero cuidar dos dois antes de ver outras pessoas —
admiti, vendo-a sorrir. Ela selou nossos lá bios e acariciou meu rosto.
— E eu concordo. No parto de Isaac, minha mã e ficou muito
debilitada e meu pai expulsou todas as minhas tias de casa, deixou só
minhas avó s, porque estavam cuidando da minha mã e.
— Eu e meu pai nã o deixamos ninguém visitar minha mã e
durante duas semanas porque ela estava muito frá gil, mas ela pediu para
chamar minha sogra, porque precisava da ajuda dela, mas foi a ú nica, e
ela se recuperou muito bem.
Ela sorriu, concordando.
— Acho que precisamos ir, senhor — relembrou, com uma classe
fingida na voz.
Ela se preparou para sair de meus braços, mas eu a segurei com
mais firmeza.
— Só mais uns minutinhos — pedi, afundando os dedos em seus
cabelos e aproximando seus lá bios dos meus.
Ela sorriu e selou nossos lá bios. Deslizei a mã o em seu pescoço,
descendo por seus seios, e apertei o direito com calma. Ela sorriu
enquanto o beijo ficava lento, e minha mã o continuava a descer por seu
corpo. Mordi seu lá bio, sentindo-me vulnerável. Precisava dela, do corpo
dela no meu, de vê-la e senti-la.
— Nã o faz isso… — suplicou com fraqueza, e eu sorri, passando
os lá bios em sua clavícula.
Suas unhas deslizaram em minha nuca, em seguida pelo meu
abdô men, e entraram por baixo da minha camisa. Subi ainda mais a mã o
em sua coxa, por baixo do vestido curto, e apertei sua cintura com a mã o
desocupada. Eu estava como uma pedra de tanto desejo e ao ponto de
enlouquecer quando mordi o ló bulo de sua orelha, ouvindo-a
choramingar.
Ela estava tã o vulnerável quanto eu, passamos as semanas em
provocaçõ es e a tentaçã o a cada dia aumentava, chegando a quase ser
impossível de conter.
— Por favor, eu preciso de você — sussurrei, e ela me olhou com
expressã o sofrida, abaixou a cabeça e a levantou. — Só … um pouco.
— Nã o, Cam, nã o podemos… — choramingou.
— Me deixe tocá -la, apenas isso — pedi, enfiando minha mã o
entre suas coxas.
Nã o houve resistência ou negaçã o. Em resposta ela me beijou e
meu pau endureceu quando senti a quentura entre suas pernas.
Arranquei seu shortinho fino, puxando a calcinha junto e a penetrei com
um dedo.
— Porra, você está encharcada — eu disse. Com os lá bios em seu
pescoço, arrastei os dentes e afundei outro dedo, ouvindo-a gemer. —
Ah, Rebecca, eu quero tanto mergulhar em você e fazê-la gritar de tanto
prazer — gemi contra os seus lá bios, quando ela fixou os olhos nos
meus.
Eu me levantei e a virei de costas, colocando-a apoiada na mesa,
no espaço vazio. E, caralho, eu a queria tanto que doía.
Passei a mã o em suas coxas, até sua bunda, e lhe dei um tapa que
a fez gemer deliciosamente. Deslizei a mã o em seu quadril até sua
boceta e afundei dois dedos, colando meu corpo ao dela e esfregando
meu pau em sua bunda.
— Ai, Cameron, eu… ahn… — gemeu, rebolando contra os meus
dedos, e eu os senti ensopado quando ela gozou.
Mordi os lá bios, nunca tinha sido tã o rá pido
Chupei os dedos, fechando os olhos. Ela tinha um gosto delicioso.
Eu a olhei. Sua expressã o se franziu enquanto ela me olhava,
parecendo sofrer.
Apressadamente, ela pegou sua calcinha e short do chã o e ouvi o
barulho do salto batendo contra o piso quando ela correu para o
banheiro.
Cada vez mais difícil e perturbador.
Eu estava impaciente, estressado e ainda faltava a porra de um
dia.
Sentei-me na cadeira outra vez para esperá -la.
Rebecca saiu do banheiro e eu a olhei por segundos.
— Te vejo lá embaixo — foi tudo o que disse, com as bochechas
coradas e os olhos perdidos.
— Nã o a deixarei por nada, Rebecca Styles — relembrei,
levantando-me.
— Amor… — ela olhou para a elevaçã o em minha calça e rimos.
— A culpa é toda sua — aleguei, arrumando meu pau na calça.
— Acho que nunca cheguei ao á pice tã o rá pido — murmurou, e
eu sorri.
— É ó timo saber que está sendo tã o foda pra você quanto pra
mim — falei, e ela me deu um leve soco no abdô men.
Descemos. Os meninos nos chamaram para jogar com eles e
aproveitaram para pedir permissã o para dormir na nossa casa. Minha
resposta inicial foi uma risada, eles deviam saber que eu nã o mandava
em nada disso.
— Tem que pedir para minha dona — disse, olhando Rebecca, e
todos a fitaram. Ela riu, inclinando-se para frente.
— Pode sim, garotinhos.
E eles comemoraram com tanto ardor, que as outras pessoas do
restaurante nos olharam rindo. Os Warriors sempre faziam festa quando
deixávamos eles dormirem em nossa casa, o que nã o acontecia muito,
mas dessa vez tinha uma exceçã o: eles começariam as viagens na
segunda-feira e ficariam mais tempo fora do que dentro de Stanford.
As viagens parariam em agosto e o retorno seria fixo quando
começassem os treinos e competiçõ es do time de Stanford.
Capítulo 20 - Cameron Styles

Eu estava impaciente, estressado e ansioso para o teste de hoje.


Finalmente essa porra de espera chegaria ao fim.
O telefone de minha sala tocou e vi que era Melanie, filha de tio
Frederick, que pediu para deixá -la estagiar como secretá ria porque
precisava disso para concluir a faculdade; isso acabou sendo bom para
nó s, pois sempre tivemos uma boa relaçã o. Mesmo sendo família,
Melanie era rigorosamente profissional.
— Sim? — atendi.
— Tem alguém querendo te ver — avisou, e eu suspirei.
— Acredito, Melanie, que te falei ontem para desmarcar qualquer
compromisso que eu tinha para hoje — relembrei, soando firme, e ela
soltou uma risada baixa.
— Pode olhar a câ mera, senhor? — pediu, com a voz carregada
de ironia, o que me fez estranhar. Ela nã o agiria assim com um
empresá rio parceiro por perto.
Levantei meus olhos para câ mera e acabei sorrindo.
— Você fica se achando quando ela está por perto — afirmei,
ouvindo-a rir outra vez.
— O que posso fazer se ela se tornou a minha pessoa favorita? —
brincou. — Ela está indo — concluiu, desligando.
Caminhei até a porta da sala e a abri com a minha digital,
aguardando minha esposa aparecer no corredor. Ela chegou sorrindo, o
que fez meu dia ficar iluminado. Era incrível que aquela sensaçã o nã o
mudava; na verdade, parecia ficar ainda mais intensa com os dias que
passávamos juntos.
— Eu trouxe seu almoço — anunciou, cantarolando, quando
estava pró xima de mim. Entã o, ela selou nossos lá bios.
— Amor, nã o precisava — disse, seguindo-a depois que ela
entrou na sala. — Eu já ia sair para comer.
— Comer lanche, senhor saú de? E ficar passando mal de noite?
Nessa noite? — debochou, o que me fez rir alto.
Ela colocou a bolsa térmica em cima da mesa que deixei para
fazer as refeiçõ es. Senti o cheiro da comida que parecia ter o tempero de
minha sogra quando ela abriu a bolsa.
— Minha sogra que fez?
— Eu que fiz. — Eu me virei assim que a ouvi, e ela me olhou
indignada. — Jesus, por que ficou tã o surpreso? — perguntou, colocando
as mã os na cintura.
— Porque o cheiro parece muito com o do tempero da minha
sogra e da vó Â ngela — expliquei, sentando-me e arrumando as coisas
para comer.
Ela se sentou na cadeira a minha frente e, por mais que tentasse
disfarçar, seus olhos carregavam expectativa em mim enquanto ela
falava sobre o grupo de estudos. Já tínhamos cozinhado juntos, porém,
dessa vez foi apenas ela quem fez e tinha um sabor ú nico de sua comida,
principalmente o feijã o que tem no Brasil com aquele tempero. Mesmo
que ela detestasse comer feijã o, o que ela fazia era uma delícia.
Depois de comer tudo e perceber que eu estava mesmo faminto,
tomei o suco de laranja e caminhei para o banheiro. Escovei os dentes e
saí. Ela ainda me olhava, esperando alguma reaçã o.
— Eu achava que só o seu chá era maravilhoso, mas a sua comida
também é — afirmei, sentando-me em um sofá de dois lugares.
Ela riu alto e ficou corada.
— Gostou mesmo? — questionou animadamente, levantando-se
e vindo se sentar ao meu lado.
— Muito, amor, de verdade.
— Minha mã e me ensinou e eu cozinhei algumas vezes com ela.
Falei com Sandra sobre os temperos que vi que você gosta e o feijã o. Daí,
depois da faculdade, fui para a casa e decidi cozinhar com ela —
explicou.
— Ficou uma delícia, amor.
Eu a puxei para mim e ela sorriu com graciosidade.
— Fiquei preocupada. Sei que essa semana está sendo bem
estressante, os meninos do time falaram que você foi embora sem falar
com ninguém enquanto eu estava com o grupo Alpha. Perguntei se você
tinha comido e Melanie avisou que você nã o havia falado com ela.
— Eu ia comer, é claro, mas precisava resolver uns assuntos da
empresa, só isso — disse, tentando finalizar o assunto.
— Eu sei, eu sei. Mas quando você fica tenso, acaba ficando
estressado e acho que dessa vez está bem mais. — Eu me levantei e me
apoiei na mesa de madeira, e ela se levantou também, com o cenho
franzido. — A mesa nã o era de vidro?
— Dei um soco ontem e acabei a quebrando.
Ela parou em minha frente e passou os dedos em meu rosto.
Fechei os olhos, sentindo seu toque, e minha mente viajou, recordando-
se de cada parte de seu corpo, de cada vez que tirei suas roupas, dela
despida, pedindo por mim, e eu a entregando tudo. Abri os olhos e
balancei a cabeça, segurando sua mã o. Ela suspirou.
— Posso te fazer uma massagem nas costas para você relaxar?
Levantei meu olhar, fitando-a com um desejo enlouquecedor;
olhá -la me fazia querê-la. Eu estava alucinando e excitado. Com o braço
ao seu redor, eu a ergui para cima da mesa, sentando-a ali, empurrei
algumas coisas para trá s e o notebook para o lado, e encaixei meu corpo
entre suas pernas, fazendo seu vestido subir.
— Existem muitas formas que posso relaxar, mas toda envolvem
estar dentro de você — sussurrei, passando os lá bios em seu pescoço
quando ela inclinou a cabeça para trá s.
Deslizei os dedos em sua coxa, sentindo sua respiraçã o ofegante.
Ela estava tã o envolvida que me deixava com mais vontade dela.
— Eu só vou relaxar quando você estiver ao meu redor — disse,
ainda em um sussurro, e mexi minha cintura, esfregando-me nela.
Ela nã o recusou meu toque quando subi a mã o em sua coxa, até
sua boceta. Ela esticou o abdô men para frente, abrindo-se um pouco
mais, e abaixou a cabeça tentando respirar. Entã o, ela choramingou,
agarrando meu ombro e fazendo eu me arrepiar.
— Cam… nó s… precisamos parar — gemeu, com a respiraçã o
cortada.
Mexi a ponta de dois dedos lentamente em seu clitó ris. Ela
mordeu os lá bios e se moveu para frente, para me sentir fundo enquanto
seu corpo tremia de tesã o.
— Você nã o precisa — disse, sentindo uma certa satisfaçã o
quando afundei meus dedos por completo.
Nã o a deixei completar sua tentativa de fechar as pernas e
continuei investindo para que chegasse ao á pice. Se eu nã o podia chegar
também, entã o ao menos vê-la me daria forças para nã o enlouquecer até
o horá rio do jogo.
— Você nã o faz ideia do quanto eu preciso de você — disse
baixinho com os lá bios pró ximos dos dela, que estavam entreabertos.
— Eu…
Parei de estimulá -la e me ajoelhei diante dela, fazendo-a tirar o
short e a calcinha, e caí de boca em sua boceta encharcada. Ela fechou os
olhos com força. Com uma mã o apertou a mesa e, com a outra, puxou
meu cabelo.
Movi minha língua como se estivesse explorando sua boca,
começando devagar e entã o movendo mais rá pido, com mais força e
Rebecca explodiu da forma mais linda e espetacular, tentando fechar as
pernas novamente.
— Aaaaah, Cameron! Meu Deus! Merda! Cameron! — gemeu,
desesperadamente quando apertei suas coxas contra a minha boca.
Ela estremeceu novamente e eu passei a língua por toda a
extensã o molhada. Eu me levantei, abaixando seu vestido, e ela ainda
tremia. Quando desceu da mesa devagar e se jogou em meus braços,
precisei impedir que me beijasse.
— Vai para a casa — rosnei, afundando os dedos em seus cabelos
e apertando os fios. Seu corpo se encostou ao meu e eu senti gotas de
suor escorrerem em minhas costas. — Agora!
— Nos vemos no jogo? — questionou, engolindo em seco e
saindo do espaço entre o meu corpo e a mesa.
— E depois dele, sem dú vidas.
Ela pegou sua calcinha e short, puxou a bolsa da cadeira e,
quando ia sair, colocando as coisas dentro da bolsa, eu a puxei pelo
braço.
— Você só sai sem calcinha se estiver comigo. Coloque, agora —
ordenei.
Ela sorriu, perversa, soltou a bolsa, colocou suas roupas de baixo
e saiu apressadamente.
O que era para ter ajudado a me acalmar, piorou ainda mais a
situaçã o.
Se o intuito de fazer atletas se absterem de relaçõ es sexuais
durante o tempo das competiçõ es era deixá -los furiosos e ao ponto de
socar a cara de alguém sem muito motivo, estava dando certo. Para
caralho!

Quanto mais eu queria que o teste acabasse, mais as coisas


ficavam complicadas. Matteo pediu para conversar com o treinador e,
como direito de atual capitã o, seu pedido foi concedido. Anthony me
alertou que Matteo estava enchendo a paciência para conseguir alguma
vantagem e nã o perder o time. Que se foda, eu ganharia essa porra só
pelo esforço de ter que ficar sem a minha mulher.
— Irmã o — Elliot chamou, entrando no vestiá rio, e eu o olhei. —
Vamos acabar logo com isso.
Demos um toque de mã o e saímos. Matteo, que parecia irritado, e
o treinador entraram no campo juntamente de Anthony e os
conselheiros.
Olhei minha esposa, que estava nas arquibancadas. Ela juntou as
mã os, entrelaçou os dedos e beijou os polegares, fazendo o nosso sinal
de “Eu te amo” e fiz o mesmo, para em seguida me juntar ao treinador e
o time. Vi Natalie apontar o celular em minha direçã o, provavelmente
por estar em uma chamada de vídeo com os nossos pais, e acenei para
ela. Georgia seguiu para a direçã o de Rebecca e Neji estendeu a mã o
para ajudá -la a subir.
— O teste final será composto por uma competiçã o entre vocês,
cada um será capitã o de um time na primeira partida, com dois tempos,
e na segunda algumas coisas irã o mudar. Eu e os conselheiros fizemos as
separaçõ es de cada time. Deem o melhor de si, vocês sã o os ú nicos
competidores — o treinador explicou, olhou para mim e, em seguida,
para Matteo. — Cada um terá um conselheiro para acompanhar como
vocês lidam com o time.
Em seguida, pediu que eu ficasse à direita, Matteo à esquerda e
separou os times. O meu era composto pelos Warriors, Alec, Ned e
Nicholas, e o de Matteo pelo pessoal de Stanford, o time com que ele
normalmente treinava.
— Vai, gostosos! — Jasper gritou, estando junto de Calleb, que
gritava elogios para nó s. Mas eu sabia que o objetivo de Jasper era tirar
Matteo do sério.
Dois outros garotos que eram pró ximos do atual capitã o estavam
no meu time, mas aquilo de longe nã o me intimidava. Eu os observei e
fizemos uma roda para conversar.
— Sei que vocês sã o amigos de Matteo, mas nesse momento
somos um time, o meu time, e qualquer que seja o problema enquanto
eu for o capitã o de você, nó s resolveremos. Entã o, quero saber, vocês vã o
agir como um time ou como amigos de Matteo dentro do campo? —
questionei, encarando-os. O conselheiro anotou alguma coisa em sua
prancheta.
Os meninos do Warriors os olharam e cruzaram os braços, mas
balancei a cabeça negativamente pela tentativa de ameaça. Nã o queria
ser um capitã o com base em ameaças, queria lealdade, mesmo que
temporá ria.
— Agiremos como parte do time — o primeiro garoto disse, e eu
concordei, balançando a cabeça.
— Sendo assim, bem-vindos ao time. Elliot, explique a eles nosso
plano de jogo — pedi e saí caminhando na direçã o de Rebecca, que
desceu as grades, aproximando-se.
Eu a puxei pela cintura e a beijei.
— Devo te desejar boa sorte? Você precisa?
— Eu preciso de uma motivaçã o — desafiei, e ela sorriu, tirando
meus braços de sua cintura.
Entrelaçou nossos dedos e, ficando na ponta do pé, aproximou os
lá bios de minha orelha para sussurrar:
— A sala de pole dance ficou espetacular e pronta para hoje. — E
me olhou, com os lá bios pró ximos dos meus.
Fiquei instantes fissurado a encarando, e um sorrisinho malicioso
tomou forma em meu rosto.
— Confio em você.
Ela me deu um selinho e, sorrindo, subiu para o seu lugar.
Eu teria ficado parado feito uma está tua de tã o desnorteado, mas
Nicholas se aproximou e me empurrou pelas costas de volta ao campo,
rindo da situaçã o. E se nã o fosse pela proteçã o que usamos para jogar,
todos teriam visto o efeito que minha mulher causava em mim.
A partida começou e eu me sentia a pessoa mais disposta do
universo. Os meninos estavam completamente focados e quase nã o
davam abertura para o outro time. De certa forma, fiquei impressionado
por os amigos de Matteo estarem ao nosso lado.
Quando um deles barrou a passagem de Matteo, ele foi para cima,
avançando no garoto. Corri na direçã o deles e empurrei o atual capitã o.
— Amadureça pelo menos em campo, seu inú til — alertei,
puxando o garoto para que voltasse a sua posiçã o.
— Obrigado, cara — ele agradeceu, mas nã o parei para
responder.
— Nicholas! — gritei em alerta e ele conseguiu desviar de dois
jogares rivais que estavam prestes jogá -lo longe e, pela investida que
deram, queriam machucá -lo para valer. — Ataquem da mesma forma
que eles atacam! — gritei para o time antes da segunda partida do
primeiro tempo.
O segundo tempo foi um pouco mais violento, pude perceber que
Matteo induzia seus amigos a serem mais agressivos com Peter, Josh,
Nicholas, Elliot e eu, mas todos sabiam se defender muito bem, e o
segundo tempo, assim como o primeiro, teve vitó ria de meu time.
O treinador apitou, avisando o fim da primeira partida. Nã o
estávamos seguindo o intervalo correto de um jogo, apenas as regras
dentro de campo.
— Venham todos para cá ! — exclamou e fizemos uma roda ao
redor dele e de Anthony, que me olhou e lançou um olhar de aprovaçã o.
— Vocês trocarã o de time nesse segundo tempo. O time de Matteo será
de Cameron e o de Cameron será de Matteo, vocês têm dez minutos para
conversar com o novo time e para descansarem. A partida começará
apó s esse intervalo. Boa sorte aos dois.
Concordamos e seguimos cada um para um lado. Antes que eu
me juntasse ao time que seria o meu agora, Brian, Adam e Cole — os
ú nicos Warriors que ficaram no time de Matteo no primeiro tempo —
me pararam para conversar rapidamente.
— Matteo usa ameaças e medo para conseguir a lealdade do time
— iniciou Brian.
— E isso nã o motiva nem mesmo os amigos dele — Adam disse.
— Só jogamos bem porque se a gente fizesse pouco caso você nã o
ia gostar, mas o time daqui parece nã o gostar muito dele — Cole
completou.
— Certo, obrigado pelo aviso — agradeci e seguimos para a roda
do time. — Sei que alguns de vocês sã o amigos de Matteo e nã o peço a
lealdade de ninguém, afinal, vocês nã o me conhecem, mas peço que
agora ajam como o meu time. Se estiverem ao meu lado, estarei ao lado
de vocês. Fora daqui, nã o tenho nada a cobrar, mas agora a
responsabilidade está em minhas mã os. Entã o quero saber, sem
compromisso oficial, estã o com o time ou com Matteo?
Olhei os meninos ao meu redor; Manson e outros dois amigos de
Nicholas nã o tiveram resistência, o que me preocupava eram os quatro
que sobraram. E para a minha surpresa, a reaçã o à s minhas palavras foi
melhor do que eu imaginava.
— Estaremos com você — um deles disse.
— Espero que seja um capitã o tã o bom quanto todos falam —
Manson desafiou e eu o olhei, rindo de suas palavras.
— Espero suprir suas expectativas, Manson — disse com leve
sarcasmo em minha voz e olhei Brian. — Brian, por favor, passe as
estatísticas para nó s — pedi, e ele pareceu surpreso e animado.
O treinador avisou para ficarmos em nossas posiçõ es, passei por
Matteo e ele abriu um sorriso maldoso.
— Será que o capitã ozinho de Liberty é tã o agressivo assim com a
esposa entre quatro paredes?
Meu sangue subiu até o cérebro e me virei para ele pronto para
dar uma resposta que o faria perder a consciência, mas fui empurrado
por Elliot, para que me afastasse.
— Nã o seja burro, nã o faça isso agora.
— Porra, Elliot, ele está falando da minha mulher! — eu disse,
sentindo meu corpo tremer de raiva. Ele sempre apelava para Rebecca,
que nã o tinha nada a ver com isso.
— Eu sei, caralho, mas deixa isso para o final, quando o time for
seu — alertou. — Desconte a raiva agora, vai, consegue logo esse time e
acaba com essa porra!
Ele foi para a sua posiçã o, coloquei o capacete e olhei Rebecca,
que parecia preocupada.
— Se o time de Cameron ganhar agora, teremos um novo capitã o.
Caso o time de Matteo vença, teremos outro tempo e depois o provável
desempate — foi tudo o que o treinador disse.
O segundo tempo começou, e eu estava tã o nervoso, irritado e
com os hormô nios aflorados de estresse, que foquei Matteo e o derrubei
três vezes. Quando um de seus amigos que estava em meu time correu
para fazer os ú ltimos pontos que precisávamos, todos paramos e o
observamos.
— Isso, isso, isso, porra! — gritei quando o ponto foi feito e o
treinador apitou em sinal da nossa vitó ria.
Os Warriors correram na minha direçã o, jogando-me para o ar e
o que me impressionou foi que até os de Stanford comemoraram a
vitó ria. Depois que me colocaram no chã o, Matteo começou a esbravejar,
empurrando qualquer um que estivesse em sua frente.
— Vocês sã o uns inú teis! Fizeram questã o de dar vantagem a
Cameron, seus inú teis, imbecis! — gritou com fú ria e empurrou dois
meninos para chegar até mim. — Você, seu desgraçado! — xingou, vindo
para cima de mim.
Era tudo o que eu precisava. Eu o deixei que tentasse me golpear
para que todos vissem que ele começou, dei o primeiro soco, depois
outro e um mais forte o fazendo cair no chã o.
— Nã o xingue o meu time, seu inú til — alertei e me inclinei,
pegando-o pelo colarinho da blusa e o puxando para cima. — E se falar
da minha mulher outra vez, será um homem morto! — ameacei,
soltando-o no chã o com o rosto ensanguentado.
— Levem-no para a enfermaria — o treinador pediu a dois
garotos e me olhou. — Como foi por defesa, nã o consideraremos essa
confusã o como causada por você — disse, sem muito esforço. — Sendo
assim, bem-vindo ao time, capitã o!
Os meninos começaram a gritar e pular em cima de mim e do
treinador que gargalhava, mas em seguida fez um sinal para que todos
parassem.
— Amanhã cedo conversaremos e oficializaremos o seu título
como capitã o — avisou e saiu com os conselheiros.
Vi Hilary pró ximo à porta do vestiá rio das líderes. Ela me olhou,
abaixou a cabeça e saiu. Ela nã o era mais líder, porque nã o a queriam
mais. Ela havia entrado para o teatro e nunca a víamos pelo campus,
porque estava sempre em outro prédio.
E era ó timo assim.
Olhei para Rebecca, que estava no campo, verificando se Peter e
Josh estavam bem pelas pancadas que levaram no jogo, e corri para
abraçá -la, levantando-a no ar.
— Podemos ir embora? — perguntei, ansioso, enquanto ela
gargalhava e reclamava de eu estar todo suado.
— Nã o, temos uma festa de comemoraçã o para ir.
Gemi de frustaçã o em resposta, mas sabia o que precisava fazer.
Capítulo 21 - Cameron Styles

À s sete estávamos chegando na festa, e à s sete e quinze eu puxei minha


esposa pela cintura, enfiei-a dentro do carro e acelerei rumo a nossa
casa. Afinal, prometi que compareceria à festa, nã o que permaneceria.
— Eu me sinto sequestrada — comentou, rindo e colocando a
mã o em minha coxa.
— Prometo cuidar muito bem da minha refém — afirmei,
sorrindo, e acelerei ainda mais na pista.
Aquele era o meu percurso da casa dos meninos ou de Stanford
para a nossa casa, e o policial que me via ultrapassando ao extremo a
velocidade conhecia nossos carros, depois das sete vezes em que parou
para nos multar e mudou de ideia.
Em cinco minutos, estávamos em casa. Abri a porta do carro e
assim que Rebecca saiu, eu a puxei para mim.
— Você nã o faz ideia do quanto eu te quero, nã o faz ideia mesmo
— sussurrei com os lá bios pró ximos dos dela e nã o me contive, beijei-a e
a pressionando contra o carro.
— Amor… — chamou em voz baixa — Vamos subir — pediu.
Ela tomou banho e parou em minha frente vestida com um
roupã o.
— Tome seu banho e depois venha para a sala — instruiu,
olhando para mim com um sorrisinho nos lá bios e caminhou até a sala
de pole dance.
Ela arrastou a porta apenas o suficiente para passar e nã o me
deixar ver nada.
Eu estava ansioso e com o pau duro só de imaginar.
Saí do banheiro depois de me secar e colocar o roupã o, entã o
segui ao encontro dela.
A luz era baixa e deixava o ambiente pronto para uma noite
deliciosamente maravilhosa. Estava tocando uma mú sica que eu nã o
consegui reconhecer. Quando parei no meio da sala, eu me deparei com
Rebecca em cima da pista, vestida com um robe longo vinho e
transparente, de frente para o sofá preto da sala e encostada na barra de
pole dance.
A luz caiu sobre ela quando a mú sica Hotel, do Montell Fish
começou. Ela estava de costas e deixou o robe descer lentamente em
seus braços, até cair e revelar sua lingerie vinho.
Tombei para trá s, sentando-me no sofá , sentindo o sangue e tesã o
bombeando meu pau. Nã o conseguia tirar os olhos dela quando girou no
ar, sustentando o peso em suas mã os e braços. As pernas envolveram a
barra e desceram sensualmente até o chã o.
Passei a mã o por cima do roupã o, sentindo meu pau rígido, duro
e a querendo. Eu poderia me tocar a olhando e chegaria ao á pice da
forma mais incrível, mas nã o. Queria seu corpo, queria que ela me
consumisse.
Ela tinha controle sobre cada movimento, cada gesto e sobre
mim. Estava hipnotizado, fissurado e fascinado. Uma ansiedade
incomum, uma vontade enorme nã o só de fazê-la minha, mas de me
entregar por completo a ela.
— Rebecca — supliquei, quase sem fô lego.
Molhei meus lá bios com a língua quando ela me olhou enquanto
descia pela barra, passei os dedos em meus cabelos, desesperado e
sentindo meu corpo doer de tanto desejo. Descalça, ela desceu os
degraus e se aproximou de mim de uma forma tã o sedutora que fez meu
coraçã o disparar.
Ela puxou a faixa que amarrava meu roupã o e sorriu vendo o
quanto eu estava duro.
— Ah, porra! — murmurei quando ela começou a amarrar os
cabelos e descer para se ajoelhar.
Ela passou as unhas em meu abdô men e o beijou. Meu ar sumiu
quando senti seus lá bios tocarem meu pau. Rebecca era incrível naquilo,
tanto que eu nã o durava meio minuto quando ela me chupava. Caralho,
ela era foda demais, e eu era completamente dela.
Eu estava ainda mais sensível do que qualquer outra vez. Sua
língua girou em minha glande, ela parecia faminta e se deliciando, e eu
agarrei o estofado do sofá . Ela passou a língua por toda a extensã o,
deixando-me ainda mais molhado, e movimentou as mã os devagar.
Enrolei seus cabelos em meu pulso, mexendo a cintura e me
enfiando em sua boca. Eu me recostei no sofá , com a respiraçã o
acelerada, e meu cérebro estava com uma dificuldade enorme de
organizar os pensamentos.
Os olhos dela se voltaram para mim enquanto me masturbava e
me chupava.
— Caralho! Rebecca, eu quero você, agora, porra! — exigi,
desesperado.
Afundei meus dedos em seus cabelos e a puxei para cima quando
ela afastou os lá bios de mim. Com um sorriso nos lá bios, ela se sentou
em meu colo e me beijou. Tirei a camisinha do bolso do roupã o e a
coloquei. Segurei Rebecca pela bunda e me encaixei dentro dela,
envolvendo meu braço ao seu redor e indo fundo.
— Cam… você está tã o… duro — resfolegou, e eu gemi com os
lá bios tocando seu seio direito.
— Se mexe, caralho… Agora! — ordenei.
Meu corpo escorregou um pouco para baixo, quase me deitando,
e ela começou a rebolar em meu colo, toda deliciosa e sabendo o que
fazer. Suas mã os se apoiaram no sofá , na altura de minha cabeça, e eu dei
tapas em sua bunda redonda e gostosa.
— Isso, amor, isso — gemi.
Segurei um de seus seios e o lambi, fazendo o mesmo com o
outro. Ela envolveu seu braço ao redor de meus ombros e eu comecei a
mexer a pélvis para cima. Estávamos encharcados, excitados e chegando
ao limite.
Ela me beijou e começou a cavalgar deliciosamente, gemendo,
arranhando minha nuca com uma mã o e meu abdô men com a outra.
Afastei nossos lá bios para tentar respirar e ela me olhou com vitó ria.
Estava entregue. Se havia algum vestígio de nã o me entregar totalmente
a ela, havia acabado, nã o tinha essa possibilidade, era impossível.
Eu era completamente dela, tudo em mim, meu coraçã o, alma,
corpo, tudo.
Nã o consegui conter os gemidos. Ela soltou meu ombro e parou a
mã o em meu pescoço, voltando a rebolar e esfregar o clitó ris em minha
virilha.
— Rebecca, nã o pare, nã o… — Apertei sua bunda com força.
Eu estava bêbado de prazer. Nunca tinha implorado para que ela
nã o parasse, nunca, em toda minha vida, tinha conseguido isso, me
entregar por completo, nã o pensar em nada, nã o querer estar no
controle, querer apenas ser dela… aquilo nunca tinha acontecido.
— Sai de cima, sai de cima — pedi apressadamente. — Eu…
Mas em resposta ela apoiou as mã os no sofá atrá s de mim e
rebolou mais rá pido, ofegando e gemendo. Meu ar sumiu, meu corpo
tremeu e tudo o que eu consegui fazer foi fechar o braço em sua cintura,
afundar a outra mã o em seus cabelos e a pressionar mais contra meu
corpo enquanto afundava meu quadril com força contra o dela, indo
mais fundo e quase desmaiando de prazer.
Eu estava fodido, viciado e obcecado por ela.
A sensaçã o de ser completamente de alguém, a ponto de perder o
controle, era devastadora e magnífica.
Fiquei instantes com os lá bios em sua clavícula, resfolegando,
buscando o controle de minha respiraçã o, tremendo e zonzo. Ainda
sentindo os tremores de prazer.
Estava suado, com os cabelos molhados pelo banho e suor.
Foda-se, eu tive o melhor sexo de toda a minha vida e eu amava
minha mulher.
— Só um minutinho, prometo que já estou me recuperando —
resmunguei, sentindo seus dedos passarem em meus ombros e costas.
Mas a verdade era que eu tinha perdido todas as forças e me
sentia destruído. Ela riu e acariciou meus cabelos. Normalmente quem
ficava assim era ela, e dessa vez…
— O que foi que você fez comigo? — questionei baixinho.
Ela sorriu ao me ouvir e saiu do meu colo com cuidado. Eu me
levantei devagar e fui ao banheiro. Quando voltei, ela estava arrumando
nossa cama, mas suas pernas também tremiam. Eu me joguei na cama
enquanto ela caminhava na direçã o do banheiro.
Estava exausto e sonolento, mas nã o conseguia dormir sem que
ela estivesse aqui comigo e me dissesse que estava bem. Rebecca voltou,
sorridente, tomou um gole de á gua do copo que estava ao lado dela na
cama e me deu um pouco. Nó s nos deitamos e eu a puxei para que se
deitasse em meu peitoral, começando a acariciar seus cabelos.
— Por que está tã o sorridente? — questionei, e ela levantou o
olhar ainda sorrindo.
— Você nunca ficou assim antes.
— Sem aguentar o segundo round?
Ela riu revirando os olhos.
— Nã o, seu egocêntrico — rebateu, provocativa. — Nunca tinha
sentido você tã o entregue como hoje. Normalmente você faz o foco ser
sempre eu até quando tento fazer isso ser diferente, mas hoje foi
diferente, você deixou ser sobre você — explicou — e eu sinceramente
nã o sei explicar o quanto isso foi bom para mim.
— Bom para você?
— Te ouvir e ver é… — Ela pensou um pouco com um sorrisinho
safado nos lá bios — delicioso.
Sorri, esfregando os dedos em minha testa. Em seguida acariciei
seus cabelos, lutando contra o sono.
— Eu nunca tinha ficado assim. A culpa nã o é sua e acho que
também nã o é minha, mas nunca consegui me entregar cem por cento.
Depois que as meninas começaram a espalhar coisas sobre mim,
inclusive mentiras, eu sentia que sempre seria exposto e que jamais
poderia confiar em alguém para ser totalmente dela. Isso mudou, é claro,
mas ainda nã o tinha conseguido superar, mesmo confiando cegamente
em você, era incontrolável. Nã o quero que pense que nossa primeira vez
nã o foi boa, e ela significou mais do que eu posso explicar, é só que…
Nã o sabia mais o que falar e esperava que ela nã o ficasse triste
com isso. Em resposta, ela sorriu e acariciou meu rosto.
— Nã o acho que nossa primeira vez tenha sido insignificante,
amor. Estou feliz que esteja conseguindo superar os traumas que
deixaram em você — disse calmamente, com os olhos sinceros.
Soltei a respiraçã o em alívio.
— Agora, vamos dormir. Você está péssimo — brincou.
— Você acabou comigo! — protestei e ela riu se aconchegando.
— Eu te amo, minha esposa.
— E eu te amo, meu esposo.
Capítulo 22 - Rebecca Styles
Oslo, Noruega
Palá cio, Monarquia Norueguesa
Agosto, 19:46
Estávamos em Oslo para a coroaçã o de Andrew e Astrid.
Chegamos no fim de julho por conta da cerimô nia do casamento.
Felicity e Nicholas também estavam casados e fomos padrinhos
dos dois casamentos, sendo os ú nicos de Andrew e Astrid pelas
exigências monarcas, e eu estremecia sempre que pensava que era a
madrinha de casamento da futura rainha da Noruega.
Natalie foi pedida em casamento por Elliot em seu aniversá rio e
já estava nos preparativos. Deborah estava noiva de um norueguês
chamado Frank, que foi enfermeiro da mã e dela quando estava viva.
Infelizmente ela e Alec nã o era para acontecer, estavam em momento
diferentes de suas vidas.
As coisas estavam em seus devidos lugares agora. As matérias de
Rita Fletcher nã o nos incomodavam; a temporada do time começaria em
outubro; as coisas em Stanford estavam mais leves; Hilary nã o era vista
(ainda estudava, mas nã o ficava no mesmo prédio que nó s); a namorada
de Jasper, Clara, que ele conheceu no dia em que incendiaram a casa de
Matteo e ele a beijou durante a festa, era a nova capitã das líderes de
torcida; e parte do time que viajou estava se saindo muito bem. Além
disso, eu e Cameron, com a mesma velocidade que começávamos uma
briga, resolvíamos e nos reconciliávamos.
Eu amava a vida de casada e ele parecia sentir o mesmo. Cam nã o
tinha mudado, ainda aprontava com Elliot, Peter e Josh, e eles eram o
quarteto de ouro, como Georgia chamava sempre que tinha que livrá -los
de alguma coisa com Anthony. E as coisas estavam bem entre ele e
Manson.
Matteo nã o estava mais no time, da mesma forma que entrava em
silêncio, quase sem ser visto, ele saía de Stanford, e seus amigos tinham
se bandeado para o lado de Cameron. Eu desconfiava que ele tinha
aceitado tudo aquilo fá cil demais, mas meu esposo sempre tentava me
fazer tirar aquela ideia da cabeça; ainda assim tinha um péssimo
pressentimento quando o assunto era ele.
— Como você nã o engravidou ainda? — Astrid questionou
enquanto comíamos um pote de sorvete juntas, em um momento em que
ela conseguiu escapar das inú meras reuniõ es em que precisou
comparecer. — Vocês somem o tempo todo. Sumiram até na festa do
nosso casamento — ela sorriu. — Eu e Andrew nã o conseguimos
acompanhar, vocês simplesmente evaporam.
Astrid e Andrew tinham voltado da lua de mel inseparáveis, o que
foi ó timo para mim e Cameron, depois de um mês estando
completamente ao dispor deles, que ficaram com os â nimos a flor da
pele com o casamento. Mas, com a coroaçã o sendo amanhã , ela precisou
de alguém para conversar.
— Eu tomo remédio e a gente se protege — expliquei, tentando
me lembrar da ú ltima vez em que tomei.
— Todo mês?
— Todo mês… — Pensei em pouco. — Se bem que desde que
cheguei na Noruega nã o, o que é arriscado. Vocês estã o se protegendo ou
já estã o providenciando uma mini versã o de vocês?
Ela riu, dando de ombros.
— Nã o precisamos adiar uma gravidez, quanto mais cedo vier,
melhor será . — Ela suspirou, mas nã o parecia ser pelo assunto que
falávamos. — Eu queria fazer alguma coisa como princesa antes de ser
coroada rainha. Nã o, como princesa nã o, apenas como Astrid — ela se
corrigiu. — Porque ser rainha vai mudar muita coisa para mim. O que as
pessoas normalmente fazem com os amigos? — questionou, olhando
para mim.
— Saem para comer pizza, cantar karaokê, beber, ir ao cinema…
essas coisas. Normalmente o time quem organiza as coisas, adoram
festas com bastante bebidas e karaokê. O karaokê é a graça deles.
Ela se levantou em um pulo.
— Como já sã o mais de oito horas da noite, vou providenciar o
karaokê, bebidas e pizza — ela disse animadamente.
— Eu acho incrível! — afirmei com a mesma animaçã o.
— O que é incrível? — Ouvi a voz de Andrew e olhamos para a
porta, onde ele entrava junto com Cameron.
— Vamos fazer um karaokê, beber e comer pizzas — Astrid o
respondeu, jogando-se nos braços dele. Cameron selou nossos lá bios e
se sentou ao meu lado. — Quero fazer alguma coisa apenas como Astrid
antes de ser rainha — admitiu a Andrew, que estava com o braço ao seu
redor e acariciou o rosto dela.
— Como quiser, meu amor — respondeu e beijou sua bochecha.
— E agora que chegaram, podemos fazer limpeza de pele em
vocês — sugeri.
Astrid arregalou os olhos de animaçã o e fitou Andrew.
Meu esposo, acostumado com isso, apenas riu, passando os dedos
em minha cintura.
— Você nã o vai falar nada? — Andrew questionou Cameron em
busca de uma objeçã o.
— Jamais. Ela quem manda em mim e todo mês ela e Natalie
decidem fazer limpeza de pele em mim e Elliot. Achou que nã o sobraria
para você também? — Indagou rindo de Andrew, que acabou rindo
junto.
— Vou pedir para arrumarem a sala — Astrid disse animada, e
saiu puxando Andrew.
— Parando para pensar, você nunca reclamou das limpezas de
pele — comentei, fitando-o, e ele sorriu.
— Obedecer para depois ser obedecido — insinuou, e eu dei um
tapa em sua coxa, vendo-o rir. — Também te amo — provocou, puxando-
me para um selinho.
Depois de alguns minutos, Astrid reapareceu nos chamando para
irmos a outra sala, onde o karaokê estava pronto. Tinha uma enorme TV
com videogame e outra para os jogos de dança, além de quatro caixas de
pizzas e vá rias bebidas.
Primeiro paramos para comer e beber em uma mesa,
conversando sobre o lugar para onde Andrew e Astrid viajaram na lua
de mel e os lugares que visitamos ou queremos visitar.
Bebíamos em todos os intervalos enquanto jogávamos e
dançávamos.
Eu me sentia um pouco alterada quando paramos para cantar no
karaokê. Primeiro foi a vez minha e de Cameron; cantamos algumas
mú sicas que gostávamos, fazíamos isso em casa com o time, uma vez no
mês, entã o foi algo divertido e familiar para nó s.
Quando foi a vez do outro casal, Astrid secou o copo de caipirinha
que eu e Cameron tínhamos feito para nó s quatro e, junto com Andrew,
começou a cantar desafinadamente.
— Meus tímpanos estã o doendo, e isso começou agora —
Cameron reclamou.
Concordei, balançando a cabeça e tapei os ouvidos com as mã os.
Assim que o casal ouviu as nossas reclamaçõ es, começou a cantar mais
alto em provocaçã o e eu me senti na obrigaçã o de abaixar a caixa de
som. Depois de muita risada e mais bebidas, eles cantaram mais baixo e
sem forçar uma voz extremamente ruim.
Eu e Cameron seguimos para o videogame de corrida e jogamos
quatro partidas; em três empatamos e em uma ele venceu a ú ltima.
— A gente dorme com a pessoa, mas nã o conhece ela de verdade
— Cameron se lamentou. — Onde aprendeu a jogar assim?
— Você viu o tanto de tios e primos que tenho?
Ele riu me ouvindo.
— Faz sentido — admitiu.
— Vai, amor, dança um pouquinho comigo. — Nó s nos viramos na
direçã o de Astrid, que insistia para que Andrew dançasse com ela no
videogame. — Se fosse Cameron pedindo, você aceitaria — protestou.
— Aceitaria mesmo — concordei.
— Invejosa. Ele nunca vai ser completamente seu — Cameron
provocou e fingiu amarrar os cabelos imaginá rios em um coque.
— Amante vai sempre ficar em segundo lugar — Astrid rebateu, e
eu gargalhei por vê-la retrucar as inú meras provocaçõ es que meu
marido adorava fazer com qualquer pessoa pró xima.
— E por que eu fico sempre em primeiro e você em segundo? —
Cameron questionou, e Andrew gargalhou.
— É com ele que você vai dormir hoje — Astrid ameaçou.
— Mas eu nã o falei nada, eu danço com você, danço o que você
quiser, quando você quiser — Andrew disse apressadamente, fazendo
com que eu e Astrid caíssemos nas risadas.
— Nã o tenho valor nenhum — Cameron fingiu frustaçã o.
Depois de Andrew, eu dancei com Astrid, mas nã o aguentava
mais de vontade de sumir dali com Cameron. E consegui uma
oportunidade incrível quando Andrew começou a ensinar Astrid a jogar
corrida de carros e Cameron estava enchendo um copo de á gua na
bancada de bebidas.
Quando me levantei, seus olhos já estavam em mim, e ele abriu
aquele sorrisinho de lado como se soubesse do que eu queria. Caminhei
até ele, parando em sua frente, e me recostei na bancada.
— Devíamos sair daqui, nã o? — sugeri.
Ele passou a língua nos lá bios e se aproximou de mim, apoiando
as mã os na bancada e me deixando “sem saída”.
— Me convença — desafiou.
Abri um sorriso malicioso, aproximei meus lá bios de sua orelha e
o abracei pelos ombros.
— Estou de vinho — sussurrei e me afastei, para ficar com os
lá bios pró ximos dos dele — e nã o quero que você seja delicado —
insinuei, e ele ficou boquiaberto, me encarando. — Mas acho que nã o foi
o suficiente — murmurei, e pulei da bancada para o chã o.
Antes que eu pudesse me afastar, Cameron fechou o braço em
minha cintura e me carregou sala afora, batendo a porta e nã o dando
espaço para despedidas ou perguntas.
Ao chegarmos no quarto, ele fechou a porta e me pressionou
contra ela. Arrancou meu casaco e me beijou.
Eu o abracei pelos ombros e me livrei do par de tênis. Suas mã os
apertaram minha bunda, desceram até minhas coxas e fui levantada
para o seu colo. Prendi minhas pernas ao seu redor, sem quebrar o beijo.
Sentia meu pulso latejando em meu clitó ris. Cameron me jogou na cama
e me cobriu com seu corpo, voltando a me beijar. Desci as mã os na barra
de sua calça, desabotoando-a enquanto seus lá bios beijavam meu
pescoço.
— Eu quero você — sussurrei em seu ouvido e mordisquei sua
orelha.
Ele sorriu e arrancou minha calça enquanto eu tirava a blusa.
Senti sua boca tocar minha barriga e passei os dedos em seus cabelos,
mordendo o lá bio inferior. Devagar, ele passou a ponta dos dedos por
cima do tecido de minha calcinha. Eu o puxei pelo braço e tirei sua
camisa, vendo-o abrir um sorriso. Em seguida, ele me beijou.
— Você é perfeita. Minha e só minha — alegou, apertando meu
pescoço.
Mordi seu lá bio e ele se livrou da calça e cueca. Tirei o sutiã e ele
puxou minha calcinha para baixo, jogando-a para um canto qualquer. Eu
o abracei pelos ombros e o beijei. Seus dedos deslizaram para dentro de
mim e ele sorriu ao me sentir escorregadia. Em segundos, ele se
encaixou e me penetrou, em um ritmo lento e torturante. Eu me contorci
embaixo dele e afundei as unhas em seus ombros. Ele era enorme, duro,
delicioso e sabia exatamente o que fazer.
— Ahn… amor… — gemi em seu ouvido, e os pelinhos de sua
nuca se arrepiaram.
Ele se mexeu e eu abri um sorriso perverso.
Queria enlouquecê-lo como ele sempre fazia comigo.
— Acho melhor eu ir por cima — insinuei, passando os dedos em
seu abdô men. — Você parece cansado — provoquei.
Ele apertou meu pescoço e se afundou dentro de mim com força,
fazendo com que eu me abrisse mais para ele. Eu me contorci e, quando
gemi, senti uma tapa em minha bochecha.
— Fica quietinha, eu nã o mandei você falar nada — rosnou.
Abri a boca, seu olhar era intenso e quase perfurava minha pele.
— Fica de quatro — ordenou, saindo de cima. — Agora!
Fiz o que ele mandou, sentindo a irritaçã o em sua voz. Entã o, abri
um sorriso vitorioso.
Eu queria mais, queria tudo, meu pulso estava no meu pescoço e
em meu clitó ris, tudo em mim latejava e eu me sentia cada vez mais
molhada.
Senti as mã os de Cameron em minhas costas e ele me empurrou
para baixo, me fazendo ficar com a bunda empinada e os seios colados
no colchã o. Um tapa forte foi disparado em minha bunda e logo veio
outro e outro que me fez gemer. Sem aviso, ele penetrou dois dedos
dentro de mim e puxou minha cabeça para cima.
— Gostosa do caralho! — disse, e mexeu o polegar em meu
clitó ris.
— Merda, Cameron! — xinguei, sentindo seus dentes derraparem
em meus ombros, e mexi o quadril, tentando me esfregar em seus dedos.
Meu clitó ris pulsava com os movimentos circulares enquanto
dois dedos me massageavam. Cameron parou e, em segundos, se
encaixou em mim. Eu estava sensível e revirei os olhos quando ele me
preencheu.
Meus braços foram puxados para trá s e seu corpo estava tã o
colado ao meu que eu nã o conseguia me mexer direito. Com a mã o
desocupada, ele abriu mais minhas pernas e começou a rebolar, tocando
cada parte sensível dentro de mim.
— Caralho! — Eu o ouvi gemer com a voz rouca.
Ele começou a ir mais rá pido, e eu fui de encontro a ele. Minha
bunda batia contra o seu corpo enquanto ele se esfregava em mim,
crescendo, ficando cada vez mais duro, indo cada vez mais forte. Ele
soltou meus braços e envolveu meu cabelo em seu punho. Fechou o
braço ao meu redor, sem parar com os movimentos. Desci a mã o em meu
clitó ris, sentindo que o borbulhar do orgasmo estava pró ximo.
Nossos gemidos e corpos se encontrando preenchiam o silêncio
do quarto.
— Cameron, isso, eu… ah…
Ele saiu e me empurrou contra a cama. Suas mã os agarraram
minhas coxas e me puxaram para si, me arrastando por cima do
edredom, e novamente fui preenchida por ele. Seu corpo me cobria por
completo, sua virilha esfregava meu clitó ris e ele se mexia
deliciosamente.
Abracei seus ombros, arranhando suas costas, e fechei minhas
pernas ao seu redor. Nossos corpos avermelhados se moviam em
sintonia. Cameron beijou meu pescoço e parou, me deixando sentir sua
respiraçã o ofegante.
— Cam…
Ele manteve a velocidade, me abraçou e me ergueu um pouco,
pressionando-me contra o seu pau e me fazendo gemer alto.
Minha pele incendiou com o orgasmo e eu me contorci, sem
conseguir soltar Cameron e sentindo tudo dele dentro de mim.
Revirei os olhos e finquei as unhas em suas costas, arranhando-
as. Seu gemido rouco me fez estremecer e o abraçar com mais força. Ele
se empurrou outra vez dentro de mim e apertou minha cintura,
tremendo.
— Porra, Rebecca, caralho! — xingou tudo de uma vez, e eu sorri,
soltando-me dele e sentindo minhas pernas doerem.
Consegui me levantar a tempo de ir ao banheiro e me limpar.
Abaixei a tampa da privada e me sentei. Cameron veio atrá s, porque
nunca demorava, e abriu um sorriso ao ver a situaçã o em que eu estava.
— Preciso de um banho — admiti, sentindo o suor por todo o
meu corpo.
Ele se aproximou, beijou a ponta de meu nariz e me pegou no
colo.
— Eu te amo demais — afirmou, colocando-me na banheira e
apertando o botã o para enchê-la.
— E eu te amo demais — confirmei, beijando seus lá bios.
Tomamos nosso banho e Cameron me levou para a cama depois
de me secar. Ninguém entrava em nosso quarto, mesmo estando no
palá cio, mas Cameron fez questã o de me fazer vestir sua camisa e uma
cueca box, que virava um short em mim. Ele colocou uma cueca e me
abraçou.
Abri um sorriso, puxando mais seu braço e me sentindo
espetacular, porque ele acabava comigo e cuidava de mim, me deixando
ainda mais apaixonada.

Cameron estava me esperando na pequena sala que tínhamos.


Astrid fez questã o de nos dar uma suíte com banheiro, dois closets e
uma sala.
Terminei de me arrumar, me olhei novamente no espelho e gostei
do que vi: meu cabelo estava solto, com duas mechas presas que se
encontraram no meio e duas mechas finas soltas na frente; a maquiagem
era leve, mas o batom vinho se destacava, o vestido era longo e azul-
escuro — a cor que Astrid pediu que eu usasse para cantar na coroaçã o
—, e eu usava saltos pratas.
Saí do quarto e Cameron levantou os olhos na minha direçã o. Em
seguida, ele se levantou apressadamente, parecendo atô nito e surpreso.
— Amor, está tudo bem? — questionei, aproximando-me, e ele
deu um passo para trá s.
— Nã o, deixa eu te ver direitinho — pediu.
Cameron ficou instantes me analisando, como se tentasse fixar
cada detalhe meu em sua mente, me deixando envergonhada e
provavelmente com as bochechas coradas.
— Cam, para de me olhar assim — pedi, dando um
empurrã ozinho de leve no seu peito, e ele sorriu me puxando pela
cintura.
— Rebecca Styles, você é a mulher mais linda desse universo —
afirmou, olhando em meus olhos. — Nã o sei como quis se casar comigo,
sendo tã o perfeita.
— Amor! — Eu ri de suas palavras e beijei rapidamente seus
lá bios, para que nã o ficassem marcados. — Você é o homem mais lindo
que existe por fora e por dentro — enalteci, vendo-o sorrir e se
aproximar para um selinho.
Virei o rosto em provocaçã o, mesmo sabendo que nunca
funcionava, e ele fez questã o de aproveitar o espaço para beijar meu
pescoço. Subiu os beijinhos até minha orelha e sussurrou:
— Deixa eu te olhar mais um pouco.
Eu o olhei e ele ficou segundos me observando.
Encará -lo me fazia ver um filme: o momento em que eu parti de
Los Angeles para Sã o Paulo, o meu retorno, o nosso reencontro na
lanchonete, nossas provocaçõ es e diversas coisas que compuseram a
nossa histó ria.
E, sem perceber, as palavras saíram da minha boca:
— Eu te amo, você sempre foi o dono do meu coraçã o.
Seus olhos se iluminaram ainda mais e ele sorriu, surpreso e
radiante.
— Ah, Rebecca, você sempre foi a dona de mim por inteiro. Eu te
amo, te amo, te amo — afirmou, dando vá rios beijos em meu pescoço.
— Homem, você vai acabar tirando o meu vestido — disse,
tentando empurrá -lo, e ele parou, olhando para mim com um sorriso
maroto.
— Sério? Mais um pouco e eu consigo?
— Nã o, Cameron, nã o consegue, seu foguento — afirmei, dizendo
a ú ltima palavra em português, e me afastei dele, mas suas mã os me
puxaram novamente.
— E você nã o é foguenta, nã o? — implicou, passando os lá bios
em meu pescoço.
Cameron todo dia pedia para eu ensinar uma palavra em
português para ele e sempre fazia questã o de usá -las. A palavra
“foguenta”, ele havia aprendido há meses e nã o parava de falá -la sempre
que tinha oportunidade.
— Podemos, por favor, ir logo? Eu acho que você nã o sabe, mas
temos que chegar antes de Astrid e Andrew — eu disse, levantando seu
rosto pelo queixo, e ele sorriu, me dando um rá pido selinho.
Ele envolveu um braço em minha cintura e, ainda falando sobre
eu estar linda, saímos do quarto, seguindo até o salã o principal no andar
debaixo.
Meu esposo estava lindo e deslumbrante com seu terno e gravata
azul-escuro e a camisa social branca. Eu cairia na sua arte de seduçã o
facilmente se nã o tivéssemos um compromisso tã o importante nos
aguardando.
Ver o desenvolvimento e crescimento dos meus amigos era uma
realizaçã o muito valiosa para mim, e acredito que para Cameron
também. Ele estava feliz e se enchia de orgulho para falar de Andrew.
— Olha quem eu achei — Cameron disse, apontando para o casal.
— Olá , casados — eu os cumprimentei, os abraçando.
— Olá , casada! — Nicholas me levantou no ar.
— Nã o imaginava ver vocês por aqui — disse quando Nicholas
me soltou e Cameron me entregou uma taça de vinho.
— Nã o viemos ao casamento de Andrew porque estávamos em
lua de mel — Felicity disse, animada e sorrindo.
Nicholas e Cameron começaram a conversar sobre como estavam
as coisas em Stanford, já que Nic voltara para a universidade há duas
semanas, no início de agosto. Eu e Cameron teríamos que passar mais
tempo estudando para repor as matérias.
— Como eles estã o? — Felicity questionou, olhando para mim. —
Andrew e Astrid… ele parece estar no paraíso, mas eu o conheço desde
sempre, imagino que deve estar nervoso e ansioso.
— Ele será príncipe, impossível nã o estar nervoso — comentei
—, mas eles estã o recebendo muito apoio dos pais de Astrid. Ontem, por
exemplo, eles estavam bem tranquilos e conseguimos passar uma noite
sem pensar em tudo isso.
— Ah, que ó timo — ela suspirou aliviada.
Fomos instruídos a irmos para os nossos lugares, para o início da
cerimô nia de coroaçã o. Precisei ficar pró ximo do palco onde o
cerimonialista estava falando, pois Astrid queria que eu cantasse uma
mú sica clá ssica norueguesa. Cameron passou duas semanas me
ajudando a pronunciar as palavras corretamente, eu nã o sabia falar nada
do idioma e todo o meu tempo no país foi com pessoas falando inglês,
inclusive o rei, a rainha, Astrid e Andrew, que estava aprendendo o
idioma desde que viera para o palá cio. Combinamos que quando
retorná ssemos para nossa casa, eu começaria um curso de norueguês ou
seria complicado quando voltá ssemos para o palá cio.
A cerimô nia de coroaçã o se iniciou e foi lindo ver Astrid sendo
coroada pelo pai e Andrew pela rainha Martha. Demonstraçõ es afetivas
nã o podiam ser feitas no meio da coroaçã o e, de onde eu estava, foi
possível ver o quanto os quatro precisaram se conter. Astrid e Andrew se
sentaram em seus tronos e todos os reverenciamos.
Conforme fui orientada, fiz reverência à nova rainha e ao príncipe
consorte, que acenaram positivamente com a cabeça, e segui para o meu
lugar para cantar.
Eu me sentia uma criança quando vi que todos tinham voltado a
atençã o para mim e a mú sica se iniciou, mas fiquei um pouco mais
tranquila observando Cameron, que analisava cada traço meu com uma
admiraçã o que me deixava envergonhada.
Observei Andrew e Astrid, que se olhavam com admiraçã o e
devoçã o. Astrid me lançou um olhar grato e Andrew parecia estar quase
gritando o quanto ele estava feliz.
E eu estava feliz. Andrew era um príncipe consorte e casado com
alguém que ele merecia e que o merecia, Natalie estava noiva, Nicholas
casado, Nicolly casada e com uma filha linda, Josh e Peter se preparando
para pedir Calleb e Lana em casamento e eu… casada com o amor da
minha vida.
Capítulo 23 - Rebecca Styles
Palo Alto, Estados Unidos
Mansã o Styles
Setembro, quinta-feira, 22:10
A primeira fase de competiçõ es do grupo Alpha foi finalizada com êxito e
a sensaçã o de estar cumprindo com o meu dever ao lado de Neji era
ó tima. A pró xima fase seria em duas semanas.
E o primeiro jogo da temporada com Cameron como capitã o
aconteceria no dia seguinte. A pressã o em cima dele estava enorme por
parte da faculdade, do time e, principalmente, dele consigo mesmo,
como sempre foi.
Felizmente, agora eu podia deixá -lo um pouco menos tenso. O
treinador conversara com todos os jogadores e explicara que atividades
sexuais nã o eram proibidas, porém recomendou que ocorressem, no
má ximo, doze horas antes da competiçã o, e que também nã o
impedissem o descanso noturno dos jogadores por oito horas seguidas.
Eu e Cameron, naquela noite, conversamos muito sobre a pressã o
que ele estava sentindo e sobre estar muito ansioso. Pude perceber os
suspiros aliviados que dava durante seu sono, depois de fazermos alguns
“exercícios físicos”.
Beijei seu rosto ao conferir que estava entregue ao descanso, e
me levantei cuidadosamente para nã o o acordar.
Franzi a testa ao me dar conta de que havíamos voltado da
Noruega há aproximadamente um mês, e uma semana depois disso,
passei a me sentir faminta depois do sexo, ainda mais do que antes, e
sempre que me alimentava, nã o interferia na diabetes. Já eram quase
duas semanas sem tomar insulina, como se meu corpo tivesse voltado a
produzi-la.
— Amor? Tudo bem?
Eu me virei na direçã o da voz de Cameron, que entrou na cozinha
vestido com um shortinho de linho fino e sem camisa.
— Nã o era para ter te acordado, me desculpe — disse, sentindo
meus olhos lagrimejarem.
Cameron riu se aproximando.
— Amorzinho, está tudo bem — afirmou, afundando os dedos em
meus cabelos e acariciando meu rosto com o polegar. — Sempre acordo
quando você sai da cama — relembrou, fazendo-me rir, e limpou minhas
bochechas.
Ele me abraçou pelos ombros e eu me deitei em seu peitoral.
— Você comeu dois lanches? — Eu o olhei, e ele sorria com
orgulho. — Que conquista! Você nã o come nem um inteiro e conseguiu…
Cameron se interrompeu e ficou me encarando com a expressã o
franzida.
— Por que você está chorando… de novo? — questionou,
segurando o riso.
— Eu tinha feito um para mim e outro para você, caso acordasse
com fome. — Funguei. — E comi os dois — expliquei com a voz
tremendo pelo choro engasgado, e ele gargalhou.
— Está de TPM? — indagou, voltando a acariciar meu rosto e
passou o polegar, limpando a lá grima em minha bochecha.
Parei por instantes, lembrando-me que minha menstruaçã o
estava atrasada.
— Pelo calendá rio que tenho, está atrasada, nã o? — ele
perguntou.
Eu o fitei e seus olhos eram esperançosos.
— Acho que essa semana vem — respondi enquanto ele me
observava.
E abriu um sorriso.
— Vou fazer algo para comer e depois iremos dormir. Nã o fique
chateada, finalmente você está comendo direito, minha gatinha manhosa
— brincou, beijando meu rosto, passou os lá bios em meu pescoço e me
soltou.
— Nã o quer que eu faça? — eu me ofereci e ele negou.
— Nã o, nada disso. Quero você bem quietinha terminando de
tomar o seu suco — disse, rindo enquanto pegava uma tigela.
Eu o observei pegar o cereal e o leite da geladeira.
— Eu comi dois lanches e você vai comer cereal, isso nã o está
certo — observei, e ele revirou os olhos.
— Nã o estou reclamando, garotinha, entã o pare com isso, o
importante é comer — alegou, fazendo-me rir com os olhos
lacrimejantes.
Eu me levantei da bancada, peguei alguns morangos, lavei e os
coloquei em uma tigela. Peguei um creme de avelã , uma colher e me
sentei novamente. Cameron, que estava comendo cereal, me olhou com
expressã o de dú vida.
— O que foi? — questionei, pegando um pouco do creme com a
colher e passando no morango.
— Nã o vai afetar sua diabetes?
Dei de ombros.
— Amanhã cedo eu tomo remédio — atestei e mordi o morango.
Ele ficou me observando por instantes, mas nã o disse nada,
apenas deu de ombros.
— Eu queria falar uma coisa com você — comecei, passando os
dedos em sua mã o.
— O quê, minha princesa?
— Quero que a nossa família tenha um baile de má scaras anual.
Nossas famílias sempre fazem jantares e eventos chiques, quero que
tenhamos algo fixo e nosso. O baile de má scaras da Supremacia Styles,
nã o seria legal? — Ele abriu a boca para falar, mas eu estava tã o
empolgada que continuei: — E poderia ser uma forma de manter a boa
comunicaçã o com os nossos parceiros, seguir nossas geraçõ es,
reencontrarmos nossas famílias e amigos todos os anos e ter um evento
para a nossa marca.
Ele sorriu me observando.
— Tenho certeza de que nossas famílias vã o adorar,
principalmente Natalie.
Gargalhei por ele estar completamente certo.
— Ela amou a ideia quando eu disse. — Eu lhe ofereci um
morango coberto de chocolate e ele aceitou. — Estamos construindo o
nosso império, temos as lanchonetes, as lojas, a empresa, e você acabou
de construir uma academia. Temos nome e negó cios a zelar, diante de
tudo o que temos, a ú nica coisa que faltava era um evento da família e
isso pode ser muito bom, no meu ponto de vista.
Cameron puxou minha mã o e a beijou.
— Nã o só pode, como vai ser. Tem todo o meu apoio, amor —
disse, sorrindo, e pegou outro morango da tigela. — Para quando será ?
— Pensei em novembro, depois das provas da faculdade.
— E por que nã o no seu aniversá rio? — Eu o olhei e balancei a
cabeça negativamente.
— Meu aniversá rio quero passar com o meu esposo, apenas. Uma
coisa minha e sua, nã o um evento com vá rias outras pessoas. — Ele
abriu a boca para falar, mas o interrompi. — Nem tente me convencer o
contrá rio, fizemos exatamente isso no seu.
Ele sorriu e concordou.
— Como quiser, minha dama. — E beijou minha mã o.
Voltamos para o quarto e Cameron ficou instantes mexendo no
meu cabelo.
— Você tem certeza de que está bem?
Eu o olhei, ainda deitada em seu peitoral.
— Por que a pergunta? — questionei, confusa.
— Você comeu e nã o tomou remédio, tenho percebido isso nã o só
de agora. — Ele pensou um pouco. — Faz duas semanas que você come
besteiras e nã o toma remédio, nã o se exercita direito e tem ficado com
muito sono. A correria da nossa rotina tem te afetado?
— Nã o tenho ficado com tanto sono assim — rebati, e ele me
olhou, com repreensã o.
— Amor, antes quando eu chegava das corridas da manhã , você já
estava se arrumando para a faculdade, nas ú ltimas semanas tenho que te
acordar e você ainda pede dez minutinhos de soneca — brincou,
beijando a ponta de meu nariz. — E a sua saú de…
— Minha diabetes nã o tem ficado alta, mesmo comendo
besteiras. Nã o sei se é pelas aulas de dança ou pelas horas que fico na
esteira. E quanto ao meu cansaço, deve ser a rotina, tenho certeza de que
daqui em diante isso vai mudar agora que as coisas estã o mais calmas.
— Nã o acha que precisa ir ao médico ver se está tudo bem? —
Ele acariciou meu rosto.
— Vamos ver como estarei durante a semana que vem — afirmei.
Beijei seus lá bios e me deitei novamente.
Mas sabia que tinha algo de diferente em mim e suspeitava que
Cameron estava pensando o mesmo que eu.
— Tudo bem, mas nã o fique adiando isso — pediu, e eu dei
risada.
— Sim, senhor! — disse, como se fosse do exército, e ele riu,
dando um tapa forte em minha bunda.
— Vamos dormir, amanhã a casa estará cheia — relembrou,
beijando o topo de minha cabeça, e eu concordei, sorrindo.
Estava ansiosa pela chegada das nossas famílias. Meus pais e
sogros avisaram que viriam para verem o primeiro jogo de Cameron
como capitã o e de Elliot como cocapitã o do time de Stanford.
Assim que Cameron adormeceu, peguei meu celular para enviar
uma mensagem para Maya, que trabalhava na casa de campo de
Cameron e, como nos demos muito bem, nó s a transferimos para cá e a
subimos de cargo, fazendo dela minha secretá ria. Maya era
completamente fiel a mim; quando a sala de pole dance ficou pronta, por
exemplo, e Cameron insistiu para ter a chave da sala, e ela impediu.
Rebecca:
Maya, pode, por favor, agendar um exame de sangue para teste de
gravidez amanhã cedo, se tiver horário?
Maya:
Claro, senhora.

Sexta-feira, 10:19
Senti os braços fortes de Cameron ao meu redor. Com a mã o, ele
afastou meus cabelos e distribuiu beijinhos que me fizeram despertar.
— Amorzinho — chamou baixinho e passou os dedos em meu
braço —, você precisa acordar — avisou com a voz mansa.
— Só mais uns minutinhos — pedi, aconchegando-me no calor de
seu corpo, e ouvi sua risada.
— Mas se eu te der mais uns minutinhos, nossos pais e irmã os
vã o chegar e ficar esperando os seus minutinhos — explicou
calmamente, passando a mã o em minha cintura.
Abri meus olhos assim que ouvi suas palavras e me sentei na
cama devagar.
— Eles estã o chegando? — questionei, segurando o edredom
para cobrir meus seios e me levantei.
— Sim. É o tempo de você tomar seu banho tranquilamente e se
arrumar para tomarmos café com eles. Natalie e Elliot virã o para cá
daqui a pouco.
Concordei, pegando meu roupã o e o vesti.
Caminhei até o banheiro, e foi o tempo de ligar o chuveiro para
Cameron entrar também. Ficamos trocando carícias e ele lavou meus
cabelos com praticidade, porque fazia isso quase toda a semana.
Quando saí, ele estava vestido de calça e blusa preta de mangas
da Supremacia. Enquanto me arrumava, seus olhos estavam fixos em
mim, me analisando.
— Por que está me olhando dessa forma? — perguntei enquanto
me vestia.
Ele se levantou e se aproximou, passando a mã o em minha bunda
descoberta.
— Sua bunda está maior — comentou e deu um tapa.
Ri e o beijei.
— Está ansioso para o jogo?
— Um pouco — admitiu.
— Que horas será o treino? — questionei, terminando de me
vestir.
— À s duas da tarde. O time quer almoçar com o treinador e os
conselheiros, mas a gente pode…
— Nada disso, nos vemos na hora do jogo. Quero sair um pouco
com a minha mã e — expliquei, sorrindo e ele acenou positivamente.
— Vou levar meu pai e meu sogro. Acho que Isaac, Jeff e Ryan vã o
adorar ficar um dia com o time, nã o?
Ele se sentou ao meu lado.
— Vã o adorar — confirmei o vendo sorrir.
Antes que eu pudesse sair do quarto, Cameron me puxou
cuidadosamente para si.
— Quero um beijo — pediu, subindo uma das mã os em minhas
costas, me aproximando ainda mais dele.
Ele fechou os olhos e eu sorri enquanto o observava esperando
por um beijo. Seus olhos se abriram e me encararam. Antes que eu
pudesse dar um passo para trá s, ele me puxou pelo pescoço e deixou
nossos lá bios pró ximos.
— Nã o me provoca — murmurou em tom ameaçador.
— Ou o quê? — provoquei e ele sorriu.
— Você me conhece o suficiente para saber o que acontece
quando me provoca, senhora Styles — afirmou, empurrando-me contra
uma das pilastras do quarto.
Passei a língua nos lá bios e os mordi. Cameron, ainda com a mã o
em meu pescoço, me beijou devagar e com desejo. Nossas línguas se
moviam lentamente e eu sentia meu corpo se esquentando.
— Amor… — Tentei afastá -lo.
— Só mais um pouquinho — pediu e voltou a me beijar.
Ele me virou, ficando contra a parede, suas mã os desceram em
minha cintura, indo diretamente para a minha bunda e a apertando. Ele
afastou nossos lá bios e abriu um sorriso safado, puxando-me mais para
si, sem tirar as mã os de onde estavam.
— Seu safado — eu disse, soltando-me dele e, quando me virei,
ele deu um tapa em minha bunda. — Para, seu atentado! — repreendi,
dando-lhe um tapa no braço. — Vamos, nossos pais já devem estar por
perto.
— Nã o vai medir sua glicemia?
— Amor, eu estou bem — rebati, e ele me lançou um olhar de
advertência.
— Para de ser teimosa — reclamou.
Ele ficou encarando cada parte do meu corpo enquanto eu media
minha glicemia. Quando vi que o resultado estava 90 mg/dl, que era a
faixa normal para quem ainda nã o tinha comido nada, eu o olhei
vitoriosamente e mostrei o aparelho.
— Eu disse que estava normal — impliquei, e ele se levantou
sorrindo.
Selou nossos lá bios e saímos do quarto.
Assim que descemos as escadas, nossos familiares tinham
acabado de chegar. Louis e Eloise vieram correndo desengonçadamente
em minha direçã o e cada um abraçou uma perna minha.
Eu me abaixei e abracei os dois. Em seguida, abracei Isaac, que
bagunçou meu cabelo, depois meu pai, Jeff, meus sogros e cunhados.
Eliza disse que o casamento estava fazendo um bem enorme para mim e
para Cameron.
E por algum motivo, minha mã e esperou que todos falassem
comigo para depois me abraçar, e ficamos longos instantes abraçadas.
— Querido, pode ir na frente com o pessoal, iremos em breve —
mamã e disse a Cameron, que concordou, mas antes de sair, deu um beijo
em minha testa.
— Mã e?
Ela me olhou e sorriu.
— Nã o acha que precisa ir ao médico? — ela questionou e foi o
suficiente para que eu começasse a chorar. — Ah, querida, você já sabe o
que é.
— Estou desconfiando — admiti, limpando as lá grimas —, ainda
nã o confirmei.
Mamã e sorriu novamente e afastou uma mecha de cabelo do meu
rosto.
— O que acha de irmos ver isso hoje?
— Acho ó timo. Eu desandei na Noruega, e agora estou com muita
fome e sono, nã o menstruei esse mês, minha diabetes está controlada o
tempo todo e acho que Cameron está com a mesma suspeita, entã o… —
suspirei.
E ela abriu um sorriso radiante.
— Quero fazer o exame de sangue hoje, é um dia ó timo, Cameron
vai treinar, entã o é o dia ideal. Pedi para Maya agendar.
— Posso ir junto? — questionou.
— É claro, mas, vou abrir o resultado sozinha. Quero que
Cameron seja o primeiro a saber — expliquei, e ela sorriu.
— Está certíssima, docinho — atestou. Começamos a caminhar
para onde tomaríamos o café da manhã . — E que mansã o maravilhosa,
filha.
— É perfeita, nã o é? Assim que cheguei, fiquei um pouco
assustada e nã o sabia se me adaptaria, mas… — Abri um sorriso — Eu
me sinto em casa.
— Estou tã o feliz por você — disse me abraçando de lado, com os
olhos marejados.
Eu me contive para nã o voltar a chorar e passamos pela porta
que dava para a á rea aberta. Natalie e Elliot tinham chegado e estavam
conversando com minha sogra, enquanto Cameron conversava com meu
sogro e meu pai, mas sua atençã o veio diretamente para mim e acabei
sorrindo.
Beijei o rosto de meu pai quando ele se levantou para puxar a
cadeira para minha mã e e Cameron fez o mesmo para mim.
— Obrigada, amor — agradeci e ele beijou o topo de minha
cabeça.
— Estava chorando? — questionou em voz baixa.
Eu o olhei rindo e acariciei seu rosto.
— Sim, estou um pouco emotiva — expliquei, e ele balançou a
cabeça concordando. Passou a mã o em minha coxa e beijou minha
bochecha.
Percebi que ele e Eliza trocaram olhares como se fosse de
confirmaçã o. Papai e Arthur começaram a conversar animadamente com
Cameron e Elliot sobre o time, e meu marido encheu a boca para falar
sobre o ó timo desempenho que tinham.
Depois de conversar enquanto tomávamos o café, e de Natalie
fazer questã o de contar na frente de Isaac e Jeff que Jasper estava
namorando com a capitã das líderes, o que vai causar uma série de
brincadeirinhas da dupla Isaac e Jeff, Cameron fez o convite e todos
tivemos que nos arrumar, pois o dia seria longo e corrido.
Maya me encontrou antes de subir as escadas e eu balancei a
cabeça negativamente antes que ela se aproximasse. Entã o, ela sorriu e
saiu rapidamente.
Cameron me abraçou por trá s e deu um beijo na curva de meu
pescoço.
— Você precisa se arrumar, amor — avisei. Eu o senti sorrindo e
ele beijou novamente meu pescoço.
— Eu quero você — sussurrou.
Eu me virei de frente para ele e o empurrei contra a bancada da
cozinha, onde estávamos e que, por hora, estava vazia.
— Depois do jogo serei toda sua — afirmei, selando nossos
lá bios, e ele apertou minha cintura. — Amor… — sorri, passando os
dedos em seu rosto. — Doze horas — relembrei.
Ele bufou e eu o puxei para subir as escadas. Fiquei o observando
se arrumar. Seu corpo era magro, mas seus braços eram fortes e
definidos, assim como seu abdô men e pernas. E as tatuagens… ele havia
feito todas que tinha vontade e estava lindo, gostoso e todinho meu.
— Você pode parar de me olhar assim?
— Nã o — respondi. — É crime pedir para eu parar de olhar um
homem gostoso desses.
Ele sorriu, com as bochechas coradas, e me beijou. Colocou uma
camisa azul clara da marca Supremacia Styles e me olhou novamente.
— Tem certeza de que vai ficar bem hoje? A gente sempre almoça
junto e…
Selei nossos lá bios, fazendo-o se calar. Cameron era sempre
muito cuidadoso e carinhoso comigo, mas eu havia percebido que
ultimamente estava um pouco mais, se é que isso era possível.
— Meu amor, nã o se preocupe, estarei com a minha mã e — eu
disse, e ele fechou o braço em minha cintura. — Cam… — murmurei,
rindo — Você vai acabar se atrasando, ande logo.
Ele me deu um outro selinho e me soltou.
Decidi começar a me arrumar também. Cameron terminou e
parou atrá s de mim no espelho enquanto eu me analisava. Ele me
abraçou e beijou meu ombro.
— Se cuide e qualquer coisa me ligue, estou por perto — avisou.
— Pode deixar, amor. — Virei meu rosto e lhe dei um selinho.
Ele me encheu de beijinhos e saiu do quarto, pegando sua
mochila no caminho. Esperei cinco minutos depois de sua saída, e ele
voltou por ter esquecido o celular, que sempre esquecia quando ia jogar
bola com os meninos.
Depois de dez minutos, tive a certeza de sua ausência em casa.
Abri a porta do quarto pela digital e Maya já me aguardava. Eu a puxei
para dentro e ela acabou rindo.
— Consegui agendar para hoje, à s onze. Confirmei com o hospital
e o exame de sangue sai em uma hora e meia — Maya explicou e eu, por
instinto, a abracei.
— Você é incrível, muito obrigada. Mas preciso pedir mais uma
coisa. — Ela me olhou e acenou para que eu continuasse. — Nem
Cameron, nem ninguém, absolutamente ninguém, pode saber dos testes
e do exame que vou fazer no hospital.
— Claro, senhora, eu sabia que me pediria algo assim.
— Perfeito, muito obrigada — agradeci novamente. — Vá
descansar e, por favor, só quero te ver trabalhando de novo na segunda-
feira — avisei, e ela sorriu, concordando.
— Como quiser, mas estou à disposiçã o caso precise.
— Ah, sim, claro, mais uma coisa. Diga a minha mã e que estarei
pronta daqui a uma hora para sairmos, por favor?
— Sim, agora mesmo — avisou e se despediu.
Capítulo 24 - Rebecca Styles

Nã o abri o exame de sangue durante o almoço com a minha mã e,


porque, se eu confirmasse, começaria a chorar e ela saberia da resposta.
Por mais ó bvia que estivesse.
Chegamos em casa e eu me tranquei em meu quarto. Abri o
exame e meu coraçã o parou.
Fiquei instantes encarando, sem reaçã o.
Era de se esperar, claro, mas era um baque que…
Eu seria mã e.
Cameron seria pai.
Positivo.
Minhas mã os tremeram, meu coraçã o passou a bater rá pido e as
lá grimas desceram por meu rosto, ao passo que eu sorria.
Eu estava grávida de Cameron e sorrindo feito uma boba.
Passei a mã o na barriga e mais lá grimas vieram, escorrendo até o
meu pescoço, enquanto eu encarava o exame.

Maya parecia ter lido meu pensamento ao me entregar um par de


sapatinhos brancos, à s três da tarde. Nã o havia confirmado para ela, mas
estava claro que eu irradiava alegria.
Entã o, como Cameron retornaria para casa apenas depois do
jogo, coloquei o exame em um envelope azul-petró leo da Supremacia
Styles, arrumei-o dentro da caixinha com os sapatinhos brancos e o
deixei em cima da cama, para que fosse a primeira coisa que ele visse ao
chegarmos em casa.
Era uma surpresa simples, mas, ao mesmo tempo, tã o
importante, e eu me sentia muito ansiosa para, depois da vitó ria do
primeiro jogo, ver sua reaçã o e tornar nossa noite magica e especial.
Estávamos aguardando o início do jogo e eu me sentei nos bancos
da á rea vip, onde tinha um lugar reservado para mim e nossas famílias.
Depois da entrada, o time entrou em campo e nã o encontrei Peter
e Elliot. Franzi o cenho e observei Cameron, que parecia furioso e
irritado.
Havia algo de errado.
Ele me olhou, abaixou a cabeça e correu na direçã o de Natalie,
que estava com o pai. Ela arregalou os olhos, entregou a câ mera para a
outra fotó grafa e saiu à s pressas com Arthur. Cameron seguiu na direçã o
de Josh, que pela primeira vez nã o estava com Peter.
Georgia, que estava ao meu lado, tocou minha mã o para
descermos na direçã o de onde estava Anthony e o treinador. Cameron e
Josh se aproximaram com Nicholas e meu pai nos seguiu apó s o
chamado de Anthony.
— Peter sumiu, a ú ltima vez que falei com ele foi há uma hora —
Josh disse, e meu coraçã o parou.
— E Natalie falou com Elliot há meia hora, antes de todos
chegarmos aqui — Cameron falou. — Tenho que ir atrá s deles.
Ele se impulsionou para sair do campo, mas Anthony o segurou,
ficando na frente de seu corpo, à medida que meu pai me colocou para
trá s dele.
— Você vai jogar — Anthony disse, e se virou para o meu pai. —
Owen, o delegado já está do lado de fora, vá com ele por favor.
Meu pai concordou, deu um beijo em minha testa e saiu.
— Rebecca…
— Só saio daqui com o meu esposo — aleguei, e Anthony
concordou.
Olhei Cameron, vendo sua nítida raiva. Ele nã o me olhou, mas era
quase como se eu pudesse ler seu pensamento.
Matteo…
Ele nã o estava presente.
Nã o…
Cameron empurrou a mã o de Anthony e correu para o meio do
campo. Fiquei o olhando e vendo seu olhar se esfriar até ficar
irreconhecível, fora do meu alcance, e eu nã o podia fazer nada. Apenas
seu físico estava presente.
O que tinha acontecido com os meninos?
Onde eles estavam?
Machucados?
Perdidos?
Fechei os olhos e tentei respirar devagar.
Lana saiu correndo com Neji. Antonella, juntamente com Polly,
desceu para onde eu estava.
— Você está bem, Moranguinho? — minha madrinha questionou.
Eu a abracei, tentando segurar o choro pela preocupaçã o, e nã o consegui
responder.
Ela me olhou, apenas balançou a cabeça e manteve o braço ao
meu redor, como se aquilo pudesse me proteger.
Nã o vi quando o jogo começou, mas vi o quanto Cameron estava
agressivo e tenso, de forma que eu nã o conseguia comemorar suas
vitó rias. Minha mã e e sogra estavam em casa com as crianças, e agradeci
a Deus por Isaac e Jeff terem voltado tã o cansados do almoço que
decidiram nã o vir assistir ao vivo.
O jogo, que era para ser um momento alegre, animado e uma
conquista para os meninos, passou como um flash diante dos nossos
olhos. Quando tudo acabou com a vitó ria de Stanford, Cameron nã o fez
questã o de comemorar ou dar entrevistas, e simplesmente correu em
nossa direçã o com o capacete em mã os, exatamente quando Jasper e
Luce chegaram.
— Eles estã o no hospital — Jasper disse, e se virou para
Cameron, que agora estava acompanhando dos meninos dos Warriors e
meus primos.
— Me espere com Jasper — pediu depois de beijar rapidamente o
topo de minha cabeça, e saiu correndo para o vestiá rio.
Vi Alec beijar o rosto de Antonella e Ned fez o mesmo com Polly.
Caminhei com Jasper até tio Benjamin e ele me abraçou para, em
seguida, caminhar comigo com o braço envolto em meus ombros.
— Georgia e Anthony, preciso que venham comigo — Antonella
pediu calmamente.
— Madrinha? — eu a chamei. Ela me olhou e segurou minhas
mã os.
— Se foi Matteo, como tenho quase certeza de que foi e só preciso
de uma ú nica resposta de Peter para confirmar, entã o resolverei do meu
jeito — afirmou.
Acenei positivamente.
Ele merecia.
Nã o cabia a mim definir o que cada pessoa merecia em sua vida,
mas Matteo…
Sua família tinha problemas diretos com Antonella, e nã o
influenciou na vida de Felicity, porque ela passou a ser uma Nogueira,
retirando por completo o sobrenome Hernandez, depois de um acordo
que meu avô Marcus fizera com Antonella, saindo em defesa total de
Felicity.
Eu a observei sair com Polly, Georgia e Anthony.
Tentei relaxar, porque os meninos agora estavam aos cuidados
dos médicos, mas nã o conseguia me acalmar.
— Dessa vez nem mesmo os amigos de Matteo ficaram ao lado
dele. O time todo bandeou para o lado de Cameron e, dos Warriors,
Matteo tinha ainda dois amigos e eles estavam no jogo — Clara, a
namorada de Jasper, disse enquanto enfiava o uniforme de líder de
torcida na mochila.
— Tenho certeza de que sua sogra observou isso também — tio
Benjamin disse e Clara sorriu, possivelmente por estar sendo bem-
recebida depois de Jasper anunciar para a família que eles estavam
juntos.
Cameron estava com os cabelos molhados e o rosto corado de
irritaçã o quando se aproximou.
— Vamos? — ele me chamou, com a mã o em minha cintura.
Apenas concordei, começando a caminhar com ele.
Entramos no carro e ele deu partida.
Nunca tive medo de velocidade e estava acostumada com ele
dirigir como se estivesse no filme Velozes e Furiosos, mas dessa vez ele
estava com raiva, estressado e frio.
E eu senti medo.
Ainda nã o sabia o que Matteo havia causado aos meninos, mas
via o que ele havia feito com Cameron e nã o fazia ideia do quanto
demoraria para ele voltar a se sentir bem, e ele estava tã o feliz…
Sem me dar conta, apertei a coxa de Cameron e ele me olhou
franzindo o cenho. Quando parou o carro, questionou:
— Algum problema, amor?
Eu o olhei e balancei a cabeça negativamente.
Ele saiu do carro, abriu a porta para mim e seguimos para o
hospital.
Arthur nos avisou que Natalie e o delegado Grier, pai de Elliot,
estavam no quarto junto a Elliot, Lana estava com o pai de Peter no
quarto dele, e a mã e estava chegando.
— E o que aconteceu? — Cameron questionou, irritado por
ninguém ter começado a falar.
Meu pai e Arthur nos fizeram ir até a pequena lanchonete dentro
do hospital. Enquanto meu pai pegava algo para tomarmos, Arthur
começou:
— Elliot apanhou e foi encontrado pelo nosso pessoal, e Peter foi
drogado e o pessoal de Antonella o achou — disparou, e eu fiquei
paralisada. — Matteo disse que foi a resposta para o que causamos a ele.
— Causamos? — Cameron perguntou e fitou o pai. — Eu causei. A
culpa é minha.
Olhei Cameron, assustada, e ele nã o me olhou. Seus olhos
estavam cinzentos, como se nã o houvesse mais sentimentos bons nele.
Irreconhecível.
— Filho…
— Quero falar com os meninos — exigiu, levantou-se e saiu.
Eu me levantei, mas meu sogro parou em minha frente.
— Posso falar com ele antes de você?
Eu o fitei e concordei.
Entã o, eu me sentei novamente, pensando em milhares de coisas.
O mundo parecia estar desabando e se escurecendo ao meu
redor.
Meu Deus…
Pisquei algumas vezes, para afastar as lá grimas.
Meu pai me abraçou pelos ombros e me entregou uma garrafa de
á gua.
Cameron se culpava por tudo. E agora que as coisas saíram de seu
controle, eu nã o sabia do que era capaz ou até onde iria.
Papai olhou além de mim e me virei na mesma direçã o, vendo tio
Benjamin se aproximando.
— Dei um jeito para que os meninos ficassem no mesmo quarto,
Cameron está falando com eles e Peter pediu para você entrar — avisou,
dirigindo-se a mim.
Concordei, ficando em pé, e peguei o café que seria de tio Arthur;
passei pela sala de espera onde o time de Stanford estava em peso.
Entreguei o café a Natalie e ela me abraçou.
— Espero que Matteo pague pelo que fez.
— Tenho certeza de que vai — eu disse.
Eu só esperava que fosse Antonella a fazer algo, e nã o Cameron.
Beijei a mã o de Natalie e me levantei.
Quando entrei, Cameron estava sentado no estofado entre as
duas camas, conversando com os meninos. Elliot estava com o olho roxo,
as mã os machucadas e o rosto um pouco inchado; Peter nã o tinha
vestígios de violência física, mas estava sonolento e abriu um sorriso
fraco ao me ver.
— Oi, cunhadinha — Elliot disse e começou a tossir. Ele colocou a
mã o sobre o peito e fez careta de dor.
— Oi, cunhadinho. — Eu lhe dei um abraço com cuidado e
caminhei até Peter, que estava tomando soro na veia. — Oi, maninho.
— Oi, maninha — disse devagar, e eu o abracei.
— Eu juro que nã o foi porque eu quis, estou sem drogas desde o
ano passado — ele se justificou, tentando rir.
Coloquei a mã o sobre a boca, automaticamente, pelo choque que
foi ouvir aquilo, e meus olhos encheram de lá grimas. Cameron se
levantou e me puxou para ele.
— O que o médico disse? — perguntei.
— Teremos alta amanhã — Elliot se prontificou. — Peter, depois
que o soro tirar as substâ ncias do corpo dele, vai estar bem e poderá
jogar nos pró ximos jogos e eu… — Cameron respirou fundo. — Vou
demorar duas semanas para jogar oficialmente. Matteo nã o me
machucou para ficar afastado dos jogos, foi para nã o participar de hoje
em específico.
— Como isso aconteceu? — questionei.
— Dois caras me fecharam na rua, uma hora antes do jogo,
enquanto eu estava voltando para Stanford. Eles me tiraram do carro e
me seguraram, Matteo conseguiu me drogar e eu desmaiei, quando
acordei já estava aqui — Peter disse, e eu apertei sua mã o.
— Foi o mesmo comigo, Natalie foi mais cedo para Stanford por
causa dos projetos que participa, eu estava sozinho quando dois carros
me cercaram, me tiraram e me seguraram para Matteo bater em mim.
— Eu sinto muito, muito mesmo, sei que isso tem a ver com…
— Nã o, Rebecca, tem a ver com a gente — Elliot me interrompeu,
dizendo com firmeza. — Isso serve para vocês dois — disse, sentando-se
na cama com a ajuda de Cameron e o segurou pelo ombro. — Nã o faça
besteira, tem pessoas que vã o resolver isso — afirmou, encarando-o nos
olhos.
— Ser amigos de vocês foi escolha nossa, a culpa nã o é de
nenhum dos dois — Peter disse, olhando para mim, e eu concordei
balançando a cabeça.
Estava grata por ouvir aquilo. Cameron, por outro lado, se
manteve calado e eu preferia que ele tivesse dito algo, assim saberia
melhor o que ele estava pensando. Mas nã o, ele se manteve em silêncio e
aquilo me deixou ainda mais preocupada.
Nã o que eu nã o achasse que Matteo nã o merecia, mas Cameron
nã o merecia carregar o peso de toda essa situaçã o.
Ele tinha apenas dezenove anos, já havia passado por tantas
coisas e agora que estava ficando bem…
Nã o era para ser assim, era para ser uma noite alegre de primeiro
jogo, primeira vitó ria do time e eu contaria a Cameron que ele seria pai…
Saímos da sala para que outros entrassem.
— Avisei Andrew sobre Peter estar bem, vou passar a noite com o
Pê — Lana avisou.
Polly chegou com Georgia e o delegado da cidade. Franzi o cenho
quando olhei o homem.
— Senhor Campbell?
Ele me olhou.
— Que mundo pequeno — ele disse.
Era um dos homens que me aconselhara sobre Cameron assim
que eu tinha voltado para Los Angeles, exatamente no dia em que meu
irmã o tinha quebrado o braço e Cameron ficara no hospital e tiraram
uma foto minha com ele no estacionamento. Olhei para Polly, que sorriu.
— E vejo que se casou com… — Ele sorriu olhando. — Nã o era
ele que você nã o suportava?
Sorri e dei de ombros.
— Eu me equivoquei um pouco — brinquei.
— Minhas felicitaçõ es. Agora, peço que me deem licença — pediu
e se afastou.
— Vocês sempre me vigiaram mesmo, nã o é? — eu disse em voz
baixa para Polly.
— Temos olhos em todos os lugares, sua madrinha é rigorosa
com a sua segurança — afirmou.
— Eu preciso que o quarto fique apenas com os responsáveis dos
meninos, o advogado da família… — O delegado olhou para meu pai. —
E a juíza. Os demais, por gentileza, nã o nos interrompam — impô s, e
seguiu para o quarto com as pessoas solicitadas.
— Filha, a conversa vai demorar. Vamos para casa, você toma um
banho, se alimenta e volta para passar a noite — Arthur disse a Natalie.
— E eu te trago de volta — Cameron disse, e eu o olhei abrindo a
boca para falar que viria junto. — Depois de deixar minha esposa em
casa — completou.
Recuei, nã o era momento para debates.
Seguimos para o carro, e Cameron abriu a porta para que eu
entrasse. Em silêncio, deu partida para a casa dos Warriors, atrá s do
carro de Josh, que estava com Calleb e Lana para arrumarem as coisas de
Peter. De lá , Josh levaria Lana para a casa com Calleb. Eu sabia que
Cameron estava preocupado que eles pudessem ser vítimas.
Os três desceram do carro e um segurança falou com Josh,
provavelmente explicando que estavam de vigia para eles. Dois homens
pararam a frente de nosso Bugatti Chiron Super Sport 300+. Eu os
reconheci. Um era nosso segurança e outro trabalhava para Antonella.
Meu esposo e minha madrinha fizeram questã o de me apresentar para
todos que fariam a nossa segurança.
Cameron tocou minha mã o e a beijou.
— Preciso que fique aqui, por favor — pediu, e eu balancei a
cabeça, em concordâ ncia porque estava congelada e qualquer notícia
que pudesse vir agora seria sobre Matteo.
Eu os observei conversar e, em menos de sete minutos
completos, Cameron retornou ao carro.
— Encontraram Matteo — foi tudo o que disse.
Ele pisou no acelerador e partiu com tanta rapidez que meu
coraçã o passou a bater forte, minhas mã os suaram e eu fechei os olhos,
na esperança de que essa noite acabasse logo.
Ele parou o carro atrá s da mansã o de Antonella, quase o
deixando em cima de outro.
— Fique no carro — ordenou.
Franzi a expressã o.
— Você nã o pode estar falando sério — aleguei.
Ele saiu e trancou o carro de forma que só daria para abrir de
novo com a chave.
— Cameron! — gritei.
A janela do banco do motorista abriu a tempo o suficiente para
que ele dissesse:
— Sinto muito, amor, eu preciso fazer isso.
Ele apertou o botã o das janelas e deu as costas, partindo com
dois homens. Finn e outro segurança de Antonella estavam na frente do
carro, me vigiando.
O borbulhar da raiva de ficar trancada no carro, porque Cameron
queria agir impulsivamente e lidar com tudo sozinho, começou a
percorrer meu corpo.
Argh! Eu odeio quando ele faz isso, pensei.
Eu soltei o cinto de segurança.
Fechei os olhos para organizar meus pensamentos.
Peter e Elliot estavam bem e receberiam alta amanhã .
Antonella sem dú vidas cuidaria de Matteo pessoalmente e
sumiria com ele.
Estaríamos seguros e a salvo.
Cameron carregou o mundo dele, de Natalie e até mesmo de seus
pais. Tentou ficar bem sozinho, se afundou sozinho, se destruiu
sozinho… sozinho, sempre sozinho. Sem pedir ou querer ajuda.
Respirei fundo.
Ele nã o estava mais sozinho.
Ele tinha a mim, ao nosso filho, ao time, à família…
Ele estava tã o bem, nã o era justo se destruir e matar alguém;
mesmo que fosse Matteo, isso iria esfriá -lo por muito tempo.
Nã o!
Cameron nunca mais ficaria sozinho.
Abri os olhos e encarei o porta-luvas, que abria com apenas a
minha digital e a de Cameron. Eu nã o me importava se ele ficaria com
raiva amanhã por conta do enorme gasto que eu o faria ter.
Se ele nã o tivesse me trancado no carro com toda a sua teimosia,
isso nã o seria necessá rio.
Peguei a arma reserva que ele deixava ali (e com certeza
precisaríamos mudar isso, visto que teríamos um filho), tirei as balas,
segurei-a pelo cano e comecei a bater no vidro da janela do lado do
motorista com o cabo.
Vi quando os seguranças começaram a se aproximar, mas nã o me
importei.
Observei o buraco que começou a se formar e comecei a chutar o
vidro, usando toda a minha força nos calcanhares. A película escura se
descolou e eu a puxei. Ainda assim, nã o obtive o resultado esperado, mas
agora os seguranças me olhavam.
Recarreguei a arma, Finn arregalou os olhos e eu sorri, colocando
a arma contra o pequeno buraco que fiz no vidro, ele se afastou,
puxando o outro homem, entã o atirei inú meras vezes, até partes do
vidro começarem a ceder. Me afastei e atirei no vidro que estourou.
Pedaços caíram dentro e fora do veículo, atingindo um pouco da minha
mã o e antebraço.
Saí pela janela, sem me importar com os pedacinhos de vidro que
me machucaram, tirei os que vi e encarei o segurança que estava com
um fuzil M16 nas costas, uma alça envolvendo seu braço direito e uma
pistola Hellcat Pro no cinto.
— Preciso de sua arma — exigi, acenando para a pistola.
— Infelizmente isso nã o será possível, senhora Styles — alegou o
homem, que parecia ter em torno de trinta anos, era careca e com
tatuagens na cabeça.
— Senhora Styles, nã o poderemos deixar que…
— Nã o me diga o que precisa ser feito quanto a minha família,
Finn — afirmei e ele engoliu em seco. Voltei o olhar ao homem. — E
acredito que você nã o queira problemas com os Styles ou com a minha
madrinha.
Ele me olhou por segundos. Nã o havia medo em seus olhos, mas
sim uma guerra em sua mente entre ceder ou nã o.
Por fim, ele me entregou a pistola.
— Obrigada, senhor — agradeci, e ele riu de meu sarcasmo.
— Nã o compramos brigas com os Styles da família de Arthur e
Cameron — ele disse. — Nó s a levaremos para onde eles estã o.
— Serei eternamente grata.
Ele acenou positivamente.
— Desculpe, Finn, mas nã o posso deixar que Cameron faça isso
— expliquei enquanto descíamos para o enorme campo com um jardim
depois da garagem de Antonella.
— Tudo bem, mas eu precisava dizer algo antes de ceder —
justificou, e eu sorri.
Chegamos à estufa onde havia vá rios homens, o segurança que
estava comigo me mostrou uma passagem e os que estavam na frente
abriram caminho. Passei pelo corredor, desci as escadas com ele e Finn,
e chegamos a uma á rea vazia, com uma porta marrom que parecia
pesada e antiga, com dois homens e seus fuzis na frente.
— Nã o podemos deixar ninguém passar, Jhonatan.
— Ela é afilhada da falcão vermelho e esposa de Cameron —
Jhonatan, o segurança que estava comigo, explicou.
Os homens na mesma hora arrumaram suas posturas e abriram
espaço. Jhonatan colocou a palma de sua mã o no visor e as portas se
abriram. Dois estavam de costas para a porta e apenas nos olharam
quando passamos.
O salã o era enorme, porém, vazio. Matteo estava à frente de
Cameron, ajoelhado, seu rosto ensanguentado por estar sendo
espancado. Ele caiu para trá s quando foi atingido por um soco, que eu
sabia nã o ser o primeiro. Mais homens estavam atrá s de Matteo e o
olharam com desdém, dando um passo para trá s, para que nã o atingisse
seus pés.
— Cameron! — chamei, entrando por completo no lugar.
Entã o vi Antonella sentada em uma espécie de trono vermelho e
dourado à direita no fundo do salã o, onde tinha três degraus que a
deixavam mais acima do salã o. Georgia e Anthony estavam à esquerda
em cadeiras um pouco menores que a de Antonella.
— Rebecca! Inferno! — ouvi Antonella xingar, mas nã o me
importei.
Cameron virou um pouco ao me ouvir, mas nã o por completo
para que eu visse seu rosto.
— Tirem ela daqui! — rosnou, e os dois homens atrá s de Matteo
vieram em minha direçã o.
— Nã o! — gritei.
E ao ver que eles me colocariam para fora, atirei no teto,
disparando cinco vezes.
— Nã o vou sair daqui sem conversar com você, Cameron!
— Ela nã o vai atirar em vocês. Vã o, agora! — ordenou.
Pela forma que Cameron falava, os dois homens eram da nossa
segurança. E, sem hesitar, apontei a arma para o pé do que parecia ser o
mais velho.
— Me teste! — desafiei, com os dentes semicerrados.
Eu nã o tremia.
Estava desesperada, impaciente e queria apenas que aquele
cabeça dura me ouvisse.
— Senhor… — o homem que era o meu alvo disse.
— Maldiçã o!
Cameron se virou, os punhos carregavam o sangue de Matteo, o
rosto estava avermelhado e seus olhos queimaram em cima de mim. Ele
envolveu minha cintura e me puxou para fora.
— Pode ao menos conversar comigo? — implorei, tentando olhar
em seus olhos.
— Conversar o quê? Que Matteo machucou meu melhor amigo
por minha culpa? Que ele drogou Peter porque sabia que isso ia te
afetar? Ele cuspiu na minha cara que você seria a pró xima, Rebecca. Que
porra! Eu preciso fazer alguma coisa. Peter poderia ter morrido se ele
tivesse injetado um pouco mais de droga. É sobre isso que quer
conversar? — questionou, com irritaçã o em sua voz. Eu o encarei, vendo
seus olhos com faíscas de ó dio.
— Peter e Elliot estã o…
— Minha família e meus amigos nunca estarã o seguros. Você
nunca vai estar segura enquanto ele viver. E eu vou acabar com isso
agora.
E se virou, voltando para o salã o depois que um dos homens
colocou a mã o no visor. A porta ficou aberta e vi quando Cameron pegou
a arma.
— Eu estou grávida. — Ele parou de andar e Antonella se
levantou em um impulso. — Por favor…
As lá grimas desceram em meu rosto e a dor do desespero, da
afliçã o, tristeza e remorso que ele sentiria me consumiu.
Meu ar começou a faltar e nã o vi o momento em que ele se
reaproximou, mas senti seu abraço e me deixei chorar tudo o que tinha
guardado desde o momento do jogo.
— Meu amor…
Uma risada maléfica ecoou pelo salã o vasto e Cameron virou o
pescoço para a direçã o dela.
— Tire ela daqui, Cameron, agora — a voz de Antonella ocupou
todo o lugar.
Ela pegou a arma e Cameron começou a me arrastar para fora.
— Se você nã o acabar comigo, Styles, eu vou atrá s da sua esposa
e do seu filhinho até…
O baque ensurdecedor do tiro se fez presente e vi quando o
buraco na cabeça de Matteo foi feito e seu corpo morto caiu contra o
chã o. Outro tiro, entã o outro e outro.
— Ai, meu Deus — murmurei, ofegando, quando as portas se
fecharam.
Cameron me envolveu com um braço e colocou a mã o por cima
de meu ouvido.
Meu corpo suava frio e senti uma pontada em meu abdô men.
— Amor? Rebecca?
Um líquido escorreu em minha calcinha, olhei para Cameron e o
sangue se esvaiu de meu rosto.
— Eu acho que tem alguma coisa de errado com o bebê.
Nã o vi a expressã o dele, nã o vi nada a nã o ser tudo embaçado,
girando e… tudo escureceu.
Capítulo 25 - Cameron Styles

Tudo se passou diante dos meus olhos. E, como em um borrã o,


estávamos no hospital.
Eu a coloquei na maca assim que chegamos e vi quando Owen se
aproximou com meu pai. Presumi que a conversa com o delegado e os
meninos fora extensa e meu pai provavelmente trouxera Natalie há
pouco tempo.
— O que aconteceu? — ouvi o doutor perguntar e me virei para
ele enquanto acompanhava a maca.
— Ela está grávida, passou nervoso e desmaiou — expliquei
apressadamente.
O doutor disse algo para as enfermeiras.
— Agora é com a gente — ele disse.
Fiquei parado por minutos encarando a porta da ala de
emergência pela qual Rebecca passara desacordada na maca com o
médico e as enfermeiras.
Minha cabeça doía, meu peito parecia pequeno para o meu
coraçã o, que se apertava cada vez mais, o suor escorria em minhas
costas, minhas mã os estavam frias, meus pensamentos embaralhados e
meus sentidos confusos.
Eu estava imó vel como uma está tua.
Era minha culpa.
Ela tinha pedido, implorado que eu nã o fosse adiante, mas…
Agi impulsivamente, pela raiva.
A gestaçã o começou agora e já fui um péssimo pai, um péssimo
marido. Ela nã o merecia passar por isso. E se ela perdesse o bebê…
— Filho — ouvi a voz de meu pai, mas estava tã o perdido em
meus pensamentos que nã o me virei. — Cameron — chamou com mais
firmeza e tocou meu braço. — Você nã o pode ficar parado aqui, é o
corredor emergencial, pode acabar atrapalhando a passagem de alguém
— explicou, segurando meu braço e me forçando a sair do caminho.
— A culpa é minha — eu disse e o fitei, sentindo meus olhos
queimarem. — A culpa é minha, ela nã o merecia isso, ela nã o merecia
isso — repeti a mim mesmo enquanto era levado para a sala de espera.
Ele disse algo, mas nã o o ouvi. Meu sogro tentou me entregar
uma garrafa d’á gua, mas eu nã o reagia. Nã o conseguia respirar ou
formular uma palavra.
Precisava ver minha esposa, meu filho ou filha, ter notícias, saber
se eu realmente tinha sido tã o horrível ao ponto de ter feito a mulher da
minha vida perder o nosso bebê.
Meus olhos queimavam e lá grimas se alojaram nos cantos de
meus olhos.
O que foi que eu fiz?
— Senhor Styles — o doutor chamou calmamente e olhou para
meu pai e sogro que se aproximaram. — Rebecca está bem, acordará em
alguns minutos, o senhor pode entrar para vê-la. Estamos finalizando os
exames, mas trarei notícias sobre o bebê em breve. Me acompanhe, por
favor.
Entrei no quarto e vi minha esposa ainda desacordada, com o
soro na veia, os batimentos cardíacos passando em uma tela, a mã o
direita e o antebraço enfaixados, e sua mã o esquerda com alguns
machucados que nã o precisaram ser enfaixados.
— Caso ela acorde e eu ainda nã o esteja aqui, peça para a
enfermeira me chamar — o doutor instruiu, e eu apenas concordei,
balançando a cabeça.
Eu me aproximei dela com os olhos queimando, ainda nã o tinha
certeza de que ela estava bem, mas só de vê-la, algo em mim mudava.
Toquei sua mã o enfaixada, a que o braço nã o estava com o acesso,
e a segurei devagar. Ela estava ferida, desacordada e, com certeza,
decepcionada.
— Meu amor, você nã o merecia passar por isso — sussurrei,
passando os dedos da mã o desocupada em seus cabelos, e beijei sua
testa, sentindo as lá grimas descerem em meu rosto. — Eu falhei com
você, falhei com vocês…
Ajoelhei na frente de sua cama, sem soltar sua mã o, e comecei a
chorar como uma criança, pensando em tudo o que tinha feito, mal
conseguindo falar. Fiquei instantes ajoelhado, chorando e implorando
que ela e nosso filho ficassem bem.
—… Deus, espero que minha esposa me perdoe pelo que estou
causando a ela, eu falhei, errei imperdoavelmente. — Funguei. — Meu
Deus, por favor, nã o leve o meu filho. Eu fiz errado, eu sei, mas por
favor… por favor… — E solucei. — Eu nã o a mereço…
Senti seu leve aperto em minha mã o e a olhei no mesmo instante,
vendo-a abrir os olhos devagar, e meu coraçã o parou.
— Amor… — ela disse devagar.
— Enfermeira, ela acordou! — avisei euforicamente apó s abrir a
porta do quarto, e voltei para ela em seguida. — Oi, minha princesa —
beijei sua mã o e limpei os olhos com a outra.
Ela fechou os olhos e os abriu. Eu a ajudei a se sentar com
cuidado e peguei em sua mã o novamente.
— Primeiro, eu nã o vou te deixar por nada e, por favor, nã o fique
se culpando pelo que aconteceu — pediu, acariciando meu rosto.
Abri a boca para falar, mas a entrada do doutor me fez mudar de
ideia.
— Olá , senhora Styles — o doutor disse.
— Olá , doutor — ela o cumprimentou.
— Preciso te examinar — disse, tirando uma caneta com uma
lanterna na ponta e se aproximando dela. — Lembra-se do que
aconteceu?
— Sim, de tudo, desmaiei e agora estou aqui — explicou.
Ele terminou de verificar seus olhos e pediu para respirar
devagar.
Eu estava tenso e nã o conseguia disfarçar. O doutor anotou
alguma coisa e nos olhou.
— Você e o bebê estã o ó timos!
Rebecca soltou a respiraçã o e começou a chorar, enquanto eu
soltei um suspiro de alívio, um vindo do fundo do meu coraçã o, e
comecei a chorar junto. Eu a abracei e beijei o topo de sua cabeça.
Limpei meu rosto e beijei seus lá bios.
— Vi no seu registro — o doutor continuou — que a senhora tem
diabetes há alguns anos, a tipo um, que é muito bem cuidada. Devo te
parabenizar — brincou.
— Obrigada, doutor — ela disse, sorrindo, e deitou a cabeça em
meu peitoral enquanto eu acariciava seus cabelos.
— O bebê que está carregando será muito saudável, posso dizer
que a senhora terá uma ó tima gestaçã o, e a prova disso é que sua
gravidez está fazendo seu corpo liberar insulina.
Rebecca ficou atô nita.
— Isso é por conta da gravidez, depois disso você voltará a
aplicar insulina, é o bebê quem está produzindo para você e para ele.
— Meu Deus… — murmurou, radiante pela notícia.
— Como disse, ao que tudo indica o bebê será muito saudável, e a
segunda prova disso é que ele resistiu a tamanho estresse, mesmo sendo
extremamente frá gil. Digo isso porque os primeiros meses sã o muito
perigosos dentro de uma gestaçã o; cuidados precisam ser tomados
sempre, grávida ou nã o, mas, tive casos em que, por muito menos,
aconteceu um aborto espontâ neo devido a estresse, além de outros em
que o bebê foi afetado e ficou com problemas cardíacos. Nã o sei o que
aconteceu, senhora Styles, mas o estresse que passou para chegar a esse
ponto nã o pode se repetir. A criança sobreviveu a um pico alto de suas
emoçõ es, mas nã o sei se sobreviverá a outro.
Eu senti tudo em mim se quebrando. Meu estô mago doeu ao
imaginar perdermos nosso filho por uma falha tã o brutal como a minha.
— O estresse que passou pode ter sido devido a uma coisa que foi
muito forte ou vá rias que resultaram em um efeito maior, mas a senhora
precisa se cuidar diante disso. Minha outra recomendaçã o é que, mesmo
que seu corpo produza insulina, você continue tomando cuidados na
alimentaçã o e faça exercício físico quando possível. Combinado, mamã e?
Ela sorriu ao ser chamada de mamã e e eu acabei sorrindo pelo
mesmo motivo.
— Combinado, doutor.
— Ela vai precisar muito de você, papai, e, por favor, nã o a
estresse — brincou, olhando para mim, e eu sorri, concordando. — Você
está tomando soro porque hoje nã o estava devidamente hidratada, mas
vou pedir para a enfermeira tirar o acesso e já venho te liberar, só vou
conversar com seus pais ou eles entrarã o aqui a força — disse, rindo, e
saiu do quarto.
A enfermeira entrou logo em seguida, tirou o acesso de seu braço
com cuidado e o tampou.
— Temos horá rios certos para alimentaçã o, mas, devido à s suas
circunstâ ncias… — Ela olhou para a barriga de Rebecca. — Deseja comer
algo?
— Nã o, obrigada, assim que sair daqui vou me alimentar — ela
agradeceu, e a enfermeira concordou, saindo em seguida.
Ela se virou com o corpo, deixando as pernas penduradas na
cama, e me puxou para um abraço.
— Por que suas mã os estã o machucadas? — perguntei, passando
o braço ao redor dela.
— Porque quebrei o vidro do seu carro para conseguir ir até
você, devo ter machucado quando sai.
Meus lá bios se entreabriram pela surpresa que foi ter ouvido
aquilo.
— Você é impossível. Mesmo grávida pulou da janela?
Ela deu de ombros e beijou meu rosto.
Meu pai e sogro entraram no quarto, e Owen correu para abraçar
Rebecca, entã o tive que me soltar dela para lhe dar espaço. Ele começou
a fazer vá rias perguntas: se ela estava bem, se estava sentindo alguma
coisa, entre outras coisas.
— Se acalme, vovô , ela acabou de acordar — meu pai disse.
— Ah, claro, claro, me desculpe, filha — Owen pediu, afastando-
se um pouco.
Rebecca acabou rindo da reaçã o do pai e era notó rio que ela nã o
via problema algum com o afeto dele. Ela pegou em minha mã o para que
eu me aproximasse dela e coloquei meu braço ao redor de seus ombros.
— Nó s estamos bem — ela avisou, sorrindo.
— Nó s? O meu neto? — papai disse tã o alto que parecia um
anú ncio.
— Bom… — o doutor entrou dizendo, mas parou quando viu meu
pai e Owen. — Vocês nunca desgrudam? Desde o fundamental é isso.
— Ah, Connor, nã o comece — meu pai pediu.
— Você era grudado em Anthony e nã o estamos comentando
nada sobre isso — Owen retrucou.
— Anthony me ajudou demais, se estou aqui foi por…
— Foda-se — papai o interrompeu e eu comecei a rir. Ele olhou
para minha esposa. — Desculpa, meu neto e minha filha — disse,
olhando para Rebecca, que riu dele.
O doutor, antes de liberar Rebecca, passou mais algumas
orientaçõ es, tanto para ela quanto para mim sobre como eu poderia
ajudar na gravidez. Ele também falou sobre a necessidade de passar do
endocrinologista para ver sobre medicaçõ es de diabetes.
Passamos por uma capela que tinha dentro do hospital e Rebecca
pediu para pararmos e agradecermos o bem-estar dela e de nosso filho.
Entrei no carro do meu pai e me sentei em um dos bancos de trá s.
Puxei Rebecca e a envolvi em meu abraço, passando o nariz em sua
bochecha e a beijei uma vez e outra.
Chegamos em casa e entramos pela cozinha, onde minha sogra e
minha mã e estavam com a luz baixa. A casa estava em completo silêncio,
e deduzi que as crianças nã o faziam ideia do que tinha acontecido.
Isaac ficaria agitado se soubesse o que aconteceu com a irmã e
nã o deixaria ninguém dormir. E fiquei grato por Natalie estar fora do
alcance do que acontecera, já que estava com Elliot.
— Filha? — Olivia chamou em um sussurrou.
Rebecca me soltou, abraçou a mã e, e as duas choraram. Ela
abraçou minha mã e, que também chorou. Minha esposa envolveu os
braços ao redor dos ombros das duas e sorriu:
— Vocês estã o oficialmente no time de vovó s — anunciou em voz
baixa.
As três se abraçaram e, quando se soltaram, mamã e me abraçou.
Elas tentaram comemorar o mais silenciosamente possível, e foi cô mico
ver meus pais fazendo dancinhas em comemoraçã o. Rebecca e minha
sogra ficaram abraçadas, falando alguma coisa particular uma para a
outra.
— Nã o contem a ninguém. Algumas pessoas já sabem, mas sei
que nã o contarã o nada. Quero fazer surpresa — explicou, e eu sorri em
concordâ ncia.
— Como quiser, querida — minha mã e disse.
Nos despedimos e subimos para nosso quarto. Encarei a caixinha
branca em cima da cama e me sentei, com Rebecca logo depois de mim,
ao meu lado. Abri a caixa e olhei o par de sapatinhos brancos. Meus
olhos arderam e peguei o envelope, tirando os papéis de dentro.
Era o exame de sangue constando positivo para a gravidez.
Minha vista embaçou e eu coloquei tudo ao meu lado. Apoiei os
cotovelos nas coxas e passei a mã o no rosto, sentindo o peso de tudo.
— Eu quase te fiz perder o nosso bebê — eu disse com voz
trêmula, e as lá grimas desceram, como se eu fosse uma criança.
Rebecca tinha o poder de me fazer chorar e, ao mesmo tempo,
parecer o homem mais rígido do mundo quando o assunto era sua
segurança.
Ela me abraçou pelos ombros e beijou meu rosto. Fungou, porque
havia começado a chorar também, e deslizou a mã o em meus cabelos.
— Eu passei estresse desde o momento em que soube que os
meninos estavam no hospital. Nã o foi o ocorrido entre você e Matteo.
Balancei a cabeça negativamente.
— Amor?
Eu a olhei. Seus olhos estavam avermelhados e cansados.
— Você precisa descansar— eu disse.
Soltei seus braços de mim e ela me puxou.
— Cam… Respire.
Eu me deitei na cama e passei as mã os no rosto outra vez. Cobri
os olhos com a mã o direita e comecei a respirar devagar.
Ela se deitou em meu peitoral e me abraçou.
— Você nã o precisa resolver tudo sozinho, nã o precisa carregar o
mundo de todos, porque… porque você nã o está sozinho, nunca mais.
O choro engasgado, guardado por mais tempo do que eu
imaginava, começou a escorrer em meu rosto. Abracei Rebecca, que
chorava comigo, e ficamos minutos daquela forma.
— Eu te amo demais — eu disse quando me acalmei, e ela me
olhou.
— E eu te amo demais — afirmou.
Acariciei seu rosto.
— Sei que vai demorar até que fique totalmente bem, mas vou
estar aqui, te esperando, cuidando de você e recebendo todo o seu
cuidado — atestou, e beijou a ponta do meu queixo.
— Eu com certeza vou cuidar muito de vocês — prometi. — E
nã o me importo se você vai ficar irritada, vou ser insuportavelmente
cuidadoso.
— Nã o fazia ideia de que você podia ser ainda mais insuportável
— provocou.
Apertei meu abraço ao seu redor e beijei todo o seu rosto.
— Agora você verá , senhora Styles.
Soltei um suspiro apaixonado e de alívio, porque agora me sentia
flutuando de tã o leve.
— Eu vou ser pai — sussurrei, e abri um sorriso.
— E vai ser um pai incrível — afirmou, passando os dedos em
meus cabelos. — Tenho certeza disso.
Capítulo 26 - Cameron Styles

Acordei à s seis da manhã , pelo costume de correr todos os dias, mas


Rebecca estava enganchada em mim, presa com os braços e as pernas, e
dormia tã o tranquilamente que nã o fiz a menor questã o de sair da cama
ou me desprender dela. Logo voltei a dormir.
Porém, as oito da manhã , quando senti a ausência do corpo dela,
abri os olhos e a vi na sala de nosso quarto, sentada enquanto mexia em
seu iPad. Ela usava fones de ouvido e falava alguma coisa em voz baixa.
Eu me levantei e me aproximei dela. Ela sorriu e abriu os braços.
—… muito obrigada, madrinha, os meninos vã o almoçar aqui,
está mais que convidada…
Beijei a curva de seu pescoço e caminhei para o banheiro.
Liguei o chuveiro e entrei, deixando que a á gua quente cobrisse o
meu corpo. Escovei os dentes, me ensaboei e abri um sorriso ao ver
Rebecca entrar no box.
— Bom dia, meu amor — desejou, e envolveu os braços ao redor
de meus ombros.
— Bom dia, minha rainha.
— Deixei de ser sua princesa? — perguntou, com ar brincalhã o.
— Teremos nossos principezinhos e princesinhas, sendo assim,
você é a rainha da minha vida — expliquei. Ela abriu um sorriso lindo.
— Dormiu be…
Ela me beijou, ignorando o que eu estava falando.
— Amor? Devemos conversar com a obstetra antes, nã o acha?
Principalmente depois de ontem — comentei. — O doutor comentou
algumas coisas, mas por precauçã o, você precisa passar com quem vai
fazer o acompanhamento de sua gravidez.
Seus olhos me observaram por instantes e ela bufou.
— Merda.
Gargalhei devido ao seu xingamento e beijei sua bochecha.
Tomamos nosso banho, deitamos no sofá e ficamos abraçados, ainda
vestidos com nossos roupõ es.
— Está tudo certo para o almoço aqui em casa.
Abri um sorriso e lhe dei um selinho, mas ela nã o queria apenas
isso e me deu um beijo mais profundo. Apertei sua cintura devagar e
com cuidado.
— Amor…
Ela suspirou audivelmente.
— Eu quero muito você, mas nã o vou arriscar — aleguei, e ela
acenou em concordâ ncia.
Trocamos de roupa e tomamos nosso café. Olhei no reló gio,
vendo que eram 9h.
— Agora sã o três da tarde na Noruega. Andrew e Astrid devem
estar tomando café — comecei, e Rebecca me olhou.
— Devíamos ligar para eles — ela sugeriu, e eu a beijei.
— Estava pensando exatamente nisso.
Voltamos à sala do nosso quarto e liguei para Andrew.
— E aí, irmã o — ele cumprimentou. — Oi, Becca. Amor, olha
quem lembrou que tem amigos.
Astrid apareceu, eu e Rebecca fizemos uma careta para eles.
— Como estã o as coisas? — Astrid perguntou.
— Agora estã o ó timas — Rebecca respondeu, e se recostou em
meu peitoral.
— Queremos contar uma coisa para vocês — eu disse, e Rebecca
passou as mã os em minhas coxas.
Ela se virou um pouco e acenou para que eu falasse.
— Seremos pais! — anunciei.
— O quê ?! — Andrew gritou.
— Ah, por Odin, que incrível! — Astrid disse, e começou a chorar,
com a minha esposa se juntando a ela.
— Eu nã o acredito, cara! Que incrível! — Andrew continuou.
— De quanto tempo você está ? — Astrid perguntou depois que
Andrew se conteve, e eu nã o conseguia parar de rir de sua euforia.
— Duas semanas — minha esposa disse, e as duas começaram a
conversar.
Rebecca me olhou e olhou novamente para o celular.
Duas semanas… em duas semanas nós…, pensei.
— Por que os dois parecem estar fazendo contas? — ela
perguntou.
— Vocês estavam aqui há duas semanas — Andrew disse. —
Caralho, você s fizeram um herdeiro aqui?
— Andrew, amor, alguém pode nos ouvir — Astrid pediu aos
risos.
Rebecca ficou com as bochechas coradas e eu a abracei.
— Ele nã o está errado — sussurrei, e ela se encolheu.
— Um bebê direto do palá cio — Andrew disse e riu, nos fazendo
rir com ele.
Conversamos por um tempo e precisamos desligar, pois eles
teriam uma reuniã o com o parlamento.
— Você estava incrivelmente incontrolável naquela noite, e eu
particularmente achei ó timo — eu disse, lembrando-me da noite
anterior à da coroaçã o de Astrid e Andrew, que acredito ter sido quando
Rebecca engravidou.
— Tã o incontrolável que engravidei — brincou quando beijei a
curva de seu pescoço. — Mas estou extremamente feliz por isso — disse
com firmeza e sorriu.
— Você nã o faz ideia do quanto eu estou feliz porque vou ser pai
— afirmei, distribuindo beijinhos em seu rosto, e ela virou o corpo para
mim, ficando de bruços e me abraçando pela cintura. — Depois de
ontem… como você está ?
— Ainda tenho a imagem de Matteo levando um tiro e acho que
vai demorar para parar de ver isso. É um pouco perturbador, mas ontem
estava tã o exausta que adormeci rapidamente.
— Sinto muito pelo que viu.
Ela soltou a respiraçã o.
Peguei em sua mã o, que estava com machucados.
— Seu carro ficou pior — alegou, tentando brincar.
— Que se foda o que aconteceu com o carro. Poderia destruir ele
inteiro desde que nã o ficasse machucada assim.
— Amor, o carro foi dezenove milh…
— Eu nã o me importo, Rebecca. Você está ferida. — Respirei
fundo. — Vem, vou cuidar de você.
Ela sorriu.
— Mais alguns minutinhos aqui?

Rebecca Styles era a mulher mais linda do mundo.


Fiquei a observando em seu vestido azul-claro que cobria até o
meio de suas coxas e tinha mangas longas, finas e transparentes.
Ela irradiava felicidade e eu nã o conseguia acreditar que seria
pai.
Jesus, eu faria de tudo por eles.
Era fascinante observá -la tã o animada conversando com Peter e
Josh, que nã o saíram de perto nem mesmo quando os tios Benjamin e
Silas, que estavam na cidade devido à s competiçõ es que os filhos
participaram, foram cumprimentá -la.
Bebi um pouco de suco de limã o e dei uma boa olhada ao redor.
Marcus e  ngela estavam na cidade e conversavam com Antonella, mas
nã o parecia ser sério. Fiquei surpreso por vê-la aqui, mas, pouco antes
do almoço se iniciar, ela me chamou e alinhamos muitas coisas quanto à
segurança de Rebecca. E era bom ver que ela tinha o mesmo
pensamento que eu. Matteo estava fora das nossas vidas, porém, isso
nã o significava que abaixaríamos a guarda.
Observei Felicity, que estava abraçada com Nicholas, e me
aproximei deles. Rebecca seguiu a mesma direçã o e se sentou ao lado
dela.
— Fê — ela tocou a mã o de Felicity. — Eu sinto muito… muito…
— Nã o estaríamos a salvo, de qualquer forma — ela disse,
desanimada e Nicholas apertou seu abraço ao redor dela.
— O que quer dizer com isso?
Seus olhos marejaram e Rebecca puxou a cadeira para que me
sentasse ao lado dela. Felicity olhou para o esposo, em busca de um
apoio.
— Antonella deixou que ela conversasse com ele antes de
Cameron chegar, e ele nã o a tratou bem — Nicholas resumiu.
— Ele cuspiu na minha cara que eu nã o era mais da mesma
família que ele e avançou em cima de mim. Gritei, e os seguranças me
tiraram do lugar. Foi a primeira vez que ele nã o… — ela soltou a
respiraçã o — me agrediu.
— Ai, meu Deus — Rebecca segurou a mã o de Felicity.
— E ele a ameaçou. Disse que acabaria com a vida dela assim que
saísse da prisã o que Antonella o colocou enquanto esperava vocês
chegarem — Nicholas disse.
— Se ele era doente ao ponto de tratar a pró pria irmã assim,
imagine vocês, por que ele carregava ó dio e inveja. Estava disposto a
fazer muitas outras coisas — Felicity admitiu, mesmo que nã o
precisasse. — Vou ficar bem.
Isaac se aproximou e parou ao lado de Rebecca, abraçando-a
pelos ombros. E percebi que era um costume deles. Nã o tinha uma festa
que ele nã o fizesse isso.
— Mas você está radiante, por acaso está grávida? — Felicity
brincou.
— Bom, sim — confessou.
O casal a nossa frente ficou atô nito.
— Você está grávida? — Isaac questionou e anunciou para o
mundo.
Comecei a rir.
Aquela era a melhor forma de anunciar a gravidez.
— Grávida? — Natalie perguntou e deu um pulo da cadeira.
— Ela está grávida! Eu vou ser tio! — Isaac pegou uma garrafa
de champanhe da mesa de bebidas e começou a chacoalhar em cima dos
pais. — Eu vou ser tio!
Molhado de suor, ele voltou para nó s, que recebíamos os abraços
e parabenizaçõ es dos nossos amigos. Ele me abraçou e abraçou Rebecca.
— Ele vai ser meu amigã o — declarou.
Rebecca limpou os olhos e abraçamos ele ao mesmo tempo.
Natalie se derretia em lá grimas quando nos abraçou. E todos que
choravam, a minha esposa (a mã e do meu filho ou filha!) chorava junto.
Ryan e Natasha nos abraçaram, os gêmeos e Luke nã o entendiam
nada e ainda assim ficaram agarrados em nosso pescoço por um tempo.
Isaac e Ryan se abraçaram e ficaram pulando enquanto gritavam
“Seremos tios!”.
— Meus parabéns, irmã o — Elliot disse e me abraçou. Entã o
abraçou Rebecca e disse: — Obrigado por nã o ter desistido dele.
— Eu disse que nã o desistiria — ela afirmou e sorriu.
Os meninos do time abraçaram Rebecca com todo o cuidado do
mundo, Peter chorou com ela, assim como Nicholas. Entã o todos,
inclusive Nicholas, Alec, Ned, Isaac e Jeff começaram a pular em cima de
mim, gritando em uníssono que eu seria pai. Quando menos esperei, eles
estavam me carregando na direçã o da piscina.
— Nã o, porra. Caralho. Vã o se foder! — gritei e eles começaram a
me balançar no ar.
O choque de ser jogado na piscina me dominou e eu subi para a
superfície. Minha esposa gargalhava escandalosa e deliciosamente. Fiz
uma careta para ela, que me mandou um beijo. Os meninos se jogaram
dentro da piscina, Peter e Josh tiraram suas camisas e as giraram no ar,
molhando todos ao redor.
— Aê , caralho! — Peter gritou.
— O capitã o vai ser pai, porra! — Josh exclamou.
— Warriors! — Os meninos olharam para Peter, que estava com
as pernas em cima dos ombros de Josh para deixá -lo mais alto. — Vamos
fazer uma promessa.
— Vamos! — Adam, Brian, Cole, Elliot, Eric e Phillipe gritaram.
— Cameron e Rebecca serã o os padrinhos dos nossos primeiros
filhos — sugeriu.
— Ai, meu Deus — Rebecca disse.
— Nã o quero — provoquei.
— Foda-se — Elliot gritou e olhou minha irmã , que acenou em
concordâ ncia. — Eu estou dentro!
Josh olhou Calleb e Peter olhou Lana, que gargalharam.
— Super concordo — Calleb disse.
— E eu também. — Lana respondeu.
— Nicholas? — Peter o olhou. Ele e Felicity se entreolharam.
— Estamos dentro — concordou.
— Santo Deus — murmurei, saindo da piscina.
— Estã o de acordo, capitã es? — Josh perguntou, com tom
persuasivo.
— Filho da puta — resmunguei.
— Cam… — Rebecca repreendeu.
— O quê? Esse jogo é baixo, ele sabe que eu nã o negaria —
protestei.
— Estamos de acordo — Rebecca atestou, sorrindo.
Eles começaram a jogar á gua em cima de nó s, porque era um dia
muito quente, e eu abracei Rebecca para que caísse mais em mim. Mas
ela parecia se divertir com toda aquela bagunça e os meninos jogavam
sem muita violência.
— Serã o muitas crianças — comentei.
— Como se você nã o gostasse dessa ideia — implicou.
— Você nunca vai deixar de implicar comigo?
— Nunca — afirmou.
Capítulo 27 - Rebecca Styles

Fazia três dias que minha gravidez estava confirmada, e Cameron estava
ainda mais cuidadoso do que antes, e eu nã o fazia ideia de que isso era
possível.
E estava sendo terrível para mim. Porque amava quando ele
cuidava de mim, e quando me acariciava, minhas pernas
automaticamente queriam se abrir.
Eu o queria demais, mas ele me afastou no sá bado, domingo e na
manhã de hoje, segunda-feira, repetindo que só depois que eu
conversasse com a obstetra eu poderia me apossar de seu corpo nu.
Assim que a minha médica me instruiu e confirmou que relaçõ es
sexuais eram permitidas, e que melhorariam minha gestaçã o e até
mesmo o parto, meu dia todo se iluminou. Ela também explicou que
seria normal a diminuiçã o ou aumento de libido e, como Natalie me
acompanhou, me contive em dizer que com certeza tinha aumentado.
Todos os nossos familiares e parentes sabiam da minha gravidez
e era ó timo saber que nosso primeiro e os pró ximos filhos seriam muito
bem recebidos.
Natalie me deixou em casa e seguiu para o seu ateliê. Cameron
estava em reuniã o no escritó rio da Supremacia, pois fecharia negó cio
com um cliente importante. Tive que convencê-lo de que nã o podia
cancelar para me acompanhar, já que se tratava da maior e mais
conhecida joalheria dos Estados Unidos, que tinha uma filial aqui em
Palo Alto.
Passei o resto da minha tarde com Maya e Marjorie, que se
tornaram minhas amigas e confidentes, em uma maratona da série
Gossip Girl, que Marjorie nunca havia assistido. E descobri que Marjorie
e Brian, desde a primeira vez em que ficaram na primeira festa do time
em Stanford, estavam juntos; e alguma coisa estava acontecendo entre
Maya e Finn. Demonstrei meu total apoio à s duas.
— Meninas, eu amei passar a tarde, mas preciso de um tempinho
sozinha.
— Senho… — Olhei Marjorie com advertência. — Rebecca,
Cameron nã o quer que a deixemos sozinha nem por um minuto.
Maya balançou a cabeça em concordâ ncia e eu abri um sorriso
maroto.
— Eu nã o me acompanharia se fosse vocês, vou ligar para ele e,
bom, nã o acho que vã o querer ouvir o que tenho a dizer.
Elas automaticamente fizeram uma careta e eu gargalhei.
— Com licença, senhoritas.
Subi as escadas e entrei no quarto. Depois de tomar um banho
relaxante e colocar um pijama, porque passavam das oito e meia da
noite, e eu já iria me deitar, me sentei no sofá e liguei para Cameron.
Nas segundas, ele tinha o combinado de sempre jogar basquete,
hó quei ou futebol com os meninos, e nunca foi um problema para mim,
mas hoje, especialmente hoje, eu queria provocá -lo.
— Oi, minha rainha.
— Onde você está , senhor Styles?
— Na casa dos meninos, jogando basquete. Vamos jogar a ú ltima
partida e volto para você — prometeu.
— A obstetra disse que nossas atividades estã o liberadas e pode
até ajudar na gestaçã o e no parto…
— Cameron, começaremos em cinco minutos — ouvi a voz de
Peter na chamada.
Mas todas as vozes começaram a ficar distantes e a ú ltima coisa
que entendi, pela voz de Josh, foi:
— Deve ser Rebecca no telefone.
Acabei rindo.
— Continue — Cameron pediu.
— Ah… — Soltei um suspiro. — Eu quero tanto você… —
resmunguei. — Mas tudo bem, irei me virar sozinha.
— De jeito nenhum, Rebecca — esbravejou. — Chego em alguns
minutos.
O som ficou abafado, assim como as vozes dos meninos, entã o
deduzi que ele havia colocado o celular no bolso do short sem finalizar a
chamada.
— Estou indo embora, Nicholas pode jogar no meu lugar — eu o
ouvi dizer apressadamente.
— Embora? Mas…
— Vai todo mundo se foder, eu nã o vou jogar.
Gargalhei o ouvindo, e as risadas dos meninos preencheram toda
a ligaçã o.
— Com certeza era a capitã — Peter alegou, reafirmando as
palavras de Josh.
Finalizei a chamada com um sorriso enorme no rosto, me
sentindo incrível por ter causado aquilo nele. Estava vingada a vez em
que eu estava em uma chamada de vídeo com Astrid e ele enfiou o rosto
entre minhas coxas.
Hoje eu ria daquela situaçã o, mas no dia quase morri do coraçã o
tentando manter a compostura para desligar a chamada. E, claro, ela nã o
viu Cameron porque via apenas o meu rosto.
Perfumei e hidratei meu corpo para passar o tempo. E o que
deveria ter sido uma chegada em dez minutos, se transformou em três.
Cameron passou por mim feito um foguete, voltou e me encarou
seriamente; seu corpo estava suado, e suas bochechas, coradas. Ele
seguiu para o banheiro e eu abaixei a luz do quarto.
Tirei o pijama, me deitei na cama e cobri meu corpo com o
edredom creme.
Apertei meus seios, sentindo-os intumescidos de excitaçã o. Desci
as mã os por meu abdô men até entre minhas coxas e me toquei, molhei
os lá bios e suspirei. Estava perdida de desejo por ele.
Cameron saiu do banheiro e eu me toquei novamente, olhei para
ele e arfei um gemido. Seus cabelos estavam molhados, as bochechas
avermelhadas e seu pau endurecido na minha direçã o. Seu corpo cobriu
o meu por baixo do edredom, fazendo sua excitaçã o encontrar a minha.
Quente e duro.
Seus lá bios tocaram os meus e sua língua invadiu minha boca
com voracidade. Ele esfregou o pau em minha entrada e clitó ris e gemeu
contra os meus lá bios.
— Cam… — murmurei e ele mexeu a cintura.
Sua mã o enorme desceu por meu abdô men até embaixo do
umbigo e eu senti seu dedo do meio massagear meu clitó ris inchado. Ele
sorriu quando me penetrou.
— Você está tã o molhada — sussurrou, passando os lá bios em
meu pescoço. — Tã o quente… — Beijou minha clavícula. — Gostosa… —
Ele molhou o bico do meu seio direito com a língua. — Deliciosa… —
Molhou o outro bico e eu me remexi em seu dedo que estava parado
dentro de mim. — E minha… — Massageou meu clitó ris com o polegar
enquanto me penetrava.
— Ahn, Cameron… — gemi, envolvendo fios de seus cabelos em
meus dedos.
Desci a mã o até seu pau e o acariciei por toda a sua extensã o.
Massageei sua glande molhada e inchada.
Ele pegou minha mã o e entrelaçou os dedos nos meus,
pressionando meu braço contra o travesseiro. Entã o, ele se posicionou
entre as minhas pernas e esfregou a glande em minha entrada.
Levantei a cabeça e o abracei pelos ombros.
— Cameron, inferno! — xinguei e ele sorriu.
— Você está muito malcriada ultimamente, Rebecca.
— Você tem me deixado assim — retruquei, afundando as unhas
em seu ombro.
— Terei que te dar uma liçã o — provocou enquanto me
penetrava um pouco.
— Entã o faça isso direit… — Ele se afundou em mim antes que eu
terminasse.
Estiquei meu corpo para a frente e gemi, fechando os olhos.
Sua mã o apertou minha bunda e me pressionou para cima, o que
me fez senti-lo com ainda mais nitidez.
— Estava com saudade, nã o é? — perguntou em um tom safado,
com um sorriso convencido.
— Maldito!
Ele sorriu e mordeu o lá bio.
Ele sabe que é gostoso, pensei.
Mexi meus quadris e inverti nossas posiçõ es, ficando por cima.
Comecei com o movimento de vai e vem, para entã o rebolar do jeito que
eu gostava e sabia que o deixava louco. Apoiei as mã os em seus ombros,
quicando em cima dele. Ele jogou a cabeça para trá s, os cabelos
desalinhados, os olhos azuis pegando fogo, o corpo avermelhado, e ele
gemia enquanto agarrava minha bunda com as duas mã os, distribuindo
tapas e a apertando.
— Caralho — gemeu, puxando-me para beijá -lo.
Eu me inclinei para a frente, envolvendo seus lá bios aos meus, e
me esfreguei em seu corpo. Cameron voltou a ficar em cima de mim e
rebolou, o que me fez gemer alto. Aquilo era incrível, ele me preenchia
por completo e se remexia de forma enlouquecedora, e tã o colado a mim
que se esfregava em meu clítoris.
— Amor… — gemi, ofegante.
Era uma sú plica para que ele nã o parasse, e ele manteve o ritmo,
indo mais fundo e mais forte. Arranhei sua nuca e me abri mais para ele.
Suas mã os agarraram minha bunda e ele me levantou um pouco. Eu o
senti crescer e latejar dentro de mim, e cheguei ao orgasmo.
Ele me imobilizou com as mã os grandes em minhas coxas pela
parte de trá s e começou a estocar dentro de mim, com os lá bios
pró ximos aos meus e me olhando. Era maravilhoso vê-lo gozar com os
olhos voltados para mim, com devoçã o, amor, obsessã o e até uma certa
possessividade.
Eu o abracei pelos ombros e o beijei enquanto ele diminuía o
ritmo, com a respiraçã o ofegante e o corpo tremendo.
Abaixei meu quadril, encontrando o conforto da cama depois que
minhas pernas cederam. Meu abdô men se contraiu pela dificuldade de
respirar e afastei meus lá bios.
— Minha deusa — enalteceu e beijou minha clavícula, até meus
seios.
Enrosquei os dedos em seus cabelos.
— Você é perfeito, Cameron William Styles.
Capítulo 28 - Cameron Styles
Novembro, quarta-feira, 10:18.
Eu tinha total conhecimento de que estava insuportavelmente cuidadoso
com Rebecca, mas seguia a tese de que, se ela nã o reclamava, entã o nã o
era de fato um problema.
Os meninos do time estavam cuidando de Rebecca o má ximo que
podiam. Peter e Josh iam em casa todos os dias depois da faculdade
conversar com Rebecca e o bebê, isso quando nã o o faziam na faculdade.
Os outros sempre que nos viam cumprimentavam o bebê, perguntavam
como ele e Rebecca estavam.
Acreditava que minha mã e ficaria vinte e quatro horas em cima
de nó s, mas quem ficou desse jeito na verdade foi meu pai. Todos os dias,
durante dois meses, ele nos ligou, e se eu nã o atendesse ou por algum
motivo nã o conseguisse falar, ele ligava para Natalie ou diretamente para
Rebecca. E minha sogra estava do mesmo jeito. Todos os dias Rebecca
falava com a mã e, o pai e Isaac.
E a segurança deles foi triplicada.
Eram intocáveis, e eu os manteria assim pelo resto da minha vida.
Hoje era o dia do ultrassom para sabermos se era menino ou
menina, e Maya e Marjorie pediram para fazer uma surpresa para nó s
dois descobrirmos juntos. Entã o, a clínica iria enviar o resultado para
Maya e elas fariam alguma coisa para nó s.
Era uma tortura, mas seria algo nosso e Rebecca adorou a ideia.
Na primeira vez em que ouvi o coraçã ozinho do bebê, chorei
tanto que atrasei a consulta seguinte da doutora, e toda vez que ouvia,
com um aparelho que compramos para ouvirmos em casa, meus olhos
se enchiam d’á gua. Aquela sensaçã o era maravilhosa.
— Vamos? — Rebecca chamou calmamente enquanto se
aproximava.
— Você nã o vai deixar me deixar entrar?
— Amor, tenho certeza de que você vai pressionar a doutora e ela
vai acabar cedendo por receio de ter problemas com a nossa família. —
Ela sorriu, acariciando meu rosto.
— Ah… — resmunguei, desanimado. — Tudo bem. — Eu dei de
ombros.
Ela beijou meus lá bios e passou os dedos na barriga de três
meses, começando a cantar a mú sica que tocava no carro.
— Podemos ir para Santa Cruz amanhã ? — perguntou, e sua mã o
deslizou em minha nuca enquanto eu dirigia.
— Santa Cruz?
— Quero muito ir para a praia. Uma vontade que nunca senti, e
como meu aniversá rio é na sexta-feira, pensei que pudéssemos passar
na praia ou em alguma ilha, só nó s dois — explicou, passando os dedos
em meus cabelos, e sorri a ouvindo.
— Gostei muito dessa ideia — insinuei, abrindo um sorriso
malicioso. — Como nã o poderei entrar na sala do consultó rio hoje, vou
resolver a questã o da nossa ida para Santa Cruz — afirmei, estacionando
o carro. — Nã o podemos ir hoje?
Ela gargalhou. A risada dela era incrivelmente contagiante, isso
quando nã o era sem som e batendo palmas.
— Por que está com tanta pressa?
— Vontade de tomar um chá, sabe? — comentei enquanto me
espreguiçava, e aproveitei para passar os dedos em seus cabelos.
Depois que Nicholas explicara qual era o sentido brasileiro de
tomar um chá para mim, Elliot, Peter e Josh quando nos reencontramos,
eu nunca mais parei de falar para minha esposa depois de casados.
— Como se precisasse ir a algum lugar para isso — disse,
descontraída e sorrindo.
— Faz bem para gravidez, você mesma disse — justifiquei, e ela
me encarou como se aquilo nã o fosse justificativa. — Por que nã o
podemos ir hoje?
— Porque você tem jogo amanhã , e eu tenho a competiçã o do
Alpha. Demos sorte que nã o teremos aula na sexta-feira.
Eu a olhei, rindo, e dei de ombros.
— Posso deixar Elliot no meu lugar, o time tem ido muito bem —
sugeri.
— Você nã o tem jeito, Styles — rebateu em tom divertido
enquanto eu saía do carro.
Abri a porta para ela e, antes de subirmos para o consultó rio,
selei nossos lá bios.
Enquanto esperava Rebecca sair da sala, organizei as coisas para
a nossa ida a Santa Cruz. Quando ela saiu, seus olhos eram esperançosos
e cheios de expectativa.
— Como eu disse, mã ezinha, o bebê está muito bem, posso dizer
que a gestaçã o em si tem sido muito saudável, é ó timo ver que ela está
se cuidando e sendo muito bem cuidada.
Sorri, concordando, e beijei o topo da cabeça de Rebecca quando
ela estava pró xima o suficiente para que eu o fizesse. Nó s nos
despedimos e seguimos para a nossa casa.
Assim que entramos, Maya e Marjorie nos aguardavam com
ansiedade e animaçã o nos olhos. Ambas agitadas.
— Está tudo pronto na sacada — Maya disse, sem dar uma
indicaçã o sequer passar.
— Por que nã o em um dos quartos das crianças? — perguntei.
— Porque a direita é dos meninos e a esquerda é das meninas,
nã o vamos dar dicas, senhor Styles — Marjorie respondeu.
Bufei, e as três mulheres a minha frente riram.
Subimos para o nosso quarto e caminhamos para a sacada. A
mesa estava repleta com o nosso café da tarde, mas, em cima dela, à
frente de nossas cadeiras, estava um prato branco e grande com dois
cupcakes com chantili branco. Nele, estava escrito com calda de
chocolate:
“Coma e descobrirá.”
Rimos e nos sentamos nas cadeiras. Rebecca colocou o celular em
cima da mesa para gravar e nosso bebê ver futuramente, pegou seu
cupcake e me olhou.
— Pegue o seu, vamos fechar os olhos, comer e entã o abrimos
para vermos juntos, combinado? — sugeriu.
— Combinado.
Peguei o meu, fechamos os olhos, contamos até três e, ao
abrirmos os olhos, vimos o recheio azul.
Um garoto.
Eu seria pai de um garotinho!
Com a boca cheia de cupcake, comecei a chorar.
Em vez de Rebecca me abraçar, ela gargalhou e aproximou a
câ mera do meu rosto.
Chorando.
Com a boca suja e cheia de bolo.
Ela devolveu o celular para onde estava e, chorando, me abraçou.
— Eu sabia, eu sabia! — eu disse, chorando, sorrindo e a
abraçando. — Eu vou ser pai de um garotinho! — chorei, beijando seus
lá bios e os deixando sujo de chantili.
Entã o, limpei a boca, fiquei de pé e fui dominado por uma euforia.
Eu a puxei para que se levantasse também e, com cuidado, a levantei no
ar.
— Você estava certo, amor, é um menino — ela disse com o nariz
avermelhado.
Eu nã o conseguia falar e nem parar de sorrir. Entã o, fiquei de
joelhos e beijei sua barriga.
— Meu garotinho, você é tã o forte, saudável e já está cuidando da
sua mã e — afirmei, com a voz embargada pelo choro.
Eu me levantei apressadamente e abracei Rebecca, erguendo-a
outra vez.
— Eu vou ser pai de um menino! — anunciei, girando-a em meus
braços. — Eu vou ser pai de um menino! — repeti.
Comecei a distribuir beijinhos pelo rosto de Rebecca enquanto
ela os recebia sorrindo.
— Obrigado por nã o ter desistido e por me deixar viver essa vida
com você. — Beijei a palma de sua mã o e ela sorriu com os olhos
marejados.
— Meu amor, nó s dois somos responsáveis e merecedores dessa
vida, você nã o desistiu quando eu nã o queria tentar o namoro falso —
ela disse, sorrindo, e se inclinou para me beijar.
Depois de comermos e tomarmos um banho juntos, Rebecca
começou a falar com Astrid por chamada de vídeo. Tínhamos combinado
que contaríamos a ela e Andrew sobre o resultado do ultrassom, pois
eles nunca contavam nada a ninguém.
A ligaçã o acabou sendo um misto de emoçõ es, e Andrew nã o
parava de chorar. Meu primeiro instinto foi zombar da cara dele, mas
minha esposa mostrou o vídeo e isso acabou com a minha moral. Foi
impossível nã o rir e se emocionar novamente durante nossa conversa.

Quinta-feira, 19:10
Quando o jogo acabou e nossa vitó ria foi declarada, os meninos e
eu paramos para tirar a foto, com Natalie de fotó grafa. Rebecca desceu
as arquibancadas da á rea vip com Georgia e Antonella e tirou da bolsa o
par de sapatinhos azul que havíamos comprado mais cedo, depois do
meu treino.
Ela estava parada ao lado de minha irmã , que foi a primeira a
olhá -la.
— Isso quer dizer que…
Antes que Natalie terminasse de falar, Peter anunciou:
— Eu disse que era um menino, eu disse, caralho!
— Nã o pulem na capitã ! — Josh gritou, e os meninos
desaceleraram.
Ela, depois que se soltou de Natalie, recebeu um abraço coletivo e
cuidadoso dos meninos do time, para em seguida abraçar Nicholas, Alec,
Jasper e Ned separadamente.
O time me olhou como se estivessem prestes a me atacar.
— Nã o — murmurei, mas era tarde.
Eles avançaram em mim e começaram a pular
descontroladamente, gritando para toda a Stanford ouvir que eu seria
pai de um menino.
— Parabéns, cara, peça perdã o a Deus por tudo o que fez seus
pais passarem — Elliot disse, bagunçando meu cabelo.
— Ai, meu Deus — fingi me lamentar.
Eu me aproximei de minha esposa, que falava com os primos, a
madrinha, Benjamin, Anthony, Georgia, minha irmã , Calleb, Lana e Neji.
Todos animados enquanto conversavam com ela.
Beijei o topo de sua cabeça e a avisei que tomaria um banho para
podermos viajar.
— A festa da vitó ria vai ser na casa de quem? — Eric questionou.
— Noite na casa do capitã o? — Adam sugeriu, e eu acabei rindo
enquanto me levantava depois de já ter colocado o tênis.
— Amanhã é o aniversá rio da minha esposa e vamos viajar. Dessa
vez nã o estarei presente na festa, e devo acrescentar que nã o sinto
muito, pois sou casado — afirmei, abrindo um sorriso. — Obrigado, meu
Deus!
— Casado, casado, casado, só sabe falar isso — Peter debochou, e
em resposta mostrei o dedo do meio a ele.
— Nicholas? — um dos meninos disse.
— E deixar um bando de macho fazendo bagunça na minha casa
quando posso ficar em paz com a minha esposa? De jeito nenhum —
Nicholas atestou e os meninos bufaram.
Olharam para Elliot com expectativa.
— Já pensaram em fazer na casa de vocês? Stanford toda vai para
lá — Elliot disse, confirmando que sua resposta seria nã o.
Decidi sair do vestiá rio e caminhei até o estacionamento, onde
Rebecca estava com Jasper e Luce conversando animadamente. Ela
estava sentada no banco do passageiro do nosso carro e eles estavam
encostados no deles.
— Só para avisar — comecei a dizer ao me aproximar —, os
meninos estã o procurando uma casa para a festa de comemoraçã o do
jogo de hoje — avisei, e Jasper suspirou.
— Acho que vou para casa da minha mã e com Jace, ele está um
pouco cansado das festas que Alec, Ned e Jasper ficam fazendo, sabe? —
Luce disse, como se Jasper nã o estivesse presente. — Na verdade,
ninguém aguenta esses três mosqueteiros chatos pra caralho.
— Ei — Jasper protestou.
— Vai se foder! Eu, Calleb, Lana, Jace e Neji estamos quase indo
embora — Luce alertou.
— Vocês estã o em maioria — Rebecca interveio —, expulse eles
— sugeriu, e os dois a olharam, Jasper incrédulo e Luce adorando. —
Acha que meu esposo está na linha como?
Agora, tanto Luce quanto Rebecca simplesmente ignoraram que
eu e Jasper estávamos presentes.
— Dê um basta, vocês conseguem, homens nã o tem limites —
Rebecca explicou, e de longe pude notar a provocaçã o entonando em sua
fala.
— Podemos ir embora? Acho que Luce já sabe o que precisa fazer
— comentei, forçando um cansaço na voz, e ela sorriu, concordando.
Nó s nos despedimos e eu entrei no carro depois de fechar a porta
do lado de Rebecca.
Apertei sua coxa e mordisquei o ló bulo de sua orelha enquanto
ela prendia o cinto de segurança.
— Você adora me provocar.
Ela passou a mã o em meu pescoço, descendo até meu abdô men e,
com os lá bios pró ximos aos meus, sussurrou:
— É meu hobby favorito, senhor Styles. — E ameaçou me beijar.
Capítulo 29 - Cameron Styles
Santa Cruz, Estados Unidos
Ilha Particular dos Styles
Novembro, sexta-feira, 10:10
Preparei um café da manhã especial para a minha esposa depois do
banho que sempre tomava para despertar. E pelos barulhos vindos do
quarto, soube que Rebecca tinha se levantado para tomar o dela, mas
como estava fazendo quase sempre, ela se deitou na cama apenas de
roupã o para tirar um cochilo.
Entrei no quarto com o carrinho que levava a bandeja e me
aproximei de minha esposa, beijei seu rosto e, em seguida, seu pescoço.
Ela se mexeu e abriu os olhos lentamente.
— Bom dia, minha deusa — disse, passando os dedos em seu
rosto. — Feliz aniversá rio!
Ela abriu um sorriso, murmurando um “bom dia” preguiçoso e se
sentou na cama.
— Trouxe seu café da manhã — avisei, pegando a bandeja de
madeira, e a coloquei ao seu lado.
— Amor, nã o precisava — assegurou, sorrindo, e seus olhos
marejaram.
— Estou cuidando da mulher da minha vida e do nosso pequeno
— expliquei, sentando-me do outro lado da cama, pró ximo da bandeja.
— Vamos comer e depois te darei seu presente.
— Estive pensando em algumas coisas do futuro bem pró ximo,
depois que eu ganhar o bebê — começou, depois de tomar um pouco de
suco e comer o misto quente. — Pelas minhas contas, ele nascerá em
maio do ano que vem e eu… bom…
Eu a olhei como incentivo para que falasse.
— Vou parar a faculdade durante o segundo semestre do ano que
vem para ficar com ele — declarou, parecendo estar decidida e apenas
me avisando.
— Amor…
— Eu sei, você vai falar que nã o acha justo eu parar a faculdade
para ficar com o bebê enquanto você continua — interrompeu, me
calando, pois, era aquilo que eu estava prestes a dizer. — Mas, parando
durante seis meses, vou me formar com você, Natalie, e o time, que tem
o mesmo tempo de faculdade que a gente. Por esse motivo, você nã o
pode parar junto comigo.
— Discordo, quero passar meu tempo com o meu filho também.
— Sim e você vai. — Ela tocou minha mã o. — Mas nã o precisa
parar a faculdade por isso.
— E nem você.
Ela suspirou.
— Eu vou estar me recuperando do parto, e durante as férias
você vai estar comigo e com ele, mas estarei amamentando e me
adaptando. Você vai ser completamente presente, mas…
— Da mesma forma que você é mã e, eu sou o pai — retruquei.
— Sim, está completamente certo, o que quero dizer é que estou
escolhendo terminar a faculdade com vocês. Quero passar os primeiros
meses junto dele e ainda assim me formar com vocês — ela suspirou. —
O bebê nã o me atrapalhará em nada, estarei em férias na quarentena,
vou poder ficar com ele de tarde até a noite, porque sei que você vai
insistir que eu estude de manhã e você de noite. — Eu sorri a ouvindo.
— E enquanto eu estudo, você cuida dele. Ou estou errada?
— Completamente certa — confirmei, e ela sorriu.
— Quero me formar com vocês e ficar com meu filho o dia todo
nos primeiros meses dele, depois volto para a minha rotina. Nã o se trata
de uma obrigaçã o, e sim de uma escolha que fiz e espero muito que você
me apoie.
Passei os dedos em seu rosto enquanto ela voltava a comer uvas
verdes.
— Colocando dessa forma, nã o tem como nã o te apoiar. Mas, meu
amor, se você acha que tem que parar a faculdade para cuidar do nosso
filho, eu vou fazer o mesmo porque é nosso. Você nã o vai cuidar dele
sozinha, ele tem pai. — Ela riu me ouvindo. — E sei, porque a minha mã e
ficou grudada em mim na gravidez de Luke, que a maternidade pode ser
solitá ria, e eu nã o quero que você se sinta sozinha, entã o te deixar
enquanto eu estudo me parece muito errado.
Ela abriu a boca pronta para me interromper, porém, nã o deixei:
— Entendo a sua escolha e apoio, mas durante as férias vamos
ver se você prefere que eu esteja em casa de manhã ou de noite durante
os seis meses em que nã o estiver estudando, combinado?
Ouvi seu suspiro de alívio, e seu rosto foi tomado por um sorriso.
— Combinado. Parece que estamos de acordo agora — ela
observou enquanto eu colocava a bandeja quase vazia de volta ao
carrinho.
— Dias de gló ria em nosso casamento — provoquei.
— Diz isso como se brigá ssemos ou discordá ssemos de algo todo
dia — rebateu.
Empurrei o carrinho para perto da porta e parei em sua frente
com as mã os na cintura.
— Sempre que você discorda começa com “Sim, amor” — imitei
sua voz — e termina com “E é por isso que eu nã o concordo”… —
finalizei, ainda imitando sua voz. — E isso acontece com grande
frequência quando se trata das brigas com o time em que eu sempre
estou do lado deles.
— Fiz isso algumas vezes para nã o incentivar o caos — justificou-
se.
— Três vezes em três brigas — relembrei, e ela me puxou pelo
braço, me fazendo parar em cima dela.
— Se quisesse alguém que nã o discordasse de nada que fala,
deveria ter ficado com outra pessoa que nã o fosse sua inimiga de
infâ ncia — declarou, com os lá bios pró ximos dos meus.
— Inimiga de infâ ncia? — ironizei, afundando os dedos em seus
cabelos e me arrumei em cima de seu corpo.
— Você é insuportável e egocêntrico, só estou aqui pelo seu
rostinho bonito — insistiu, passando os dedos em minhas costas.
— Rostinho bonito ou… — Desci a mã o em seu corpo, por baixo
de seu roupã o, e deslizei os dedos em sua boceta, tocando-a de leve. — O
jeito que eu te toco? — questionei, esfregando seu clítoris.
— O rostinho bonito — desafiou.
— Talvez seja o jeito que eu te beijo — sugeri, fitando-a, e me
inclinei para tocar seus lá bios.
Ela fechou os olhos, deixando claro que queria ser beijada, mas
em resposta, eu me abaixei para beijá -la onde eu realmente estava com
vontade.
Soltei a corda que amarrava seu roupã o e passei a língua em seu
clítoris inchado, ouvindo minha melodia favorita: os gemidos da minha
mulher.
Comecei a movimentar a língua lentamente, como se estivesse a
beijando, e apertei suas coxas, pressionando-a mais contra a minha
boca. Seu corpo se arrepiou e ela se remexeu, agarrando meus cabelos
com uma mã o e apertando o lençol com a outra.
Eu a penetrei com dois dedos, fazendo pressã o. Ela balançou a
cabeça para a direita e esquerda, os olhos fechados, a lombar inclinada
para a frente com os seios estufados e o quadril se mexendo em um
ritmo que me fazia chupá -la da forma que ela gostava.
Caralho, ela era incrível e, porra, estava encharcada.
— Cam… por favor… — suplicou, e eu sabia o que ela queria.
Porque sempre que estava com muito tesã o, pedia por mim. Mas
eu ainda queria que implorasse.
Afastei meus lá bios e a girei na cama, começando a esfregar meu
pau em sua bunda enquanto a penetrava novamente com os dedos.
— Ah, Cameron! Merda! — gemeu.
Mexi minha cintura, fazendo-a se mover embaixo de mim e se
esfregar no colchã o. Ela agarrou o travesseiro enquanto eu acelerava
meus dedos.
— Cameron, eu preciso de você, dentro de mim, ahn… por favor
— implorou.
Saí de cima dela e ela, à s pressas, me empurrou contra a cama e
se sentou em cima de mim, encaixando-me perfeitamente dentro dela.
— Porra… — gemi, porque ela deslizou em mim, quente e
deliciosa.
Seus olhos cheios de tesã o me encaravam, as bochechas coradas,
os seios cheios com os bicos duros e o corpo em chamas enquanto
rebolava em cima do meu pau. Rebecca me encarava com possessividade
e desejo, como se eu fosse o homem mais foda do mundo. Eu me sentia
queimar com o seu olhar.
Ela era poderosa.
Dominante.
A imperatriz da minha vida e de tudo de mim.
Ela se mexia prazerosamente, como se quisesse me governar, me
consumir.
Ela estava em todos os meus sentidos. Eu sentia o pulso em meu
pescoço, o suor descendo em minhas costas e minha testa, meu pau
crescendo e pulsando ainda mais.
— Caralho, Rebecca… você… Aí, porra — gemi, fechando meu
braço ao redor de sua cintura.
Arrastei os dentes em seu pescoço e a joguei na cama, virando-a
de lado, e a penetrei. Estávamos quase no limite.
Eu a envolvi com o braço ao redor de seu pescoço e desci a outra
mã o para o seu clítoris duro de tesã o. Eu a estimulei enquanto ia para
frente e trá s, deslizando dentro dela. Suas unhas se afundaram em meu
braço e ela jogou a cabeça para trá s, apoiando-se em meu ombro
enquanto mexia o quadril, batendo a bunda contra a minha pélvis.
— Cameron… — gemeu, explodindo.
— Você é gostosa pra caralho — disse, ofegante. Eu a abri mais
com a minha perna, penetrando-a em um movimento gostoso e
profundo.
Ela estremeceu e gemeu outra vez. Apertei sua cintura, meu
cérebro congelou, meu corpo tremeu e atingi o orgasmo ao sair dela. O
líquido escorreu por sua bunda e costas.
— Puta merda — resfoleguei.
Era viciante estar dentro dela, meu corpo todo tremia sempre
que atingia o clímax. Eu achava que depois de tantas vezes fazendo amor
com Rebecca, minha sede de senti-la ficaria um pouco mais controlada,
mas nã o, era totalmente o contrá rio; quanto mais a tinha, mais a
desejava, como se ela fosse o meu ar e eu nã o pudesse viver sem.
Nossas respiraçõ es foram se normalizando aos poucos e ela
conseguiu se mexer.
— Por que você sempre faz isso? — reclamou, com um tom
divertido, e se levantou, indo na direçã o do banheiro.
— Nã o consegui evitar — eu me justifiquei, caminhando atrá s
dela.
Limpei suas costas e bunda debaixo do chuveiro, aproveitando
para dar tapas que a fizeram me xingar. Eu me deitei na cama enquanto
ela ficou no banheiro e a observei voltar e se deitar ao meu lado.
Ela era a mulher mais espetacular e perigosa desse mundo.
Rebecca era do tipo que podia fazer amor com calma, ser selvagem,
carinhosa, ousada. E se eu nã o estivesse num dia bom, podia ficar em
qualquer lugar sem falar ou fazer nada, apenas com ela e sua presença
reconfortante. Era, sem dú vidas, quem me mantinha vivo e motivado.
Antes, eu sabia que ela era a mulher da minha vida, mas agora era
diferente, é tudo para mim, é o que eu respiro, o que eu penso quando
vou dormir e ao acordar, a razã o da minha insanidade e sanidade. É o
que me faz ser emoçã o e, ao mesmo tempo, razã o.
E é minha esposa, melhor amiga, defensora, apoiadora, ao mesmo
tempo que brigava e me corrigia sempre que precisava, assim como eu
fazia com ela.
— No que você está pensando? — questionou, passando os dedos
em meu braço, que estava estendido enquanto eu acariciava seu rosto.
— Você é linda, perfeita, o meu mundo inteirinho, e eu sou
obcecado por você.
— Eu amo saber que você é todinho meu.
— Possessiva — impliquei.
— Do jeitinho que você gosta — rebateu.
Sorri a olhando e me aproximei para beijá -la. Em seguida, dei um
beijinho em seu nariz.
— Quero ver o mar.
— Deixe eu te mostrar seu presente antes — relembrei,
levantando-me da cama.
Eu trouxe o quadro tampado para o quarto e o coloquei em cima
de uma poltrona. Ela se levantou, vestindo o roupã o, e se aproximou.
— Espero que você goste.
Puxei o pano e Rebecca prendeu a respiraçã o, ficou instantes
encarando e seus olhos se encheram d’á gua.
— Cam… é lindo — elogiou, aproximando-se do quadro e
encostando apenas as pontas dos dedos.
Era a pintura de uma foto que foi tirada durante o nosso
casamento, em que dançávamos juntos sem tirarmos os olhos um do
outro.
— Quando vi o á lbum de fotos do nosso casamento, me veio uma
ideia de fazer a nossa arvore genealó gica. Primeiro eu e você no nosso
casamento e depois… — Eu me aproximei e passei as mã os em sua
barriga. — Nó s.
— É tã o lindo, meu amor, eu amei — ela disse, sorrindo.
— Sei que gosta de presentes comprados, mas, mais do que isso,
você gosta de presentes feitos à mã o. Nã o tenho prá tica com pintura,
mas tratei de fazer pelo menos o desenho com traços leves e…
Ela pulou em meu colo e começou a me dar vá rios beijinhos no
rosto.
— Esse quadro é lindo, você ter desenhado deixou ainda mais
bonito, lindo e perfeito. Eu te amo — alegou animadamente, prendendo
as pernas em minha cintura. — Eu amei.
— E eu fico muito feliz por isso — respondi, dando-lhe um beijo.
Depois de alguns instantes com ela observando o quadro,
trocamos nossas roupas e começamos a caminhar pela areia da praia
que era justamente de frente para a casa em que estávamos.
Estava em torno de 18ºC, e estávamos vestindo conjuntos de
moletom da Supremacia e tênis.
Rebecca se abaixou, tocou a areia e sorriu. Mesmo que nã o fizesse
calor, estar na praia parecia bastar para ela.
— Nã o sabia que você surfava — comentou, olhando o mar, e
entã o se virou para mim. — Vi as pranchas e uma tinha seu nome.
— Sim, eu gosto, meu tio Thomas amava e me ensinou.
Ela pensou um pouco e passou as mã os na barriga quando a brisa
leve tocou seu rosto. Envolvi meu braço ao redor de seus ombros.
— Você pensou em algum nome para o nosso filho?
— Cameron Junior.
— Nã o — disparou.
— Michael Jordan — sugeri.
— Nã o.
— LeBron Jam…
— Cameron, ele nã o vai ter o nome dos seus jogadores de
basquete favoritos!
Bufei e ela me mostrou a língua, me fazendo rir e apertar suas
bochechas.
— Em qual você pensou?
— Castiel.
— Minha vó vai se acabar de chorar — brinquei.
— Acho esse nome lindo e uma homenagem também, já que
todos falam bem de Castiel e, por algum motivo, até parece que eu o
conheci. — Ela franziu o cenho e acabou rindo. — Enfim, se você estiver
de acordo, pensei nesse nome.
— Castiel — repeti, pensando um pouco. — Castiel Styles.
Perfeito.
Capítulo 30 - Cameron Styles
Los Angeles, Califó rnia, EUA
Fim de novembro. Sá bado, 20:42
Baile de Má scaras na Mansã o Styles
Era a noite do nosso primeiro baile de má scaras da Supremacia, cujo
tema alinhamos para ser Night Sky, e todos os nossos convidados vieram
com as cores de um céu ao anoitecer.
Concordamos que, apó s nosso tempo na Noruega, nosso lar seria
em Los Angeles, onde a empresa Matriz está situada, onde poderemos
cuidar dos nossos filhos (a princípio do nosso filho), perto dos
familiares. E, devido a isso, o local oficial do baile seria em nossa mansã o
em Los Angeles.
A decoraçã o tinha tons de azul claro e escuro; considerando que
o salã o era branco gelo, as cores ficaram bem destacadas.
Rebecca usava um vestido azul-escuro com brilhos prateados,
simulando um céu estrelado; sua má scara era da mesma cor, cobrindo
seus olhos. Sua barriga de três meses quase nã o aparecia, mas seus seios
e sua bunda estavam um pouco maiores. Ela estava deslumbrante.
Eu a vi sozinha pela primeira vez desde que o baile de má scaras
começara à s sete. Pedi licença da mesa de dois parceiros que estava
conversando e segui na direçã o de Rebecca, deixando minha taça de
vinho em uma bandeja com outras vazias.
— Você está muito gostosa nesse vestido, nã o sei se vou aguentar
até o fim do baile — sussurrei em seu ouvido, e ela se arrepiou, dando
um passo para a frente pelo susto.
— De jeito nenhum, senhor Styles.
Abri um sorriso malicioso e beijei sua bochecha.
E como minha mulher previu, estava sendo um verdadeiro
sucesso. Todos os meus parceiros e possibilidades milioná rias de
parceria comparecerem. Acabou se tornando um verdadeiro baile digno
de filmes ou séries.
A chegada de Astrid e Andrew, a rainha e o príncipe-consorte da
Noruega, tinha sido majestosa de tal forma que todos ficaram
boquiabertos, exceto nossos amigos e famílias que tinham ido para o
nosso casamento.
E, em breve, anunciaríamos a primeira dança, apó s o jantar e
brinde, e finalizaríamos o baile, para que a verdadeira festa entre amigos
e família pudesse começar.

À s 22:45 fizemos a primeira dança.


À s 23:00, todos os convidados tinham ido embora do salã o
principal e nossos amigos e familiares aguardaram no salã o secundá rio.
À s 23:30, nossos amigos e familiares estavam bêbados, comendo
e se divertindo. As crianças tinham seu pró prio espaço onde queriam
ficar, com seguranças por toda a parte.
À s 00:05, convenci Rebecca a sumir da festa.
Eu a observei, com o topo de sua cabeça apoiada na parede em
que eu tinha acabado de pressioná -la e amado com tudo de mim. Suas
pernas bambearam, eu a peguei no colo e a deitei no sofá da biblioteca,
sorrindo vitoriosamente.
— Nã o me olhe assim, você nã o presta, Styles. E sujou meu short!
— reclamou, olhando o short no chã o, que eu tinha usado para nã o
gozar dentro e ela me xingar.
— Vou buscar outro, mulher — rebati, e beijei seu rosto.
Ela se sentou no sofá e olhou para o chã o por alguns segundos.
— Acho que passei um pouco do meu limite essa semana amor,
minhas costas e pernas estã o doendo muito — admitiu.
— Vou te levar para o quarto. Astrid e Andrew estã o bêbados e já
sabem qual é o quarto deles, nã o é a primeira festa que nossa família
finaliza aqui em casa porque saímos mais cedo.
Ela sorriu.
— Nã o será novidade para ninguém — concordou.
Tirei os saltos de seus pés, peguei o short que estava no chã o e a
peguei no colo.
— Consigo andar, bê.
— E eu consigo te levar, bê — retruquei, e ela fez uma careta.
Viramos o corredor da biblioteca e subi as escadas com ela em
meus braços.
— Amor, me solte, rá pido — pediu.
Sem entender, fiz o que pediu. Suas mã os agarraram meus braços
e ela me puxou para a lateral direita das escadas.
— O que…
Ela tapou minha boca com a mã o e apontou para o corredor.
Astrid e Andrew se beijavam como se o mundo fosse acabar. Fiz uma
careta e voltei meu olhar para a minha esposa, me recusando a ver
aquilo.
— Acho que eles estã o se sentindo em casa — sussurrei.
Rebecca se encolheu quando riu, sem olhar para eles e mantendo
o olhar em mim.
— Nã o podemos julgar — alegou, e passou a mã o na barriga.
Sorri e beijei sua bochecha.
A ú nica coisa que ouvimos foi a porta batendo com força e sendo
trancada. Eu me inclinei um pouco, vi o corredor vazio e seguimos para
o nosso quarto.
— Podemos ir para a praia semana que vem?
Depois do fim de semana de seu aniversá rio, Rebecca sempre
queria ir à praia, mesmo que fosse apenas para observar o mar e sentir a
brisa em seu rosto. O clima era frio e nã o passava de 22ºC, entã o nã o
entrávamos no mar.
— Nã o poderemos entrar, assim como nas ú ltimas vezes que
fomos — relembrei.
— Eu me sinto bem em estar pró xima do mar, acho que Castiel
vai gostar — brincou, e se aconchegou em meus braços.
Sorri e a abracei.
— Entã o iremos, já que os dois querem — brinquei de volta.
Afinal, nã o tinha como sabermos se ele gostaria do mar ou nã o.
Capítulo 31 - Cameron Styles
Palo Alto, Califó rnia, EUA
Ano seguinte
7 de maio
Dois dias após o aniversário de Cameron
Eu e Rebecca tínhamos combinado de viajar em nossos aniversá rios,
mas dessa vez foi diferente. Ela nã o podia viajar mais por estar perto de
ganhar o nosso filho; a obstetra dera dias para o nascimento dele.
Passar o aniversá rio em casa com a minha esposa e meu filho era
perfeito.
O time queria vir para fazer ao menos um bolo de aniversá rio,
mas minha intençã o era deixar minha esposa descansada e tranquila,
sem ninguém em cima.
E amava estar daquela forma: Rebecca com as pernas esticadas
em meu colo enquanto lia um livro e eu jogava. Tínhamos esse há bito, já
que em ambos os hobbies ficávamos em silêncio e concentrados; à s
vezes nã o tinha como nã o xingar ou esbravejar com o jogo, mas minha
esposa nunca se incomodava, porque lia ouvindo mú sica.
— Vou fazer café gelado, você quer? — questionou, tirando as
pernas de meu colo com cuidado e se sentando no sofá , deixando os
fones e o livro de lado.
— Vou pedir para Marjorie fazer, amor, ela aprendeu — disse,
ainda jogando.
— Nã o precisa — assegurou, rindo. — Estou grávida, mas posso
fazer o meu…
Ela parou de falar quando se levantou.
— Cam… — sussurrou.
Eu dei uma olhada rá pida nela e vi que á gua escorria entre suas
pernas.
— A bolsa estourou — avisou, mantendo a calma.
— A bolsa… A bolsa estourou! — anunciei para mim mesmo.
Larguei meu fone e o controle do videogame, corri para pegar a
bolsa com as roupas dela e as de Castiel que estava no sofá , pronta para
esse momento. Os seguranças perceberam a movimentaçã o e nã o sei em
que momento aconteceu dela aparecer, mas Marjorie me ajudou a levar
Rebecca até o carro enquanto Finn já nos aguardava.
— Amor, sem pâ nico. Lembra do que a obstetra disse? Nã o é só
porque a bolsa estourou que o bebê… Aaaaai! — Ela se remexeu, fazendo
uma careta de dor.
Jesus.
Santo Deus.
— Acho que ele nã o quer esperar — comentou, rindo
(provavelmente de desespero).
Cristo.
No trabalho de parto do meu irmã o Luke, acompanhei tudo e
sabia o que tinha que fazer, eu e Rebecca estudamos muitas coisas com
especialistas que nos visitaram. Mas agora…
Meu filho quer nascer, porra!
Rebecca apertou minha mã o quando, acredito, sentiu outra
contraçã o.
— Finn, pelo amor de Deus!
Assim que chegamos no hospital, Rebecca foi levada diretamente
para a sala de partos.
Consegui colocar as roupas devidas e entrei. O doutor Connor
estava na sala, pois, acompanhara toda a gestaçã o, junto à obstetra
particular. Ele explicou para nó s como aconteceria o parto, como
poderiam acontecer violências obstétricas quando a mã e estava em um
momento vulnerável, e Rebecca pediu que ele estivesse durante o parto.
— Eles acharam que precisaria de mais algumas horas, mas o
bebê já está para nascer — a enfermeira avisou enquanto despejava o
esterilizante por cima das luvas que eu estava usando.
Estava pronto para ver o parto, mas Rebecca tinha me dito que
estava com medo de nã o conseguir ter um normal, entã o tudo o que
consegui fazer foi me aproximar dela e segurar sua mã o.
Ela me apertava com tanta força que suas unhas, mesmo que
curtas por conta do bebê, para nã o o machucar, afundaram em minha
pele enquanto eu repetia que ela era forte e que conseguiria.
Entã o, a obstetra disse que faltava pouco.
Rebecca estava suando e com uma força surreal, que derrubaria
eu e todos os meninos do time. Sempre que a médica falava para forçar
mais um pouco, ela forçava.
Foram minutos, mas parecia muito mais.
Quando ouvimos o choro do nosso filho, ela parou de apertar
minha mã o, mas nã o a soltou.
Eles o colocaram nos braços dela e começamos a chorar juntos
enquanto olhávamos para nosso bebê, tã o pequeno e frá gil.
— Parabéns, meu amor, você conseguiu! Estou orgulhoso, você
conseguiu — disse, sorrindo depois de beijar sua testa.
Sustentei seu braço que segurava Castiel, pois ela estava fraca e
cansada.
— Eu te amo — sussurrei, vendo-a sorrir com a respiraçã o
ofegante.
Precisei sair da sala para que pudessem cuidar de Rebecca, e o
doutor Connor me tranquilizou com o olhar, para que eu saísse sem
preocupaçõ es.
Fiz o registro e segui para outra sala trocar o avental descartável,
a má scara e a touca enquanto limpavam o bebê. Um enfermeiro me
trouxe uma lata de á gua e depois de quase uma hora aguardando,
ansiosamente, para poder ver minha esposa e filho, uma enfermeira veio
me buscar para ir ao quarto.
Minha esposa estava deitada e exausta, o que era completamente
compreensível, e ao seu lado estava nosso filho, dentro de um berço
transparente com os lençó is e cobertores azuis que trouxemos. Rebecca
estava com a mã o dentro do berço, aparentemente pró xima dos pés de
Castiel enquanto cochilava.
— O doutor vai explicar sobre o parto em alguns minutos — a
enfermeira disse para mim, e me entregou um avental de pano. — Ela
está com o sono leve, daqui a duas horas já vai conseguir se levantar
sozinha. Se ela fizer isso, antes pode se sentar na cama com ajuda e,
depois de trinta minutos, pode descer, para nã o ter o perigo de cair. Use
a má scara, os dois estã o frá geis no momento — alertou.
Balancei a cabeça, concordando, e terminei de colocar o avental.
— Quando posso pegar meu filho?
— Agora. Ele está acordado, é bem curioso — disse, rindo,
enquanto eu colocava as luvas e má scara. — Vou te ajudar a pegá -lo, e na
pró xima vez você faz sozinho, combinado?
— Combinado.
Eu me aproximei deles e Rebecca abriu os olhos devagar.
— Amor — murmurou, inclinando-se para se sentar.
Parei ao lado de sua cama, na frente do berço.
— Ei, ei, ei, nada de esforço, meu amor, você precisa descansar —
afirmei, passando os dedos em seu rosto, e a auxiliei a deitar novamente.
— Certo — concordou.
Ela se arrumou na cama e a cobri com o lençol do hospital. A
enfermeira estava com Castiel no colo, me aguardando. Eu a olhei,
sentindo um sorriso se abrir em meus lá bios e, com má ximo de cuidado,
peguei meu filho, sentindo meus olhos arderem.
Ele era pequeno, mas era como se eu segurasse meu mundo. As
sobrancelhas quase nã o apareciam por ele ser muito loiro, e ele me
olhava atentamente com seus olhinhos verdes. Quando seus lá bios
formaram um sorrisinho enquanto me observava e ele abriu a boquinha
com seu sorriso, foi impossível nã o começar a chorar.
— Estarei por perto, pode me chamar caso precise de qualquer
coisa.
— Ok, obrigado — foi tudo o que disse, sem tirar a atençã o do
meu filho.
Passei os dedos, pois estava de luva, em seu rostinho delicado e
bem desenhado.
— Ele é lindo — Rebecca disse, me observando com um olhar
radiante.
Sorri, olhando para ela, e me aproximei. Arrumei Castiel em meu
braço e, com a mã o desocupada, toquei a de Rebecca.
— Você foi tã o incrível, meu amor. Você é mais forte do que
imagina — afirmei, entrelaçando nossos dedos, e seus olhos encheram
de á gua.
— Estava com tanto medo de nã o conseguir… — confessou,
limpando os cantos dos olhos.
— E conseguiu! — disse, com a voz carregada de orgulho, e
entreguei Castiel em seus braços.
Ela sorriu enquanto o segurava.
— Você avisou alguém? — questionou, olhando para mim.
— Apenas Elliot, para trazer roupas para mim.
— Nã o vejo a hora de tomar um banho, pode segurá -lo? — pediu.
— Amor, a enfermeira disse que você nã o pode sair da cama
assim, precisa ficar meia hora sentada antes.
— Eu sei, nã o vou me levantar, só quero me sentar — explicou.
Peguei Castiel e ela se sentou na cama, mas nã o se levantou.
Voltei meu olhar para o pacotinho azul em meus braços, ainda
sem conseguir acreditar ou parar de sorrir. Ele era lindo e nã o parava de
me olhar. Seus lá bios se moviam, parecendo querer sorrir e, entã o, ele
bocejou e tanto eu quanto Rebecca rimos como dois bobos.
— Nã o vejo a hora de levar você para a casa e te mostrar tudo o
que é seu — disse, olhando-o, e Rebecca riu um pouco alto.
— Sabe que vai demorar um pouquinho para ele entrar na casa
da á rvore, nos carrinhos automá ticos ou subir na moto que você
comprou, nã o é? — questionou, passando os dedos em meu braço.
— Sei, mas tem outras coisas para mostrar — expliquei, e ela riu,
dando de ombros.
Margareth entrou com outra enfermeira, suas expressõ es eram
rígidas de apreensã o.
— Senhora Styles, como se sente? — Margareth questionou,
olhando minha esposa.
— Ansiosa por um banho, mas esperando os trinta minutos para
poder levantar — brincou, fazendo-as sorrir.
— Ó timo. Essa é Julie, te auxiliará no que for necessá rio —
apresentou, e a cumprimentamos. Entã o, olhou para mim. — Senhor
Styles, sei que o senhor pediu nosso má ximo na questã o de restriçã o,
mas… espero que entenda que nã o falamos nada — iniciou, e eu franzi o
cenho. A mã o de Rebecca passou em minha cintura e parou ali.
— O que aconteceu? — perguntei, encarando-a.
— Nã o passamos por cima do seu pedido, mas eles chegaram
aqui dizendo que sabiam que o bebê tinha nascido.
— Eles quem?
— Cameron — Rebecca chamou, como uma repreensã o.
— Senhor, tem vá rios garotos lá embaixo dizendo que querem
ver o bebê e que se for necessá rio passarã o a noite aqui para vê-lo. Nã o
confirmamos sobre o nascimento, mas dois deles alegaram que tinham
ouvido que a bolsa da senhora Styles estourou.
— Foi em um videogame. Conversei com um menino dos olhos
verdes e cabelos pretos — Julie disse, referindo-se a, sem dú vidas, Peter.
— Ele disse que vocês estavam jogando videogame quando ouviu o
senhor dizer sobre a bolsa estourar. Nã o confirmamos nada, mas eles
alegaram que só vã o sair daqui…
— Depois de ver o bebê — Rebecca completou e riu. — Meninas,
sei que meu esposo parece estar supernervoso agora, mas isso é culpa
dele. — As enfermeiras quase suspiraram de alívio. — Ele praticamente
gritou quando minha bolsa estourou — explicou em tom brincalhã o, e
elas seguraram a risada.
— Nem depois de parir você consegue deixar de me expor, nã o é?
— provoquei, e ela abriu um sorriso. — Como podemos mostrá -lo aos
meninos? — questionei, olhando as enfermeiras.
— Através do vidro de proteçã o, é como se fosse o vidro do
berçá rio, mas em outro local, onde todos eles podem te ver e ouvir —
disse Margareth.
— Ó timo — Rebecca anunciou. — Faça isso enquanto eu tomo
meu banho, por favor — pediu. — Depois Castiel vai fazer um exame e
eu poderei amamentá -lo, correto? — perguntou, sem disfarçar a
ansiedade.
— Sim, senhora Styles — Margareth confirmou e, enquanto eu
saía do quarto, Julie ficou para ajudar Rebecca.
Desci para outro andar e segui Margareth. Quando chegamos, os
meninos estavam do outro lado do vidro e começaram a dar pulinhos,
até o segurança pedir que parassem.
Eu me aproximei do vidro de forma que eles pudessem ver
Castiel, e ouvi um “Aaaah” apaixonado em uníssono. Quando meu filho
bocejou e levou as mã ozinhas com luvas azuis até o rosto, como se
tentasse cobri-lo, os meninos fizeram um “Ownnn” juntos, que acabou
fazendo eu e Margareth rirmos.
Peter se aproximou, indicando que queria falar comigo.
— A capitã está bem?
— Sim, está um pouco cansada, mas está ó tima — eu disse, vendo
eles balançarem a cabeça positivamente.
— Quando você liberar as visitas, nos avise para irmos aos
poucos — Josh pediu, e eu concordei.
Elliot mostrou minha mochila e o segurança a entregou a
Margareth, que ficou a segurando enquanto eu mostrava Castiel outra
vez aos meninos.
Eles abriram espaço para meus pais e sogros, que nã o
conseguiram evitar o choro, e papai ficou radiante o olhando; ele fez um
sinal de aprovaçã o com o dedo e abriu o caminho para os meus irmã os e
cunhados. Os gêmeos estavam no colo de Owen, Isaac estava enorme e
conseguiu ver com facilidade, ficou grudado no vidro olhando
atentamente Castiel, deixando nítido o tanto que queria poder tocá -lo.
Natalie se aproximou com o rosto inchado de tanto chorar; ela estava
com Natasha no colo e Elliot levantava Ryan para ver através do vidro.
Nossas famílias estavam na cidade, pois queriam ver Rebecca
antes do parto. Eu tinha avisado a todos que ela e meu filho estariam
frá geis e nã o receberiam visitas nos primeiros dias; ou seja, eles só
poderiam vê-los quando minha esposa considerasse estar apta e
descansada para fazer o que decidisse.
— Ele é tã o bonito — Natasha disse em um tom engraçado.
— Ele é nosso novo amigã o — ouvi Isaac dizer, e o olhei com um
ar nostá lgico; eu quem o chamava de amigã o.
— Ele é perfeito — Natalie disse. — Se puder, diga para a minha
amiga que viemos vê-la e que eu a amo.
— Pode deixar — confirmei.
— E te amo, maninho — declarou-se, sorridente.
— Te amo, maninha.
Depois de mais alguns minutos, o pessoal precisou ir embora
pelo barulho e ocupaçã o de espaço para acompanhantes de outras
pessoas.
Levei meu filho até a sala de exames e o entreguei a Margareth.
Em seguida, peguei minha bolsa e voltei para o quarto onde estava
Rebecca.
—… Ele foi fazer exames agora pelo que a enfermeira me disse,
mas assim que voltar, eu ligo de novo. — Ela me olhou. — Amor, venha
ver Andrew e Astrid, estávamos esperando você, eles querem contar
alguma coisa para nó s — ela disse, sorridente, sem desencostar da
cama.
Eu me aproximei do celular e Andrew gritou:
— E aí, cara, já pediu perdã o para os seus pais e pra Deus?
— Amor — Astrid tentou repreendê-lo, mas acabou rindo.
— Nessa vida eu nã o sei quem aprontou mais do que quem —
acusei Andrew, vendo que Astrid arregalava os olhos.
— Que Odin me ajude com o meu filho ou filha — ela murmurou.
— Se eu começar a falar aqui, Rebecca sai chorando — Andrew
ameaçou, mas Rebecca estava olhando Astrid pela tela e nã o deu
continuidade ao assunto.
A rainha a olhou de volta e ficou assim por menos de cinco
segundos.
— Como assim filho ou filha? — Rebecca questionou, e entã o me
dei conta do que aquilo podia dizer.
— Nã o me diga que…
Astrid abriu um sorriso e nossa resposta veio na mesma hora.
— Vamos entrar para turma de papais também — Andrew
anunciou.
— Nã o acredito! Parabéns, que noticia incrível! — eu disse,
eufó rico.
— Eu estou muito feliz, puta merda! — Andrew confessou.
— Amor, estamos no hospital — Rebecca relembrou antes que eu
pudesse comemorar outra vez. — Que noticia maravilhosa, gente! —
Seus olhos se encheram d’á gua. — Eu estou muito feliz por vocês, sei
que serã o pais incríveis — afirmou, com a voz cheia de orgulho
enquanto eu concordava.
— E eu sei que vocês serã o padrinhos incríveis — Astrid
disparou.
Eu e Rebecca nos olhamos na mesma hora, de início sem
palavras, para em seguida comemorarmos tentando fazer o mínimo de
barulho possível.
— Seremos, com certeza, seremos — assegurei animadamente.
— Será um prazer sermos padrinhos do filho ou filha de vocês —
Rebecca afirmou. — Tenho certeza de que Castiel vai ser muito amigo
dele ou dela.
— E você está de quantos meses? — questionei.
— Dois — disse Astrid.
— Dois? — eu e Rebecca dissemos juntos e começamos a rir.
— Vocês vieram nos visitar há dois meses — minha esposa
afirmou, e Astrid sorriu envergonhada, enquanto Andrew parecia estar
adorando a situaçã o.
— Rebecca ficou grávida durante o tempo em que estava aqui no
palá cio — ele rebateu.
— Amor, que indelicadeza — Astrid disse em voz baixa, mas foi
possível ouvirmos.
— Você ficou com inveja né, merdinha — disparei, deixando claro
que nã o estávamos incomodados.
Andrew insinuou que mostraria os dois dedos do meio, mas
Astrid segurou suas mã os, impedindo-o.
— A sua sorte é que minha esposa nã o me permite falar tudo o
que eu quero — ele disse me olhando, fingindo irritaçã o.
— E o seu azar é que a minha esposa me deixa falar o que eu
quero — eu me gabei.
A porta do nosso quarto foi aberta e Margareth caminhou em
nossa direçã o, trazendo nosso filho com todo o cuidado do mundo.
— Hora da amamentaçã o, mã ezinha — disse carinhosamente.
Rebecca me entregou o celular para em seguida pegar Castiel em
seus braços.
Era uma sensaçã o incrível saber que ele era nosso pequeno filho.
Era um amor sem explicaçã o.
Mostrei na câ mera Rebecca e Castiel, e o casal do outro lado já
estava chorando. Minha esposa nã o conseguiu se conter também, e eu
acabei rindo enquanto passava os dedos em seu rosto; em seguida beijei
sua testa.
Eu me afastei, ficando pró ximo da cama em que eu dormiria, para
me despedir de Andrew e Astrid, que repetiram inú meras vezes que
Castiel era lindo e que estavam felizes por mim e minha família. Entã o, a
gente se despediu e eu desliguei a chamada.
A enfermeira auxiliou Rebecca e, no mesmo segundo em que
começou a amamentar, começou a chorar. Eu nã o entendia muito bem o
que aquilo significava para ela, mas comecei a chorar junto.
A enfermeira saiu assim que o doutor Connor e a obstetra
entraram para explicar algumas coisas para nó s. Depois quase meia hora
de conversa, eles se retiraram, me deixando sozinho com a minha
esposa e o meu filho.
Capítulo 32 - Cameron Styles

Ao chegarmos em casa, depois de receberem alta, avisei os funcioná rios


que eles veriam meu filho em breve, mas que agora minha prioridade
era deixar ele e minha esposa descansarem.
— Você pode dar banho em Castiel enquanto eu tomo o meu? —
ela questionou, colocando a bolsa dele em cima do sofá .
— Claro, meu amor — beijei seu rosto.
Castiel estava dentro do bebê conforto, observando Rebecca, que
arrumava a roupa dele e dela para depois do banho. Enquanto isso, fui
encher a nossa banheira e a dele.
Retornei ao quarto, vendo que ela acariciava a mã ozinha do
nosso filho, e fiquei segundos apenas os observando. Rebecca estava
calada desde o momento em que o doutor disse que teria que voltar a
tomar insulina, e eu sabia que estava tentando se manter forte.
— Amor?
Ela me olhou e sorriu.
— Ele é todinho seu — afirmou, afastando-se do bebê conforto e
seguiu para o banheiro, deixando um selinho em meus lá bios pelo
caminho.
— Vamos, garotinho — chamei, e ele sorriu como se me
entendesse.
Entrei no banheiro depois de arrumar Castiel, e Rebecca estava
sentada na banheira, de olhos fechados. Ela molhou os cabelos por
completo, jogou á gua no rosto e suspirou.
Dei banho em Castiel, arrumei-o e fiquei com ele em meu colo,
observando minha esposa, que havia tomado seu banho e estava
relaxando na banheira.
Coloquei o pequeno no bebê conforto e o trouxe novamente para
o banheiro, porque queria ficar de olho nele e em minha esposa,
deixando-o no enorme degrau da banheira ao meu lado.
— Você precisa descansar e se alimentar, amor.
Ela soltou um longo suspiro.
— Marjorie fez a mesa do café, nã o foi? — ela perguntou.
Abri um sorriso.
— Sim, senhora.
Passei os dedos em seu rosto.
— Pode lavar meu cabelo? — pediu.
Tirei minhas roupas e entrei na banheira, sentindo a á gua ainda
quente molhar meu corpo. Lavei seus cabelos cuidadosamente, enxaguei
os fios, a abracei por trá s e ela se recostou em meu peitoral.
— Meu amor? — chamei, entrelaçando nossos dedos. — Como
você se sente? Está calada desde que o doutor disse que você precisaria
voltar a tomar insulina.
— Eu sabia que teria que voltar, mas…
E começou a chorar.
Eu a virei e a abracei; ela soluçou e suas lá grimas escorreram em
meu peitoral. Fiquei ali pelo tempo que ela precisava, acariciando seu
rosto e beijando o topo de sua cabeça.
Quando ela foi se acalmando, levantou o olhar para mim.
— Me desculpe — pediu.
Beijei sua bochecha, afastando os cabelos grudados em sua testa.
— Na alegria e na tristeza, na saú de e na doença — relembrei. —
Nã o falei isso só por fazer parte dos votos.
Ela fungou.
— Dó i ter diabetes e ter que voltar assim, de uma hora para a
outra, depois de nove meses sendo saudável… — As lá grimas desceram
em seu rosto outra vez. — Vai ser um pouco difícil… menos do que
quando descobri, é claro.
Limpei suas bochechas.
— Eu precisava muito disso — disse, e riu, me abraçando.
— Nã o posso sentir o que você sente, mas estarei aqui, sempre.
— Eu sei, nunca tive tanta certeza disso… — E beijou meus
lá bios.
Castiel começou a chorar e Rebecca riu, ainda com a boca colada
à minha.
— Hora de alimentar o bebê — disse, levantando-se.
Ela saiu da banheira pelo outro lado, colocou o roupã o, os
chinelos e pegou o bebê com cuidado.
Coloquei meu roupã o, esvaziei a banheira e a segui quarto afora.
Ela se sentou no sofá e eu coloquei a almofada de amamentaçã o embaixo
de seus braços.
Fiz um prato com a mesa de café que estava preparada na sacada
e, enquanto ela alimentava nosso filho, eu a alimentava. Ela sorriu me
olhando depois que a fiz tomar vitamina de morango.
— Você é perfeito.
— Sempre soube disso.
— Egocêntrico.
— Mandona.
— Insuportável.
— Diz isso alimentando o nosso filho, dona da razã o — observei,
e ela gargalhou.
— Eu me equivoquei.
— Faça isso sempre que quiser — insinuei, e ela sorriu.
— Por mais que eu tenha ficado dois dias no hospital, eu me sinto
tã o exausta — Rebecca disse, apó s fazer Castiel arrotar. — Vou secar
meu cabelo, se importa de… ah, melhor nã o, ele está acordado como
nunca. — Ela sorriu, fitando-o.
— Essa criança nã o tem pai?
— Amor! — Ela riu pelo nariz.
— Descanse, ele está alimentado. Daqui a três horas eu te chamo,
o que acha?
— Acho ó timo — admitiu, entregando-me Castiel. — Mas pode
me chamar a qualquer momento — alertou, e eu balancei a cabeça,
concordando.
Ela se deitou enquanto eu colocava Castiel no bebê conforto.
— Eu te amo — disse, olhando para ela. Afastei seus cabelos e
beijei seu rosto.
— E eu te amo — disse de volta, acariciando meu rosto para, em
seguida, me beijar.
Voltei minha atençã o ao pequeno, e Maya entrou no quarto com
má scara para secar os cabelos de Rebecca. Ela olhou o pequeno, abriu
um sorriso e foi ao encontro de minha esposa.
— Vamos, filhã o, vou te mostrar sua casa.
Saí do quarto e comecei a andar pela mansã o, explicando cada
cô modo até chegar em seu quarto. Mesmo que ele nã o estivesse me
entendendo, observava o lugar; bom, era o que eu achava.
Tomamos um pouco de sol, mesmo que o dia estivesse deixando
claro que choveria, e, quando voltamos para a casa, eu o apresentei para
os funcioná rios, com o bebê conforto coberto por um pano transparente.
As que ficaram mais emocionadas foram Maya, que ajudou minha esposa
e a deixou descansar, e Marjorie. Expliquei que nos pró ximos dias eles
poderiam vê-lo melhor, mas como acabou de sair do hospital,
tomaríamos o má ximo cuidado.
Fiquei um tempo na sacada e ele adormeceu. Voltei ao quarto,
coloquei sua roupinha que o protegia durante o sono e o arrumei no
berço.
Saí do quarto por alguns instantes para pegar meu suplemento e,
quando voltei, Rebecca estava observando Castiel, ainda sentada na
cama. Deixaríamos o berço dele em nosso quarto por alguns meses.
O quarto dele e de seus futuros irmã os era no corredor do nosso,
sendo o dele o primeiro. Porque assim poderíamos ver na câ mera
qualquer coisa que acontecesse e ir ao quarto com facilidade.
— Estive pensando em uma coisa — Rebecca começou, e eu me
sentei ao seu lado, entregando-lhe uma garrafinha de á gua. — Obrigada,
amor.
— No que estava pensando?
— Minha mã e me deixou escolher meus padrinhos quando tive
idade e apego a eles. Ninguém exigiu nada de mim. Quero que nossos
filhos tenham essa liberdade, se estiver de acordo.
— Temos muitas opçõ es — observei, e ela sorriu. — E precisa ser
alguém que eles tenham amizade — continuei. — Você tem o meu apoio.
Eu me deitei, puxando-a cuidadosamente para mim, e a abracei.
— Você já tinha pensado que essa seria a vida que teríamos
juntos? — questionei, acariciando seu braço.
— Nã o, nã o imaginava que um namoro falso nos traria aqui. Se
bem que acho que todo mundo imaginava isso. — Ela riu pelo nariz.
— Sendo bem sincero, assim que te olhei quando voltou para Los
Angeles, eu quis fazer um filho com você — admiti, beijando a curva de
seu pescoço.
Ouvi sua risada contida.
Eu a observei e, em seguida, me inclinei, vendo o pequeno
adormecido.
Isso era o verdadeiro significado de lar e amor.
— Sinto como se tivesse nascido para essa vida com você —
assegurei.
— Eu te amo, meu quarterback babaca — brincou, com um
sorriso nos lá bios.
— E eu te amo, minha nerd mandona.
Capítulo 33 - Rebecca Styles
Itajaí, Santa Catarina, Brasil
Aproximadamente 7 anos depois…
Estávamos na primeira semana de janeiro, quando era frio dos Estados
Unidos e quente no Brasil.
As aulas das crianças começaram, mas, como eles nunca faltavam,
viajamos na quinta-feira, depois que Castiel, nosso primogênito e
viciado no mar, passou a sentir febre e insô nia por querer ir à praia e
surfar e nã o poder, devido à s baixas temperaturas em Los Angeles.
Observei Cameron correndo pela areia com cinco crianças, sendo
os nossos filhos:
Castiel, de sete anos.
Calissa, de seis anos.
Daniel, de quatro anos.
Dandara, de três anos.
E nosso afilhado, príncipe Pedro, herdeiro do trono da Noruega,
de sete anos.
25 anos, quatro filhos e muitos afilhados.
Se alguém tivesse me dito que eu seria mã e de quatro crianças de
Cameron Styles, o meu inimigo de infâ ncia, eu com certeza nã o
acreditaria.
Para as minhas situaçõ es, eu nã o acreditava em acidentes quando
o assunto era engravidar. Por mais que Castiel tenha sido uma surpresa,
nã o tinha como nã o acontecer com tamanhos descuidos meus e de
Cameron.
De Castiel engravidei no palá cio, um dia antes da coroaçã o da
rainha Astrid, em uma noite de karaokê com pizzas e bebidas. E com
cinco anos de idade, ele escolheu Astrid e Andrew como padrinhos.
Quando ficasse mais velho, entenderia que, além de grandes amigos dos
pais, ele era afilhado da rainha e príncipe-consorte da Noruega.
De Calissa foi quando Castiel completou 9 meses e Natalie pediu
para levá -lo para sair, para podermos descansar um pouco. E desse
descanso, providenciamos uma irmã zinha para ele, com Cameron
afirmando que "nã o gozou dentro”. Com 4 anos, minha pequena
escolheu a “titia Nat” e “titio Ot” como padrinhos. Ela era a có pia de
Natalie no jeito, e até na aparência.
De Daniel, eu estava com raiva e brigada com Cameron e, depois
de descontarmos a raiva um no outro da forma que fazíamos, nó s nos
resolvemos rapidamente. Mas Daniel veio a có pia de Cameron no jeito
teimoso, radical e inconsequente. E ele escolheu Nicholas e Felicity como
padrinhos, Nicholas adorava levar Daniel para brincar em carrinho bate-
bate, porque o pequeno gargalhava com as batidas e isso criou uma
ligaçã o entre eles.
De Dandara, Cameron quem estava bravo comigo, faltando dois
dias para o fim da quarentena do parto de Daniel, e discutimos. Ele nã o
quis olhar na minha cara, entã o fiquei de costas e… bem, nasceu a minha
versã o mirim, para a felicidade dele. Carter e Nicolly eram os padrinhos
dela, eles a conquistaram quando entregaram uma arma de brinquedo
de á gua em suas mã os no ano passado e brincaram com ela e as outras
crianças a tarde toda, sem contar as vezes em que aparecem em casa
para vê-los.
Castiel era o mais velho e tinha a vida que toda criança devia ter,
mas pela personalidade de querer ser independente, como percebi
desde os dois anos, ele nã o queria mais ser tratado como um bebê e nã o
queria colo com frequência; mas quando era para chorar, corria para
mim ou Cameron. Era muito grudado em mim, parecia já ter o instinto
de proteçã o e amava abraçar. Sempre contava segredinhos para o pai, tio
Isaac e o padrinho.
Calissa amava o colo do pai, sem dú vidas ele era o maior porto
seguro dela, porém, enquanto ele era o porto dela, era comigo que ela
queria passar o dia conversando sobre o dia na escolinha; além disso, ela
tinha uma conexã o especial com Natalie.
Daniel dormia mexendo no meu cabelo ou no das irmã s, e Castiel
o convenceu a dividir o quarto. Ele amava as brincadeiras de Cameron e,
quanto mais radical fosse, mais ele queria. Sua conexã o com Dandara era
enorme desde sempre. Ficava abraçado a minha barriga quando eu
estava grávida dela e, quando viemos para a casa depois da alta do
hospital, todas as noites ele pedia para vê-la antes de dormir. Seus
melhores amigos eram Benjamin (filho de Jasper), o pai e Nicholas; os
dois adultos o levavam para andar de moto, com quatro anos de idade.
Santo Deus…
Dandara era completamente apaixonada pelo pai, seus olhinhos
brilhavam quando o via e ela gostava de coisas radicais também, como
ser jogada para o alto ou brincadeiras em que Cameron corria com ela.
Ultimamente, ela vinha pedindo para andar de moto Jesus… Ela e Nicolly
sempre ficam de segredinho quando estavam por perto.
Nossos filhos nã o escondiam nada de nó s, nã o por serem
forçados, mas eles simplesmente vinham e contavam. A ideia de
Cameron de cada um com o seu quarto poderia funcionar, talvez, quando
eles fossem mais velhos, porque Calissa praticamente implorara para
que Dandara dividisse o quarto com ela. Ocorreu o mesmo com os
meninos.
À s vezes os meninos iam para o quarto das meninas ou eles se
enfiavam em nosso quarto e dormiam na nossa cama, e eu e Cameron
dormíamos no sofá -cama do quarto, porque eles ocupavam todo o
colchã o.
Depois que terminamos a faculdade, voltamos para Los Angeles,
para a nossa casa, e todo o time que era de Liberty voltou também. Eric,
Adam e Brian tinham se tornado jogadores profissionais.
Alec era um grande empresá rio; Peter e Josh tinham feito Direito,
entã o estavam no jurídico do meu pai e do pai de Peter; Calleb se
tornara um grande doutor, na á rea de psicologia e psiquiatria; Natalie
abrira dois ateliês depois de Palo Alto; Jasper e a esposa eram ligados à
má fia e iriam cuidar dos negó cios de Antonella; Ned estava cursando
medicina em Stanford, por conta do curso durar mais tempo, mas
sempre aparecia em casa; Nicholas e Felicity cuidavam dos negó cios de
meu avô Marcus enquanto Carter e Nicolly cuidavam das coisas de meu
avô John.
Maya e Finn se casaram e continuavam com a gente; Marjorie
fora embora pouco tempo depois de eu descobrir minha gravidez de
Daniel, sem explicaçõ es, e foi difícil explicar para Castiel e Calissa o
motivo da tia favorita deles, que trabalhava comigo, ter ido embora.
Meus filhos amavam os holofotes e isso com certeza era coisa do
Cameron, porque em tudo que ele podia ser amostrado, exceto com o
nascimento de nossos filhos, ele era, e isso nã o tinha mudado.
O time seguia fiel a gente. Quando Daniel nasceu, foi o dia da final
do time de Los Angeles e Eric, Adam e Brian correram para o hospital
depois do jogo; quando Dandara nasceu, os meninos foram para a casa
depois do mês de resguardo para brincar com as crianças e ficaram
dançando na frente de Dandara, fazendo-a rir, e uma vez o time veio
fazer a noite das garotas com as amiguinhas de Calissa, principalmente
porque algumas das meninas eram filhas deles, entã o aproveitaram para
aparecer aqui.
A ligaçã o de irmã os entre eles era enorme.
Calissa e Castiel conversavam bastante entre si, enquanto Daniel
era um grande amigo de Dandara e queria brincar com ela sempre que
podia. Os quatro se acobertavam para tudo; quando Castiel quebrou um
quadro que tínhamos ganhado, ele, Calissa e Daniel falaram que tinha
sido culpa deles. A coisa mais engraçada foi Daniel, que tinha um ano na
época, dizendo que era culpa dele, sem nem saber o que estava
acontecendo.
A parceria deles era ó tima e, ao mesmo tempo, assustadora.
E Cameron era, sem dú vidas, o melhor pai para as crianças e o
melhor marido para mim.
Ele se sentou ao meu lado, observando-os jogar bexigas d’á gua
entre eles.
— Acha que Pedro está bem? — perguntei e tomei um pouco de
á gua de coco.
— Ele estava chorando com Calissa e Castiel antes de virmos para
a praia — comentou. — Ele sente muito quando essas coisas acontecem.
Soltei um longo suspiro.
Era a quinta vez que Astrid sofria um aborto espontâ neo e estava
devastada, tanto que Andrew pediu para buscar Pedro para ficar uns
dias com a gente, e os pais de Astrid foram ao palá cio dar suporte. Mas,
mesmo sendo criança, Pedro ficava sentido.
— Ele parece entretido agora, as crianças fazem muito bem a ele
— observei.
— Eu quero dormir — Daniel resmungou, abraçando-me.
— Eu também — Dandara disse, jogando-se em cima de
Cameron.
Fizemos as crianças tomarem banho para refrescar e, sem muito
esforço, elas adormeceram na sala de estar, nos sofá s e colchõ es no chã o.
— Becca! — Ouvi a voz de Cameron vinda do banheiro.
— Oi, amor — respondi, entrando.
— Me ajude, tem alguma coisa de errado comigo.
O chuveiro era como uma fonte, em uma parte mais elevada do
banheiro, com uma decoraçã o florestal ao redor. Nã o havia box, entã o
me aproximei dele, que esfregava os olhos.
— O que é? — perguntei, descalçando meus pés, e subi um
degrau. — O que tem de errado com você, Cam? — Tirei as mã os que
escondiam o seu rosto.
Ele abriu um sorriso safado.
— Estou com vontade de você.
E me puxou para debaixo do chuveiro.
— Temos alguns minutos, o que acha?
Envolvi meus braços ao redor de seus ombros, sem me importar
com as roupas molhadas grudando em meu corpo.
— Acho uma ó tima ideia.
EPÍLOGO
“Dois corações em um lar.
Doce criatura, onde quer que eu vá,
você me leva para casa.”
Sweet Creature — Harry Styles
Grávida.
Novamente grávida, de quase um mês e meio, e ainda nã o
sabíamos se era menino ou menina, mas estávamos dando todo o amor e
carinho.
As crianças estavam superanimadas e Cameron superfeliz,
planejando estampar uma camisa escrito pai de seis na frente e, atrá s,
um desenho nosso com as crianças, quando completá ssemos seis filhos.
E estávamos de fato perto disso, mas combinamos que o pró ximo viria
depois de pelo menos três anos depois dessa gravidez.
Hoje estávamos em Oslo, Noruega, comemorando o aniversá rio
de Andrew, e nunca perdíamos os aniversá rios dele, Astrid e Pedro.
Observei meus quatro filhos caminhando pelo salã o conversando
como se fossem adultos; na verdade, para o meu terror, estavam
imitando os adultos e riram de si mesmos. Dandara e Daniel estavam
seguindo a total influência da dupla C. Dandara correu para os braços de
Felicity, que nã o perdia os aniversá rios de Andrew também, e Daniel
correu para Cameron, que conversava com o aniversariante. Os
cachinhos dourados de Daniel balançaram quando ele pulou no colo do
pai, meu esposo me olhou sorrindo e, em seguida, olhou para o pequeno,
que brincava com Andrew.
— Posso? — Astrid questionou, indicando o assento ao meu lado.
— Claro, majestade — brinquei, vendo-a fazer uma careta e se
sentar.
— E como está o bebê?
Eu a olhei por alguns segundos e ela passou a mã o em minha
barriga, com seus olhos marejando.
— Está bem. Essa gravidez tem sido diferente, tenho sentido
muito mais sono, cansaço e fome do que das outras vezes — afirmei.
Ela afastou as mã os.
— Mas você parece muito bem — alegou, sorrindo.
— Astrid, nã o conversamos desde a minha viagem com as
crianças — comentei.
— Nada ainda — admitiu. — A gravidez de Pedro foi de risco e
muito complicada, o médico já tinha me dito que eu nã o poderia ter
outro filho e que seria muito perigoso. Nã o consigo segurar um bebê,
Becca, Pedro foi um milagre.
— Eu sinto muito — disse, com sinceridade e nã o sabendo ao
certo o que falar.
Ela olhou Andrew.
— Vocês alegram o palá cio — ela mudou de assunto. — Alegram
muito, tanto as crianças quanto você e Cameron. Andrew fica
superanimado com Cameron aqui — disse aos risos, e eu olhei nossos
maridos.
— Acho que eles sã o almas gêmeas.
— Nã o tenho dú vidas. — Ela sorriu.
Ela abriu a boca para falar, mas parou quando Pedro veio
correndo até ela.
— Mã e, o Castiel me deu um soco — disse, com a mã o sobre os
olhos, prestes a chorar.
Andrew estava se aproximando e eu me levantei de imediato.
— Ai, meu Deus — murmurei. — Vou falar com Castiel.
No meio do caminho, eu e Andrew nos olhamos, rindo porque era
o tipo de coisa que vivia acontecendo entre ele e meu marido quando
tinham essa idade.
—… mas pai, ele fez errado e eu bati nele — Castiel se explicou.
— E por que você bateu nele, filho? — o pai questionou, sentado
na cadeira, ao lado de Daniel.
— Porque ele beijou o rosto da Calissa — explicou e, no mesmo
instante, Cameron me olhou.
— E Calissa ficou brava? — perguntei, colocando a mã o no ombro
de meu esposo.
— Eu fiquei bravo — afirmou.
— Entã o toda vez que você ficar bravo, vai bater em alguém? —
Cameron questionou calmamente.
Observei Calissa seguir na direçã o dos monarcas e se inclinar
para ver o olho de Pedro, dando um beijinho em seu rosto em seguida.
Eu e Cameron nos olhamos e ele estava com o cenho franzido olhando
aquela cena, mas logo voltou a olhar Castiel enquanto Andrew ria da
situaçã o.
— Você ainda nã o me respondeu, Castiel — Cameron o
relembrou.
— Nã o, nã o vou bater. Mas pai e mã e, ele é o meu amigo, nã o
pode beijar a minha irmã ou falar que ela é bonita — disse, emburrado, e
cruzou os braços.
Acabei rindo, mas disfarcei com uma tosse.
— Alguém já te bateu? — questionei, vendo Castiel me olhar
confuso.
— Nã o.
— Entã o por que acha que bater em alguém é uma boa ideia? —
Cameron completou o meu raciocínio.
— Eu… Oi, moça — Castiel acenou para uma mulher de cabelos
longos e ondulados que passou pela gente, e a acompanhou com os
olhos. — Você é muito bonita — elogiou inocentemente, sorrindo como
se estivesse encantado.
Eu e Cameron nos olhamos incrédulos enquanto Daniel
observava o irmã o atentamente.
— Muito obrigada, garotinho — a mulher agradeceu e voltou ao
seu caminho, rindo com as duas mulheres que estavam com ela.
— Seu sem-vergonha, você nã o pode sair do assunto assim —
Cameron protestou, fazendo có cegas em Castiel, que gargalhou.
— Vou pedir desculpas para ele e nunca mais vou bater em
ninguém — ele disse ao pai quando se recompô s das risadas.
— Por que você vai pedir desculpas?
— Porque eu fiz errado, nã o posso bater nos meus amiguinhos só
porque fiquei com raiva — explicou.
— Isso mesmo, garotã o. Bate aqui.
Os dois fizeram um toque de mã o deles e Castiel seguiu até Pedro
sem pedir que fô ssemos juntos. Ele disse algo ao amigo, os dois riram e
se abraçaram, e voltaram a brincar no minuto seguinte.
— Ele é você todinho — acusei, olhando Cameron.
— Os argumentos e a teimosia sã o de você.
— Mas as cantadas e o jeito nervosinho sã o de você — afirmei, e
rimos juntos. — Principalmente quando mexeu com a irmã dele, nã o
acha?
— Detalhes — tentou justificar.
Os herdeiros da supremacia Styles - Rebecca Styles
Los Angeles, California, EUA
Segunda-feira, 11:13
Saí do consultó rio com o rosto inchado de tanto chorar com o ultrassom,
quase sem conseguir falar direito. E pediria para algum segurança me
levar para a casa.
As crianças estavam na escola, Cameron em reuniã o, e eu optei
por ir sozinha. Bem, nã o totalmente sozinha porque os seguranças
estavam por toda a parte.
Desci pelo elevador da clínica, segurando os exames em mã os. As
portas do elevador se abriram no estacionamento, e Cameron me
esperava.
Franzi o cenho e limpei as lá grimas.
— O que está fazendo aqui? — perguntei.
— A reuniã o acabou cedo e eu decidi vim te buscar — explicou, e
me puxou pela cintura. — Por que estava chorando? Está tudo bem com
o bebê? — questionou, cheio de preocupaçã o.
Voltei a chorar e o abracei. Ele deslizou as mã os em minhas
costas, acariciando-me ou tentando me confortar de algo que nã o sabia.
— Amor? Aconteceu alguma coisa com você ou com o bebê?
— Os bebês — eu o corrigi.
Ele me segurou pela cintura e me afastou o suficiente para me
olhar.
— Os… os bebês? — perguntou, atô nito.
— Gêmeos.
Ele abriu um sorriso, correu ao redor do carro e pulou em minha
frente, agitando o braço para cima como se fosse a comemoraçã o da
vitó ria do time.
Entã o, ele girou no ar e me beijou.
— Apollo e Aurora! — ele disse.
— Você já estava pensando nos nomes? — questionei, sorrindo,
com as bochechas molhadas.
— Sim, nã o sabia que seriam gêmeos, mas depois que chegamos
em Dandara eu passei a pensar em nomes com a letra A.
Acabei sorrindo.
— Os nomes sã o lindos — concordei. — Seis filhos — disse,
chorando e sorrindo.
— Seis, meu docinho — repetiu, maravilhado com suas palavras.
— A nossa Supremacia Styles.
A Teoria dos Sonhos

Se você não acredita em vidas passadas, sugiro que não prossiga com a
leitura. Lembrando que todos os fatos a seguir são meramente fictícios e
usados somente para a composição da história.
Caso tenha gatilhos quanto ao assunto suicídio, aconselho, em
qualquer hipótese, NÃO continuar a sua leitura.
O início da histó ria de Cameron e Rebecca se deu pelos sonhos
conectados que eles passaram a ter, mas há diversos fatos que nã o sã o
contados nos livros, e sim apenas indicados.
Nã o é segredo que Cameron e Rebecca sã o as reencarnaçõ es de
Castiel e Rylie, mas o começo nã o veio daí.
A encarnaçã o deles foi de 1898 a 1917, em Sã o Francisco, EUA.
No fim de 1916, Karl Styles e Grace Malik se conheceram e se
apaixonaram um pelo outro de tal forma que nã o conseguiram esperar o
casamento para demonstrarem o amor que sentiam. Em abril de 1917,
Karl foi convocado para a primeira guerra mundial e, meses depois, com
tantas notícias de mortos na guerra, Grace passou muito nervosismo, ao
ponto de ir para o hospital com sintomas como: excesso de urina, boca
seca e visã o turva, descobrindo, entã o, ser diabética e, em um pico alto e
com falta de cuidados, Grace nã o resistiu. Antes que a notícia chegasse a
Karl, ele foi morto em combate.
A descoberta da insulina, que poderia ter salvado a vida de Grace,
se deu em 1921, por pesquisadores canadenses.
A reencarnaçã o foi de 1960 a 1981, em Seattle, EUA.
Em 1980, Elsie Nogueira começou a sonhar com um garoto de
cabelos louros, alto e magro; meses depois, tornou-se vizinha de Petre
Styles e, em um jantar de boas-vindas da família dele para a dela, eles
passaram horas conversando. Nã o demorou muito para que se
apaixonassem. Na noite de 12 de novembro de 1981, Petre pediria Elsie
em casamento, se nã o tivesse sofrido um acidente de carro durante o
retorno para a casa depois de comprar as alianças. E, ao descobrir a
perda do amor de sua vida, Elsie seguiu para a ponte à qual eles
costumavam ir juntos e se jogou no lago cheio de pedras, chegando,
entã o, ao fim de sua vida. A pedra em que Elsie bateu a cabeça foi,
concidentemente, a sobre a qual ela e Petre tiveram a sua primeira vez.
Os dois nunca souberam que sonhavam conectados.
A segunda reencarnaçã o foi a de Castiel e Rylie, entre um Styles e,
novamente, uma Malik, tendo um fim tã o trá gico quanto os de suas vidas
anteriores, mas sua histó ria de amor começou quando Castiel viu Rylie e
soube que era a garota de seus sonhos, e, com tudo de si, se prendeu ao
amor de sua vida. Uma noite antes de ser internada, Rylie se entregou a
Castiel. Eles chegaram a noivar durante as idas ao médico pela
quimioterapia de Rylie, mas, infelizmente, ela nã o resistiu e, no mesmo
dia, ele saiu de moto em alta velocidade, entregando-se à morte.
A terceira e ú ltima reencarnaçã o é a de Cameron e Rebecca, onde
finalmente o destino lhes permite um futuro feliz.
Cameron achava que só havia uma forma de acabar com a sua dor
e o desgosto. E como um aviso da vida, os sonhos com a sua “inimiga de
infâ ncia” começaram. Nã o foi apenas o amor que sentia por ela que o
salvou, e sim as memó rias boas que a existência de Rebecca trazia.
Rebecca, antes de sonhar com Cameron, estava se entregando à
escuridã o, se afogando no medo e desespero de ter que sobreviver e
voltar a conviver com pessoas, mas os sonhos a confortavam todas as
noites, mesmo sem saber que era com ele, de alguma forma, trazia
esperança de que tudo ficaria bem em algum momento.
Mas, depois do reencontro entre eles, os sonhos passaram a ser
avisos de que eles deviam ficar juntos, que nã o deviam se separar e que
o destino de ambos estava ligado pelo amor. Durante o tempo separados,
todas as noites eles sonhavam um com o outro, mas, depois que o
pedido de casamento foi feito, os sonhos acabaram, porque finalmente o
amor foi mais forte e o destino aceitou que nada os separaria.
Carta da Autora

Doce Garota é, se posso dizer, o início de toda a minha histó ria como
autora publicada. Se nã o fosse pela existência dele e de cada leitor que
sonhou comigo, eu, como já disse inú meras vezes, nã o estaria aqui.
Chegamos ao fim de uma longa histó ria, depois de mais de três
anos sendo escrita e esperada.
De toda a minha jornada desde que comecei a escrever, aos 14
anos, Cameron e Rebecca é o casal que mais me prendeu, que mais me
fez querer desenvolver detalhadamente cada situaçã o de suas vidas
juntos. Mesmo que o livro tenha ficado enorme, ao ponto de se tornar
uma quadrilogia, eu nã o me arrependo.
A parte um é totalmente sobre o reencontro do casal e o que eu
mais quis retratar é quã o oprimida Rebecca era por si mesma e pela
família, importando-se com todas as críticas, o quanto isso a desgastou e
a prejudicou. Como muitos diziam, e nã o é mentira: ela era uma senhora
no corpo de uma jovem; nã o conseguia viver e se privava de muitas
coisas tendo tã o pouca idade. Além disso, é sobre como Cameron
aceitava e guardava tudo por medo de ser invalidado ou desprezado,
outra vez, por quem amava.
A parte dois retratou profundamente o que cada um deles
passou. Os abusos físicos e psicoló gicos e as intolerâ ncias, o quanto
Rebecca começou a se entregar a Cameron e o amor dele por ela, que o
fazia esperar e compreendê-la. Fiquei muito marcada quando eles
finalmente confiaram em alguém e contaram o que passaram, e como o
abuso sexual os destruiu. Essa parte trata também das dú vidas de
Rebecca quanto ao passado de suas famílias.
Depois de conhecer a fundo cada personagem, chegou à parte
três. Foi um livro difícil de elaborar porque, em muitas situaçõ es, fiquei
com raiva dele e dela, porque nã o conversavam e Cameron continuava a
querer carregar tudo para si, beirando a pró pria destruiçã o. Mas, ao
mesmo tempo, foi incrível escrever o quanto Rebecca nã o se prendia
mais com seus desejos sexuais e religiã o, nã o tinha medo e muito menos
vergonha.
Essa parte tratou de um ponto alto no amadurecimento dos dois.
Eles entenderam que nã o podiam agir como crianças, pirraçando
sempre, e passaram a ser ousados. O marco dessa histó ria foi a
descoberta da má fia, da monarquia e do passado, além de Cameron
trancado em seu quarto e simplesmente indo atrá s do amor da vida dele
em outro país.
E essa ú ltima parte, para mim, é a melhor.
É sobre amor, lealdade e devoçã o, nã o só em sentido româ ntico.
Quem se atentou aos detalhes e evoluçõ es, viu que nã o foi só
Cameron e Rebecca que evoluíram; os pais, o time, os amigos e até
mesmo quem causou mal a eles amadureceram.
E, uma vez que vocês conheciam Cameron e Rebecca tã o bem, era
a hora de mostrar eles em sua essência, cometendo loucuras por quem
amam, e embarquei nessas loucuras sem medo de julgamento, porque
sabia que vocês os conheciam tã o bem ao ponto de entender os motivos
deles.
Escrever sobre amadurecimento, principalmente da fase
adolescente para a jovem, é um grande desafio, assim como muitos
outros na escrita, porque precisamos entender cada personagem, o que
os levou a ter algumas atitudes, seus traumas nunca falados em voz alta,
o quanto ser obrigado a crescer antes do tempo é prejudicial para
qualquer pessoa, para adolescentes sendo imaturos e muito infantis ou
vivendo à base de pressã o.
Eles mudaram muito do início para essa ú ltima parte e aceitaram
o caos que sã o.
E eu agradeço vocês, que aceitaram esperar pacientemente (ou
nã o), decidiram entender o processo de amadurecimento e abraçaram o
caos que a Supremacia Styles é.
Obrigada à queles que estã o comigo desde o Wattpad e à queles
que chegaram depois.
Vocês sempre serã o parte de toda a minha jornada e da
Supremacia Styles.
Então, adeus?

De forma alguma!
Hoje, demos adeus a Cameron e Rebecca.
Mas dissemos olá para Os Herdeiros da Supremacia Styles.
Seis filhos, seis livros.
Que o caos comece, que o pau tore, que o cabaré pegue fogo e que
Deus ajude os pais dessas crianças.
Preparem o habeas corpus, advogados da Supremacia, porque
vocês vã o precisar!
Conheça mais da Supremacia Styles:
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acompanhe @stacyecaramelws nas redes sociais para ficar por dentro
das novidades e lançamentos das pró ximas histó rias da série.
Lembrando que, contém spoilers.

Até breve,
Stacye C.

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