programa 1 - as Sinagogas

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 6

Programa 2 – A sinagoga nos dias de Cristo

Evidências... vivendo em um pais de maioria cristã estamos acostumados a falar do


local de culto como sendo uma igreja, que dependendo do tamanho pode ser conhecida
como catedral, basílica ou santuário. <imagens ilustrativas> esses nomes, é claro
mudarão de cultura para cultura, especialmente se estivermos num país oriental de
costumes bem diferentes: os mulçumanos, por exemplo, frequentam Mesquitas e fazem
suas orações voltados para a cidade de Meca, já os judeus seguem para sinagogas que
têm uma arquitetura bem diferente do que muitos imaginam <volta para mim> E por
falar em sinagogas e judeus, esse último grupo nos interessa de perto porque podem
lançar considerável luz sobre o novo testamento e a vida de Jesus Cristo <slide 1> muita
coisa mudou é verdade, mas o cristianismo não pode ser entendido sem a base judaica
que o antecede <volta para mim> e deixe-me dizer que os estudos teológicos sobre o
novo testamento ficaram muito empobrecidos quando retiraram Jesus de seu contexto
original e negligenciaram o fato mais óbvio de todos, o de que Jesus era, de fato, um
judeu <mudar de câmera> o antissemitismo que varreu infelizmente muitos países da
Europa terminou criando um Jesus anacrônico mais parecido com um cidadão de Berlim
que com um morador da Galileia, pois preciso uma revolução na teologia para que
novos estudos fossem aceitos contemplando as raízes judaicas do Novo Testamento e é
aqui que entra esse importante núcleo social – a sinagoga <slide 2> apesar de toda a sua
importância é interessante que a sinagoga não seja mencionada em nenhum texto do
Antigo Testamento <voltar para mim> ao contrário porém, no novo Testamento, todo o
ministério de Jesus e dos apóstolos está intimamente relacionado às sinagogas judaicas
do I século. Mas quando elas começaram a existir? O que acontecia nas sinagogas nos
tempos de Cristo? Havia cultos? Como eram? O que eles faziam? <mudar de câmera>
Diferentemente do que muitos podem imaginar, a sinagoga não era apenas um lugar de
culto e adoração a Deus. Diversas atividades eram praticadas na ali e não apenas o culto
religioso. Os judeus podiam por exemplo usar o prédio da sinagoga para discutir
questões políticas como aconteceu na sinagoga de Tibérias no I século da era cristã e
quem dá essa informação é Flávio Josefo que viveu naqueles dias <mudar de câmera>
A própria palavra Sinagoga na verdade é uma tradução grega da palavra Kenesset que
em hebraico seria algo como reunião de pessoas ou assembleia. Mas não precisava ser
algo muito engessado ou extremamente sofisticado <imagem 1> houve nalgum tempo a
exigência de que dez homens eram necessários para se formar uma sinagoga <mudar de
câmera> a esse quórum mínimo dá-se o nome de Myniam, mas como eu disse, isso foi
com o passar dos tempos. Parece que nos tempos de Cristo e ainda algum tempo depois
a exigência era bem menor. Veja o que diz o Pikei Avot um antiga tradição judaica:
<GC> Quando dois estão sentados juntos e não há palavras da Torá no meio deles,
cuidado, isso constitui uma “roda de escarnecedores” (Moshav Leitzim) … Mas quando
dois estão sentados juntos e palavras da Torá são ditas por eles, então a Shekiná habita
no meio deles … Pikei Avot 3:2 <volta para mim> noutras palavras, se dois judeus se
assentarem embaixo de uma arvore pare estudar a palavra de Deus ali será uma
sinagoga e a glória do próprio Deus – a shekinhah – brilhará no meio deles. <mudar de
câmera> agora compare esse princípio com o que disse Jesus em Mateus 18:20: <GC>
“Porquanto, onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estarei no meio deles”
<volta para mim> como soa judaica essa promessa de Jesus!! Ele realmente se tornou
homem dentro de um tempo e cultura especificas, ou seja, Jesus veio para todos, mas
veio na pessoa de um autêntico judeu <mudar de câmera> Isso é importante de ser dito
porque muitos ainda negam ou negligenciam essa característica histórica de Jesus e isso
certamente empobrece o conhecimento de sua pessoa <mudar de câmera> não se trata
de converter as pessoas para o judaísmo mas reconhecer um importante aspecto que
jamais deveria ser esquecido: Jesus era judeu! <mudar de câmera> quando foi que
surgiram as primeiras sinagogas no judaísmo? <imagem 2> As sinagogas sempre foram
locais de adoração, oração e aprendizado da palavra de Deus. Sua origem ainda é um
mistério, há quem diga, por exemplo que elas surgiram após o ano 70 d.C., o que hoje já
se confirmou ser um erro. Outros retardam suas origens para o ano 380 a.C. em
Alexandria, como resultado direto da helenização do povo judeu. <mudar de câmera>
Mas a ideia mais comum é que as sinagogas surgiram, provavelmente, durante a época
do cativeiro do povo de Israel em 722 a.C. ou do cativeiro do povo de judá a partir de
606 a.C.<imagem 3> Nessa época em 722 aC., o povo (do reino do norte, Israel) foi
atacado e levado cativo pelo rei da Assíria e, <IMAGEM 4> anos mais tarde, a partir e
606 a.C., alguns (do reino do sul, Judá) também foram aos poucos levados cativos pelo
rei da Babilônia. <volta para mim> A tragédia dessa história você pode ler em 2 Reis a
partir do capítulo 17. <mudar de câmera> os primeiros cativos tinham o templo de
Salomão longe de si e não podiam mais peregrinar até Jerusalém e os últimos, os cativos
de Judá, tiveram a amargura de ver seu templo destruído por mãos de Nabucodonosor,
<mudar de câmera> sendo assim, em ambos os casos, a ausência do templo exigia uma
alternativa para que os judeus que viviam no estrangeiro não perdessem suas raízes
monoteístas nem sua fá abraãmica. E foi assim, segundo a tese de alguns historiadores
que os judeus inventaram as sinagogas. <imagem 5> Elas eram um local simples, uma
espécie de casa que recebia as pessoas para cultuar a Deus e aprender de sua palavra
com a ajuda dos mestres locais. <volta para mim>. Provavelmente após o cativeiro, por
haver muitos judeus morando fora de Israel, as sinagogas se multiplicaram ainda mais,
especialmente por causa de seu modelo simples e funcional. Depois evoluíram em
estrutura, tornando-se muito populares. <imagem 6> essa é a reconstrução artística uma
sinagoga do período bizantino edificada em Cafarnaum, cidade onde morou Jesus. De
modo geral as sinagogas não possuíam grandes mobílias. Em seu interior se vê apenas
colunas de sustentação, bancos adjuntos às paredes e um santuário menor onde
guardavam os rolos da Torah. Do lado de fora, um pátio interno que provavelmente
servia de escola das crianças pois a sinagoga também fazia as vezes de colégio de
meninos <volta para mim> vamos ver agora os restos originais dessa sinagoga cuja
animação em vídeo você pode ver a pouco <imagem 7> aqui dentro é possível ver os
bancos originais e uma estrutura retangular medindo medindo aproximadamente 21 x
15 metros, com colunas em três lados <voltar para mim> Sobre o papel da mulher no
judaísmo mais antigo, é difícil ter uma resposta objetiva e inequívoca sobre a questão,
especialmente no que tange ao seu lugar na sinagoga. O que temos é uma inferência
feita a partir de escritos judaicos posteriores. Ou seja, deduzimos que o que está na
literatura rabínica do 2 ou 3 século vale para o judaísmo do I século mas não é uma
certeza absoluta. <mudar de câmera> vou dar um exemplo para você Na Mishná que é
uma tradição rabínica já no capitulo 1, encontramos uma passagem onde é exaltado o
caráter hospitaleiro dos judeus, assim como a advertência de não se manterem conversas
frívolas com as mulheres. <mudar de câmera> Se somarmos essa observação a uma
outra existente no judaísmo ortodoxo, que é a separação entre homens e mulheres dentro
das sinagogas para as orações, temos então pressupostos para analisarmos de forma
clara o caráter machista da tradição. E esse é um assunto reconhecidamente polêmico e
sensível <mudar de câmera> Porém uma leitura mais contextualizada, pode oferecer
outros elementos de compreensão do comportamento judaico em relação à mulher que
não seriam necessariamente aquela forma de machismo que combatemos hoje em dia.
<mudar de câmera> Percebe-se na tradição judaica uma preocupação com a mulher no
tocante não a uma valorização quanto a direitos igualitários, - essa é uma temática
moderna - mas no que diz respeito a sua estima e respeito. O casamento é considerado
pelos judeus uma espécie de santificação e é esse sentimento de santificação que
percebemos em relação ao trato dos homens para com as mulheres. <imagem 8> A
separação dos gêneros nas sinagogas não é para separar as mulheres dos homens,
transformando-as em seres inferiores, e sim, para protegê-las dos olhares masculinos
que estariam nesse momento desviando de seu dever religioso e constrangendo a
mulher. <mudar de câmera> E quanto às conversas frívolas, este é um alerta para aos
homens. Pois o fato de algumas mulheres estarem desempenhando o papel de dona de
casa não é motivo para considera-la uma pessoa de pensamentos superficiais, que não
saiba pensar com critérios lógicos. A ordem portanto é evitar conversas frívolas com
até mesmo com a esposa, mantendo, um elevado nível de diálogo com ela e
reconhecendo nela o papel de ser pensante e co-responsável na construção de um
mundo mais justo e igualitário. <mudar de câmera> Agora é lógico que isso funcionava
perfeitamente bem numa sociedade conservadora, interiorana e patriarcal. No contexto
de hoje os valores morais continuam os mesmos mas sua aplicação deve ser atualizada
aos novos tempos em que vivemos, sem perder a essência da ordem de Deus e, ao
mesmo tempo, sem defender discursos obsoletos que não dão mais conta da realidade
presente <mudar de câmera> Depois do intervalo vamos conhecer um pouco a relação
entre a sinagora, o ministério de Jesus e o início do cristianismo. Não saia dai, o
evidencias volta já já <INTERVALO> Estamos de volta com nosso programa e como
você viu até aqui, as sinagogas se tornaram provavelmente após o cativeiro assírio ou
babilônico uma peça central da religião judaica. <mudar de câmera> o curioso, no
entanto, é a ausência de qualquer referência às sinagogas nas páginas do Antigo
Testamento <mudar de câmera> no Novo testamento porém, a situação muda de figura,
as sinagogas são muitas e muitas vezes citadas especialmente em relação ao ministério
de Cristo e o trabalho missionário do apóstolo Paulo. Vamos ver duas alusões muito
claras: <GC> “Indo [Jesus] para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na
sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.” (Lc 4. 16). E: “Depois da
leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: Irmãos, se
tendes alguma palavra de exortação para o povo, dizei-a.” (Atos 13. 15). <volta para
mim> Note que as sinagogas, no tempo citado nos versículos, eram parte do culto
normal do povo e já contavam com certa evolução estrutural para receber as pessoas
para o estudo da Lei de Deus. De acordo com o Talmude, somente em Jerusalém havia
480 sinagogas e cada uma delas tinha uma escola para estudo das escrituras e outra para
estudo da Mishná <mudar de câmera> o único problema com essa informação do
Talmude é que além de ser tardia, ela fala da Mishná que que é uma tradição oral
compilada em forma escrita apenas a partir do século II d.C., pelo que não podemos
dizer com certeza absoluta como seria seu estudo antes da destruição da cidade ocorrida
no ano 70. <mudar de câmera> Porém, que havia um grande número de sinagogas na
cidade de Jerusalém fica claro pelo testemunho de Atos 24: 12 e Atos 26:9 – 11 que
você pode ler depois com calma ai na sua casa < imagem 9> em ambos os textos sobre
Paulo é mencionada a existência de muitas sinagogas dentro da cidade de Jerusalém, o
que confirma em parte o testemunho encontrado no Talmude, mesmo que não tenhamos
o número exato delas <volta para mim> No período do Novo Testamento a Sinagoga
já era uma instituição bem reconhecida. Jesus ensina, quase sempre, na sinagoga. Os
assuntos de cada sinagoga e da comunidade estavam sob a supervisão de um conselho
de anciãos ou de um chefe da sinagoga local, como era o caso de jairo, a quem Jesus
surpreendeu ressuscitando a própria filha que havia morrido. <mudar de câmera> O
chefe da sinagoga, presidia durante os serviços ou decidia que outros o fizessem, e
nomeava homens capazes da comunidade para orar, ler as escrituras e exortar os fiéis.
Não havia clero, os sacerdotes, não podemos esquecer, atuavam somente no Templo de
Jerusalém. <mudar de câmera> No início do cristianismo, as sinagogas serviram como
locais de propagação da Palavra de Jesus e dos apóstolos. <GC> “E logo [Paulo] nas
sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de Deus” (At 9.20.). <volta pra mim>
Inegavelmente, Paulo soube fazer uso das sinagogas existentes na Grécia e na Ásia
Menor, onde aproveitou a ocasião para anunciar as boas-novas aos não judeus:<GC> “E
eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num
dia de sábado, assentaram-se” (At 13.14.) <volta para mim> É interessante que quando
você pega um mapa e pontua os destinos das viagens de paulo e sua trajetória pela asia
menor e Europa, perceberá que ele sempre segue na rota onde havia sinagogas para
pregar, ou seja, até no mundo dos não judeus, paulo aproveitou uma instituição judaica
para anunciar Jesus <mudar de câmera> De modo geral o novo testamento traz 15
referências a sinagogas situadas na Galileia e 13 situadas na Judeia, se incluirmos as
sinagogas que estavam dentro e fora do território judeu, temos 23 cidades citadas na na
Bíblia como contendo pelo menos uma sinagoga são cidades como por exemplo,
Jerusalém, Laodiceia, Antioquia na Síria, Antioquia da Psidia, Atenas, Corinto etc.
<mudar de câmera> O comparecimento à sinagoga era obrigatório para os homens no
sábado e nos feriados. Agora, quanto à liturgia ou os detalhes do que ocorria dentro das
sinagogas, não sabemos ao certo. Os especialistas divergem sobre os detalhes dos
serviços realizados em sinagogas no primeiro século. a. C., uma vez que a maioria dos
documentos que temos são escritos rabínicos posteriores, como o Talmude que
mencionei há pouco. É, portanto, difícil saber se podemos aplicar as informações
desses documetos ao período anterior a 70 d. C. <mudar de câmera> No entanto, o
seguinte esquema pode aproximar a ordem do Shabbat na sinagoga como eram nos dias
de Jesus e dos apóstolos: <imagem 10> 1. Recitação do uníssono dessa frase em negrito
‘Shema’a Israel adonay eloeinu adonai ehad que quer dizer ouve oh israel o senhor é
nosso Deus o senhor é único <mudar de câmera> esta é a maior confissão de fé judaica,
tirada do Deuteronômio 6, 4-9; 11,13-21; Números 15,37-41. <mudar de câmera> A
seguir vem a parashá, ou a leitura da seção relevante da Torá. <GC> “Logo, após a
leitura da Lei e dos Profetas, os administradores da sinagoga madaram que lhes fosse
feito o seguinte convite: “Irmãos, se tendes em vós alguma palavra de encorajamento
para nosso povo dizei-a” Atos 13,15. <volta para mim> Esse texto da vida de Paulo é
muito elucidativo <imagem 11> A Torá, ou os cinco livros de Moisés, eram lidos
inteiramente em um ciclo de três anos, e uma parte era designada para cada sábado.
<volta para mim> A Palavra era sempre lida em pé e em hebraico e quase sempre havia
a tradução em Aramaico para a comunidade. O aramaico era a língua do povo que vivia
nas diferentes regiões da Judeia e Galileia. Daí vem os Targuns, que são traduções do
hebraico para o aramaico. <mudar de camerea> Depois vem o Haftarah, ou a leitura dos
profetas. Não há nenhuma evidência de que havia um ciclo ou ordem na leitura dos
profetas no tempo de Jesus. <imagem 12> Portanto, o rolo era entregue à uma pessoa
designada pelo chefe da sinagoga para ler, e o leitor escolhia a passagem. <volta para
mim> Foi nesta parte do serviço no qual Jesus participou da sinagoga de Nazaré. Você
se lembra disso? “Ele foi a Nazaré, onde havia sido criado e no dia de sábado entrou na
sinagoga, como era seu costume. E levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do
profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito: "O Espírito do Senhor está
sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas-novas aos pobres. Ele me enviou para
proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os
oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor". Então ele fechou o livro, devolveu-o
ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou
a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir". Todos
falavam bem dele e estavam admirados com as palavras de graça que saíam de seus
lábios. Mas perguntavam: "Não é este o filho de José?"” (Lucas 4,16-22). <volta paraa
mim> o desfecho dessa história não foi nada bom, os habitantes de Nazaré rejeitaram a
jesus, mas no que diz respeito ao serviço litúrgico da sinagoga, pelo exemplo que
vemos em Lucas, o que lia também podia fazer a aplicação concreta daquela Palavra,
fazendo uma ligação com a Torá. <imagem 13> Em geral, os convidados, eram rabinos
que estavam de passagem por aquela comunidade. Vemos vários exemplos nos Atos dos
Apóstolos. <volta para mim> O sermão era seguido pela bênção de Aarão, aquela que
está em Levítico 9,22 e Números 6,23-27. Isto, normalmente, era feito por um
sacerdote, se houvesse um presente; caso contrário, havia uma oração de despedida. Em
alguns lugares salmos eram cantados durante o serviço. <mudar de câmera> Como eu
disse, esse esquema é aproximado e não era necessariamente universal, o serviço e a
celebração do sábado poderiam ter adaptações dependendo do local onde a comunidade
vivia, ademais, repito, não conhecemos tudo porque não temos documentos que provem
a diversidade de culto e em que sentido um seria diferente do outro. Agora, o essencial
de todas as sinagogas era a leitura da Toráe da Haftaráh, isto é a lei e os profetas.
<mudar de câmera> De certa forma, podemos dizer que as sinagogas
acabaram também servindo de “molde” para as primeiras igrejas cristãs em sua
organização e forma de culto. Normalmente na sinagoga havia uma mesa para a leitura,
como temos hoje o púlpito, e a arca contendo os rolos da lei e os profetas – coisa que
hoje não precisamos pois cada um pode trazer sua bíblia de casa. <mudar de câmera>
Havia ainda como já mencionei assentos ou bancada, e assentos especiais para os mais
ricos membros da congregação. Agora veja esse conselho de Tiago dado aos cristãos
primitivos:<GC> “Se, por assim dizer, entrar na vossa sinagoga, algum homem com
anéis de ouro nos dedos, trajando roupas caras, e, ao mesmo tempo, entrar uma pessoa
pobre, vestindo roupas velhas e sujas, 3e tratardes com atenção especial ao homem bem
trajado e o honrardes dizendo: “Eis aqui um lugar digno da tua pessoa. Assenta, pois”,
mas disserdes ao pobre: “Tu, podes ficar ali em pé!” ou “Assenta-te no chão, próximo
ao estrado onde ponho os meus pés”, não fizestes discriminação preconceituosa e vos
tornastes como juízes que usam critérios perversos?” (cf. Tg 2,2-3.). <volta para mim>
percebeu? Ele chama o ajuntamento cristão de sinagoga e isso é muito interessante, pois
ou estaria falando de uma sinagoga literal que abrigava judeus seguidores de Jesus ou
estava se referindo à igreja cristã pelo nome de sinagoga, o que seria mais interessante
ainda <imagem 14> Em várias partes de Israel podemos ver ruínas de sinagogas,
algumas das quais podem ser datadas da época de Jesus. <volta para mim> Uma delas é
a da sinagoga Magdala que já foi tema de um dos programas evidências <imagens do
programa> ali é possível encontrar restos de um edifício dos dias de Cristo e teorizar
que o próprio Senhor Jesus proferiu algum sermão ali dentro. Que privilégio enorme
tiveram os habitantes daquele lugar!!! <volta para mim> Outro lugar interessante e que
também mostramos em programas anteriores é a sinagoga de cafarnaum <imagens do
programa> O prédio que vemos hoje data do século III d.C, no entanto o Evangelho fala
diversas vezes deste lugar. <volta para mim> o que sabemos em termos arqueológicos é
que a sinagoga atual de Cafarnaum esta edificada em cima da sinagoga original dos dias
de Cristo, pelo que o prédio pode ser posterior ao novo testamento, mas o local é exato é
o mesmo em que o salvador esteve sábado após sábado curando, pregando e, por que
não? Também escutando pois não é difícil supor que nalgumas vezes Jesus pregava e
noutras ouvia. Já pensou realizar um sermão tendo Jesus entre os ouvintes? <mudar de
câmera> As congregações mais ricas embelezavam suas sinagogas com vários
ornamentos e guirlandas de folhas de videira e cachos de uvas, o candelabro de sete
braços, símbolo nacional de Israel, um cordeiro pascal, pote de maná e muitos outros
objetos e, também, cenas das Escrituras, <imagem 15> exemplo bem conhecido é a
sinagoga de Dura Europos que data do século IV da nossa era. Nela podemos ver uma
série de pinturas, inclusive com imagem de pessoas. <volta para mim> Em 1914,
escavações realizadas em Jerusalém descobriram uma importante inscrição grega sobre
as sinagogas, <imagem 16> ela hoje encontra-se no museu de Israel e data dos dias de
Cristo. Seu texto diz <GC> “Teódoto, filho de Vêneto, sacerdote e chefe da sinagoga,
também neto de outro chefe da sinagoga, construiu esta sinagoga para a leitura da Lei e
para o ensino dos mandamentos, e a casa de hóspedes e os quartos, e os suprimentos de
água, como hospedaria para os em necessidade ao virem de fora, sinagoga fundada por
seus antepassados e pelos anciãos, e por Simônides.” <volta para mim> veja, além de
local de culto e de estudo da Palavra de Deus a sinagoga também servia de abrigo a
peregrinos e estrangeiros. Ora se a sinagoga é a base histórica das igrejas cristãs não
deveriam as mesmas estar montada sobre este triplo pilar? Culto, estudo e caridade?
Algo a se pensar <mudar de câmera> nosso tempo acabou e o evidencias de hoje fica
por aqui....

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy