EMBARGOS DE DECLARAÇÃO-LR

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ADVOCACIA COSTA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARADOR RELATOR EVERARDO


LUCENA SEGUNDO

Autos nº 0193244-82.2019.8.06.0001

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver


prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os
poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto” Rui Barbosa.

LR SERVIÇOS DE ENTREGA RAPIDA ROCHINHA – EIRELI E OUTROS, todos


qualificados, por intermédio de seu advogado vem mui respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, nos autos em que colide com JUAREZ PIRES CARDOSO – ME, à
presença de Vossa Excelência OPOR "data vênia" os presentes
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
COM PEDIDO DE EFEITO MODIFICATIVO E COM PRESQUETIONAMENTO.
Nos termos do CF/88 – Art. 5º - LXXIV; consoante com art. 674 do CPC e art. 1046,
todos do Código de Processo Civil (CPC), para, assim, aclarar pontos omissos na
Acórdão, tudo consoante as linhas abaixo explicitadas

I. DO CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


Douto Magistrado, os presentes embargos de declaração destinam-se, precipuamente, a
desfazer obscuridades, a afastar contradições e a suprir omissões e erro material que
eventualmente se registrou no Acórdão proferido às (fls.).
Sendo que essa modalidade recursal, permite o reexame do Acórdão embargado para o
específico efeito de viabilizar um pronunciamento jurisdicional de caráter integrativo-
retificador que, afastando as situações de obscuridade, omissão ou contradição,
complemente e esclareça o conteúdo da decisão, o que é o caso ora em espécie.
Preenchido o cabimento nos termos da Lei.
II. DA TEMPESTIVIDADE
O prazo estabelecido para a interposição de Embargos Declaratórios é de 05 dias nos
termos do CPC.
Dessa forma, o presente recurso é tempestivo haja vista que o Acórdão foi publicado no
dia 1 de NOVEMBRO de 2024, conforme certidão às fls. Portanto, o prazo começaria a
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fluir a partir do dia 04 de NOVEMBRO de 2024, conforme se depreende das normas do
CPC.
DOS FATOS

Em síntese a promovente, ora embargada, usando de meios sub-reptícios sabendo da


decisão de intransmissibilidade em (abril de 2018) com mandado de reintegração de
posse(janeiro de 2019) DETERMINADO pelo Juízo da 3ª Vara cível desta comarca no
processo 0125962-61.2018.806.0001 do veículo ora objeto da presente demanda propôs
a ação em tela em (julho de 2019) para de forma capciosa levar e levou o juízo a quo e
esta egrégia corte a erro.

A embargante, em sede de apelação reiterou pedido de concessão dos benefícios da


gratuidade da justiça, porém, vossa Excelência deixou de se manifestar sobre o pedido
formulado, cabendo desta forma os presentes embargos.
DA OMISSÃO
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A nossa Carta Magna assegura às pessoas, inclusive jurídicas, o


acesso ao Judiciário, senão vejamos: “CF/88 – Art. 5º - LXXIV - o Estado prestará
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.

Neste caminho a Lei 1.060/50 garante a assistência judiciária à


parte processual, verbis: “Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária,
mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de
pagar à custa do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua
família”. Verifica-se, pois, do cotejo dos dispositivos legais acima transcritos, com a
declaração de hipossuficiência financeira em anexo, que a promovente tem direito e
requer os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, pois não possui condições financeiras
para arcar com as custas e emolumentos processuais, motivo pelo qual requer-se o
deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita.

Junta-se declaração de renda comprovando sua hipossuficiência.

DA CONTRADIÇÃO

NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL – ILEGITIMIDADE


ATIVA
ASSIM JÁ DECIDIU O STJ:

O proprietário sem posse a qualquer título não tem legitimidade para ajuizar, com
fundamento no direito de propriedade, embargos de terceiro contra decisão transitada
em julgado proferida em ação de reintegração de posse, da qual não participou, e na
qual sequer foi aventada discussão em torno da titularidade do domínio. A partir de uma
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exegese literal do art. 1.046, § 1º, do CPC, extrai-se que apenas o senhor (proprietário)
e possuidor, ou apenas o possuidor, podem lançar mão dos embargos de terceiro, pois o
ato judicial de constrição ou apreensão há de configurar, de algum modo, turbação ou
esbulho da posse do autor. Na hipótese, os embargos de terceiro foram utilizados contra
decisão judicial proferida no curso de demanda, transitada em julgado, em que terceiros
disputaram a posse de área de terra que, segundo o autor, seria de sua propriedade.
Percebe-se que o embargante, na via estreita da presente demanda incidental, não
buscou apartar bem que não deveria ser objeto de constrição/apreensão pelo juízo no
curso de outro processo, mas tornar mais complexa a discussão material inicialmente
travada, alegando que o domínio e, consequentemente, a posse do imóvel, não seria
nem do autor nem do réu, mas seus, por força do direito de propriedade. Ora, na
demanda originária, em que agora se está em sede executiva, sequer foi aventada
discussão em torno da titularidade do domínio. Ademais, o propósito dos embargos é a
liberação do bem que foi objeto de equivocada constrição judicial, e não fazer frente, no
curso de execução, ao ato judicial que determinou, com base em decisão transitada em
julgado, a reintegração do bem objeto da discussão à parte vitoriosa na demanda, sem
sequer poder ser afirmada a existência de melhor posse em relação ao exequente.
Recorde-se que os embargos de terceiro têm cognição limitada a uma eventual melhor
posse exercida pelo embargante, ou, na hipótese prevista no art. 1.047 do CPC, ao
exercício do direito real de garantia pelo seu beneficiário, na defesa do bem e do crédito
por ele garantido. Contra aquele que restou reconhecido o direito à reintegração na
demanda pregressa, poderá o ora recorrente, com supedâneo no seu domínio, lançar
mão da ação petitória adequada. REsp 1.417.620-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 2/12/2014, DJe 11/12/2014.
É valido afirmar que a Recorrente reiterou o pedido de
pronunciamento do Juízo a quo sobre questão veiculada na Inicial e nesses embargos,
nos seguintes termos:

Há flagrante ilegitimidade da parte recorrida na medida em que aquela


através de seu proprietário INFORMOU ao oficial de justiça QUE não estava na posse
dos bens.

Contudo, da análise do art. 674 do CPC resta expressamente que


detém a legitimidade à oposição dos embargos de terceiro aquele que,
cumulativamente, esteja na posse dos bens e sofrendo constrição ou mesmo ameaça.
Trata-se, pois, de requisitos de observância obrigatória. Pois bem. No que pese o
entendimento do r. juízo ao não considerar verdadeira a informação declinada ao oficial
de justiça acostada às fls. 177, em 05/02/2019, a qual o titular da empresa JUAREZ
PIRES CARDOSO ME expressamente e de livre vontade, no cumprimento do mandado
de reintegração de posse acostado às 174 dos autos do processo nº 0125962-
61.2018.8.06.0001, afirmou ter havido a negociação dos bens e que tais veículos não
mais se encontravam em sua posse. Veja-se:

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Posteriormente, a ora recorrida opôs embargos de terceiro em


21/11/2019, justamente alegando, como fundamento principal a celebração de contrato
tácito de compra e venda e que tais bens estariam em sua posse. Dessa maneira,
sucede-se que, no primeiro momento (05/02/2019) o titular da empresa não se
encontrava na posse dos bens para meses depois, ou seja, em 21/11/2019, quando do
ajuizamento dos embargos de terceiro venha buscar incessantemente a preservação de
sua posse.

Com efeito, Douta Excelência, NÃO há eu se falar em legitimidade se


o recorrido informou ao OF. De justiça - fé pública, que os veículos NÃO estavam em
sua posse, requisito EXIGIDO POR LEI para a propositura dos embargos de terceiro.

Salientamos ainda que esses veículos sem encontram em lugar


incerto e não sabido.

CONTRADIÇÃO

CONFORME já amplamente colocado houve procedimento irregular


do cartório, pois os DUTS realizados são de pessoa jurídica LR SERVIÇOS DE
ENTREGA RAPIDA ROCHINHA com assinatura de ANA LETICIA NUNES ROCHA,
firma reconhecida por autenticidade” de PESSOA FISICA.

O cartório, pois “agiu” em flagrante descumprimento ao Art. 496 § 4º e


6º do Provimento nº 8/2014/CGJ-CE.

Art. 496 – Reconhecimento de firma é a declaração da autoria de


assinatura em documento.

§ 4º. O reconhecimento da razão social declarará a firma lançada e o


nome de quem a lançou, e far-se-á somente após o registro do ato
constitutivo da Sociedade”

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Ou seja, Não há em todo procedimento do cartório os atos
constitutivos da embargada PESSOA JURIDICA, talvez apenas da pessoa física ANA
LETICIA.

Isso leva a crer a irregularidade e infelizmente a contradição no


acordão de Douta Excelência.

OMISSÃO - RECIBO
A despeito da Justiça aplicada ao caso, porém, o decisum NÃO deve
ser mantido, pois NÃO há nos autos e foi amplamente requerido que houvesse a
comprovação do suposto pagamento, primeiro por que os veículos NÃO estavam à
venda, segundo NÃO temos qualquer recibo de pagamento dos veículos “PROVA DE
PAGAMENTO DEVIDAMENTE RECIBADOS E/OU TRANSFERENCIA PARA CONTA
DE QUEM? QUEM PAGOU? QUANTO PAGOU? QUEM RECEBEU?”

ASSIM JÁ DECIDIU DOUTA EXCELENCIA EM CASO ANALOGO,


onde NÃO havia prova de pagamento – RECIBO, senão vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. COMPRA E VENDA. VEÍCULO. OCORRÊNCIA


DE INOVAÇÃO RECURSAL QUANTO AO PEDIDO DE APLICABILIDADE DO CDC.
PARCELA NÃO CONHECIDA. MÉRITO. RELAÇÃO JURÍDICA INCONTROVERSA.
DÍVIDA EXISTENTE. COMPROVADA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA EFETIVA
QUITAÇÃO. AUSÊNCIA DE VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES DA REQUERIDA.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NA EXTENSÃO
CONHECIDA, DESPROVIDO. ADMISSIBILIDADE: Dentre as matérias impugnadas pela
parte apelante, consta o pedido de aplicação do Código de Defesa do Consumidor,
devendo ser considerada a inversão do ônus da prova e a verossimilhança de suas
alegações. Ocorre que as alegações recursais representam uma surpresa dentro do
contexto dos autos, o que, por si só, já é reprovável, ainda mais quando as premissas
recursais sequer passaram pelo crivo da instância primeva. Assim, funesta a medida
adotada, pela Parte Requerida, tanto pelo viés da surpresa, o que é repelido pelo
ordenamento jurídico, ainda mais quando da vigência do Novo CPC, quanto sob a ótica
da supressão de instância, de vez que a matéria não foi agitada para conhecimento,
análise e julgamento no 1º grau de jurisdição. Recurso parcialmente conhecido.
MÉRITO: Verifico que o cerne da demanda cinge-se na análise do direito do autor em
perceber o pagamento da quantia de R$ 66.659,72 (sessenta e seis mil, seiscentos e
cinquenta e nove reais e setenta e dois centavos), referente ao montante não adimplido
pela requerida. Como cediço, faz-se necessário que as partes provem suas próprias
alegações, configurando-se essa atividade um autêntico ônus, ou imperativo do próprio
interesse, conforme determina o art. 373, I e II do Código de Processo Civil (CPC).
Analisando o presente caderno processual, observo que os documentos juntados são
capazes de comprovar a efetiva compra do veículo pela requerida, bem como a dívida
dele contraída e não adimplida, haja vista que, além da requerida não ter comprovado o
pagamento do débito, denota-se a ausência de verossimilhança nas suas alegações
porquanto o acervo documental acostado fora hábil a demonstrar o contrário do alegado

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quanto ao suposto adimplemento. In casu, embora o demandado sustente que parte do
débito fora pago por meio de abatimento referente ao pneu extraviado, em contrapartida,
em depoimento pessoal do seu preposto (sr. Francisco Solismar Lopes de Araújo), este
informa que o extravio de pneus não foi objeto de queixa, tendo aceitado arcar com o
prejuízo. Como se não bastasse, o preposto da requerida alegou, insistentemente, que
todo o débito fora quitado até o recebimento do veículo (05/05/2010 ¿ conforme
documento à fl. 22), no entanto, a própria nota fiscal do equipamento,
incontroversamente dado como parcela do pagamento, data como emitida somente de
14/05/2016 (fl. 57) ¿ não tendo a requerida sequer comprovado a data da compra.
Ainda, embora alegue despesas relativas a encargos administrativos, tributos e frete,
não restou demonstrada a comprovação de que estas despesas seriam abatidas do
saldo devedor. Nesse sentido, das provas testemunhais que foram perfeitamente
valoradas pelo Juízo a quo, percebe-se que o preposto da requerida, por ocasião de seu
depoimento pessoal, não soube sequer precisar o numerário pago em pecúnia. Além
disso, o preposto da promovente afirmou em Juízo desconhecer compras no cartão
BNDES pelo promovido em favor da autora ressaltando apenas a compra da máquina
de lavar peças. As testemunhas, a seu turno, não souberam precisar detalhes dos
negócios entre as partes, mormente os valores. Destarte, entendo acertado o
entendimento adotado pelo magistrado de primeiro grau, devendo este deve ser
mantido. Recurso PARCIALMENTE CONHECIDO E, NA EXTENSÃO CONHECIDA,
DESPROVIDO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes acorda a 2ª Câmara de
Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, em conhecer parcialmente do
recurso apelatório nº 0903938-16.2012.8.06.0001 para, na extensão conhecida, negar-
lhe provimento, nos termos do voto proferido pelo Excelentíssimo Desembargador
Relator. Fortaleza, data indicada no sistema. DESEMBARGADOR EVERARDO
LUCENA SEGUNDO Relator (assinado digitalmente)

(Apelação Cível - 0903938-16.2012.8.06.0001, Rel.


Desembargador(a) EVERARDO LUCENA SEGUNDO, 2ª Câmara Direito Privado, data
do julgamento: 22/11/2023, data da publicação: 22/11/2023)

DO DIREITO
Conforme se depreende dos fatos acima narrados, se faz necessário interpor os
presentes embargos, considerando a omissão da sentença retro mencionada, conforme
artigo 1.022, inciso II, do Nosso CPC, que abaixo colacionamos:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - Esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - Suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício
ou a requerimento;

III - corrigir erro material.


O recurso é tempestivo, conforme o artigo 1.023 do cpc, não se fazendo necessário o
recolhimento de preparo.
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DOS PEDIDOS
1 - Receba e acolha os presentes embargos, a fim de que se supra a omissão, qual seja,
a omissão acerca do pedido de gratuidade da justiça e da falta de comprovação de
pagamento-recibo, como também a contradição a respeito da legitimidade ativa e
legitimidade do reconhecimento de firma via cartório.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Fortaleza 5 de novembro de 2024

Francivaldo Costa Pereira


Advogado- OAB-CE 15240.

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