EMBARGOS DE DECLARAÇÃO-LR
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Autos nº 0193244-82.2019.8.06.0001
DA CONTRADIÇÃO
O proprietário sem posse a qualquer título não tem legitimidade para ajuizar, com
fundamento no direito de propriedade, embargos de terceiro contra decisão transitada
em julgado proferida em ação de reintegração de posse, da qual não participou, e na
qual sequer foi aventada discussão em torno da titularidade do domínio. A partir de uma
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Fortaleza/CE.
ADVOCACIA COSTA
exegese literal do art. 1.046, § 1º, do CPC, extrai-se que apenas o senhor (proprietário)
e possuidor, ou apenas o possuidor, podem lançar mão dos embargos de terceiro, pois o
ato judicial de constrição ou apreensão há de configurar, de algum modo, turbação ou
esbulho da posse do autor. Na hipótese, os embargos de terceiro foram utilizados contra
decisão judicial proferida no curso de demanda, transitada em julgado, em que terceiros
disputaram a posse de área de terra que, segundo o autor, seria de sua propriedade.
Percebe-se que o embargante, na via estreita da presente demanda incidental, não
buscou apartar bem que não deveria ser objeto de constrição/apreensão pelo juízo no
curso de outro processo, mas tornar mais complexa a discussão material inicialmente
travada, alegando que o domínio e, consequentemente, a posse do imóvel, não seria
nem do autor nem do réu, mas seus, por força do direito de propriedade. Ora, na
demanda originária, em que agora se está em sede executiva, sequer foi aventada
discussão em torno da titularidade do domínio. Ademais, o propósito dos embargos é a
liberação do bem que foi objeto de equivocada constrição judicial, e não fazer frente, no
curso de execução, ao ato judicial que determinou, com base em decisão transitada em
julgado, a reintegração do bem objeto da discussão à parte vitoriosa na demanda, sem
sequer poder ser afirmada a existência de melhor posse em relação ao exequente.
Recorde-se que os embargos de terceiro têm cognição limitada a uma eventual melhor
posse exercida pelo embargante, ou, na hipótese prevista no art. 1.047 do CPC, ao
exercício do direito real de garantia pelo seu beneficiário, na defesa do bem e do crédito
por ele garantido. Contra aquele que restou reconhecido o direito à reintegração na
demanda pregressa, poderá o ora recorrente, com supedâneo no seu domínio, lançar
mão da ação petitória adequada. REsp 1.417.620-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 2/12/2014, DJe 11/12/2014.
É valido afirmar que a Recorrente reiterou o pedido de
pronunciamento do Juízo a quo sobre questão veiculada na Inicial e nesses embargos,
nos seguintes termos:
CONTRADIÇÃO
OMISSÃO - RECIBO
A despeito da Justiça aplicada ao caso, porém, o decisum NÃO deve
ser mantido, pois NÃO há nos autos e foi amplamente requerido que houvesse a
comprovação do suposto pagamento, primeiro por que os veículos NÃO estavam à
venda, segundo NÃO temos qualquer recibo de pagamento dos veículos “PROVA DE
PAGAMENTO DEVIDAMENTE RECIBADOS E/OU TRANSFERENCIA PARA CONTA
DE QUEM? QUEM PAGOU? QUANTO PAGOU? QUEM RECEBEU?”
DO DIREITO
Conforme se depreende dos fatos acima narrados, se faz necessário interpor os
presentes embargos, considerando a omissão da sentença retro mencionada, conforme
artigo 1.022, inciso II, do Nosso CPC, que abaixo colacionamos:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - Esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - Suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício
ou a requerimento;
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Fortaleza 5 de novembro de 2024