(arts. 1º a 32 da CIDH-OAS)
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1º a 32 da CIDH-OAS)
Introdução
Sendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos a pedra fundamental para a construção do sistema de direitos
humanos das Nações Unidas, constitui-se no ponto de referência para todos os outros tratados e convenções
internacionais que a sucederam.
Houve necessidade, portanto, de elaborar tratados internacionais específicos para dar juridicidade à proteção dos
direitos consignados Declaração Universal. Ocorreu, portanto, o fenômeno da transnacionalização dos direitos
humanos, com a multiplicação de tratados e convenções que conferiram a tutela assecuratória desses direitos.
Quando a Comissão de Direitos Humanos da ONU tomou as primeiras iniciativas, a partir de 1949, para estabelecer
esses tratados, encontrou sérias dificuldades, em virtude tanto dos conflitos da polarização entre os dois grandes
blocos (capitalista e socialista), os conflitos oriente-ocidente e outras fissuras ideológicas que tornavam complicado
tratar de temas com forte conteúdo ideológico como é o dos Direitos Humanos. No cerne dessa questão, está a
diversidade jurídica dos direitos humanos de natureza política e civil (direitos de primeira dimensão) e os direitos
sociais, econômicos e culturais (direitos de segunda dimensão).
Isso porque a proibição de tortura ou tratamento degradante pode ser efetivada por decreto ou ato legislativo. Já o
direito universal à educação, consagrado no artigo 26 da Declaração Universal, deve ser alcançado não só por atos
legislativos mas depende de ações positivas e econômicas por parte do Estado. Essa divergência suscitou a
necessidade de unificação desses direitos.
A Comissão de Direitos Humanos da ONU decidiu, inicialmente, elaborar duas Convenções distintas, que são o Pacto
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (Pacto Civil) e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais (Pacto Social). A unidade desses instrumentos é simbolizada na adoção simultânea de ambos os pactos
em 19/12/1966, e sua entrada em vigor, também simultaneamente em 1976, após a ratificação pelo 35º Estado
membro. O Brasil adotou ambos os pactos em 24/1/1992, por meio dos Decretos Presidenciais 591 e 592,
respectivamente, ambos de 6/6/1992.
Além desses, outros inúmeros tratados foram sendo firmados, seja de caráter universal, seja de feição regional. Os
principais, que serão estudados em capítulos específicos, conforme as exigências de cada edital, são:
Convenção Americana sobre direitos humanos ou Pacto de San José da Costa Rica
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O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos deu início aso seus propósitos na Conferência
Interamericana sobre Problemas de Guerra e da Paz, realizada em 1945. Após isto, várias Conferências foram
realizadas para a exposição da matéria e, em Bogotá (1948), foram aprovados dois importantes instrumentos
jurídicos: a Carta da OEA e a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem.
No entanto, com características de declaração , a DADDH não criou obrigações contratuais jurídicas e carecia de
caráter de direito positivo substantivo, para que sua aplicação pudesse ser juridicamente exigível . Desse modo,
devido à ausência de um órgão encarregado da promoção e proteção dos direitos humanos, a Conferência
Especializada em Direitos Humanos, realizada em San José da Costa Rica (1969), aprovou a Convenção Americana
sobre Direitos Humanos, que estabeleceu dois Órgãos para assegurar o cumprimento efetivo de suas próprias
diretrizes: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos,
estudadas no capítulo do Sistema Interamericano de Direitos Humanos.
Muito resumidamente, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos possui duplo tratamento normativo:
combina poderes auferidos pela Convenção Americana e pela Carta da OEA, podendo iniciar estudos geográficos,
elaborar relatórios apontando violações aos direitos humanos e consequente violação da obrigação de respeitá-los,
responsabilizando os Estados partes da OEA, e inclusive encaminhar denúncias à Assembléia Geral e até à Corte
Interamericana.
A comissão tem ainda poderes para investigar todas as comunicações sobre violações, conforme garantem os arts. 44
e 45 da Convenção Americana, pode processar petições individuais e interestatais contendo alegações de violação
dos direitos humanos.
Bem, o Pacto de San José da Costa Rica, como é mais conhecida a Convenção Americana dos Direitos Humanos,
promulgada em 1969, introduz em seu conteúdo as disposições da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
Homem (1948) e o catálogo dos direitos civis e políticos assegurados no Pacto de Direitos Civis e Políticos (1966).
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Mas Jean, e os direitos sociais, culturais e econômicos? A Convenção não os definiu ou especificou, não obstante
tenha previsto a necessidade e mesmo a obrigatoriedade de sua implementação. Faz referência a esses direitos nos
considerandos de seu preâmbulo, bem como no artigo 26 e no artigo 42. Os direitos sociais propriamente ditos vão
estar especificados em um Protocolo Adicional à Convenção, denominado Protocolo de San Salvador. Vamos
começar dando uma olhada nesses dispositivos da Convenção Americana:
Preâmbulo
Os Estados Americanos signatários da presente Convenção,
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições democráticas,
um regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos direitos humanos essenciais;
Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não derivam do fato de ser ela nacional de
determinado Estado, mas sim do fato de Ter como fundamento os atributos da pessoa humana, razão por que
justificam uma proteção internacional, de natureza convencional, coadjuvante ou complementar da que
oferece o direito interno dos Estados Americanos.
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da Organização dos Estados Americanos, na
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos Direitos do Homem, e
que foram reafirmados e desenvolvidos em outros instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial
como regional.
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, só pode ser realizado o ideal do
ser humano livre, isento do temor e da miséria, se forem criadas condições que permitam a cada pessoa
gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos; e
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a
incorporação à própria Carta da Organização de normas mais amplas sobre os direitos econômicos, sociais
e educacionais e resolveu que uma Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos determinasse a
estrutura, competência e processo dos órgãos encarregados dessa matéria;
Artigo 26: Desenvolvimento progressivo - Os Estados partes comprometem-se a adotar as providências,
tanto no âmbito interno, como mediante cooperação internacional, especialmente econômica e técnica, a fim
de conseguir progressivamente a plena efetividade dos direitos que decorrem das normas econômicas,
sociais e sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados Americanos,
reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por via legislativa ou por
outros meios apropriados.
Artigo 42: Os Estados partes devem submeter à Comissão cópia dos relatórios e estudos que, em seus
respectivos campos, submetem anualmente às Comissões Executivas do Conselho Interamericano Econômico
e Social e do Conselho Interamericano de Educação, Ciência e Cultura, a fim de que aquela zele para que se
promovam os direitos decorrentes das normas econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura,
constantes da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
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Portanto, com seus 82 artigos, a Convenção Americana (Pacto de San José) é a mais abrangente e garante
principalmente, dentre outros, o direito à vida, à integridade social, à liberdade da pessoa, ao processo judicial justo,
à privacidade, a um nome, à nacionalidade, à participação em tomada de decisão estatal, à igualdade e à proteção
legal (os chamados direitos de primeira geração ou dimensão). Além disso, pugnou pela abolição completa do
trabalho escravo e assegurou a liberdade de consciência, de religião, de pensamentos e de expressão, bem como a
liberdade de associação.
Foi pactuada por 25 dos 35 Estados membros da OEA, destacando-se que apenas países latino americanos aderiram
ao Pacto. Estados Unidos e Canadá não manifestaram adesão. O Brasil aderiu à Convenção em 1992, por meio do
Decreto Presidencial 678/1992, 14 anos após a entrada em vigor, em 1978.
Foi complementada por dois Protocolos Adicionais: um sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais (Protocolo de San Salvador), de 1988 e outro sobre a Abolição da Pena de Morte, de 1990.
Falaremos deles mais ao final deste Capítulo.
A Parte I da Convenção estabelece um catálogo de deveres e direitos a serem observados pelos Estados partícipes.
Vamos estudá-los, aproveitando para fazer algumas considerações, todas importantes para a sua prova:
PARTE I DEVERES
DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
Capítulo I ENUMERAÇÃO DOS DEVERES
Artigo 1º Obrigação de respeitar os direitos
1. Os Estados partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos
e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação
alguma, por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza,
origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.
Cuidado! Não é todo cidadão ou todo nacional, é toda pessoa, todo ser humano.
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Importante: a Convenção faz uma ressalva no sentido de observância das disposições constitucionais do Estado
membro, ao tempo em que estimula a adequação do arcabouço legislativo dos Estados às disposições da
Convenção.
2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais
graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em conformidade com a lei que
estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação
a delitos aos quais não se aplique atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos, nem a delitos comuns conexos
com delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpetração do delito, for menor de
dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os quais
podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver
pendente de decisão ante a autoridade competente.
Veja que interessante: o direito à vida é assegurado desde a concepção, e não desde o nascimento. Já a pena de
morte não é proibida pela convenção, mas condicionada. Nesse sentido, há limitações de cunho material (delitos
mais graves), processual (sentença final de tribunal competente), temporal ou consumativa (não se estende a
novos delitos), motivacional (crimes políticos e crimes comuns conexos com crimes políticos não se sujeitam)
e subjetiva (menores de 18 anos ou maiores de 70 ou grávidas não podem sofrer a pena capital).
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4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e ser
submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas não condenadas.
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal
especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos
condenados.
O artigo 5º refere-se ao respeito devido à integridade pessoal e à dignidade humana. Interessante notar que o artigo
5º, XLV, da nossa Constituição repete o disposto no art. 5º.3 da Convenção, com a ressalva de que a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, podem ser estendidas aos sucessores do
condenado e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido:
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite
do valor do patrimônio transferido;
Já o parágrafo 4 do artigo 5º estabelece a separação entre presos preventivos ou provisórios e aqueles condenados
definitivamente.
O parágrafo 5 estabelece a necessidade de segregação dos menores de idade dos adultos, ainda que aqueles tenham
sido criminalmente processados, e o julgamento por tribunal especializado.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em que se prescreve,
para certos delitos, pena privativa de liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição não pode
ser interpretada no sentido de proibir o cumprimento da dita pena, imposta por um juiz ou tribunal
competente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade, nem a capacidade
física e intelectual do recluso.
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O artigo 6º.2, portanto, admite a pena de trabalhos forçados, proibida pela nossa Constituição Federal, em seu
artigo 5º, XLVII, “c”.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições previamente fixadas
pelas Constituições políticas dos Estados partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da detenção e notificada, sem demora, da
acusação ou das acusações formuladas contra ela.
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra
autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de
ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a
garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este
decida, sem demora, sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a
detenção forem ilegais. Nos Estados partes cujas leis prevejam que toda pessoa que se vir ameaçada de ser
privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida
sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser
interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária
competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
O art. 7º.5 tem sido objeto de violações reiteradas pelos Estados membros, a exemplo do Caso TIBI vs Equador,
sentença proferida em 7/9/2004, Caso Acosta Calderón vs. Equador, sentença proferida em 24/06/2005; Caso López
Álvarez vs. Honduras, sentença proferida em 01/02/2006; Caso Palamara Iribarne vs. Chile, sentença proferida em
22/11/2005), tendo em vista a jurisprudência da Corte Interamericana de que a apresentação imediata ao juiz “é
essencial para a proteção do direito à liberdade pessoal e para outorgar proteção a outros direitos, como a vida e a
integridade pessoal”, advertindo que “o simples conhecimento por parte de um juiz de que uma pessoa está detida
não satisfaz essa garantia, já que o detido deve comparecer pessoalmente e apresentar sua declaração ante o juiz ou
autoridade competente".
O artigo 7º.7 foi tomado como base pelo Supremo Tribunal Federal para revogar dispositivos legais que autorizavam
a prisão do depositário infiel. Atribuindo caráter supralegal aos Tratados Internacionais de Direitos Humanos, o STF
considerou que o Pacto de San José da Costa Rica prevalece sobre a legislação ordinária nacional, não obstante
sujeite-se, ainda, às normas da Constituição da República.
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Continua vigente, entretanto, o artigo 5º, LXVII, da CF, segundo o qual não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. Isso
porque o Tratado não tem força constitucional, mas poderia tê-la, caso fosse incorporado ao ordenamento nacional
pelo mesmo quórum de aprovação das Emendas à Constituição (art. 5º, § 3º, CF).
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente
comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes
garantias mínimas:
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por um tradutor ou intérprete, caso não compreenda ou
não fale a língua do juízo ou tribunal;
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa;
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e de
comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor;
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não,
segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do prazo
estabelecido pela lei;
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e de obter o comparecimento, como
testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos;
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada; e
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.
4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos
mesmos fatos.
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses da justiça.
O artigo 8º versa sobre o Princípio do Juiz Natural, o da proibição de tribunal de exceção, e da presunção de
inocência.
Os artigos seguintes, do 9º ao 25, cuidam dos demais direitos individuais e coletivos, assegurados inclusive pela
nossa Constituição Federal, ainda no campo dos direitos civis e políticos (de primeira geração ou dimensão):
Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade
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Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no momento em que foram cometidos, não
constituam delito, de acordo com o direito aplicável. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a
aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de
pena mais leve, o delinquente deverá dela beneficiar-se.
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6. A lei pode submeter os espetáculos a censura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o acesso a eles,
para proteção moral da infância e da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2.
7. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou
religioso que constitua incitamento à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência.
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5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora do casamento, como aos nascidos dentro
do casamento.
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7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em caso de perseguição por
delitos políticos ou comuns conexos com delitos políticos, de acordo com a legislação de cada Estado e com as
Convenções internacionais.
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a outro país, seja ou não de origem, onde seu
direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco de violação em virtude de sua raça, nacionalidade,
religião, condição social ou de suas opiniões políticas.
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
A partir do artigo 27, adentramos no Capítulo IV, que versa sobre as condições e circunstâncias em que poderá
ocorrer a suspensão das garantias, bem como versa sobre a interpretação e aplicação dos dispositivos da
Convenção.
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Destaque para as situações em que o Estado membro que aderiu à Convenção Americana pode eximir-se de sua
responsabilidade internacional pela suspensão temporária das obrigações e garantias asseguradas pela Convenção:
Hipóteses de suspensão
Limitações a essa Suspensão
de garantias (art. 27)
I) Não podem contrariar as demais obrigações do Direito Internacional
I) Guerra II) Não podem encerrar discriminação fundada em raça, cor, sexo, idioma ou origem
II) Perigo Público social
III) Emergência que III) Não autoriza suspensão dos direitos à personalidade jurídica, à vida, à integridade
ameace a independência pessoal, proibição da escravidão ou servidão, legalidade e irretroatividade, liberdade
ou segurança do Estado de consciência e credo, proteção da família, direito ao nome, direitos da criança,
nacionalidade e direitos políticos, ou das garantias para proteção desses direitos
Capítulo IV
Suspensão de Garantias, Interpretação e Aplicação
Artigo 27 – Suspensão de garantias
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que ameace a independência ou segurança
do Estado-parte, este poderá adotar as disposições que, na medida e pelo tempo estritamente limitados às
exigências da situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais
disposições não sejam incompatíveis com as demais obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não
encerrem discriminação alguma fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem social.
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos determinados nos seguintes artigos: 3º
(direito ao reconhecimento da personalidade jurídica), 4º (direito à vida), 5º (direito à integridade pessoal), 6º
(proibição da escravidão e da servidão), 9º (princípio da legalidade e da retroatividade), 12 (liberdade de
consciência e religião), 17 (proteção da família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito à
nacionalidade) e 23 (direitos políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção de tais direitos.
3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso do direito de suspensão deverá comunicar
imediatamente aos outros Estados-partes na presente Convenção, por intermédio do Secretário Geral da
Organização dos Estados Americanos, as disposições cuja aplicação haja suspendido, os motivos
determinantes da suspensão e a data em que haja dado por determinada tal suspensão.
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3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem constituir entre eles uma federação ou outro tipo de
associação, diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respectivo contenha as disposições
necessárias para que continuem sendo efetivas no novo Estado, assim organizado, as normas da presente
Convenção.
Capítulo V
Deveres das Pessoas
Artigo 32 – Correlação entre deveres e direitos
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade e a humanidade.
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos demais, pela segurança de todos e pelas justas
exigências do bem comum, em uma sociedade democrática.
A Parte II da Convenção trata do Sistema Interamericano de proteção dos Direitos Humanos, o que inclui as
disposições sobre o funcionamento, a composição e o processo da Comissão Interamericana e da Corte
Interamericana de Direitos Humanos.
Essas instituições são estudadas em detalhe no Capítulo relativo ao Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos
Humanos. Adicionalmente aos artigos seguintes da Convenção Americana, é importante que você leia também o
Regulamento e o Estatuto da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Regulamento da Corte
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Interamericana de Direitos Humanos, cujos dispositivos reproduzem, em grande medida, o disposto aqui na
Convenção Americana, e acrescentam mais alguns detalhes, o que acaba facilitando o seu estudo e fixação do
conteúdo.
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