B-UFCD 10379 Intervenção Socioeducativa
B-UFCD 10379 Intervenção Socioeducativa
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Socioeducativa
•A partir da 2ª Guerra
Mundial e até ao final da
década de sessenta, a
responsabilidade do
insucesso escolar esteve
imputada ao aluno.
Cada discente apresentava um
A teoria em causa explicava o
conjunto de “aptidões”, inatas e
rendimento escolar por “dons”
naturais, que influenciavam o
pessoais e naturais do próprio
ritmo da sua aprendizagem.
aluno, ou seja, era a inteligência
de cada um que ditava o sucesso
Um baixo nível intelectual
expresso no Q.I. influenciava
na escola.
negativamente o seu
aproveitamento escolar.
A Teoria dos Dons
argumenta-se então que a inteligência da criança é hereditária e que os fatores
argumenta que:
genéticos têm uma importância fundamental para se compreender a diferença
entre classes sociais;
O fracasso escolar das crianças é atribuído aos seus genes e não ao contexto,
conteúdo e metodologia pedagógica;
desinteresse
Falta de
Má participação Falta de
alimentação e de Limitações
confiança cuidados de
congénitas e
saúde e higiene
mentais
(dentes, olhos)
Fraca Ansiedade
assiduidade durante a
escolar avaliação
Outra situação que também pode influenciar a aprendizagem diz respeito às
relações interpessoais que o aluno estabelece.
Os alunos das classes sociais baixas, que acedem ao patamar do sucesso, legitimado
pela escola apenas para os alunos das classes ditas socialmente privilegiadas, é
explicado por uma árdua aculturação escolar que pressupõe, em muitos casos, o
enfraquecimento dos laços com o meio social de origem.
As distintas formas de linguagem são condicionantes responsáveis pela
maior
ou menor dificuldade das crianças em adquirir competências/conhecimentos
que lhes possibilite o
sucesso escolar e profissional.
Assim, a criança desfavorecida ou com
handicap sociocultural e linguístico é Se a escola não tiver em
aquela:
consideração e respeitar as suas
que advém de um meio diferente e ideias, opiniões e vivências, então
que ao entrar na educação formal é
a criança deixa de se sentir à
confrontada com a linguagem escolar,
vontade no universo escolar,
diferente da que é usada no meio
parecendo-lhe este,
(habitacional ou familiar) onde até à
altura, esteve imersa. inevitavelmente, como estranho.
A uma dimensão cultural, Martins (1991) acrescenta que a origem
económica das famílias dos alunos e o nível escolar das mesmas constituem
causas dominantes de insucesso escolar.
Nas famílias em que a cultura (o saber) não é valorizada, não são estabelecidas as condições
ideais para um bom desempenho escolar dos alunos, já que o económico é mais relevante que o
social.
Porém, as famílias que valorizam a cultura (saber escolar) promovem condições que facilitam aos
seus educandos melhores resultados escolares, independentemente do estatuto económico familiar.
As expectativas das famílias quanto ao nível socioeconómico associado à
futura profissão dos filhos tem, igualmente um peso relevante:
Desentendimento conjugais;
Ciúmes;
Agressividade e infantilidade
A incapacidade e a não
compreensão das mensagens por já que este poderá desenvolver
parte dos alunos vão, desta forma, comportamentos específicos negativos
criar barreiras à aprendizagem e
conduzir os alunos ao insucesso. interiorizando o fracasso, condicionando
o bom aproveitamento escola
O insucesso escolar encontra-se também relacionado com a utilização do
método tradicional de ensino. Segundo Avanzini (s.d.), este método não tem
em consideração a realidade específica de cada criança.