Fenômeno Do Desemprego No Atual Mundo Globalizado

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O fenômeno do desemprego no atual

mundo globalizado

Psic. Profa. Msc. Ana Augusta de Souza Moreira


Evolução das concepções de trabalho
 Na Antiga Grécia, a atividade humana valorizada era o ócio;
 Atividade exercida pelos cidadão livres;
 o trabalho era a atividade dos homens não-livres que tinham a função
de produzir a existência material.
 A palavra Trabalho originou-se de Trabicula,
Tripalium, termos latinos associados à tortura.
Evolução das concepções de trabalho
 Exaltação do trabalho: uma construção secular
 No feudalismo, a riqueza era calcada na terra, os artesãos viviam de
produzir seus produtos e das trocas que faziam com outros artesãos.
 Com desenvolvimento do comércio, existe uma transposição para o
dinheiro;
 A produtividade dos ex-camponeses era imperiosa para a acumulação
do capital, que vinham para as cidades sem ter o que oferecer a não
ser a força de seus braços.
 O homem deixa a escravidão, passa a ser um artesão, mas a Revolução
Industrial o captura para as fábricas.
 É esta condição “livre” e desprovida dos meios de produção do
trabalhador que proporciona a venda da força de trabalho como uma
mercadoria.
Evolução das concepções de trabalho
 A sobrevivência da noção de “livre contrato” do modelo capitalista
precisava de uma elaborada ideologia do trabalho que o valorizasse
em oposição ao ócio.
 O luteranismo criou a noção de vocação, que consistia em um
chamado de Deus para realização de um trabalho secular ou missão.
 A profissão é concebida como um dom divino.
 Tem também a noção de prova. Quanto mais duro se trabalhava,
mais se provava ser merecedor da graça divina.
 O advento do capitalismo gerou ao longo dos séculos, no campo
ideológico, uma valorização moral da condição de trabalhador.
O trabalho passa a ser a via de acesso para o lugar social. O sujeito só
tem o reconhecimento de sua existência, caso produza.
Modificações no Mundo do Trabalho
 Os princípios tayloristas e fordistas implantados neste século
modificaram profundamente a organização do trabalho.

 Década de 80 e início da década de 90 é marcada pela reestruturação


econômica e produtiva, acarretando entre outros efeitos aumento nos
índices de desemprego, assim como ampliação das relações precárias
de trabalho.

 Os setores do mercado formal (indústrias metalúrgicas e bancos), que


haviam contratado em grande número até a década de 80, sofreram
um drástico enxugamento de seus quadros funcionais. Vieram
também as privatizações e terceirização de vários setores.
Modificações no Mundo do Trabalho
 Tais modificações tem gerado a necessidade de um novo modelo de
trabalhador, capaz de lidar com as tecnologias e processos mais
flexibilizados.
 Reforçando assim a idéia de um trabalhador polivalente, participativo
e flexível.
 Flexibilidade significa: ajustamento do traba-
lhador moderno à sua tarefa e às exigências
do mercado, ou seja, às exigências do Capital.
Veicula-se a necessidade de um novo tipo de
trabalhador, mas nada garante que este conse-
guirá um emprego se seguir as regras impos-
tas pelo mercado de trabalho.
Modificações no Mundo do Trabalho
 Pouco se veicula aos trabalhadores sobre a inexistência de vagas de
trabalho, sobre desemprego estrutural provocado pelo avanço
tecnológico e conseqüente substituição da mão de obra por máquinas.

 Forrestier (1997) alerta para o fato dos desempregados, vítima do


desaparecimento de empregos, serem tratados e julgados pelos
mesmos critérios utilizados na época dos empregos abundantes.

 Castel (1998) coloca que o trabalho representa um suporte


privilegiado de inscrição na estrutura social. E Forrestier (1997)
complementa afirmando que “não é o desemprego em si que é
nefasto, mas o sofrimento que ele gera...”
O desemprego: exposição geral do
problema
 Psicologia do Trabalho x saúde do trabalhador

 A Psicologia veiculou suas atividades no campo do trabalho dentro de


uma lógica de adaptação;
 Sua prática entra no campo empresarial quando a idéias tayloristas já
não garantiam a lucratividade, pois existiam recursos humanos a
serem manejados;
 Utilizava o seu saber para buscar o melhor trabalhador, aquele que
produzisse melhor e chegasse aos melhores resultados;
 Ela entra no cenário do mundo do trabalho com um saber
comprometido com a lógica do capital.
O desemprego: exposição geral do
problema
 Capitalismo conseguiu inculcar
em nós a “ideologia do
trabalho”, colocando-o como
uma atividade claramente
moral;
 E por outro lado inculcou a
necessidade de trabalhar para
viver, e para consumir.
O desemprego: uma exposição geral do
problema
Estar desempregado, mesmo sem ter problemas
econômicos, é algo altamente penoso, e os cidadãos que
padecem disso, vivem-no como uma tragédia,
principalmente devido ao paradoxo que é amar algo tão
penoso quanto o trabalho.
O desemprego: exposição geral do
problema
 Com o desenvolvimento tecnológico e o fenômeno da globalização,
milhares de vagas se fecharam e milhares se viram sem emprego.

 Se a locação social se dá pelo trabalho,


deformado sob a forma perversa de em-
prego, como fica a subjetivação daque-
le que encontra-se numa realidade que
impede a inserção social?

 Quais as conseqüências desse fenômeno


mundial?
O desemprego: exposição geral do
problema
 Se nos reportarmos a exaltação do trabalho podemos verificar que
“estar desempregado não é estar com tempo livre para o lazer: os
momentos de tensão, o sentimento de fracasso, de exclusão social, e a
sensação de ser facilmente descartável
afetam profundamente o desempregado.
Em uma sociedade onde a participação na
abundância e os sucesso profissional são
aspectos essenciais para a integração social,
o fato de encontrar-se sem trabalho
constitui sentimento grave de derrota”.
(Carmo, 1992, pág. 13)
Efeitos Psicossociais
 Os estudos sobre o desemprego surgem com a crise econômica dos
anos de 1930.
 Desde então tem se procurado estudar tão fenômeno devido à
magnitude de suas conseqüências, que incluem desde ansiedade,
depressão, desestabilização familiar, suicídio, etc.
 O caráter problemático do desemprego e seus potenciais efeitos
negativos levam a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a
considerá-lo como a “quebra de um direito humano fundamental”.
 A Organização Mundial de Saúde (OMS) está considerando uma
enorme catástrofe epidemiológica para muitas sociedades.
 Embora os efeitos sejam sérios e numerosos, estes têm variado
dependendo de condições sociais, culturais e econômicos.
Efeitos Psicossociais
 Brakke (1933) descobriu que a carência de trabalho produz uma
diminuição da vida social, da coesão familiar e da confiança do
desempregado em si mesmo.
 Para a análise psicossociológica das conseqüências do desemprego ser
adequada e completa deveria ser feita em três níveis.
1. Nível Individual
2. Nível Familiar
3. Nível Social
Efeitos Psicossociais
 Nível Individual: A conseqüência mais estudada é o desgaste
psicológico. O forte impacto torna o indivíduo mais instável
emocionalmente trazendo efeitos como infelicidade, os problemas
familiares, perda dos amigos, e de relacionamentos em geral o que
incrementa a solidão, o alcoolismo e outros vícios, o que dificulta
ainda mais a possibilidade de encontrar tra-
balho.
 A causa das conseqüências psicológi-
cas do desemprego é mais psicosso-
ciológicas do que simplesmente eco-
nômicas sendo atribuída a problemas de identidade e à perda de
auto-estima, estando associadas às funções que o trabalho tem
atualmente.
Efeitos Psicossociais
 Por outro lado, à medida que se prolonga o tempo de desemprego,
aumentam mais os sentimentos de indefesa, de impotência e de baixa
auto-estima, criando um círculo vicioso. À medida que aumenta o
período desemprego, diminuem mais as expectativas de encontrar
trabalho.
 Os efeitos negativos do desemprego são modulados por uma série de
variáveis, entre as quais destacaremos as quatro seguintes:
1. Apoio social
2. Autoestima
3. Pressão econômica
4. Significado do trabalho
Efeitos Psicossociais
 Apoio Social: o impacto do desemprego sobre a saúde física e a
depressão é menor naquelas pessoas que percebem que tem algum
tipo de apoio.
 Autoestima: as pessoas com menor auto-estima sentem-se mais
impotentes e procuram com pouca intensidade, um novo emprego.

 Pressão Econômica: jovens nessa situação terão menos bem-estar


psicológico quanto pior for a situação financeira de suas famílias.
Quando isso não ocorre, aproveitam para dar início a novos projetos.

 Significado do Trabalho: quanto maior for a importância dada ao


trabalho, mais negativas serão as conseqüências do desemprego.
Efeitos Psicossociais
 Nível Familiar: as conseqüências do desemprego também irão
depender do contexto em que este está inserido. Nesse sentido a
família tem papel importante. Quanto maior a coesão, quanto mais
integrado, maior será o apoio proporcionado.

 O desemprego influi na família de três formas:


 Mudanças econômicas;
 Mudanças nas relações sociais;
 Mudanças de diversos tipos

 Perda de emprego para o homem pode fazer com que as esposas


tenham sintomas de depressão e ansiedade.
Efeitos Psicossociais
 Sobre os filhos: o aumento de maus tratos por parte dos pais, uso de
drogas, alterações comportamentais, inclusive tentativas de suicídio.
Tudo irá depender de como os pais reagem a situação de desemprego.

 Nível Social:
 Era esperado que os desempregado se organizassem e se mobilizasse
para melhorar a situação. Estranhamente, trata-se de um grupo social
com pouca iniciativa mobilizadora.
 Estudos existentes mostram uma apatia maior que a média dos
cidadãos.

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