Poder Executivo

Ministério da Educação
Universidade Federal do Amazonas
Departamento de Física

Movimentos da Terra e suas

2018/2
 Universo 1ª Prova Parcial (2015/2 Férias)
1) (2,0 pontos) Descreva os modelos ptolomaico e copernicano e mostre que o
movimento em forma de “laço” que Marte descreve ao longo do ano é facilmente
explicado pelo modelo copernicano.
Solução:
O modelo ptolomaico é um aperfeiçoamento do modelo aristotélico. Nele, a Terra
permanecia imóvel no centro do universo (modelo geocêntrico) enquanto que Lua, Sol e os
cincos errantes (planetas) conhecidos à época (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno)
por serem visíveis a olho nu, se movimentavam com velocidade constante em órbitas
circulares. O problema de explicar a órbita em forma de “laço” que Marte descreve ao longo
do ano, parecendo realizar um movimento retrógrado em relação às estrelas fixas para
depois voltar ao movimento normal para frente, foi conseguido com o artifício de colocar o
planeta girando num círculo chamado epiciclo cujo centro descrevia uma órbita circular
uniforme, denominada de deferente (o “transportador”), com a Terra imóvel no centro.
Assim, à medida que o centro do epiciclo se movia ao longo do deferente, Marte traçava
também um círculo menor, o epiciclo que, visto da Terra fazia o planeta ter um movimento
retrógado em relação ao movimento para frente em relação às estrelas fixas.
 Já o modelo copernicano, coloca o Sol como o centro do universo (modelo
heliocêntrico), com a Terra e os planetas descrevendo órbitas circulares em torno do
Sol. O dia e a noite é resultado da rotação da Terra em torno de seu eixo e a inclusão
da Terra na lista dos planetas só foi possível a partir da aceitação do modelo
heliocêntrico. O modelo copernicano coloca os planetas visíveis a olho nu mais a
Terra na sequência correta a partir do Sol, ou seja, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte,
Júpiter e Saturno. Assim, como a Terra está mais próxima do Sol do que Marte, sua
velocidade de revolução em torno do Sol é maior que a de Marte. Dessa forma, a
Terra em sua revolução em torno do Sol ultrapassa Marte fazendo com que Marte,
visto a partir da Terra, pareça realizar um movimento retrógrado em relação às
estrelas fixas para depois voltar ao movimento normal para frente.
2) (1,0 ponto) Escreva V se a afirmativa for verdadeira ou F se for falsa.
a) Os pitagóricos foram os primeiros a produzir uma teoria astronômica
na qual uma Terra esférica girava em torno de seu próprio eixo, assim
como se movia em uma órbita. ( )
b) Aristarco (~310-230 a.C.) foi o primeiro a propor um modelo de
universo heliocêntrico indicando que a Terra se move em torno do
Sol. ( )
c) Em qualquer latitude da Terra o círculo diurno de uma estrela
qualquer é sempre perpendicular ao horizonte. ( )
d) O movimento de revolução (translação) da Terra é responsável pelo
fato de que as constelações que vemos no inverno são diferentes
daquelas que vemos no verão. ( )
2) (1,0 ponto) Escreva V se a afirmativa for verdadeira ou F se for falsa.
a) Os pitagóricos foram os primeiros a produzir uma teoria astronômica
na qual uma Terra esférica girava em torno de seu próprio eixo, assim
como se movia em uma órbita. (V)
b) Aristarco (~310-230 a.C.) foi o primeiro a propor um modelo de
universo heliocêntrico indicando que a Terra se move em torno do
Sol. (V)
c) Em qualquer latitude da Terra o círculo diurno de uma estrela
qualquer é sempre perpendicular ao horizonte. (F)
d) O movimento de revolução (translação) da Terra é responsável pelo
fato de que as constelações que vemos no inverno são diferentes
daquelas que vemos no verão. (V)
 3) (2,0 pontos) Em certo lugar do hemisfério sul, os círculos diurnos das estrelas fazem um
ângulo de com o horizonte. (a) Qual a latitude do lugar? (b) Qual o polo elevado (norte ou
sul) e qual a sua altura (elevação acima do horizonte)? Explique suas respostas?

(a) Como os círculos diurnos das estrelas são sempre paralelos ao equador celeste, se eles
fazem um ângulo de com o horizonte, então o equador celeste encontra-se inclinado de
em relação ao horizonte (ilustração acima). Logo, o equador celeste faz um ângulo de com
o zênite, e o polo elevado faz um ângulo de com o horizonte. Como a latitude do lugar é
igual à altura do polo elevado (igual ao ângulo que o polo elevado faz com o horizonte),
vemos que neste caso a latitude desse lugar do hemisfério sul é .
(b) Como este lugar fica no hemisfério sul, trata-se do polo sul celeste, a uma altura .
4) (3,0 pontos) Complete as seguintes frases:
(a) O movimento diurno (aparente) da esfera celeste, de , é um reflexo do
movimento de rotação da Terra, que se dá de .
(b) Em certa data do ano a declinação do Sol é , e nos dias seguintes o Sol fica ainda mais
afastado do equador celeste. Nesta situação, podemos dizer que a estação do ano no
hemisfério norte é ______________.
(c) O sistema equatorial universal (ou celeste) e o sistema equatorial local têm uma coordenada
em comum que é . Esta coordenada pode ser comparada, por analogia, com a
no sistema de coordenadas geográficas.
(d) No polo norte geográfico, o polo norte celeste (PNC) coincide com o e o equador
celeste coincide com o . Assim, o céu visível é exatamente o hemisfério norte celeste. Os
círculos horários descritos pelos astros são então ao horizonte. Logo, todas as estrelas com
declinação positiva são . As estrelas com declinação negativa são sempre .
(e) No sistema horizontal de coordenadas celestes, o plano fundamental é o , a abscissa
esférica é e a ordenada esférica é . Para um observador que vive num lugar
situado sobre o equador terrestre, a altura do zênite e a altura dos polos valem,
respectivamente, e .
(f) A Lua se encontra na fase quando culmina ao meio-dia, na fase quando cruza o
meridiano superior à meia noite, na fase quando culmina ao nascer do Sol e na fase
quando nasce quando o Sol faz a passagem meridiana.
4) (3,0 pontos) Complete as seguintes frases:
(a) O movimento diurno (aparente) da esfera celeste, de leste para oeste, é um reflexo do
movimento de rotação da Terra, que se dá de oeste para leste.
(b) Em certa data do ano a declinação do Sol é , e nos dias seguintes o Sol fica ainda mais
afastado do equador celeste. Nesta situação, podemos dizer que a estação do ano no
hemisfério norte é o outono.
(c) O sistema equatorial universal (ou celeste) e o sistema equatorial local têm uma
coordenada em comum que é a declinação. Esta coordenada pode ser comparada, por
analogia, com a latitude no sistema de coordenadas geográficas.
(d) No polo norte geográfico, o polo norte celeste (PNC) coincide com o zênite e o equador
celeste coincide com o horizonte. Assim, o céu visível é exatamente o hemisfério norte
celeste. Os círculos horários descritos pelos astros são então paralelos ao horizonte. Logo,
todas as estrelas com declinação positiva são circumpolares. As estrelas com declinação
negativa são sempre invisíveis.
(e) No sistema horizontal de coordenadas celestes, o plano fundamental é o horizonte, a
abscissa esférica é o azimute e a ordenada esférica é a altura. Para um observador que vive
num lugar situado sobre o equador terrestre, a altura do zênite e a altura dos polos valem,
respectivamente, 90º e 0º.
(f) A Lua se encontra na fase nova quando culmina ao meio-dia, na fase cheia quando cruza
o meridiano superior à meia noite, na fase minguante quando culmina ao nascer do Sol e na
fase crescente quando nasce quando o Sol faz a passagem meridiana.
5) (2,0 pontos) Os eclipses só podem ocorrer durante a Lua Nova ou durante a Lua Cheia. (a)
Por que não ocorrem eclipses nas outras fases da Lua? (b) Que tipo de eclipse (solar ou lunar)
ocorre na Lua Nova? E na Lua Cheia? (c) Por que não ocorrem eclipses todos os meses? (d) O
que aconteceria a cada Lua Nova e a cada Lua Cheia se o plano da órbita lunar coincidisse
exatamente com a eclíptica.
Respostas:
(a) Um eclipse ocorre quando, em dado instante, um astro ficar à sombra de outro. Um
eclipse solar ocorre quando a Lua, na fase Nova, está entre a Terra e o Sol numa situação
em que os três astros estão alinhados, enquanto que um eclipse lunar ocorre quando a
Lua em sua fase Cheia penetra na sombra da Terra, ou seja, quando Sol, Terra e Lua se
encontram alinhados. Nas fases Minguante e Crescente não há alinhamento Terra-Sol-
Lua, de modo que jamais ocorrerá um eclipse nestas fases da Lua.
(b) Como dito anteriormente, quando a Lua, na fase Nova, está entre a Terra e o Sol. Se os
três astros ficarem alinhados teremos o eclipse solar. Já quando a Lua, em sua fase Cheia,
penetra na sombra da Terra, ou seja, quando Sol, Terra e Lua se encontram alinhados,
teremos o eclipse lunar.
(c) Não ocorrem eclipses todos os meses devido ao fato da órbita da Lua ser inclinada em
cerca de 5,2o com relação à eclíptica. Consequentemente, na maioria dos meses a Lua,
nas fases Nova e Cheia, estará situada suficientemente acima ou abaixo da eclíptica de
modo que não consegue ficar alinhada com a Terra e o Sol.
(d) Se o plano da órbita lunar coincidisse exatamente como o plano orbital terrestre (a
eclíptica), teríamos todos os meses um eclipse solar (na Lua Nova) e eclipse lunar (na Lua
Cheia).
21) As pessoas ficam maravilhadas quando observam a Lua Cheia surgir “enorme” próxima do
horizonte. Na realidade, o diâmetro angular da Lua Cheia próxima do zênite é maior que seu
diâmetro angular quando está “nascendo”, próxima do horizonte. Quando a Lua Cheia está
nascendo, sua distância até um observador na superfície da Terra é igual a , onde é o raio da
Terra. Por outro lado, quando está próxima ao zênite durante sua passagem meridiana, sua
distância até um observador na superfície da Terra é igual a . Considerando a órbita da Lua
como circular, esboce um esquema indicando a posição da Lua Cheia nascendo do lado leste
próxima do horizonte e quando está próxima ao zênite e, a partir desse esquema, calcule o
aumento percentual do diâmetro angular da Lua Cheia quando está próxima ao zênite em
relação à sua posição próxima do horizonte.
Solução:
Um esboço do esquema da situação descrita é:
Dada a grande distância entre a Terra e a Lua, temos da figura que os diâmetros
angulares da Lua no zênite e quando está nascendo valem, respectivamente: