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Airton Souza

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Airton Souza
Nascimento 23 de março de 1982
Marabá
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação escritor, historiador, linguista, professor

Airton Souza de Oliveira (Marabá, 23 de março de 1982) é um historiador, linguista, professor, ativista social e escritor brasileiro.

Sua escrita contabiliza mais de 40 livros nos gêneros de poesia, crônica, conto, romance e literatura infantojuvenil.

Vida acadêmica e profissional

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Airton nasceu em 23 de março de 1982 na cidade de Marabá, filho de Maria Barbosa de Souza e Raimundo Gonçalves de Oliveira. Viveu sua infância e juventude no bairro das Laranjeiras, em Marabá.[1] Fez seus estudos fundamentais e médios na década de 1990 nesta cidade, respectivamente na Escola Municipal de Ensino Fundamental Deuzuita Melo de Albuquerque e na Escola Estadual Prof. Acy de Jesus Neves Pereira Barros.[2]

Em 2012 Airton licenciou-se em história pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi), e em letras no ano de 2014 pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Em 2019 tornou-se mestre em letras pela Unifesspa.[3]

Neste ínterim, trabalhou como professor de história na Prefeitura de Marabá entre 2010 e 2014, e como coordenador da Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo de Marabá entre 2014 e 2016; concursou-se como professor de história na Prefeitura Municipal de Itupiranga em 2015, e mantêm vínculo com esta desde então.[4]

Como linguista e ativista social, tornou-se um dos principais organizadores do Sarau da Lua Cheia, do Papo Literário, do Projeto Tocaiúnas e do Projeto Poemando, eventos que realizam oficinas de leituras e escritas literárias, com forte incentivo a escrita de crianças e adolescentes.[5]

Carreira como escritor

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Sua escrita poética iniciou-se aos 14 anos de idade[1] numa tentativa de descrever seu cotidiano,[2] e numa fuga do contexto de pobreza e violência que o cercava.[1] Aos 18 anos teve seu primeiro poema, denominado Sextilha do Nordeste, publicado num periódico de Marabá.[2] Continuou a divulgar sua escrita, participando de festivais e saraus regionais de poesia durante a década de 2000, granjeando reconhecimento principalmente em Marabá.[4]

Sua carreira como escritor porém viria tomar outra dimensão quando ingressou nas faculdades de história e letras. Ali buscou se integrar nos grupos de literatura que o incentivaram a reunir sua escrita em publicações. Este novo período inicia-se pelos livros "Incultações Noturnas", em 2009,[1] e "O cair das horas", publicado em 2011.[6]

A partir de então ganhou reconhecimento nacional por suas obras como o III Prêmio PROEX de Literatura da Universidade Federal do Pará (2012), por sua obra "Canto Solidão";[7] o Prêmio Dalcídio Jurandir de Literatura, em 2013 e 2019, respectivamente pelos livros "Ser não sendo"[8] e "Receita para angustiar o amor no coração da noite",[9] e; o III Prêmio Universidade Federal do Espírito Santo de Literatura (2015), por sua obra "Cortejo & outras begônias".[10] Pelo Concurso Internacional de Literatura da União Brasileira de Escritores (UBE), de 2019, Airton ganhou medalha de ouro pelo livro infanto-juvenil "Quem tem medo de Matinta?". Além destes, diversos outros prêmios e reconhecimentos vieram por suas obras.[3]

Airton é membro da Academia de Letras do Sul e Sudeste Paraense (ALSSP), ocupando a cadeira nº 15, que tem como patrono o poeta Max Martins; Airton foi o primeiro presidente da ALSSP.[3] É membro também da Academia de Letras de Marabá (ALMA), ocupando a cadeira nº 09, que tem como patrono o poeta Aziz Mutran Filho.[3]

Com o livro Outro outono de carne estranha, ganhou o Prêmio Sesc de Literatura em 2023 como o melhor livro do ano na categoria romance. O livro foi publicado pela editora Record, com o título Outono de carne estranha .[11][12]

Acusações de censura

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Souza acusou a organização do Prêmio Sesc de homofobia, censura e boicote na promoção de Outono de Carne Estranha.[13] O romance trata, entre outros temas, da relação homossexual entre dois garimpeiros em Serra Pelada, na década de 1980. Em novembro de 2023, a leitura pública de trechos do livro teria provocado "constrangimentos" entre os organizadores do prêmio. Em janeiro de 2024, Henrique Rodrigues, um dos idealizadores, foi demitido da organização do prêmio.[14] Após a repercussão negativa do caso, a editora Record rompeu a parceria com o Sesc em publicar os vencedores do prêmio. Em março, a organização publicou o edital da edição 2024 do prêmio, com uma série de alterações: a inclusão da categoria "poesia", a publicação dos vencedores pela Editora Senac Rio e a mudança inscrição de "livros destinados ao público adulto" a "livros destinados a todos os públicos"[15]

Se no início a poesia vinha como tentativa de retratar seu cotidiano e realidade numa periferia, Airton considera que no amadurecer de sua carreira como escritor seu ímpeto em escrever vem da necessidade de pôr para fora aquilo que seus antepassados e pessoas humildes de sua redondeza não puderam, pois não tiveram oportunidade de alfabetização ou condições financeiras; classifica como a escrita de um porta voz popular.[16]

As crônicas, poemas e contos, além de obras de literatura infantojuvenil de Airton são:[6]

  • Receita para angustiar o amor no coração da noite (2021);
  • Quem tem medo de Matinta? (2021);
  • A porca de bobes (2021);
  • O fazedor de borboletas (2018);
  • Crisântemos depois da ausência (2018);
  • Pragmatismo das Flores (2017);
  • Cartas de amor e revolução (2016);
  • Cortejo & outras begônias (2016);
  • Quem guarda as chuvas? (2016);
  • Quem Levou o dia? (2016)
  • 100 Poemas & Prosas por Marabá (2016);
  • A aranha Mariana e uma história de amor (2016);
  • Mundico quer ser de ferro (2016)
  • Aurorescer (2016);
  • Olhos Vítreos (2015);
  • Manhã Cerzida (2015);
  • Psicografia (2015);
  • Rota descampada (2015);
  • Marias (2015);
  • Último gole de ontem (2015);
  • Setembrais (2015);
  • Rios (Di)Versos (2015);
  • Face dos Disfarces (2014);
  • Pó é mar (2014);
  • Rios que somos (2014);
  • Amor à mostra (2014);
  • Ser não sendo (2014);
  • À boca da noite (2013);
  • Rua Displicente (2013);
  • Mormaços de Cinzas (2013);
  • Habitação Provisória (2012);
  • Infância Retorcida (2012);
  • O cair das horas (2011);
  • Incultações Noturnas (2009);
  • Canto Solidão;

Referências

  1. a b c d Garcia, Vera Barros Brandão Rodrigues (2015). Transformações em aulas de leitura e de análise linguística: percursos de professoras. Araguaína: Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Letras. p. 96 
  2. a b c «Entrevistas: Airton Souza de Oliveira». CBJE. 2010 
  3. a b c d «Prêmio internacional: Escritor marabaense vence em duas categorias». Correio de Carajás. 5 de novembro de 2019 
  4. a b «Poesofia: Airton Souza». Sagrada Família. PZZ Marabá. Junho de 2016 
  5. «Airton Souza». Cultura Pará. 2016 
  6. a b «Arma Lança Livro do Poeta Airton Souza em Marabá». ARMA. 29 de janeiro de 2015 
  7. «III Prêmio PROEX/UFPA de Literatura: Antologias, Poesias, Crônicas e Contos» (PDF). Belém/PA: Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Pará. 2012 
  8. «Pragmatismo das flores». Folheando. 2018 
  9. «Marabaenses participam da 24ª Feira Pan-Amazônica». Correio de Carajás. 7 de dezembro de 2021 
  10. «Edufes divulga lista do III Prêmio Ufes de Literatura». UFES. 26 de novembro de 2015 
  11. Sesc (24 de maio de 2023). «Edição comemorativa de 20 anos recebeu mais de 1.400 inscrições». Prêmio Sesc de Literatura 
  12. Redação (24 de maio de 2023). «Airton Souza e Bethânia Pires Amaro vencem o Prêmio Sesc de Literatura 2023». PUBLISHNEWS 
  13. Redação (23 de março de 2024). «Paraense vencedor do Prêmio Sesc de Literatura de 2023 acusa boicote da instituição por trechos em seu livro». Jornal O Impacto. Consultado em 1 de abril de 2024 
  14. «Record e Prêmio Sesc de Literatura rompem após acusação de censura a livro». Folha de S.Paulo. 21 de março de 2024. Consultado em 1 de abril de 2024 
  15. PublishNews. «Prêmio Sesc de Literatura divulga edital 2024 sem a participação da Editora Record». PublishNews. Consultado em 1 de abril de 2024 
  16. Cefas Carvalho (15 de agosto de 2020). «Airton Souza: "Talvez eu escreva para dizer o que meus avós e pais não disseram"». Potiguar Notícias 
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