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Euó (tabu)

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Euó (em iorubá: Ewó), quizila (kizila) ou quijila (kijila)[1] são regras de conduta do candomblé e da religião iorubá. São exigidos pelos orixás na feitura de santo e na iniciação em Orumilá, determinando o que um elegum (iniciado no candomblé) não pode comer ou fazer, durante um curto ou longo período da sua vida. Na iniciação em Ifá, as proibições são até a morte, para não cometer os mesmos erros que te levaram à morte na vida passada. As interdições são proclamadas pelo babalorixá ou ialorixá, depois de fazer a leitura no merindilogum logo após os rituais de panã e urupim. Transgredir o euó é interpretado por toda a comunidade como uma afronta aos orixás e passível de punição, que pode variar desde a exigência de uma pequena oferenda de comida ritual até a oferenda de um animal de quatro patas.

Euó é uma palavra iorubá que significa, literalmente, tabus. "Quizila" procede do termo quimbundo kijila, que significa "regra, preceito, mandamento".[2]

Euó universais

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São quizilas comuns a todos os terreiros de candomblé: não comer caranguejo, peixe-de-pele, cajá, jaca, berinjela, alguns tipos de marisco, raia-pintada.

Euó comportamentais

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Deve-se receber qualquer objeto ou alimento com as duas mãos, alimentar-se com a cabeça descoberta, não passar por baixo de arame farpado, não andar nas ruas ou sair da casa de candomblé nos horários de meio-dia, meia-noite ou às 18 horas.

  • Não tomar banho de mar.
  • Não entrar em cemitério.
  • Não dormir com os pés para porta da rua.
  • Não tomar bebida alcoólica.
  • Não usar roupas pretas, roxas e vermelhas.
  • Não comer restos de outro.
  • Não deixar passar a mão na cabeça.
  • Não deixar os sapatos emborcados.
  • Não dormir de barriga pra cima.
  • Não usar roupas rasgadas ou remendadas.
  • Não terminar o que o outro começou.
  • Não atravessar encruzilhadas.
  • Não ficar de costas para o fogo.
  • Não sentar em entrada de casa
  • não ficar de costas para porta ou janela.

Um dos piores euós, abominável por todos do candomblé, é a quebra do carô (juramento feito diante do obi).

Referências

  1. Castro, Yeda Pessoa de (2001). Falares africanos na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras. p. 329 
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 439.
  • José Beniste "Jogo de búzios - Um encontro com o Desconhecido".
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