História Geral da África
Coleção História Geral da África | |
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Enfileirado da edição em português. | |
Autor(es) | Comitê Cientifico Internacional da UNESCO para a Redação da História Geral da África |
Idioma | Várias traduções |
País | União Africana |
Gênero | História, África |
Editora | UNESCO |
Páginas | 7277, os 8 volumes |
Edição brasileira | |
Tradução | MEC, UFSCar e UNESCO |
Editora | Ministério da Educação |
Lançamento | 2010 |
História Geral da África (HGA) é uma coleção de 8 volumes construídos por um longo projeto iniciado pela UNESCO desde 1964 até o presente a pedido dos países da comunidade africana como também de comunidades descendentes de africanos em outros continentes.[1]
Histórico
[editar | editar código-fonte]A Conferência Geral de 1964 da UNESCO, durante a sua 13 ª Sessão, encarregou a Organização para empreender esta iniciativa após os recém independentes Estados Membros africanos expressaram um forte desejo de recuperar sua identidade cultural, para corrigir a ignorância generalizada sobre a história de seu continente, e para se libertar da preconceitos discriminatórios.
Construção da obra
[editar | editar código-fonte]A primeira fase iniciada em 1964 e concluída em 1999, consistiu em escrever e publicar os oito volumes que destacam o patrimônio comum dos povos de África. Nessa primeira fase, a coleção foi traduzida e publicada em diversos idiomas incluindo o português. Uma segunda fase começou em 2009, centra-se na elaboração dos currículos de história e materiais pedagógicos e acadêmicos para currículos de ensino com base dos oito volumes da coleção e também a respeito da promoção do uso e da harmonização do ensino desta coleção em instituições de ensino superior em todo o continente.
Os trabalhos do Comitê Cientifico Internacional para a Redação da História Geral da África também fundamentou parcerias internacionais visando à aplicação destes materiais nas escolas da África e da Diáspora, ou seja, nos continentes com forte descendências de africanos escravizados pelo colonialismo europeu. Foi traduzida para o árabe, francês, espanhol, inglês e outros.[2]
Autores
[editar | editar código-fonte]Os trabalhos foram liderados pelo Comitê Científico Internacional da UNESCO para a Redação da História Geral da África, um colegiado formado por 39 especialistas, dois terços deles africanos, ao todo a realização da coleção contou com mais de 350 especialistas entre historiadores, antropólogos, filósofos e políticos, por exemplo, Joseph Ki-Zerbo, Cheikh Anta Diop,Theophile Obenga, Ali Mazrui, Gamal Mokhtar, Bethwell A. Ogot.
“ | ...obra, que reúne em oito volumes uma história do continente contada a partir da visão africana e sem o eurocentrismo que predomina na historiografia da região. A coleção foi publicada originalmente em inglês e francês, a partir da década de 1980. | ” |
Objetivos
[editar | editar código-fonte]O objetivo do projeto é a reinterpretação adequada e escrita de histórias africanas e demonstrar a contribuição das culturas africanas passadas e presentes para a história da humanidade em geral.
Versão em português
[editar | editar código-fonte]A versão em língua portuguesa foi realizada durante a primeira fase dos trabalhos, e já no início dos anos de 1990, contávamos com uma versão em língua portuguesa editada pela UNESCO em parceria com a editora Ática. Uma revisão, atendendo ao acordo ortográfico foi iniciada em 2007, empreendida pelo Ministério da Educação do Brasil, na gestão do ministro Fernando Haddad, em parceria entre a Representação da UNESCO no Brasil, e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Trecho do texto de apresentação da edição em português:
“ | Esta coleção traz à luz tanto à unidade histórica da África quanto suas relações com outros continentes, sobretudo, as Américas e Caribe. Durante muito tempo, as manifestações de criatividade dos descendentes de africanos nas Américas foram isolados por certos historiadores num agregado heteróclito de africanismos. Desnecessário dizer que tal não é a atitude dos autores desta obra. Aqui a resistência dos escravos deportados para as Américas, a “clandestinidade” politica e cultural, a participação constante e maciça dos descendentes de africanos nas primeiras lutas pela independência, assim como nos movimentos de libertação nacional, são entendidas em sua real significação: foram vigorosas afirmações de identidades que contribuíram para forjar o conceito universal de Humanidade. .[4] | ” |
Em dezembro de 2023, a UNESCO publicou a nova "Coleção História Geral da África: novos volumes IX, X & XI"[5] com o intuito de promover discussões mais amplas sobre a ideia de uma “negritude global”, a partir da diáspora africana e suas dispersões pelo mundo. Intitulado "A África e as suas diásporas no mundo"[6] o volume busca abordar as experiências de africanos e afrodescendentes em escala global e desconstruir a visão imperialista imposta as tais comunidades. A pesquisadora brasileira Vanicléia Silva Santos, referência internacional em estudos africanistas, foi a primeira editora mulher de um livro da coleção, afirma:
"Atualmente, os Estados Unidos definem a agenda e o conceito de diáspora no mundo. Este é realmente um projeto revolucionário, pois quebra com esse pensamento, afinal o Brasil é o local da maior diáspora africana do mundo. Com nossa expertise, conseguimos desvincular a história da diáspora da escravidão. Documentos mostram africanos saindo de Moçambique e sendo embaixadores na China no século 6"[1]
A proposta do volume mais recente é incorporar os processos coloniais ocorridos no continente africano dentro de seus próprios termos e categorias, como forma de preencher uma lacuna considerável de informações sobre a história do continente africano e suas implicações e reverberações dentro e fora de África.
Referências
- ↑ «Brasília». UNESCO. 2 de ago. de 2019. Consultado em 15 de nov. de 2022
- ↑ http://portal.mec.gov.br/?option=com_content&view=article&id=16146
- ↑ http://www.onu.org.br/colecao-historia-geral-da-africa-em-portugues-comemora-um-ano-com-390-mil-downloads/
- ↑ Ki-Zerbo, Joseph (editor). História Geral da África. Vol I. 2 ed. rev. Brasília; UNESCO, 2010. ISBN 9788576521235
- ↑ «Coleção História Geral da África:». UNESCO Office in Brasilia [842], Brazil. Ministry of Education, International Scientific Committee for Volume IX of the General History of Africa. novos volumes IX, X & XI. 2019. Consultado em 19 de março de 2024
- ↑ Silva Santos,, Vanicléia (23 de dezembro de 2023). «História geral da África, X». UNESCO International Committee for the New Volumes of the General History of Africa. África e suas diásporas. X. Consultado em 20 de março de 2024