Naum
Naum נַחוּם, Naḥūm | |
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Nascimento | Elcós (incerteza sobre a localização). |
Ocupação | Profeta da Bíblia; Autor do Livro de Naum. |
Naum ou Nahum (em hebraico: נַחוּם, transl. Naḥūm) é o sétimo dos Profetas Menores a quem se atribui a autoria do livro bíblico que leva seu nome[1][2]. Na Bíblia cristã seu escrito se localiza após o Livro de Miqueias, e antes do Livro de Habacuque.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Naum, cujo nome em hebraico significa "o consolador", é o sétimo dos Profetas Menores[3], a quem se atribui a autoria do Livro de Naum, que conta sobre a destruição de Nínive, capital da Assíria, a cidade que Jonas advertiu. [4]
Este livro é uma "pronúncia contra Nínive", capital do Império Assírio. Para os crentes, o cumprimento histórico daquela pronúncia profética atestaria a autenticidade do livro. O livro teria sido escrito algum tempo depois de a cidade egípcia de Nô-Amom (Tebas) sofrer uma derrota no Século VII a.C. e completado antes da predita destruição de Nínive em 632 a.C.
Teólogos divergem sobre a data em que foi escrito o Livro de Naum, alguns entendem que é pouco posterior ao saque de Tebas em 663 AC.[5], outros entendem que a profecia é pouco anterior à conquista de Nínive em 612 AC.[6]
Na história antiga, como na moderna, as grandes potências se sucedem e lutam na ânsia de dominar o mundo e os homens. Este livro contém a visão da queda de um desses impérios: a Assíria, o leão que enchia a toca de caça (2:13), o opressor de Israel (1:12-13). É um canto do oprimido que sentia que a libertação se aproximava, porque o Império que dominava as nações estava prestes a vir abaixo.
Um salmo inicial mostra Javé como juiz que age na história (1:2-8). Ele é apresentado como o Deus ciumento e vingador, cheio de furor (1:2) e ao mesmo tempo como o Deus bom, o abrigo para os que são perseguidos (1:7). Já nesse salmo, Javé aparece como o Senhor de tudo e de todos, oprimidos e opressores, mas de maneira diferente.
Nas sentenças seguintes (1:9-2:1), dirigidas alternadamente ao oprimido (Judá) e ao opressor (Assíria), Javé também se apresenta alternadamente, como vingador e bom.
A ruína de Nínive, capital da Assíria (2:2-3:19), é descrita de maneira grandiosa e sem meios-termos, não deixando dúvidas sobre quem destrói a capital sanguinária e idólatra: é o próprio Deus (2:13; 3:5).
Naum deixa claro que os grandes poderes do mundo não são eternos. Por mais que dominem e amontoem, por mais que oprimam e humilhem os pequenos, um dia eles ruirão como Nínive. Aliás, desaparecerão da história justamente porque agem dessa maneira. Sobre todos os opressores obstinados pesa o julgamento implacável de Deus, que toma o partido dos oprimidos[7].
É uma obra da época em que a compreensão de Deus estava associada a um nacionalismo violento, compreensão essa que vai ser superada a partir de obras do tempo do Exílio na Babilônia, como os capítulos 40 a 55 do Livro de Isaías, e pela pregação de Jesus relatada nos Evangelhos.
Esse opúsculo alimentou as esperanças humanas de Israel em 612 AC., mas a alegria foi efêmera, pois a ruína de Jerusalém também estava próxima, pela desobediência do povo para com Deus. [6]
Referências
- ↑ Echegary, J. González et ali (2000). A Bíblia e seu contexto. 2 2 ed. São Paulo: Edições Ave Maria. 1133 páginas. ISBN 9788527603478
- ↑ Pearlman, Myer (2006). Através da Bíblia. Livro por Livro 23 ed. São Paulo: Editora Vida. 439 páginas. ISBN 9788573671346
- ↑ Tradução Ecumênica da Bíblia, Ed. Loyola, São Paulo, 1994, p 943
- ↑ Holman Bible Editorial Staff, Holman Concise Bible Dictionary, B&H Publishing Group, USA, 2011, p. 442
- ↑ Tradução Ecumênica da Bíblia, cit., p 944
- ↑ a b Bíblia de Jerusalém, Nova Edição Revista e Ampliada, Ed. de 2002, 3ª Impressão (2004), Ed. Paulus, São Paulo, p 1.249
- ↑ Naum Arquivado em 11 de dezembro de 2009, no Wayback Machine., Edição Pastoral da Bíblia, acessado em 05 de setembro de 2010