Os Maias (minissérie)
Os Maias | |||||||
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Informação geral | |||||||
Formato | minissérie | ||||||
Duração | 40 minutos | ||||||
Criador(es) | Maria Adelaide Amaral | ||||||
Baseado em | Os Maias, A Relíquia e A Capital, de Eça de Queiroz | ||||||
Elenco | |||||||
País de origem | Brasil Portugal | ||||||
Idioma original | português | ||||||
Temporadas | 1 | ||||||
Episódios | 42 | ||||||
Produção | |||||||
Diretor(es) | Luiz Fernando Carvalho Emilio Di Biasi Del Rangel | ||||||
Diretor(es) de criação | Luiz Fernando Carvalho | ||||||
Roteirista(s) | Vincent Villari João Emanuel Carneiro | ||||||
Narrador(es) | Raul Cortez | ||||||
Tema de abertura | "O Pastor", Madredeus | ||||||
Exibição | |||||||
Emissora original | TV Globo | ||||||
Formato de exibição | 480i (SDTV) | ||||||
Transmissão original | 9 de janeiro – 23 de março de 2001 | ||||||
Cronologia | |||||||
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Os Maias é uma minissérie brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 9 de janeiro a 23 de março de 2001 em 42 capítulos.[1] Escrita por Maria Adelaide Amaral, com colaboração de Vincent Villari e João Emanuel Carneiro, foi livremente inspirada no romance homônimo de Eça de Queiroz – unindo tramas e elementos de A Relíquia e A Capital (ambos romances de Eça). A direção foi de Emilio Di Biasi e Del Rangel, sob direção geral de Luiz Fernando Carvalho.[2][3]
Contou com as atuações de Ana Paula Arósio, Fábio Assunção, Walmor Chagas, Leonardo Vieira, Matheus Nachtergaele e Selton Mello nos papeis principais e a narração de Raul Cortez como Eça de Queiroz.[4][5][6]
Produção
[editar | editar código-fonte]A série foi produzida em parceria com a emissora portuguesa SIC (Sociedade Independente de Comunicação) e estreou simultaneamente em Portugal e no Brasil.[7][8] Os Maias marcou o retorno do diretor Luiz Fernando Carvalho à TV Globo, após três anos afastado da televisão para se dedicar ao filme Lavoura Arcaica (2001).[9]
"Os Maias não só é a melhor coisa já feita na nossa televisão como não se fez nada parecido desde que o Scorsese comandou aquela investigação arqueológica de uma era e de uma sociedade, no seu A Idade da Inocência."
—Luis Fernando Veríssimo, em "O Estado de S. Paulo", 26 de janeiro de 2001)[2]
Enredo
[editar | editar código-fonte]Os Maias retrata a decadente aristocracia portuguesa na segunda metade do século XIX, através da trágica história de uma tradicional família lisboeta. Pedro da Maia, filho do patriarca e viúvo Dom Afonso da Maia, vive enclausurado em sua melancolia. Inseguro, Pedro conhece a felicidade ao se apaixonar pela bela Maria Monforte. Este romance, porém, é rejeitado por Afonso por conta do passado nebuloso do pai da moça, Manuel Monforte, um negreiro que não pertence à alta roda da sociedade lisboeta, como Maria da Cunha, Maria da Gama e Dom Diogo Coutinho, amigos aristocratas do patriarca Maia. Apesar do desgosto de Afonso, Pedro se casa com Maria, tem dois filhos, Carlos Eduardo e Maria Eduarda. Mas um acidente vai transformar a vida do casal. Durante uma caçada, Pedro fere acidentalmente o Príncipe italiano Tancredo e o convida para se recuperar em sua casa. Maria Monforte se apaixona por aquele homem e resolve fugir com ele, levando consigo a filha e deixando o pequeno Carlos aos cuidados do pai. Este retorna à casa paterna, mas não aguenta o desespero e acaba por se suicidar. Dom Afonso decide criar o neto de acordo com suas convicções. Após ter tido uma infância feliz ao lado do avô querido, Carlos vai estudar Medicina na Universidade de Coimbra. Lá ele tem suas primeiras experiências amorosas e conhece aqueles que farão parte do seu círculo de amizades, como o melhor amigo, João da Ega - que envolve-se com Rachel, a esposa do banqueiro judeu Jacob Cohen -, e Teodorico Raposo. Aos olhos da tia Patrocínio das Neves, a Titi, Teodorico é o maior beato do mundo, aquele que conhece todos os santos e é incapaz de fumar, beber ou ir para a cama com mulheres. Mas, no fundo, ele adora um bom fado e é conhecido como "O Raposão das Espanholas". A vida dupla que leva tem um objetivo: herdar a fortuna de Titi. Recém-chegada a Lisboa, acompanhada da filha Rosa e do marido Castro Gomes, a bela Maria Eduarda encanta o jovem médico Carlos - que a esta altura deixa sua amante, a Condessa de Gouvarinho, inconformada de ter sido preterida. Seu passado, sua origem, tudo é um mistério. Não gosta de Castro Gomes, mas não consegue se separar dele por vários motivos: a pressão que ele exerce, o temor pelo destino da filha e até mesmo uma certa gratidão por ele tê-la ajudado em determinado momento de sua vida. Quando conhece Carlos e se apaixona por ele, hesita diante do novo e inebriante sentimento, mas acaba rendendo-se a ele, dando início a uma paixão que não tende a ter um final feliz. Contra esse romance, está Dom Afonso da Maia, que teme pelo futuro do neto, receoso de que esse envolvimento amoroso tenha o mesmo fim trágico que o de seu filho Pedro.
Elenco
[editar | editar código-fonte]Participações especiais
[editar | editar código-fonte]Ator | Personagem |
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Walter Breda | Xavier Raposo |
Jussara Freire | Amélia |
José Lewgoy | Abade Custódio |
Francisca Queiroz | Ana |
Fábio Fulco | Príncipe Tancredo |
Luís de Lima | Monsieur Guimarães |
Philip Croskin | Mr. Brown |
Samir Alves | Carlos (criança) |
Maria Isabel Quinhões | Teresinha (criança) |
Adriano Leonel | Eusebiozinho (criança) |
Alisson Silveira | Teodorico (criança) |
Ana Carolina Herquet | Maria Eduarda (criança) |
Reprises
[editar | editar código-fonte]Foi reapresentada no Viva entre 6 de março e 2 de maio de 2012,[10][11] substituindo Dona Flor e Seus Dois Maridos.
Outras Mídias
[editar | editar código-fonte]A versão para DVD, lançada em 2004, foi editada pelo próprio Luiz Fernando Carvalho, que fez alterações no formato da série, cortando as partes da narrativa que se referem aos romances A Relíquia e A Capital.[12] Além de depoimentos de alguns atores do elenco e comentários de Maria Adelaide Amaral sobre a adaptação do romance para a televisão, o material extra do DVD apresentou as notas sobre a obra literária, de Beatriz Berrini.[13]
A partir do dia 15 de março de 2021, a minissérie foi colocada na íntegra no globoplay[14]
Trilha sonora
[editar | editar código-fonte]Capa: Fábio Assunção
- "Prelúdio" - John Neschling (participação especial Orquestra Sinfônica)
- "Fado" - John Neschling (participação especial Orquestra Sinfônica)
- "O Pastor" - Madredeus
- "Ramalhete" - André Sperling
- "As Ilhas dos Açores" - Madredeus
- "Tema de Infância" - John Neschling (participação especial Orquestra Sinfônica)
- "Fado Mãe" - Dulce Pontes
- "Tema de Amor" - John Neschling (participação especial Orquestra Sinfônica)
- "Haja O Que Houver" - Madredeus
- "Poema D'Amor" - André Sperling
- "Valsa" - John Neschling (participação especial Orquestra Sinfônica)
- "O Velho" - John Neschling (participação especial Orquestra Sinfônica)
- "Por Ti" - André Sperling
- "Matinal" - Madredeus
- "Tristes Dias" - André Sperling
Prêmios
[editar | editar código-fonte]II Festival Latino-Americano de Cine Vídeo de Campo Grande:[15]
- Melhor cenografia
- Fotografia
- Direção de arte
Referências
- ↑ «'Os Maias', que estreia nesta terça, conta uma história de amor e lágrimas». Terra. 7 de janeiro de 2001. Consultado em 16 de junho de 2015
- ↑ a b Luis Fernando Veríssimo (26 de janeiro de 2001). «Beleza». O Estado de S. Paulo. Consultado em 20 de julho de 2020.
Para Os Maias, Carvalho escolheu um andamento que, na música, seria chamado de ‘andante majestoso’, que pode impacientar a geração videoclipe, mas está perfeito, e era o ritmo preferido de Lean e Visconti
- ↑ Elena Corrêa (11 de janeiro de 2001). «Linguagem poética que remete a outra época. Roteiro fiel e direção inconfundível». O Globo. Consultado em 20 de julho de 2020
- ↑ Wajnman, Solange (2011). Minisséries históricas e a comunicação por objetos. Notas sobre os figurinos e cenários de 'Primo Basílio' e “Os Maias” (Tese). Santa Maria: Universidade de Santa Maria (UFSM). Consultado em 14 de abril de 2017
- ↑ Nani Rubin (31 de outubro de 2000). «Não há minissérie como Eça». O Globo. Consultado em 20 de julho de 2020
- ↑ Cristian Klein (9 de janeiro de 2001). «"Os Maias" quer dar a Eça ares de cinema». Folha de S.Paulo. Consultado em 20 de julho de 2020
- ↑ «Começam as gravações da nova minissérie em Portugal». O Globo. 29 de outubro de 2000. Consultado em 20 de julho de 2020
- ↑ Esther Hamburger (11 de janeiro de 2001). «Minissérie "Os Maias" tem início com capítulo um pouco irregular». Folha de S.Paulo. Consultado em 20 de julho de 2020
- ↑ Sonia Apolinário (9 de julho de 2000). «Os Maias marca volta de Carvalho». O Estado de S. Paulo. Consultado em 20 de julho de 2020
- ↑ Redação Canal Viva (17 de fevereiro de 2012). «Minissérie 'Os Maias' estreia em março no canal Viva». Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ Redação Canal Viva (30 de abril de 2012). «Carlos conta para Maria Eduarda que são irmãos». Consultado em 30 de junho de 2012
- ↑ Daniel Piza (1 de maio de 2004). «Os Maias em DVD: tal como deveria ter sido». O Estado de S. Paulo. Consultado em 20 de julho de 2020
- ↑ «"Os Maias" chega ao DVD sem "enxertos"». Folha de S.Paulo. 25 de abril de 2004. Consultado em 26 de agosto de 2017
- ↑ «'Os Maias': Minissérie chega ao Globoplay, com história de amor proibido entre irmãos; relembre». G1. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Memória Globo. «Os Maias - Prêmios». Consultado em 17 de junho de 2015
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Sítio oficial» (no site do Memória Globo)
- Os Maias. no IMDb.
- Os Maias
- Minisséries da TV Globo
- Telenovelas e séries baseadas em obras de Eça de Queiroz
- Programas de televisão do Brasil que estrearam em 2001
- Programas de televisão do Brasil encerrados em 2001
- Programas de televisão em língua portuguesa
- Telesséries exibidas no canal Viva
- Minisséries baseadas em livros
- Minisséries dirigidas por Luiz Fernando Carvalho