Saltar para o conteúdo

Revolta judaica contra Galo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Revolta judaica contra Constâncio Galo
Guerras romano-judaicas
Data 351352
Local Província da Síria Palestina
Desfecho Vitória decisiva dos romanos; destruição de várias cidades
Beligerantes
Império Romano
  Judeus da Palestina
Comandantes
Império Romano Ursicino   Isaac de Diocesareia
  Patrício
Baixas
Mínimas Muitos milhares assassinados

A Revolta judaica contra Galo foi um conflito entre os judeus da província romana da Síria Palestina contra o governo de Constâncio Galo, cunhado do imperador Constâncio II e césar do Império Romano do Oriente. A revolta foi esmagada pelo general romano Ursicino.

O imperador Constâncio II, como seu pai, Constantino I, antes, demonstrou uma clara preferência pelo cristianismo e o favorecia perante todas as demais religiões, incluindo o judaísmo. Porém, ao contrário do pai, Constâncio permitia que cristãos perseguissem tanto os pagãos quanto os judeus. Neste contexto, alguns membros do clero cristão passaram a atacar não-cristãos em suas jurisdições, tanto utilizando diretamente os poderes constituídos quanto incitando multidões a destruírem templos e sinagogas.[1] Num determinado ponto, os judeus reagiram contra o proselitismo cristão demonstrando intolerância contra os convertidos judeus. Sermões furiosos pregados nas sinagogas contra "Edom" eram, na realidade, dirigidos aos romanos que, depois de acabarem com a independência dos judeus, estavam agora reprimindo sua religião.[2]

Em 350, Constâncio estava numa campanha no oriente contra os sassânidas, mas acabou sendo forçado a retornar para o ocidente para tratar da revolta do usurpador Magnêncio, que assassinou o irmão e coimperador de Constâncio, Constante. Para não deixar o oriente desguarnecido, o imperador nomeou seu primo Constâncio Galo "césar do oriente" em 15 de março de 351. Galo se casou com a irmã de Constâncio, Constantina e o casal se mudou para Antioquia, sua capital, em 7 de maio do mesmo ano.[3] Foi justamente no período entre a saída de Constâncio e a chegada de Galo — ou imediatamente depois disso — que os judeus se revoltaram.

A revolta era liderada por Isaac de Diocesareia (conhecido também como Isaac de Séforis),[2] que tinha o apoio de um tal Patrício, conhecido também como Natrona, um nome com conotações messiânicas,[4] e tinha como epicentro a cidade de Diocesareia.[5][6] A revolta começou com um ataque noturno à guarnição romana da cidade, que foi destruída, e que deu aos revoltosos acesso a muitas armas. Logo em seguida, os rebeldes assassinaram pessoas de diferentes etnias, como gregos e samaritanos.[7]

Em 351 ou 352, Galo enviou seu mestre da cavalaria (magister equitum) Ursicino[8] para esmagar a revolta. Tiberíades e Dióspolis (moderna Lida, em Israel), duas das cidades conquistadas pelos rebeldes, foram quase destruídas, um destino melhor que o de Diocesareia, que foi completamente arrasada.[2] Ursicino também ordenou que milhares de rebeldes fossem executados[7] Um midrash sugere que Patrício foi morto em combate.[9]

Referências

  1. Lazare, p. 46.
  2. a b c Lazare, p. 47.
  3. «28». Sócrates Escolástico, História Eclesiástica 🔗. Athanasius' Account of the Deeds of Violence committed at Alexandria by George the Arian. (em inglês). II. [S.l.: s.n.] 
  4. Yalkut Shemoni Shemot 191
  5. «33». Sócrates Escolástico, História Eclesiástica 🔗. Of the Jews inhabiting Dio-Cæsarea in Palestine. (em inglês). II. [S.l.: s.n.] 
  6. «7». Sozomeno, História Eclesiástica 🔗. Death of the Tyrants Magnentius and Silvanus the Apostate. Sedition of the Jews in Palestine. Gallus Cæsar is slain, on Suspicion of Revolution. (em inglês). IV. [S.l.: s.n.] 
  7. a b Jerônimo, Chronica, 15-21; Teófanes, o Confessor, Cronografia AM 5843]].
  8. Banchich
  9. Jewish Encyclopedia

Fontes primárias

[editar | editar código-fonte]

Fontes secundárias

[editar | editar código-fonte]
pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy