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Sahelanthropus tchadensis

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaSahelanthropus tchadensis

Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Subclasse: Theria
Infraclasse: Placentalia
Ordem: Primates
Subordem: Haplorrhini
Infraordem: Simiiformes
Parvordem: Catarrhini
Superfamília: Hominoidea
Família: Hominidae
Subfamília: Homininae
Tribo: Hominini
Subtribo: Hominina
Género: Sahelanthropus
Espécie: S. tchadensis
Nome binomial
Sahelanthropus tchadensis
Brunet et al., 2002[1]

Sahelanthropus tchadensis é uma espécie de primata bípede descrita em 19 de julho de 2002 por Michel Brunet, com base num crânio que pode ser o mais antigo da linhagem humana, de mais ou menos 7 milhões de anos e pode ser a representação de um "elo perdido" que separou a linhagem humana da linhagem dos chimpanzés.

Localização da descoberta
Mapa detalhado

O nome genérico refere-se a Sahel, uma região da África que limita o Saara do sul, no qual os fósseis foram achados.[1]

Esta descoberta poderá mudar o conceito que tínhamos da evolução humana que se iniciou com a descoberta do Australopithecus africanus, o "homem-macaco", em 1925. Porém, alguns pesquisadores, como Wolpoff, disseram ser o crânio de uma fêmea de gorila com traços primitivos. A discussão continuou até 2005, quando mais análises de tipos paleontológicos de Sahelanthropus foram publicadas por Brunet.

Sahelanthropus tchadensis viveu perto da época da divergência entre chimpanzés e humanos, e é possivelmente relacionado a Orrorin, uma espécie de Homininae que viveu cerca de um milhão de anos depois. Pode ter sido ancestral dos humanos e dos chimpanzés (o que o colocaria na tribo Hominini) ou, alternativamente, um dos primeiros membros da tribo Gorillini. Em 2022, peças do fêmur e da ulna foram analisados e constatou-se que este animal tinha um caminhar bípede com vida arbórea substancial. [2]

Os hominínios vinham sendo descobertos recorrentemente no Leste do Continente Africano, o exemplo mais clássico vem de 1925, com o Australopithecus africanus.[3] Achados do final do século XX também sugeriam que o surgimento da tribo hominini teria sido no Leste da África, já que diversas amostras arqueológicos foram obtidas nessa região, como Kenyanthropus platyops, Australopithecus anamensis,[3] Ardipithecus ramidus ramidus,[4] Ardipithecus kadabba e o Orrorin tugenensis.[5] A descoberta do Australopithecus bahrelghazali, no Chade mostrou que era possível que a origem da tribo homini poderia ter uma distribuição geográfica mais difusa do que o que se pensava anteriormente.

Em 2001, a missão de Paleonantropologia Franco-Chadense (MPFT), uma colaboração entre as Universidade de Potiers, Ndjamena e o Centro Nacional de Apoio a Pesquisa (CNAR) decobriram espécimes hominídeos, incluindo um crânio quase completo e outras estruturas de um único local na região fossilífera do Deserto de Djurab no norte do Chade. Essa descoberta, encabeçada por Michel Brunet, colocou em evidência a existência da nova espécie Sahelanthropus tchadensis. Além do fóssil de crânio (TM 266), também foram encontradas uma mandíbula, alguns dentes e também um fêmur esquerdo, que só foi reconhecido como sendo da mesma espécie do S. tchadensis em 2004.[6] A escavação contou também com a análise da fauna encontrada no mesmo local, demonstrando uma idade aproximada de 7 milhões de anos.

O nome do gênero Sahelanthropus é formado pela junção de Sahel, região africana onde a espécie foi descoberta, e anthropos, que significa homem em grego. De modo que, literalmente, o termo significa "homem do Sahel". Já o epíteto específico tchadensis refere-se ao Chade, país em que este hominídeo foi encontrado.[1]

Curiosamente, o nome Sahelantropus serviu de inspiração para nomear o Metal Gear Sahelantropus, que aparece somente no jogo Metal Gear Solid V: The Phantom Pain.

Dados radiocronológicos relativos ao Sahelanthropus tchadensis foram realizados nos anos 2000 através de isótopos radioativos de berílio (10Be e 9Be) em fósseis localizados na Bacia do Chade (Deserto de Djurab do norte do Chade). A datação foi realizada a partir de comparação com outros mamíferos encontrados na mesma área, além da descoberta de um crânio quase completo de S. tchadensis (TM 266), que, a partir daí, alteraram substancialmente a compreensão da evolução humana inicial na África. Esses dados sugerem que S. tchadensis teria existido há entre 6,86 e 7,22 milhões de anos.[7]

Sahelanthropus tchadensis é a peça chave que comprova a existência da última divergência entre chimpanzés e humanos, e que certamente não é muito mais recente do que 8 Ma, o que é congruente com Chororapithecus abyssinicus, o novo paleogorilídeo etíope de 10 meses de idade. Através de seu mosaico de caracteres plesiomórficos e apomórficos, Sahelanthropus tchadensis, o hominídeo mais antigo conhecido, provavelmente está muito mais próximo desta divergência.[8]

Por outro lado, dada a idade biocronológica do Sahelanthropus, a divergência das linhagens chimpanzé e humana deve ter ocorrido antes dos 6 Ma, o que é anterior ao sugerido por alguns autores. Portanto, ainda não é possível discernir relações filogenéticas entre Sahelanthropus e hominíneos.[3]

A imagem mostra seis perspectivas do crânio do esqueleto de Toumaï, onde destaca-se o proeminente arco supraciliar e a estrutura alongada da base.
Crânio de Toumaï (S. tchadensis TM 266) visto do diversos ângulos.

O registro fóssil disponível atribuível à espécie Sahelanthropus tchadensis compreende seis fósseis,[1] incluindo um crânio adulto quase completo, fragmentos mandibulares e dentes isolados, primeiramente descritos em 2002 no norte de Chade, e mais três fósseis[9] em 2005 na mesma localidade, incluindo novas espécimes de fragmentos mandibulares e dentes. Ainda em 2009, foi trazido à tona a existência de um fêmur esquerdo incompleto[10] que tem instigado dúvidas na classificação da espécie como parte dos hominíneos até então aceita (Ver também: Incongruências).

O crânio adulto, presumivelmente masculino, apresenta deformações e volume notadamente pequeno (360-370 ml), à semelhança de chimpanzés em comparação a humanos (Homo erectus apresenta 1200 ml; humano moderno,1400 ml). A posição do forame magno sugere que a espécie poderia ter sido bípede, embora alguns especialistas contestem esta interpretação.[11] A face é relativamente plana em comparação com macacos vivos, porém mais protuberante do que de humanos modernos. Ainda que a crista óssea da sobrancelha pronunciada remeta a um traço masculino presumido, foi também proposto que o crânio seria na realidade correspondente a uma fêmea de gorila com traços primitivos.[12]

Outra evidência que aproxima os fósseis descritos como de fêmeas de gorila são os dentes caninos e incisivos pequenos, antes vistos como indicativo da espécie como mais próxima dos hominíneos. O esmalte dental apresenta espessura intermediária entre macacos vivos e australopitecos, com arcada dentária estreita em forma de U, pré-molares superiores e inferiores com duas raízes e ausência de diastemas da mandíbula (lacuna entre caninos e pré-molares). A maioria dos dentes de S. tchadensis está consideravelmente desgastada, não existindo até o momento estudos sobre o desgaste dentário ou isótopos dentais indicando a possível dieta da espécie. No entanto, é possível inferir que, com base em seu ambiente (composto por lagos, florestas, rios e savana arborizada) e em outras espécies de hominíneos e hominídeos a ela ligados, a espécie se alimentava principalmente de vegetais, como folhas, frutas, sementes, raízes, nozes e insetos.[13]

A atribuição de uma peça do fêmur e duas de ulna ao fóssil de S. tchadensis possibilitou, com base em medições e fotos do osso, a conclusão de que essa espécie tinha características compatíveis com o bipedalismo habitual e comportamento arbóreo substancial como o de A. ramidus.[2]

A falta de outras partes fósseis do esqueleto torna as estimativas de tamanho da espécie difíceis, sendo provavelmente semelhante em tamanho aos chimpanzés modernos.

Relação com outros hominídeos

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Algumas características sugerem que Sahelanthropus tchadensis teria sido uma espécie ancestral tanto de humanos (Homo) como de chimpanzés (Pan), colocando-o dentro da tribo Hominini. Evidências disto incluem a dentição, os sinais da postura, e a datação da divergência humano-chimpanzé.

Primeiro, os dentes caninos, de tamanho reduzido, e a espessura do esmalte dos pós-caninos, intermediária entre chimpanzés e australopitecos,[1] poderiam representar caracteres ancestrais das duas linhagens. Em segundo lugar, mesmo que a quadrupedia de S. tchadensis não seja definitiva, a relação angular entre o forame magno e a face orbital, assim como a descoberta do fêmur são atributos que sugerem um modo de locomoção distinto da bipedia obrigatória, e por si só já excluem a possibilidade de agrupar esse primata com outros ancestrais humanos (por exemplo, com Australopithecus, que era bípede).[12] Tanto bipedia como a redução e mudança de função dos caninos são autapomorfias de Hominina.[12] Finalmente, a data aproximada de divergência entre humano e chimpanzé, inferida usando evidência genética, está datada entre 4.4 e 5.9 milhões de anos,[14] mas as amostras de S. tchadensis são calculadas de terem uma datação anterior (há cerca de 7 milhões de anos).[7]

Outros aspectos sugerem maior proximidade entre Sahelanthropus e Hominínios não-chimpanzés. Por exemplo, S. tchadensis TM 266 apresenta um número reduzido de raízes nos pré-molares em comparação com Pan. Outros hominínios, entre eles Ardipithecus, Australopithecus e Homo, também apresentam essa redução. Contudo, devido à variação observada nesse caráter, argumenta-se que é necessário uma amostra maior para ele poder ser considerado.[15]

Outra possibilidade é que S. tchadensis seja um representante ancestral da linhagem de gorilas, colocando-o dentro da tribo Gorillini. Evidências disso incluem um plano da nuca longo e reto, que é característico de gorilas.[12] A arcada supraciliar de S. tchadensis TM 266 é próxima em tamanho à de Homo erectus. Embora essa proximidade não reflita filogenia, pode refletir o sexo desse indivíduo, quando posto em comparação com o intervalo de variação desse caractere em machos e fêmeas Pan e Gorilla. O tamanho da arcada supraciliar de S. tchadensis TM 266 estaria dentro da variação de gorilas fêmeas extantes.[12]

Incongruências

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Desde a primeira descoberta do primeiro fóssil de S. tchadensis, os pesquisadores começaram a reformular a forma como é vista a linhagem evolutiva de hominíneos, inserindo-o como um possível ancestral aos humanos modernos. Entretanto, com a descrição de um fêmur parcial associado a essa espécie, a posição de hominíneo da espécie foi posta a prova. Primeiramente, foi constatado que o fêmur realmente pertenceria a um primata, após análise comparativa com a angulação entre o eixo e o fêmur. Com mais análises comparativas, foi possível identificar que o fêmur era mais parecido com os vistos no gênero Pan, se comparado a fêmures de Orrorin tugenensis.[11] Além disso, foi analisada a possibilidade de bipedalismo, uma característica que permite inserir fósseis no clado de Hominíneos. Apesar dos resultados obtidos mostrarem que o formato do eixo femoral de S. tchadensis está muito mais próximo daquele de animais do gênero Homo, usando como comparação os fêmures encontrados de outros hominíneos e humanos modernos, como Rudopithecus hungaricus e Australopithecus afarensis, ao se utilizar como referência O. tugenensis, pode-se ver que provavelmente a forma de locomoção entre as espécies era diferente.[11]

Dando suporte à tese de que essa espécie pertence somente aos hominídeos, mas não a Hominina, é o volume da caixa craniana de S. tchadensis, que é a menor presente em hominídeos adultos, mas consistente com aquele visto em chimpanzés.[16]

Por fim, existem ainda evidências que apontam para o pertencimento da espécie aos Símios, primatas que não possuem cauda e são semi-eretos. Usando a evidência anatômica e funcional dos caninos e molares encontrados em 2001, além da obrigatoriedade da espécie em manter uma postura ereta, os pesquisadores chegaram à conclusão de que S. tchadensis deveria ser, na verdade, um símio, devido à posição na qual a cabeça do hominoide deveria estar para que ele pudesse estar ereto.[17]

Referências

  1. a b c d e Brunet, Michel; Guy, Franck; Pilbeam, David; Mackaye, Hassane Taisso; Likius, Andossa; Ahounta, Djimdoumalbaye; Beauvilain, Alain; Blondel, Cécile; Bocherens, Hervé. «A new hominid from the Upper Miocene of Chad, Central Africa». Nature. 418 (6894): 145–151. doi:10.1038/nature00879 
  2. a b Daver, G.; Guy, F.; Mackaye, H. T.; Likius, A.; Boisserie, J. -R.; Moussa, A.; Pallas, L.; Vignaud, P.; Clarisse, N. D. (1 de setembro de 2022). «Postcranial evidence of late Miocene hominin bipedalism in Chad». Nature (em inglês) (7925): 94–100. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/s41586-022-04901-z. Consultado em 3 de junho de 2024 
  3. a b c Brunet, Michel; Guy, Franck; Pilbeam, David; Mackaye, Hassane Taisso; Likius, Andossa; Ahounta, Djimdoumalbaye; Beauvilain, Alain; Blondel, Cécile; Bocherens, Hervé (julho de 2002). «A new hominid from the Upper Miocene of Chad, Central Africa». Nature (em inglês) (6894): 145–151. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/nature00879. Consultado em 19 de julho de 2021 
  4. Vignaud, P. «Geology and palaeontology of the Upper Miocene Toros-Menalla hominid locality, Chad.». Nature 
  5. Alan, L. Deino. «40Ar/39Ar geochronology and paleomagnetic stratigraphy of the Lukeino and lower Chemeron Formations at Tabarin and Kapcheberek, Tugen Hills, Kenya, Journal of Human Evolution». Science direct 
  6. Lothagan. «The Dawn of Humanity in Eastern Africa». Columbia University Press 
  7. a b Lebatard, Anne-Elisabeth; Bourlès, Didier L.; Duringer, Philippe; Jolivet, Marc; Braucher, Régis; Carcaillet, Julien; Schuster, Mathieu; Arnaud, Nicolas; Monié, Patrick (4 de março de 2008). «Cosmogenic nuclide dating of Sahelanthropus tchadensis and Australopithecus bahrelghazali: Mio-Pliocene hominids from Chad». Proceedings of the National Academy of Sciences (9): 3226–3231. PMC 2265126Acessível livremente. PMID 18305174. doi:10.1073/pnas.0708015105. Consultado em 19 de julho de 2021 
  8. Lebatard, Anne-Elisabeth; Bourlès, Didier L.; Duringer, Philippe; Jolivet, Marc; Braucher, Régis; Carcaillet, Julien; Schuster, Mathieu; Arnaud, Nicolas; Monié, Patrick (4 de março de 2008). «Cosmogenic nuclide dating of Sahelanthropus tchadensis and Australopithecus bahrelghazali: Mio-Pliocene hominids from Chad». Proceedings of the National Academy of Sciences (9): 3226–3231. PMC 2265126Acessível livremente. PMID 18305174. doi:10.1073/pnas.0708015105. Consultado em 19 de julho de 2021 
  9. Brunet, Michel; Guy, Franck; Pilbeam, David; Lieberman, Daniel E.; Likius, Andossa; Mackaye, Hassane T.; Ponce de León, Marcia S.; Zollikofer, Christoph P. E.; Vignaud, Patrick (abril de 2005). «New material of the earliest hominid from the Upper Miocene of Chad». Nature (em inglês) (7034): 752–755. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/nature03392. Consultado em 20 de julho de 2021 
  10. Alain., Beauvilain,. Was Toumaï (Sahelanthropus tschadensis) buried?. [S.l.: s.n.] OCLC 825072064 
  11. a b c Macchiarelli, Roberto; et al. (2020). «Nature and relationships of Sahelanthropus tchadensis». Journal of Human Evolution. 149: 102898. PMID 33142154. doi:10.1016/j.jhevol.2020.102898 
  12. a b c d e Wolpoff, Milford H. «An Ape or the Ape: Is the Toumaï Cranium TM 266 a Hominid?». PaleoAnthropology Society. PaleoAnthropology: https://paleoanthro.org/static/journal/content/PA20060036.pdf 
  13. News, Opening Hours Temporarily closed Address 1 William StreetSydney NSW 2010 Australia Phone +61 2 9320 6000 www australian museum Copyright © 2021 The Australian Museum ABN 85 407 224 698 View Museum. «Sahelanthropus tchadensis». The Australian Museum (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2021 
  14. Kumar, Sudhir; Filipski, Alan; Swarna, Vinod; Walker, Alan; Hedges, S. Blair (27 de dezembro de 2005). «Placing confidence limits on the molecular age of the human–chimpanzee divergence». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (52): 18842–18847. ISSN 0027-8424. PMC 1316887Acessível livremente. PMID 16365310. doi:10.1073/pnas.0509585102. Consultado em 19 de julho de 2021 
  15. Emonet, Edouard-Georges; Kullmer, Ottmar (2014). «Variability in Premolar and Molar Root Number in a Modern Population of Pan troglodytes verus». The Anatomical Record (em inglês) (10): 1927–1934. ISSN 1932-8494. doi:10.1002/ar.22959. Consultado em 19 de julho de 2021 
  16. Zollikofer, Christoph P. E.; Ponce de León, Marcia S.; Lieberman, Daniel E.; Guy, Franck; Pilbeam, David; Likius, Andossa; Mackaye, Hassane T.; Vignaud, Patrick; Brunet, Michel (abril de 2005). «Virtual cranial reconstruction of Sahelanthropus tchadensis». Nature (em inglês) (7034): 755–759. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/nature03397. Consultado em 20 de julho de 2021 
  17. Wolpoff, Milford H (2006). «An Ape or the Ape: Is the Toumaï Cranium TM 266 a Hominid?». Research Gate 

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