Saltar para o conteúdo

Tromboangiite obliterante

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Doença de Buerger ou Tromboangeíte obliterans
Tromboangiite obliterante
Fenômeno de Raynaud: a circulação sanguínea insuficiente deixou sua pele pálida, fria e dormente. Com o retorno do sangue se torna vermelha, dolorosa e formigando.
Especialidade cardiologia, reumatologia
Classificação e recursos externos
CID-10 I73.1
CID-9 443.1
CID-11 1000683110
OMIM 212480
DiseasesDB 1762
MedlinePlus 000172
MeSH D013919
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Tromboangeíte obliterante (TAO), também conhecida como doença de Buerger, é uma doença vascular inflamatória oclusiva. Caracterizada pela inflamação e trombose das artérias e veias de pequeno e médio calibre, geralmente dos pés ou das mãos. Atinge mais homens, menores de 40 anos e tem uma forte relação com o tabagismo. [1] Afeta 1 em cada 10.000 adultos americanos, sendo duas a três vezes mais comum em árabes e asiáticos.[2]

A causa é desconhecida, mas existe uma associação já descrita com os HLAs A9 e B5. Nesta doença vascular inflamatória oclusiva há infiltração de leucócitos polimorfonucleares nas paredes dos pequenos e médios vasos, que atraem outras células inflamatórias e fibroblastos que a longo prazo acabam por conduzir à fibrose e trombose dos vasos.[3] O tabaco pode causar inflamação e aumentar a formação de trombos nos vasos sanguíneos, a falta de irrigação é mais perceptível nas extremidades vulneráveis a isquemia.[4]

Sinais e sintomas

[editar | editar código-fonte]

Os sintomas incluem alteração de coloração, temperatura, formigamento, dormência (parestesias), sensações desagradáveis como frio ou calor (disestesias) e dor nos membros afetados que pioram com o movimento e melhoram com o esforço (claudicação intermitente).[5] Os pulsos das extremidades afetadas também podem estar diminuídos enquanto outros pulsos são normais. Ainda pode apresentar fenômeno de Raynaud[6]. A pele do membro pode ficar frágil e fina.

Por exemplo, um pé afetado pode-se sentir frio, dormência, dor e ficar azulado após uma caminhada e melhorar com dez minutos de repouso.

Complicações

Ulcerações e gangrena nas extremidades são possíveis complicações e pode ser necessário a amputação da extremidade envolvida.

O diagnóstico é feito com critérios clínico, e excluindo outras doenças, sendo útil pedir perfil de coagulação, ecocardiograma, arteriografia para confirmação.

Diagnóstico Diferencial

[editar | editar código-fonte]

O diagnóstico diferencial tem de ser feito com doenças do tecido conjuntivo, tais como:

O melhor tratamento disponível é a cessação completa do tabagismo imediatamente. Mesmo uma quantidade mínima de cigarros pode disparar novos episódios dolorosos de isquemia e trombose. Além disto, é importante tratar infecções com antibióticos e debridar úlceras e zonas necróticas. O tratamento com AAS (aspirina) reduz a dor e inflamação, mas não reduz muito o risco de amputação. Corticoides, prostaglandinas, anestésicos, oxigênio a 100% e anticoagulantes também melhoram os sintomas, mas não são eficientes em prevenir uma amputação.[7]

Para romper os trombos durante uma crise, o medicamento trombolítico estreptoquinase, foi proposto como uma opção de terapia, que ainda necessita mais estudos.[8]

O prognóstico é reservado, sendo por vezes necessário amputar o membro afetado. A chance de amputar um membro é duas vezes maior nos que seguem fumando. Mesmo após amputar um membro, segue afetando outros membros. O prognóstico é consideravelmente melhor em mulheres.

Casos notáveis

[editar | editar código-fonte]

O rei George VI foi diagnosticado com Buerger em 1948. [9] O presidente filipino Rodrigo Duterte revelou em 2015 que tem doença de Buerger. [10]

Referências

  1. Joyce JW (May 1990). "Buerger's disease (thromboangiitis obliterans)". Rheumatic Diseases Clinics of North America. 16 (2): 463–70. PMID 2189162.
  2. Piazza G, Creager MA (April 2010). "Thromboangiitis obliterans". Circulation. 121 (16): 1858–61. doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.110.942383. PMC 2880529. PMID 20421527.
  3. Tromboangeíte Obliterante (Doença de Buerger) por Alan Niemies, Medsimples.com
  4. Tanaka K (October 1998). "Pathology and pathogenesis of Buerger's disease". International Journal of Cardiology. 66 Suppl 1: S237-42. doi:10.1016/s0167-5273(98)00174-0. PMID 9951825.
  5. Ferri FF (2003). Ferri's Clinical Advisor 2004: Instant Diagnosis and Treatment. 6th edition. p. 840. ISBN 978-0323026680.
  6. Células Tronco: Uma nova opção de tratamento para Portadores de Tromboangiíte Obliterante – Por Cristiano Cardoso, Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.
  7. Cacione DG, Macedo CR, Baptista-Silva JC, et al. (Cochrane Vascular Group) (March 2016). "Pharmacological treatment for Buerger's disease". The Cochrane Database of Systematic Reviews. 3: CD011033. doi:10.1002/14651858.CD011033.pub3. PMC 7104255. PMID 26967103.
  8. Hussein EA, el Dorri A (1993). "Intra-arterial streptokinase as adjuvant therapy for complicated Buerger's disease: early trials". International Surgery. 78 (1): 54–8. PMID 8473086.
  9. McBeth 2011, pp. 254-264.
  10. Frialde M (December 10, 2015). "Duterte: I may not last 6 years in office". The Philippine Star. Retrieved December 17, 2015.
pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy