Xadrez na Europa
O xadrez foi introduzido na Europa por volta do século X por duas vias distintas pelos árabes na Península Ibérica e pelos sarracenos na península Itálica. A partir de então, se espalhou por todo o continente Europeu até atingir os países nórdicos e a Rússia, que recebeu o jogo por outra via distinta. Os poucos vestígios arqueológicos encontrados em Espanha e Itália, indicam que o jogo foi introduzido não antes do século X, embora a datação de alguns artefatos suscite dúvidas a respeito de uma data mais exata. Entretanto, são abundantes os vestígios escandinavos a partir do século XIII o que comprova a difusão do jogo por todo o continente em três séculos. As principais fontes literárias em Espanha, França e Itália indicam a data provavelmente no século XI e uma vasta literatura posterior em poemas e contos mostram o jogo difundido na cultura popular tanto entre a corte real e o clero quanto com a plebe.
No solo europeu, foram introduzidas as principais modificações no jogo que foram a introdução da Dama e do Bispo por volta do século XV. Com um jogo mais dinâmico, os europeus deram início a análise de aberturas produzindo uma literatura completamente nova do jogo e os primeiros grandes jogadores que, patrocinados pela nobreza, viajam pelo continente divulgando o novo conhecimento a respeito do jogo. Por volta do século XVII, com as novas regras já difundidas por todo o continente até à Rússia, surgem as primeiras cafeterias que dão nova vida ao xadrez com o surgimento dos primeiros confrontos internacionais na França e posteriormente na Inglaterra.
Em 1851 foi disputado o primeiro torneio internacional em Londres, seguidos por eventos em Berlim, Viena, Paris.
Panorama histórico
[editar | editar código-fonte]Por volta de 711, a Península Ibérica foi invadida pelos muçulmanos, sob comando de Tárique, que cruzaram o mar Mediterrâneo pelo estreito de Gibraltar e entraram na Península vencendo Rodrigo, o último rei visigodo da Hispânia. Nos séculos seguintes, os muçulmanos foram alargando as suas conquistas, assenhoreando-se do território designado como Al-Andalus.[1] A expansão islâmica e a conquista da Sicília, Malta e pequenas partes do sul da Itália foi um processo que começou no século IX,[2] que teve uma curta duração até serem expulsos pelos Normandos em 1091.[3] Apesar de efêmera e limitada à presença de acampamentos semipermanentes de soldados, a conquista da Sicília e subsequente reconquista cristã foi o maior evento da história do islamismo no sul da Itália.[4] A conquista dos Normandos estabeleceu o Catolicismo Romano firmemente na região onde o cristianismo oriental tinha sido proeminente durante o Império Bizantino e continuou com os nativos durante o domínio dos governantes muçulmanos.[5][6]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ A History of Islamic Spain Por W. Montgomery Watt,Pierre Cachia
- ↑ Krueger, Hilmar C.; Musca, Giosue (1966). «Review of L'emirato di Bari, 847-871 by Giosuè Musca». Medieval Academy of America. Speculum. 41 (1). 761 páginas. doi:10.2307/2852342
- ↑ Krueger, Hilmar C. (1969). «Conflict in the Mediterranean before the First Crusade: B. The Italian Cities and the Arabs before 1095». In: Baldwin, M. W. A History of the Crusades, vol. I: The First Hundred Years. Madison: University of Wisconsin Press. pp. 40–53
- ↑ Jellinek, George (1994). History Through the Opera Glass: From the Rise of Caesar to the Fall of Napoleon. [S.l.]: Kahn & Averill. ISBN 0912483903
- ↑ Kenneth M. Setton, "The Byzantine Background to the Italian Renaissance" in Proceedings of the American Philosophical Society, 100:1 (Feb. 24, 1956), pp. 1–76.
- ↑ Daftary, Farhad. The Ismāʻı̄lı̄s: Their History and Doctrines. [S.l.]: Cambridge University Press