Ana Cristina Cachola
Ana Cristina Cachola is an Assistant Professor in the MA and PhD program in Culture Studies at the Lisbon Consortium (Catholic University or Portugal).
She holds a PhD in Culture Studies and a Master degree in Communication and Cultural Management from the Catholic University of Portugal.
She was awarded a stipend to conduct her doctoral research on representations of Portuguese cultural identity in contemporary art. She is currently developing a post-doc research on war and visuality in contemporary art with a grant of the Portuguese Science Foundation (FCT).
She is also one of the members of the European Cooperation project 4Cs: from Conflict to Conviviality through Creativity and Culture, a 4-year long project co-funded by the European Commission through Creative Europe, and lead by Universidade Católica Portuguesa. The project brings together together institutional partners such as Tensta Kunsthall, SAVVY Contemporary – Laboratory of Form-Ideas, Royal College of Art, Fundació Antoni Tápies, Vilnius Academy of Fine Arts, Museet for Samtidskunst, and ENSAD to explore the role of artistic institutions on emerging forms of conflict.
She is co-founder of Diffractions – Graduate Journal for the Study of Culture, and a member of the Research Centre for Communication and Culture (CECC). She works as an independent curator and writes about contemporary art for several outlets.
She holds a PhD in Culture Studies and a Master degree in Communication and Cultural Management from the Catholic University of Portugal.
She was awarded a stipend to conduct her doctoral research on representations of Portuguese cultural identity in contemporary art. She is currently developing a post-doc research on war and visuality in contemporary art with a grant of the Portuguese Science Foundation (FCT).
She is also one of the members of the European Cooperation project 4Cs: from Conflict to Conviviality through Creativity and Culture, a 4-year long project co-funded by the European Commission through Creative Europe, and lead by Universidade Católica Portuguesa. The project brings together together institutional partners such as Tensta Kunsthall, SAVVY Contemporary – Laboratory of Form-Ideas, Royal College of Art, Fundació Antoni Tápies, Vilnius Academy of Fine Arts, Museet for Samtidskunst, and ENSAD to explore the role of artistic institutions on emerging forms of conflict.
She is co-founder of Diffractions – Graduate Journal for the Study of Culture, and a member of the Research Centre for Communication and Culture (CECC). She works as an independent curator and writes about contemporary art for several outlets.
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Papers by Ana Cristina Cachola
Esta é a segunda exposição individual do artista nesta galeria, onde será apresentado um conjunto alargado de novos trabalhos, desenvolvidos por Igor Jesus entre 2016 e 2017. Dar o corpo às imagens Impuro e desfigurante é o olhar da vontade. (Roland Barthes) A criação de imagem é um dos lugares primeiros do insidio amoroso: projectar, aproximar, afastar, inventar, ver e não ver. Este filamento de predicados mostra a conciliação entre o desejo amoroso e a vontade imagética, permitindo estabelecer o amor como imagem, imaginação de outros em nós, assim como afirmar que qualquer imagem resulta de uma predisposição amorosa, a necessidade de (re)ver – para sempre?-um corpo. A História Natural de Plínio, o Velho coloca o ónus da invenção do retrato num ceramista que, vendo a sua filha entristecida pela partida do rapaz por quem se tinha enamorado, contornou com uma linha a sombra do seu rosto projectada na parede pela luz de uma lanterna, aplicou argila sobre o esboço conseguindo um relevo que depois endureceu no fogo. Não se pode, por isso, obliterar o que há de violento no acto de amar-moldar e fixar o corpo amado-, sob pena de se debilitarem vocações que levam a visualizar as coisas que não são visuais em si mesmas: a obra de arte. Amar-te os Ossos resulta da investigação artística de Igor Jesus em torno da violência imagética sobre o corpo e da precariedade matérica e identitária a partir de Salò, ou os 120 Dias de Sodoma (1975), a derradeira obra de Pier Paolo Pasolini. Desenvolvido em residência na Künstlerhaus Bethanien em Berlim, este projecto pretende explorar de que forma os corpos e os sujeitos são produzidos, apropriados e colonizados pela pulsão de amor – que se amor, sempre excessivo – e pelos próprios dispositivos de captação e criação de imagens. Para tal, através de uma aturada investigação, o artista partiu em busca dos actores que desempenharam o papel de escravos no filme-testamento de Pasolini, resgatando e reapropriando-se, por via da imagem, desses corpos olhados, no filme, quer como objecto de desejo (e desde logo pelo olhar radical de Pasolini), quer como produto-desperdício. Desta pesquisa resultaram encontros e conversas com os actores Umberto Chessari e Bruno Musso cujos corpos se inscrevem em omnipresença na exposição. Amar-te os ossos concorre para o entendimento de um vórtice visualista em que o corpo cria imagens e as imagens criam corpos, mas também os alteram, ferem e condicionam. Chessari e Musso atestam, pois, o modo violento como os dispositivos de criação e captação de imagens actuam directamente sobre corpos e matéria, figurando e desfigurando, ora capturando e reduzindo ao carnal, à vida nua, ora dotando a matéria mais precária de corporeidade. Afinal, se o desejo e a imagem desfiguram o corpo, é também através deste olhar que o objecto olhado adquire corpo, matéria e identidade.
Thesis Chapters by Ana Cristina Cachola
As representações da identidade cultural portuguesa nas produções artísticas serão observadas a partir de três eixos de análise fundamentais: as (re)mediações e (re)figurações do imaginário português, as quais, a partir de narrativas históricas, literárias e artísticas colocam o mar no centro da imaginação da portugalidade; a recuperação de episódios
traumáticos do passado recente nacional, nomeadamente o Estado Novo e a Guerra Colonial, enquanto dimensões fundamentais da tessitura identitária contemporânea; e o pós-colonialismo como moto e tema da revisão do passado num presente que articula a identidade cultural com a produção de uma visualidade constitutiva de relações sociais.
Através de uma aproximação hermenêutica a obras concretas de seis artistas portugueses – João Pedro Vale, Joana Vasconcelos, Maria Lusitano, Pedro Barateiro Vasco Araújo e Francisco Vidal – que se insinuam como mediações de uma visualidade anterior, – pós-imagens –, defender-se-á que a construção da comunidade imaginada portuguesa se configura pela relação dialéctica entre a pedagogia e a performatividade da
narração, também visual, da nação. Defender-se-á, igualmente, que as obras que constituem o corpus de análise se assumem enquanto sistema discursivo seminal nos processos de produção de sentido cultural e na activação de mecanismos de celebração, interrogação e construção/desconstrução de uma identidade cultural portuguesa. Procurarse-á, ainda, discutir a coincidência de agenda entre a arte contemporânea e os Estudos de Cultura, ressalvando a singularidade de cada um dos territórios.
Curatorial Texts by Ana Cristina Cachola
Esta é a segunda exposição individual do artista nesta galeria, onde será apresentado um conjunto alargado de novos trabalhos, desenvolvidos por Igor Jesus entre 2016 e 2017. Dar o corpo às imagens Impuro e desfigurante é o olhar da vontade. (Roland Barthes) A criação de imagem é um dos lugares primeiros do insidio amoroso: projectar, aproximar, afastar, inventar, ver e não ver. Este filamento de predicados mostra a conciliação entre o desejo amoroso e a vontade imagética, permitindo estabelecer o amor como imagem, imaginação de outros em nós, assim como afirmar que qualquer imagem resulta de uma predisposição amorosa, a necessidade de (re)ver – para sempre?-um corpo. A História Natural de Plínio, o Velho coloca o ónus da invenção do retrato num ceramista que, vendo a sua filha entristecida pela partida do rapaz por quem se tinha enamorado, contornou com uma linha a sombra do seu rosto projectada na parede pela luz de uma lanterna, aplicou argila sobre o esboço conseguindo um relevo que depois endureceu no fogo. Não se pode, por isso, obliterar o que há de violento no acto de amar-moldar e fixar o corpo amado-, sob pena de se debilitarem vocações que levam a visualizar as coisas que não são visuais em si mesmas: a obra de arte. Amar-te os Ossos resulta da investigação artística de Igor Jesus em torno da violência imagética sobre o corpo e da precariedade matérica e identitária a partir de Salò, ou os 120 Dias de Sodoma (1975), a derradeira obra de Pier Paolo Pasolini. Desenvolvido em residência na Künstlerhaus Bethanien em Berlim, este projecto pretende explorar de que forma os corpos e os sujeitos são produzidos, apropriados e colonizados pela pulsão de amor – que se amor, sempre excessivo – e pelos próprios dispositivos de captação e criação de imagens. Para tal, através de uma aturada investigação, o artista partiu em busca dos actores que desempenharam o papel de escravos no filme-testamento de Pasolini, resgatando e reapropriando-se, por via da imagem, desses corpos olhados, no filme, quer como objecto de desejo (e desde logo pelo olhar radical de Pasolini), quer como produto-desperdício. Desta pesquisa resultaram encontros e conversas com os actores Umberto Chessari e Bruno Musso cujos corpos se inscrevem em omnipresença na exposição. Amar-te os ossos concorre para o entendimento de um vórtice visualista em que o corpo cria imagens e as imagens criam corpos, mas também os alteram, ferem e condicionam. Chessari e Musso atestam, pois, o modo violento como os dispositivos de criação e captação de imagens actuam directamente sobre corpos e matéria, figurando e desfigurando, ora capturando e reduzindo ao carnal, à vida nua, ora dotando a matéria mais precária de corporeidade. Afinal, se o desejo e a imagem desfiguram o corpo, é também através deste olhar que o objecto olhado adquire corpo, matéria e identidade.
As representações da identidade cultural portuguesa nas produções artísticas serão observadas a partir de três eixos de análise fundamentais: as (re)mediações e (re)figurações do imaginário português, as quais, a partir de narrativas históricas, literárias e artísticas colocam o mar no centro da imaginação da portugalidade; a recuperação de episódios
traumáticos do passado recente nacional, nomeadamente o Estado Novo e a Guerra Colonial, enquanto dimensões fundamentais da tessitura identitária contemporânea; e o pós-colonialismo como moto e tema da revisão do passado num presente que articula a identidade cultural com a produção de uma visualidade constitutiva de relações sociais.
Através de uma aproximação hermenêutica a obras concretas de seis artistas portugueses – João Pedro Vale, Joana Vasconcelos, Maria Lusitano, Pedro Barateiro Vasco Araújo e Francisco Vidal – que se insinuam como mediações de uma visualidade anterior, – pós-imagens –, defender-se-á que a construção da comunidade imaginada portuguesa se configura pela relação dialéctica entre a pedagogia e a performatividade da
narração, também visual, da nação. Defender-se-á, igualmente, que as obras que constituem o corpus de análise se assumem enquanto sistema discursivo seminal nos processos de produção de sentido cultural e na activação de mecanismos de celebração, interrogação e construção/desconstrução de uma identidade cultural portuguesa. Procurarse-á, ainda, discutir a coincidência de agenda entre a arte contemporânea e os Estudos de Cultura, ressalvando a singularidade de cada um dos territórios.