Juliano Nunes Alves
Josiane Fagundes Becker
Denise Rossato Quatrin
1
2
3
Competências individuais: Existe simetria
entre as apresentadas por colaboradores
e as requeridas pelos gestores
Resumo
Este estudo teve como objetivo identificar quais as competências individuais apresentadas
pelos vendedores e as requeridas pelos gestores de uma empresa de materiais de construção
de ijuí - rs. Foi realizado um estudo de caso quali-quantitativo, utilizando-se de questionários e
entrevistas para coleta de dados. Na visão dos colaboradores, o fator comportamental aparece
como o principal e na percepção dos gestores, as competências requeridas são as cognitivas,
comportamentais e funcionais. Entende-se que a empresa deve buscar o aperfeiçoamento
constante dos colaboradores e/ou capacitações que possam diminuir a assimetria entre as
competências percebidas e requeridas.
Palavras–chave: gestão de pessoas; competências individuais; competências organizacionais.
Individual skills: Is there symmetry between
the ones presented by employees
and the ones required by managers
Abstract
This study aimed to identify the individual competencies presented by sellers and required
by the managers of a company building materials Ijuí - RS. It was conducted a quali-quantitative
case study, using questionnaires and interviews to collect data. For employees, the behavioral
factor appears as the main and in the perception of managers, the skills required are the
cognitive, behavioral and functional. It is understood that the company should seek constant
improvement of employees and / or training courses that can reduce the asymmetry between
perceived and required competencies.
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Doutorando / PPGA - UFSM Professor / CCSA - UNICRUZ
Administradora de Empresas
Mestranda em Administração Universidade Federal de Santa Maria
Artigo recebido 26/11/2013 aprovado 03/03/2014
Página 36
Keywords: management of people, individual competences, organizational competences.
Alves, Becker, Quatrin,
Páginas 36-50
1 Introdução
O ramo empresarial vem passando por profundas mudanças organizacionais nas últimas
décadas, principalmente em decorrência da elevação da competitividade das empresas
(CASTELLS, 1999). Conforme o referido autor, um dos principais motivos geradores dessas
mudanças organizacionais é a incerteza causada pela velocidade das mudanças tecnológicas
e econômicas, levando a um aumento da necessidade pela flexibilidade dos processos de
gerenciamento empresarial como um todo.
Para Vilas Boas e Andrade (2009) as competências individuais geram um diferencial
competitivo para a empresa, melhorando suas condições para enfrentar as mudanças
organizacionais necessárias, uma vez que se modelam e se estruturam estrategicamente
em função das competências organizacionais (LAWLER III, 1994). Essas competências
individuais referem-se não só às competências técnicas, mas também comportamentais e
representam o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) do indivíduo ou das
equipes de trabalho.
Partindo dessas considerações acerca das competências individuais diante das
mudanças organizacionais ocorridas nas últimas décadas, bem como da importância de
se ter um alinhamento entre competências individuais e organizacionais, este estudo tem
como objetivo identificar as competências individuais apresentadas pelos vendedores de
uma empresa do ramo de materiais de construção, bem como as requeridas pelos gestores.
Visando alcançar o objetivo proposto, foram estipulados os seguintes objetivos específicos:
identificar as competências individuais dos vendedores da empresa, a partir da visão dos
mesmos; identificar as competências individuais requeridas pelos gestores da empresa; e por
fim levantar os fatores que interferem no desenvolvimento das competências.
Este artigo encontra-se dividido em 6 seções, incluindo-se a introdução. O referencial
teórico (seção 2) aborda aspectos relacionados ao conceito de competências, as competências
individuais, modelos de competências, gestão por competências e competências
organizacionais. Em seguida, destaca-se o método de estudo (seção 3), a apresentação e
discussão dos resultados (seção 4), além das considerações finais (seção 5). Por fim, são
apresentadas as referências utilizadas para a realização do estudo (seção 6).
2 Referencial teórico
Atualmente, existe um volume substancial de produção científica versando sobre a noção
de competência e sobre a importância de desenvolver as competências organizacionais para
a busca de maior competitividade. Também tem merecido destaque o fundamental papel das
competências gerenciais para mobilizar e articular as competências dos indivíduos e das
equipes, com o objetivo de atingir ou superar as estratégias estabelecidas para a organização.
2.1 Competências
Página 37
Devido ao grande número de abordagens levantadas, foram destacados, conforme
demonstra o Quadro 1, os seguintes conceitos para competência, através de um levantamento
cronológico desde 1982 até 2003.
ReCaPe Revista de Carreiras e Pessoas São Paulo. V.04 n.01 Jan/Fev/Mar/Abr 2014
Quadro 1: Definição de competências
Fonte: Elaborado pelos autores.
Pela análise dos conceitos expostos no Quadro 1, percebe-se uma evolução no sentido
de que, inicialmente, com Boyatizis (1982), as competências eram consideradas como o que
se tinha de mais aparente, os comportamentos observáveis dos indivíduos, que geravam
retorno à organização, já Zarifian (2003) inaugurou uma nova corrente, quando o conceito de
competência começou a ser associado à idéia de agregação de valor e entrega a determinado
contexto de forma independente do cargo, ou seja, a partir do próprio indivíduo.
A partir dessas definições abordadas na literatura sobre gestão por competências,
procede-se com as definições e contribuições mais específicas de competências individuais.
Segundo Vilas Boas e Andrade (2009) as competências individuais se referem às
características que o funcionário deve possuir, de forma que contribua para a empresa atingir
os seus objetivos. Nesse sentido, elas constituem a base das competências organizacionais
porque juntamente com outros recursos e processos, irão dar-lhe suporte.
Complementando essa visão acerca do termo, Le Boterf (2004) considera a competência
como o resultado do cruzamento de três eixos, a formação da pessoa (sua biografia e
socialização) sua formação educacional e sua experiência profissional.
Página 38
2.2 Competências Individuais
Alves, Becker, Quatrin,
Páginas 36-50
De acordo com Fleury e Fleury (2004) a competência individual encontra seus limites,
mas não sua negação, no nível dos saberes alcançados pela sociedade. As competências
são sempre contextualizadas. Os conhecimentos não adquirem status de competência a não
ser que sejam comunicados e trocados. A rede de conhecimento em que se insere o indivíduo
é fundamental para que a comunicação seja eficiente e gere competência.
Conforme os citados autores, as competências individuais irão gerar um diferencial
competitivo para a empresa, tratando-se não só de competências técnicas, mas também
comportamentais. Segundo Dutra (2008, p. 24) “o estabelecimento das competências
individuais deve estar vinculado à reflexão sobre as competências organizacionais, pois elas
se influenciam mutuamente”.
Zarifian (2001, p.66) amplia a discussão acerca do tema, ao destacar a competência como
sendo “uma combinação de conhecimentos, de saber-fazer, de experiência e comportamento
que se exerce em um contexto preciso. É constatada quando sua utilização em situação
profissional, a partir da qual é possível de validação”.
Ressaltando a importância das competências, Gramigna (2007) salienta que um dos
indicadores de impacto e que dá distinção aos profissionais é o conjunto de atitudes agregadas
às ações cotidianas. As atitudes devem ser adequadas ao contexto e ao ambiente. O
conhecimento é um indicador de competências que ajuda a lidar com as situações enfrentadas
no dia-dia. Ou seja, quanto mais conhecimento uma pessoa possui, mais forte ela torna-se,
permitindo maior flexibilidade para enfrentar as mudanças e rupturas que surgem. E usar o
conhecimento de maneira adequada é o que se denomina habilidade.
De acordo com Vilas Boas e Andrade (2009) o estudo das competências individuais levou à
gestão de pessoas por competências e mostrou que a administração estratégica é um instrumento
que faz parte de um mesmo propósito voltado a oferecer alternativas eficientes de gestão para
as organizações (VILAS BOAS; ANDRADE, 2009). Segundo os referidos autores, a gestão de
pessoas por competências deve buscar “a identificação, a avaliação, o desenvolvimento e o
reconhecimento de conhecimentos, atitudes e habilidades, que os profissionais devem ter para
desempenhar atribuições inerentes às funções de forma mais eficaz” (p.190).
Partindo das competências individuais, procura-se explorar alguns modelos de
competências, abordadas nas próximas subseções.
2.3 Modelos de Competências
Há diversos modelos que podem ser considerados quando se abordam as competências
e a aplicação empírica dessa definição, sendo que o presente estudo foi amparado pelos
modelos de CHA (Conhecimento, habilidade e atitude) e o modelo proposto por Cheetham e
Chivers (1996), melhor descritos na presente seção.
2.3.1 Modelo de CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude)
Conhecimentos: são as informações necessárias para a realização de alguma tarefa.
Eles podem ser adquiridos pela experiência profissional, pela educação formal ou por
treinamento no trabalho. É o saber acumulado do indivíduo. Habilidades: referem-se
à proficiência na utilização de ferramentas e equipamentos de trabalho traduzem-se
na aplicação produtiva do conhecimento. Normalmente são comprovados por meio de
provas e certificados. Atitudes: referem-se á forma como o indivíduo atua diante das
circunstâncias, sua conduta em relação ao trabalho, às situações e às pessoas.
A junção das três iniciais (CHA) é tudo o que uma função/cargo de uma empresa exige para
ReCaPe Revista de Carreiras e Pessoas São Paulo. V.04 n.01 Jan/Fev/Mar/Abr 2014
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É comum ouvir falar em CHA para designar o conjunto dos conhecimentos, habilidades e
atitudes. Segundo Vilas Boas e Andrade (2009, p.187):
que o serviço/produto seja bem administrado e de boa qualidade. No entanto, estas atribuições
precisam estar bem definidas e atualizadas (RABAGLIO, 2001). O citado autor define significados
para essas letras, assim como segue: C = saber; H = Saber fazer; A = Querer fazer.
Essas três características do CHA irão refletir em um determinado desempenho profissional
gerando resultados ou impactos positivos ou negativos para a organização. Para Leal e Faria
(2005, p.2):
Os conhecimentos relacionam-se com o conjunto de informações e teorias que o indivíduo possui (provenientes da sua formação e experiências) e que permitem a ele
posicionar-se ativamente frente às situações de trabalho. As habilidades referem-se à
aptidão técnica para realizar determinado trabalho. As atitudes correspondem ao conjunto de valores, crenças e predisposições que o indivíduo apresenta que são, em
grande parte, fruto do seu processo de socialização primária.
Percebe-se que o modelo CHA é um modelo mais possível de ser aplicado em questões
internas das organizações por se um modelo que aborda questões individuais para realização
de atividades (PARRY, 1996).
2.3.2 O Modelo de competências proposto por Cheetham e Chivers
O modelo gerado por Cheetham e Chivers (1996) apresenta uma estrutura de quatro
componentes essenciais: competência cognitiva/conhecimento, competência funcional,
competência pessoal/comportamental e competência de valores/ética.
Competência cognitiva/conhecimento: é a posse do conhecimento apropriado relacionado
ao trabalho e à capacidade para seu uso efetivo. O acoplamento de competência cognitiva
com o conhecimento enfatiza a capacidade para aplicar conhecimento de diferentes formas
em diferentes situações.
Competência Funcional: é a capacidade para executar uma gama de tarefas baseada
no trabalho para produzir resultados específicos efetivamente. Inclui a posse de habilidades
requeridas, mas a ênfase está em usá-las para alcançar resultados específicos.
Competência Comportamental: é a capacidade para adotar comportamentos apropriados
e que é observável em situações relacionadas ao trabalho.
Competência de Valores e Ética: é a posse de valores pessoais e profissionais apropriados e
a capacidade para fazer julgamentos que estão baseados nas situações relacionadas ao trabalho.
Assim, a competência ética recorre à aplicação efetiva e apropriada de valores no contexto profissional.
Essa estrutura de quatro componentes essências proposto por Cheetham e Chivers
(1996) é resumida no Quadro 2, logo abaixo:
Fonte: Elaborado pelos autores.
Página 40
Quadro 2: Síntese do modelo de Cheetham e Chivers (1996)
Alves, Becker, Quatrin,
Páginas 36-50
Esse modelo de Cheetham e Chivers (1996) está mais relacionado a questões
organizacionais, por englobar, como demonstrado no Quadro 2, questões de competências
cognitiva, funcional, comportamental e de valores e ética abrangendo não só questões
individuais mas do contexto organizacional e a partir disso outras questões como gestão das
competências por meio dessas características gerais.
2.4 Gestão por Competências
A gestão por competências é “uma prática estratégica, que tem como objetivo melhorar
o desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho individual
dos funcionários”. (VILAS BOAS; ANDRADE, 2009. p.186). Gestão por competências é “o
conjunto de ferramentas, instrumento e processos metodológicos voltados para a gestão
estratégica de pessoas” (GRAMIGNA, 2007, p.43). Considera-se, assim, que a gestão por
competências, ainda não amplamente desenvolvidas nas empresas, é uma forma de alinhar
de forma flexível, as competências individuais e organizacionais, em prol dos resultados
globais da organização.
Dutra (2001, p. 25) corrobora essa abordagem ao afirmar que “há uma relação íntima entre as
competências organizacionais e as individuais, portanto, o estabelecimento das competências
individuais deve estar vinculado à reflexão sobre as competências organizacionais, uma vez
que há uma influência mútua entre elas.
Segundo Ansoff (1983), a competência é vista como a gama de habilidades que
conduz uma organização e orienta o seu comportamento estratégico. Para outros autores
“competência é um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,
transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização
e valor social ao indivíduo” (FLEURY; FLEURY, 2004, p.21).
Pires e Amorin (2012) obtiveram como um dos resultados do estudo, a observação de interrelações entre a gestão por competências, conhecimentos e competências organizacionais,
conforme salientado no seguinte trecho: “Nesse momento, a gestão por competência se
encarregará de fazer a avaliação de qual conhecimento será determinante para a organização
e, se aquele conhecimento gerado será apropriado pela organização e definido como uma
nova competência da organização.”
Segundo Vilas Boas e Andrade (2009) a relação entre a organização e as pessoas propicia
a troca contínua de competências. De um lado as empresas transferem seu patrimônio de
conhecimento para as pessoas, e as preparam para enfrentar novas situações, tanto pessoais
quanto profissionais. De outro lado, as pessoas desenvolvendo suas capacidades individuais,
transferem para a organização todo o seu conhecimento e aprendizado, o que gera para a
empresa condições de enfrentar novos desafios e mudanças.
2.5 Competências Organizacionais
Reinterpretando o conceito de Core Competence de Prahaladd e Hamel, Ruas (2005)
expressa que as competências organizacionais são um “conjunto de habilidades e tecnologias
que resultam por aportar um diferencial fundamental para a competitividade da empresa”.
De acordo com Ruas (2001), são as competências que diferenciam a empresa perante
concorrentes e clientes e constituem a razão de sua sobrevivência, já para Fleury e Fleury
ReCaPe Revista de Carreiras e Pessoas São Paulo. V.04 n.01 Jan/Fev/Mar/Abr 2014
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A partir dessas considerações, Vilas Boas e Andrade (2009) ressaltam que as competências
organizacionais são formadas pelas competências e desempenho dos colaboradores. As
competências individuais, aliadas aos recursos empresariais, dão sustentação à competência
organizacional.
(2001), competência organizacional seria, assim, “a capacidade de combinar, misturar e
integrar recursos em produtos e serviços” aos clientes no mercado. Sendo assim, pode-se
afirmar que a competência organizacional é resultado de uma combinação estratégica de
recursos, habilidades e processos organizacionais, contribuindo de forma relevante para a
geração de valor e para a formação de vantagem competitiva sustentável. (HANASHIRO;
TEIXEIRA; ZACCARELLI, 2008, p.219).
Seguindo a gestão em si, por competências, já possibilita que a organização seja capaz
de desenvolver e avaliar as competências fundamentais para se atingir os seus objetivos.
Neste caso, observa-se a seleção dos profissionais adequados para cada cargo, a formulação
dos treinamentos necessários para desenvolver as competências e habilidades necessárias,
e a tomada de decisões estratégicas (VILAS BOAS; ANDRADE, 2009).
3 Metodologia
A estratégia de pesquisa deste trabalho é de natureza exploratória, pois seus procedimentos
consistem em apresentar situações e fatos como eles ocorrem no momento atual da empresa
pesquisada. O método de pesquisa empregado é o de estudo de caso, uma vez que este
trabalho analisa um fenômeno contemporâneo de alinhamento estratégico das competências
da empresa, através da técnica de observação do objeto pesquisado, a fim de descrevê-lo e
compreendê-lo (YIN, 2001).
Os instrumentos de pesquisa utilizados foram entrevistas pessoais ordenadas por uma
sequência idêntica de perguntas, na forma de um roteiro aberto e semi-estruturado, além
de questionário estruturado. O emprego de diferentes instrumentos de coleta de dados
(questionário e entrevista) derivou da existência e da investigação de dois tipos de sujeitos: os
gestores, que exercem funções relacionadas à coordenação e liderança das áreas envolvidas
no processo de vendas, e os vendedores, que atuam diretamente na área de vendas.
As entrevistas foram gravadas e transcritas na essência de sua mensagem, num espaço
de tempo entre 35 minutos, cada sessão, em sala de reuniões fechada, em condições
idênticas para todos, sem qualquer estímulo de desvio de atenção ou indução a qualquer
resposta involuntária. Os questionários foram respondidos pelos 19 vendedores da empresa,
sendo o objeto de pesquisa. Segundo Lakatos e Marconi (2003) o questionário é visto como
um instrumento constituído por um conjunto de perguntas ordenadas de forma a responder
o objetivo da pesquisa que é identificar as competências individuais necessárias para os
vendedores da empresa do ramo de materiais de construção.
Em decorrência das características do tema deste trabalho, bem como da natureza dos
objetivos propostos, utilizou-se as abordagens qualitativa e quantitativa de pesquisa. De
acordo com Gil (2002), a abordagem qualitativa permite um aprofundamento das questões
de significado e relações humanas, não perceptíveis nos dados estatísticos. Já a abordagem
quantitativa de acordo com Roesh (1996), tem a intenção de coletar informações sobre
determinada população, pois busca mensurar alguns pontos de forma objetiva.
A entrevista semi-estruturada contou com um roteiro destinado a levantar informações
majoritariamente descritivas. A entrevista, de acordo com Barbosa (1996), é um dos métodos
mais flexíveis para a obtenção de informações qualitativas em pesquisas científicas. Essa
técnica de coleta de dados, quando bem planejada, apresenta algumas vantagens no que
tange à obtenção de respostas mais completas e reduz significativamente a incompreensão das
Página 42
A entrevista foi conduzida apenas com os 3 gestores, pelo fato de estes atuarem mais
ativamente na promoção do fluxo informacional, fator que os elege como sujeitos importantes
a serem investigados, por contribuírem para o melhor entendimento da dinâmica do objeto de
análise da pesquisa.
Alves, Becker, Quatrin,
Páginas 36-50
perguntas por parte do entrevistado, uma vez que há contato direto deste com o entrevistador.
O questionário aplicado aos vendedores teve como finalidade coletar dados, tanto
quantificáveis como qualitativos. O mesmo foi composto basicamente por perguntas fechadas,
subdivididas em 3 módulos.
O primeiro módulo, caracterização do perfil dos respondentes, buscou conhecer aspectos
referentes ao respondente como: sexo, idade, escolaridade, principais atividades e funções,
tempo de atuação na função e tempo que o colaborador está na empresa. O segundo módulo,
questões específicas da pesquisa, buscou saber quais as áreas que os colaboradores se
identificam, e quais as competências mais valorizadas e ideais para um vendedor. O terceiro
módulo, competência, buscou identificar quais as competências que os vendedores possuem
e quais as competências que, na opinião dos entrevistados, revelam-se emergentes e
necessárias para um vendedor.
O roteiro de entrevista seguiu a mesma sistemática do questionário, subdividido em
módulos, em obediência aos objetivos específicos da pesquisa; todavia sua aplicação foi
realizada em linhas mais gerais, deixando o respondente livre para colocações.
Depois de efetuadas as entrevistas com os gestores e recolhidos os questionários aplicados
aos colaboradores, iniciou-se a transcrição das entrevistas, a tabulação dos questionários e
a análise dos dados.
Para a identificação de fatores de qualidade mais importantes adotados pela empresa,
deve-se lançar mão de técnica estatística multivariada. No entender de Dillon e Goldstein
(1984), a escolha da técnica multivariada adequada para aplicar aos dados depende da relação
de dependência ou de interdependência existente entre as variáveis a serem estudadas e da
escala dessas mesmas variáveis.
4 Análise dos Resultados
Na análise do perfil dos entrevistados foi possível constatar que a maioria dos funcionários,
63,2%, é do sexo masculino, o grau de instrução predominante é o 2º grau completo,
seguido do superior incompleto. Apenas um (1) dos funcionários possui o superior completo,
porém nenhum possui curso de pós-graduação. Conforme os dados levantados, 36,8% dos
funcionários encontram-se na faixa etária até 25 anos, o que salienta que os colaboradores
são predominantemente jovens neste ramo de atuação. Quanto ao tempo de trabalho, 36,8%
trabalha há menos de 1 ano. O tempo reduzido demonstra a necessidade de a empresa
conhecer “quais as capacidades necessárias, ou seja, quais os valores, atitudes, habilidades,
conhecimentos e experiências necessários para que o futuro colaborador possa contribuir
para a competência da empresa” (ZACCARELLI; TEIXEIRA, 2008, p.122). Em relação ao
tempo de empresa, 42% dos entrevistados trabalham a menos de um (1) ano na função. Isso
mostra que a maioria dos entrevistados é novo na função que exerce e ainda necessita de
atenção por parte da empresa para o desenvolvimento de suas competências individuais.
Após a verificação da adequação da análise fatorial, partiu-se para a identificação das
comunalidades apresentadas para cada uma das questões propostas (Tabela 01). Observase que todas as variáveis apresentam comunalidade adequada, ou seja, superior a 0,5 (LATIF,
2004).
ReCaPe Revista de Carreiras e Pessoas São Paulo. V.04 n.01 Jan/Fev/Mar/Abr 2014
Página 43
Inicialmente, para se verificar a adequação da utilização da análise fatorial, foi necessária
a verificação do KMO e do teste de Bartlet. O índice de Kaiser-Meyer-Olkin deve ser maior
que 0,6 para que cada correlação do par de variáveis seja explicada pelas demais variáveis
do estudo (LATIF, 2004). Para os dados desta pesquisa o KMO foi igual a 0,632.
Tabela 01: Comunalidades das Variáveis
Variável
Conhecimento Técnico
Acredito que posso realizar tarefas e aividades relacionadas à área de vendas
Tenho condições de ideniicar e deinir problemas bem como desenvolver soluções
Raciocino de forma lógica e analíica frente a análise de problemas
Consigo tomar decisões a parir da ideniicação e análise dos vários aspectos de vendas
Comunico-me de maneira clara e objeiva na forma verbal para com a organização
Comunico-me de maneira clara e objeiva na forma verbal para com os clientes
Tenho postura críica e relexiva diante dos diferentes negócios, pessoas e resultados
Busco o aperfeiçoamento conínuo da qualidade dos trabalhos sob minha responsabilidade
Consigo agir buscando resolver situações diíceis mantendo o senso de responsabilidade
Tenho a capacidade para adaptar-se às diferentes exigências do setor
Tenho a capacidade para desenvolver ações comparilhadas
Comunalidades
,675
,727
,929
,905
,742
,784
,810
,914
,702
,874
,589
,608
Fonte: Dados da Pesquisa (2011)
Para a determinação do número de fatores, observou-se a análise da variância total
explicada, que deve atingir no mínimo 60% da variância acumulada e autovalores maiores do
que 1 (MALHOTRA, 2006). A análise da porcentagem de variância mostrou que o instrumento
compreende 3 fatores, que explicam 77,15% da variância acumulada, todos com autovalores
maiores do que 1. Observa-se que, em todos os fatores, foram selecionadas as variáveis
com carga fatorial superior a 0,50, o que indica que elas são representantes úteis dos fatores,
e quanto maior a carga fatorial, melhor o item (AVRICHIR e DEWES, 2006). Na Tabela 02,
pode-se visualizar a variância explicada e a carga fatorial para cada uma das variáveis que
compõe os fatores.
Página 44
As variáveis extraídas da literatura permitiram elaborar 12 afirmações (questões)
que constituíram o questionário. Realizada a análise fatorial, foram obtidos 3 fatores de
competências dos colaboradores. Esses fatores, em boa parte, apresentam semelhanças
com os fatores expostos na literatura. Nesse sentido, uma importante competência para os
colaboradores ficou demonstrada com aproximadamente 38% no fator “comportamental”,
mais especificamente, os colaboradores consideram que possuem a competência de buscar
o aperfeiçoamento contínuo da qualidade dos trabalhos além de terem o comportamento
de assumir suas responsabilidades. Os colaboradores percebem, pelo fator 1, que são
responsáveis em assumir cargos e funções de responsabilidade dentro da organização e
que possuem uma capacidade de adaptar-se aos desafios do seu setor de atuação. Esse
fator é referendado na literatura inicialmente nos trabalhos de Klemp (1980), Boyatzis (1982)
e Schroder (1989), onde a importância da competência comportamental é fundamental para
colaboradores que exercem ou podem exercer funções administrativas e de gestão. Isso se
justifica pela responsabilidade e necessidade de tomada de decisão que cargos de gestão
precisam desempenhar, melhor descrito no estudo de Bowen (1957), o qual defende a ideia
de que os negócios são centros vitais de poder e decisão e que as ações nas empresas
atingem em muitos pontos a vida dos cidadãos.
Alves, Becker, Quatrin,
Páginas 36-50
Tabela 02: Fatores de competências percebidos pelos colaboradores
Variância Carga
,845
,835
38,43%
,815
,702
,610
Variância Carga
,885
22,46%
,840
,793
,719
Variância Carga
,934
16,26%
,923
,795
Média Fator 1 – Competência Comportamental
Acredito que consigo agir buscando resolver situações diíceis mantendo o senso
5,21
de responsabilidade pelos direitos e deveres dos indivíduos
Tenho postura críica e relexiva diante dos diferentes negócios, pessoas e
5,16
resultados
Busco o aperfeiçoamento conínuo da qualidade dos trabalhos sob minha
5,48
responsabilidade
Tenho a capacidade para adaptar-se às diferentes exigências do setor, tornando5,37
me capaz de rever sua postura diante de novas realidades
Consigo tomar decisões a parir da ideniicação e análise dos vários aspectos
5,21
envolvidos no processo de vendas
Média Fator 2 – Competência Funcional
Comunico-me de maneira clara e objeiva na forma verbal para com a
5,21
organização
5,63
Comunico-me de maneira clara e objeiva na forma verbal para com os clientes
5,68
Acredito que posso realizar tarefas e aividades relacionadas à área de vendas
Tenho a capacidade para desenvolver ações comparilhadas, catalisando esforços
4,74
e obtendo resultados por meio da cooperação mútua.
Média Fator 3 – Competência Conhecimento/Cogniiva
4,89
Raciocino de forma lógica e analíica frente a análise de problemas
Tenho condições de ideniicar e deinir problemas bem como desenvolver
4,89
soluções
4,53
Tenho conhecimento técnico sobre todos os produtos da organização
Fonte: Elaborado pelos autores
Quando se trata de comportamento, os gestores esperam que os colaboradores possuam
boa comunicação, abordagem e negociação, trabalho em equipe, equidade, negociação, agir
como educador, profissionalismo nas relações, resolução de conflitos.
Ter habilidades para a função e não aplicá-las no dia-a-dia gera desmotivação, pois
não conseguem os resultados esperados e acreditam que o ambiente da empresa é
que não propicia o crescimento, não buscam por si seu crescimento. (Fala do gestor).
De acordo com Cheetham e Chivers (1996) a competência comportamental é a capacidade
para adotar comportamentos apropriados e que é observável em situações relacionadas ao
trabalho.
Em relação às funcionalidades, os gestores esperam as atitudes de buscar negócios,
pró-atividade, auto-gestão do desenvolvimento, busca de conhecimento, querer, instigar,
comprometer-se e chamar a responsabilidade para si e fazer com que os outros se
comprometam. De acordo com Vilas Boas e Andrade (2009) as atitudes são as capacidades
para executar uma gama de tarefas, baseadas no trabalho para produzir resultados específicos
efetivamente.
O fator 3, “Competência Conhecimento/Cognitiva”, com peso de explicação nas
competências dos colaboradores de 16,26%, indica que em menor grau os colaboradores
possuem uma capacidade de resolver problemas e agir de forma analítica quando os problemas
ReCaPe Revista de Carreiras e Pessoas São Paulo. V.04 n.01 Jan/Fev/Mar/Abr 2014
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O fator 2, por outro lado, “Competência Funcional” apresenta-se como segundo fator mais
importante na visão dos colaboradores (peso de 22%). Esse fator demonstra a capacidade que
os colaboradores consideram quanto a desempenharem suas funções e serem competitivos
principalmente no setor de vendas como demonstrado pela média de 5,68. Isso pode-se
verificar anteriormente na literatura através dos estudos de Ulrich e Lake (1990) e Teece,
Pisano e Shuen (1997), que abordaram as capacitações dinâmicas necessárias para que as
organizações consigam manter a competitividade.
se apresentam. Na literatura essa competência se apresenta nos estudos de Almeida (1994),
Primi e Santos (2001) e Sternberg (1986), os quais argumentam que competência cognitiva
está classificada em três grandes correntes, a psicométrica (ou fatorial), a desenvolvimentalista
e a da abordagem do processamento humano de informação.
Na visão dos gestores, a competência cognitiva seria os conhecimentos técnicos dos
produtos, conhecimento do cenário econômico estadual e nacional, e de que forma isso
interfere no dia-dia da empresa. Neste contexto a empresa disponibiliza, de acordo com
as necessidades dos colaboradores, treinamentos que desenvolvam e propiciem maior
conhecimento sobre produtos, a fim de gerar o conhecimento. De acordo com relato do gestor:
A empresa promove constantemente a capacitação técnica através de cursos internos, promovidos por representantes, instituições de ensino; incentiva a elaboração de
treinamentos por parte dos mesmos para atuarem e desenvolverem suas capacidades
de educador. Promover treinamentos comportamentais, reiterar através de reuniões e
circulares as políticas, as normas, as novas resoluções a serem seguidas, para que
os vendedores agreguem conhecimento e melhorem seus procedimentos comerciais.
(Fala do gestor)
Os gestores acreditam que as pessoas sejam diferentes na forma de pensar e agir, embora
com conhecimentos e ferramentas de trabalho idênticos, umas se destacam e têm melhores
resultados que as outras e isto está associado às competências. Fazer melhor e fazer com
mais eficiência e eficácia depende de quanto dos conhecimentos adquiridos, habilidades em
fazer melhor e atitudes perante os acontecimentos vai aplicar no trabalho a ser realizado.
Baseado no modelo proposto de Cheetham e Chivers (1996), onde é destacada a
relevância da personalidade e da motivação no processo de aquisição das competências, a
personalidade influencia qualquer aspecto de competência, e talvez em alguns casos possa
limitar seu potencial. Diferentes características de personalidade podem ajudar ou impedir
o desempenho de papéis particulares do profissional. A motivação pode afetar ambos, o
desempenho no papel de trabalho e a vontade de desenvolver ou melhorar suas competências.
Avaliados separadamente os três fatores, parte-se, agora, para uma análise conjunta.
Onde através dessa análise pode-se afirmar que as competências mais presentes nos
funcionários da empresa são as de comportamento e funcionais, ou seja, competências mais
técnicas do que gerenciais, apesar de serem responsáveis e capazes de desempenhar suas
funções, mesmo que seja necessário mudarem ou atualizarem constantemente.
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Os resultados encontrados pela análise fatorial sugerem que os colaboradores percebem
como suas principais competências as comportamentais e funcionais, especificamente as
relacionadas à área de vendas. Na Figura 1 apresenta-se uma síntese dos resultados com a
visão dos gestores versus a visão dos colaboradores em relação às competências desejadas
(gestores) e existentes (colaboradores).
Alves, Becker, Quatrin,
Páginas 36-50
Figura 1: Síntese dos resultados.
Fonte: elaborado pelos autores.
5 Considerações finais
Este trabalho teve como objetivo geral identificar quais as competências individuais,
apresentadas e requeridas, dos vendedores de uma empresa do ramo de material de
construção de Ijuí- RS. Para tanto, foram estipulados como objetivos específicos: identificar
as competências individuais dos vendedores da empresa, a partir da visão dos mesmos e da
visão dos gestores, e por fim levantar os fatores que interferem no desenvolvimento de suas
competências.
Na visão dos colaboradores, o fator comportamental aparece como o principal e, assim,
eles possuem a competência de buscar o aperfeiçoamento contínuo da qualidade dos trabalhos
além de terem o comportamento de assumir suas responsabilidades. Competência Funcional
apresenta-se como segundo fator mais importante na visão dos colaboradores, que demonstra
a capacidade que consideram ter para desempenhar suas funções e serem competitivos,
principalmente no setor de vendas. O fator Competência Cognitiva foi identificado em um
menor grau, sendo que os colaboradores acreditam possuir uma capacidade de resolver
problemas e agir de forma analítica quando os problemas se apresentam.
Já em relação às competências necessárias aos colaboradores na percepção dos
ReCaPe Revista de Carreiras e Pessoas São Paulo. V.04 n.01 Jan/Fev/Mar/Abr 2014
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Em resposta a esses objetivos buscou-se inicialmente um embasamento teórico na
literatura, sobre competências individuais, competências organizacionais e gestão por
competências, e foi desenvolvido um estudo de caso na empresa em questão.
gestores, percebeu-se algumas discrepâncias dos dados obtidos com os colaboradores,
principalmente na competência considerada mais importante. Enquanto os colaboradores
enfatizam a competência comportamental, os gestores consideram a competência cognitiva
de maior importância.
Da mesma forma, os colaboradores afirmam possuir maiores competências relacionadas
ao comportamento, e os gestores, no que tange o comportamento apresentado pelos
colaboradores, especificamente suas competências comportamentais, afirmam que as
mesmas estão relacionadas ao cargo que ocupam, não havendo interesse em querer fazer
o algo mais, envolverem-se, serem pró-ativos, antever e reagir aos acontecimentos, muitos
esperam as coisas acontecerem.
Quanto às competências funcionais, os gestores identificam o profissionalismo nas
relações e consideram os colaboradores comunicativos, característica fundamental para a
função de vendas. No que se refere à competência cognitiva, eles afirmam que conhecimento
há, o que falta é interesse em fazer parte, em gostar do que faz, em se comprometer com a
empresa, trazer pra si a responsabilidade por seus atos e assumir seus erros, aprendendo e
se desenvolvendo.
Observando as competências individuais requeridas pela empresa, é desejado com grande
prioridade a competência cognitiva, que é enfatizada nas falas dos gestores entrevistados e
na literatura, sendo a competência relacionada aos conhecimentos técnicos dos produtos
e do cenário econômico estadual e nacional, os quais estão diretamente relacionados ao
dia-a-dia da empresa. Também importante para o desempenho da função destacam-se as
competências comportamentais e funcionais.
Para a observação de competências comportamentais é necessário do colaborador
habilidades de comunicação, abordagem, negociação, trabalho em equipe, equidade,
negociação, profissionalismo nas relações e resolução de conflitos. E para as competências
funcionais destacam-se a busca por negócios, pró-atividade, auto-gestão do desenvolvimento,
busca de conhecimento, querer, instigar, comprometer-se e chamar a responsabilidade para
si e fazer com que os outros se comprometam.
Quanto aos fatores que interferem no desenvolvimento de competências individuais dos
colaboradores, as principais considerações são relacionadas ao problema de percepção em
relação às competências que os colaboradores possuem, e o que os gestores querem, como
pôde ser visualizado na Figura 1.
Página 48
Como resposta ao questionamento trazido no título do artigo, as competências que devem
ser desenvolvidas para a empresa conseguir uma simetria entre as competências percebidas
pelos colaboradores e as requeridas pelos gestores exigem um aperfeiçoamento constante
dos colaboradores e/ou buscar capacitações específicas para que os colaboradores possam
adquirir um maior conhecimento e habilidade para exercer suas funções.
Alves, Becker, Quatrin,
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