30 Dias para Amar - B.J. Miller
30 Dias para Amar - B.J. Miller
30 Dias para Amar - B.J. Miller
MILLER
Revisão: Independente
Sumário
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
EPÍLOGO
OUTRAS OBRAS
Sinopse
Rico, bonito, um cavalheiro... Qualquer um imaginaria que Alex não teria motivos para precisar
arrumar uma esposa de conveniência. Mas o desespero o fez recorrer à sua melhor amiga, Megan, que
precisa de dinheiro com urgência.
Mas Megan não está disposta a se casar sem amor. Alex, então, apaixonado há anos por sua possível
futura esposa, faz uma proposta ousada: ele quer conquistá-la, e o prazo é um mês. Trinta dias durante
os quais ele está disposto a tratá-la como uma rainha, atender a todos os seus caprichos e mimá-la.
Será que Megan será capaz de resistir?
PRÓLOGO
Vou para sua casa mais cedo para te ajudar a se arrumar para
esse jantar.
Achei melhor não contar sobre o quase beijo, senão ela ficaria como
minha mãe: já sonhando com um relacionamento que eu nem pensava em ter
com Alex.
Kat: Acho que tudo o que te indiquei para fazer, você ignorou.
Não é possível que saiu com aquele homem e não deu nenhum beijinho.
Você me decepciona, Megan.
Megan: Já disse que ele é só meu amigo.
Kat: Tem amigos que transam.
✽✽✽
Ainda estava possessa com o que aconteceu. Como ele tinha coragem
de me fazer um pedido daqueles? Quem Alex achava que era para me tratar
como uma qualquer?
Quando cheguei em casa, evitando que minha mãe percebesse a
merda toda que tinha acontecido, fui para o meu quarto. E Kat quis saber os
detalhes – o sorriso que estava em seu rosto foi morrendo aos poucos assim
que contei tudo que foi me dito.
Logo ela ligou para ele e ainda colocou no viva-voz, mas esse foi o
problema. Alex abriu literalmente seu coração e deixou bem claro que ele e
Katherine falavam de mim há muito tempo, mesmo que eu não soubesse
dessa informação.
Fiquei observando minha amiga, enquanto a via ficar pálida. Acho
que ela não esperava que essa informação vazasse de tal forma. Assim que
encerrou a ligação me encarou, parecendo arrependida de ter colocado no
viva-voz.
Sentou-se na cama à minha frente, e antes que eu começasse a gritar
para que desembuchasse o que tinha para dizer, ela falou:
— Sim, eu sou uma péssima amiga por nunca ter comentado com
você sobre o que ele me falava, mas Alex confiou em mim. Então eu fiquei
em uma encruzilhada. Não me mata, por favor.
Eu até queria brigar com ela, no entanto, a curiosidade foi muito
maior.
— Quero te matar, sim, mas antes me conta o que ele te falava.
Ela abriu um sorriso tão grande que por um momento pensei que
rasgaria sua boca, só que logo começou a dizer:
— Ele é completamente louco por você amiga, desde quando era
noivo ele já falava que não conseguia ficar mais com a Cameron, porque só
pensava em você. Tenho quase certeza de que isso foi um dos motivos que
fez com que ele decidisse para dar um fim naquele relacionamento de merda
que ele tinha.
— Assim me sinto culpada…
— Para com isso, você não teve culpa de nada. Isso foi uma decisão
do Alex. — Katherine segurou minha mão e, olhando em meus olhos,
declarou: — Amiga, agora que passou um pouco da minha ira, acho que
entendi o motivo do Alex te fazer o pedido. Acho que ele quer te ajudar, e
talvez só não tenha sabido se expressar bem.
— Um casamento não me ajuda — sussurrei.
— Por que você só não tenta conversar com ele mais calma? —
sugeriu, e eu até queria escutá-la, porque já estava achando a minha atitude
com Alex muito exagerada.
— Vou pensar. Agora quero dormir.
E foi isso que fizemos. No outro dia eu já estava mil vezes mais calma
do que na noite passada. Assim que Kat foi embora, fazendo com que eu
prometesse para ela que ia conversar com Alex, mandei uma mensagem para
ele.
Megan: Ainda estou um pouco chateada por ontem, mas acho que
podemos conversar com mais calma hoje. O que acha?
Como era domingo, era muito mais fácil sair na parte da tarde. Assim
que deixei meu quarto, após ler a mensagem de confirmação de Alex, vi
minha mãe sentada no sofá bebericando uma xícara de café.
— Tudo bem, mãe? — indaguei ao me sentar ao seu lado.
— Sim, querida. Katherine já foi embora? — questionou, já que
minha mãe havia acordado bem depois que minha amiga havia partido.
— Sim, ela ia sair com um cara que conheceu esses dias.
— Doidinha demais.
— Ela é.
— Você sabe que não sou boba, não é mesmo?
Eu sabia do que ela estava falando. Lógico que eu não tinha
conseguido esconder a minha ira da noite passada. Abaixei minha cabeça e
encarei minhas mãos. Não queria tocar no assunto com minha mãe, porque se
eu tocasse ia ter que revelar o motivo de Alex querer que eu me casasse com
ele, então resolvi por bem ficar calada.
— Querida, o Alex pode até não perceber, mas eu sei que você gosta
dele, e nem adianta falar o contrário para mim. Então, se você não quiser
contarsobre o que aconteceu ontem, eu vou te entender. Mas só te peço que
me escute uma única vez em relação a esse homem.
Desviei minha atenção para ela, e assenti. Eu ia permitir que falasse o
que quisesse. Sem pestanejar ou tentar fazê-la mudar de assunto.
— Querida, aquele homem te olha como se você fosse algo valioso
para ele, só por isso eu já o admiro de uma maneira inacreditável. Mães
costumam ter sexto sentido para certos sentimentos, e o que Alex sente por
você não é só amizade. Pelo que sabemos a família dele não é lá tão boa, mas
aquele garoto é. Então se algum dia você tiver dúvidas sobre se eu apoiaria
algum envolvimento entre vocês dois, pode ter certeza que a minha resposta
sempre seria: vá em frente, fique com esse garoto. Eu adoro o Alex, e não
podia ser diferente minha resposta para você.
Senti quando meus olhos lacrimejaram e deixei até que algumas
lágrimas escorressem. Depois sussurrei.
— Mas e se ele fizesse uma oferta meio maluca?
— Tenho certeza de que seria uma oferta que te beneficiaria, já que eu
também sei que você e ele estão cheios de segredinhos. E morro de medo de
que algum deles nos envolva diretamente. Algo que você não quer me contar.
Como minha mãe sabia tanto assim das coisas? Minha expressão
devia ter quase gritado a minha pergunta, já que logo ela comentou:
— Filha, você não é de chorar, e vi isso acontecendo demais nos
últimos tempos. Você até tenta disfarçar, mas sempre está pelos cantos com
lágrimas nos olhos, e em um desses momentos vi que Alex estava te
consolando, então, eu não sou idiota. Mas vou esperar que me conte para eu
saber como agir.
Decidi, por fim, me manter calada, pois tinha certeza de que se
contasse realmente o motivo, minha mãe poderia ficar extremamente
decepcionada, e eu morria de medo de quais poderiam ser as consequências
da minha revelação para ela.
Depois disso ficamos caladas, e logo ela foi fazer o que fazia todo
domingo: ir para um pátio que ficava no bairro vizinho dançar. Mamãe e suas
amigas amavam danças de salão e todos os domingos recebiam essas aulas
gratuitas oferecidas pelo estado para a comunidade.
Eu, por outro lado, comi um sanduíche no almoço e esperei que se
aproximasse do horário marcado para me arrumar. O dia estava mais quente,
então, era dia de usar uma bermudinha florida com uma regata branca.
Assim que a mensagem de Alex chegou, avisando que já havia
estacionado na porta, peguei minha bolsa e desci. Ele estava com uma calça
cargo cinza e uma camisa gola polo. Seu rosto estava abaixado, os ombros
caídos, e por um momento fiquei com pena dele. Acho que eu também o
havia decepcionado na noite passada.
— Oi, Alex — cumprimentei ao me aproximar dele.
Ele direcionou aqueles olhos azuis para mim, e o arrependimento
gritava sob eles.
— Oi, Megan — sussurrou, mas logo emendou. — Me perdoa, por
favor. Eu não queria fazer com que você se sentisse mal. Sou um idiota, não
podia ter falado daquela forma com você… — Coloquei meu dedo indicador
nos seus lábios, o que fez com que se calasse.
— Vamos conversar, Alex. Mas já adianto, não tenho que te perdoar,
você não fez nada por maldade, já sei disso. Vamos tentar resolver essa
questão.
Ele assentiu e abriu a porta do carro para mim. Esperava mesmo que
resolvêssemos, pois não estava pronta para perder a amizade de Alex.
CAPÍTULO 5
Ainda estava sem acreditar que ela tinha aceitado. Olhava para
Megan, tentando ver se estava brincando. Só que refletia somente verdade
nos seus olhos. Ela realmente resolvera embarcar naquela loucura comigo.
Nem em meus maiores sonhos cheguei a vislumbrar o que estava
prestes a acontecer. Eu sempre pensava que Megan seguiria sua vida feliz,
mas sem mim. E agora eu tinha recebido um presente: trinta dias para
conquistá-la e levá-la ao altar, para ser minha, completamente minha.
Foi tudo que sempre pedi, e agora minhas preces foram atendidas.
Não consegui conter o sorriso. Segurei a mão de Megan e acariciei seus
dedos como se eles fossem os mais preciosos do mundo. O que podia ser
verdade, já que aquela mulher era tão valiosa par amim.
— Vou te dar um ultimato para começarmos. — Vi quando ela
engoliu em seco. E mesmo assim continuei acariciando seus dedos.
Era uma estratégia minha, já que ela tinha me dado a liberdade de
conquistá-la, então, eu usaria tudo o que tinha a meu favor para conseguir
isso. Megan se apaixonaria por mim, tanto quanto eu estava por ela.
Voltei meus olhos para os seus e continuei:
— Amanhã passarei bem cedo em sua casa, para… como posso dizer?
— Não queria usar a palavra que ia falar, mas era a única que estava na
minha cabeça no momento. — Sequestrá-la.
— Você o quê? — Megan questionou, meio aturdida. Ela parecia
estar muito concentrada em mim, e assim que ouviu o que eu disse saiu do
transe que se encontrava.
— A partir de amanhã você ficará comigo, em uma ilha particular que
tenho aqui, mas que é afastada de tudo e todos.
Eu mal tinha me lembrado dessa ilha nos últimos tempos, mas não
sabia por qual motivo que ao começar a prometer a Megan que faria com que
se apaixonasse por mim pensei logo no lugar. A ilha era totalmente
paradisíaca, e seria uma grande aliada ao meu plano de conquistar a mulher
que eu tanto desejava.
— Mas, Alex, eu não posso deixar o café por trinta dias, minha
mãe…
— Eu contrato alguém para ajudá-la, se for preciso. — Coloquei meu
indicador sobre seus lábios. — Quero que você me ame, Megan. Eu já sou
completamente apaixonado por você, então, tenho que conquistá-la e não
pouparei meus meios para isso.
A cada hora que revelava sobre o que sentia para ela, via que seus
olhos ganhavam um brilho a mais. Era tão bom poder confessar meus
sentimentos sem medo de ser julgado. Eu podia gritar para o mundo que
estava louco por essa mulher, e quase não acreditava nisso.
— Às vezes penso que você é maluco — comentou, ainda meio boba,
me encarando. Eu sabia que estava mexendo com ela, e era exatamente isso
que eu queria.
— Fico maluco quando tenho alguma meta para atingir.
Vi quando as bochechas de Megan coraram, e ela não disse nada, só
desviou seus olhos para o ambiente, observando o que acontecia ao nosso
redor. Logo voltou sua atenção para mim e comunicou:
— Tudo bem! Vou falar com a minha mãe sobre tudo, menos sobre a
hipoteca. Caso ela diga que precisará de ajuda, eu deixo que você contrate
alguém durante esses dias.
Senti-me vitorioso. Depois disso, resolvemos dar uma volta pelo
parque. Assim que levantei-me do banco, estendi minha mão para ela que
pegou prontamente. Aquele único gesto já era muito para nós dois, por isso,
passamos um tempo em silêncio.
Vi um carrinho de pipoca mais a frente e fui até ele. Sabia que Megan
amava pipoca, então, seria bom para quebrar o nosso clima constrangedor.
Soltei-me de sua mão para pagar ao vendedor, e entreguei o pacotinho para
ela, que me direcionou um dos seus sorrisos que me fascinavam.
Enquanto Megan comia sua pipoca comecei a falar novamente.
— Eu pensei que nunca teria coragem de falar para você sobre meus
sentimentos — revelei.
— Não sou um bicho que sai mordendo quem resolve falar que está
apaixonado por mim — Megan brincou, enquanto comia uma quantidade
generosa de pipoca.
— São muitos os que falam? — Ergui uma sobrancelha, em um tom
brincalhão.
— Hoje, por acaso, só um.
Não pude deixar de sorrir e de suspirar aliviado por ela entrar na
brincadeira.
— Mas é complicado, Meg. Eu nunca fui um cara tímido, mas com
você… as coisas são diferentes.
— Eu entendo.
Continuamos caminhando, em silêncio, por mais alguns metros.
Assim que ela terminou de comer sua pipoca, jogou o saquinho no
lixo e voltamos a caminhar. Chegamos à Bow Bridge, uma das pontes mais
memoráveis do Central Park, que possuía uma arquitetura em estilo vitoriano,
com uma vista incrível para o lago, e os ipês eram um charme a mais para o
local. Já fora palco para diversos filmes e ensaios fotográficos.
Paramos sobre ela, observando o lugar. O dia estava bom, e como não
estávamos no inverno, o lago ficava bem movimentado, com os barquinhos
de um lado para o outro, sempre com um casal, ou até mesmo alguns amigos
que queriam curtir o ponto turístico.
— Tinha muito tempo que eu não parava sobre a Bow Bridge para
observar toda essa beleza. — Megan gesticulou para o lago. — Nem sabia
que sentia tanta falta de dias de preguiça como hoje.
— Você estava como eu, Megan, workaholic total.
— A diferença é que eu necessito trabalhar desde que meu pai
morreu, e depois que recebi aquele comunicado tudo piorou. Além de ter
minha mãe como responsabilidade. Você podia tirar férias, Alex, mas as
poucas viagens que fez nesse tempo que te conheço foi para acompanhar
Cameron aos desfiles dela — ela respondeu, encarando um dos barquinhos
que passavam por ali.
— Nunca achei uma necessidade tirar férias. — Encarei seu rosto que
brilhava com os raios de sol que batiam nele.
Megan voltou seus olhos em minha direção e indagou:
— E agora está querendo passar trinta dias fora do seu mundinho para
me conquistar?
— Eu faria tudo que fosse possível para isso.
Conhecia Megan há bastante tempo para saber quando ela estava
afetada, seu olhar colado no meu gritava isso. Sua mania de morder os lábios
quando algo a deixava desconcertada, seu rosto corado… Ah! Quando Megan
corava era minha perdição.
Aproveitei que ela tinha se virado para ficar de frente para mim para
me aproximar. Talvez fosse um ato impensado, mas já havia revelado tudo a
ela, não estava dando conta de controlar meus instintos. Os poucos
centímetros que nos separavam foram quebrados quando coloquei uma de
minhas mãos em sua cintura. A outra foi parar em uma de suas faces. Passei
meus dedos por ela, acariciando a pele macia da mulher que estava me
deixando completamente rendido.
Ela fechou seus olhos com meu toque, o que me deu total liberdade
para olhar mais profundamente para seu rosto. Suas pintas eram um charme,
no entanto o que estava clamando por minha atenção, quase que implorando,
era a boca delineada que eu sempre sonhei em tocar.
Enquanto olhava para essa parte de seu corpo, Megan abriu
novamente aqueles olhos azuis em minha direção, e seu comentário foi o que
fez com que eu perdesse totalmente o controle por meus atos.
— O que está esperando, Alex? Já cometemos muitas imprudências
hoje, um beijo será só mais uma.
Com um sorrisinho de canto, ainda encarando seus olhos, respondi:
— Seu desejo é uma ordem.
A mão que estava em seu rosto foi parar em sua nuca. Puxei sua
cabeça em direção à minha e colei nossos lábios. Naquele momento tudo
pareceu ficar em silêncio; sentir minha boca na dela, só o contato de pele com
pele, fez algo acontecer. Eu não saberia explicar, mas foi como se o mundo
inteiro parasse só para nós.
Eu já havia beijado mais mulheres do que era possível contar, só que
com Megan era diferente.
No momento que a puxei ainda mais contra mim, a gente se entregou
ao beijo por completo. Minha mão se apertou em sua cintura, sentindo uma
conexão inexplicável. Nossas línguas começaram a se conhecer e puta que
pariu! Aquilo, sim, era um beijo fantástico.
Não consegui me lembrar de que estávamos em um lugar público e
encostei a mulher na mureta da ponte, onde a fiz ficar rendida a mim. Os
braços de Megan foram parar em meu pescoço, e tudo continuou mais
intenso.
Talvez eu fosse muito piegas por afirmar, mas eu a beijaria mais mil
vezes naquele momento se fosse para provar daquela sensação magnífica.
Tínhamos química, tínhamos pegada, tínhamos tudo para que um beijo fosse
bom.
Quando escutei um leve gemido saindo dos seus lábios, soube que
tinha atingido um ponto que já deveria estar sendo considerado como
atentado ao pudor.
Afastei-me dela, não antes de lhe dar um leve selinho na boca que
estava vermelha e inchada. Seu peito subia e descia, parecendo procurar o ar
que lhe faltava, e eu não estava diferente. Realmente tínhamos nos esquecido
de respirar durante o momento que parecera único para nós dois.
Olhar em seus olhos depois do que fizemos não foi fácil. Sentia medo
de ter avançado um sinal muito rápido, mas ao constatar que ela estava com
um leve sorrisinho em seus lábios pude perceber que não era o caso.
— Alex… — sussurrou meu nome, como se quisesse falar mais
alguma coisa, só que não tinha coragem suficiente.
— O quê? — questionei, enquanto ainda segurava sua cintura com
minhas mãos. Não tinha me afastado muito do seu corpo. Acho que ainda não
estava preparado para essa separação.
— Eu não deveria falar isso, para que você não se ache o deus mais
poderoso de todo esse universo. Mas… Porra! Que beijo foi esse?
Não pude conter minha gargalhada, foi mais forte que eu. Comecei a
rir tanto que até virei minha cabeça para trás.
— Este foi só o primeiro, garota linda. Posso fazer melhor do que isso
— respondi, ainda sorrindo.
— Nossa! Se eu soubesse que era assim tão… uau! Eu teria pedido
antes. — Suas bochechas que já estavam coradas ganharam um tom a mais de
vermelho, enquanto ela completava: — Não acredito que falei isso.
Colocou suas mãos no rosto, escondendo-o por causa da vergonha que
estava sentindo. Só que logo tratei de retirá-las, não queria que ela sentisse
vergonha por ser sincera comigo.
— Megan, não quero que sinta vergonha por ser você mesma comigo.
Se realmente nos tornarmos um casal, precisaremos confiar um no outro.
Ela fez uma leve careta, mas preferiu falar.
— Alex, você é meu segundo melhor amigo, mas vai demorar para
que eu tenha essa confiança de casal em você, ok? Além de você ainda
precisar me conquistar. Foi uma promessa, não foi?
Depois do que falou me afastei dela. Sabia que estava certa, mas não
precisava ter me jogado esse balde de água fria. Ou precisava?
— Não fique chateado, Alex, você tem trinta dias. Se continuar me
beijando assim é bem capaz que eu me apaixone muito antes. — E ao dizer
isso, Megan simplesmente começou a caminhar, saindo da ponte.
Ela nem ao menos me esperou, e eu só pude segui-la. Estava achando
que seguiria aquela mulher para onde ela quisesse.
Depois disso voltamos para a casa de Megan. Assim que estacionei o
carro, olhei para ela e informei:
— Amanhã passarei aqui até às nove da manhã. Tudo bem?
— Tudo ótimo!
Megan assentiu, desafivelou o cinto e ia saindo, mas segurei seu braço
antes que estivesse fora do meu alcance. Ela olhou em minha direção sem
entender muito bem o que estava fazendo. Sem esperar que compreendesse,
me aproximei de seus lábios e dei um beijo leve.
Só assim soltei seu braço. Ela ainda ficou parada por alguns instantes
me analisando, mas logo sorriu levemente e murmurou:
— Até amanhã.
— Até!
Vi quando abriu a porta da sua casa, olhou na direção do meu carro
por uma última vez e entrou. Estava feito; eu teria trinta dias para conquistar
a mulher que amava. Trinta dias para ajudá-la a retomar sua casa e seu
negócio. Trinta dias para me tornar um homem casado.
Estava na hora de colocar meu lado sedutor em ação, e eu sabia que
essa batalha já estava ganha. Afinal, eu era muito bom em tudo que fazia.
CAPÍTULO 7
Ainda sentia o meu coração quase saindo pela boca. O que Alex
estava querendo provar? Que ia me enlouquecer? O que eram aqueles beijos
que me deixavam extremamente louca, e na hora que eu ia pedir por mais, ele
simplesmente se afastava?
Ok! Eu permiti tudo isso, mas não imaginava que seria essa enxurrada
de sentimentos e desejos em tempo recorde. Saí do banheiro vestida em um
roupão. Ainda não acreditava que Alex havia me trazido em seus braços da
praia até aqui.
O pensamento me fez abrir um leve sorrisinho. Realmente, aquele
homem estava usando de tudo para me conquistar. Fui até onde tinha
deixado meu celular e peguei o aparelho.
Mamãe tinha me mandando uma mensagem, falando para eu
aproveitar tudo que tinha direito, e também aproveitar o homem que estava
comigo. Senti minhas bochechas corarem mesmo que não tivesse ninguém no
quarto comigo. Dona Kristen era uma desbocada como eu, que falava tudo o
que podia, sem pensar nas consequências.
Só mandei uma mensagem dizendo que ia fazer o meu máximo, e fui
ver minha outra notificação. Claro que só podia ser Kat, mas a mensagem
dela foi muito pior do que a da minha mãe.
Ali estava a mulher da minha vida na minha frente, quase nua, dizendo
estar apaixonada e pedindo que eu a fodesse – com essas palavras. Então,
com o meu coração disparado, levei-a para o meu quarto, sentindo como se o
mundo inteiro repousava nos meus braços.
Apesar do amor que sentia, ela queria ser fodida, não queria? Então
não sairia daquela cama, somente quando eu permitisse. Seria ali que ela se
tornaria minha, totalmente minha.
Observando-a de pé, como a coloquei, com os seios à mostra, os
cabelos dourados caídos pelas costas… isso me deixou louco. Sem nem
pensar, comecei a tirar sua calcinha. Não desgrudei meus olhos dos dela em
nenhum momento. Abaixei-me até seu pés e assim que joguei a calcinha para
longe, subi minhas mãos por suas pernas.
A pele clara de Megan estava com uma tonalidade bronzeada devido
aos dias de sol que estávamos pegando na praia.
Continuei subindo minhas mãos, quase ajoelhado aos seus pés, e
quando cheguei entre suas pernas ela se remexeu. Uma das mão eu deixei que
invadisse sua intimidade e tocasse sua parte que estava molhada. A outra mão
foi subindo até chegar em seus seios.
Quando apertei seu mamilo, Megan gemeu, e eu aproveitei para
brincar com seu clitóris. Suas mãos vieram parar em meus cabelos e a
expressão prazerosa em seu rosto me agradou sobremaneira. Eu sempre
imaginei como seria seu rosto repleto de prazer, e agora que eu estava
podendo vivenciar isso nos últimos dias, não podia negar que era uma visão e
tanto.
Ela era tudo para mim!
Estoquei meu dedo com mais força, ficando mais vontade para
masturvá-la sem piedade. Eu queria tentar ir com calma, mas a cada segundo
que sentia o quanto ela estava molhada e entregue a mim ficava maluco.
Ainda agachado, levei minha língua para tocar o ponto que ela
necessitava, enquanto ela ainda me olhava. Assim que a ponta passou por sua
vagina, Megan, fechou os olhos. Sua respiração aumentou a velocidade, e eu
me envaideci por ser o responsável por aquelas reações.
Chupei com vontade sua boceta, impedindo que Megan se afastasse,
pois a estava segurando com força com as mãos em sua cintura. Passei minha
língua por toda sua extensão. Era delicioso seu sabor. Aumentei minha
velocidade, e Megan começou a fazer leves movimentos em minha boca,
enquanto gemia loucamente.
Era esse o som do qual eu sempre queria me lembrar, que queria ouvir
pelo resto da vida: os gemidos de Megan. Era a melodia mais bela já
composta. Enquanto a chupava como um desesperado para lhe dar prazer, ela
começou a sussurrar:
— Alex, eu…
Mas não conseguia terminar de falar, porque eu não iria permitir, não
lhe daria um segundo de descanso enquanto não gozasse em minha boca. Por
isso forçando mais meus lábios em sua vagina, dei uma leve mordidinha em
seu clitóris, e isso pareceu ser o ponto que eu precisava para ver aquela
mulher gozando pela primeira vez em minha boca.
Ela apertou mais suas mãos em meus cabelos, e sem pudor algum
gemeu alto ao se liberar por completa e sem regras nos meus lábios. Afastei
meus lábios de sua vagina, e ela que ainda continuava de olhos fechados os
abriu, encarando-me como se tivesse me vendo pela primeira vez naquele dia.
— Uau! — foi o que disse, enquanto engoliu em seco e cambaleava,
com as pernas moles, obrigando-me a ampará-la.
— Deixe para falar isso quando eu terminar com você.
Mal esperei que ela discernisse sobre o que eu havia dito, levantei-me
do chão e a peguei no colo outra vez, levando-a para a cama. Deitei
delicadamente seu corpo no colchão e me afastei para observá-la. Seus
cabelos loiros sobre a cama, seu corpo nu contrastando com o lençol branco
como a neve.
Tirei minha roupa, ainda encarando aquela mulher perfeita aos meus
olhos. Ela me observava com olhos curiosos e completamente desejosos; eles
passeavam por meu corpo, admirando-o como se também gostasse do que
via.
— Aqueles ternos que você usa realmente escondem tudo que tem de
bom para ver — sussurrou, mordendo os lábios em seguida.
Megan tinha uma certa timidez em alguns momentos, mas isso
mudava quando ela estava cheia de tesão.
Ela abriu um pouco mais suas pernas, enquanto eu também a encarava
intensamente. O sorriso sacana que apareceu em seus lábios mostrava que ela
estava me desafiando e me chamando.
— Não brinca com fogo — avisei, olhando em seus olhos tão azuis
quanto os meus.
— Eu vou me queimar? — Alçou uma de suas sobrancelhas.
— Talvez eu te dê um castigo — comentei, enquanto me colocava por
cima dela na cama, mas sem fazer nada. Só sentindo seu corpo no seu.
— Às vezes gosto de ser uma garota travessa para ser castigada. Onde
estão suas cordas, homem dominador? Estou rendida sobre a sua cama, não
me queria assim? — ronronou, enquanto eu roçava meu pênis em sua vagina,
mas sem penetrá-la.
Suas mãos pararam em minhas costas, e enquanto me olhava dentro
dos olhos passou suas unhas com força em minha pele. Esse toque me
enlouquecia, por isso, sem resistir muito deixei minha cabeça descer até seu
pescoço, onde depositei alguns beijos e chupei sua carne. Depois subi minha
boca para o lóbulo da sua orelha e dei uma leve mordiscada.
— Você quer ser rendida?
— Sim — sussurrou, com a voz quase desaparecendo, enquanto eu
levava uma mão ao seu seio e o apertava com força.
Eles cabiam perfeitamente dentro da minha mão, pareciam terem sido
criados para serem tocados por mim. Afastei-me o suficiente para pegar um
robe estava nos pés da cama, puxei o cordão que o amarrava e em seguida
agarrei as mãos de Megan.
— Você realmente confia em mim para isso? Se eu te prender, você
vai ficar indefesa. Eu jamais te machucaria ou faria algo que te deixasse
desconfortável, mas preciso que saiba disso.
— Eu confio, Alex.
Feliz em saber disso, amarrei suas mãos, e, pelo seu olhar, percebi
que tinha acertado em mais um ponto. Puxei suas mãos amarradas até a
cabeceira da cama, e atei-as ali. Com isso, sem esperar mais, devorei os
lábios daquela mulher.
Eu precisava daquele beijo, precisava sentir a nossa troca naquele
toque, precisava sentir sua língua na minha, seus lábios perfeitos nos meus. O
beijo quente, delicioso, repleto de desejo. Segurei seu rosto entre minhas
mãos e me rendi ainda mais aos seus lábios, mas logo comecei a descer
minha boca por sua pele.
Cheguei a um seio e o suguei com força, mordisquei o mamilo e
realmente aquilo deveria ser considerado o paraíso. Passei para o outro,
fazendo o mesmo processo. Chupar com força, morder, lamber. O único
barulho que podia se ouvir no quarto eram os gemidos de Megan e as nossas
respirações descompassadas.
Lambi sua barriga, e, sem me conter, dei mais algumas mordidas. Sua
pele era deliciosa demais, era impossível me controlar. Assim que cheguei
novamente em sua vagina, peguei suas pernas e coloquei-as em meu pescoço.
Levantei seu quadril da cama e avancei para sua intimidade.
Megan se descontrolou quando comecei a chupá-la, e por isso mesmo
eu fiz com mais intensidade, apertei suas coxas com força e suguei a sua
parte que gritava para receber carinho. Minha língua passeou por toda sua
extensão, penetrando-a, fazendo-a gritar e implorar:
— Alex, eu quero tocar em você, me desamarra — pediu, mas ela
tinha que entender que quem estava no comando era eu.
— Está te machucando?
— Não, mas...
Não deixando-a continuar a falar, chupei com mais intensidade, sem
parar, até que Megan se entregou novamente a um orgasmo alucinante que
fez com que um grito reverberasse pelo quarto. Dei mais uma lambida por
toda sua extensão e voltei suas pernas para a cama. Olhei em seus olhos, e
disse, com a voz um pouco arfante.
— Eu não vou te desamarrar. Você terá mais doses de prazer até que
eu decida soltar suas mãos.
— Você não pode…
— Posso! — afirmei colocando um dedo sobre seus lábios.
E esse mesmo dedo desceu por seu corpo e chegou à sua vagina,
invadindo-a sem dificuldades, pois ela estava completamente lubrificada.
Estoquei fundo dentro dela, enquanto outro estimulava seu clitóris. Estoquei
mais rápido e coloquei mais um dedo dentro de sua boceta, sem parar de
estocá-la. Dois dedos, rápidos e incansáveis.
Megan remexia seus quadris. Para tentar conter os gemidos, mordia
seus lábios. Percebendo isso, parei de fazer meus movimentos e murmurei:
— Não se contenha, eu quero você se entregando por completo, se
não fizer isso eu vou parar.
Ela olhou em meus olhos por um momento para ver se eu realmente
estava falando sério. E provavelmente viu que não era uma brincadeira, por
isso, disse.
— Você tá muito mandão.
— Você queria ser dominada, Megan, então vai ter que obedecer
minhas ordens. Posso te deixar assim, amarrada na minha cama por horas,
ficar te tocando desse jeito… — Penetrei os dois dedos bem fundo
novamente, apenas uma vez, ouvindo-a gritar. — E não te deixar gozar. Você
escolhe.
— Não vou me conter.
— Então fala que é minha, Megan.
— Sou sua, Alex.
E com isso voltei a estocar meus dedos dentro dela o mais rápido que
podia. Logo Megan estava novamente gozando, sem se conter, sem máscaras,
completamente entregue ao momento. Seus olhos reviravam de prazer, sua
boca aberta soltava um grito que me deixava ainda mais maluco, e sua vagina
me mostrava o quanto estava pronta para mim.
Mesmo antes de se recuperar do orgasmo que meus dedos deram a
ela, pois ainda arfava e estava com os olhos fechados, peguei o preservativo
na mesinha ao lado da cama. Coloquei-o em meu pau, e, sem esperar, abri
suas pernas e a penetrei com força.
Surpreendi-a sobremaneira, tanto que abriu seus olhos enquanto eu
começava a mexer meu quadril de forma rápida dentro dela. Nossos olhos se
conectaram e aquele momento era nosso. Eu a estocava com força, segurando
suas pernas em volta de mim.
Aquilo era realmente o paraíso, nem em meus melhores sonhos
imaginei que aquele momento seria tão perfeito. Vê-la ali, rendida a mim,
totalmente entregue a nosso momento, enxergando os sentimentos saírem de
seus olhos.
Sem pensar muito, puxei o laço que prendia suas mãos na cabeceira
da cama. Megan se impulsionou para frente, e mesmo que as mãos ainda
estivessem amarradas uma na outra, ela passou seus braços por meu pescoço.
Eu me sentei na cama, e ela começou a cavalgar em meu colo. Sem conter me
beijou, e eu só pude ajudá-la a subir e a descer.
Nosso beijo continuou. Enquanto ainda nos amávamos, levei uma das
minhas mãos para o meio dos nossos corpos para estimular mais uma vez o
clitóris de Megan naquela tarde. Ela merecia mais orgasmos, e assim que
comecei a fazer os movimentos ela aumentou a intensidade dos que fazia, me
dando o presente de vê-la gozando mais uma vez naquele dia.
Aproveitei enquanto ela gemia de prazer e se comprimia em volta do
meu pau para deitar nossos corpos na cama e voltar a estocá-la. Eu precisava
me libertar, não poderia aguentar mais. Apoiando meus braços ao lado do
corpo da mulher e sentindo suas pernas se entrelaçarem em minha cintura,
estoquei; estoquei; estoquei; olhando em seus olhos.
— Eu te amo — gritei ao mesmo tempo em que me libertava dentro
dela.
Levei meus lábios mais uma vez aos dela e a beijei, com força, com
fome, com desejo, com amor. Eu a amava, e era só isso que eu poderia dizer
naquele momento.
Afastei-me do beijo e olhei em seus olhos. Eles gritavam tanta coisa
que não consegui decifrar com exatidão. Mas tinha muito carinho ali, muito
desejo, e talvez admiração.
— Alex… — Megan começou, mas parou por um momento, no
entanto logo voltou a dizer: — Você acabou comigo.
Abriu um sorriso lindo, contagiante, perfeito.
— A intenção era essa. — Dei um beijo na ponta do seu nariz.
— E você também me surpreendeu. Nunca pensei que você poderia
ser um dominador tão mandão. — Continuou sorrindo.
— Você queria, eu só te dei o que quis.
— Foi maravilhoso, Alex — declarou.
— Fico feliz de ter te agradado, é só isso que importa para mim. —
Parei por um momento observando aquela mulher toda entregue a mim. Sua
expressão de contentamento me fazia feliz e seu cabelo desgrenhado me
deixava completo, Megan era minha por completo. Minha!
— Vamos tomar um banho. — Tirei suas mãos do meu pescoço, e
desatei o nó do cordão que a amarrava, libertando-a.
— Alex, acho que estou sem forças para tomar banho agora.
Não contive a gargalhada, ela parecia mesmo sem forças. Beijei
novamente a ponta do seu nariz, e ela aproveitou para enlaçar meu pescoço
com seus braços livres.
— Vou preparar a banheira, e te levo depois no colo para lá.
— Vou aceitar, pois banheira e Alex parecem ser uma combinação
perfeita.
— E junto com Megan fica ainda melhor.
Beijei seus lábios mais uma vez, e finalmente parecia que eu tinha
conquistado tudo no mundo. Eu estava com a mulher que amava, em uma
casa isolada da sociedade. Ela havia se entregado a mim por completo, e
agora só faltava me amar inteiramente, mas eu tinha certeza de que isso
estava bem próximo de acontecer.
CAPÍTULO 13
Sentia que o sol estava batendo em minha pele pela fresta aberta na
porta que levava à sacada, mas a sensação maravilhosa em meu peito não era
por ter amanhecido com o sol radiante, mas, sim, por estar sentindo a língua
de Alex tomar toda a minha vagina em um oral digno de um Oscar.
Soltei um leve gemido, levando minhas mãos aos seus cabelos, e isso
pareceu deixá-lo mais animado, pois aumentou a velocidade de sua chupada.
Senti quando dois de seus dedos se enterraram dentro de mim, e ele
começou a fazer investidas precisas que estavam literalmente me levando à
loucura.
— Alex… — sussurrei, completamente sem forças.
Ele deu uma leve mordiscada em meu clitóris, e isso era demais para
qualquer uma. Aquela libertação foi se avolumando em meu corpo, até que
senti o orgasmo se aproximando; gozei loucamente, mas mesmo assim o
homem que estava acabando comigo não parou.
Alex continuou me penetrando com seus dedos e chupando meu
clitóris como um profissional.
— Pelo amor de De…
— Shiu! — Ele se afastou de mim, colocando seu indicador sobre
meus lábios para me calar.
Olhou dentro dos meus olhos com aquela expressão faminta, e eu
mais que depressa abri minhas pernas para recebê-lo, mas pelo visto não era
o que ele tinha em mente. Com um sorrisinho sacana, Alex passou um braço
pela minha cintura e me retirou da cama. Entrelacei meus braços em seu
pescoço e minhas pernas em sua cintura, sentindo meu coração disparar. O
que ele faria daquela vez?
Seu rosto estava tão próximo do meu que eu tentei beijá-lo, mas como
o homem mal que vinha me mostrando nesses últimos dias, fez questão de se
afastar. Ele queria me deixar maluca, isso era um fato.
Alex caminhou para a sacada que tinha uma das vistas mais lindas da
ilha. Podíamos ver a imensidão do mar à nossa frente, com alguns coqueiros
fazendo tudo se tornar ainda mais paradisíaco.
Chegamos até o parapeito, e Alex me colocou no chão. Eu não estava
entendendo o que ele queria, mas logo me virou de frente para o mar e ficou
encostado às minhas costas.
Suas mãos passaram por meu corpo, e quando pararam nos seios,
giraram meus mamilos em seus dedos. Não pude evitar o gemido de prazer,
aquilo era bom demais. Enquanto massageava meus seios, me deixando ainda
mais molhada, ele sussurrou em meu ouvido.
— Transar com a mulher que amo e vendo o mar da minha sacada…
só pode ser um sonho. — Uma de suas mãos desceram por minha barriga e
chegou até minha vagina, onde seus dedos começaram a brincar novamente
com meu clitóris. — Então vamos realizar esse meu desejo.
Eu queria gritar “sim”, mas não tinha forças para aquilo. Aquele
homem estava conseguindo me deixar maluca com o tanto de prazer que
estava me dando nas últimas horas.
Retirando suas mãos de mim, ele levou as duas a minha cintura,
empinou minha bunda e mais que depressa, pegou um preservativo que já
tinha deixado na mesinha da sacada, colocando-o, e se enterrou dentro de
mim. Daquela vez não pude conter o grito que veio de dentro do meu peito.
Alex continuou segurando minha cintura, enquanto estocava fundo
dentro de mim, com força, com desejo, com precisão. Eu iria morrer de tanto
prazer. Ouvia gemidos roucos saírem por sua boca, e aquilo era a minha
perdição. Alex era toda a minha perdição.
Sem conseguir continuar olhando para o mar, voltei meus olhos por
cima do ombro e encarei aquele homem delicioso. Ele estava com a boca
aberta, os olhos semicerrados, e algumas gotas de suor escorriam por seu
rosto. Puta que pariu! Aquilo era demais.
Seus olhos voltaram para os meus, e eu quase derreti ali mesmo.
Neles havia adoração, tanto desejo, tanto amor... Alex deveria ter saído de
dentro de um conto de fadas hot, por que era perfeito e ainda transava
maravilhosamente bem.
Ele tirou uma de suas mãos da minha cintura. Pegou meus cabelos, e
os puxou para trás. Levou meu corpo novamente próximo a ele, mas sem
deixar de estocar dentro de mim. Sua outra mão foi parar em meu clitóris,
estimulando, enquanto ele aumentava seus movimentos, fazendo-me senti-lo
ainda mais fundo, enorme dentro de mim.
— Alex eu vou…
Não consegui terminar de falar, pois outro orgasmo chegou, rápido,
insano, desesperado. Aquele homem parecia conhecer meu corpo por
completo, já que nunca havia gozado tanto com outros. Ele colocou sua boca
no meu ombro, me dando uma mordida e também deixou seu prazer ser
liberado com um urro saindo abafado pela minha pele.
Ficamos ofegantes durante longos minutos. Alex se retirou de dentro
de mim, me pegou em seus braços e levou-me até a cama. Depositou-me
delicadamente no colchão, e ainda me deu um beijo carinhoso nos meus
lábios. Depois descartou o preservativo e voltou para o quarto, sentando-se ao
meu lado, completamente nu. Alex não tinha vergonha do seu corpo, mas
também não era para menos, o homem era um deus grego.
— Vou preparar o café da manhã para você. Fique quietinha aqui,
tudo bem? — Uma de suas mãos tocou meu rosto, fazendo um carinho leve.
— Eu poderia te ajudar ao menos um dia — murmurei, pois ele
sempre fazia questão de me preparar o café.
— Não, você é a prioridade aqui. Fiquei quieta, enquanto eu te mimo
— ordenou, mas de forma carinhosa. Só que eu não podia deixar aquilo
barato, então, brinquei:
— Mandão!
Ele se levantou da cama e vestiu uma bermuda, depois virou-se para
mim e declarou:
— Acho que todos esses orgasmos que você teve provam que meu
lado mandão te agrada e muito.
Ainda tentei jogar um travesseiro que estava na cama em sua direção,
mas ele foi mais rápido e saiu do quarto. Abri um sorriso gigante, mas deixei
por isso mesmo. Aconcheguei-me da melhor forma na cama, pensando em
tudo o que havia acontecido.
Eu tinha transado com o homem por quem eu sempre tive uma leve
queda, e aquilo ainda parecia surreal. Alex era maravilhoso demais, e eu
estava completamente apaixonada. Ele me tratava como se eu fosse a pessoa
mais importante na sua vida.
Saí dos meus pensamentos quando ouvi meu celular tocando e estendi
a mão para pegá-lo na mesinha de canto. Assim que vi quem estava me
ligando, soube que seria xingada.
— Fala, amiga, querida, linda... — atendi, tentando fazer com que Kat
não me matasse. Eu a estava deixando sem informação do que estava
acontecendo, e sabia que ela odiava isso.
— Querida e linda? Ah, meu Deus! Você transou, eu nem acredito —
gritou do outro lado da linha quase me deixando surda.
— Sua maluca, fale baixo.
— Como que falo baixo, quando estou há dias sem um “oizinho”? E
agora eu descubro que você transou — continuou gritando.
— Eu não disse que transei. — Tentei mentir.
— Megan, eu te conheço. Você toda melosa de manhã, me chamando
de linda... ou você transou ou bateu a cabeça.
E realmente Katherine me conhecia, até demais para o meu gosto.
— Tá bom, aconteceu… — Eu não gostava de comentar sobre certos
assuntos. Era um pouco tímida, tinha que admitir, e Kat, diferente de mim,
adorava contar suas intimidades.
— Me conta tudo! Como foi? Ele foi carinhoso, bruto, puxou seu
cabelo, te deu uns tapas? — E assim começou a jogar todas as perguntas que
podia pelo telefone. Ainda bem que não estávamos cara a cara, senão ela me
obrigaria a contar.
— Kat, por favor — pedi, tentando mudar o rumo da conversa.
— Você é muito sem graça, Meg. Mas me responde ao menos se foi
bom?
Abaixei meu tom de voz, esperando que Alex não me ouvisse.
— Qual dos meus seis orgasmos de ontem para hoje prova que foi
fantástico?
— SEIS? — ela berrou. — Sua vadia sortuda do caralho! Em uma
noite?
— Não… acabei de ter um agora de manhã, quando ele me pegou de
surpresa na sacada da casa.
— Puta merda! Ainda bem que aquele homem não é só mais um
rostinho bonito no meio da multidão — minha amiga brincou.
— Ele não é, apesar de o rosto não ser a única parte bonita que ele
tem — admiti, só de lembrar de suas coxas torneadas, a barriga com
gominhos, a bunda durinha…
— Ok! Não quero ouvir mais, já que não vou ficar pensando em Alex
pelado.
Caí na gargalhada ao mesmo tempo em que a porta do quarto era
aberta, e Alex entrava com uma bandeja repleta de coisas deliciosas para
comermos. Ele a depositou aos pés da cama e ficou a me observar, até que
declarei para Katherine:
— Amiga, preciso desligar.
— Você vai transar de novo, eu quero um homem tipo o Alex na
minha vida.
— Katherine… — repreendi.
— Tudo bem, vai lá curtir seu gostosão, mas vê se mantém contato,
sua ingrata.
— Pode deixar.
Desliguei o telefone e voltei a minha atenção para o homem que
estava me olhando.
— Acho que estou te monopolizando, não estou? — Sabia que ele
tinha entendido o motivo de Katherine me ligar.
— Katherine pode aguardar por uns dias, enquanto eu sou sua. Não é
como se ela fosse deixar de ser minha melhor amiga por isso.
— Minha? — sussurrou, olhando nos meus olhos e inclinando-se para
um beijo.
— Completamente sua.
Alex me beijou rapidamente e começou a nos servir.
Ele colocou suco em um copo e me entregou, enquanto levava uma
torrada à minha boca. Todos os dias ele dava um jeito de dar ao menos um
pouco do café da manhã em minha boca, e eu achava aquilo extremamente
fofo.
Estava comendo um morango, enquanto ele tomava de seu café, e
meus pensamentos voavam alto:
— Você imaginava que um dia poderíamos estar assim?
— Com você nua, na minha cama, tomando café na minha frente, em
uma ilha deserta?
Senti minhas bochechas corarem, pois eu realmente estava
completamente nua, e ele me olhava com desejo a cada segundo.
Assenti, mas não murmurei nenhuma palavra. Estava um pouco
envergonhada para aquilo.
— Não, eu sentia tudo por você, mas pensei que nunca teria coragem
de revelar. Por mais que as circunstâncias que nos uniram não sejam as
melhores, elas foram as responsáveis por estarmos onde estamos.
Depositou a caneca na bandeja, pegou minhas mãos e deu um leve
beijo em uma delas.
— E você? Imaginou que alguma vez isso poderia acontecer? — foi a
vez de eu ser questionada.
Pensei um pouco sobre a pergunta, já que nunca passara por minha
cabeça que Alex pudesse ter algum interesse em mim. Só quando soube que
ele comentava com Katherine sobre seus sentimentos, percebi que nossos
pensamentos estavam sintonizados.
— Não! Para falar a verdade, eu nunca imaginei que você pudesse se
interessar por uma pessoa tão normal quanto eu. Sempre esteve ao lado de
mulheres famosas, modelos muito bem vistas perante a sociedade.
— Não fala isso, Meg — repreendeu-me. — Se você soubesse o
quanto sou infeliz por ter tido contato somente com pessoas desse tipo
durante quase toda minha vida. Pode ter certeza, garota linda, que você é
muito melhor que qualquer pessoa que tenha estado ao meu lado. E não estou
falando isso para menosprezar nenhuma mulher, mas por você ser totalmente
autêntica, ser essa pessoa que não liga para o que vão falar, que não segue o
que a merda da sociedade pede.
Abri um sorriso e depois dei uma leve mordidinha em meus lábios.
Alex parecia saber o momento certo para dizer as palavras que atingiam
diretamente o meu coração. Ele era simplesmente o homem mais incrível que
eu poderia conhecer.
Terminamos de tomar o nosso café da manhã, e logo tomamos um
banho juntos, o que foi mais um motivo para fazermos sexo. Agora que
estava liberada essa parte em nosso relacionamento na ilha, tinha quase
certeza que faríamos amor durante boa parte dos dias.
Enquanto colocava o biquíni, parei meu pensamento na palavra
“amor”. Era exatamente isso que estávamos vivendo nos últimos dias, e eu
só não queria admitir, mas sabia que era impossível. Em se tratando do
homem que até alguns dias atrás era meu melhor amigo, era perceptível que
amor seria o que restaria dentro do meu coração quando saísse daquela ilha.
Será havia se tornado minha amizade colorida, meu namorado ou meu
noivo…? Ainda não sabia, no entanto de uma coisa eu tinha certeza: Alex me
olhava com completa devoção, suas palavras me encantavam a cada dia mais
e ele sabia me tratar como eu nunca havia sido tratada. Isso realmente era
amor, do mais puro, mais perfeito, mais desejado... Amor em sua forma mais
linda.
Pelo espelho eu podia ver Alex colocando uma bermuda creme,
completando o visual com uma gola polo branca. Ele se voltou em minha
direção e abraçou minha cintura.
— Pegue uma roupa que você queira usar para um passeio em uma
ilha vizinha que tem uma pequena cidadezinha para turistas. Quero te levar
lá, podemos curtir um pouco do mar e depois darmos uma volta. — Ainda
encarando seus olhos pelo reflexo do espelho, questionei:
— Não vamos ficar aqui?
— Não. Hoje vamos curtir um pouco pelo mar, vermos alguns lugares
legais e depois socializar.
— Você só me surpreende, Alex.
— Essa sempre foi a minha intenção, te surpreender o máximo que
posso, para ter seu coração todinho para mim.
Sem querer deixei escapar algo que não devia:
— Só espero que quando estiver com ele não o machuque.
Seu abraço apertou ainda mais em minha cintura, seu cenho deu uma
leve franzida, e logo sussurrou em meu ouvido:
— Eu nunca faria isso, Megan, prefiro morrer antes de te fazer sofrer.
A verdade refletia em seus olhos, e mesmo que eu soubesse ser errado
acreditar tão rapidamente, eu confiava. Já conhecia aquele homem há muito
tempo para saber que ele não estava mentindo.
— Então vamos deixar esse assunto pra lá e vamos curtir tudo o que
você preparou para mim.
Ele abriu mais um daqueles sorrisos de derreter o meu coração e me
deu um leve beijo na bochecha. Terminei de me arrumar, além de preparar as
coisas que eu deveria levar para visitar a tal ilhazinha. Sabia que aquele
passeio seria o último passo que faltava para eu me apaixonar perdidamente
por aquele homem, e logo me tornar sua esposa.
CAPÍTULO 14
Dona Kristen tinha recebido alta hospitalar e iria passar alguns dias na
casa de Katherine, até que as coisas estivessem resolvidas com o café e a
casa. O fogo tinha tomado boa parte do lugar, mas ainda bem que só as coisas
materiais foram afetadas.
Tinha passado por minha cabeça terminar tudo com Megan, pois,
querendo ou não, eu sabia que tinha levado o caos à sua vida. Só que quando
ela disse que aceitava se casar comigo foi impossível levar o plano adiante.
Eu amava aquela mulher demais para desistir dela tão fácil. Preferia
lutar contra tudo e todos do que perdê-la, logo quando a tinha conquistado.
Terminei de arrumar a minha gravata e me olhei no espelho; o terno
caía perfeitamente em meu corpo e estava ansioso. Afinal era o grande dia. O
dia de anunciar meu noivado para todos e começar a corrida para me casar
dali a poucos dias.
Não havia tempo, faltava um mês e alguns dias para o meu
aniversário, então tinha que ser tudo muito rápido. No fim, termos voltado
para Nova Iorque mais cedo deu tempo de organizar melhor as coisas. E no
dia em que deveríamos estar voltando da ilha, marquei minha festa de
noivado.
Ouvi uma batida na porta do meu quarto e pensei que talvez pudesse
ser Megan. Eu havia pedido para meu motorista ir buscá-la, mas, para a
minha infelicidade, era a minha mãe, que ainda não havia aceitado muito bem
a minha escolha.
— Eu ainda não estou acreditando que você esteja me obrigando a
receber pessoas de tão baixa categoria em minha linda casa, Alex.
Crispou seus lábios ao finalizar sua fala. Sinceramente, a vontade que
eu tinha de mandá-la caçar outra pessoa pra encher o saco era grande, mas
ainda tentava manter o respeito.
— Mãe, há alguns dias você disse: “arrume uma esposa, pois quero
minha herança”. Arrumei uma esposa, amo aquela mulher e não existe nada
neste mundo que fará eu desistir dela, está me entendendo?
— Eu só imaginei que você arrumaria uma pessoa mais qualificada
para o cargo.
Ela conseguia me irritar muito, diga-se de passagem.
— Quantas vezes vou ter que falar que isso não é um negócio, nem
um emprego? É do meu futuro que estamos falando, eu tinha que escolher
quem me faz feliz e foda-se a sua opinião.
Vi quando dona Grace arregalou os olhos, acho que ela realmente não
esperava essa atitude vinda do filho querido. Mas estava cansado de tanta
chateação para o meu lado. Ela queria a merda do dinheiro, e eu queria a
mulher que amava ao meu lado. Será que seria pedir muito que ela só me
deixasse em paz?
— Como ousa falar comigo dessa forma, Alex? — esbravejou.
— A senhora não me dá escolha, não me deixa ser feliz. Pensei que
ao saber que iria conseguir o seu tão amado dinheiro pararia de encher o meu
saco. Mas, não, continua vindo me atormentar. O que a senhora quer? Perder
toda a herança? Se quiser eu também não me importo, mas continuarei com
Megan.
Saí do quarto, deixando que ela falasse sozinha. Não estava com
paciência para tolerar aquele tipo de atitude da minha mãe. Ela não merecia
nem o meu respeito. Mulher intragável.
Fui até o escritório do meu pai e abri o cofre que ficava em um
compartimento secreto na parede. Tirei de lá a caixinha que eu havia
guardado há alguns dias. Abri e olhei a pedra que tinha em mãos.
Eu tinha mandado fazer aquela peça especialmente para Megan, só
iria existir aquela pedra para ela, pois uma pessoa única merecia algo único e
também por me lembrar da cor dos seus olhos. O anel era de safira – grande o
suficiente para deixar Megan constrangida –, em formato de coração,
acompanhado por duas pedrinhas menores que faziam seu design ser ainda
mais encantador. Fora que a sua circunferência completa era cravejada de
diamantes. Talvez depois de colocar aquele anel em seu dedo eu tivesse que
aumentar a sua segurança, mas não me importava, a minha mulher teria a
pedra mais linda em sua mão.
Fechei a caixinha e coloquei-a dentro do meu bolso. Depois senti meu
celular vibrar, e o que li fez com que um sorriso gigantesco se abrisse em
meus lábios – minha mulher havia chegado. Saí do escritório e fui para a
porta de entrada, onde o carro que havia pedido que a buscasse estacionou.
Desci as escadas e abri a porta traseira, Megan pegou minha mão e saiu do
carro.
Meu coração disparou. O vestido que usava fora um presente meu,
mas nunca imaginei que cairia tão bem em seu corpo. Era longo, na cor
vinho, com detalhes em pedraria abaixo dos seus seios e duas aberturas, uma
entre o seu seio e uma nas costas que faziam meus olhos focarem em seu
corpo maravilhoso, e minha imaginação ganhava uma dose de erotismo que
eu teria que esconder durante toda aquela noite, para poder apreciar o vestido
melhor só quando estivéssemos sozinhos.
— Você está maravilhosa. — Contemplei seu corpo de cima a baixo.
— E você está me deixando envergonhada. — Vi quando olhou para
baixo, e suas bochechas ganharam um leve tom de rosa que me enfeitiçava a
cada dia mais.
Pouco depois, sua mãe surgiu.
— A senhora está linda também — comentei.
— Infelizmente não vou poder ficar muito, querido. Tive uma falta de
ar mais cedo, então, terei que pegar um táxi e...
— Nada disso. Meu motorista irá levá-la para casa em segurança.
— Você é um cavalheiro, meu genro…
Tive que sorrir, porque gostava de como soava.
— Então vamos entrar? Os convidados já estão no salão de festas.
Megan arregalou um pouco seus olhos, respirou fundo e comentou:
— Pelos muros da sua casa eu já tinha percebido que ela era enorme,
mas nunca esperei que você tivesse um salão de festas, isso é surreal.
— Não me culpe, isso é ideia da minha mãe.
— Vamos acabar com esse martírio. Eu queria algo menos
escandaloso, mas tudo bem.
Eu me senti mal com suas palavras, pois sabia como se sentia e nem
eu queria muitas pessoas a nossa volta. Mas o que eu poderia fazer quando
dona Grace colocava algo em sua cabeça? Por mais que não estivesse nem
um pouco satisfeita com o casamento, ela não iria aceitar nada menos do que
algo grandioso para fingir que a escolha de seu único filho fora de seu gosto.
— Desculpa fazer você passar por isso.
— Vou ter que me acostumar, não é mesmo?
— Ah, deixa de ser chata, Megan… O rapaz quer te exibir para todos
— minha querida futura sogra me defendeu, e eu não pude deixar de rir.
Megan me direcionou um sorriso e levou uma de suas mãos ao meu
rosto.
— Ela está certa. Vamos, vai dar tudo certo.
Dei o braço à minha sogra e minha noiva, e nós três caminhamos de
mãos dadas até o salão de festas, que realmente estava cheio de pessoas que
eu nem reconhecia. Quando chegamos no centro do salão fomos recebidos
com uma salva de palmas. Alguns conhecidos me cumprimentaram, e eu
apresentei Megan, que estava indo muito bem.
— Então você resolveu secasar de verdade, O’Donnell, ou vai ficar
enrolando a menina por mais cinco anos? — Mark Allen parou à minha
frente com sua esposa Alicia, que sempre foi um doce de pessoa, diferente de
Mark que só sabia ser um sacana na maioria das vezes.
— O Mark sempre é inconveniente, não dê moral para ele — Alicia
comentou, ao estender a mão para mim e logo dar um abraço inesperado em
Megan. — É um prazer te conhecer, nossa você é tão linda.
— Obrigada — Vi minha noiva corar as bochechas.
Mark estendeu a mão para ela, e Megan correspondeu ao
cumprimento.
— Estava brincando — aquele idiota comentou, voltando-se em
minha direção. — Deu tudo certo com o Adam?
— Tudo, ele já está resolvendo as coisas para mim.
— Sempre profissional.
Conhecia Mark bem antes de ele se interessar por Alicia,
frenquentávamos alguns lugares que seria até complicado mencionar.
Alicia e minha sogra engataram uma conversa sobre o bebezinho do
casal Allen, e eu e Megan as deixamos conversarem.
Como toda felicidade dura pouco, minha mãe se aproximou.
— Finalmente nos reencontramos, Megan.
— Pois é. — Megan fechou a expressão assim que minha mãe se
aproximou dela.
— Mamãe. — Ela olhou para mim e sorriu.
— Vou me comportar, só me aproximei, pois não quero que ninguém
comente que eu estava evitando a noiva do meu filho.
Ela estendeu a mão para Megan, que pegou meio relutante. e eu vi
dona Grace até tentar um sorriso. Talvez fosse um começo, mas eu sabia que
iria demorar para ela aceitar a minha mulher.
— Sempre as aparências não é mesmo, mãe? — comentei, enquanto
me afastava sem deixá-la terminar de responder.
— Estou vendo que passarei por poucas e boas com a sua mãe.
— Ela vai se acostumar com você, principalmente porque te deve
muito, Megan, se não fosse por você perderíamos tudo, então, ela deve beijar
o chão que você pisa.
— Seria engraçado presenciar essa cena. — Megan sorriu ao
comentar.
Cumprimentamos mais pessoas e achei o momento apropriado para
subir no pequeno palco, para oficializar o meu noivado. Assim que Megan se
viu ali com todas aquelas pessoas nos encarando, senti sua mão apertar a
minha. Ao longe pude ver minha tia Elizabeth e Eric nos observando com
ódio chispando por seus olhos.
Peguei o microfone que estava disposto ali e comecei:
— Bom, não é segredo para ninguém que está presente esta noite que
resolvi oficializar meu noivado. Então, sem mais delongas, farei esse pedido
direcionado somente à mulher da minha vida.
Deixei o microfone no lugar, enquanto observava algumas mulheres
olharem para nós com os olhos apaixonados e alguns homens até sorriam em
nossa direção.
Ajoelhei-me em frente a Megan, cujos olhos brilhavam de
consternação e amor.
— Sei que você não esperava por isso, que já tinha até aceitado se
casar comigo, mas prometi um discurso apaixonado, e eu não queria perder a
imagem que estou vendo agora. Você toda linda, com esses olhos
maravilhosos marejados e esse sorriso encantador em seus lábios. Megan,
meu amor, quem diria que chegaríamos nesse dia? Quem diria que você me
daria uma chance de provar o quanto te amo... E pensar que eu jurei que tinha
estragado tudo quando fiz o primeiro pedido de casamento. — Ela riu, e as
lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. — Precisei viver muito tempo
para entender o que era amor e como queria viver com alguém pelo resto da
minha vida. Você caiu de paraquedas no meu caminho, e eu só poderia
agradecer ao destino por isso, pois ele me fez o homem mais feliz de todo
esse universo. Talvez você nunca olhasse em minha direção, mas só de saber
que você existia no mesmo mundo que eu, já me bastava. Por que eu te amo,
e o amor é isso, estar contente mesmo que a pessoa não esteja com você. Se
ela estiver bem é o que basta. Mas que bom que você resolveu ficar ao meu
lado.
Algumas pessoas que estavam mais próximas gargalharam com a
minha declaração. E até Megan gargalhou.
— Você aceita ser a dona do meu para sempre? — Primeiro ela
assentiu, enquanto mais uma camada de lágrimas escorria por seu rosto, mas
depois respondeu:
— Sim!
Com isso retirei a caixinha do meu bolso, abri e coloquei o anel em
seu dedo. Assim que levantei, enlacei sua cintura com meus braços e avancei
sobre a sua boca. Não me importava se estávamos fazendo uma cena para os
convidados, a única coisa que valia era beijar Megan naquele momento.
Nossos lábios colidiram um com o outro, e eu só pude agradecer por
ter aquela mulher toda para mim. Assim que nos afastamos, e eu olhei para o
seu rosto, pude ter certeza de que seríamos o casal mais feliz do mundo, pois
estaríamos juntos.
CAPÍTULO 19
Ainda estava olhando para o meu dedo, meio sem acreditar naquele
anel. Era lindo demais, parecia ter sido moldado de uma forma muito
carinhosa. Estava realmente encantada. Um garçom passou ao meu lado me
oferecendo uma taça de champanhe, e eu aceitei prontamente, tinha bebido
somente uma naquela noite, e mais uma não faria tanto efeito assim.
Alex tinha me prometido que nossa noite não terminaria quando todos
fossem embora, que iríamos prolongar por muitas e muitas horas, madrugada
afora, em um hotel. E eu já imaginava que isso tinha a ver com muito sexo,
quente, forte… do jeitinho que Alex sabia que eu gostava.
— Então, Megan, como você conheceu Alex? — uma das convidadas
me questionou. Se eu não estivesse enganada, ela se chama Claire.
Alex, por sua vez, estava com um grupo de amigos, do outro lado do
salão, embora lançasse olhares constantes para mim. Minha mãe já tinha ido
embora, então, tentei me enturmar.
— Nós éramos amigos de longa data, e nos últimos tempos
resolvemos assumir o que sentíamos um pelo outro.
Eu não iria dizer a ninguém que tinha descoberto há pouco mais de
um mês sobre os sentimentos de Alex por mim.
— Então você o conhece desde quando ele ainda era noivo? —
Olhou-me de forma reprovadora.
— Sim, mas não tínhamos nada.
— Eu sou uma grande amiga de Cameron, caso você não saiba —
murmurou com puro desdém, e suas amigas deram um risinho.
— Que bom, quer tirar uma foto para mandar para ela? — questionei,
abrindo o meu sorriso mais falso, e a garota se afastou.
Sinceramente, teria que ter muito discernimento para suportar aquelas
pessoas. Mas se eu quisesse viver meu amor com o homem da minha vida,
precisava ser forte.
Dei mais um gole na bebida da minha taça, e mais alguns até que a
finalizei por completo. Alex continuava conversando com seus convidados,
mas estava demorando sobremaneira. Por isso resolvi me sentar, no entanto,
assim que dei o primeiro passo à frente, me senti zonza.
Tentando não demonstrar que talvez o champanhe tivesse subido
rápido demais, já que eu não tinha conseguido comer nada antes de virar duas
taças, segurei na mesa que estava ao meu lado. Afastei-me de todos, saindo
do salão de festas e partindo para um corredor, esperando que ninguém me
visse quase cair.
Logo senti uma presença ao meu lado, e um homem que não me
parecia estranho sorriu em minha direção.
— Não fui apresentado a você, e isso é um ultraje, já que vamos nos
tornar parentes.
Franzi o meu cenho, pois a minha visão estava começando a ficar
turva. No entanto tentei não demonstrar meu estado.
— Desculpa, você não me parece estranho, mas não estou
conseguindo me recordar do seu nome — tentei soar gentil.
— Não tem problema, querida. Sou Eric O’Donnell, o primo de Alex.
— Ele abriu um sorriso radiante e estendeu sua mão para mim.
Quem o via sendo tão gentil, não imaginaria o monstro que era. Eu
conhecia bem aquele lobo em pele de cordeiro, por isso, recusei pegar em sua
mão.
— Por favor se afaste de mim. — Comecei a sentir uma sonolência
tão grande que eu quase não estava conseguindo deixar meus olhos abertos.
— Tem certeza? Você parece que irá despencar no chão a qualquer
momento.
Ele se aproximou e me colocou de pé, agarrando-me. As pessoas
estavam muito distantes para ver o que estava acontecendo. Apoiando meu
corpo, Eric começou a me afastar das pessoas. Tentei gritar, mas não saía
som algum da minha boca, do tanto que estava me sentindo dopada.
— Fica calma, foi uma dose baixa de boa noite cinderela que coloquei
em seu champanhe. Você vai ficar bem, mas o que vou fazer fará com que eu
não perca a minha herança.
Comecei a perder completamente meus sentidos, não conseguia mais
saber o que era certo ou errado. Só alguns flashes se passavam por minha
mente.
Fui carregada até um quarto, e vi uma mulher, que não conhecia,
acompanhar Eric. Fui colocada em uma cama e senti meu vestido sendo
tirado. As mãos de alguém passeavam por meu corpo, e eu queria gritar, mas
não conseguia.
Alguém precisava me ajudar, senão eu estaria perdida.
Completamente perdida.
✽✽✽
Era uma loucura? Talvez! Mas era a melhor coisa que eu já tinha
cometido. Pensei que os dias que havia passado ao lado de Megan na ilha
onde estávamos naquele momento seriam os melhores da minha vida, mas
ainda teríamos muitos para chamarmos de perfeitos.
Mas ninguém havia me preparado para ser sequestrado da minha própria
empresa em uma plena quarta-feira e estar com o pôr do sol a nos receber, em
frente a um juiz de paz, esperando a mulher da minha vida aparecer.
Eu usava uma bata, que Katherine havia alugado para mim, de cor areia,
para combinar com um casamento realizado em praias, além de uma calça
branca. As ondas batiam, e conforme elas rugiam, eu sentia meu coração
disparar mais.
Eu sabia que aquele casamento não teria validade para o testamento do
meu pai, mas nossa papelada estava quase pronta, já que pedi urgência – e
paguei por isso – desde que retornamos da ilha, porém, ele valeria para
nossos corações, que era o que mais importava. Megan se tornaria minha
esposa naquela noite.
Eva e George sorriam imensamente, e minha sogra também estava da
mesma forma. Martin, que tinha feito parte do plano do meu sequestro,
também estava presente.
O lugar estava repleto de rosas no chão, e eu não sabia como eles tinham
conseguido arrumar aquilo em tão pouco tempo, mas estava encantado.
Realmente eu tinha escolhido a mulher certa, que fazia tudo em menos de um
piscar de olhos.
Se minha mãe soubesse que isso estava acontecendo, com toda certeza
teria um ataque cardíaco. Estava tão irado com ela, por querer que eu
arrumasse outra mulher, que até saí de casa. Estava morando no mesmo hotel
para onde tinha levado Megan no maldito dia em que Eric a dopara. Ainda
bem que meu primo estava preso e que seu julgamento aconteceria logo. Com
a quantidade de provas que Adam havia arrumado, com toda certeza seria
condenado a muitos anos de prisão. E eu não sentia um pingo de remorso.
Por mim, que ele apodrecesse na prisão.
Ouvi uma música começar, vinda do som improvisado que
provavelmente Katherine deveria ter arrumado. Logo entre as palmeiras, a
mulher que tinha mechas rosas no cabelo apareceu, como a dama de honra, e
meu mundo parou quando Megan surgiu.
Ela estava linda. Com os cabelos presos de um lado e completamente
soltos do outro; um penteado simples, mas que deixara minha mulher
completamente perfeita. Seu vestido não tinha muitos detalhes, apenas
pequenas pedras bordadas em sua barra. Era liso, um que provavelmente já
tinha em seu guarda-roupa, e ela vinha descalça, assim como eu também não
tinha nada nos pés. O buquê que usava era de flores simples, compradas em
alguma loja improvisada também, mas tudo estava perfeito.
Katherine ficou ao lado de dona Kristen, enquanto Megan terminava de
se aproximar de mim. Segurei sua mão, ainda encantado com tudo o que via.
Sua maquiagem era leve, o que realçava sua beleza completamente.
Sua mão estava gelada, mas não era de medo, era só ansiedade como eu
estava sentindo. Não desgrudamos os nossos olhos em nenhum momento. O
juiz de paz começou a cerimônia, e eu só conseguia ter olhos para aquela
mulher.
Quando chegou a hora do sim, eu quase gritei para o mundo, mas
consegui me controlar e responder com a voz embargada. Megan levou uma
de suas mãos ao meu rosto para enxugar uma lágrima traiçoeira. Logo ela
também respondeu:
— Sim!
E com aquilo selamos o nosso amor, fizemos o famoso pode beijar a
noiva. Com direito a um beijo quase hollywoodiano, com viradinha para trás
e tudo. Estava muito feliz. Quando as palmas explodiram, eu soube que
aquilo era real, e nós dividimos o momento mais feliz da nossa vida com as
pessoas que se importavam com a gente.
Quando já estávamos dentro da casa da ilha, com os convidados
aproveitando da comida que estava disposta sobre a mesa, enlacei a cintura
de Megan e sussurrei em seu ouvido.
— Quem diria que você, que recusou a se casar comigo, fosse quem iria
me sequestrar para fazer isso.
— Para você ver que me deixou tão viciada em você que não dava conta
mais de ficar afastada.
— Eu te amo, Megan. E eu nunca vou me cansar de falar isso.
— Não precisa cansar, pois eu adoro ouvir.
Ela se voltou para mim, e, enlaçando meu pescoço, me deu um selinho,
mas me olhou com aquela expressão safada no rosto.
— Que tal se deixássemos nossos convidados aproveitando da comida e
fossemos para a suíte master aproveitar a nossa lua de mel?
— Acho que você leu meus pensamentos.
Minha mulher... Sim, minha mulher... sorriu, mordendo o lábio inferior, e
aquilo acabou comigo. Deixamos os convidados conversando e subimos as
escadas da casa. Fomos direto para o quarto que até dias atrás dividi com ela,
entramos e fechamos a porta.
Alguns chocolates, champanhe e até mesmo pétalas de rosas estavam
espalhadas pelo lugar. Ela tinha pensado em tudo. Quando se afastou de mim
e começou a retirar seu vestido de noiva, e eu vi a cinta-liga que usava, sabia
que estaria perdido pelo resto da minha vida.
Caminhei em sua direção e a joguei em minha cama fazendo com que
soltasse uma gargalhada. Isso era música para os meus ouvidos. Nada de
lágrimas, eram sorrisos que eu queria proporcionar àquela mulher.
A minha mulher.
✽✽✽
Passamos uma semana na ilha, que Megan já havia nomeado como ilha
do prazer, pois fiz amor com ela em cada canto daquele lugar. Em cada grão
de areia. Nossos convidados foram embora no dia seguinte ao nosso
casamento, pois eles disseram que não eram obrigados a ficar no mesmo
lugar que dois pombinhos que estavam loucos para transar.
Voltamos para nossa cidade pouco antes do meu aniversário e
oficializamos a cerimônia da forma burocrática que era necessária, com
papelada e tudo o mais.
Tivemos mais uma noite de núpcias – já que tudo era uma boa desculpa
para acabarmos na cama, mas tinha chegado o dia. O dia em que eu
completava meus trinta e dois anos – a data tão temida por todos.
Dali a quatro horas o advogado da minha família passaria todos os
meus bens para minha tia Elizabeth, já que meu casamento fora em segredo, e
eu realmente não permitiria isso.
Peguei o documento que comprovava o meu casamento e me voltei para
minha esposa, que estava linda em um vestidinho soltinho.
— Vamos?
Saímos do hotel onde estávamos ficando, enquanto procurávamos um
apartamento para nós. Eu queria algo grandioso, confortável, um palácio para
a minha princesa, mas ela preferia algo mais aconchegante. Por isso,
estávamos demorando um pouco mais para chegarmos a uma conclusão.
Oi, filho!
Bom, eu provavelmente devo ter morrido se você estiver lendo essa carta.
E com toda a certeza, você deve estar se perguntando por qual motivo deixei
uma cláusula tão difícil para que cumprisse.
Sou um velho muito insolente mesmo, Alex. Eu não queria te obrigar a
casar, mas me preocupava com você, morria de medo de que não fosse feliz.
E você sempre foi um homem tão bom, que não queria que passasse sua vida
toda enfurnado em uma empresa, sem conhecer o real sentido do amor.
Sua mãe pode ser osso duro de roer, mas sempre amei essa mulher. Ela
foi a parte mais importante da minha vida para me dar forças para seguir em
frente. Então eu me sentia na obrigação de te mostrar o quanto o amor
poderia ser mágico. E pensei realmente que você pudesse conhecer alguém
que valesse a pena nesse meio tempo.
Não quero que me odeie agora, mas se você estiver realmente casado,
tenho certeza de que essa mulher é perfeita para você. Pois sei que você
nunca se casaria com alguém que não quisesse manter para sempre.
Então, querida nora, seja bem-vinda à família, Grace é uma chata, mas ela
logo irá se acostumar com você e tenho certeza de que serão amigas. Filho,
parabéns, você é meu orgulho!
Comecei a chorar como uma criança, e foi dona Grace que me abraçou.
Megan continuou parada no mesmo lugar, nos observando, e eu via um
pequeno sorriso se abrir em seus lábios.
Querendo ou não, eu sabia que ela estava feliz por ter sido revelado o
motivo da cláusula mais sem noção que meu pai podia ter inventado. E eu só
pensava que isso não importava em nada, eu continuaria amando Megan da
mesma forma.
— Filho, desculpa ser tão rabugenta com você — mamãe pediu,
chorando. E ver aquela mulher chorando era muito difícil, por isso, eu sabia
que eram reais as suas palavras.
— Vamos tentar esquecer o passado e seguir em frente.
— Vamos, sim. — Ela se voltou na direção de Megan e murmurou: —
Vem aqui, garota, Bruce era um idiota, mas espero que meu filho saiba
mesmo escolher as pessoas que quer à sua volta. — Assim que Megan pegou
a mão de minha mãe, ela sussurrou: — Desculpa ter te tratado tão mal.
— Eu não sou um pessoa que guarda rancor, então, a senhora está
desculpada. Só espero que não se repita.
— Vou fazer o meu melhor.
Assim eu soube que a partir dali minha nova vida tinha começado. Eu
estava casado com a mulher que amava, minha mãe iria tentar se tornar uma
pessoa menos insuportável e eu poderia ser feliz.
Quando saímos da sala de Carl, abracei a cintura de Megan e sussurrei em
seu ouvido:
— Como se sente como uma mulher muito rica, Sra. O’Donnell?
— Não faz diferença nenhuma. Entrei aqui esperando tudo. Não me casei
com você pelo seu dinheiro.
— Sei que não... mas acho que seria interessante tirarmos uns 30 dias
de férias, o que acha?
Megan ergueu uma sobrancelha.
— Um sequestro, como da outra vez?
Inclinei-me ainda mais, falando mais baixinho ainda.
— Desta vez com algemas ao invés de tiras de couro e amarras
improvisadas, o que acha?
Ela suspirou bem alto.
— Quando vamos?
— Suas malas estão no carro. Katherine e sua mãe me ajudaram. —
Sorri como uma criança boba.
— 30 dias? Aí vamos nós.
Virei-me de frente para ela e a abracei.
— Eu te amo, minha linda.
— Eu te amo, meu amigo, namorado, noivo, marido...
Aquilo era uma verdade que nunca poderíamos negar, de amigo o único
rótulo que demorou foi o namorado, pois o resto veio em um piscar de olhos.
E sinceramente, isso foi o melhor acontecimento da minha vida.
EPÍLOGO
O café não parava, tínhamos nos tornado muito famosas quando o meu
nome passara a ser O’Donnell. Eu ia no estabelecimento só para ver se tudo
estava funcionando bem. Havia aberto duas filiais em Nova Iorque, e o
Delicatto se tornara um ponto de encontro para os jovens.
Resolvi visitar o nosso lugar de origem, e depois iria dar uma passadinha
na casa da minha mãe, que mesmo depois de termos boas condições
financeiras quis se manter em sua casa, pois segundo ela ali era sua essência e
ali ela ficaria até o fim da sua vida.
Senti uma pequena pontada em minha barriga e sabia muito bem que era
Abigail me dando um leve chutinho. Minha barriga já estava se tornando
pequena para ela morar, mas faltava muito pouco para ela vir ao mundo.
Exatamente três semanas e quatro dias, e eu juro que não estava contando as
horas. Mentira! Estava, sim.
Só que todos me compreendiam, eu estava maluca para conhecer a minha
filha. O fruto do meu amor com o homem da minha vida. Eu já imaginava o
quanto ela seria linda.
— Oi, bebê da madrinha — Katherine sussurrou perto da minha barriga,
fazendo que eu levasse outro chute.
Abigail adorava ouvir a voz da sua dinda, mas isso fazia que eu sofresse
horrores.
— Você adora massacrar a minha barriga.
— Tenho que cumprimentar a minha afilhada, sua chata.
Ela estava me acompanhando nas visitas aos cafés, pois eu não podia
dirigir mais pela barriga enorme. Não queria ficar dependendo dos
seguranças, eles nunca conversavam comigo sobre qualquer besteira, e Kat,
sim.
— Vamos subir para ver a sua mãe?
Minha amiga questionou, e eu assenti. Depois de visitar dona Kristen, que
estava apaixonada novamente, por um homem bem mais novo que ela, mas
que parecia amá-la muito, dei meu dia por encerrado. Por isso atravessei a rua
para ver o meu marido.
Já estávamos juntos há cinco anos, mas mesmo assim eu ainda morria de
saudades dele a cada cinco minutos que passava longe de mim. Nossa vida
tinha melhorado sobremaneira, as implicâncias de Grace haviam parado
comigo, mas eu não consegui me tornar sua amiga, como Bruce falava na
carta. Isso não vinha ao caso, no entanto, pelo menos a gente se respeitava, e
já valia muito.
Eric havia pegado mais de trinta anos de prisão pelos crimes que
cometera. Adam descobrira tantos podres em sua vida, até assassinato, então,
nunca mais veríamos sua cara, ainda bem. Elizabeth nunca mais nos
incomodou, e a última informação que tivemos era que ela havia se casado e
mudado de país.
Assim que entrei na sala do meu marido, ele abriu um sorriso e saiu de
trás da sua mesa para vir de encontro a mim.
— Como estão os dois amores da minha vida? — questionou, colocando
a mão em minha barriga.
— Estamos bem, só Abigail que está bastante agitada hoje.
— Você sabe que isso é normal.
— Sei, sim. Mas a dor de quando ela resolve me chutar constantemente
sou eu que sinto, então, me deixa reclamar um pouquinho.
— Fique a vontade, meu amor.
Sorri e o abracei da melhor forma que pude e que a barriga permitia.
Beijei seus lábios levemente e declarei:
— Obrigada por ser o melhor marido e pai do mundo.
— Meu amor, eu só faço o que é minha obrigação.
— Eu sei, mas é sempre bom exaltar você um pouquinho.
— Vamos para casa? — Alex questionou.
— Sim, por favor. Preciso de uma massagem em meus pés.
— E eu te darei com todo o carinho do mundo.
— Eu te amo, Alex.
— Eu que te amo, Megan, mais que o infinito.
Eu me sentia a mulher mais realizada do mundo – tinha o melhor homem,
uma filha a caminho, que terminaria de completar minha vida, e havia me
tornado bem sucedida. Não podia pedir mais.
Mas uma coisa eu tinha que reconhecer, se hoje eu me sentia completa
era devido aquele homem que estava vestindo seu sobretudo para irmos
embora. Ele não desistiu de mim e me provou que, para amar, você só precisa
encontrar a pessoa certa, pois em um piscar de olhos ela consegue fazer tudo
o que você sempre sonhou se tornar realidade.
Eu passei a amar aquele homem em menos de trinta dias, e continuaria
amando-o por todos os dias que ainda vivesse.
Fim
OUTRAS OBRAS
O PROTETOR DA MEIA-NOITE
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Sinopse: Ele era o homem misterioso que entrou na minha casa para me salvar de um
sequestro.
O homem que despertou todas as minhas fantasias com sua voz, as coisas que dizia e fazia comigo.
Porém eu não podia vê-lo, não podia tocá-lo. Era o combinado. Manter o suspense e o mistério,
enquanto ele me seduzia e me fazia esquecer o mundo inteiro lá fora.
Dentro daquelas paredes, eu lhe pertencia, mas não fazia ideia de quem era.
Tudo o que importava era que eu estava apaixonada e rendida pelo meu protetor da meia-noite.
Sinopse: "Para criar meu filho, eu era capaz de tudo. Até de vender o meu corpo"
Mas eu tinha minhas regras: escolhia minhas clientes. Era discreto. E nunca me envolvia
emocionalmente com ninguém. Nem fora nem dentro do trabalho.
Eu era bom no que fazia, e as mulheres vinham a mim em busca de prazer. Menos daquela vez...
Fui contratado não para enlouquecer uma mulher na cama, mas para salvar sua autoestima depois
de um relacionamento abusivo que a destruiu. Sua melhor amiga me pagaria uma quantia indecente
para que a moça se sentisse novamente desejada.
A proposta era simples, tentadora, especialmente porque a cliente era linda. O problema? Eu me
apaixonei...
E a mentira agora pesava nos meus ombros. Será que ela iria me perdoar quando descobrisse a
verdade?