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Afonso de Paiva

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Afonso de Paiva
Nascimento João Afonso de Aveiro
1460
Castelo Branco (Reino de Portugal)
Morte década de 1490
África
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação explorador, diplomata
Placa toponímica da Rua Afonso de Paiva, em Lisboa, Portugal

Afonso de Paiva (c. 1443 – c. 1490), tornou-se explorador português a convite de D. João II para que fosse recolher informações do Oriente acerca das rotas comerciais e pontos de referência. Afonso de Paiva, que aprendera a falar árabe com os mercadores de Ceuta, e Pêro da Covilhã, que fizera já duas expedições a Berbéria e já conhecia os costumes e o falar dos árabes.

Afonso de Paiva nasceu em Castelo Branco, filho de família honrada. Herdou o cargo de escrivão de sisas na sua comarca natal, e escrivão real da comunidade hebraica, actividade que o colocou em contacto com muita gente do Levante e lhe permitiu aprender o hebreu e o árabe[carece de fontes?]. Participou na batalha de Toro ao lado do rei D. João II que lhe reconheceu os méritos de bom escudeiro. Por nele confiar, escolheu-o para acompanhar Pêro da Covilhã na demanda pelo reino do Preste João e da Índia.

Em 7 de Maio de 1487 partiram estes dois novos emissários de Santarém, bem providos de dinheiro e com indicações dadas pelos cosmógrafos da Corte, acerca do itinerário a seguir. Lisboa, Valência, Barcelona, Nápoles e Rodes, foram etapas da primeira parte da viagem. Depois, disfarçados de mercadores, passaram a Alexandria, de onde seguiram para o Cairo, para o Suez e para a Arábia (Toro). Depois partiram para Adem, onde chegaram em 1488. Aqui separaram-se, indo Pêro da Covilhã para a Índia e Afonso de Paiva para a Etiópia. Logo à chegada, além das naturais hostilidades de um meio desconhecido, foi Afonso de Paiva atacado de febres.[1]

Afonso de Paiva não chegou a terminar a sua missão. Morreu antes de Pêro da Covilhã regressar do Cairo, depois de, durante um ano, ter percorrido a Índia e outras terras do Oriente. Voltando à costa de África, chegou a Sofala, de onde, por Adem e Tôro, regressou ao Cairo nos fins de 1490. D. João II veio a saber da morte de Afonso de Paiva por dois judeus que enviou.

Pêro da Covilhã, vindo do Cairo, achou a notícia da morte de Afonso de Paiva, que certamente sucumbira à moléstia que o atacara em Alexandria.

Não devem, por isso, estar certos os escritores que afirmam ter Afonso de Paiva acompanhado Covilhã até Adem, na entrada do Mar Vermelho, separando-se para ir este a Adem e aquele à Etiópia, já muito perto. Não se compreenderia assim como foi Afonso de Paiva morrer ao Cairo, pois não era provável, se tivesse ido à Etiópia, que de lá o deixassem logo sair, porque tal não era o costume no reino do negus, como se viu com o mesmo Pêro da Covilhã. E nem era provável que tendo por missão ir à Etiópia, voltasse, sem a cumprir, ao Cairo, onde já não tinha nada a fazer.[1]

  1. a b Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [D.L. 1941] - cop. 1987. [S.l.: s.n.] 
  • SERRÃO, Joel (dir). Dicionário de História de Portugal. Porto: Livraria Figueirinhas, 1992, vol IV, pg. 527, sv Afonso de Paiva.








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